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IEN-65-2
COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR
INSTITUTO DE ENGENHARIA NUCLEAR
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DISSIPADORES DE CALOR PARA COMPONENTES DE SEMICONDUTORES
por
Hilton Andrade de Mello
(Div. d~ Ins!trumfjntação e Contr~le)
i; '''::-i'' ,.)
maio, 1965
Rio de Janeiro, Gb.
BRASIL
S I N O P S E
o presente trabalho ap6s justificar o uso dos
dissipadores de caior, apresenta oc'lculo dos mes-
"mas para os vários~tipos de componentes de'semicon-
dutores.
Afim de facilitara utilizaçio futura, foram
incluídos os gráficos de uso mais corrente eapfé-
'$entadoa v'rioa"exemplos de c'lculo.
S U M Á R I O
1 - INTRODUÇÃO
Pág.
1
2 - PRINCíPIOS DA. TRANSMISSÃO DE CALOR. 3
3 - ESTUDO GERAL DOS DISSIPADORES DE CALOR
3.1 - Constituição dos dissipadores de calor 6
3.2 - Geometria doa dissipadores de calor 6
3.3 - Problemas do·superdimensionamento. 7
3.4 - Problemas do isolamento elétrico 8
3.5 - Convecção forçada e outros meios de refrigeração
3.6 - Disparo térmico . 11
3.7 - Proteção dos circuitos . 12
4 - CÁLCULO DOS DISSIPADORES DE;CALOR .
4.1 - Equação 'básica para o cálculo dos di88~p'adorea de calor.
4.2 - Dd.i.&;sipadoresde calorparatransistorrs
;
14
14
15
15
18
22
26
2.9
4.3 - Transistores de 'baixa podncia
4.4 - Transistores de pot@ncia
4.5 - Dissipadorea de calor para diodo8 Zener.
4.6 - Dissipadores de calor para diodos reti Headores.
4.7 - Tratamento dos di:ssipadores de calor por analogiuelétrieas
5 - BIBLIOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • .. 35.
1
l-INTRODUÇÃO
Um importante aspecto da utilização de componentes de semicondutores é a
influência da temperatura s6bre os mesmos, devendo~se verificar cuidadosamente
'as especificações dos fabricantes com relação aos dados térmicos. Além disto,
vários estudos experimentais mostram que'a simples redução à metade datempe-
ratura de operaç~o conduz, e~ media, a uma duplicaç~o da vida do componente de
'semicondutor. Assim, por exemplo, um transistor que possui uma temperatu~a má-
xima permissível para a junção de 90°C, poderá ter~sua vida muito atenuada se
for utilizado nêsteregime máximo. Caso "se utilise um dispositivo que permita
reduzira temperatura da junção, podemos fazer com que o transistor dissipe
maior potência e'tenha uma 'temperatura de junç~o mais ·baixa que a-temperatura
máxima permissível.
A Fig. 1 ilustra como o uso de um dissipador de calor pode afetar a temM,:
peratura da junção de um"transistor. Por e.emplo, 'se a temperatuta m'xim~ per-
'mi~~í~el pata'a jun~io do ttarisistorem que~tão'f8~se de 90°C,:Sste-transistor
não poderia dissipar 'a potêricia de 1 Watt 'sem o uso de um dissipador de calor,
pois a sua temperatura de junção ultrapassaria o'valor máximo. Por outro-lado,
!
o uso de um dissipador de calor poderia, por e~emplo, permitir que o mesmO
dissipasse 2Watts com umaeemperatura dejunçid de'apenas 75~C.
°C
Tj
50
Sem dissipador
75
!
I,
I
-1----
I
,
Com dissipador de
elevada capacidade
100
25
0,5 1 1,5 2 2,5 3 ,watt8
Fi g. 1
2
Portanto, nenhum projetista de equipamentos, utilizando -componentes de
-semicondutores, pode desconhecer -a-técnica do uso dos _dissipadores de calor,
pois muitas vêzes a utilização dos mesmOs, conduzindo-a uma vida maior,.com~
pensa os gastos adicionais, devendo~se ainda levar em conta o fator de confi-
abilidade do equipamento.
Deve~se observar que a t'cnica adotada durante o projeto do circuito de-
ve prever a necessidade do uso de dissipadores de calor, projetando~se a par-
te estrutural com as dimens5esadequadas.
3
2 - PRINCiPIOS DA TRANSMISSÃO DE CALOR
Entende-se por ,ransmiss~o de calor o transporte de uma quantidade de um
ponto para outro do espaço, podendo esta transmissão ser realizada por tr@s
diferentes processos: condução, radiação econvecção.
A transmissão de calor por condução ocorre'somente na presença da matéria
:e pode'ser interpretada como o transport~ de calor de uma mol~cula para outra.
Na radiação uma parte da'energia contida em um corpo' transformada em
energia-radiante'etransportada:atrav's do espaço,'at~ encontrar outro corpo,
onde então uma parte ou tada a energia é "transformada novamente :em 'calor.
A convecção é o processo que ocorre quando'as partículas de matéria mu-
dama sua posição no:espaço. Verifica~se nos gases e nos'líquidos, 'sendo'ácom-
panhadada condução de calor de partícula para partícula, a menos que a tem-
peratura'seja'constanteem'cada ponto do-fluido.
Na' convecçãoháa distinguir a convecção natural e'a conveçção forçada.
'Na'convecção natural'a diferença de'temperatura "existente entre os pontos'do
'flúido dá origem-a diferentes densidades do flúido nêstes pontos,'originando-
-'se-uma corrente de convecção,:em função do deslocamento das partículas mais
:densas para 'baixo e das'menos densas para cima. Outras vêzes'se'estabelece
'uma-diferença de pre8sãofexterná~e(,quina000defe~to0d~~oonYeoçã6'~atura1 ~ des-
prezível face ao oriundo da diferença de pressão, chamamos'a:êste processo
'especialmentede:Convecção.Forçada.
3 - ESTUDO GERAL DOS DISSIPADORES DE CALOR
Como o nome indica,tais dispositivos têm como.finalidade eliminar o calor
que é gerado nos componentes; melhor ser' a qualidade de um dissipador quanto
maior {ôr sua capacidade de reduzir a temperatura de operaç~o.
componente de semicondutor.
A Fig.2 dá uma idéia concreta da'ação de um dissipador de calor em um
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Fi g. 2
O calor gerado na junç~o atravessa o corpo do'componente, atinge a sua
base de montagem (ou quando não há base de montagem o seu env6Iucro)~traves-
sa o contacto realizado entre o componente eo dissipador de calor, percorre
o corpo do mesmo;atinge a sua·superfície externa e daí ~ irradiado paraomeio
ambiente.
