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Bem, amados (as), quero neste trabalho dar minha contribuição através dos vários
testemunhos que serão descritos nestas páginas, sabendo que Deus é mais em nossas vidas
acima de qualquer prova que venha e inquietar nossa vida, nosso caminhar com Deus.
Não sou nenhum dono da verdade, mas creio ter dado alguns passos na direção de
Deus e, exatamente por isso, o Senhor me dê a graça de transmitir isso tudo que leremos
no decorrer de cada página.
Deus sempre está sedento de encontrar-nos, com pequenos e grandes detalhes, com
pequenas e grandes situações, com pessoas notórias ou simples... Deus sempre está vindo
ao nosso encontro e nunca deixa de estar caminhando na nossa direção para encontrar
nosso olhar, nossas misérias, nossa pequenez.
Veremos através da Bíblia e através de testemunhos que acompanharão cada página
a beleza delicada com que Deus nos encontra. Muitas vezes em situações delicadas, outras
em situações bobas, outras ainda, em situações sérias, que nos fazem até questionar se
realmente Deus existe, se realmente caminha conosco.
Tive a graça de testemunhar muitos destes encontros e, por isso, estas páginas são o
resultado de todo um processo de Deus a meu respeito.
Boa leitura aos irmãos.
Paz e fogo.
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CAPÍTULO 1
Desde os primórdios da humanidade Deus tem vindo ao encontro do ser humano de
forma simples e ao mesmo tempo espetacular em seus detalhes.
Comecemos por Adão.
Que coisa maravilhosa foi o encontro de Deus com Adão, visto que, Deus criou-o do
barro, soprou vida em suas narinas, contemplou a criação depois de criar o gênero humano.
Passeava pelo Jardim de Éden, portanto, era íntimo de Adão e Eva.
Fico imaginando como o autor sagrado idealizou o Gênesis, nesta cena, onde Deus
contempla Sua criação maior: O homem.
A perfeita harmonia com a natureza era a demonstração de carinho de Deus para
conosco.
Pois veja bem: Da mesma forma que com Adão e Eva, também conosco Deus vem ao
nosso encontro no momento da gestação, tecendo-nos como nos diz o salmista (cf. Sl
139(138), 13), com delicadeza, já não mais com barro, mas com o óvulo fecundado pelo
espermatozoide...
Que encontro maravilhoso! Quando Adão abriu os olhos e Deus na frente dele,
“ansioso” por ver aqueles olhos abrindo... Deus é assim conosco, irmãos!
Ele anseia para que abramos os olhos a Ele quando nos afastamos Dele.
Quando achamos que Deus é “algo” distante, impessoal, simplesmente algo que eu
tenho de acreditar ou que nem acredito mais, Deus anseia pela abertura de nossos olhos
como se estivéssemos no barro, sendo moldados, colocando água nessa argila para dar
forma, apertando ali, tirando excessos acolá, nos segura no colo como a criancinhas e até nos
ensina a andar (cf. Os. 11, 3-4).
Esse cuidado de Deus existe em todos os momentos, irmãos, pois Deus não esquece
dos filhos Dele, não se esquece das nossas necessidades, não se esquece de que somos
dependentes Dele, ainda que não admitamos que é assim. Deus nos quer encontrar sempre!
Como ao pai que sai de manhãzinha, vai trabalhar, fica o dia todo fora e na hora de
sair do trabalho, anseia por chegar logo em casa para ver seu filhinho recém-nascido. No
nosso caso, recém-criado.
Atualizando isso: RECÉM-ENCONTRADOS!
Irmãos, Deus anseia em nos encontrar como filhos criados com amor, pelo amor e por
amor. Amor incondicional, incansável, que apesar de desobedecermos, distanciarmos, nos
escondermos, não se cansa de chamar: “Adão! Onde estás?” (cf. Gen. 3, 9). Preocupado
como um pai que procura seu filho em perigo, talvez perdido, quem sabe rebelde, mas Deus
não desiste, corre atrás, chama, questiona, pergunta com o coração apertadinho: “... Comeste,
então, da árvore que te proibi de comer?” (cf. Gen. 3, 11)
Como quem diz: “Porque fizeste isso...?”. Mas sem mágoa, apenas com a ciência de
que isso seria prejudicial ao seu filho tão amado, que carrega a imagem, a semelhança que
nenhuma criatura Dele tinha até então, sabia das consequências que trariam tal atitude, sabia
o quanto Sua criação sofreria com isso.
Fato. Sofremos muito com isso até hoje.
E até hoje damos ouvidos aos muitos frutos do conhecimento que nos oferecem como
“novidades”, como “moda” e isso vai nos fazendo esquecer que não somos imagem da moda
ou da novidade, mas de Deus! Deus que vem ao nosso encontro na nossa liberdade, não
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impondo regras como fazem as modas, como fazem as novidades, como se não estivermos
conforme elas, não fazemos parte, somos excluídos.
Assim como Adão e Eva perderam o sentido do Paraíso, também nós, estamos
perdendo o sentido do Paraíso que Deus nos oferece como nosso Criador e Pai, dando
preferência aos modismos e novidades, inovações, etc.. E Deus ali, vindo ao nosso encontro,
buscando-nos dentro do esconderijo de nosso egoísmo, de nosso ciúme, de nossa vaidade...
Estamos perdendo o selo da criação que Deus nos selou. O selo do amor, do cuidado
de Deus conosco.
Estamos perdendo o selo da divindade profanado por nossos caprichos e sendo
arrastados por um outro selo que não nos conduz ao Éden, mas a outro lugar sem a harmonia
de Deus, sem o amor da criação que pode nos dar a segurança de estarmos no lugar certo.
Peçamos a esse Pai criador que nos dê hoje, nesse momento a graça de estarmos no
Éden, no paraíso da harmonia divina que nos dá a certeza de termos nossa sede de amor
saciada pelo amor de Deus...
Oremos:
Pai santo, querido e amado, queremos nesse momento agradecer-te pela vida que
nos foi soprada em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado, agradecer-Te
pela graça de sermos Teus filhos, amados e projetos concretos do Teu amor infinito.
Sela-nos com o amor divino que não se esgota em nossas decisões erradas e
opções pelo erro da sedução... Sela-nos com Teu olhar que nos transpassa a alma e nos
faz ter a certeza de que nosso lugar é no Éden da harmonia do Teu infinito e incansável
amor e não na ausência eterna de Tua presença... Amém.
CAPÍTULO 2
Vamos ver agora o encontro de Moisés.
Como avaliar este homem? Impulsivo? Violento? Inseguro?
Não sei se você que lê estas linhas se sente num destes adjetivos, mas sei que existe
um Deus que prefere olhar a possibilidade positiva de resposta, apesar de nossas limitações.
Apesar de nossas inseguranças, impulsividade, violência, agressividade, enfim, Deus prefere
colocarmos num outro prisma para nos olhar.
Moisés, colocado num cesto e encontrado por uma egípcia, que, por sinal, era a filha
do Faraó que fora banhar-se.
Obra do acaso? Não!
Providência de Deus.
Porque, veja bem, Moisés foi adotado pela filha do faraó.
Moisés sabia do dia-a-dia dos israelitas, do trabalho duro e sabia que era hebreu!
Mas quando ele defendeu aquele israelita, assassinando o egípcio sem medir
consequências... Ainda olhou para os lados para ver se havia alguém olhando!
Desde então a missão de Moisés se inicia. Que missão?
Libertar o povo do Egito, das mãos do faraó. Mas ele nem tinha ideia disso. Tanto que
fugiu, foi para Madiã, sentar-se num poço.
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E aí ele repete a dose: Defende as filhas do sacerdote Jetro de Madiã de uns pastores
que quiseram expulsá-las de junto do poço, dá de beber aos animais e depois ainda recebe
uma de suas filhas por esposa: Séfora.
Deus sempre honra aqueles que tomam a defesa dos pequeninos Dele. “... Todas as
vezes que fizeste isso a um destes meus irmãos mais pequeninos foi a mim mesmo que o
fizestes.” (cf Mt. 25, 40)
Irmãos, Moisés não sabia desse trecho da Escritura, pois Jesus ainda não viera ao
mundo! Mas sabia que devia tomar partido dos pequeninos de Deus!
E então, depois disso, Moisés está apascentando o rebanho de seu sogro, conduziu o
mesmo para o deserto, pertinho do monte Horeb.
Se por um lado, Adão precisou ouvir uma pergunta de Deus para encontrar-se com
Deus, Moisés foi encontrado pelo Senhor através da sua curiosidade atiçada.
Uma sarça começa a arder no meio do deserto sem se consumir... O que seria aquilo?
Como é que podia isso acontecer?
Aquilo era humanamente impossível! Por isso ele decide aproximar-se, lentamente...
Passo a passo.
Então, o Senhor toma a inciativa de chama-lo pelo nome, dizendo que era necessário
tirar as sandálias dos pés pois o lugar em que estava pisando era santo, pois ali estava Deus,
santificando o lugar!
Que maravilha!
Onde Deus coloca seus pés, Sua presença, ali se alcança a santificação do local!
Que dizer, irmãos, quando Deus começa a dialogar com Moisés? Ele (Moisés), nem se
atrevia a levantar o rosto e então Deus mostra o motivo de estar ali, exatamente para Moisés
ver os detalhes.
Deus inicia seu diálogo dizendo que VIU a aflição do seu povo, os israelitas, o povo
que ele defendeu no Egito na pessoa daquele que estava sendo agredido.
Ali se dá a promessa de libertação, somente em duas frases ditas pelo Senhor!
Deus é objetivo, irmãos. Não fica enrolando no que Ele quer de nós, e vai direto ao
ponto e por isso o encontro de Moisés com Deus é tão impressionante, pois, Deus não fica
circulando no que quer de Moisés, e por outro lado, Moisés tenta se esquivar deste propósito
que Deus lhe oferece. Mesmo assim, dá as ferramentas para Moisés onde há necessidade.
Quando Deus nos encontra, irmãos, tem propósitos de salvação para seu povo e nos dá
todas as ferramentas necessárias para que esse propósito seja realizado, porque? Porque é
incapaz de fazer sozinho? Não.
Quis precisar de nós e agir de forma concreta em meio ao seu povo.
E o melhor de tudo isso: NUNCA NOS CHAMA SEM DAR AS FERRAMENTAS
NECESSÁRIAS!
A Moisés deu o Nome Dele para saber quem o enviava, deu sinais de que estaria com
ele através de uma simples vara, deu um intérprete da voz Dele para que Moisés não fosse
envergonhado de sua limitação de boca e língua pesadas.
O encontro de Deus com Moisés é fascinante! Pois mesmo limitado, o Senhor não deu
oportunidade de fuga a Moisés, mas não o obrigou a nada! Apenas mostrou as ferramentas
que estavam à disposição de Moisés para que Sua obra acontecesse.
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Deus fez questão de chamar a atenção de Moisés com a sarça ardente sem consumir-
se, pois sabia que Moisés era curioso. O Senhor sempre vai se usar de nossas virtudes – que
muitas vezes são consideradas defeitos por nós – para que Sua vontade aconteça, pois, usou-
se do pastoreio de Moisés para conduzir o povo até a terra prometida, usou-se da
simplicidade de Moisés, pois quem vive pastoreando ovelhas, animais que não têm senso de
direção, para pastorear um povo todo no meio do deserto, usou da simplicidade de um cajado
para abrir um Mar Vermelho e proporcionar uma grande libertação ao seu povo!
Deus quer se utilizar de nossa curiosidade para investigarmos a Sua vontade, nossa
simplicidade para convencer a complicação do mundo em que vivemos, quer usar do cajado
que tivermos em mãos, e muitas vezes, esse cajado se chama EUCARISTIA!
Até isso Deus concede, irmãos...
Não há motivo para desculpas em não assumirmos que somos chamados por Deus.
Pois, quando Moisés tentou dar desculpas, Deus cobriu com a graça Dele, sinais visíveis da
presença de um Deus invisível! Que Deus é esse???
Capaz de fazer o simples o maior motivo de manifestar Sua glória! Pois um pedaço de
madeira, tida como cajado, foi batido na beira da praia para abrir o Mar Vermelho e afogar
os egípcios que queriam matar os israelitas a mando do Faraó.
Deus tremendo que se usa da reclamação do povo para prefigurar a Eucaristia no maná
descido do céu sem explicação!
Deus providente que faz nascer de uma rocha água para saciar a sede de seu povo,
prefigurando o lado aberto de Jesus na cruz, pois se cristo é a Pedra Angular, pedra = rocha,
portanto, a rocha prefigurava que uma Rocha seria aberta e de lá sairia Água, junto com o
sangue – vermelho – prefigurando que onde Deus abre sai a água que purifica e o Sangue
que dá vida!
Irmãos, Deus está indo ao seu encontro nessa hora, sem enxergar os limites e seus
defeitos, preferindo ver a possibilidade positiva de resposta que eu e você podemos dar. Ele
conhece nossos pecados. Conhece nossa situação na vida. Conhece nossos medos. Conhece
nossas feridas que surgiram no decorrer de nossa história.
Deus é Onisciente, portanto, tudo conhece. Por isso te encontra nessa hora, dando-lhe
as ferramentas necessárias para a missão a ti confiada.
Tua limitação em falar não segura a vontade de Deus em pregar a Boa Nova!
Teu medo da aceitação das pessoas não barra a vontade de Deus de revelar-se aos que
tu ires ao encontro!
Tua vergonha em perceber a rejeição das pessoas a respeito do que anuncias não fecha
as portas para o Evangelho que você está vivendo, pois não há portas fechadas que Deus não
possa abrir! E quando Ele abre, ninguém fecha! (cf, Ap. 3, 7)
Limitações, todos temos, amados.
E, por isso mesmo, Deus escolhe os fracos para confundir os fortes. (cf. I Cor. 1, 27)
Paremos de inventar desculpas esfarrapadas para o Evangelho, como falta de tempo,
falta de capacidade, indignidade, ora, se Deus fosse escolher por causa destes atributos, então
Moisés era o menos indicado, e não! Deus fez questão de chamar a atenção de Moisés,
acender sua curiosidade e então dar a Missão junto com as ferramentas necessárias para tal.
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Vamos orar:
Pai santo, querido e amado, da mesma forma com que encontrastes a Moisés e o
capacitaste à missão de libertar seu povo, assim também comigo, Senhor. Encontra-me
no caminho que eu trilhei, querendo descobrir coisas novas, que eu Te descubra,
chamando-me a atenção por uma “sarça” que arde, me atraindo na Tua direção,
dando-me as ferramentas necessárias para desempenhar bem Teu chamado que me
fazes ao me encontrar....
Cura-me dos sentimentos negativos que me fazem pensar que sou a pior pessoa
que Tu possas escolher para algo que queiras de mim. Incapacidade, indignidade,
sentimentos de culpa, rejeição, menos valia e menosprezo... Cura meu coração de tais
sentimentos, Pai, em nome de Jesus na força do Teu Espírito Santo.
Levanta-me do abatimento que me faz pensar que não sirvo pra nada, que meus
defeitos são predominantes em mim acima das virtudes que Tu me deste.
Cura-me desta depressão que me isola e não me deixa descobrir e assumir o novo
que me proporcionas descobrir a cada sarça ardente que encontro pelo caminho que
trilho... Amém...
CAPÍTULO 3
Sabe, caríssimos, um dos encontros mais significativos que eu gosto muito de meditar
e contemplar é o encontro de Samuel com Deus.
Como sempre, Deus toma a inciativa com este menino que ainda não conhecia o
Senhor, portanto não conhecia sua voz.
Impressionante como existem ainda pessoas assim em nosso meio, que Deus tem
chamado, mas como não conhecem a voz do Mestre, não conseguem atender ao Seu divino
chamado.
E o detalhe desta passagem e deste encontro é que a Escritura nos diz que naquele
tempo, as visões e a voz de Deus estava escassa, era rara.
Por isso, talvez, o menino Samuel não conhecia a voz de Deus. Contanto que a
Escritura afirma que Samuel não conhecia o Senhor (cf. I Sam. 3, 7).
Mas que maravilha!
Deus dá o discernimento dos Espíritos a Eli, que era servido por Samuel, e então dá a
receita a Samuel para dar uma resposta à voz que estava sendo escutada no coração de
Samuel.
O impressionante é que Samuel era ouvido por todo o Israel (I Sam. 4, 1)
Quando Deus nos encontra, sempre tem um propósito para nós e Ele mesmo
providencia o sucesso da nossa missão.
Deus mesmo, ao nos encontrarmos com Ele, sabe do que somos capazes e até onde
podemos chegar e assim é comprovado com Samuel, que, filho de uma mulher tida como
estéril, demora cerca de meia hora para descobrir-se chamado por Deus para ser profeta de
Israel.
Depois disso, disse o que faria e para que o escolhia.
E isso se via pelos frutos que ocorriam. Filisteus vencidos depois de Samuel falar a
Israel que se convertesse. (cf. I Sam. 7, 3)
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Deus assim fez.
Samuel aprendeu a ouvir a Deus e esse é o segredo: Saber ouvir e obedecer as ordens.
O sucesso de Samuel era ditado pela obediência às ordens que Deus lhe dava sem
questionamentos. Ia e fazia o que lhe ordenava e assim Deus honrava a palavra do profeta.
Hoje em dia, além de ouvirmos pouco a Deus, quando O ouvimos, das duas uma: Se
não escutamos as ordens de forma deturpada, achando que é do Senhor, sem discernimento
algum, ouvimos a voz de Deus, que acaba indo contra o que sonhamos, almejamos e assim,
deixamos de executar as ordens de Deus para nós. Aí nada conseguimos e reclamamos,
reclamando, sentimos a animosidade a estar em oração, animosidade de estar nos ambientes
em que a glória de Deus se manifesta...
Não tem como ver a glória de Deus se manifestar sem obedecer a sua voz.
Samuel descobriu isso logo que foi chamado, não deu vazão a nenhum imprevisto e
ainda ungiu Saul como rei de Israel, depois conferiu a queda de Saul, foi ungir a Davi,
verificou todo o sucesso de Davi e por fim acabou morrendo.
Ainda aparece depois numa invocação de uma necromante, que invoca a Samuel – já
morto – e então dá a sentença de Deus a Saul. O reino deixou de pertencer a Saul por causa
da desobediência do mesmo.
Quantos não estão sofrendo isso, irmãos?
Não há crescimento em seu chamado, sua vocação porque não são obedientes a Deus
no que Ele ordena.
Não há evolução na vida de intimidade com Deus porque Deus fala algo e a ordem
não é cumprida, não se segue à risca o que Ele ordenou e aí vem a reclamação, aí vem a
murmuração, quando não acontece de se afastar do grupo ao qual faz parte, e até da Igreja! E
isso é muito sério.
Pois Deus nunca dá uma ordem que nos seja prejudicial, sempre é para nosso bem,
sempre nos educará segundo o Seu coração e jamais isso pode causar dano, mas sim a
felicidade. Não podemos esperar que as coisas sejam conforme queremos, pois a vontade de
Deus não é como a nossa (Is. 55, 8).
O problema é que queremos comodidade com as coisas de Deus. Samuel não pensou
assim.
Samuel se desinstalou, seguiu as ordens de Deus sem pestanejar, foi além, transcendeu
e muitos hoje, fracassam exatamente porque não olham além, não transcendem em seu
chamado, não almejam o “algo a mais” que pode vir das mãos de Deus, e por isso, arrumam
culpados – quase sempre a Igreja, o grupo, etc. – e nunca voltam ao Senhor com o coração
dócil aos planos Dele.
É ou não verdade que muitos têm dito: “Não consigo ouvir a Deus.”?
E quando O escutam, fazem o que? Dizem: “Não sinto isso no meu coração...”
Mas não queria que Deus falasse?
Não queria escutar a vontade de Deus?
É claro que hoje em dia existem falsos profetas em tudo que é lugar, mas isso não quer
dizer que não existam profetas autênticos, que falam o que Deus manda sem mandar
recado...
Não queremos ser incomodados... Queremos que Deus se acomode nos nossos limites.
Nas nossas comodidades, pois afinal temos direito ao lazer, descanso... E é verdade. Mas não
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significa que não temos de dar um passo a mais a cada progresso que Deus nos permite! E
entre salvar almas e distração, a opção em Deus são as almas!, Ainda que isso nos doa na
alma, a verdade é essa! Por isso Jesus se aniquilou pelas almas, por nossa causa, porque nos
ama!
E esse amor pelas almas é transferido a nós depois de Pentecostes, irmãos!
Caiu o fogo em forma de línguas de fogo para afoguear nosso coração por amor às
almas!
Não é para sermos acumulados de funções ou dons, mas, cooperarmos com Jesus na
salvação das almas.
Isso foi o que aconteceu com Samuel.
Apaixonou-se pelo Senhor e pelo Seu projeto e por isso foi contra Saul em sua
desobediência, ainda que gostasse de Saul. Amava mais a vontade de Deus do que Saul.
E nós? E nós, irmãos?
Temos esse ardor pela vontade de Deus sem pestanejar? Atenciosos com a forma que
Deus quer fazer as coisas?
A nossa forma pode até ser correta, mas Deus tem a forma perfeita!
Seguir o que? O correto ou o perfeito?
Pessoalmente, eu prefiro o perfeito.
Vamos orar:
Pai santo, querido e amado... Queremos agradecer-Te pelo dom da vida e a
liberdade de escolha que nos deste, e por isso queremos hoje decidir em ouvir a sua voz.
Cura nossos ouvidos e coração de toda a surdez espiritual que nos faz não
ouvirmos a Tua voz, a Tua vontade.
Sara nosso coração de todo o medo de Ti, Senhor, que nos afasta de Teus
propósitos e por isso achamos que o que nos pedes é só para contrariar o que sonhamos
e nos esquecemos de deixar o Senhor sonhar em nós.
Vem de encontro aos meus cuidados excessivos com o que é passageiro sem
cuidar do que é eterno, minha alma.
Ajuda-me, Espírito Santo a ouvir a voz de Deus em meu chamado, em minha
vocação, sem entraves em meus ouvidos e na forma com que temos ouvido a vontade de
Deus em nossa vida.
Em nome de Jesus, Senhor, arranca-me do meu comodismo e coloca pessoas de
discernimento dos espíritos em meus caminhos para te ouvir melhor e melhor atender
Teu chamado a meu respeito.
Não me permita ser surdo e alheio à tua voz, Pai.
Acende em mim o amor pela Tua vontade, sem pestanejar ou praguejar, duvidar
ou mesmo ser indiferente quando percebo que não vem de encontro ao que EU
QUERO.
