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Andrade diz muito da vida de um outro poeta que nasceu e
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e trabalhadoras desse país. A disposição e a saúde de ferro vêm do seu trabalho, de poder ajudar as
pessoas. Ajudar o próximo é o que seu João mais gosta de fazer, antes mesmo de ser sindicalista já
estendia as mãos para segurar quem precisasse. "O meu prazer é o bem-servir, não tenho ganância por
dinheiro, não me importo quando é que vai terminar a vida, tenho cuidado com a minha saúde e com a
violência que a gente percebe hoje pra não cometer desatinos, não sofrer acidentes que poderiam ser
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A memória jovem e uma vida cheia de histórias fazem de Ventura aquele tipo de pessoa que se pode
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para ouvir. Sua luta sindical começou em Quixadá, lá ele foi diretor durante 18 anos (1975-1993) e quando
percebeu que o Sindicato já estava bem estruturado, decidiu, com muita garra, fundar o Sindicato dos
Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Ibaretama (STTI) para fortalecer a luta no Sertão. No começo era
tudo emprestado, até as cadeiras, e de lá para cá, “somando forças”, construíram a sede. O Sindicato que
ajudou a fundar completou 20 anos em 2013 e hoje conta com mais de quatro mil associados. Seu João já
foi presidente incontáveis vezes, atualmente é tesoureiro. “Quando eu entrei no movimento sindical as
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retrata a vida do trabalhador rural, do vaqueiro, do
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Outra classe sofredora são os nossos professores
Por estes interiores eu conheço professora
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Porque se tomar um caldo fica devendo o transporte
Sou João Ventura dos Santos, nascido no Ceará
Eu moro em Ibaretama, mas adoro Quixadá
Os monólitos são altares do paraíso de Allah
João Ventura
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Ceará
A maioria dos poemas de Ventura são guardados na memória, poucos são anotados no caderno, pois
saem na hora, quando a inspiração bate à porta. Seu João tem cordel publicado sobre água, tem letras suas
cantadas no movimento sindical e o seu maior orgulho é ter escrito o hino de sua cidade querida,
Ibaretama. Ventura é muito cobrado para publicar um livro de sua poesia e história, mas analisa se o
trabalho de reunir seus feitos vai valer a pena, pois acredita que o seu livro será trocado por novelas, pela
falta de gosto pela leitura das pessoas.
Quando seu João “entendeu como foi o
seu início” tratou logo de contar em versos
“A tristonha canção de sua vida”, eis uma
estrofe do poema:
Fui criança pequena e pobrezinha
Meu pai nem na escola me botou
Minha mãe pelejou mas não logrou
Arranjar para mim a escolinha
Com seis de idade eu ia e vinha
Com meu pai aprendendo sua lida
Quantas vezes por falta de comida
No caminho da roça eu desmaiei
Até ela chorou quando eu cantei
A tristonha canção da minha vida
Uma vida de militância, de trabalho
braçal, de conquistas. Seu João que foi um “agricultor assíduo” comprou sua primeira bicicleta, um carro e
construiu família através da agricultura familiar. “Eu cheguei a ficar sentado numa ruma de feijão da boca
da noite até o dia amanhecer, a rede armada e eu não fui pra rede pra poder amanhecer com 40 litros de
feijão debulhado e logo correr pro roçado de novo pra apanhar mais e assim continuar pra não deixar
faltar nada em casa. Ninguém diga onde eu estiver que a agricultura familiar não vale a pena porque eu tô
aí pra provar que criei 10 filhos e eduquei vivendo, trabalhando da agricultura”, relembra o poeta. Ventura
já foi casado três vezes e proporcionou aos seus filhos a educação que não teve. "Eu criei uma família
decente, que não tem ninguém na droga. Os meus filhos, que são 10, tem uma que é especial,
mentalmente, porém os outros todos aprenderam a ler, a escrever e a contar e até mais. Tenho três filhos
que se formaram em advocacia, tenho uma filha médica, eu tenho um filho subtenente da Marinha
brasileira, um filho oficial de justiça, um filho empresário, com uma papelaria. (...) Tenho filha que foi
professora do município e já tá aposentada, é trabalhadora rural e criadora de animais e pescadora,
caçadora, caça tatu e peba pra comer quando quer, trabalha no Sertão muito satisfeita”, conta orgulhoso
Seu João.
Para Ventura, o trabalhador tem que se
envolver nas atividades do governo, tem
que estar por dentro dos debates, dos
conselhos, tem que se informar e correr
atrás. Para ele, a Articulação Semiárido
Brasileiro (ASA) tem ajudado a diminuir a
aflição do homem e da mulher do campo.
