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GUARDA SUIÇA 
 
A Guarda Suíça Pontifícia é o nome dado ao “exército regular” sob o comando do                             
Vaticano e responsável ­ desde 1506 ­ pela soberania dos Estados Papais e do Vaticano,                             
em geral, e da segurança do Papa Júlio II e seus sucessores, em particular. Do                             
contingente da Guarda Suíça só faz parte homens de robusta e rude constituição física,                           
com um mínimo de 1,74m de altura, católicos, devotos e com indicação da nobreza suíça,                             
da Cúria ou de altas patentes dentro do exército do Vaticano. O ingresso de novos                             
soldados é um processo bastante meticuloso, que garante ao Papa o comando de um                           
“braço armado” respeitável. 
Inicialmente, a Guarda Suíça era constituída de um grande contingente misto de soldados                         
mercenários suíços, que prestavam serviços militares remunerados a diversas potências                   
europeias. A partir do início de seus serviços para o Papa, servem exclusivamente ao                           
Vaticano. 
A Guarda Suíça do Vaticano foi formada em atendimento a uma solicitação de proteção,                           
feita em 1503, pelo Papa Júlio II aos nobres suíços da época. Cerca de 150 nobres e                                 
seus exércitos particulares, tidos como os melhores e mais corajosos ­ chegaram a Roma,                           
oriundos de diversos cantões de Zurique, Uri, Unterwalden e Lucerna. O seu comandante                         
principal é o capitão Kaspar von Silenen, famoso pela suas proezas no campo de batalha                             
e alta capacidade estratégica de comando.  
A batalha mais expressiva da qual este contingente participou, defendendo as cores do                         
Vaticano, ocorreu em 1506, quando parte das tropas invasoras imperiais de Carlos V de                           
Habsburgo ­ em guerra com Francisco I da França, entram na Cidade de Roma. O                             
exército imperial era composto de cerca de 18.000 mercenários. Em frente à Basílica de                           
São Pedro e depois nas imediações do Altar­Mor, a Guarda Suíça lutou contra um                           
destacamento composto de cerca de 1000 soldados alemães e espanhóis.  
Combateram ferozmente formando um círculo em volta do Papa Júlio II, visando                       
protegê­lo e levá­lo em segurança ao Castelo de Santo Ângelo, uma construção                       
fortificada usada exclusivamente pelos papas. Faleceram 108 guardas, mas em                   
contrapartida 800 dos 1000 mercenários invasores caíram mortos pelas alabardas suíças.                     
Desde então, o Papa vem aumentando este contingente, que atualmente cresceu ao                       
ponto de se tornar seu exército formal. 
A língua oficial da Guarda Suíça é o alemão. O seu lema é "Com coragem e fidelidade"                                 
(em latim: ​Acriter et fideliter​) e tem como Santos patronos São Martinho, São Sebastião e                             
São Nicolau von Flüe, "​Defensor Pacis et pater patriae​" . Pode­se afirmar que são                           
extremamente motivados e fiéis ao seu comandante, o Pontífice Supremo. 
Entre as suas principais tarefas, além de atividades militares que garantem a soberania                         
da Santa Igreja e seus Estados Papais, encontra­se a prestação de serviços diversos ao                           
Papa, tais como a guarda em visitas de autoridades estrangeiras, e um destacamento                         
pessoal durante suas incursões militares. (que são relativamente frequentes durante este                     
papado). Como Júlio II é tão frequentemente encontrado conduzindo missas quanto                     
comandando a frente de batalha, é considerado por vezes mais general do que Papa. 
O curioso uniforme da Guarda Suíça é um espetáculo à parte. Com sua malha de cetim                               
nas cores azul­real, amarelo­ouro e vermelho­sangue, causa estranheza que um soldado                     
esteja trajado com roupas tão coloridas. O ​design ​do traje é atribuído a Michelangelo e                             
pode ser visto tanto no Vaticano quanto no antigo Castelo Papal, localizado na cidade de                             
Avinhão / França, que outrora servia como sede do papado – entre os séculos XIII a XIV,                                 
sendo hoje propriedade da Santa Igreja.  
 