I
;É oportuno um comentàrio a respeito da nomenclatura utilizada para os
dissipadores de calor.
5
Os transistores de baixa potência e alguns de media potência, normalmen-
te não possuem uma base para montagem, e conseqUentemente o modo de colocar o
dissipador de calor é adaptá~lo ao seu env6lucro.
Como as potências em jOgo são pequenas,um tipo de dissipador muito utili-
zado é uma pequena asa de alumínio, a qual é adaptada diretamente ao corpo do
·transistor. tstes dissipadores recebem ~ nome especial de ALETAS DE RESFRIA-
MENTO. Mas isto não impede que, por exe~plo, sejam usados dissipadores de
maior capacidade, mormente nos transistores de media potência. Já os transis-
tores de alta pot@ncia apresentam uma base de montagem, queé adaptada ao
.dissipador.decalor.
6
3.1 - Constituição dos dissipadores de calor
o primeiro assunto a abordar no estudo dos dissipadores de calor diz res-
peito ao material de que os mesmos são constituídos.Os materiais mais utili-
zados são o alumínio e o cobre.O alumínio é o mais utilizado e pode ser usa-
do em duas versões: o encdí aadc c rb ri Ihant e e o anodi sado .'enegrecido; é cl~
ro que o alumínio enegrecído necessita de uma meno r área para manter a mesma
descarga térmica,tendo em vista as leis do corpo negro. Dependendo das aplicl!
ções ainda pode ser usado o magnésio, que tem excelente condutibilidade tér-
mica, mas é muito caro e não resiste,bem 'sob condições 'salinas, enquanto que
tanto o latão como o aço nio se prestam para esta'aplicação em função da:baixa
condutibilidadetérmica que apresentam.
Uma técnica utilizada quando o chassis é d~,alumínio ou outro material de
elevada'condutibilidade t~rmica é us'-lo como dissipador de calor, devendo~se
estudar cuidadosamente se as condições não são severas e'se a 'superfície esco-
lhida para dí ss í per o calor não éaquecida por outros componentes..É oportuno
acrescentar que 'se pode prever em certos casos dissipadores que'sirvam de parij
"te'estrutural conseguindo~se'com isto montagens extremamente'compactas.
A.capacidade de um dissipador de.calor é uma função de diversos parâme-
"tros, ·tais como o material empregado, a área-exposta,o'acabamento das'suas'su-
perfícies,os níveis de temperatura do dissipado~ e dO'ar ambiente.Entretanto,
os fatÔres predominantes 'são a forma geométrica. a 'reaefetiva d~superfície.
Além disso, h' um fator muito importante a considerar que é o de penetração do
ar nas irregularidades microsc6picas da'superfície do dissipador, originando
uma película de ar'aderida'à 'superfície do dissipador.Esta camada'(filme ou
camadalimiçe) forma uma coberçu~a que dificul,a"a·transmissão de-calor, uma
vez que o ar tem'baixa condutibilidade t~rmica. cp que se tem então em mira, no
7
projeto de um dissipador de calor, , destruir esta camada limite e conseqüen-
temente aumentar a capacidade de dissipação para o meio ambiente.O efeito des-
ta camada limite' traduzido pelo coeficiente de filme (h), e'@stecoeficiente
de filme'funçio da viscosidade,da condutibilidade t'rmica,datemperatura eda
velocidade do flúido, fat8res êstes que'são normalmente fixados pela aplicação
'em questio. A'soluç~o para tal problema ~ destruir mecAnicamente:a camada li-
mite pela ,escolha de um formato .adequado para a supeTfície do dissipador, o
que fará com que a energia.cin'tica das moléculas do flúido destruam.a camada
com:uma perda mínima da:energía do flúido. Por exemplo,um.dissipador realiz!
dona forma de uma placa plana de alumínio, exige uma'elevada velocidade do
flúido para destruir'a camada 'limite, o que implica em uma elevada perda de
energia.
Estas .explicaç5es justificam o número:imenso de'formas de dissipadores
~de:calor, algumas'extremamente .ex6ticas,mas criadas~com a finalidade demelho-
·ra~-a'troca.de.calor.
3.3 - Problemas do superdimensiona.E1ent~
'Uma pergunta geralmente feita 'arespeito dos dissipadores de calor "se
não~seriamais prático utilizar o melhor dissipador de calor fornecido por uma
indústria, em lugar de perder tempo com o seu dimensionamentocorreto. É claro
que: do ponto de vista térmico o problema poderia ser resolvido deste modo, mas
quando se trata de uma organização que utiliza grande número de dissipadores
de :calor nos seus projetos, é importante o dimensionamento correto do dissi'~
padoradequado pois, -à medida que os dissipadores de calor v~o tendo melhores
características, maiores vão sendo os seus preços e dimensões. Portanto, o di-
mensionamento:correto .representa :normalmente 'uma economia de preço e de-espeço .
No Brasil ainda não se'sente·tanto .ê s ue problema -em virtude do reduzido n'y'
mero dedissipadores de calor disponíveis, mas,'nos Estados Unidos, por exem-
8
pIo, existem cêrca de 30 indústrias que produzem dissipadores de calor, e por-
tanto há muita probalilidade de se encontrar o dissipador ade qu adovop.ena c :,éada
caso em questão,
3.4 - Problemas do isolamento elétrico
Nos transistores de baixa potência, normalmente nenhum dos terminais (ba-
se, emissor e coletor) é ligado ao seu env6lucro, enquanto que nos transisto-
res de alta potência isto acontece regularmente.
Então, nos transistores de baixa potência o dissipador de caloré adapta-
do ao seu env6lucro, não havendo normalmente nenhum problema relacionado ao
isolamento entre o transistor e o dissipador de calor.
Nos transistores de potência, como o coletor é ligado ao seu corpo, temos
a distinguir dois iipos de circuitos. O primeiro tipo , aqu@le em que o cole-
tor é ligado à massa, o que facilitará bastante a montagem em virtude de não
se necessitar de nenhum isolamento entre a base de montag~m do transistor e o
dissipador de calor (que pode estar fazendo contacto com o chassis). O outro
caso é aquêle em que o coletor não é ligado à massa, quando então podemos ado-
tal' duas soluções: a primeira é isolar a base de montagem do transistor do d~-
sipador de calor, não havendo nenhum problema caso o dissipador faça contacto
com o chassis. A segunda é não isolar a base de montagem do transistor do dis~
sipador, mas sim, isolar o dissipador de calor do chassis. Esta última técni-
ca não é muito utilizada, pois deixa um pouco a desejar com relação l confia-
hilidade do equipamento.