Que meu querer seja o Teu querer e meus sonhos sejam sonhados por Ti em
mim.
Amém.
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CAPÍTULO 4
Ano 740 antes de Cristo mais ou menos.
Um tal Isaías está vendo a imagem de um Trono, anjos, serafins e um coro de vozes
dizendo: “Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra inteira proclama a sua
glória!” (cf. Is. 6, 2-3)
Sente-se indigno, de lábios impuros, e um dos serafins voa na direção dele, trazendo
na mão uma tenaz com uma brasa acesa retirada do altar, toca os lábios de Isaías com esta
brasa acesa e diz que seus lábios estão purificados. (cf. Is. 6, 5-7)
Deus vem ao encontro de Isaías neste momento com uma pergunta: “Quem enviarei
eu? E quem irá por nós?”.
Aqui temos uma teofania, uma manifestação poderosa e sobrenatural de Deus a um ser
humano que se atreveu a confiar em Deus. Atreveu-se a responder ao chamado de Deus.
Como eu disse anteriormente: Deus nunca nos chama, nos encontra sem um propósito para
quem é chamado.
Uma coisa louca esse encontro!
Deus se revela a Isaías em Sua glória, no Trono, revela seus serafins, dá uma brasa que
queima no altar para purificar os lábios de Isaías. E se contemplarmos o Livro de Isaías
totalmente, perceberemos que as profecias são recheadas de sentimentos. E se Isaías fala em
nome de Deus, os sentimentos são divinos... Ou será que não?
A partir da teofania vem a consagração de Isaías. Ele responde a Deus para enviar ele
mesmo.
É uma resposta de fé, de ousadia, de esperança, pois ele iria falar em nome do Deus
todo-poderoso que queria dar a mensagem de esperança ao seu povo, que iria restaurar seu
povo, que não estava abandonando seu povo, que iria enviar seu ungido, seu Messias...
Que Deus é esse que nos envia mensageiros que falam em Seu nome?
Que Deus é esse que troca reinos?
O Deus de Isaías. Que estava assentado no trono, diante do altar onde havia brasas
incandescentes, serafins adorando-O.
Esse Deus é o Deus que quando nos encontra, nos dá a certeza da fé no coração do
chamado que Ele nos faz e, para mim, este é o maior milagre: Certeza do que Deus quer de
mim.
Esse é o Deus que coloca em nós uma confiança que nós mesmos não colocaríamos
em nós mesmos.
Logo depois desta consagração, Isaías vai para a missão de falar aos povos.
Encomendada por Deus, a missão tem tudo para dar errado, pois, não entende quem ouve
Isaías, não compreende a mensagem, coração endurecido, olhos cegados para a mensagem
divina... O importante para Isaías não era quem iria ouvir sua mensagem, mas a quem estava
agradando: Deus.
O mesmo Deus que havia se apresentado a Moisés na sarça era o Deus que enviava
Isaías, era o Deus que encontrava Adão com perguntas, que se preocupa com aqueles que
lhes são íntimos, é o Deus que prometeria um Messias através dos lábios desse mesmo
Isaías.
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Isaías foi apaixonado pelo Deus de Abraão, Isaac e Jacó. Aquele chamado era
irrevogável, não havia mais volta para Isaías, ter contemplado o céu e a santidade de Deus o
levaram a amar esse Deus de forma incondicional, sem limites, e por isso começa a sua
missão, e, segundo Deus, até a catástrofe de desmoronamento de cidades despovoadas,
campos desolados até sobrar a semente santa da esperança divina...
Caríssimo (a), você que lê estas linhas agora, consegue se imaginar na pele de Isaías?
Consegue perceber o tamanho da responsabilidade que esse homem estava
assumindo?
Independente do que sejamos chamados por Deus, sempre haverá a responsabilidade
de representar, falar em nome Dele, sempre haverá a grande responsabilidade de ser um
embaixador da presença de Deus em meio ao seu povo, a quem Ele nos envia.
O amor de Isaías ainda o conduz pela sua vida toda lutando contra as heresias da
época, contra as injustiças sociais, até ele chegar ao topo de sua missão, chegando ao
martírio por defender a causa de Deus sendo serrado ao meio como conta a tradição judaica.
Amado (a), Deus nos chama a esse amor missionário como o de Isaías!
Deus nos quer amantes do amo Deus que é amante da criatura amada!
Deus nos quer em chamas ardentes de amor pelo povo que Ele escolheu para ouvir-
nos, ainda que de forma silenciosa, com nosso testemunho de vida, sendo uma profecia viva
desse amor transformador, exigente na liberdade que damos a ele.
Deus está se manifestando agora em nossa vida como fez com Isaías. Manifestando a
Sua glória, sentado no trono como Rei, permite que um serafim que O adora leve uma brasa
do altar de Deus para purificar os lábios do seu escolhido...
Imagine como é esse altar! Imagine o que é celebrado ali!
Como seria essa brasa? Foi retirada desse altar!
Que beleza teria este serafim? Incomensurável... Seis asas... E nem o próprio serafim
se atreve a pegar a brasa com as mãos limpas! Com uma tenaz pega esta brasa e leva até
Isaías para tocar nos lábios dele... Meu Deus!!!
Irmãos, isso é fantástico!
Que calor havia naquela brasa?
Que sensação experimentou Isaías tendo seus lábios purificados pelo próprio Deus?
Que tipo de adoração Isaías pôde contemplar?
Irmãos (as), são pérolas que nunca são descobertas para que eu e você descubramos
como fez Isaías!!!!
Ousadia em se consagrar a Deus de forma total, 100%, sem medidas, sem reservas, e
aí, claro, dentro de suas possibilidades e dentro de seu chamado e vocação!
A de Isaías era falar em nome de Deus. E a sua?
A minha é a mesma: Falar em nome de Deus. E a sua?
Irmãos, nos incomodemos com este chamado de Isaías. Se você ainda não descobriu o
seu, convido-te a orar comigo nessa hora:
Pai santo, querido e amado, te louvamos e bendizemos pela santidade de Teu
nome e pela Tua presença em nosso meio.
Queremos nessa hora estarmos naquele mesmo lugar que Isaías pôde contemplar
Sua glória e sentir o chamado de Tua santidade a meu respeito. Quero meus lábios
purificados pela brasa de Teu altar e aprender com este serafim a Te adorar, Senhor.
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Permita-me ouvir esse coro celestial a cantar Teus louvores, quero experimentar
esta epifania e alimentar minhas forças para consagrar-me por inteiro ao Teu
chamado.
Quero dizer meu sim como Isaías, reconhecendo minha pequenez e meu pecado
que está sempre à minha frente, contando com o encontro esplêndido com Tua
misericórdia infinita, que me leva a amar mais e mais este chamado que me fazes, a
zelar pelo que me conduzes, Pai.
Em nome de Teu Filho Jesus, na força do Teu Espírito Santo, que a brasa
ardente que tocou os lábios de Isaías, agora toque meu coração, minha alma, levando-
me a flutuar na Tua majestosa presença... Quero mergulhar no mistério desta
purificação santificadora pela qual passou Isaías, ser também purificado, me consagrar
à missão que me confias, ainda que seja eu conduzido ao martírio, ainda que seja
serrado ao meio, ainda que meu coração seja apedrejado, ainda que minha vida seja
criticada e condenada pelos homens, seja eu, Senhor, sinal de Tua glória aos povos, às
gentes...
Afina na harmonia celestial minhas palavras e atitudes daqui para frente, senhor,
em nome de Jesus na força do Espírito Santo. Amém.
CAPÍTULO 5
Irmãos, que Deus é esse?
Veja o que aconteceu com um homem chamado João Batista: Deus veio ao encontro
dele ainda sendo gestado.
E o detalhe é que Deus também estava sendo gestado no ventre da Santíssima Virgem
Maria.
E João Batista foi um privilegiado com mais de um encontro fortíssimo com Deus.
Deus o encontrou ainda sendo gestado no ventre de Isabel. Jesus acabara de ser
fecundado pelo Espírito Santo no ventre da Virgem Maria e quando esta última visitou
Isabel, eis que somente a saudação chegou aos ouvidos desta mãe e a criança sentiu a força
do Espírito Santo que ali havia feito o maior milagre da história da salvação: Gestou no
ventre da Santíssima Virgem o salvador do mundo!
Não precisou olhar com os olhos da carne, mas com os olhos do coração o que estava
acontecendo. Aquelas duas mulheres receberam milagres que jamais seriam esquecidos.
Uma gera o precursor, a outra gera a Salvação. Uma gera a voz que clama no deserto, a outra
gerou a Palavra que esta voz gritava!
Que Deus estupendo!
Encontrou seu escolhido, que aplainaria os caminhos do Senhor ainda no ventre de sua
mãe, para mostrar como foi com Jeremias, quando Deus o chamou ao ministério.
Algo de intrigante neste encontro entre o Batista e Jesus: Depois de 30 anos somente
eles se encontram de novo.
Agora num contexto diferente.
João já era bem conhecido. Jesus não.
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João já havia adiantado sobre Jesus. Mas Jesus – no anonimato – encontra-se
novamente com João, que outrora, encontrara-o no ventre de sua mãe, encontra sua voz para
unir a ela a Palavra, o Verbo que se fez carne.
João batizava, mergulhava o povo de Israel no arrependimento, e Jesus veio santificar
esse arrependimento tornando-o a primeira condição para voltar-se a Deus. Jesus nem tinha
esse problema!
Mas fez questão de passar para abrir as portas da bênção do arrependimento para que
eu e você seguíssemos Seu caminho.
E João pôde conferir o sinal celestial da pombinha descendo sobre Jesus, João viu a
glória de Deus no seu segundo encontro com Jesus! Irmãos, quando nos encontramos com
Deus, crendo piamente que ele é o que batiza com o Espírito Santo e com o fogo, assim
como João Batista, nós também vemos a glória de Deus, não em pombas, não em céus
abertos, mas vemos essa glória em nosso coração! Não vemos línguas de fogo sobre nossas
cabeças, mas experimentamos essas línguas de fogo em nossa alma! Em nossos corações!
João teve a promessa de ser cheio do Espírito Santo – e foi! – ainda no ventre de sua
mãe quando Nossa senhora visitou Isabel. A criança estremeceu com a efusão que havia
acontecido! Ficou sua mãe cheia do Espírito Santo e como João estava sendo gestado, ficou
cheio também, desfrutou da graça!
Irmãos, todo e qualquer encontro com Jesus nos traz uma experiência nova, mas a
mais significativa é aquela que experimentamos por primeiro e a de João Batista foi essa...
Ficou marcado... Por isso, quando Jesus veio se batizar nas águas do Jordão, João sabia
quem Jesus era e que esse segundo encontro marcava uma nova etapa de sua missão, da
escolha que Deus havia feito. A partir dali ele – João – iria diminuir e Cristo crescer... Que
humildade e consciência! Que Deus é esse, gente, que dá esse tipo de virtude a um filho
Dele?
O encontro de João Batista com Deus precisa ser o modelo do nosso encontro com
Jesus.
João Batista foi ameaçado a se calar, mas seu encontro com aquele Deus tinha sido tão
profundo, tão intenso que não havia como deixar de ser o que Deus o tornou: Profeta!
Herodes não conseguiu calá-lo.
Herodíades não conseguiu intimidá-lo.
Os soldados não conseguiram silenciá-lo.
A cabeça dele na bandeja trazia naquele recinto o grande sinal de que um encontro
verdadeiro com Deus, ainda no ventre e renovado anos depois, jamais se apaga ou esfria,
mas alimenta a vontade de ser mais divino na nossa humanidade, mais santo em nosso
caminhar e mais esforçado em nossos limites!
Com certeza, a força que conduzia João Batista naquele momento era a força do
Espírito Santo que o fazia profetizar sem medo. Denunciar o adultério de Herodes e
Herodíades foi apenas o pretexto que Deus se usou para dar livre curso na salvação que Jesus
faria. Cumpriu-se o que João dissera ao batizar Jesus nas águas do Jordão: “Importa que Ele
cresça e eu diminua” (cf. Jo 3, 30).
João profetizou, pois sabia que seu encontro no ventre havia sido um encontro que na
sua repetição, trinta anos depois ditaria o restante de sua missão... Todo encontro com Deus
gera em nós uma missão!
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O encontro de João Batista e Jesus nos dá esta certeza divina no coração!
Quantas vezes nós não nos encontramos com Jesus e queremos ficar “bebendo” da
graça sem sair do lugar, sem se movimentar e movimentar a graça de Deus recebida neste
encontro? Ficamos colocando empecilhos para não nos mexermos, pois geralmente a missão
confiada por Deus vai de encontro com algo que não desejamos fazer, ou que nos parece ser
difícil demais para nós, grande demais para que se realize através de nós e Deus é quem faz!
Não devemos ter medo do que vem pela frente, mas ter medo de dizer não ao projeto de
Deus através de nós que ninguém vai realizar a não ser nós mesmos!
Amados, que nosso encontro com Deus gere a coragem que foi gerada em João de
assumir o projeto de Deus sem medidas, sem medos, sem reservas.
Oremos irmãos e façamos um exercício nesse momento:
Retire-se para um lugar silencioso, onde você tenha privacidade, onde ninguém te
incomode ou interrompa.
Pai Santo, querido e amado, nessa hora, colocamo-nos na Tua presença querendo
te ouvir.
Assim como João Batista se retirou para o deserto a fim de ouvir as tuas
instruções a respeito da missão a ele confiada, assim também, eu, Senhor, quero, nesse
momento, ouvir Tua voz em nome de Jesus na força do Espírito Santo.
Curai os meus medos e traumas que me impediram até agora de assumir que Tu
me encontraste e me chamaste a executar Teu plano de amor em favor das almas...
Sara o meu coração de todo respeito humano que me priva da ousadia...
Vem e derrama esse Espírito Santo derramado no ventre de Isabel no primeiro
encontro de João Batista contigo Jesus, e me faça estremecer dos pés à cabeça na Tua
graça, para te ouvir e me dispor de tudo o que tenho de excesso e tudo o que sou que
ainda precisa ser moldado.
Quero a ousadia e a coragem de João Batista. Quero levar o Batismo no Espírito
Santo onde eu pisar, incomodar os que estão no erro com minha retidão de vida.
Curai em mim os temores e libertai-me das amarras do ódio contra pessoas que
não quiseram me ouvir, liberta-me do rancor, do comodismo que não me deixa sair do
lugar, da paralisia do “costume” de ver Tua ação sem me dar conta de que eu preciso
me mexer na Tua direção como fez João Batista...
Amém.
CAPÍTULO 6
Um dos encontros mais profundos e cheios de detalhes que pouco damos importância
é este: Encontro do Arcanjo Gabriel com Maria.
Todas as vezes que venho para a passagem de Lucas 1, na anunciação, percebo o
grande carinho de Deus para com seu povo e como Deus se importa com detalhes em nossa
vida que, muitas vezes, achamos que é algo tão comum, algo que já ouvimos tantas vezes
que perdeu-se o sentido desse belo encontro do divino com o humano.
Bem, com Nossa Senhora aconteceu algo extraordinário ao extremo!
Deus encontrou Maria com o maior evento extraordinário que se possa imaginar.
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Difícil para nós, hoje com tanta tecnologia penetrar esse mistério, mas naquele tempo,
era mais difícil ainda!
Naquele tempo havia ameaças de apedrejamento como já sabemos... Havia pessoas
que esperavam deste casamento entre Nossa Senhora e José. O povo judeu inteiro esperava o
Messias, mas não de Maria e José.
E quando o anjo penetrou naquele quarto de Maria, o coração dela temeu, e o anjo, no
anúncio já a tranquilizou, dizendo para não temer e começou a anunciar tudo o que
aconteceria a Maria.
Assim que terminou o anúncio, Gabriel esperou a resposta.
Quando veio a resposta afirmativa de Nossa Senhora, deixou-a. E assim conosco,
irmãos!
Quando o Senhor nos encontra nos anuncia o que teremos pela frente, não deixa-nos
desinformados do que teremos Dele, somos preparados por Deus para tudo o que Ele tem
para nós!
Já pensou se Maria fosse como nós?
“Não estou preparado, preciso de um tempo para que isso caia no meu coração e eu
também sinta...”
Se Maria fosse esperar sentir, estaríamos numa bela enrascada! Não teríamos Jesus!
Maria não precisou se preparar, pois Deus a preparou!
O encontro com Deus nos prepara irmãos, ficamos na expectativa pelo que vem pela
frente, somos moldados a uma docilidade tal que não compreendemos, assim como Maria
Santíssima, mas nos dispomos para Deus e é isso que Ele espera quando nos encontra.
Maria é o grande modelo de uma alma encontrada por Deus, escolhida... Pois se
deixou guiar em todos os seus passos.
Sua primeira atitude é ir até o milagre da gestação de João Batista no ventre de sua
prima Isabel, idosa, estéril, um verdadeiro milagre, pois não havia recursos de fertilização in
vitro na época, não havia bebês de proveta, nada disso. Havia no coração de Maria o desejo
de estar a serviço deste milagre que Deus proporcionou à sua prima.
Serviu de empregada doméstica, deve ter trocado muita fralda de pano, pois não havia
fralda descartável na época. Temos muitos confortos que essas pessoas não tiveram na época
que Deus as encontrou, mas elas tinham algo que muitas vezes nos falta: Fé.
Fé para acolhermos a proposta que Deus nos faz como aconteceu com Maria, como
aconteceu com João Batista, Moisés, Isaías e muitos outros personagens da Bíblia.
O encontro nosso com Deus, sem fé, é um encontro com qualquer outra pessoa que
nada teria a oferecer para nós. Não tem como se encontrar com Deus sem dispor-se, pela fé,
a estar nos caminhos de Deus, assumir a missão sem saber o que virá, tendo a certeza de que
Deus está na frente das coisas!
Como Maria, devemos nos encontrar com Deus e responder de forma satisfatória os
anseios de Deus para nós!
Imagine se Maria dissesse não! Seria uma infelicidade para nós, mesmo sabendo que
se Deus quisesse ele mesmo faria as coisas acontecerem...
Mas Deus quis encontrar-nos para contar conosco! Que dignidade! Que graça!
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Deus quis contar com a humanidade e a maior prova disso é o encontro Dele com
Maria!
Contou com o ventre santo e imaculado de Maria...
Contou com a disponibilidade de Maria...
Contou com a docilidade de Maria...
E quer contar com a nossa disponibilidade, sendo dóceis e santos para sermos gestados
no ventre de Maria, da mesma forma que o Verbo encarnado, e vir à vida de forma santa, que
agrade a Deus...
Coisa linda essa...
Deus quer enxergar as mesmas qualidades de Maria em nós para ter um encontro
conosco com a mesma intensidade que foi este magnífico encontro divino com Maria!
A humanidade de Maria reflete a nossa humanidade nesse encontro!
Ou pelo menos deveria. Já que esperamos um encontro sobrenatural com Deus nas
mesmas proporções que foram as teofanias na Bíblia, mas nem sempre é assim. Essa teofania
acontece no coração, interiormente, intimamente... Por isso é necessário ser íntimo de Deus
como Maria foi, dócil a Deus como Maria foi, disponível a Deus como Maria foi, obediente
a Deus como Maria foi.
Deus espera de nós tudo isso, caríssimos, mas ainda espera as atitudes “pós-encontro”
com Deus.
Espera a disponibilidade, agora para servir os necessitados de dois braços para
trocarem fraldas de compreensão, para auxiliarem nos serviços domésticos de ausências
paterna e materna. Deus espera a coragem de atravessarem vales e montanhas escuras numa
caminhada que vai durar a vida toda, auxiliando, ajudando, ouvindo, saudando, levando a
graça do Espírito Santo como fez Maria na visitação a Isabel.
Deus espera sempre o que temos de melhor para ofertar como fez Maria... Deus
sempre espera de nós atitudes como a de Maria que se deu por completa, não fez questão de
direito nenhum, livremente escolheu pela vontade de Deus, que é a expectativa de Deus
quando nos encontra.
O encontro de Deus com Maria nos revela o segredo do anseio de Deus a nosso
respeito: Deus espera nossa resposta afirmativa sem pensar em consequências, sem nosso
pensamento egoístico de somente olhar para direitos, sonhos particulares...
Deus respeita nossos sonhos e não é necessário abrir mão deles ou requerer direitos
diante de Deus, pois Ele nos honra! Honra nossas escolhas na direção Dele! Se nos
posicionamos com Ele, Ele se posiciona conosco!
Assim Deus fez com Maria Santíssima.
Não permitiu que ela fosse apedrejada, envergonhada pela proposta aceita por Maria
diante do Arcanjo Gabriel.
Não permitiu que Seu Filho nascesse ao relento.
Não permitiu que Maria fosse envergonhada em nenhum momento, somente preveniu
Maria e José que uma espada de dor transpassaria sua alma, e assim aconteceu, mas preparou
Maria para isso! Deus nos honra quando optamos por Sua vontade.
Precisamos ter um encontro verdadeiro como o de Maria com Deus!
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Sincero, que transforma as vidas, nos faz ter opções por Deus sem reservas, sem
nenhuma restrição, pois Deus sabe até onde podemos ir, conhece nossos limites... Sabe de
nossas condições... Caramba, Deus conhece tudo!
Por isso, quando nos chama, sabe as ferramentas necessárias para bem
desempenharmos nosso chamado!
Deus é tão amoroso conosco e tão cuidadoso, que também enviou a José o anjo, para
que nada desse errado na trilha de Nossa Senhora!
E Maria teve outros encontros que nos ensinam muito a respeito do nosso encontro
com Deus.
Por exemplo, quando se encontrou com Jesus no Templo em Jerusalém quando perdeu
de vista o menino-Jesus.
A única aflição de Maria na Bíblia foi ter perdido Jesus de vista no meio da multidão.
Quantos de nós não temos sofrido por este mesmo motivo? Perdemos Jesus de vista e
nossas decisões começam a tomar rumos opostos do que esperávamos, nossos passos
começam a fraquejar na caminhada rumo ao céu e então percebemos – graças a Deus! – que
perdemos Jesus de vista e então, é hora de voltar. É hora de tomar o rumo de Jerusalém de
novo, onde perdemos o olhar de Jesus, onde pensávamos que estávamos seguros com a
família, com os amigos, enfim, Jesus acabou ficando e nós nem percebemos...
Maria passou por isso irmãos! E a Bíblia não esconde isso! Para eu e você
percebermos a grandeza do amor de Deus quando Ele nos encontra!