 
 
 

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Guarda Suíça do Vaticano protege Papas desde 1506

  • 1. GUARDA SUIÇA    A Guarda Suíça Pontifícia é o nome dado ao “exército regular” sob o comando do                              Vaticano e responsável ­ desde 1506 ­ pela soberania dos Estados Papais e do Vaticano,                              em geral, e da segurança do Papa Júlio II e seus sucessores, em particular. Do                              contingente da Guarda Suíça só faz parte homens de robusta e rude constituição física,                            com um mínimo de 1,74m de altura, católicos, devotos e com indicação da nobreza suíça,                              da Cúria ou de altas patentes dentro do exército do Vaticano. O ingresso de novos                              soldados é um processo bastante meticuloso, que garante ao Papa o comando de um                            “braço armado” respeitável.  Inicialmente, a Guarda Suíça era constituída de um grande contingente misto de soldados                          mercenários suíços, que prestavam serviços militares remunerados a diversas potências                    europeias. A partir do início de seus serviços para o Papa, servem exclusivamente ao                            Vaticano.  A Guarda Suíça do Vaticano foi formada em atendimento a uma solicitação de proteção,                            feita em 1503, pelo Papa Júlio II aos nobres suíços da época. Cerca de 150 nobres e                                  seus exércitos particulares, tidos como os melhores e mais corajosos ­ chegaram a Roma,                            oriundos de diversos cantões de Zurique, Uri, Unterwalden e Lucerna. O seu comandante                          principal é o capitão Kaspar von Silenen, famoso pela suas proezas no campo de batalha                              e alta capacidade estratégica de comando.   A batalha mais expressiva da qual este contingente participou, defendendo as cores do                          Vaticano, ocorreu em 1506, quando parte das tropas invasoras imperiais de Carlos V de                            Habsburgo ­ em guerra com Francisco I da França, entram na Cidade de Roma. O                              exército imperial era composto de cerca de 18.000 mercenários. Em frente à Basílica de                            São Pedro e depois nas imediações do Altar­Mor, a Guarda Suíça lutou contra um                            destacamento composto de cerca de 1000 soldados alemães e espanhóis.   Combateram ferozmente formando um círculo em volta do Papa Júlio II, visando                        protegê­lo e levá­lo em segurança ao Castelo de Santo Ângelo, uma construção                        fortificada usada exclusivamente pelos papas. Faleceram 108 guardas, mas em                    contrapartida 800 dos 1000 mercenários invasores caíram mortos pelas alabardas suíças.                     
  • 2. Desde então, o Papa vem aumentando este contingente, que atualmente cresceu ao                        ponto de se tornar seu exército formal.  A língua oficial da Guarda Suíça é o alemão. O seu lema é "Com coragem e fidelidade"                                  (em latim: ​Acriter et fideliter​) e tem como Santos patronos São Martinho, São Sebastião e                              São Nicolau von Flüe, "​Defensor Pacis et pater patriae​" . Pode­se afirmar que são                            extremamente motivados e fiéis ao seu comandante, o Pontífice Supremo.  Entre as suas principais tarefas, além de atividades militares que garantem a soberania                          da Santa Igreja e seus Estados Papais, encontra­se a prestação de serviços diversos ao                            Papa, tais como a guarda em visitas de autoridades estrangeiras, e um destacamento                          pessoal durante suas incursões militares. (que são relativamente frequentes durante este                      papado). Como Júlio II é tão frequentemente encontrado conduzindo missas quanto                      comandando a frente de batalha, é considerado por vezes mais general do que Papa.  O curioso uniforme da Guarda Suíça é um espetáculo à parte. Com sua malha de cetim                                nas cores azul­real, amarelo­ouro e vermelho­sangue, causa estranheza que um soldado                      esteja trajado com roupas tão coloridas. O ​design ​do traje é atribuído a Michelangelo e                              pode ser visto tanto no Vaticano quanto no antigo Castelo Papal, localizado na cidade de                              Avinhão / França, que outrora servia como sede do papado – entre os séculos XIII a XIV,                                  sendo hoje propriedade da Santa Igreja.