Com referência aos diodos Zener, o problema é semelhante aos transisto-
res de baixa potência.
Para os diodos retificadores de elevada potência, tais como o BYY15 (da
Indústria Brasileira de Produtos. Eletrônicos - I Bfi A p. EB, foi adotada uma
9
solução interessante, que foi a construção de dois diodos com as mesmas carac-
terísticas elétricas (BiY15 e BYY16), tendo apenas .uma ligação inversa dos
eletrodos, mas apresentando idêntica estrutura meclnica. Portanto, o projetis~
ta tem a liberdade de escolher qual dos eletrodos quer ligado ao dissipador
de calor (que poderá estar em contacto com o chassis).
Analisemos agora alguns problemas inerentes ao uso do isolamento anteri-
ormente mencionado. Conforme indica a Fig.2, o calor gerado na junção do co-
letor de um transistor, percorre o corpo do transistor, atinge a ,base de mon=
tagem do mesmo,atravessa o contato realizado entre a'base de montagem e o dia-
sipadór de calor, atravessa o.corpo do dissipador de calor, atinge a:superfí-
:cie do dissipador'e daí é irradiado para o meio ambiente.
Portanto, o material isolante usado e,ntrea'base de montagem e o dissi-
pador d. calor,deve ao mesmo tempo apresentar uma elevadacondutibilidade ·tér-
micae uma reduzida condutibilidadeelétrica. O material mais utilizado para
'tal fim é a mica,que preenche estes dois requisitos. Ainda 8e costuma interca-
lar uma arruela de chumbo, pois esta'se adapta às irregularidades dasuperfí-
'cie,do dissipador, fazendo um'bom contacto térmico. Por exemplo, o transistor
OC-26, isolado d@ste modo apresenta uma resistência decontacto de O, SQC!Watt.·
Outro artífício usado para diminuir esta resistencia térmica de contacto
é colocar uma graxa de'siliconeentreas'superfícies, poi.este material pene-
'tra nas bolsas de ar que ficam formadas nas irregularidades das superfícies
melhorando bastante o contaeto, uma vez que apresenta uma eondutibilidade-tér-
mica cerca de 20 vezes maior que a do ar.
Com relação ao isolamento eléttico, a técnica mais moderna éafabrica-
çãode dissipadoreade calorcobertoà por uma camada de material-isolante na
regHo onde ·ficam montados 08 'transistores, devendo Alte material apresentat
uma baixa reaitencia térmica.
10
Também alguns fabricantes têm disponíveis pastilhas de 6xido de Berílio
para serem usadas do mesmo modo que a m1ca.
Mas, em qualquer caso é sempre aconselhável a utilização de uma graxa de
silicone, com a finalidade mencionada.
3.5 - Convecção forçada e outros meios de refri~ração-~------------_.._-_..- -_..-._--------~_.~_.---- ---
Um grande número de aplicações dos dissipadores de caloré feita utili-
zando a convecçio livre, isto é, o deslocamento doflóido se dá em função da
diferença de densidades entre os:seus diversos pontos.Entretanto,com'a evo-
luçio dos equipamentos transistorizados, surgiram casos em que se exigia uma
alta dissipação em estruturas compactas, tornando-se:entio necess'~io o uso de
ventiladores deslocando o flúido ambiente e aumentando d8ste modo"a capacidade
de dissipação de calor. Somente _coma convecçãonatural 'seriam necess'rias e-
normes áreas de dissipadores de calor,o que impediria um projeto compacto. Na
Fig~ é observada a influência do uso da refrigeração forçada.
110
100
90
80
70
60
50
40
Fíg.3 .
-(abaixamento típico da ~empcra~ura de operação pelo uso de um dissipador e refrigeração forçada)
- Extraído da Electronícs - 7 de setembro de 1964 - pág.8S -
11
Um outro tipo de refrigeração ma1S eficiente é por meio de um líquido,
uma vez que para a mesma velocidade de escoamento a rel~çlo entre os coefic~~
tes de transmissão de calor para a água e para o aré de cêrca de 133.
Entretanto, êstes sistemas de refrigeraçio por liquido são muito caros,
sendo apenas usados em dispositivos que requerem uma excepcional confiabilida-
de, como os equipamentos espaciais.
Suponhamos que por um motivo qualquer a temperatura da junção de um tran-
'sistor varia; a corrente de fuga Ico varia no mesmo'sentido,. conseqÜentemente
'a corrente de coletor-e a dissipação do-transistor. Esta variaçio na dissipa-
ção provocará uma nova variação na temperatura da junção, compl.tando~s. um
laço. •
Dependendo das características dos circuitos, dostransistores,do'siste-
:ma de reafriam.nto,etc, .este laço pode apresentar um ganho maior que-a unida-
.de, 'e1gnificando ietouma realimentação positiva, que pode conduzir'l desuui-
'çio.dotr~nsistor pela ultrapassagem da. e8pec~ficaçaes m'xim.s.
Êate fenOmeno, conhecido como disparo.térmico (ThermalRunaway), pode'••r
interpretado como a repetição de 3 proce.sos fí.i~o.:
i
a) uma variação na corrente de coletor pr~.oca uma variação na pot'ncia
liberada;
b) uma variação na potineia liberada provoca uma variação na tem.peratura
da junção:
c) uma variação na temperatura da junção provoca uma variação na corren-
te de eoletor.
Então a condição para que não haja um disparo térmico,é que o ganho do
12
laço seja meno~ que a unidade para qualquer freqBSncia.
Os meios disponíveis para impedir o disparo térmico são a realimentação
de corrente contínua (estabilização), a compensação de temperatura e os siste-
mas efetivos para a refrigeração da junção de coletor, salientando-se que em
alguns casos são usados todos os processosconcomitantemente.
É bastante complicado o estudo teórico do disparo térmico, a fim de que
sejam tomadas medidas de segurança que não possibilitem o seu aparecimento,
em virtude da necessidade do conhecimento de todos os parâmetros que influen-
ciam a estabilidade térmica. O que se faz geralmente é a verificação experi-
mental da máxima dissipação e máxima temperatura 'ambiente permissíveis,e do e-
feito das t~cnicas de estabilizaç~o e compensação para o circuito em questão.
Então no projeto de um circuito,duas condições térmicas devem ser satis-
feitas:
A primeira é que a temperatura da junção não ultrapasse'a máxima tempe-
ratura permissível, o que é obtido pela seleção do'sistema adequado de refri-
geração.
;
A segunda é a estabilização do circuito contra o disparo térmico, utili-
zando os processos mencionados.