Não tenhamos medo de voltarmos pelo mesmo caminho para consertarmos as coisas,
até Maria fez isso, irmãos! E levou São José ainda! Mostrando-nos que nosso exemplo
arrasta, não afasta. Maria nos ensina a cada vez que se encontra com Jesus na Bíblia! Quando
se encontra com Jesus nas Bodas de Caná em João 2, Maria tem um encontro fantástico com
Deus!
Mostrando que quando Deus nos encontra vai de encontro às nossas necessidades, não
nos deixando ser envergonhados, testemunhando Seu divino poder quando nos encontra...
Irmãos, vejam que beleza!
Maria estava na festa antes de Jesus, sabia dos detalhes da festa, Jesus chega com os
discípulos – os primeiros – fica de canto, e Maria, percebendo que aquele casamento seria
um fiasco, pois em pleno o quarto dia, numa festa que duraria sete dias, seria o mico da vida
daquele casal. Porém, estava lá a Mulher detalhista, que confiou até o último momento, que
sabia em quem confiar, sabia quem poderia fazer algo para que a vergonha não pairasse
sobre a cabeça dos noivos, sabia quem estava ali e poderia fazer a alegria tomar o lugar da
preocupação. Esse “alguém” é Jesus.
E então, olhar de Mãe e Filho se encontram, ela segue até esse Jesus, afirma que eles
não têm mais vinho.
Veja bem, Maria afirma, não pede nada.
O lindo é isso: Nada precisa pedir, pois quando Deus nos encontra, não precisamos
pedir, Ele nos dá o necessário!
Quando Deus vem ao nosso encontro, irmãos, Ele já vem com muita coisa pronta para
eu e você nos surpreendermos e aí está o lindo desse encontro de Jesus com Maria: Ela
simplesmente confia em Jesus e vira as costas diante da resposta de Jesus, que, a princípio
parece ser malcriada, mas não. Não havia chegado o tempo de realizar milagres.
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Mesmo assim Jesus realizou com a ajuda dos servos.
Assim é conosco! Muitas vezes nem chegou o nosso tempo, mas Jesus, sempre
misericordioso, não resiste à sua Mãe, àquele olhar que Ele bem conhecia como quem diz:
“Confio em você.”.
Quando vamos ao encontro de Jesus, num grupo de oração, nem percebemos, mas
Maria está também com o olhar voltado para Jesus por nós. Portanto, esse encontro de Maria
com Jesus se perpetua até hoje para nós!
Deus não tem limites, irmãos quando quer nos encontrar!
Deus não tem reservas... Exagera... Nos dá talhas cheias de vinho que, antes, era água
de mesmice, de tédio, de uma vida amargurada, cheia de pecados e vícios... Nos encontra
como encontrou Maria: Confiante!
Maria é o grande exemplo de confiança que devemos seguir para encontrarmos esse
Deus!
Oremos, amados (as):
Pai santo, querido e amado, te louvamos e bendizemos pelo Teu grande amor que
nos envolve e nos faz seguros que não estamos sozinhos.
Queremos estar na Tua direção sempre, Pai, pois Tu não fazes acepção de
ninguém, nos aceitas como somos, nos acolhe e quer nos encontrar como fizeste com
Maria.
Acende em nosso coração esta confiança de Maria Santíssima, Pai, em nome de
Jesus, na força do Teu Espírito Santo, acende a segurança que ainda não temos em Ti.
Ensina-nos a estarmos em Tua presença sem reservas, a responder afirmativamente
seu chamado, cheio de expectativas a nosso respeito. Cura-nos deste medo que temos
em dar uma resposta e depois nos arrependermos, esse sentimento de receio, de medo,
de pânico, de desconfiança de Ti, Senhor.
Liberta nossa alma para responder ao Teu chamado com confiança, com
segurança, com fé.
Não nos permita tirar o olhar de Teu Filho Jesus, e, se o fizermos, leva-nos
rapidamente a olhar novamente na direção correta, na direção do céu, Pai, vencendo a
aflição de perder nosso olhar de Ti, de Tuas pegadas, curando nossos passos e decisões
tomadas de forma egoísta, sem pensar na Tua vontade a meu respeito.
Derrama Teu Espírito Santo sobre mim, assim como fizeste com Maria,
envolvendo-nos com esta força do alto, gerando Jesus vivo dentro de nós, nos ensinando
a amar e não perder Jesus der vista... Dá-nos desta graça, Pai, de sermos cheios,
transbordantes do Teu Espírito Santo, assim como Maria transbordou para Isabel e
João Batista, assim como transbordou de confiança nas Bodas de Caná...
Transbordemos nós, Senhor, em nome de Jesus, esse Espírito Santo por onde
passarmos e nos proporcione este encontro de confiança como foi o de Maria
Santíssima, amém.
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CAPÍTULO 7
Eu fico impressionado com quantas pessoas eu vejo e encontro hoje em dia, por onde
eu vou pregar o quanto as pessoas têm sofrido com a tal da depressão.
Neste capítulo eu quero trazer a Boa Nova para estes que sofrem disso.
Deus é maravilhoso! Fantástico!
Pois acabara de ser fecundado no ventre de Maria Santíssima, e a mesma, vem ao
encontro de Isabel, sua prima, já idosa, triste pela condição de esterilidade que fora
sucumbida durante sua vida.
Provavelmente era uma mulher de expressão triste, de olhar distante, sem brilho, pois
não havia realizado seu sonho de ser mãe, já que o povo judeu considera os filhos, bênçãos
de Deus para o casal.
Seu marido era Zacarias, sacerdote do Templo. Provavelmente trazia consigo um olhar
tristonho também, o sonho frustrado de não ter um filho, talvez um relacionamento muito
desgastado com sua esposa, mas mantinha-se fiel à sua condição de sacerdote. E numa das
vezes que estava servindo no templo, eis que surge um anjo e anuncia que ele seria pai. Claro
que ele ficou sem acreditar. Como disse no capítulo anterior, o povo de Israel era meio cético
com essas coisas.
Então Deus vem ao encontro – mais uma vez – de seus filhos!
Isabel engravida. “Aquela que era tida por estéril...” vai dizer o anjo a Maria. (cf. Lc 1,
36)
O encontro de Deus com Isabel foi no anonimato, sem ela perceber, pois Zacarias não
poderia dizer, já que estava mudo. Isabel provavelmente deu pulos de alegria ao saber que
estaria grávida de João Batista, mas com certeza não sabia que o anjo havia visitado Zacarias
e a ele dado a notícia.
Toda a depressão desta mulher, toda a tristeza dela por não ter um filho foi vencida
pela alegria de Deus, o Deus da vida! Deus que gera a vida! Gerou uma vida naquele ventre
estéril, infrutífero, vencendo a frustração de Isabel como mulher em não poder dar um filho a
seu marido... Que Deus é esse que não se faz de rogado e vai até seus filhos e dá a vida onde
ninguém enxerga a vida. Deposita a vida onde a morte do desânimo já desencadeou uma
epidemia de gente fracassada e desistente de seus sonhos!
Deus não permitiu que isso acontecesse com Isabel. Encontrou-a e deu a ela a razão de
sorrir novamente, de se realizar como mulher e esposa... Deus havia feito um milagre na vida
de Isabel e Zacarias porque quis operar Sua majestosa misericórdia e arrancar o olhar triste
daquele casal, dando-lhes a alegria da presença divina através daquele menino que seria
gestado naquele ventre outrora infértil.
Que maravilha!
Deus quando vem ao nosso encontro já vem com as mãos repletas, na medida certa,
com milagres necessitados por nós!
Já vem com tudo o que necessitamos para iniciar uma jornada divina com Ele.
Deus não nos quer de olhar cabisbaixo, com sensação de fracasso, impotência, não!
Deus nos quer felizes, fomos criados para isso!
Não fomos criados para a esterilidade, mas para a fertilidade!
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Ele provou isso a Isabel e Zacarias, Prova agora a nós que lemos estas linhas. Éramos
– muitas vezes – infelizes antes de encontrar o Senhor, infecundos em nossa alegria, sempre
frustrados pelos sonhos desfeitos por motivos de força maior, estávamos à beira do caminho
da felicidade e Deus veio ao nosso encontro e nos colocou no caminho da verdadeira
felicidade...
Deus fecundou nosso coração com vida e vida em abundância! Não nos quer abatidos,
olhar cabisbaixo, depressivos.
Levante a cabeça, meu irmão (ã), pois Deus sempre tem algo debaixo das mangas de
Sua misericórdia reservado para nós em forma de milagre. Permite-nos as situações que são
consequências de nossas escolhas, mas sempre está disposto a nos dar o necessário para
superar tais situações.
Precisamos acreditar nisso!
Precisamos acreditar nesse encontro único de Deus conosco que se renova a cada
momento em que nos colocamos em sua presença. Precisamos acreditar que nos visita o
Senhor a cada momento de docilidade!
Isabel acreditou nisso... Ela descobriu que, apesar dela ser limitada, de estar frustrada
com sua condição estéril, Deus não olhou o que ela tinha de pior, mas preferiu investir no
que Isabel tinha de melhor: Sua fé.
Apesar de tudo, ela tinha fé. Pois, se ela não acreditasse, ela mesma não diria a Maria
Santíssima que estava acolhendo a mãe do Seu Senhor! Não teria pronunciado aquele grito
que se tornou parte da Ave Maria que tanto oramos!
Isabel acreditou! Ela exaltou o que Maria havia acreditado, mas acreditou no que
estava acontecendo com ela. Ela percebeu a criança estremecendo no ventre dela!
Que fantástico! Deus provocou a fé de Isabel fazendo estremecer a criança no ventre
dela através da presença Dele em Jesus no ventre ainda da Santíssima Virgem.
Aí aconteceu a cura daquele coração deprimido, triste, cheio de desânimos, frustrado
pela condição de esterilidade que ela estava presa... Deus a libertou! Deus a fez livre de
frustrações, fracassos, tristezas, depressão, abatimento...
E é isso que quer fazer conosco! Quer fazer com você talvez, nesta condição de
abatimento que você se encontra, dando lustro nos problemas, enxergando-os enormes além
do que eles realmente são! Existe um Deus maior! Existe um Deus que está além desta
tristeza, desta depressão, deste abatimento... Existe um Deus que nos quer livres!
Existe um Deus que nos faz lutar com tudo o que temos e somos! Existe um Deus
capaz de nos levantar, de nos fazer vitoriosos pela virtude de Cristo! Existe um Deus além de
nossos problemas, que não enxerga-os, prefere enxergar somente a força que nos faz livres
deles! Prefere enxergar o lado positivo, nossas virtudes, nossa capacidade de crescimento na
graça Dele!
Por isso, quando Ele vem ao nosso encontro, já vem com Suas mãos cheias de graças,
milagres para depositar em nossos corações, engrandecer nossa alma, fazer-nos vitoriosos
pela presença Dele.
Ele sabe do que precisamos, sabe como pedimos, sabe de nossas deficiências, sabe de
nossos limites, sabe de tudo isso e mais além, mas não enxerga o negativo, mas o que temos
de positivo.
Deus não nos olha com olhar negativo, pois é Pai!
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Jesus não mexe conosco para nos diminuir, mas para nos reerguer de nosso
abatimento!
O Espírito Santo não nos impulsiona para sairmos do lugar somente, mas para sermos
testemunhas da grandeza desse Deus!
Maria não nos leva a presença do Espírito Santo somente para ser um momento
histórico na nossa conversão, mas para revelar a grandeza de Deus, a manifestação poderosa
Dele em nossas vidas!
Que Deus é esse? É o Deus que dá a vida onde só existe morte!
É o Deus que mostra caminhos quando tudo parece perdido!
É o Deus que opera milagres quando achamos que uma situação está perdida!
O encontro de Deus com Isabel tem de ser o nosso encontro com Ele também! Nas
mesmas proporções e mesma intensidade...
Oremos, amados (as):
Pai santo, querido e amado, adoramos o Teu majestoso e poderoso nome e
desejamos neste momento entregar nossas tristezas, decepções amorosas, frustrações
com a vida e situações que mesma nos impôs.
Perdão Senhor por não acreditar que Tu és um Deus poderoso, capaz de operar
impossíveis em nossas vidas e em qualquer situação. Quero acreditar e ter a fé de
Isabel, acolher Tua presença num simples cumprimento, ainda que me venha de
alguém que não conheça, eu quero ter o Espírito Santo a me fazer gritar de alegria e
unção, assim como fez Isabel.
Curai, Pai, em nome de Jesus na força do Espírito Santo meu olhar triste, sem
brilho e esse sentimento de tristeza que paira em meu coração me tornando uma pessoa
de cara amarrada, irada, explosiva, impaciente, depressiva, solitária... Me leve senhor
nas asas de Tua misericórdia e encontra-me na situação em que me encontro, pois creio
agora que Tu não enxergas o meu pior, mas o melhor que tenho a oferecer. Adoramos-
te pela confiança que colocas em nós, sabendo de nossa imperfeição, prefere nos dar em
forma de milagre o que necessitamos, e assim, alimentar nossa fé.
Gesta Senhor a vontade de te encontrar, mesmo que achemos impossível tal
encontro! Cura Nosso coração de toda a descrença, de toda a amargura pelo fracasso
que tivemos no passado. Sarai nosso coração de todo o sentimento de impotência e
frustração por não termos preenchido as expectativas das pessoas que estão ao nosso
redor e leva-nos a perdoar as Tuas demoras, mesmo quando parece-nos que Tu não nos
escutas... Misericórdia de nossas limitações, Pai.
Liberta nossa alma do medo das coisas não darem certo quando nos deparamos
com o impossível que se levanta em nossa vida! Pois Tu és um Deus imenso, sem rival,
que tudo pode na abertura de nosso coração.
Bendito seja Pai, por estes milagres que derramas sobre nós, independente do que
trazemos conosco... Bendito seja pelos milagres que estão sendo derramados agora em
meu coração... Bendito seja pela graça de ser visitado por Vós através dos irmãos...
Amém.
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CAPÍTULO 8
Um dos encontros mais significativos de Deus com o homem se dá quando no nosso
cotidiano, fazendo coisas tão simples, que acontecem no simples do dia-a-dia...
E é preciso encontrar-se com Deus nesse cotidiano.
Deus precisa tomar as rédeas de nossa vida em todos os sentidos.
Foi o que aconteceu naquele dia ensolarado, quente em que Jesus deixa a Judéia e
parte para a Galiléia e em pleno meio dia, passa pela Samaria, numa aldeia chamada Sicar.
Havia ali um poço, onde Jesus, cansado, senta-se enquanto seus discípulos foram comprar
mantimentos.
Nesse meio tempo vem uma mulher tirar água naquele poço. Era uma samaritana.
Os judeus rejeitavam os samaritanos devido a questões religiosas do passado e, por
isso, a samaritana estranhou um judeu falar com ela.
Jesus é Deus conosco!
Não foi por acaso que Ele parou naquele poço. Não foi por acaso que puxou conversa
com aquela samaritana. Não foi por acaso que esse diálogo se deu!
Nada é por acaso em Jesus!
Inicia-se aqui um belo encontro de Deus com o ser humano na sua pior forma:
Afundado em pecado.
Aquela mulher acha estranho um judeu puxar assunto com ela e pedir água, vendo que
ela acabara de chegar e não tinha nem sequer puxado água do poço. Mas dá ouvidos àquele
judeu. Questiona-O sobre como poderia Ele, sendo judeu, falar com ela que era samaritana, e
o evangelista ainda frisa que os judeus não queriam nada com os samaritanos.
Jesus é um Deus que quebras paradigmas! É um Deus que não liga para preconceitos,
é um Deus que não quer saber de rejeitar ninguém por causa de brigas passadas e falsos
conceitos religiosos! É um Deus que quer salvar e buscar o que estava perdido! Aquela
samaritana estava perdida, afundada em paradigmas, em preconceitos, em religiosidades
fundamentadas em fatos passados que ela nem sequer sabia quem havia determinado!
E Jesus não enxerga isso, mas enxerga a alma daquela pobre pecadora que tinha sede
de amor! Tinha sede de Deus! Tinha sede ser enxergada como filha de deus! Tinha sede de
amor divino!
Jesus preferiu enxergar nela uma possibilidade positiva de resposta como havia feito
com Pedro. Preferiu enxergar nela uma possibilidade de salvação!
Por isso Jesus dá a ela uma novidade: “Se conhecesses o dom de Deus...”.
Ele mesmo era esse dom de Deus!!!!
Que Deus é esse que se revela aos mais infelizes pecadores sem perspectiva de vida?
Que Deus é esse que não tem reservas preconceituosas, mas tem acolhida a todos,
inclusive os que estão em pecado mortal e não sabem que à frente está um Deus conosco,
que para diante de nós, na nossa história, para dar uma “guinada”, fazer um desvio violento
de conduta na direção de Deus!
Mesmo aquela mulher entendendo de forma humana o que Jesus dizia, Jesus fez
questão de gastar tempo com ela, que pensou que Jesus era “doido”. Nem sequer balde Ele
trazia! Como pode se colocar acima de Jacó, que havia deixado aquele poço para toda a
aldeia? Que disparate!
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Jesus diz que a água que ela estava pegando naquele poço deixaria que ela e todos os
que a bebessem teriam sede novamente, mas a água que Ele trazia como Dom de Deus, se
tornaria fonte que jorraria para a vida eterna. Mais do que depressa ela pediu daquela água,
não para se tornar fonte, mas para saciar sua sede... Aquela mulher apenas pensava nela
ainda, pois não queria se esforçar para tirar água daquele poço novamente... Um interesse até
que justo, já que ela tinha de viver às escondidas, pois se ela era uma mulher adultera como
dirá Jesus mais à frente, então suas ações eram feitas na escuridão e no esconderijo da noite,
onde aquele que não era marido dela não fosse pêgo de surpresa pela esposa verdadeira!
Então, acorda tarde e meio-dia vai buscar água... Jesus já enxergava aquela mulher!
Já enxergava a situação dela! Já sabia que precisaria salvar mais uma alma naquele
momento...
O detalhe é que Jesus atiçou a curiosidade dela e conseguiu envolve-la, e então, ela já
está interessada naquela conversa. Pede dessa água! Jesus aí dá o “xeque-mate”:
“Vai, chama o teu marido e volta aqui.” (conf. Jo 4, 16)
Jesus havia chegado no ponto chave daquela mulher, onde a ferida estava aberta e
doía.
A mulher confessa não ter marido e Jesus, manifestando a Palavra de Ciência revela a
verdade daquela pobre samaritana, ferida, usada e abusada em todos os seus sentimentos,
sem saber ao certo o que ela pode ter como certeza de fé até que Jesus revela que ela já havia
tido cinco maridos e o atual ainda não era dela, portanto, adultério.
Aquela mulher estava encontrando a libertação daquela situação, então mostra a
pequenez de sua fé, a confusão que aquela briga entre os povos havia causado na cabeça
dela, mas a revelação da profecia mexe com ela. Ela percebe em Jesus o profeta, ainda não
reconhecia-O como Messias, mas já começava a adquirir um respeito por Jesus que não
havia ocorrido anteriormente... Jesus até então era somente um judeu, agora era profeta!
Aquela mulher começou a ser uma mulher livre de tudo o que a afligia por causa da
presença de Jesus, por causa daquele encontro! Jesus estava curando-a e libertando-a dos
malefícios daquela vida que ela levava, cheia de feridas e machucaduras que apunhalavam
seu coração sedento de amor, sedento de ser amada por alguém, de forma verdadeira, sem a
necessidade de abrir mão daquela companhia porque não era a verdadeira mulher... Que dor
deveria ela estar passando! Jesus estava encontrando-a e curando-a pelo amor dele por ela,
salvando aquela alma do adultério, libertando-a daquele amor falso, que apenas queria uma
parte dela e, portanto, dava somente parte de si.
Quando Jesus nos encontra, amados (as), sempre sabendo de nossa situação atual, vem
antes com Sua misericórdia, curando-nos onde há necessidade, libertando-nos onde estamos
cativos, como ele fez com aquela samaritana!
Somos os samaritanos que Jesus quer encontrar nesse momento, com nossas feridas,
nossos medos, desconfianças, inseguranças e incertezas... Somos os adúlteros que Jesus quer
curar! Somos as feridas abertas que Jesus quer fechar!
Todas as vezes que Deus vem ao nosso encontro traz com Ele o necessário para que
este encontro seja curador, impulsionador, fortalecedor, para que a este encontro, saiamos de
nós mesmos ao encontro dos nossos e transbordarmos esta graça a eles...
Como Jesus é maravilhoso!
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Aquela mulher descobre que Jesus não a deseja como os homens a haviam desejado
até então, mas que Ele desejava salvar sua alma, que ela tinha jeito!
Jesus ensina-a a adorar a Deus em Espírito e em verdade, porque Ele – Jesus – é a
verdade que ela precisava descobrir!
Então Jesus se revela a ela dizendo ser Ele o Messias que ela sabia que viria! E então
chegam os discípulos.
Aquela mulher está extasiada... Havia descoberto e se encontrado com o Messias
prometido desde os seus ancestrais, que ela nem entendia direito quem e de onde sairia, e de
repente, Jesus a encontra! Ela tem uma verdadeira trombada com um Deus que não viu seus
limites e nem deu atenção aos pecados que ela cometeu... Ela está curada de sua carência.
Está liberta do adultério e tem que ir levar aos seus esta graça!
Ela faz o que todo o missionário precisa aprender com esta samaritana: Fez a aldeia
toda ir até Jesus!
Simplesmente falando que Jesus havia contado tudo o que ela havia feito, revelado
todos os seus pecados! “Não seria Ele o Messias?” (cf. Jo 4, 29).
E o testemunho da aldeia foi um só: “Já não cremos pelo que nos contaste, pois nós
mesmos escutamos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo” (Jo 4, 42)
É este o testemunho que Jesus nos proporciona quando nos encontra!
Bendito seja Deus que vem ao encontro do seu povo, não se importando se somos
pagãos, pecadores, ateus... Deus vê o coração e além do que se apresenta a Ele, por isso sabe
quanto pode investir em nós.
Jesus não olha os limites, não olha os pecados, não olha nossas vestes... Olha o desejo
de nosso coração de conhecer a Verdade, de viver esta Verdade e de ser plenamente Dele.
Aquela samaritana teve a experiência que Jesus quer proporcionar a mim e a você.
Esse encontro é nosso!
Às vezes estamos com tanta pressa das coisas e não temos tempo de parar neste poço
com Jesus.
Jesus quer somente um pouco de nossa atenção e assim ter um encontro verdadeiro
comigo e com você.