O poeta acredita que a Agroecologia é
uma cadeia, quanto mais famílias se
envolverem com a agricultura familiar
agroecológica, mais gente tomará
conhecimento e começará a produzir de
forma consciente. E deixa o seu recado:
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  • 1. A feliz canção da minha vida A história do poeta e Sindicalista Seu João Ventura Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº 1548 Abril/2014 Ibaretama “Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã”. O verso do poeta Carlos Drummond de Andrade diz muito da vida de um outro poeta que nasceu e ainda trabalha na sua cidade amada, Ibaretama, no Sertão Central do Ceará. O nome da figura ilustre é João Ventura. Seu João Ventura vai completar 79 anos e mais da metade desses anos todos foram e ainda são marcados pela luta sindical. É, são 40 anos em que mal rompe a manhã, e João já está no batente, lutando pelos trabalhadores e trabalhadoras desse país. A disposição e a saúde de ferro vêm do seu trabalho, de poder ajudar as pessoas. Ajudar o próximo é o que seu João mais gosta de fazer, antes mesmo de ser sindicalista já estendia as mãos para segurar quem precisasse. "O meu prazer é o bem-servir, não tenho ganância por dinheiro, não me importo quando é que vai terminar a vida, tenho cuidado com a minha saúde e com a violência que a gente percebe hoje pra não cometer desatinos, não sofrer acidentes que poderiam ser evitados, tenho conseguido com a ajuda de Deus evitar até hoje", conta seu João. A memória jovem e uma vida cheia de histórias fazem de Ventura aquele tipo de pessoa que se pode passar um dia inteiro, dois ou até três conversando, que mesmo assim ainda sobrariam muitos causos para ouvir. Sua luta sindical começou em Quixadá, lá ele foi diretor durante 18 anos (1975-1993) e quando percebeu que o Sindicato já estava bem estruturado, decidiu, com muita garra, fundar o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Ibaretama (STTI) para fortalecer a luta no Sertão. No começo era tudo emprestado, até as cadeiras, e de lá para cá, “somando forças”, construíram a sede. O Sindicato que ajudou a fundar completou 20 anos em 2013 e hoje conta com mais de quatro mil associados. Seu João já foi presidente incontáveis vezes, atualmente é tesoureiro. “Quando eu entrei no movimento sindical as coisas para os trabalhadores era tudo muito mais difícil de que hoje e eu atribuo esse crescimento às pessoas que fazem o movimento sindical do Brasil inteiro. Tanto melhorou aqui como no restante do país e não fosse o movimento sindical não sei como estariam hoje os trabalhadores, porque na hora que o patrão tinha raiva botava pra fora, ficava com as benfeitorias todas pra ele”. Sobre as condições dos trabalhadores, seu João fez uma avaliação em versos em 1980 e gosta de comparar sua poesia com a situação atual. Nesses versos, o poeta retrata a vida do trabalhador rural, do vaqueiro, do pescador, do pedreiro e dos professores: Outra classe sofredora são os nossos professores Por estes interiores eu conheço professora Que pra ser educadora fez curso, enfrentou a sorte E se ensina é por esporte, não pode ser pelo saldo Porque se tomar um caldo fica devendo o transporte Sou João Ventura dos Santos, nascido no Ceará Eu moro em Ibaretama, mas adoro Quixadá Os monólitos são altares do paraíso de Allah João Ventura
  • 2. Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Ceará A maioria dos poemas de Ventura são guardados na memória, poucos são anotados no caderno, pois saem na hora, quando a inspiração bate à porta. Seu João tem cordel publicado sobre água, tem letras suas cantadas no movimento sindical e o seu maior orgulho é ter escrito o hino de sua cidade querida, Ibaretama. Ventura é muito cobrado para publicar um livro de sua poesia e história, mas analisa se o trabalho de reunir seus feitos vai valer a pena, pois acredita que o seu livro será trocado por novelas, pela falta de gosto pela leitura das pessoas. Quando seu João “entendeu como foi o seu início” tratou logo de contar em versos “A tristonha canção de sua vida”, eis uma estrofe do poema: Fui criança pequena e pobrezinha Meu pai nem na escola me botou Minha mãe pelejou mas não logrou Arranjar para mim a escolinha Com seis de idade eu ia e vinha Com meu pai aprendendo sua lida Quantas vezes por falta de comida No caminho da roça eu desmaiei Até ela chorou quando eu cantei A tristonha canção da minha vida Uma vida de militância, de trabalho braçal, de conquistas. Seu João que foi um “agricultor assíduo” comprou sua primeira bicicleta, um carro e construiu família através da agricultura familiar. “Eu cheguei a ficar sentado numa ruma de feijão da boca da noite até o dia amanhecer, a rede armada e eu não fui pra rede pra poder amanhecer com 40 litros de feijão debulhado e logo correr pro roçado de novo pra apanhar mais e assim continuar pra não deixar faltar nada em casa. Ninguém diga onde eu estiver que a agricultura familiar não vale a pena porque eu tô aí pra provar que criei 10 filhos e eduquei vivendo, trabalhando da agricultura”, relembra o poeta. Ventura já foi casado três vezes e proporcionou aos seus filhos a educação que não teve. "Eu criei uma família decente, que não tem ninguém na droga. Os meus filhos, que são 10, tem uma que é especial, mentalmente, porém os outros todos aprenderam a ler, a escrever e a contar e até mais. Tenho três filhos que se formaram em advocacia, tenho uma filha médica, eu tenho um filho subtenente da Marinha brasileira, um filho oficial de justiça, um filho empresário, com uma papelaria. (...) Tenho filha que foi professora do município e já tá aposentada, é trabalhadora rural e criadora de animais e pescadora, caçadora, caça tatu e peba pra comer quando quer, trabalha no Sertão muito satisfeita”, conta orgulhoso Seu João. Para Ventura, o trabalhador tem que se envolver nas atividades do governo, tem que estar por dentro dos debates, dos conselhos, tem que se informar e correr atrás. Para ele, a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) tem ajudado a diminuir a aflição do homem e da mulher do campo. O poeta acredita que a Agroecologia é uma cadeia, quanto mais famílias se envolverem com a agricultura familiar agroecológica, mais gente tomará conhecimento e começará a produzir de forma consciente. E deixa o seu recado: "Eu espero que as pessoas que me sucederem continuem orientando, fazendo tudo para que cada vez mais a gente cuide bem do nosso planeta. Cuidar bem do planeta é cuidar de nós próprios". Realização Apoio