No estudo que fazemos a seguir apenas abordamos o cálculo dos dissipado-
res de calor, mas além disto deverá ser verificada cuidadosamente a estabili-
zação do circuito contra o disparo térmico, mormente nos estágios de elevada
potência, em que os transistores são utilizados perto de suas características
máximas.
3.7 Proteção dos circuitos
Alguns equipamentos utilizam transistores de elevada potência muito caros
e, portanto, 'torna,"se aconselhável a ~roteção dos transistores, inclusive ten-
do em vista a responsabilidade do equipamento. Pode ser previsto de modo rela-
13
tt.:ivamentefácil um circuito para proteger o transistor, por exemplo, contra um
disparo térmico.
Um modo de aplicação dest~ técnica de proteção é colocar um termos tato
no dissipador de calor, que em conjunto com um disjuntor pode desligar o cir-
cuito, ou então dar alarme quando a temperatura atinge um valor perigoso para
o transistor em questão. Um arranjo muito usado é colocar o termostato de tal
forma que quando a temperatura atinge um certo valor, êle fecha o contacto,
provocando uma sobrecarga no circuito, o que faz com que o dísjuntor interrom-
pa a alimentação. A Fig4" ilustm esta aplicação.
a ser
Termostato fecha'
protegido
quando aquece
14
4 - CÁLCULO DOS DISSIPADORES DE CALOR
De ac6rdo com a Fig.S, será utilizada a seguinte nomenclatura:
T. Temperatura da junção
J
TEM Temperatura da base de montagem (transistores de potência)
Te Temperatura do envólucro (transistores de baixa potencia e diodoa
Zener)
T
De
Temperatura do dissipador de calor
TA Temperatura ambiente
Km Resistência térmica do corpo do transistor ou do diodo
Kc Resistência térmica do contacto entre o componente e o dissipador
de calor
Kdc Resistência térmica do dissipador de calor, levando em conta o co-
eficiente de filme,
l!~
Fig. 5
15
Sendo P a potência em Watts que é transformada em calor, obtém-se:
Eq.1
que é a equação básica para o cálculo dos dissipadores de calor.
Estudaremos a seguir os dissipadores de calor para os componentes de se-
micondutores mais comuns, isto é, transistores, diodos retificadores e diodos
Zener.
4.2 - pissipadores de, calor para transistores
Os transistores têm normalmente uma temperatura máxima permissível para
a'junção na faixa de 85 a 100°C para 08 transistores de Germlnio'e 150 a 200°C
para os transistores de Silício. A primeira vista pode parecer que os transis-
tores de Germlnio deviam 'suportar uma temperatura maior de junção, em virtude
de serem menos sujeitos à influência da temperatura; entretanto,o valor de I
O)
para os de 'silício é muito menor que para os de germlnio, o que faz com que na
realidade os transistores de silício possam'ser usados em temperaturas mais
elevadas.
Já foram comentados os aspectos básicos de construção dos transistores
de baixa potência e dos transistores de alta potência.
4.3 - Transistores de baixa potênci~
A seguir, vários exemplos ilustram o cálculo dos dissipadores de calor
para os transistores de baixa potência.
I
1) Qual a máxima potência que o transistor OC 72 pode dissipar continua-
'mente 'se for utilizado em um circuito onde a temperatura ambiente pode variar
de 20°C a 45°C, sem o uso de qualquer processo adicional de resfriamento (tran-
s í s cor nú)?
Das falhas de especificações fornecidas pela IBRAPE, são obtidos os
16
seguintes dados térmicos para o transmissor oe 72:
Temperatura máxima da junção para àperação contínua ...
Temperatura máxima da junção para operação intermitente
Aumento da temperatura da junção no ar liYre:
- Sem aleta de refrigeração e sem nenhum dissipador
de calor adicional (transistor nú) . K
- Com aleta de resfriamento tipo 56200 (Fig. 6)e dis-
sipador de calor de no mínimo 12,5 cm2 .•...••... K = O,3°e/mW
T~TI
19,5
_J-- --
I
~.
~#3,3
l
6
- .~.
tDimensões em mm
Fig. 6
Tem-se, de ac6rdo com aEq.l:
T- T= P . K
J A
onde K é a resi~tencia térmica total entre a junção e o me10 ambiente.
Conhecendo os valores de T = 7soe e T != 4Soe, podemos calcu-
Jmax Amax
lar a máxima potência que pode ser dissipada pelo transistor sem excedera
temperatura permissível para a junção.
Para o~~anBistor nó, temos;
17
Logo,
TJmax-' TAmax °C
K °C/mW = 75'- 45
--0',4 - = 30
---0,4
15 mW
Portando, no caso do transistor nó, a máxima potSncia que pode ser dis-
sipada no ambiente considerado , de 75mW.
Se, para este mesmo caso, o transistor f8sse ut11izado com uma aleta do
tipo 56200 e um disaipador adicional de no mínimo 12,5 cm2de área, a nova po-
t8ncia que poderia ser dissipada'seria:
75- 45---,-_. -,--
0,3
30
0,3
= 100 mW
2) Verificar qual a máxima pot8ncia que pode ser dissipada pelo transis·
tór OC 72, se omesmof~r utilizado,com a aleta 56200 e um dissipador de no
mínimo 12,ScJde área, em um ambiente de temperatura maxima de 25°C.
Êste é um importante cálculo, porque corre.pondea um dado:apresentado
pela IBRAPE em 'suas folhas de ,especificações.
Pmax;= 'IJmsx'- TAmax
-------K
.,~- =166 mW
0,3
Portanto, é necessário observar que as pot'ncias índicadas pelo fabri-
f
cante do tran8Ístor se referem a valores de Unidos de TAmax e de K.
Pata finalizar os comentários 'a respeito dos-transistores de,baixa po-
'~'ncia,lembramos que 'stes transistores também podem ser usados com outros
tipos de dissipadores, embora tal procedimento nioseja usual.Na Fig.7 mos-
tramos,a influ'ncia de'vários tipos cadisaipadores em um transistor de..•edia
potencia* .
• -Viele Elect.ronic. ele 7 de .etelllbro el. 1964, páS. 94.
150
125
75
50
18
TRANSISTOR
2NI837
25~ ~ ~ L- ~ ~ ~ ~ ~
0,5 1,5 2 25 3,51 3 4
watts
Fig. 7
Já loram abordados os processos para a fixação dos transistores de potên-
cia aos dissipadores de calor. A montagem típica de.um transistor de po~nci~
é ilustrada na Fig.8 (montagem utilizada pela TUNG-SOL ELECTRIC INC.).