Deixe-se encontrar com Jesus nesse momento como fez aquela samaritana... Pare o
que estiver fazendo, sente-se à beira do poço com Jesus... Não ligue para o que os que
convivem com você falam ou deixam de falar... Pois neste encontro cai por terra aquele
velho ditado: “Santo de casa não faz milagre”. Realmente não faz, mas sim Jesus faz e
aquela samaritana comprovou isso... Deixou-se sentar no poço com Jesus, deixou-se curar
por Jesus... Deixou-se envolver por Jesus... Testemunhou Jesus...
O balde que ela trouxe vazio de água está levando cheia do amor verdadeiro que Deus
tem por nós!
Aquele coração carente de amor, vazio da água do Espírito Santo está cheio agora de
amor verdadeiro, incondicional...
As feridas daquele coração adulterado nos valores agora está fielmente preenchido de
um amor verdadeiro, sem adultérios...
Oremos:
Pai santo, querido e amado, nesta correria que estamos em pegar água do poço de
nossas vidas, queremos descansar agora num diálogo com Teu filho Jesus...
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Jesus, nós temos tido tantas pressas na nossa vida e na minha história que não
temos tempo mais para sentar-nos pertinho de você, deixar-nos olhar por você...
Temos procurado falsos amores que só roubam de nós a dignidade de filhos de
Deus que temos... Temos corrido tanto atrás das coisas que nunca ficamos à frente para
receber as vitórias reservadas a nós. Jesus, amado, Teu olhar nos transpassa a alma e
revela nossos segredos que ninguém até hoje se importou em saber.
Ah, Jesus, neste poço de minha vida que nós temos passado correndo, queremos
parar e sentarmo-nos nele para encontrar esse olhar que nos faz desmontar de nosso
orgulho ferido pelas situações que vivemos de pecado, que nos envergonha diante das
pessoas... Nosso balde de amor está vazio. Tu nos pedes água, Jesus!
Precisamos desta água viva de Teu Espírito Santo para fazer-nos fonte que
jorram para a vida eterna, Jesus!
Cura nosso coração de toda a carência afetiva que nos leva a buscar amores
irreais que querem somente um pedaço nosso e não a nós por completo... Cura nosso
coração de toda a amargura por ter perdido a dignidade diante das pessoas que nos
rodeiam e que só enxergam em nós o que trazemos de pior em nossa vida e tu vens com
Tua misericórdia enxergar o melhor, sempre o melhor e nos restaura a dignidade e
confiança. Sara nosso coração de todos os relacionamentos que nos trouxeram feridas
de traições, mentiras, abusos...
Cura-nos de todo trauma Senhor que ficou enraizado em nossa alma, fazendo
nossa personalidade adoecida e transparecendo em nosso caráter arredio, amargo,
cheio de mau humor, de desconfiança... Cura-nos Senhor como fizeste com a
samaritana...
Bendito sejais, Jesus, por nos encontrar na beira do poço de nossa vida, mesmo
com o balde de nosso coração vazio de amor, sair deste encontro cheio do Teu amor
incansável, incondicional e pleno...
Amém.
CAPÍTULO 9
Irmãos, em nossa vida sempre encontramos situações que nos colocam à beira do
caminho, onde as pessoas, por ocasião do impulso da sociedade, vai nos excluindo aos
poucos de nossos sonhos, projetos... Enfim, acabamos por ficar à beira do caminho e não NO
caminho.
Quando nos encontramos em meio a tribulações, provas, situações sérias de
enfermidade ou, hoje em dia, as finanças ditam muito o quanto sentimos as coisas... Às vezes
até levam ao suicídio, devido ao desequilíbrio financeiro que a pessoa chega e acaba se
torturando, até chegar ao cúmulo de querer resolver as dívidas acabando com a própria vida.
Absurdo! Mas acontece.
Deus, em Sua infinita bondade, muitas vezes, nos permite tais situações e intervém em
nosso favor, nos retirando da beira do caminho para que nos coloquemos no caminho.
É disso que esse encontro trata: Sair da beira do caminho para estar no caminho.
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Saindo de Jericó, Jesus se depara com uma multidão e S. Marcos destaca que havia um
homem À BEIRA DO CAMINHO mendigando, destacando que era filho de um tal Timeu =
Bartimeu. Esse encontro nos ensina muita coisa.
O evangelista destaca que era “filho de...”, portanto, o Pai dele era conhecido entre
aquele povo, então deduzimos que, devido à cegueira, Bartimeu foi lançado à beira do
caminho, talvez, expulso de casa devido à cultura do povo judeu, que considerava maldição
de Deus as doenças adquiridas.
O segundo destaque é a cegueira de Bartimeu. “... Bartimeu, QUE ERA CEGO, filho
de...”.
São Marcos destaca a condição de cego daquele homem abandonado à beira do
caminho e aqui eu vejo algo muito importante.
Algumas traduções bíblicas, no caso a CNBB e da Ave-Maria, trazem o cego dizendo
a Jesus: “... Que eu veja”. (cf. Mc 10, 51).
Nas traduções de Jerusalém e do Peregrino, trazem no mesmo versículo: “... Que eu
recobre a visão”.
Estudando no grego, a palavra usada no Evangelho – que foi escrito no grego – é:
ἀναβλέπω que é um verbo no discurso. Pronuncia-se: (an-ab lep’-o) que significa: olhar para
cima, recuperar a visão.
Ou seja, Bartimeu SE TORNOU CEGO, não nasceu cego.
Sendo assim, irmãos, ele já havia sentido qual era a sensação de ver as cores das
coisas... Já havia sido alguém que conseguira, em outros tempos, conferir as pessoas,
distinguir quem era ou deixava de ser... Talvez por isso, foi excluído pela família, se tornou
mendigo, acabando assim por ficar à beira do caminho.
Pois agora, não teria o que dar a não ser problemas... Teria de ser guiado, conduzido.
A Palavra não diz da família desse homem, apenas que ele era filho de um tal
Bartimeu, portanto, o pai dele era conhecido e por causa do pai dele ele foi reconhecido.
O mesmo acontece em nossos dias.
Nos tornamos cegos para muitas coisas e quando incomodamos, damos trabalho, então
somos rejeitados, levados a ficar à beira do caminho, ficar isolados e isso, irmãos, de ambos
extremos: Quando estamos em Deus e quando não estamos no Senhor!
Quando estamos distantes, somos rejeitados pelos nossos vícios, manias, rebeldia,
distanciamento mesmo das coisas celestiais.
Quando estamos na graça de Deus, nos encontramos com Ele, aí a coisa muda de
figura também. As pessoas nos rejeitam dizendo que estamos ficando fanáticos, “bitolados”,
que deveríamos levar nossas coisas para Igreja e morarmos lá de uma vez, por quê? Porque,
a luz chega e ilumina as trevas, ardem os olhos das pessoas quando veem a claridade e
gravidade das coisas, mas no caso de Bartimeu, ele havia sido excluído de seu convívio
familiar pela cegueira, ninguém via nele utilidade nenhuma, ninguém queria cuidar daquele
cego, ninguém o queria no caminho!
Mas, ele, sabendo que Jesus estava passando... Como assim? Ele era cego!
Quando uma pessoa é ou torna-se cega, ela acaba por desenvolver os outros sentidos
de forma mais aguçada, como se fosse uma autodefesa do organismo para suprir a ausência
de um dos sentidos, e, com certeza, isso deve ter acontecido com Bartimeu.
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Portanto, ele colheu informações sobre o tumulto, pois, onde Jesus passava, causava
alvoroço, a multidão comprimia, apertava, estava reunida, então ele perguntou a alguém o
que estava acontecendo. Alguém o informou que era Jesus de Nazaré que estava passando, e
como as notícias corriam, ele sabia que Jesus fazia milagres, o que poderia fazer com ele
então?
Ele poderia recobrar a visão!
Por isso, dentro daquele coração à beira do caminho, nasce um grito que flui da alma
dele:
“- Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” (cf. Marcos 10, 47)
Irmãos, ele gritou!
Não cochichou, não recorreu a ninguém para que chamassem a atenção de Jesus para
ele, mas gritou algo que ninguém, até então, havia dito: “FILHO DE DAVI”.
Como Bartimeu sabia que Jesus descendia da tribo de Davi?
De onde ele tirou este “nome” de Jesus?
Contanto que, como nunca haviam ouvido tal nomenclatura de Jesus, estranharam e
até por isso repreenderam, ele não estava no caminho, não era conhecido, não tinha que
chamar o Mestre, não tinha que dizer aquilo que ninguém havia dito ainda, tinha que ficar
quieto!
As pessoas andam mandando-nos calarmos a boca quando o assunto é Jesus. Não é?
Pois olhem a lição de Bartimeu: “Ele, porém, gritava mais ainda: ‘Filho de Davi, tem
compaixão de mim!’” (cf. Marcos 10, 48)
Não se abateu pelos comentários, pelas repreensões...
Não deu ouvidos aos que não queriam ele no caminho...
Não se importou com quem era contra...
Ele simplesmente gritou mais forte para chamar a atenção daquele que realmente ele
queria atenção: Jesus.
Ele não queria os apóstolos, não queria seus companheiros de mendicância, não queria
sua família... Naquele momento ele queria Jesus!
O segundo grito, mais forte, mais potente, demonstrava sua necessidade e desejo de
ser curado.
Contanto que, Jesus para, manda chamar o cego.
Quando somos sinceros com Jesus e deixamos sair de dentro de nós uma oração
profunda e sincera, deixando a verdade do nosso coração vir à tona, então chamamos a
atenção de Jesus e Ele para. Nos chama. Quer olhar nos nossos olhos, enxergar pelas janelas
de nossa alma, onde não tem como mentir.
O detalhe é que, no caminho, Bartimeu deixa sua capa, que denotava sua cegueira, que
o distinguia como um cego!
Ele deixa esta capa... Joga ela fora, já tomando posse de sua visão!
Que Deus é esse que num chamado simples nos devolve a visão daquilo que perdemos
de vista, que devolve a dignidade àqueles que se deixam tocar?
Que Deus é esse que precisa ser chamado de uma forma única para nos dar a atenção
que nós necessitamos em determinado momento?
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Bartimeu deixa a capa, vai até Jesus. Ele não sabia o cheiro que Jesus tinha, não sabia
o tom de voz de Jesus, não conhecia nada a não ser que Ele fazia diversos sinais de poder
entre o povo.
O momento é de pura intensidade de emoções!
Por um lado os apóstolos ansiosos de saber o porquê aquele cego havia chamado Jesus
de “Filho de Davi”, porque ele deixara sua capa antes de estar diante de Jesus...
Por outro, o cego estava na expectativa: “O que acontecerá comigo? Eu deixei minha
capa lá atrás e se esse Jesus não fizer nada em meu favor?”
Jesus percebe isso, reconhece o esforço do cego que deixou sua capa ao chão depois
de levantar-se para ir ao seu encontro.
A pergunta de Jesus a Bartimeu chega a ser irritante: “Que queres que eu te faça?”.
Naquela hora, será que Bartimeu pensou em ser irônico? Sarcástico?
“É, Jesus, eu queria ver se era possível o Senhor me providenciar uma bengala e um
cão guia para que eu não me perca, não fique à deriva... Uns óculos escuros...”.
Jesus perguntou para saber de detalhes da fé daquele homem...
Queria ver a medida da abertura daquele coração...
Queria se deliciar com aquela fé sem barreiras que acreditou que Ele poderia devolver-
lhe a visão...
O cego é ousado e tem certeza do poder de Jesus.
“Rabúnni! Que eu possa ver novamente!” (cf. Marcos 10, 51).
Aqui está o segredo do milagre: Como se abre o coração?
Do jeito que Bartimeu fez: Detalhando o que ele queria.
Se todos nós chamássemos a atenção do Senhor da forma correta e abríssemos o
coração para o milagre detalhando-o, com certeza, o encontro com Jesus entre nós seria
muito mais intenso, teria um significado maior, pois saberíamos que Nele podemos esperar...
Sem reserva nenhuma...
Bartimeu nos ensina a chamar a atenção do Senhor quando nos encontramos com Ele.
Vamos orar:
Pai amado, queremos abrir nosso coração nesse momento como Bartimeu e
chamar a atenção de Teu filho Jesus que passa pela nossa vida enquanto estamos à
beira do caminho...
Queremos e precisamos nos colocar no caminho verdadeiro por onde Jesus está
passando e nos deixar tocar por Ele, nos deixar olhar por Ele, chamar a atenção Dele
com nosso grito de socorro, com nosso pedido de misericórdia, Senhor...
Cura-nos nesse momento dos obstáculos que nós temos colocado entre nós e o
Senhor, cura-nos dos comentários que não nos ajudaram a manter o foco, apenas nos
sugaram o que de melhor nós tínhamos e acabamos por sermos cegados por estes
comentários.
Que nossa voz não se cale a partir de hoje quando quisermos nos encontrar
contigo sem pensar no que os outros pensam ou falam de mim, mas que nossos olhos
queiram se abrir para Ti Jesus...
Que nosso caminho seja por onde Tu andas sem perder-Te de vista.
Página 28 de 31
Ajudai-nos a te encontrar sem reservas ou medos, com coração aberto, sabendo o
que queremos de Ti sem esconder com uma falsa humildade o milagre que tanto
almejamos.
Queremos te enxergar de novo, Senhor!
Que possamos ver-Te, amado Jesus.
Amém.
CAPÍTULO 10
Ainda temos uma infinidade de encontros maravilhosos das pessoas com Deus na
Bíblia, nós sabemos disso.
Os apóstolos, homens e mulheres do Antigo Testamento que valeria a pena estarem
aqui descritos.
Mas quero finalizar por aqui com um encontro em especial.
Eu me recordo como se fosse hoje, quando eu fugia de Deus.
Já havia feito um encontro para jovens em abril de 1996, mas não queria compromisso
com Jesus, havia apenas dado um esbarrão Nele.
Minha mãe havia falecido há pouco mais de um mês.
Eu namorava com uma das meninas do encontro. Levava uma vida marital já com ela.
Apesar da espiritualidade dela ser avançada em relação à minha - que não existia –
mas chegou um momento em que as coisas começaram a tomar um novo rumo a partir de um
retiro vocacional na Comunidade Canção Nova em Cachoeira Paulista.
Uma irmã muito amada em Cristo me arrumou uma ficha para o referido retiro de
última hora, coisas que só a providência de Deus explica e eu fui com a cara e coragem, sem
conhecer ninguém que fora comigo no ônibus.
Foi um retiro muito bom para mim. Foi um impacto muito grande cada palestra, cada
momento de partilha, saber da realidade de outras pessoas que passavam então, pela mesma
problemática que eu, confusos na vocação, querendo saber o que Deus estava querendo com
cada um de nós.
Voltei com a certeza de que Deus me queria padre. Doce ilusão. Eu não sabia escutar a
voz de Deus direito.
Num encontro de carnaval que se deu alguns dias depois a voz de Deus se fez ouvir
por mim então através de pessoas que caminhavam conosco no mesmo encontro. Como
agradeço as palavras de discernimento do Vinaldo: “Lucio, será que Deus te quer realmente
Padre?”.
Aquelas palavras mexeram comigo de uma forma que me causou mal estar no
princípio e, no decorrer do encontro então, meus olhos se abriram como os do cego
Bartimeu...
Não conseguiria definir com palavras o que sucedeu em meu coração depois, mas algo
cresceu dentro de mim como uma bomba atômica, foi explodindo, me dando uma alegria,
uma certeza absoluta de que Deus me queria e eu precisava tomar uma decisão naquele
momento.
Um turbilhão de pensamentos começaram a pipocar em minha cabeça, mas Deus
estava no foco, na frente das coisas...
Página 29 de 31
Não sabia discernir ainda aquilo tudo, e o que eu poderia fazer naquele momento era
tomar decisões, cortar excessos e foi o que fiz ao sair dali.
Terminamos o relacionamento promíscuo.
Eu sabia o que estava fazendo, mas a menina não entendia direito tudo aquilo e alguns
meses depois um namoro surgiu, de forma errada também, e acabou me arrancando do grupo
de oração onde eu caminhava, mas tudo foi Providência Divina e eu entendi essas coisas
depois...
Terminei meu crisma, fiquei um ano sem qualquer contato com grupos de oração e
acabei por conhecer um que até hoje é aos domingos, às 18:00 hrs no Jardim Conquista.
Ali Deus me envolveu mesmo com todos os erros que trazia do meu passado, eu tenho
um filho que veio antes de eu ir ao encontro vocacional... O que não impediu de eu seguir
meu caminho com o Senhor.
Lembro-me de uma confissão que fiz, onde o sacerdote me deu a absolvição... Voltei-
me a Deus de forma total...
Muitos condenaram-me dizendo que eu havia virado as costas, que estava dando uma
de covarde... Enfim, tive de viver a realidade de Bartimeu de diversas formas pelas
circunstâncias que eu estava vivendo naquele exato momento.
Mas Deus me abraçou neste grupo de oração e ali tudo começou a se endireitar.
Minha sexualidade começou a se equilibrar, os vícios já não existiam, e comecei a
voltar meu olhar somente para Jesus.
O que havia acontecido com a Samaritana, com Pedro, com Bartimeu, com todos
aqueles que Jesus encontrou, aconteceu comigo também.
Pare um pouco a leitura.
Deus está em você. Você também traz a essência celestial de Deus dentro de você pelo
fato de sermos imagem e semelhança desse Deus... Pegue um espelho pequeno ou vá à frente
de um espelho próximo a você.
Olhe em seus olhos e encontre a Deus em você!
Ninguém é um caso perdido!
Se você é batizado, tem Deus todo em você, pois carrega dentro de si o Espírito Santo
dado completamente no batismo.
Chore aí se seu coração perceber que seus olhos não carregam mais o brilho de
outrora.
Deixe cair junto com as lágrimas as ausências que você sofria quando achava que
ninguém se importava com você, pois Deus estava aí!
Deixe a baixa autoestima dar lugar a uma certeza de que Deus te fez vencedor(a)!
Deus veio ao nosso encontro, mas nessa hora está encontrando você em si mesmo,
com a experiência do filho pródigo que teve toda a sua parte da herança, mas o Pai havia
guardado a festa, anéis, roupa nova e o CORDEIRO para a festa!
Desenhe as novas feições que queres carregar nessa hora e viaje dentro de seu olhar
encontrando o Senhor a te esperar desde sempre por este encontro, ou mesmo, reencontro
para você que havia se encontrado já com Jesus e deixou-se levar pelo relaxamento de
conduta, deixando=se envolver com as tentações mundanas e o encontro ficou esquecido no
tempo e no espaço, afinal você tinha o direito de se divertir! Você estava cansado de tanta
perseguição, incompreensão das pessoas pelo fato de você ter decidido estar com Cristo.
Página 30 de 31
Passe a querer de volta o brilho do olhar, o brilho do sorriso que antigamente era
constante e deu lugar a um semblante sombrio, sem vida, sem sorrisos, sem alegria,
tristonho...
Faça o Cristo sorrir em você nessa hora, diante da imagem do espelho, não tire os
olhos desta imagem!
Traga o Cristo que te levantou do chão! Que te defendeu nos momentos em que as
pessoas tacaram pedras de incompreensão, de arrogância, prepotência porque você estava
chegando agora, fazia tão pouco tempo! Mas nem por isso as pessoas tinham esse direito...
Isso feriu, foi arrancando seu desejo de constância, foi tirando a sua vontade de ir ao grupo
de oração, de estar com os irmãos, de viver em comunidade, até fugindo do contato constante
com os irmãos quando ia à Santa Missa!
Quanto esse olhar do espelho não tem servido para condenar as pessoas...
Quanto esse olhar não tem focado somente o que é superficial...
Quanto meu olhar não tem focado o desnecessário...
Quanto meu olhar não se desviou de Jesus...
Ah, Senhor... Coloca Tua mão nos meus olhos nessa hora e faz que eles te vejam,
te foquem e não se percam de Ti...
Que eu não fique mais na beira do caminho, ou me escondendo de Ti, amado
Jesus...
Que eu não me negue em dar a água que eu tenho para se tornar vinho contigo...
Ensina-me a deixar-me amar por Ti, Senhor, pois esse rosto que contemplo há
muito tempo está precisando encontrar teu rosto de novo, encontrar teu olhar na
minha direção, contemplar Tuas mãos e me sustentar...
Deixa-me contemplar Teus olhos para perder a insegurança e ter a segurança de
te encontrar sempre, mesmo quando meus olhos não te veem.
Permita-me contemplar no meu olhar a sarça ardente de Teu chamado para
mim, particular, único em favor das almas.
Sara meus medos de abrir mão do que tenho, do que vivo, pensando estar
deixando minha vida toda em vão...
Curai meu coração de todas as dúvidas que dentro do meu coração gritam pela
Tua certeza...
Encontrai-me, amado Jesus, no silêncio do meu coração que muitas vezes não tem
palavras (encare o espelho), mas tem um desejo muito grande de ser melhor, de ser
mais Teu, de pertencer muito mais, Jesus, e muitas vezes eu prefiro olhar para o que
passa ao invés de olhar para a eternidade que ganho contigo.
Encontra-me Senhor Jesus nos meus sentimentos, tão confusos, às vezes, tão
cheios de conflitos...
Encontra-me Senhor, na escuridão de meus pecados como Tu já me ergueste
tantas vezes e me encontraste tantas e tantas vezes, fazendo-me deprimido, Jesus... Sara
esta depressão... Como tem doído em mim Jesus esta escuridão que não me deixa
encontrar Tua luz... Encontra-me Jesus!
Devolve a luz nos meus olhos!
Que a escuridão do que eu vejo, tenha fim nessa hora, que olho para onde só o
Senhor tem acesso, só o Senhor conhece além de mim, amado Deus, sopra
Página 31 de 31
poderosamente as escamas de meus olhos que insistem em me cegar, deixar-me
enxergar somente o que me interessa o que me satisfaz temporariamente e não na
eternidade...
Encontra-me na sede que tenho de uma água viva, que me fortaleça contra
minhas tentações e carências...
Encontra-me nos medos que sinto em dar minha vida pela verdade como fez João
Batista...
Olha-me nos meus olhos amado Deus, pois tenho dificuldade de encarar meus
problemas de frente e resolvê-los, prefiro atalhos e não o caminho da cruz...
Encontra-me na cruz, amado Jesus... Onde eu evito o sofrimento, prefiro a
facilidade a aprender no sofrimento, prefiro tirar os olhos da cruz para correr e fingir
que não te conheço como fez Pedro...
Eu prefiro a comodidade, Senhor... Encontra-me aqui neste olhar que se perde no
espelho, Jesus, pois Tu estás aí!
Tu estás aí, Jesus! Preciso encontrar-te em meu olhar e não perder-te de vista
mais!
Não quero mais angustiar meu coração por te perder de vista, como Maria.
Não quero mais perder tua presença, Senhor! Encontra-me no espelho do meu
coração com teu poder majestoso e transformador...
Não quero mais ser orgulhoso em não reconhecer Tua grandeza...
Não quero mais ser depressivo para desprezar teu poder...
Não quero mais me perder de teu olhar, Jesus, me encontra agora, eu te suplico...
Não meus olhos no espelho, Jesus, mas os teus olhos nos meus olhos, me olhando,
para que eu te encontre novamente...
Que meu olhar te receba para que eu te encontre, amado Jesus, pois Tu estás
comigo e dentro de mim pela força de seu Espírito Santo...
Amém...
“Procurai a Iahweh enquanto pode ser achado, invocai-o enquanto está perto.”.
(Isaías 55, 6)
FIM

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De encontro a jesus

  • 1. Página 1 de 31 Bem, amados (as), quero neste trabalho dar minha contribuição através dos vários testemunhos que serão descritos nestas páginas, sabendo que Deus é mais em nossas vidas acima de qualquer prova que venha e inquietar nossa vida, nosso caminhar com Deus. Não sou nenhum dono da verdade, mas creio ter dado alguns passos na direção de Deus e, exatamente por isso, o Senhor me dê a graça de transmitir isso tudo que leremos no decorrer de cada página. Deus sempre está sedento de encontrar-nos, com pequenos e grandes detalhes, com pequenas e grandes situações, com pessoas notórias ou simples... Deus sempre está vindo ao nosso encontro e nunca deixa de estar caminhando na nossa direção para encontrar nosso olhar, nossas misérias, nossa pequenez. Veremos através da Bíblia e através de testemunhos que acompanharão cada página a beleza delicada com que Deus nos encontra. Muitas vezes em situações delicadas, outras em situações bobas, outras ainda, em situações sérias, que nos fazem até questionar se realmente Deus existe, se realmente caminha conosco. Tive a graça de testemunhar muitos destes encontros e, por isso, estas páginas são o resultado de todo um processo de Deus a meu respeito. Boa leitura aos irmãos. Paz e fogo.
  • 2. Página 2 de 31 CAPÍTULO 1 Desde os primórdios da humanidade Deus tem vindo ao encontro do ser humano de forma simples e ao mesmo tempo espetacular em seus detalhes. Comecemos por Adão. Que coisa maravilhosa foi o encontro de Deus com Adão, visto que, Deus criou-o do barro, soprou vida em suas narinas, contemplou a criação depois de criar o gênero humano. Passeava pelo Jardim de Éden, portanto, era íntimo de Adão e Eva. Fico imaginando como o autor sagrado idealizou o Gênesis, nesta cena, onde Deus contempla Sua criação maior: O homem. A perfeita harmonia com a natureza era a demonstração de carinho de Deus para conosco. Pois veja bem: Da mesma forma que com Adão e Eva, também conosco Deus vem ao nosso encontro no momento da gestação, tecendo-nos como nos diz o salmista (cf. Sl 139(138), 13), com delicadeza, já não mais com barro, mas com o óvulo fecundado pelo espermatozoide... Que encontro maravilhoso! Quando Adão abriu os olhos e Deus na frente dele, “ansioso” por ver aqueles olhos abrindo... Deus é assim conosco, irmãos! Ele anseia para que abramos os olhos a Ele quando nos afastamos Dele. Quando achamos que Deus é “algo” distante, impessoal, simplesmente algo que eu tenho de acreditar ou que nem acredito mais, Deus anseia pela abertura de nossos olhos como se estivéssemos no barro, sendo moldados, colocando água nessa argila para dar forma, apertando ali, tirando excessos acolá, nos segura no colo como a criancinhas e até nos ensina a andar (cf. Os. 11, 3-4). Esse cuidado de Deus existe em todos os momentos, irmãos, pois Deus não esquece dos filhos Dele, não se esquece das nossas necessidades, não se esquece de que somos dependentes Dele, ainda que não admitamos que é assim. Deus nos quer encontrar sempre! Como ao pai que sai de manhãzinha, vai trabalhar, fica o dia todo fora e na hora de sair do trabalho, anseia por chegar logo em casa para ver seu filhinho recém-nascido. No nosso caso, recém-criado. Atualizando isso: RECÉM-ENCONTRADOS! Irmãos, Deus anseia em nos encontrar como filhos criados com amor, pelo amor e por amor. Amor incondicional, incansável, que apesar de desobedecermos, distanciarmos, nos escondermos, não se cansa de chamar: “Adão! Onde estás?” (cf. Gen. 3, 9). Preocupado como um pai que procura seu filho em perigo, talvez perdido, quem sabe rebelde, mas Deus não desiste, corre atrás, chama, questiona, pergunta com o coração apertadinho: “... Comeste, então, da árvore que te proibi de comer?” (cf. Gen. 3, 11) Como quem diz: “Porque fizeste isso...?”. Mas sem mágoa, apenas com a ciência de que isso seria prejudicial ao seu filho tão amado, que carrega a imagem, a semelhança que nenhuma criatura Dele tinha até então, sabia das consequências que trariam tal atitude, sabia o quanto Sua criação sofreria com isso. Fato. Sofremos muito com isso até hoje. E até hoje damos ouvidos aos muitos frutos do conhecimento que nos oferecem como “novidades”, como “moda” e isso vai nos fazendo esquecer que não somos imagem da moda ou da novidade, mas de Deus! Deus que vem ao nosso encontro na nossa liberdade, não
  • 3. Página 3 de 31 impondo regras como fazem as modas, como fazem as novidades, como se não estivermos conforme elas, não fazemos parte, somos excluídos. Assim como Adão e Eva perderam o sentido do Paraíso, também nós, estamos perdendo o sentido do Paraíso que Deus nos oferece como nosso Criador e Pai, dando preferência aos modismos e novidades, inovações, etc.. E Deus ali, vindo ao nosso encontro, buscando-nos dentro do esconderijo de nosso egoísmo, de nosso ciúme, de nossa vaidade... Estamos perdendo o selo da criação que Deus nos selou. O selo do amor, do cuidado de Deus conosco. Estamos perdendo o selo da divindade profanado por nossos caprichos e sendo arrastados por um outro selo que não nos conduz ao Éden, mas a outro lugar sem a harmonia de Deus, sem o amor da criação que pode nos dar a segurança de estarmos no lugar certo. Peçamos a esse Pai criador que nos dê hoje, nesse momento a graça de estarmos no Éden, no paraíso da harmonia divina que nos dá a certeza de termos nossa sede de amor saciada pelo amor de Deus... Oremos: Pai santo, querido e amado, queremos nesse momento agradecer-te pela vida que nos foi soprada em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado, agradecer-Te pela graça de sermos Teus filhos, amados e projetos concretos do Teu amor infinito. Sela-nos com o amor divino que não se esgota em nossas decisões erradas e opções pelo erro da sedução... Sela-nos com Teu olhar que nos transpassa a alma e nos faz ter a certeza de que nosso lugar é no Éden da harmonia do Teu infinito e incansável amor e não na ausência eterna de Tua presença... Amém. CAPÍTULO 2 Vamos ver agora o encontro de Moisés. Como avaliar este homem? Impulsivo? Violento? Inseguro? Não sei se você que lê estas linhas se sente num destes adjetivos, mas sei que existe um Deus que prefere olhar a possibilidade positiva de resposta, apesar de nossas limitações. Apesar de nossas inseguranças, impulsividade, violência, agressividade, enfim, Deus prefere colocarmos num outro prisma para nos olhar. Moisés, colocado num cesto e encontrado por uma egípcia, que, por sinal, era a filha do Faraó que fora banhar-se. Obra do acaso? Não! Providência de Deus. Porque, veja bem, Moisés foi adotado pela filha do faraó. Moisés sabia do dia-a-dia dos israelitas, do trabalho duro e sabia que era hebreu! Mas quando ele defendeu aquele israelita, assassinando o egípcio sem medir consequências... Ainda olhou para os lados para ver se havia alguém olhando! Desde então a missão de Moisés se inicia. Que missão? Libertar o povo do Egito, das mãos do faraó. Mas ele nem tinha ideia disso. Tanto que fugiu, foi para Madiã, sentar-se num poço.
  • 4. Página 4 de 31 E aí ele repete a dose: Defende as filhas do sacerdote Jetro de Madiã de uns pastores que quiseram expulsá-las de junto do poço, dá de beber aos animais e depois ainda recebe uma de suas filhas por esposa: Séfora. Deus sempre honra aqueles que tomam a defesa dos pequeninos Dele. “... Todas as vezes que fizeste isso a um destes meus irmãos mais pequeninos foi a mim mesmo que o fizestes.” (cf Mt. 25, 40) Irmãos, Moisés não sabia desse trecho da Escritura, pois Jesus ainda não viera ao mundo! Mas sabia que devia tomar partido dos pequeninos de Deus! E então, depois disso, Moisés está apascentando o rebanho de seu sogro, conduziu o mesmo para o deserto, pertinho do monte Horeb. Se por um lado, Adão precisou ouvir uma pergunta de Deus para encontrar-se com Deus, Moisés foi encontrado pelo Senhor através da sua curiosidade atiçada. Uma sarça começa a arder no meio do deserto sem se consumir... O que seria aquilo? Como é que podia isso acontecer? Aquilo era humanamente impossível! Por isso ele decide aproximar-se, lentamente... Passo a passo. Então, o Senhor toma a inciativa de chama-lo pelo nome, dizendo que era necessário tirar as sandálias dos pés pois o lugar em que estava pisando era santo, pois ali estava Deus, santificando o lugar! Que maravilha! Onde Deus coloca seus pés, Sua presença, ali se alcança a santificação do local! Que dizer, irmãos, quando Deus começa a dialogar com Moisés? Ele (Moisés), nem se atrevia a levantar o rosto e então Deus mostra o motivo de estar ali, exatamente para Moisés ver os detalhes. Deus inicia seu diálogo dizendo que VIU a aflição do seu povo, os israelitas, o povo que ele defendeu no Egito na pessoa daquele que estava sendo agredido. Ali se dá a promessa de libertação, somente em duas frases ditas pelo Senhor! Deus é objetivo, irmãos. Não fica enrolando no que Ele quer de nós, e vai direto ao ponto e por isso o encontro de Moisés com Deus é tão impressionante, pois, Deus não fica circulando no que quer de Moisés, e por outro lado, Moisés tenta se esquivar deste propósito que Deus lhe oferece. Mesmo assim, dá as ferramentas para Moisés onde há necessidade. Quando Deus nos encontra, irmãos, tem propósitos de salvação para seu povo e nos dá todas as ferramentas necessárias para que esse propósito seja realizado, porque? Porque é incapaz de fazer sozinho? Não. Quis precisar de nós e agir de forma concreta em meio ao seu povo. E o melhor de tudo isso: NUNCA NOS CHAMA SEM DAR AS FERRAMENTAS NECESSÁRIAS! A Moisés deu o Nome Dele para saber quem o enviava, deu sinais de que estaria com ele através de uma simples vara, deu um intérprete da voz Dele para que Moisés não fosse envergonhado de sua limitação de boca e língua pesadas. O encontro de Deus com Moisés é fascinante! Pois mesmo limitado, o Senhor não deu oportunidade de fuga a Moisés, mas não o obrigou a nada! Apenas mostrou as ferramentas que estavam à disposição de Moisés para que Sua obra acontecesse.
  • 5. Página 5 de 31 Deus fez questão de chamar a atenção de Moisés com a sarça ardente sem consumir- se, pois sabia que Moisés era curioso. O Senhor sempre vai se usar de nossas virtudes – que muitas vezes são consideradas defeitos por nós – para que Sua vontade aconteça, pois, usou- se do pastoreio de Moisés para conduzir o povo até a terra prometida, usou-se da simplicidade de Moisés, pois quem vive pastoreando ovelhas, animais que não têm senso de direção, para pastorear um povo todo no meio do deserto, usou da simplicidade de um cajado para abrir um Mar Vermelho e proporcionar uma grande libertação ao seu povo! Deus quer se utilizar de nossa curiosidade para investigarmos a Sua vontade, nossa simplicidade para convencer a complicação do mundo em que vivemos, quer usar do cajado que tivermos em mãos, e muitas vezes, esse cajado se chama EUCARISTIA! Até isso Deus concede, irmãos... Não há motivo para desculpas em não assumirmos que somos chamados por Deus. Pois, quando Moisés tentou dar desculpas, Deus cobriu com a graça Dele, sinais visíveis da presença de um Deus invisível! Que Deus é esse??? Capaz de fazer o simples o maior motivo de manifestar Sua glória! Pois um pedaço de madeira, tida como cajado, foi batido na beira da praia para abrir o Mar Vermelho e afogar os egípcios que queriam matar os israelitas a mando do Faraó. Deus tremendo que se usa da reclamação do povo para prefigurar a Eucaristia no maná descido do céu sem explicação! Deus providente que faz nascer de uma rocha água para saciar a sede de seu povo, prefigurando o lado aberto de Jesus na cruz, pois se cristo é a Pedra Angular, pedra = rocha, portanto, a rocha prefigurava que uma Rocha seria aberta e de lá sairia Água, junto com o sangue – vermelho – prefigurando que onde Deus abre sai a água que purifica e o Sangue que dá vida! Irmãos, Deus está indo ao seu encontro nessa hora, sem enxergar os limites e seus defeitos, preferindo ver a possibilidade positiva de resposta que eu e você podemos dar. Ele conhece nossos pecados. Conhece nossa situação na vida. Conhece nossos medos. Conhece nossas feridas que surgiram no decorrer de nossa história. Deus é Onisciente, portanto, tudo conhece. Por isso te encontra nessa hora, dando-lhe as ferramentas necessárias para a missão a ti confiada. Tua limitação em falar não segura a vontade de Deus em pregar a Boa Nova! Teu medo da aceitação das pessoas não barra a vontade de Deus de revelar-se aos que tu ires ao encontro! Tua vergonha em perceber a rejeição das pessoas a respeito do que anuncias não fecha as portas para o Evangelho que você está vivendo, pois não há portas fechadas que Deus não possa abrir! E quando Ele abre, ninguém fecha! (cf, Ap. 3, 7) Limitações, todos temos, amados. E, por isso mesmo, Deus escolhe os fracos para confundir os fortes. (cf. I Cor. 1, 27) Paremos de inventar desculpas esfarrapadas para o Evangelho, como falta de tempo, falta de capacidade, indignidade, ora, se Deus fosse escolher por causa destes atributos, então Moisés era o menos indicado, e não! Deus fez questão de chamar a atenção de Moisés, acender sua curiosidade e então dar a Missão junto com as ferramentas necessárias para tal.
  • 6. Página 6 de 31 Vamos orar: Pai santo, querido e amado, da mesma forma com que encontrastes a Moisés e o capacitaste à missão de libertar seu povo, assim também comigo, Senhor. Encontra-me no caminho que eu trilhei, querendo descobrir coisas novas, que eu Te descubra, chamando-me a atenção por uma “sarça” que arde, me atraindo na Tua direção, dando-me as ferramentas necessárias para desempenhar bem Teu chamado que me fazes ao me encontrar.... Cura-me dos sentimentos negativos que me fazem pensar que sou a pior pessoa que Tu possas escolher para algo que queiras de mim. Incapacidade, indignidade, sentimentos de culpa, rejeição, menos valia e menosprezo... Cura meu coração de tais sentimentos, Pai, em nome de Jesus na força do Teu Espírito Santo. Levanta-me do abatimento que me faz pensar que não sirvo pra nada, que meus defeitos são predominantes em mim acima das virtudes que Tu me deste. Cura-me desta depressão que me isola e não me deixa descobrir e assumir o novo que me proporcionas descobrir a cada sarça ardente que encontro pelo caminho que trilho... Amém... CAPÍTULO 3 Sabe, caríssimos, um dos encontros mais significativos que eu gosto muito de meditar e contemplar é o encontro de Samuel com Deus. Como sempre, Deus toma a inciativa com este menino que ainda não conhecia o Senhor, portanto não conhecia sua voz. Impressionante como existem ainda pessoas assim em nosso meio, que Deus tem chamado, mas como não conhecem a voz do Mestre, não conseguem atender ao Seu divino chamado. E o detalhe desta passagem e deste encontro é que a Escritura nos diz que naquele tempo, as visões e a voz de Deus estava escassa, era rara. Por isso, talvez, o menino Samuel não conhecia a voz de Deus. Contanto que a Escritura afirma que Samuel não conhecia o Senhor (cf. I Sam. 3, 7). Mas que maravilha! Deus dá o discernimento dos Espíritos a Eli, que era servido por Samuel, e então dá a receita a Samuel para dar uma resposta à voz que estava sendo escutada no coração de Samuel. O impressionante é que Samuel era ouvido por todo o Israel (I Sam. 4, 1) Quando Deus nos encontra, sempre tem um propósito para nós e Ele mesmo providencia o sucesso da nossa missão. Deus mesmo, ao nos encontrarmos com Ele, sabe do que somos capazes e até onde podemos chegar e assim é comprovado com Samuel, que, filho de uma mulher tida como estéril, demora cerca de meia hora para descobrir-se chamado por Deus para ser profeta de Israel. Depois disso, disse o que faria e para que o escolhia. E isso se via pelos frutos que ocorriam. Filisteus vencidos depois de Samuel falar a Israel que se convertesse. (cf. I Sam. 7, 3)
  • 7. Página 7 de 31 Deus assim fez. Samuel aprendeu a ouvir a Deus e esse é o segredo: Saber ouvir e obedecer as ordens. O sucesso de Samuel era ditado pela obediência às ordens que Deus lhe dava sem questionamentos. Ia e fazia o que lhe ordenava e assim Deus honrava a palavra do profeta. Hoje em dia, além de ouvirmos pouco a Deus, quando O ouvimos, das duas uma: Se não escutamos as ordens de forma deturpada, achando que é do Senhor, sem discernimento algum, ouvimos a voz de Deus, que acaba indo contra o que sonhamos, almejamos e assim, deixamos de executar as ordens de Deus para nós. Aí nada conseguimos e reclamamos, reclamando, sentimos a animosidade a estar em oração, animosidade de estar nos ambientes em que a glória de Deus se manifesta... Não tem como ver a glória de Deus se manifestar sem obedecer a sua voz. Samuel descobriu isso logo que foi chamado, não deu vazão a nenhum imprevisto e ainda ungiu Saul como rei de Israel, depois conferiu a queda de Saul, foi ungir a Davi, verificou todo o sucesso de Davi e por fim acabou morrendo. Ainda aparece depois numa invocação de uma necromante, que invoca a Samuel – já morto – e então dá a sentença de Deus a Saul. O reino deixou de pertencer a Saul por causa da desobediência do mesmo. Quantos não estão sofrendo isso, irmãos? Não há crescimento em seu chamado, sua vocação porque não são obedientes a Deus no que Ele ordena. Não há evolução na vida de intimidade com Deus porque Deus fala algo e a ordem não é cumprida, não se segue à risca o que Ele ordenou e aí vem a reclamação, aí vem a murmuração, quando não acontece de se afastar do grupo ao qual faz parte, e até da Igreja! E isso é muito sério. Pois Deus nunca dá uma ordem que nos seja prejudicial, sempre é para nosso bem, sempre nos educará segundo o Seu coração e jamais isso pode causar dano, mas sim a felicidade. Não podemos esperar que as coisas sejam conforme queremos, pois a vontade de Deus não é como a nossa (Is. 55, 8). O problema é que queremos comodidade com as coisas de Deus. Samuel não pensou assim. Samuel se desinstalou, seguiu as ordens de Deus sem pestanejar, foi além, transcendeu e muitos hoje, fracassam exatamente porque não olham além, não transcendem em seu chamado, não almejam o “algo a mais” que pode vir das mãos de Deus, e por isso, arrumam culpados – quase sempre a Igreja, o grupo, etc. – e nunca voltam ao Senhor com o coração dócil aos planos Dele. É ou não verdade que muitos têm dito: “Não consigo ouvir a Deus.”? E quando O escutam, fazem o que? Dizem: “Não sinto isso no meu coração...” Mas não queria que Deus falasse? Não queria escutar a vontade de Deus? É claro que hoje em dia existem falsos profetas em tudo que é lugar, mas isso não quer dizer que não existam profetas autênticos, que falam o que Deus manda sem mandar recado... Não queremos ser incomodados... Queremos que Deus se acomode nos nossos limites. Nas nossas comodidades, pois afinal temos direito ao lazer, descanso... E é verdade. Mas não
  • 8. Página 8 de 31 significa que não temos de dar um passo a mais a cada progresso que Deus nos permite! E entre salvar almas e distração, a opção em Deus são as almas!, Ainda que isso nos doa na alma, a verdade é essa! Por isso Jesus se aniquilou pelas almas, por nossa causa, porque nos ama! E esse amor pelas almas é transferido a nós depois de Pentecostes, irmãos! Caiu o fogo em forma de línguas de fogo para afoguear nosso coração por amor às almas! Não é para sermos acumulados de funções ou dons, mas, cooperarmos com Jesus na salvação das almas. Isso foi o que aconteceu com Samuel. Apaixonou-se pelo Senhor e pelo Seu projeto e por isso foi contra Saul em sua desobediência, ainda que gostasse de Saul. Amava mais a vontade de Deus do que Saul. E nós? E nós, irmãos? Temos esse ardor pela vontade de Deus sem pestanejar? Atenciosos com a forma que Deus quer fazer as coisas? A nossa forma pode até ser correta, mas Deus tem a forma perfeita! Seguir o que? O correto ou o perfeito? Pessoalmente, eu prefiro o perfeito. Vamos orar: Pai santo, querido e amado... Queremos agradecer-Te pelo dom da vida e a liberdade de escolha que nos deste, e por isso queremos hoje decidir em ouvir a sua voz. Cura nossos ouvidos e coração de toda a surdez espiritual que nos faz não ouvirmos a Tua voz, a Tua vontade. Sara nosso coração de todo o medo de Ti, Senhor, que nos afasta de Teus propósitos e por isso achamos que o que nos pedes é só para contrariar o que sonhamos e nos esquecemos de deixar o Senhor sonhar em nós. Vem de encontro aos meus cuidados excessivos com o que é passageiro sem cuidar do que é eterno, minha alma. Ajuda-me, Espírito Santo a ouvir a voz de Deus em meu chamado, em minha vocação, sem entraves em meus ouvidos e na forma com que temos ouvido a vontade de Deus em nossa vida. Em nome de Jesus, Senhor, arranca-me do meu comodismo e coloca pessoas de discernimento dos espíritos em meus caminhos para te ouvir melhor e melhor atender Teu chamado a meu respeito. Não me permita ser surdo e alheio à tua voz, Pai. Acende em mim o amor pela Tua vontade, sem pestanejar ou praguejar, duvidar ou mesmo ser indiferente quando percebo que não vem de encontro ao que EU QUERO. Que meu querer seja o Teu querer e meus sonhos sejam sonhados por Ti em mim. Amém.