19
Dissipador de calor ou chassis
Arruela de mica
Arruela de metal
Terminal para solda
Porca hexagonal
Fi g. 8
A seguir são resolvidos alguns problemas de aplicações.
1) Em um circuito deverá ser utilizado um transistor OC 26,'sendo a máxi-
ma temperatura ambiente de 60°C. Qual a máxima potência que êste transistor po~
derá dissipar continuamente?~
Das folhas de especificações, são obtidos Os dados,t'rmicos para o'trans-
'sistor OC 26:'
Temperatura de junção máxima para operação contínua . 90°C
Crescimento da 'temperatura da'base de montagem 'à junção. Km = l,20C/Watt
Suponhamos que seja feito um contacto como o indicado na figura 6, de
forma que a resistência térmica docontacto é de Kc ,= O,5°C/Watt.
Tendo em vista a equação 1, e que os valores de TJmax e de TAmax são,
respectivamente 90°C e 60°C, pode-se escrever:
P(Watts) . 0,2°C/Watt + O,SoC/Watt t KdcoC/Watt)
30/P= 1,7 + Kdc Eq.2
20
Esta fórmula dá a relação entre a máxima poUncia que pode ser d í se í pa-
da pelo OC~26 DO amhi'eJlte considerado (sem ultrapassar TJmax> e o valor de Kdc
{reaht-ê'ncia "rmica do 'dissipador de calor).
É claro que quanto me,nor o valor de Kdc ' isto é, quanto maior fôr a ca-
paci4adedo dissipador transmitir o calor para o meio ambiente, ma10r poderá
'ser'apotência dissipada. I:emultrapassar TJmax . Ou vice-versa, sabendo-'se a
cionar.o dissipadoradequado .
potência que deveserdissipa~a, podemos calcular o valor de Kde e assim sele-
.Para completar·-o:exemplo, :suponhamos que r a potência dissipada 'seja de
·S,S·Watts. Entra.do Da equação 2 com :êste valor, obtemos Kdc.= 4°C/Watts.
Depossed'êste-dado, podemos em um catálogo 'selecionar odissipador que
possui ·ta:l·Tesistência.,térmica. Entretanto, o caso mais simples é aquêleem
<-'iI8-e ~.e usa .uma placa plana de -alumínio como dissipador de c~lor. Para este
cas-o,.·:POd~mos obter -as.dimensões de tal placa por meio das curvas da .Fig.9 .
Por ·.exemplo,Jlo caso presente, 'entrando com o valor de 4°C!Wattsobtemos:'
Chapa de altJltlÍnio -brilhattte: 160 cm2 (13 x 13 cm2)
-Chapa de alumínio eneg re c idar : 100 cm2 (10 x 10 cm2)
Observamos o detalhe que já tínhamos chamado ã atenção para a menor área
requerida;,pe~:a- chapa enegrecida.
4
,,··,·_-··..···_..··'1"·..'·-;'''.--
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~ I ~ ! . r
O~ __~'~~~ __~_~~ __~~~~-L __ ~
o 400
,2
a- • Alumínin; bdlhaMe
Áread/) dissipador(cm2)
21
Muitas vêzes é impossível por razões de espaço calcular um dissipador na
forma de uma placa plana. Nêstes casos temos mesmo de, ou reformular o projeto
de modo a não deixar o transistor dissipar a potência indicada, ou então uti-
.lizar, se for mais econ6mico do que substituir o transistor, um dissipador de
calor especial, apresentando melhores qualidades que a placa plana,
22
Os diodos zener de silício fornecidos pela IBnAPE ao mercado brasileiro,
suportam temperaturas até cêrea de 150°C. temperatura maior que a permissfvel
para os diodos de germlnio. Na lista preferencial dos produtos da referida in-
d6stria, existem duas séries de diadas Zener:
OAZ 200 a AOZ 213 500 miliwatts
BZZ 10 a BZZ 13 300 miliwatts
Para a série OAZ são obtidos os seguintes dados térmicos, das folhas de
especificações:
Temperatura máxima da junção .. 150°C
Crescimento da temperatura da junção acima da
temperatura do envólucro do ciiada Km ::: o, 15°C/mW
Crescimento da temperatura da junção aCl.ma da
temperatura ambiente:
Sem aleta de resfriamento, no ar livre. K ,'R O,4°C /mW
Com aleta de resíriamento, do tipo (a)ou
do tipo (h) prolongada, no ar livre K -. 0, 3°C / mW
- Com aleta de refrigeração tipo (h)padrão
sôbre dissipador de calor com 3,5x3;5cm2
de alumínio com 1,6 mm ou equivalente ... K -- O,25°C/mW
A Fig. 10 apresenta os esboços das a Let.as tipo a, tipo b e tipo b p roLcrr-
gada.
v í de Fig.10
6,5+0,2
-o I
.;;.,40 ~
15 15
30
.1"-
.1
I
..J .. 1
~ I
-r- .20*
l-
--_ .. .,....
30** I
Tipo a (dimensões em mm)
;
* Tipo b padrão
*' Tipo b prolongada
Fig. 10
A seguir são resolvidos alguns problemas relacionados aos dissipadores
de calor para os diodos Zener.
1) Qual seria a temperatura da junção de um diodo Zener OAZ 200, se o
mesmo fasse usado em um circuito, dissipando uma potência de 250 mW, em umam-
biente cuja temperatura varie de 25 a 50°C7.
o diodo Zener OAZ 200 apresenta uma tensão Zener de 5,2 v e uma dissi-
pação de 500 mW.
De início, vejamos o caso em que se pretendesse utilizar o diodo Zener
ná. Nestas circunstâncias, teríamos:
TJmax = TAmax + t· p
TJmax= 50°C f 0,4 : 250= 150°C
que é igual a máxima temperatura permíssivel para a junção. M~s não é boa té-
cnica deixar o componente de semicondutor trabalhar nesta condição m&xima;
24
antes de pensar em trocar o diodo, lançamos m~o das aletas de resfriamento.
2) O mesmo problema anterior, no caso de usar-se uma aleta tipo (a) ou
tipo (b) prolongada, conduziria ao seguinte resultado:
TJmax = 50°C + 250 ',0,3
31 O mesmo problema, se fasse utilizada uma aleta do tipo (b) padr;o,
conduziria a uma temperatura da junção de:
TJmax 50°C + 0,25 . 250.= 112,5°C
Nêstes três exemplos se observa a influancia.das aletas que permitem uti~
lizar o diodo em condições mais severas. Observa-se que no primeiro exemplo o
diodoestá dissipando apenas 250 mW, (sua dissipação máxima é 500 mW) e já es-
tá com uma temperatura de junção igual'~ máxima permissível.