  • 9. Página 9 de 31 CAPÍTULO 4 Ano 740 antes de Cristo mais ou menos. Um tal Isaías está vendo a imagem de um Trono, anjos, serafins e um coro de vozes dizendo: “Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra inteira proclama a sua glória!” (cf. Is. 6, 2-3) Sente-se indigno, de lábios impuros, e um dos serafins voa na direção dele, trazendo na mão uma tenaz com uma brasa acesa retirada do altar, toca os lábios de Isaías com esta brasa acesa e diz que seus lábios estão purificados. (cf. Is. 6, 5-7) Deus vem ao encontro de Isaías neste momento com uma pergunta: “Quem enviarei eu? E quem irá por nós?”. Aqui temos uma teofania, uma manifestação poderosa e sobrenatural de Deus a um ser humano que se atreveu a confiar em Deus. Atreveu-se a responder ao chamado de Deus. Como eu disse anteriormente: Deus nunca nos chama, nos encontra sem um propósito para quem é chamado. Uma coisa louca esse encontro! Deus se revela a Isaías em Sua glória, no Trono, revela seus serafins, dá uma brasa que queima no altar para purificar os lábios de Isaías. E se contemplarmos o Livro de Isaías totalmente, perceberemos que as profecias são recheadas de sentimentos. E se Isaías fala em nome de Deus, os sentimentos são divinos... Ou será que não? A partir da teofania vem a consagração de Isaías. Ele responde a Deus para enviar ele mesmo. É uma resposta de fé, de ousadia, de esperança, pois ele iria falar em nome do Deus todo-poderoso que queria dar a mensagem de esperança ao seu povo, que iria restaurar seu povo, que não estava abandonando seu povo, que iria enviar seu ungido, seu Messias... Que Deus é esse que nos envia mensageiros que falam em Seu nome? Que Deus é esse que troca reinos? O Deus de Isaías. Que estava assentado no trono, diante do altar onde havia brasas incandescentes, serafins adorando-O. Esse Deus é o Deus que quando nos encontra, nos dá a certeza da fé no coração do chamado que Ele nos faz e, para mim, este é o maior milagre: Certeza do que Deus quer de mim. Esse é o Deus que coloca em nós uma confiança que nós mesmos não colocaríamos em nós mesmos. Logo depois desta consagração, Isaías vai para a missão de falar aos povos. Encomendada por Deus, a missão tem tudo para dar errado, pois, não entende quem ouve Isaías, não compreende a mensagem, coração endurecido, olhos cegados para a mensagem divina... O importante para Isaías não era quem iria ouvir sua mensagem, mas a quem estava agradando: Deus. O mesmo Deus que havia se apresentado a Moisés na sarça era o Deus que enviava Isaías, era o Deus que encontrava Adão com perguntas, que se preocupa com aqueles que lhes são íntimos, é o Deus que prometeria um Messias através dos lábios desse mesmo Isaías.
  • 10. Página 10 de 31 Isaías foi apaixonado pelo Deus de Abraão, Isaac e Jacó. Aquele chamado era irrevogável, não havia mais volta para Isaías, ter contemplado o céu e a santidade de Deus o levaram a amar esse Deus de forma incondicional, sem limites, e por isso começa a sua missão, e, segundo Deus, até a catástrofe de desmoronamento de cidades despovoadas, campos desolados até sobrar a semente santa da esperança divina... Caríssimo (a), você que lê estas linhas agora, consegue se imaginar na pele de Isaías? Consegue perceber o tamanho da responsabilidade que esse homem estava assumindo? Independente do que sejamos chamados por Deus, sempre haverá a responsabilidade de representar, falar em nome Dele, sempre haverá a grande responsabilidade de ser um embaixador da presença de Deus em meio ao seu povo, a quem Ele nos envia. O amor de Isaías ainda o conduz pela sua vida toda lutando contra as heresias da época, contra as injustiças sociais, até ele chegar ao topo de sua missão, chegando ao martírio por defender a causa de Deus sendo serrado ao meio como conta a tradição judaica. Amado (a), Deus nos chama a esse amor missionário como o de Isaías! Deus nos quer amantes do amo Deus que é amante da criatura amada! Deus nos quer em chamas ardentes de amor pelo povo que Ele escolheu para ouvir- nos, ainda que de forma silenciosa, com nosso testemunho de vida, sendo uma profecia viva desse amor transformador, exigente na liberdade que damos a ele. Deus está se manifestando agora em nossa vida como fez com Isaías. Manifestando a Sua glória, sentado no trono como Rei, permite que um serafim que O adora leve uma brasa do altar de Deus para purificar os lábios do seu escolhido... Imagine como é esse altar! Imagine o que é celebrado ali! Como seria essa brasa? Foi retirada desse altar! Que beleza teria este serafim? Incomensurável... Seis asas... E nem o próprio serafim se atreve a pegar a brasa com as mãos limpas! Com uma tenaz pega esta brasa e leva até Isaías para tocar nos lábios dele... Meu Deus!!! Irmãos, isso é fantástico! Que calor havia naquela brasa? Que sensação experimentou Isaías tendo seus lábios purificados pelo próprio Deus? Que tipo de adoração Isaías pôde contemplar? Irmãos (as), são pérolas que nunca são descobertas para que eu e você descubramos como fez Isaías!!!! Ousadia em se consagrar a Deus de forma total, 100%, sem medidas, sem reservas, e aí, claro, dentro de suas possibilidades e dentro de seu chamado e vocação! A de Isaías era falar em nome de Deus. E a sua? A minha é a mesma: Falar em nome de Deus. E a sua? Irmãos, nos incomodemos com este chamado de Isaías. Se você ainda não descobriu o seu, convido-te a orar comigo nessa hora: Pai santo, querido e amado, te louvamos e bendizemos pela santidade de Teu nome e pela Tua presença em nosso meio. Queremos nessa hora estarmos naquele mesmo lugar que Isaías pôde contemplar Sua glória e sentir o chamado de Tua santidade a meu respeito. Quero meus lábios purificados pela brasa de Teu altar e aprender com este serafim a Te adorar, Senhor.
  • 11. Página 11 de 31 Permita-me ouvir esse coro celestial a cantar Teus louvores, quero experimentar esta epifania e alimentar minhas forças para consagrar-me por inteiro ao Teu chamado. Quero dizer meu sim como Isaías, reconhecendo minha pequenez e meu pecado que está sempre à minha frente, contando com o encontro esplêndido com Tua misericórdia infinita, que me leva a amar mais e mais este chamado que me fazes, a zelar pelo que me conduzes, Pai. Em nome de Teu Filho Jesus, na força do Teu Espírito Santo, que a brasa ardente que tocou os lábios de Isaías, agora toque meu coração, minha alma, levando- me a flutuar na Tua majestosa presença... Quero mergulhar no mistério desta purificação santificadora pela qual passou Isaías, ser também purificado, me consagrar à missão que me confias, ainda que seja eu conduzido ao martírio, ainda que seja serrado ao meio, ainda que meu coração seja apedrejado, ainda que minha vida seja criticada e condenada pelos homens, seja eu, Senhor, sinal de Tua glória aos povos, às gentes... Afina na harmonia celestial minhas palavras e atitudes daqui para frente, senhor, em nome de Jesus na força do Espírito Santo. Amém. CAPÍTULO 5 Irmãos, que Deus é esse? Veja o que aconteceu com um homem chamado João Batista: Deus veio ao encontro dele ainda sendo gestado. E o detalhe é que Deus também estava sendo gestado no ventre da Santíssima Virgem Maria. E João Batista foi um privilegiado com mais de um encontro fortíssimo com Deus. Deus o encontrou ainda sendo gestado no ventre de Isabel. Jesus acabara de ser fecundado pelo Espírito Santo no ventre da Virgem Maria e quando esta última visitou Isabel, eis que somente a saudação chegou aos ouvidos desta mãe e a criança sentiu a força do Espírito Santo que ali havia feito o maior milagre da história da salvação: Gestou no ventre da Santíssima Virgem o salvador do mundo! Não precisou olhar com os olhos da carne, mas com os olhos do coração o que estava acontecendo. Aquelas duas mulheres receberam milagres que jamais seriam esquecidos. Uma gera o precursor, a outra gera a Salvação. Uma gera a voz que clama no deserto, a outra gerou a Palavra que esta voz gritava! Que Deus estupendo! Encontrou seu escolhido, que aplainaria os caminhos do Senhor ainda no ventre de sua mãe, para mostrar como foi com Jeremias, quando Deus o chamou ao ministério. Algo de intrigante neste encontro entre o Batista e Jesus: Depois de 30 anos somente eles se encontram de novo. Agora num contexto diferente. João já era bem conhecido. Jesus não.
  • 12. Página 12 de 31 João já havia adiantado sobre Jesus. Mas Jesus – no anonimato – encontra-se novamente com João, que outrora, encontrara-o no ventre de sua mãe, encontra sua voz para unir a ela a Palavra, o Verbo que se fez carne. João batizava, mergulhava o povo de Israel no arrependimento, e Jesus veio santificar esse arrependimento tornando-o a primeira condição para voltar-se a Deus. Jesus nem tinha esse problema! Mas fez questão de passar para abrir as portas da bênção do arrependimento para que eu e você seguíssemos Seu caminho. E João pôde conferir o sinal celestial da pombinha descendo sobre Jesus, João viu a glória de Deus no seu segundo encontro com Jesus! Irmãos, quando nos encontramos com Deus, crendo piamente que ele é o que batiza com o Espírito Santo e com o fogo, assim como João Batista, nós também vemos a glória de Deus, não em pombas, não em céus abertos, mas vemos essa glória em nosso coração! Não vemos línguas de fogo sobre nossas cabeças, mas experimentamos essas línguas de fogo em nossa alma! Em nossos corações! João teve a promessa de ser cheio do Espírito Santo – e foi! – ainda no ventre de sua mãe quando Nossa senhora visitou Isabel. A criança estremeceu com a efusão que havia acontecido! Ficou sua mãe cheia do Espírito Santo e como João estava sendo gestado, ficou cheio também, desfrutou da graça! Irmãos, todo e qualquer encontro com Jesus nos traz uma experiência nova, mas a mais significativa é aquela que experimentamos por primeiro e a de João Batista foi essa... Ficou marcado... Por isso, quando Jesus veio se batizar nas águas do Jordão, João sabia quem Jesus era e que esse segundo encontro marcava uma nova etapa de sua missão, da escolha que Deus havia feito. A partir dali ele – João – iria diminuir e Cristo crescer... Que humildade e consciência! Que Deus é esse, gente, que dá esse tipo de virtude a um filho Dele? O encontro de João Batista com Deus precisa ser o modelo do nosso encontro com Jesus. João Batista foi ameaçado a se calar, mas seu encontro com aquele Deus tinha sido tão profundo, tão intenso que não havia como deixar de ser o que Deus o tornou: Profeta! Herodes não conseguiu calá-lo. Herodíades não conseguiu intimidá-lo. Os soldados não conseguiram silenciá-lo. A cabeça dele na bandeja trazia naquele recinto o grande sinal de que um encontro verdadeiro com Deus, ainda no ventre e renovado anos depois, jamais se apaga ou esfria, mas alimenta a vontade de ser mais divino na nossa humanidade, mais santo em nosso caminhar e mais esforçado em nossos limites! Com certeza, a força que conduzia João Batista naquele momento era a força do Espírito Santo que o fazia profetizar sem medo. Denunciar o adultério de Herodes e Herodíades foi apenas o pretexto que Deus se usou para dar livre curso na salvação que Jesus faria. Cumpriu-se o que João dissera ao batizar Jesus nas águas do Jordão: “Importa que Ele cresça e eu diminua” (cf. Jo 3, 30). João profetizou, pois sabia que seu encontro no ventre havia sido um encontro que na sua repetição, trinta anos depois ditaria o restante de sua missão... Todo encontro com Deus gera em nós uma missão!
  • 13. Página 13 de 31 O encontro de João Batista e Jesus nos dá esta certeza divina no coração! Quantas vezes nós não nos encontramos com Jesus e queremos ficar “bebendo” da graça sem sair do lugar, sem se movimentar e movimentar a graça de Deus recebida neste encontro? Ficamos colocando empecilhos para não nos mexermos, pois geralmente a missão confiada por Deus vai de encontro com algo que não desejamos fazer, ou que nos parece ser difícil demais para nós, grande demais para que se realize através de nós e Deus é quem faz! Não devemos ter medo do que vem pela frente, mas ter medo de dizer não ao projeto de Deus através de nós que ninguém vai realizar a não ser nós mesmos! Amados, que nosso encontro com Deus gere a coragem que foi gerada em João de assumir o projeto de Deus sem medidas, sem medos, sem reservas. Oremos irmãos e façamos um exercício nesse momento: Retire-se para um lugar silencioso, onde você tenha privacidade, onde ninguém te incomode ou interrompa. Pai Santo, querido e amado, nessa hora, colocamo-nos na Tua presença querendo te ouvir. Assim como João Batista se retirou para o deserto a fim de ouvir as tuas instruções a respeito da missão a ele confiada, assim também, eu, Senhor, quero, nesse momento, ouvir Tua voz em nome de Jesus na força do Espírito Santo. Curai os meus medos e traumas que me impediram até agora de assumir que Tu me encontraste e me chamaste a executar Teu plano de amor em favor das almas... Sara o meu coração de todo respeito humano que me priva da ousadia... Vem e derrama esse Espírito Santo derramado no ventre de Isabel no primeiro encontro de João Batista contigo Jesus, e me faça estremecer dos pés à cabeça na Tua graça, para te ouvir e me dispor de tudo o que tenho de excesso e tudo o que sou que ainda precisa ser moldado. Quero a ousadia e a coragem de João Batista. Quero levar o Batismo no Espírito Santo onde eu pisar, incomodar os que estão no erro com minha retidão de vida. Curai em mim os temores e libertai-me das amarras do ódio contra pessoas que não quiseram me ouvir, liberta-me do rancor, do comodismo que não me deixa sair do lugar, da paralisia do “costume” de ver Tua ação sem me dar conta de que eu preciso me mexer na Tua direção como fez João Batista... Amém. CAPÍTULO 6 Um dos encontros mais profundos e cheios de detalhes que pouco damos importância é este: Encontro do Arcanjo Gabriel com Maria. Todas as vezes que venho para a passagem de Lucas 1, na anunciação, percebo o grande carinho de Deus para com seu povo e como Deus se importa com detalhes em nossa vida que, muitas vezes, achamos que é algo tão comum, algo que já ouvimos tantas vezes que perdeu-se o sentido desse belo encontro do divino com o humano. Bem, com Nossa Senhora aconteceu algo extraordinário ao extremo! Deus encontrou Maria com o maior evento extraordinário que se possa imaginar.
  • 14. Página 14 de 31 Difícil para nós, hoje com tanta tecnologia penetrar esse mistério, mas naquele tempo, era mais difícil ainda! Naquele tempo havia ameaças de apedrejamento como já sabemos... Havia pessoas que esperavam deste casamento entre Nossa Senhora e José. O povo judeu inteiro esperava o Messias, mas não de Maria e José. E quando o anjo penetrou naquele quarto de Maria, o coração dela temeu, e o anjo, no anúncio já a tranquilizou, dizendo para não temer e começou a anunciar tudo o que aconteceria a Maria. Assim que terminou o anúncio, Gabriel esperou a resposta. Quando veio a resposta afirmativa de Nossa Senhora, deixou-a. E assim conosco, irmãos! Quando o Senhor nos encontra nos anuncia o que teremos pela frente, não deixa-nos desinformados do que teremos Dele, somos preparados por Deus para tudo o que Ele tem para nós! Já pensou se Maria fosse como nós? “Não estou preparado, preciso de um tempo para que isso caia no meu coração e eu também sinta...” Se Maria fosse esperar sentir, estaríamos numa bela enrascada! Não teríamos Jesus! Maria não precisou se preparar, pois Deus a preparou! O encontro com Deus nos prepara irmãos, ficamos na expectativa pelo que vem pela frente, somos moldados a uma docilidade tal que não compreendemos, assim como Maria Santíssima, mas nos dispomos para Deus e é isso que Ele espera quando nos encontra. Maria é o grande modelo de uma alma encontrada por Deus, escolhida... Pois se deixou guiar em todos os seus passos. Sua primeira atitude é ir até o milagre da gestação de João Batista no ventre de sua prima Isabel, idosa, estéril, um verdadeiro milagre, pois não havia recursos de fertilização in vitro na época, não havia bebês de proveta, nada disso. Havia no coração de Maria o desejo de estar a serviço deste milagre que Deus proporcionou à sua prima. Serviu de empregada doméstica, deve ter trocado muita fralda de pano, pois não havia fralda descartável na época. Temos muitos confortos que essas pessoas não tiveram na época que Deus as encontrou, mas elas tinham algo que muitas vezes nos falta: Fé. Fé para acolhermos a proposta que Deus nos faz como aconteceu com Maria, como aconteceu com João Batista, Moisés, Isaías e muitos outros personagens da Bíblia. O encontro nosso com Deus, sem fé, é um encontro com qualquer outra pessoa que nada teria a oferecer para nós. Não tem como se encontrar com Deus sem dispor-se, pela fé, a estar nos caminhos de Deus, assumir a missão sem saber o que virá, tendo a certeza de que Deus está na frente das coisas! Como Maria, devemos nos encontrar com Deus e responder de forma satisfatória os anseios de Deus para nós! Imagine se Maria dissesse não! Seria uma infelicidade para nós, mesmo sabendo que se Deus quisesse ele mesmo faria as coisas acontecerem... Mas Deus quis encontrar-nos para contar conosco! Que dignidade! Que graça!
  • 15. Página 15 de 31 Deus quis contar com a humanidade e a maior prova disso é o encontro Dele com Maria! Contou com o ventre santo e imaculado de Maria... Contou com a disponibilidade de Maria... Contou com a docilidade de Maria... E quer contar com a nossa disponibilidade, sendo dóceis e santos para sermos gestados no ventre de Maria, da mesma forma que o Verbo encarnado, e vir à vida de forma santa, que agrade a Deus... Coisa linda essa... Deus quer enxergar as mesmas qualidades de Maria em nós para ter um encontro conosco com a mesma intensidade que foi este magnífico encontro divino com Maria! A humanidade de Maria reflete a nossa humanidade nesse encontro! Ou pelo menos deveria. Já que esperamos um encontro sobrenatural com Deus nas mesmas proporções que foram as teofanias na Bíblia, mas nem sempre é assim. Essa teofania acontece no coração, interiormente, intimamente... Por isso é necessário ser íntimo de Deus como Maria foi, dócil a Deus como Maria foi, disponível a Deus como Maria foi, obediente a Deus como Maria foi. Deus espera de nós tudo isso, caríssimos, mas ainda espera as atitudes “pós-encontro” com Deus. Espera a disponibilidade, agora para servir os necessitados de dois braços para trocarem fraldas de compreensão, para auxiliarem nos serviços domésticos de ausências paterna e materna. Deus espera a coragem de atravessarem vales e montanhas escuras numa caminhada que vai durar a vida toda, auxiliando, ajudando, ouvindo, saudando, levando a graça do Espírito Santo como fez Maria na visitação a Isabel. Deus espera sempre o que temos de melhor para ofertar como fez Maria... Deus sempre espera de nós atitudes como a de Maria que se deu por completa, não fez questão de direito nenhum, livremente escolheu pela vontade de Deus, que é a expectativa de Deus quando nos encontra. O encontro de Deus com Maria nos revela o segredo do anseio de Deus a nosso respeito: Deus espera nossa resposta afirmativa sem pensar em consequências, sem nosso pensamento egoístico de somente olhar para direitos, sonhos particulares... Deus respeita nossos sonhos e não é necessário abrir mão deles ou requerer direitos diante de Deus, pois Ele nos honra! Honra nossas escolhas na direção Dele! Se nos posicionamos com Ele, Ele se posiciona conosco! Assim Deus fez com Maria Santíssima. Não permitiu que ela fosse apedrejada, envergonhada pela proposta aceita por Maria diante do Arcanjo Gabriel. Não permitiu que Seu Filho nascesse ao relento. Não permitiu que Maria fosse envergonhada em nenhum momento, somente preveniu Maria e José que uma espada de dor transpassaria sua alma, e assim aconteceu, mas preparou Maria para isso! Deus nos honra quando optamos por Sua vontade. Precisamos ter um encontro verdadeiro como o de Maria com Deus!