4) Verificar a possibilidade ou não de utilizar um diodo da série BZZ,
nas condições do problema 1 (isto 6, dissipando 250 mW e em ambiente de ~áxima
temperatura iguala 50°C).
Das folhas de especificações obtém~se que,para esta s'rie,a resistência
térmica entre a junção e o ar livre ambiente é de O, 45°C/mW.Portanto, a máxi-
ma temperatura da junção será:
T 50 + 250 x 0,45_ 160°C
Jmax =
que é maior que a temperatura máxima permissível (150°Cr, sendo, portanto,im-
possível usar tal série naquelas condições.
5) Verifiquemos agora como surge o dado apresentado pelaIBRAPE de sOOmw
para os diodos da'série OAZ.
iste dado é indicado relacionando~se com uma temperatura máxima de 25~
para a temperatura ambiente.
A máxima potência dissipada 'sem ultrapassar o valor máximo permissível
25
para a junção é:
P
K
Para a série OAZ com aleta de refrigeração típo(b) padrão,s6bre dissipa-
dor de calor com 3,5 x3,5 cm2, de alumínio com 1,6 mm de espessura ouequiva-
lente:a resistSncia térmica entre a junção e o ar livre ambiente é de0, 25°C/mW.
Sendo TAmax 25°C, obtém~se a máxima potência dissipada:
P = 500 mW
6) AnUogamertteao problema 5, verifiquemos como surgeo dado de 300mW,
indicado pela IBRAPE para a série BZZ.
Para esta série,a resistência térmica é de 0,45°C/mW. Para uma temperabr
ramâxima ambiente de 25°C, tem~se:
P =
150,- 25
0,45
280 mY
Portanto, em realidade, tal'série pode ser usada dissipando 300 mW em um
ambiente cuja máxima temperatura é de
TAmax 150 300 x 0,45 = 15°C
7) Suponhamos que um circuito seja projetado com um diodo Zener OAZ 200,
e que por esquecimento se deixou de pensar em uma aleta de resfriamento e con-
seqüentemente a mesma não pode ser usada em virtude do espaço disponível.Será
possível êste diodo dissipar 400 mW em um ambiente de temperatura máxima 25°C?
Para êste caso,
ILogo'a máxima 'temperatura que a junção atingiria'seria:
e a junção seria destruída.
4.6 - Dis8ipadore~~ calor para diodos retificadores
A Fig.ll ilustra o d~ocamento do fluxo térmico gerado na junção d@s-
tes componentes.
'"'c
-o., .. 41e, C ..•... -o r:
'" ar
'"
t:I.. 41
.g ~ 'a ... 41 ..•
'" •• TA'!c •• 11I ...•
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U
,
f I I I
•••• Ku. Ic- Kc "••••••. Kdc .-.t
I , I I
Fi g. 11
Podemos então escrever:
TJ Temperatura da junção
Tc Temperatura do env6lucro
Td Temperatura do dissipador de calor
TA 'Temperatura ambiente
K .Resistência.térmica do corpo do diodom
Kc Resist@ncia térmica do contacto
KdcResisdncia térmica do dissipador de.calor
(inclui o.coeficiente de.filme)
ondeP é a potência que é convertida em calor na junção.
Nos casos de elevada potência, o fabricante dos diodo8 normalmente for-
nece curvas que permitem a determinação imediata da área do dissipador neces-
saria.
'Ex~mplo de cálculo:
Um diodo BYZ é utilizado em um circuito monofásico com carga capacitiva
e durante a sua condução tem uma corrente media de'2 A, em local onde a tem-
peratuIa ambiente varia entre 15°C e 45°C. Calcule a área do dissipador de
calor necessária.
Nas folhas de especificações dêst e diodo 'são obtidos os gráficos das
Fig. 12 e 13.
BYZlO A BYZ13
.;r +llfr:.,
~nfl.~~~;~J-I,~~~~.,
·T
.,.i,7H+'l~
i
as i'
.~ 15
1
:
'aj
E
--o
C!S
.0>'
0,
.'>' , kl-t.,-.~+t
I.~~. t'
+.
2 4
10 (med i a ) A
25 75 125
Temp. ambiente °C
Máxima temperatura ambiente permissível para qualquer valor.de
corrente dlreta media, com,vários valores de Kc+ Kdc
50. o
'"u
'l!I
75
I'
I
CurTa Fases
A 1 I C II '
B 6
r"~·'!. C' 3
R~D _~..:..__ R ou ~
Fig. 12
Espessura
0,914 mm (20 S.W.G.)
t,625 mm (16 S.W.G.)
28
A máxima temperatura permissível para a junção é de150°C.
Na curva da esquerda da lHg: 12, en t ra= ee com o valor de 10 (media):::=·2A,
levanta-se uma vertical até encontrar a curva corresp6ndente a circuito monofá-
S1CO com carga capacitiva. A partir do ponto de encontro, traç,~se uma horizan-
.tal para a direita e uma perpendicular na curva da direita a partir do ponto
do eixo das abcissas que indica a temperatura máxima ambiente (45°C). O en-
contro desta perpendicular com a horizontal anteriormente traçada permite ve-
.rificar_se 's8bre qual das retas incl~nadas da curva da direita estamos, ou se-
lja, verificar-se o valor da soma de Kc + Kdc' No caso presente, procedendo do
modo indicado, obtemos:
Outro dado obtido das folhas de especificações é a resistência térmica
de contacto
=
Temos então:
=
De posse. dê st e dado entramos na curva da Figo 13, que relaciona a resis-
tência térmica do dissipador de calor com as suas dimensões(êstes dissipadores
são placas planas, sendo por isso mais chamados para êstes diodos de aletas)o
Nêste gráfico são observados os seguintes detalhes:
a) Existem curvas traçadas para o caso em que se use uma única aleta'e
para o caso em qu~ se usem aletas empilhadas.
b)As curvas foram traçadas para o cobre. Para o caso de outro material
empregado na constituição,da aleta, a espessura indicada para o cobre
deve ser multiplicada por:
( .' . .
condutibilidade térmica do material em questão
condutibilidadet'rmica do cobre
)/
29
c) Para o caso em que se prefere o empilhamento, por exemplo por proble-
mas de espaço, tem-sé o seguinte dado prático:
Espaçamento das ale tas
---~ 0,15
Altura da aleta /
d)Foram traçadas as curvas para duas espessuras de cobre:
0,914 mm (20 SWG) e 1,625 mm (16 SWG).