  • 16. Página 16 de 31 Sincero, que transforma as vidas, nos faz ter opções por Deus sem reservas, sem nenhuma restrição, pois Deus sabe até onde podemos ir, conhece nossos limites... Sabe de nossas condições... Caramba, Deus conhece tudo! Por isso, quando nos chama, sabe as ferramentas necessárias para bem desempenharmos nosso chamado! Deus é tão amoroso conosco e tão cuidadoso, que também enviou a José o anjo, para que nada desse errado na trilha de Nossa Senhora! E Maria teve outros encontros que nos ensinam muito a respeito do nosso encontro com Deus. Por exemplo, quando se encontrou com Jesus no Templo em Jerusalém quando perdeu de vista o menino-Jesus. A única aflição de Maria na Bíblia foi ter perdido Jesus de vista no meio da multidão. Quantos de nós não temos sofrido por este mesmo motivo? Perdemos Jesus de vista e nossas decisões começam a tomar rumos opostos do que esperávamos, nossos passos começam a fraquejar na caminhada rumo ao céu e então percebemos – graças a Deus! – que perdemos Jesus de vista e então, é hora de voltar. É hora de tomar o rumo de Jerusalém de novo, onde perdemos o olhar de Jesus, onde pensávamos que estávamos seguros com a família, com os amigos, enfim, Jesus acabou ficando e nós nem percebemos... Maria passou por isso irmãos! E a Bíblia não esconde isso! Para eu e você percebermos a grandeza do amor de Deus quando Ele nos encontra! Não tenhamos medo de voltarmos pelo mesmo caminho para consertarmos as coisas, até Maria fez isso, irmãos! E levou São José ainda! Mostrando-nos que nosso exemplo arrasta, não afasta. Maria nos ensina a cada vez que se encontra com Jesus na Bíblia! Quando se encontra com Jesus nas Bodas de Caná em João 2, Maria tem um encontro fantástico com Deus! Mostrando que quando Deus nos encontra vai de encontro às nossas necessidades, não nos deixando ser envergonhados, testemunhando Seu divino poder quando nos encontra... Irmãos, vejam que beleza! Maria estava na festa antes de Jesus, sabia dos detalhes da festa, Jesus chega com os discípulos – os primeiros – fica de canto, e Maria, percebendo que aquele casamento seria um fiasco, pois em pleno o quarto dia, numa festa que duraria sete dias, seria o mico da vida daquele casal. Porém, estava lá a Mulher detalhista, que confiou até o último momento, que sabia em quem confiar, sabia quem poderia fazer algo para que a vergonha não pairasse sobre a cabeça dos noivos, sabia quem estava ali e poderia fazer a alegria tomar o lugar da preocupação. Esse “alguém” é Jesus. E então, olhar de Mãe e Filho se encontram, ela segue até esse Jesus, afirma que eles não têm mais vinho. Veja bem, Maria afirma, não pede nada. O lindo é isso: Nada precisa pedir, pois quando Deus nos encontra, não precisamos pedir, Ele nos dá o necessário! Quando Deus vem ao nosso encontro, irmãos, Ele já vem com muita coisa pronta para eu e você nos surpreendermos e aí está o lindo desse encontro de Jesus com Maria: Ela simplesmente confia em Jesus e vira as costas diante da resposta de Jesus, que, a princípio parece ser malcriada, mas não. Não havia chegado o tempo de realizar milagres.
  • 17. Página 17 de 31 Mesmo assim Jesus realizou com a ajuda dos servos. Assim é conosco! Muitas vezes nem chegou o nosso tempo, mas Jesus, sempre misericordioso, não resiste à sua Mãe, àquele olhar que Ele bem conhecia como quem diz: “Confio em você.”. Quando vamos ao encontro de Jesus, num grupo de oração, nem percebemos, mas Maria está também com o olhar voltado para Jesus por nós. Portanto, esse encontro de Maria com Jesus se perpetua até hoje para nós! Deus não tem limites, irmãos quando quer nos encontrar! Deus não tem reservas... Exagera... Nos dá talhas cheias de vinho que, antes, era água de mesmice, de tédio, de uma vida amargurada, cheia de pecados e vícios... Nos encontra como encontrou Maria: Confiante! Maria é o grande exemplo de confiança que devemos seguir para encontrarmos esse Deus! Oremos, amados (as): Pai santo, querido e amado, te louvamos e bendizemos pelo Teu grande amor que nos envolve e nos faz seguros que não estamos sozinhos. Queremos estar na Tua direção sempre, Pai, pois Tu não fazes acepção de ninguém, nos aceitas como somos, nos acolhe e quer nos encontrar como fizeste com Maria. Acende em nosso coração esta confiança de Maria Santíssima, Pai, em nome de Jesus, na força do Teu Espírito Santo, acende a segurança que ainda não temos em Ti. Ensina-nos a estarmos em Tua presença sem reservas, a responder afirmativamente seu chamado, cheio de expectativas a nosso respeito. Cura-nos deste medo que temos em dar uma resposta e depois nos arrependermos, esse sentimento de receio, de medo, de pânico, de desconfiança de Ti, Senhor. Liberta nossa alma para responder ao Teu chamado com confiança, com segurança, com fé. Não nos permita tirar o olhar de Teu Filho Jesus, e, se o fizermos, leva-nos rapidamente a olhar novamente na direção correta, na direção do céu, Pai, vencendo a aflição de perder nosso olhar de Ti, de Tuas pegadas, curando nossos passos e decisões tomadas de forma egoísta, sem pensar na Tua vontade a meu respeito. Derrama Teu Espírito Santo sobre mim, assim como fizeste com Maria, envolvendo-nos com esta força do alto, gerando Jesus vivo dentro de nós, nos ensinando a amar e não perder Jesus der vista... Dá-nos desta graça, Pai, de sermos cheios, transbordantes do Teu Espírito Santo, assim como Maria transbordou para Isabel e João Batista, assim como transbordou de confiança nas Bodas de Caná... Transbordemos nós, Senhor, em nome de Jesus, esse Espírito Santo por onde passarmos e nos proporcione este encontro de confiança como foi o de Maria Santíssima, amém.
  • 18. Página 18 de 31 CAPÍTULO 7 Eu fico impressionado com quantas pessoas eu vejo e encontro hoje em dia, por onde eu vou pregar o quanto as pessoas têm sofrido com a tal da depressão. Neste capítulo eu quero trazer a Boa Nova para estes que sofrem disso. Deus é maravilhoso! Fantástico! Pois acabara de ser fecundado no ventre de Maria Santíssima, e a mesma, vem ao encontro de Isabel, sua prima, já idosa, triste pela condição de esterilidade que fora sucumbida durante sua vida. Provavelmente era uma mulher de expressão triste, de olhar distante, sem brilho, pois não havia realizado seu sonho de ser mãe, já que o povo judeu considera os filhos, bênçãos de Deus para o casal. Seu marido era Zacarias, sacerdote do Templo. Provavelmente trazia consigo um olhar tristonho também, o sonho frustrado de não ter um filho, talvez um relacionamento muito desgastado com sua esposa, mas mantinha-se fiel à sua condição de sacerdote. E numa das vezes que estava servindo no templo, eis que surge um anjo e anuncia que ele seria pai. Claro que ele ficou sem acreditar. Como disse no capítulo anterior, o povo de Israel era meio cético com essas coisas. Então Deus vem ao encontro – mais uma vez – de seus filhos! Isabel engravida. “Aquela que era tida por estéril...” vai dizer o anjo a Maria. (cf. Lc 1, 36) O encontro de Deus com Isabel foi no anonimato, sem ela perceber, pois Zacarias não poderia dizer, já que estava mudo. Isabel provavelmente deu pulos de alegria ao saber que estaria grávida de João Batista, mas com certeza não sabia que o anjo havia visitado Zacarias e a ele dado a notícia. Toda a depressão desta mulher, toda a tristeza dela por não ter um filho foi vencida pela alegria de Deus, o Deus da vida! Deus que gera a vida! Gerou uma vida naquele ventre estéril, infrutífero, vencendo a frustração de Isabel como mulher em não poder dar um filho a seu marido... Que Deus é esse que não se faz de rogado e vai até seus filhos e dá a vida onde ninguém enxerga a vida. Deposita a vida onde a morte do desânimo já desencadeou uma epidemia de gente fracassada e desistente de seus sonhos! Deus não permitiu que isso acontecesse com Isabel. Encontrou-a e deu a ela a razão de sorrir novamente, de se realizar como mulher e esposa... Deus havia feito um milagre na vida de Isabel e Zacarias porque quis operar Sua majestosa misericórdia e arrancar o olhar triste daquele casal, dando-lhes a alegria da presença divina através daquele menino que seria gestado naquele ventre outrora infértil. Que maravilha! Deus quando vem ao nosso encontro já vem com as mãos repletas, na medida certa, com milagres necessitados por nós! Já vem com tudo o que necessitamos para iniciar uma jornada divina com Ele. Deus não nos quer de olhar cabisbaixo, com sensação de fracasso, impotência, não! Deus nos quer felizes, fomos criados para isso! Não fomos criados para a esterilidade, mas para a fertilidade!
  • 19. Página 19 de 31 Ele provou isso a Isabel e Zacarias, Prova agora a nós que lemos estas linhas. Éramos – muitas vezes – infelizes antes de encontrar o Senhor, infecundos em nossa alegria, sempre frustrados pelos sonhos desfeitos por motivos de força maior, estávamos à beira do caminho da felicidade e Deus veio ao nosso encontro e nos colocou no caminho da verdadeira felicidade... Deus fecundou nosso coração com vida e vida em abundância! Não nos quer abatidos, olhar cabisbaixo, depressivos. Levante a cabeça, meu irmão (ã), pois Deus sempre tem algo debaixo das mangas de Sua misericórdia reservado para nós em forma de milagre. Permite-nos as situações que são consequências de nossas escolhas, mas sempre está disposto a nos dar o necessário para superar tais situações. Precisamos acreditar nisso! Precisamos acreditar nesse encontro único de Deus conosco que se renova a cada momento em que nos colocamos em sua presença. Precisamos acreditar que nos visita o Senhor a cada momento de docilidade! Isabel acreditou nisso... Ela descobriu que, apesar dela ser limitada, de estar frustrada com sua condição estéril, Deus não olhou o que ela tinha de pior, mas preferiu investir no que Isabel tinha de melhor: Sua fé. Apesar de tudo, ela tinha fé. Pois, se ela não acreditasse, ela mesma não diria a Maria Santíssima que estava acolhendo a mãe do Seu Senhor! Não teria pronunciado aquele grito que se tornou parte da Ave Maria que tanto oramos! Isabel acreditou! Ela exaltou o que Maria havia acreditado, mas acreditou no que estava acontecendo com ela. Ela percebeu a criança estremecendo no ventre dela! Que fantástico! Deus provocou a fé de Isabel fazendo estremecer a criança no ventre dela através da presença Dele em Jesus no ventre ainda da Santíssima Virgem. Aí aconteceu a cura daquele coração deprimido, triste, cheio de desânimos, frustrado pela condição de esterilidade que ela estava presa... Deus a libertou! Deus a fez livre de frustrações, fracassos, tristezas, depressão, abatimento... E é isso que quer fazer conosco! Quer fazer com você talvez, nesta condição de abatimento que você se encontra, dando lustro nos problemas, enxergando-os enormes além do que eles realmente são! Existe um Deus maior! Existe um Deus que está além desta tristeza, desta depressão, deste abatimento... Existe um Deus que nos quer livres! Existe um Deus que nos faz lutar com tudo o que temos e somos! Existe um Deus capaz de nos levantar, de nos fazer vitoriosos pela virtude de Cristo! Existe um Deus além de nossos problemas, que não enxerga-os, prefere enxergar somente a força que nos faz livres deles! Prefere enxergar o lado positivo, nossas virtudes, nossa capacidade de crescimento na graça Dele! Por isso, quando Ele vem ao nosso encontro, já vem com Suas mãos cheias de graças, milagres para depositar em nossos corações, engrandecer nossa alma, fazer-nos vitoriosos pela presença Dele. Ele sabe do que precisamos, sabe como pedimos, sabe de nossas deficiências, sabe de nossos limites, sabe de tudo isso e mais além, mas não enxerga o negativo, mas o que temos de positivo. Deus não nos olha com olhar negativo, pois é Pai!
  • 20. Página 20 de 31 Jesus não mexe conosco para nos diminuir, mas para nos reerguer de nosso abatimento! O Espírito Santo não nos impulsiona para sairmos do lugar somente, mas para sermos testemunhas da grandeza desse Deus! Maria não nos leva a presença do Espírito Santo somente para ser um momento histórico na nossa conversão, mas para revelar a grandeza de Deus, a manifestação poderosa Dele em nossas vidas! Que Deus é esse? É o Deus que dá a vida onde só existe morte! É o Deus que mostra caminhos quando tudo parece perdido! É o Deus que opera milagres quando achamos que uma situação está perdida! O encontro de Deus com Isabel tem de ser o nosso encontro com Ele também! Nas mesmas proporções e mesma intensidade... Oremos, amados (as): Pai santo, querido e amado, adoramos o Teu majestoso e poderoso nome e desejamos neste momento entregar nossas tristezas, decepções amorosas, frustrações com a vida e situações que mesma nos impôs. Perdão Senhor por não acreditar que Tu és um Deus poderoso, capaz de operar impossíveis em nossas vidas e em qualquer situação. Quero acreditar e ter a fé de Isabel, acolher Tua presença num simples cumprimento, ainda que me venha de alguém que não conheça, eu quero ter o Espírito Santo a me fazer gritar de alegria e unção, assim como fez Isabel. Curai, Pai, em nome de Jesus na força do Espírito Santo meu olhar triste, sem brilho e esse sentimento de tristeza que paira em meu coração me tornando uma pessoa de cara amarrada, irada, explosiva, impaciente, depressiva, solitária... Me leve senhor nas asas de Tua misericórdia e encontra-me na situação em que me encontro, pois creio agora que Tu não enxergas o meu pior, mas o melhor que tenho a oferecer. Adoramos- te pela confiança que colocas em nós, sabendo de nossa imperfeição, prefere nos dar em forma de milagre o que necessitamos, e assim, alimentar nossa fé. Gesta Senhor a vontade de te encontrar, mesmo que achemos impossível tal encontro! Cura Nosso coração de toda a descrença, de toda a amargura pelo fracasso que tivemos no passado. Sarai nosso coração de todo o sentimento de impotência e frustração por não termos preenchido as expectativas das pessoas que estão ao nosso redor e leva-nos a perdoar as Tuas demoras, mesmo quando parece-nos que Tu não nos escutas... Misericórdia de nossas limitações, Pai. Liberta nossa alma do medo das coisas não darem certo quando nos deparamos com o impossível que se levanta em nossa vida! Pois Tu és um Deus imenso, sem rival, que tudo pode na abertura de nosso coração. Bendito seja Pai, por estes milagres que derramas sobre nós, independente do que trazemos conosco... Bendito seja pelos milagres que estão sendo derramados agora em meu coração... Bendito seja pela graça de ser visitado por Vós através dos irmãos... Amém.
  • 21. Página 21 de 31 CAPÍTULO 8 Um dos encontros mais significativos de Deus com o homem se dá quando no nosso cotidiano, fazendo coisas tão simples, que acontecem no simples do dia-a-dia... E é preciso encontrar-se com Deus nesse cotidiano. Deus precisa tomar as rédeas de nossa vida em todos os sentidos. Foi o que aconteceu naquele dia ensolarado, quente em que Jesus deixa a Judéia e parte para a Galiléia e em pleno meio dia, passa pela Samaria, numa aldeia chamada Sicar. Havia ali um poço, onde Jesus, cansado, senta-se enquanto seus discípulos foram comprar mantimentos. Nesse meio tempo vem uma mulher tirar água naquele poço. Era uma samaritana. Os judeus rejeitavam os samaritanos devido a questões religiosas do passado e, por isso, a samaritana estranhou um judeu falar com ela. Jesus é Deus conosco! Não foi por acaso que Ele parou naquele poço. Não foi por acaso que puxou conversa com aquela samaritana. Não foi por acaso que esse diálogo se deu! Nada é por acaso em Jesus! Inicia-se aqui um belo encontro de Deus com o ser humano na sua pior forma: Afundado em pecado. Aquela mulher acha estranho um judeu puxar assunto com ela e pedir água, vendo que ela acabara de chegar e não tinha nem sequer puxado água do poço. Mas dá ouvidos àquele judeu. Questiona-O sobre como poderia Ele, sendo judeu, falar com ela que era samaritana, e o evangelista ainda frisa que os judeus não queriam nada com os samaritanos. Jesus é um Deus que quebras paradigmas! É um Deus que não liga para preconceitos, é um Deus que não quer saber de rejeitar ninguém por causa de brigas passadas e falsos conceitos religiosos! É um Deus que quer salvar e buscar o que estava perdido! Aquela samaritana estava perdida, afundada em paradigmas, em preconceitos, em religiosidades fundamentadas em fatos passados que ela nem sequer sabia quem havia determinado! E Jesus não enxerga isso, mas enxerga a alma daquela pobre pecadora que tinha sede de amor! Tinha sede de Deus! Tinha sede ser enxergada como filha de deus! Tinha sede de amor divino! Jesus preferiu enxergar nela uma possibilidade positiva de resposta como havia feito com Pedro. Preferiu enxergar nela uma possibilidade de salvação! Por isso Jesus dá a ela uma novidade: “Se conhecesses o dom de Deus...”. Ele mesmo era esse dom de Deus!!!! Que Deus é esse que se revela aos mais infelizes pecadores sem perspectiva de vida? Que Deus é esse que não tem reservas preconceituosas, mas tem acolhida a todos, inclusive os que estão em pecado mortal e não sabem que à frente está um Deus conosco, que para diante de nós, na nossa história, para dar uma “guinada”, fazer um desvio violento de conduta na direção de Deus! Mesmo aquela mulher entendendo de forma humana o que Jesus dizia, Jesus fez questão de gastar tempo com ela, que pensou que Jesus era “doido”. Nem sequer balde Ele trazia! Como pode se colocar acima de Jacó, que havia deixado aquele poço para toda a aldeia? Que disparate!
  • 22. Página 22 de 31 Jesus diz que a água que ela estava pegando naquele poço deixaria que ela e todos os que a bebessem teriam sede novamente, mas a água que Ele trazia como Dom de Deus, se tornaria fonte que jorraria para a vida eterna. Mais do que depressa ela pediu daquela água, não para se tornar fonte, mas para saciar sua sede... Aquela mulher apenas pensava nela ainda, pois não queria se esforçar para tirar água daquele poço novamente... Um interesse até que justo, já que ela tinha de viver às escondidas, pois se ela era uma mulher adultera como dirá Jesus mais à frente, então suas ações eram feitas na escuridão e no esconderijo da noite, onde aquele que não era marido dela não fosse pêgo de surpresa pela esposa verdadeira! Então, acorda tarde e meio-dia vai buscar água... Jesus já enxergava aquela mulher! Já enxergava a situação dela! Já sabia que precisaria salvar mais uma alma naquele momento... O detalhe é que Jesus atiçou a curiosidade dela e conseguiu envolve-la, e então, ela já está interessada naquela conversa. Pede dessa água! Jesus aí dá o “xeque-mate”: “Vai, chama o teu marido e volta aqui.” (conf. Jo 4, 16) Jesus havia chegado no ponto chave daquela mulher, onde a ferida estava aberta e doía. A mulher confessa não ter marido e Jesus, manifestando a Palavra de Ciência revela a verdade daquela pobre samaritana, ferida, usada e abusada em todos os seus sentimentos, sem saber ao certo o que ela pode ter como certeza de fé até que Jesus revela que ela já havia tido cinco maridos e o atual ainda não era dela, portanto, adultério. Aquela mulher estava encontrando a libertação daquela situação, então mostra a pequenez de sua fé, a confusão que aquela briga entre os povos havia causado na cabeça dela, mas a revelação da profecia mexe com ela. Ela percebe em Jesus o profeta, ainda não reconhecia-O como Messias, mas já começava a adquirir um respeito por Jesus que não havia ocorrido anteriormente... Jesus até então era somente um judeu, agora era profeta! Aquela mulher começou a ser uma mulher livre de tudo o que a afligia por causa da presença de Jesus, por causa daquele encontro! Jesus estava curando-a e libertando-a dos malefícios daquela vida que ela levava, cheia de feridas e machucaduras que apunhalavam seu coração sedento de amor, sedento de ser amada por alguém, de forma verdadeira, sem a necessidade de abrir mão daquela companhia porque não era a verdadeira mulher... Que dor deveria ela estar passando! Jesus estava encontrando-a e curando-a pelo amor dele por ela, salvando aquela alma do adultério, libertando-a daquele amor falso, que apenas queria uma parte dela e, portanto, dava somente parte de si. Quando Jesus nos encontra, amados (as), sempre sabendo de nossa situação atual, vem antes com Sua misericórdia, curando-nos onde há necessidade, libertando-nos onde estamos cativos, como ele fez com aquela samaritana! Somos os samaritanos que Jesus quer encontrar nesse momento, com nossas feridas, nossos medos, desconfianças, inseguranças e incertezas... Somos os adúlteros que Jesus quer curar! Somos as feridas abertas que Jesus quer fechar! Todas as vezes que Deus vem ao nosso encontro traz com Ele o necessário para que este encontro seja curador, impulsionador, fortalecedor, para que a este encontro, saiamos de nós mesmos ao encontro dos nossos e transbordarmos esta graça a eles... Como Jesus é maravilhoso!
  • 23. Página 23 de 31 Aquela mulher descobre que Jesus não a deseja como os homens a haviam desejado até então, mas que Ele desejava salvar sua alma, que ela tinha jeito! Jesus ensina-a a adorar a Deus em Espírito e em verdade, porque Ele – Jesus – é a verdade que ela precisava descobrir! Então Jesus se revela a ela dizendo ser Ele o Messias que ela sabia que viria! E então chegam os discípulos. Aquela mulher está extasiada... Havia descoberto e se encontrado com o Messias prometido desde os seus ancestrais, que ela nem entendia direito quem e de onde sairia, e de repente, Jesus a encontra! Ela tem uma verdadeira trombada com um Deus que não viu seus limites e nem deu atenção aos pecados que ela cometeu... Ela está curada de sua carência. Está liberta do adultério e tem que ir levar aos seus esta graça! Ela faz o que todo o missionário precisa aprender com esta samaritana: Fez a aldeia toda ir até Jesus! Simplesmente falando que Jesus havia contado tudo o que ela havia feito, revelado todos os seus pecados! “Não seria Ele o Messias?” (cf. Jo 4, 29). E o testemunho da aldeia foi um só: “Já não cremos pelo que nos contaste, pois nós mesmos escutamos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo” (Jo 4, 42) É este o testemunho que Jesus nos proporciona quando nos encontra! Bendito seja Deus que vem ao encontro do seu povo, não se importando se somos pagãos, pecadores, ateus... Deus vê o coração e além do que se apresenta a Ele, por isso sabe quanto pode investir em nós. Jesus não olha os limites, não olha os pecados, não olha nossas vestes... Olha o desejo de nosso coração de conhecer a Verdade, de viver esta Verdade e de ser plenamente Dele. Aquela samaritana teve a experiência que Jesus quer proporcionar a mim e a você. Esse encontro é nosso! Às vezes estamos com tanta pressa das coisas e não temos tempo de parar neste poço com Jesus. Jesus quer somente um pouco de nossa atenção e assim ter um encontro verdadeiro comigo e com você. Deixe-se encontrar com Jesus nesse momento como fez aquela samaritana... Pare o que estiver fazendo, sente-se à beira do poço com Jesus... Não ligue para o que os que convivem com você falam ou deixam de falar... Pois neste encontro cai por terra aquele velho ditado: “Santo de casa não faz milagre”. Realmente não faz, mas sim Jesus faz e aquela samaritana comprovou isso... Deixou-se sentar no poço com Jesus, deixou-se curar por Jesus... Deixou-se envolver por Jesus... Testemunhou Jesus... O balde que ela trouxe vazio de água está levando cheia do amor verdadeiro que Deus tem por nós! Aquele coração carente de amor, vazio da água do Espírito Santo está cheio agora de amor verdadeiro, incondicional... As feridas daquele coração adulterado nos valores agora está fielmente preenchido de um amor verdadeiro, sem adultérios... Oremos: Pai santo, querido e amado, nesta correria que estamos em pegar água do poço de nossas vidas, queremos descansar agora num diálogo com Teu filho Jesus...
  • 24. Página 24 de 31 Jesus, nós temos tido tantas pressas na nossa vida e na minha história que não temos tempo mais para sentar-nos pertinho de você, deixar-nos olhar por você... Temos procurado falsos amores que só roubam de nós a dignidade de filhos de Deus que temos... Temos corrido tanto atrás das coisas que nunca ficamos à frente para receber as vitórias reservadas a nós. Jesus, amado, Teu olhar nos transpassa a alma e revela nossos segredos que ninguém até hoje se importou em saber. Ah, Jesus, neste poço de minha vida que nós temos passado correndo, queremos parar e sentarmo-nos nele para encontrar esse olhar que nos faz desmontar de nosso orgulho ferido pelas situações que vivemos de pecado, que nos envergonha diante das pessoas... Nosso balde de amor está vazio. Tu nos pedes água, Jesus! Precisamos desta água viva de Teu Espírito Santo para fazer-nos fonte que jorram para a vida eterna, Jesus! Cura nosso coração de toda a carência afetiva que nos leva a buscar amores irreais que querem somente um pedaço nosso e não a nós por completo... Cura nosso coração de toda a amargura por ter perdido a dignidade diante das pessoas que nos rodeiam e que só enxergam em nós o que trazemos de pior em nossa vida e tu vens com Tua misericórdia enxergar o melhor, sempre o melhor e nos restaura a dignidade e confiança. Sara nosso coração de todos os relacionamentos que nos trouxeram feridas de traições, mentiras, abusos... Cura-nos de todo trauma Senhor que ficou enraizado em nossa alma, fazendo nossa personalidade adoecida e transparecendo em nosso caráter arredio, amargo, cheio de mau humor, de desconfiança... Cura-nos Senhor como fizeste com a samaritana... Bendito sejais, Jesus, por nos encontrar na beira do poço de nossa vida, mesmo com o balde de nosso coração vazio de amor, sair deste encontro cheio do Teu amor incansável, incondicional e pleno... Amém. CAPÍTULO 9 Irmãos, em nossa vida sempre encontramos situações que nos colocam à beira do caminho, onde as pessoas, por ocasião do impulso da sociedade, vai nos excluindo aos poucos de nossos sonhos, projetos... Enfim, acabamos por ficar à beira do caminho e não NO caminho. Quando nos encontramos em meio a tribulações, provas, situações sérias de enfermidade ou, hoje em dia, as finanças ditam muito o quanto sentimos as coisas... Às vezes até levam ao suicídio, devido ao desequilíbrio financeiro que a pessoa chega e acaba se torturando, até chegar ao cúmulo de querer resolver as dívidas acabando com a própria vida. Absurdo! Mas acontece. Deus, em Sua infinita bondade, muitas vezes, nos permite tais situações e intervém em nosso favor, nos retirando da beira do caminho para que nos coloquemos no caminho. É disso que esse encontro trata: Sair da beira do caminho para estar no caminho.
  • 25. Página 25 de 31 Saindo de Jericó, Jesus se depara com uma multidão e S. Marcos destaca que havia um homem À BEIRA DO CAMINHO mendigando, destacando que era filho de um tal Timeu = Bartimeu. Esse encontro nos ensina muita coisa. O evangelista destaca que era “filho de...”, portanto, o Pai dele era conhecido entre aquele povo, então deduzimos que, devido à cegueira, Bartimeu foi lançado à beira do caminho, talvez, expulso de casa devido à cultura do povo judeu, que considerava maldição de Deus as doenças adquiridas. O segundo destaque é a cegueira de Bartimeu. “... Bartimeu, QUE ERA CEGO, filho de...”. São Marcos destaca a condição de cego daquele homem abandonado à beira do caminho e aqui eu vejo algo muito importante. Algumas traduções bíblicas, no caso a CNBB e da Ave-Maria, trazem o cego dizendo a Jesus: “... Que eu veja”. (cf. Mc 10, 51). Nas traduções de Jerusalém e do Peregrino, trazem no mesmo versículo: “... Que eu recobre a visão”. Estudando no grego, a palavra usada no Evangelho – que foi escrito no grego – é: ἀναβλέπω que é um verbo no discurso. Pronuncia-se: (an-ab lep’-o) que significa: olhar para cima, recuperar a visão. Ou seja, Bartimeu SE TORNOU CEGO, não nasceu cego. Sendo assim, irmãos, ele já havia sentido qual era a sensação de ver as cores das coisas... Já havia sido alguém que conseguira, em outros tempos, conferir as pessoas, distinguir quem era ou deixava de ser... Talvez por isso, foi excluído pela família, se tornou mendigo, acabando assim por ficar à beira do caminho. Pois agora, não teria o que dar a não ser problemas... Teria de ser guiado, conduzido. A Palavra não diz da família desse homem, apenas que ele era filho de um tal Bartimeu, portanto, o pai dele era conhecido e por causa do pai dele ele foi reconhecido. O mesmo acontece em nossos dias. Nos tornamos cegos para muitas coisas e quando incomodamos, damos trabalho, então somos rejeitados, levados a ficar à beira do caminho, ficar isolados e isso, irmãos, de ambos extremos: Quando estamos em Deus e quando não estamos no Senhor! Quando estamos distantes, somos rejeitados pelos nossos vícios, manias, rebeldia, distanciamento mesmo das coisas celestiais. Quando estamos na graça de Deus, nos encontramos com Ele, aí a coisa muda de figura também. As pessoas nos rejeitam dizendo que estamos ficando fanáticos, “bitolados”, que deveríamos levar nossas coisas para Igreja e morarmos lá de uma vez, por quê? Porque, a luz chega e ilumina as trevas, ardem os olhos das pessoas quando veem a claridade e gravidade das coisas, mas no caso de Bartimeu, ele havia sido excluído de seu convívio familiar pela cegueira, ninguém via nele utilidade nenhuma, ninguém queria cuidar daquele cego, ninguém o queria no caminho! Mas, ele, sabendo que Jesus estava passando... Como assim? Ele era cego! Quando uma pessoa é ou torna-se cega, ela acaba por desenvolver os outros sentidos de forma mais aguçada, como se fosse uma autodefesa do organismo para suprir a ausência de um dos sentidos, e, com certeza, isso deve ter acontecido com Bartimeu.
  • 26. Página 26 de 31 Portanto, ele colheu informações sobre o tumulto, pois, onde Jesus passava, causava alvoroço, a multidão comprimia, apertava, estava reunida, então ele perguntou a alguém o que estava acontecendo. Alguém o informou que era Jesus de Nazaré que estava passando, e como as notícias corriam, ele sabia que Jesus fazia milagres, o que poderia fazer com ele então? Ele poderia recobrar a visão! Por isso, dentro daquele coração à beira do caminho, nasce um grito que flui da alma dele: “- Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” (cf. Marcos 10, 47) Irmãos, ele gritou! Não cochichou, não recorreu a ninguém para que chamassem a atenção de Jesus para ele, mas gritou algo que ninguém, até então, havia dito: “FILHO DE DAVI”. Como Bartimeu sabia que Jesus descendia da tribo de Davi? De onde ele tirou este “nome” de Jesus? Contanto que, como nunca haviam ouvido tal nomenclatura de Jesus, estranharam e até por isso repreenderam, ele não estava no caminho, não era conhecido, não tinha que chamar o Mestre, não tinha que dizer aquilo que ninguém havia dito ainda, tinha que ficar quieto! As pessoas andam mandando-nos calarmos a boca quando o assunto é Jesus. Não é? Pois olhem a lição de Bartimeu: “Ele, porém, gritava mais ainda: ‘Filho de Davi, tem compaixão de mim!’” (cf. Marcos 10, 48) Não se abateu pelos comentários, pelas repreensões... Não deu ouvidos aos que não queriam ele no caminho... Não se importou com quem era contra... Ele simplesmente gritou mais forte para chamar a atenção daquele que realmente ele queria atenção: Jesus. Ele não queria os apóstolos, não queria seus companheiros de mendicância, não queria sua família... Naquele momento ele queria Jesus! O segundo grito, mais forte, mais potente, demonstrava sua necessidade e desejo de ser curado. Contanto que, Jesus para, manda chamar o cego. Quando somos sinceros com Jesus e deixamos sair de dentro de nós uma oração profunda e sincera, deixando a verdade do nosso coração vir à tona, então chamamos a atenção de Jesus e Ele para. Nos chama. Quer olhar nos nossos olhos, enxergar pelas janelas de nossa alma, onde não tem como mentir. O detalhe é que, no caminho, Bartimeu deixa sua capa, que denotava sua cegueira, que o distinguia como um cego! Ele deixa esta capa... Joga ela fora, já tomando posse de sua visão! Que Deus é esse que num chamado simples nos devolve a visão daquilo que perdemos de vista, que devolve a dignidade àqueles que se deixam tocar? Que Deus é esse que precisa ser chamado de uma forma única para nos dar a atenção que nós necessitamos em determinado momento?
  • 27. Página 27 de 31 Bartimeu deixa a capa, vai até Jesus. Ele não sabia o cheiro que Jesus tinha, não sabia o tom de voz de Jesus, não conhecia nada a não ser que Ele fazia diversos sinais de poder entre o povo. O momento é de pura intensidade de emoções! Por um lado os apóstolos ansiosos de saber o porquê aquele cego havia chamado Jesus de “Filho de Davi”, porque ele deixara sua capa antes de estar diante de Jesus... Por outro, o cego estava na expectativa: “O que acontecerá comigo? Eu deixei minha capa lá atrás e se esse Jesus não fizer nada em meu favor?” Jesus percebe isso, reconhece o esforço do cego que deixou sua capa ao chão depois de levantar-se para ir ao seu encontro. A pergunta de Jesus a Bartimeu chega a ser irritante: “Que queres que eu te faça?”. Naquela hora, será que Bartimeu pensou em ser irônico? Sarcástico? “É, Jesus, eu queria ver se era possível o Senhor me providenciar uma bengala e um cão guia para que eu não me perca, não fique à deriva... Uns óculos escuros...”. Jesus perguntou para saber de detalhes da fé daquele homem... Queria ver a medida da abertura daquele coração... Queria se deliciar com aquela fé sem barreiras que acreditou que Ele poderia devolver- lhe a visão... O cego é ousado e tem certeza do poder de Jesus. “Rabúnni! Que eu possa ver novamente!” (cf. Marcos 10, 51). Aqui está o segredo do milagre: Como se abre o coração? Do jeito que Bartimeu fez: Detalhando o que ele queria. Se todos nós chamássemos a atenção do Senhor da forma correta e abríssemos o coração para o milagre detalhando-o, com certeza, o encontro com Jesus entre nós seria muito mais intenso, teria um significado maior, pois saberíamos que Nele podemos esperar... Sem reserva nenhuma... Bartimeu nos ensina a chamar a atenção do Senhor quando nos encontramos com Ele. Vamos orar: Pai amado, queremos abrir nosso coração nesse momento como Bartimeu e chamar a atenção de Teu filho Jesus que passa pela nossa vida enquanto estamos à beira do caminho... Queremos e precisamos nos colocar no caminho verdadeiro por onde Jesus está passando e nos deixar tocar por Ele, nos deixar olhar por Ele, chamar a atenção Dele com nosso grito de socorro, com nosso pedido de misericórdia, Senhor... Cura-nos nesse momento dos obstáculos que nós temos colocado entre nós e o Senhor, cura-nos dos comentários que não nos ajudaram a manter o foco, apenas nos sugaram o que de melhor nós tínhamos e acabamos por sermos cegados por estes comentários. Que nossa voz não se cale a partir de hoje quando quisermos nos encontrar contigo sem pensar no que os outros pensam ou falam de mim, mas que nossos olhos queiram se abrir para Ti Jesus... Que nosso caminho seja por onde Tu andas sem perder-Te de vista.
  • 28. Página 28 de 31 Ajudai-nos a te encontrar sem reservas ou medos, com coração aberto, sabendo o que queremos de Ti sem esconder com uma falsa humildade o milagre que tanto almejamos. Queremos te enxergar de novo, Senhor! Que possamos ver-Te, amado Jesus. Amém. CAPÍTULO 10 Ainda temos uma infinidade de encontros maravilhosos das pessoas com Deus na Bíblia, nós sabemos disso. Os apóstolos, homens e mulheres do Antigo Testamento que valeria a pena estarem aqui descritos. Mas quero finalizar por aqui com um encontro em especial. Eu me recordo como se fosse hoje, quando eu fugia de Deus. Já havia feito um encontro para jovens em abril de 1996, mas não queria compromisso com Jesus, havia apenas dado um esbarrão Nele. Minha mãe havia falecido há pouco mais de um mês. Eu namorava com uma das meninas do encontro. Levava uma vida marital já com ela. Apesar da espiritualidade dela ser avançada em relação à minha - que não existia – mas chegou um momento em que as coisas começaram a tomar um novo rumo a partir de um retiro vocacional na Comunidade Canção Nova em Cachoeira Paulista. Uma irmã muito amada em Cristo me arrumou uma ficha para o referido retiro de última hora, coisas que só a providência de Deus explica e eu fui com a cara e coragem, sem conhecer ninguém que fora comigo no ônibus. Foi um retiro muito bom para mim. Foi um impacto muito grande cada palestra, cada momento de partilha, saber da realidade de outras pessoas que passavam então, pela mesma problemática que eu, confusos na vocação, querendo saber o que Deus estava querendo com cada um de nós. Voltei com a certeza de que Deus me queria padre. Doce ilusão. Eu não sabia escutar a voz de Deus direito. Num encontro de carnaval que se deu alguns dias depois a voz de Deus se fez ouvir por mim então através de pessoas que caminhavam conosco no mesmo encontro. Como agradeço as palavras de discernimento do Vinaldo: “Lucio, será que Deus te quer realmente Padre?”. Aquelas palavras mexeram comigo de uma forma que me causou mal estar no princípio e, no decorrer do encontro então, meus olhos se abriram como os do cego Bartimeu... Não conseguiria definir com palavras o que sucedeu em meu coração depois, mas algo cresceu dentro de mim como uma bomba atômica, foi explodindo, me dando uma alegria, uma certeza absoluta de que Deus me queria e eu precisava tomar uma decisão naquele momento. Um turbilhão de pensamentos começaram a pipocar em minha cabeça, mas Deus estava no foco, na frente das coisas...
  • 29. Página 29 de 31 Não sabia discernir ainda aquilo tudo, e o que eu poderia fazer naquele momento era tomar decisões, cortar excessos e foi o que fiz ao sair dali. Terminamos o relacionamento promíscuo. Eu sabia o que estava fazendo, mas a menina não entendia direito tudo aquilo e alguns meses depois um namoro surgiu, de forma errada também, e acabou me arrancando do grupo de oração onde eu caminhava, mas tudo foi Providência Divina e eu entendi essas coisas depois... Terminei meu crisma, fiquei um ano sem qualquer contato com grupos de oração e acabei por conhecer um que até hoje é aos domingos, às 18:00 hrs no Jardim Conquista. Ali Deus me envolveu mesmo com todos os erros que trazia do meu passado, eu tenho um filho que veio antes de eu ir ao encontro vocacional... O que não impediu de eu seguir meu caminho com o Senhor. Lembro-me de uma confissão que fiz, onde o sacerdote me deu a absolvição... Voltei- me a Deus de forma total... Muitos condenaram-me dizendo que eu havia virado as costas, que estava dando uma de covarde... Enfim, tive de viver a realidade de Bartimeu de diversas formas pelas circunstâncias que eu estava vivendo naquele exato momento. Mas Deus me abraçou neste grupo de oração e ali tudo começou a se endireitar. Minha sexualidade começou a se equilibrar, os vícios já não existiam, e comecei a voltar meu olhar somente para Jesus. O que havia acontecido com a Samaritana, com Pedro, com Bartimeu, com todos aqueles que Jesus encontrou, aconteceu comigo também. Pare um pouco a leitura. Deus está em você. Você também traz a essência celestial de Deus dentro de você pelo fato de sermos imagem e semelhança desse Deus... Pegue um espelho pequeno ou vá à frente de um espelho próximo a você. Olhe em seus olhos e encontre a Deus em você! Ninguém é um caso perdido! Se você é batizado, tem Deus todo em você, pois carrega dentro de si o Espírito Santo dado completamente no batismo. Chore aí se seu coração perceber que seus olhos não carregam mais o brilho de outrora. Deixe cair junto com as lágrimas as ausências que você sofria quando achava que ninguém se importava com você, pois Deus estava aí! Deixe a baixa autoestima dar lugar a uma certeza de que Deus te fez vencedor(a)! Deus veio ao nosso encontro, mas nessa hora está encontrando você em si mesmo, com a experiência do filho pródigo que teve toda a sua parte da herança, mas o Pai havia guardado a festa, anéis, roupa nova e o CORDEIRO para a festa! Desenhe as novas feições que queres carregar nessa hora e viaje dentro de seu olhar encontrando o Senhor a te esperar desde sempre por este encontro, ou mesmo, reencontro para você que havia se encontrado já com Jesus e deixou-se levar pelo relaxamento de conduta, deixando=se envolver com as tentações mundanas e o encontro ficou esquecido no tempo e no espaço, afinal você tinha o direito de se divertir! Você estava cansado de tanta perseguição, incompreensão das pessoas pelo fato de você ter decidido estar com Cristo.
  • 30. Página 30 de 31 Passe a querer de volta o brilho do olhar, o brilho do sorriso que antigamente era constante e deu lugar a um semblante sombrio, sem vida, sem sorrisos, sem alegria, tristonho... Faça o Cristo sorrir em você nessa hora, diante da imagem do espelho, não tire os olhos desta imagem! Traga o Cristo que te levantou do chão! Que te defendeu nos momentos em que as pessoas tacaram pedras de incompreensão, de arrogância, prepotência porque você estava chegando agora, fazia tão pouco tempo! Mas nem por isso as pessoas tinham esse direito... Isso feriu, foi arrancando seu desejo de constância, foi tirando a sua vontade de ir ao grupo de oração, de estar com os irmãos, de viver em comunidade, até fugindo do contato constante com os irmãos quando ia à Santa Missa! Quanto esse olhar do espelho não tem servido para condenar as pessoas... Quanto esse olhar não tem focado somente o que é superficial... Quanto meu olhar não tem focado o desnecessário... Quanto meu olhar não se desviou de Jesus... Ah, Senhor... Coloca Tua mão nos meus olhos nessa hora e faz que eles te vejam, te foquem e não se percam de Ti... Que eu não fique mais na beira do caminho, ou me escondendo de Ti, amado Jesus... Que eu não me negue em dar a água que eu tenho para se tornar vinho contigo... Ensina-me a deixar-me amar por Ti, Senhor, pois esse rosto que contemplo há muito tempo está precisando encontrar teu rosto de novo, encontrar teu olhar na minha direção, contemplar Tuas mãos e me sustentar... Deixa-me contemplar Teus olhos para perder a insegurança e ter a segurança de te encontrar sempre, mesmo quando meus olhos não te veem. Permita-me contemplar no meu olhar a sarça ardente de Teu chamado para mim, particular, único em favor das almas. Sara meus medos de abrir mão do que tenho, do que vivo, pensando estar deixando minha vida toda em vão... Curai meu coração de todas as dúvidas que dentro do meu coração gritam pela Tua certeza... Encontrai-me, amado Jesus, no silêncio do meu coração que muitas vezes não tem palavras (encare o espelho), mas tem um desejo muito grande de ser melhor, de ser mais Teu, de pertencer muito mais, Jesus, e muitas vezes eu prefiro olhar para o que passa ao invés de olhar para a eternidade que ganho contigo. Encontra-me Senhor Jesus nos meus sentimentos, tão confusos, às vezes, tão cheios de conflitos... Encontra-me Senhor, na escuridão de meus pecados como Tu já me ergueste tantas vezes e me encontraste tantas e tantas vezes, fazendo-me deprimido, Jesus... Sara esta depressão... Como tem doído em mim Jesus esta escuridão que não me deixa encontrar Tua luz... Encontra-me Jesus! Devolve a luz nos meus olhos! Que a escuridão do que eu vejo, tenha fim nessa hora, que olho para onde só o Senhor tem acesso, só o Senhor conhece além de mim, amado Deus, sopra
  • 31. Página 31 de 31 poderosamente as escamas de meus olhos que insistem em me cegar, deixar-me enxergar somente o que me interessa o que me satisfaz temporariamente e não na eternidade... Encontra-me na sede que tenho de uma água viva, que me fortaleça contra minhas tentações e carências... Encontra-me nos medos que sinto em dar minha vida pela verdade como fez João Batista... Olha-me nos meus olhos amado Deus, pois tenho dificuldade de encarar meus problemas de frente e resolvê-los, prefiro atalhos e não o caminho da cruz... Encontra-me na cruz, amado Jesus... Onde eu evito o sofrimento, prefiro a facilidade a aprender no sofrimento, prefiro tirar os olhos da cruz para correr e fingir que não te conheço como fez Pedro... Eu prefiro a comodidade, Senhor... Encontra-me aqui neste olhar que se perde no espelho, Jesus, pois Tu estás aí! Tu estás aí, Jesus! Preciso encontrar-te em meu olhar e não perder-te de vista mais! Não quero mais angustiar meu coração por te perder de vista, como Maria. Não quero mais perder tua presença, Senhor! Encontra-me no espelho do meu coração com teu poder majestoso e transformador... Não quero mais ser orgulhoso em não reconhecer Tua grandeza... Não quero mais ser depressivo para desprezar teu poder... Não quero mais me perder de teu olhar, Jesus, me encontra agora, eu te suplico... Não meus olhos no espelho, Jesus, mas os teus olhos nos meus olhos, me olhando, para que eu te encontre novamente... Que meu olhar te receba para que eu te encontre, amado Jesus, pois Tu estás comigo e dentro de mim pela força de seu Espírito Santo... Amém... “Procurai a Iahweh enquanto pode ser achado, invocai-o enquanto está perto.”. (Isaías 55, 6) FIM