Suponhamos que temos disponível o cobre 16 AWG e que vamos usar uma úni~
ca aleta.
Entrando com o valor anteriormente achado de 6,4°C/Watt, obtemos no pon-
to de encontro da curva adequada uma área de50 cm2 paraa'aleta de refrigera-
ção. Podemos, pois, usar uma aleta quadrada de 7cm de lado.
Um método interessante de estudar os dissipadores de calor éa utiliza-
ção de analogias elétricas,basearido~se tal tratamento no fato dos dois fen8-
menos serem regidos pelas mesmas equações.
Portanto, ., possível utilizar esta analogia com a seguinte nomenclatura:
Grandeza Térmica Grandeza Elétrica
__ -.:A=nálog!...~_._._
Símbolo
Potência térmica Gerador deCorrente p
Temperatura Tensão T
Temperatura ambiente.
Temperatura da junção.
Temperatura d a-b as e de mon-
tagem ou do env61ucro.
Temperatura do JiBsipador
de calor
Grandeza Elétrica
~_~A;...nálog_a _
Símbolo
Resistência térmica Resistência elétrica K
~ Resistência térmica do corpo
do componente
Kc Resist@ncia térmica do conta-
to entre o corpo do componen-
te e o dissipadorde calor.
Kdc Resistência térmica do dissi-
pador de calor, incluindo o
coeficiente de filme.
Tendo em vista o percurso que o fluxo téf'nico faz até o ar ambiente,
obtém~8e o circuito série da Fig. 14.
TJ
~
Ta.4
fp Kc:
Toe
Kdé
TA
Fig. 14
Aplicando a lei de Ohm a este circuito, obtemos a mesma equação da pági-
na 15, isto é:
Um aprimoramento pode ser feito nêste tratamento acrescentando-se as ca-
pacidades térmicas,respectivamente da junção,dabase de montagem(ou env6lucro)
e do dissipador de calor; estas capacidades dizem respeito à possibilidade do
calor ser transferido diretamente destas três regiões para o ar ambiente,o que
quer dizer que estas capacidades devem ser colocadas no circuito elétrico como
indica a Fig.15. Normalmente estas capacidades podem ser desprezadas, mas fi-
zemos questão de apresentá-Ias, pois tendo em vista a existência das mesmas
já se pode prever a existSncia de constantes de tempo associadas comI' elimi-
nação do calor de um componente.
~
p ~ CJ Cdc~,
Fig 15'
Foram verificados cuidadosamente os diversos problemas inerentes à esco-
lha do dissipador de calor para um dispositivo de semicondutor,mas, em princí-
pio,foi intuitivamente feita uma hipótese que muitas vêzes nQoé real. Tal hi-
pótese foi admitir que apenas um transistor é usado em um dissipador de calor.
Será analizado agora o caso mais complexo em que se deseja usar mais de
um transistor em um mesmo dissipador.
,Suponhamos que queremos montarn transistores, dissipando ás pot8ncias
PI "". Pn em um mesmo dissipador. Para atacar o problema, 1magluemos que
32
que inicialmente êstes transistores são montados em dissipadores individuais.
~tclaro. então, que o circuito da Fig.14 será repetido para todos os tran8is~
tores, obtendo-se o conjunto de circuitos da:Fig. 1~~
A
Fig. 16
o que faz agora é imaginar que as áreas d8stes dissipadores individuais
'são variadas, até que 'se obtenha uma 'situação em que todos os dissipadores 'a-
presentem a mesma temperatura, isto é, até que seja satisfeita a condição:
.... , ... , ..... --.= Tdcn
Nesta situação podemos conectar os dissipadores,desde que a'condítibili-
dade térmica 'seja idêntica para os mesmos, e considerar Tdc a temperatura co-
mum. Conectandotodos os pontos dos circuitos equivale~tes, correspondentes
-à-temperatura do dissipador, obtém~se o circuito da.Fig.17.
Pode-se •.então, escrever:
33
1c;.
~ Kdc' total
.;;?>
Fi g. 11
.Conhecendo~se os valores das resistências t~rmicas dos transistores e dos
contactos, e selecionando os valores seguros das temperaturas das junções, po-
de~se determinar as temperaturas dos dissipadores de calor.
Para qualquer transistor o valor da temperatura do dissipador de caloré
dada por:
.Assim, se TdcM é'o menor valor encontrado, êste será considerado como a
temperatura do dissipador de calor comum. Obtém-se, então:
EI finalmente:
n
Kdc total .2
i::l
Kdc total =
p.
1
34
Observa-se que quanto menor TdcM menor será Kdctotal e conseqüentemente
maior 'será a área necess'ria do dissipador.
;f claro que procedendo dêste modo alguns'transistores trabalhario fo~.
dos; surge entioa idéia de quando'se lidar com vários :transistores grupá~los
·isto é,colocar em dissipadoresseparados os de maior e os de menor dissipaç~
Mas.não há inconveniente sério em deixar os'transistores trabalharem folgados.
35
5 - BIBLIOGRAFIA
1 - KERN, DONALD Q. - "Proeess heat transfer". Me 'Graw-Hill, 1950.
2 - HUNTER, L. P. - "Handbook oisemieonduetor eleetronies" - 2nd. edition,
1962. Me Graw-Híll.
3 - PULLEN, Jr., KEATS A. - "Han dbcok of transistor cireuit desi gn" Prentiee
Ha11, Ine. 1961.
4 - "Transistor eireuit design" (Prepared'by the Engineering Staffof Tex8s
Instruments Ineorpor~ted). Me Graw~Hill ..
. 5 - "Transistor heat dissipators".. Eleetronies - September 7, 1964, pág. 83.
6 - "More four your money f rom -s oLí d state". Electronics - September 21,
1964, pág. 66.
7 - "Foreed-air eooling for high-power equipment". Electronies - September
21, 1964, pág. 69.
8 - "Protection against thermal overload". Electronies - September 21, 1964,
pág. 72.
9 .."Influência da variação da temperatura no comportamento do'transistor".
Revista Eletrônica IBRAPE n2 28 - maio, 1963 - pág. 20.
10 Catálogos das seguintes indústrias:
Indústria Brasileira de Produtos EletrÔnicos - IBRAPE
Tung-Sol Electric Inc. - Catalog T-66.
George Risk lndustries, Ine. (Denver,Colorado).
Augat Ine. (Attleboro, Massachussets).
Wakefield Engineering, In e ;: (Wakefield, Massachussets).

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Dissipadores de calor para componentes de semicondutores

  • 1. IEN-65-2 COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR INSTITUTO DE ENGENHARIA NUCLEAR ~ ~~, ... ". çif/" '" "li ' I ~ 1 fl.'~~;·~"'t'·il~),·~lf'Í"lJ •• ' ~~ t ..•..iw~i~~~ ~ •. !li::. I .(~ Y"" If .t ," ..~ DISSIPADORES DE CALOR PARA COMPONENTES DE SEMICONDUTORES por Hilton Andrade de Mello (Div. d~ Ins!trumfjntação e Contr~le) i; '''::-i'' ,.) maio, 1965 Rio de Janeiro, Gb. BRASIL
  • 2. S I N O P S E o presente trabalho ap6s justificar o uso dos dissipadores de caior, apresenta oc'lculo dos mes- "mas para os vários~tipos de componentes de'semicon- dutores. Afim de facilitara utilizaçio futura, foram incluídos os gráficos de uso mais corrente eapfé- '$entadoa v'rioa"exemplos de c'lculo.
  • 3. S U M Á R I O 1 - INTRODUÇÃO Pág. 1 2 - PRINCíPIOS DA. TRANSMISSÃO DE CALOR. 3 3 - ESTUDO GERAL DOS DISSIPADORES DE CALOR 3.1 - Constituição dos dissipadores de calor 6 3.2 - Geometria doa dissipadores de calor 6 3.3 - Problemas do·superdimensionamento. 7 3.4 - Problemas do isolamento elétrico 8 3.5 - Convecção forçada e outros meios de refrigeração 3.6 - Disparo térmico . 11 3.7 - Proteção dos circuitos . 12 4 - CÁLCULO DOS DISSIPADORES DE;CALOR . 4.1 - Equação 'básica para o cálculo dos di88~p'adorea de calor. 4.2 - Dd.i.&;sipadoresde calorparatransistorrs ; 14 14 15 15 18 22 26 2.9 4.3 - Transistores de 'baixa podncia 4.4 - Transistores de pot@ncia 4.5 - Dissipadorea de calor para diodo8 Zener. 4.6 - Dissipadores de calor para diodos reti Headores. 4.7 - Tratamento dos di:ssipadores de calor por analogiuelétrieas 5 - BIBLIOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • .. 35.
  • 4. 1 l-INTRODUÇÃO Um importante aspecto da utilização de componentes de semicondutores é a influência da temperatura s6bre os mesmos, devendo~se verificar cuidadosamente 'as especificações dos fabricantes com relação aos dados térmicos. Além disto, vários estudos experimentais mostram que'a simples redução à metade datempe- ratura de operaç~o conduz, e~ media, a uma duplicaç~o da vida do componente de 'semicondutor. Assim, por exemplo, um transistor que possui uma temperatu~a má- xima permissível para a junção de 90°C, poderá ter~sua vida muito atenuada se for utilizado nêsteregime máximo. Caso "se utilise um dispositivo que permita reduzira temperatura da junção, podemos fazer com que o transistor dissipe maior potência e'tenha uma 'temperatura de junç~o mais ·baixa que a-temperatura máxima permissível. A Fig. 1 ilustra como o uso de um dissipador de calor pode afetar a temM,: peratura da junção de um"transistor. Por e.emplo, 'se a temperatuta m'xim~ per- 'mi~~í~el pata'a jun~io do ttarisistorem que~tão'f8~se de 90°C,:Sste-transistor não poderia dissipar 'a potêricia de 1 Watt 'sem o uso de um dissipador de calor, pois a sua temperatura de junção ultrapassaria o'valor máximo. Por outro-lado, ! o uso de um dissipador de calor poderia, por e~emplo, permitir que o mesmO dissipasse 2Watts com umaeemperatura dejunçid de'apenas 75~C. °C Tj 50 Sem dissipador 75 ! I, I -1---- I , Com dissipador de elevada capacidade 100 25 0,5 1 1,5 2 2,5 3 ,watt8 Fi g. 1
  • 5. 2 Portanto, nenhum projetista de equipamentos, utilizando -componentes de -semicondutores, pode desconhecer -a-técnica do uso dos _dissipadores de calor, pois muitas vêzes a utilização dos mesmOs, conduzindo-a uma vida maior,.com~ pensa os gastos adicionais, devendo~se ainda levar em conta o fator de confi- abilidade do equipamento. Deve~se observar que a t'cnica adotada durante o projeto do circuito de- ve prever a necessidade do uso de dissipadores de calor, projetando~se a par- te estrutural com as dimens5esadequadas.
  • 6. 3 2 - PRINCiPIOS DA TRANSMISSÃO DE CALOR Entende-se por ,ransmiss~o de calor o transporte de uma quantidade de um ponto para outro do espaço, podendo esta transmissão ser realizada por tr@s diferentes processos: condução, radiação econvecção. A transmissão de calor por condução ocorre'somente na presença da matéria :e pode'ser interpretada como o transport~ de calor de uma mol~cula para outra. Na radiação uma parte da'energia contida em um corpo' transformada em energia-radiante'etransportada:atrav's do espaço,'at~ encontrar outro corpo, onde então uma parte ou tada a energia é "transformada novamente :em 'calor. A convecção é o processo que ocorre quando'as partículas de matéria mu- dama sua posição no:espaço. Verifica~se nos gases e nos'líquidos, 'sendo'ácom- panhadada condução de calor de partícula para partícula, a menos que a tem- peratura'seja'constanteem'cada ponto do-fluido. Na' convecçãoháa distinguir a convecção natural e'a conveçção forçada. 'Na'convecção natural'a diferença de'temperatura "existente entre os pontos'do 'flúido dá origem-a diferentes densidades do flúido nêstes pontos,'originando- -'se-uma corrente de convecção,:em função do deslocamento das partículas mais :densas para 'baixo e das'menos densas para cima. Outras vêzes'se'estabelece 'uma-diferença de pre8sãofexterná~e(,quina000defe~to0d~~oonYeoçã6'~atura1 ~ des- prezível face ao oriundo da diferença de pressão, chamamos'a:êste processo 'especialmentede:Convecção.Forçada.
  • 7. 3 - ESTUDO GERAL DOS DISSIPADORES DE CALOR Como o nome indica,tais dispositivos têm como.finalidade eliminar o calor que é gerado nos componentes; melhor ser' a qualidade de um dissipador quanto maior {ôr sua capacidade de reduzir a temperatura de operaç~o. componente de semicondutor. A Fig.2 dá uma idéia concreta da'ação de um dissipador de calor em um ~ ~~,Q Q " 00 •••-e 0'01 I'l~ :::141 ~'l>O S':!p.ln terna dp S,:!p. J;:xterna do., ,'lsslpador . Dlsslpado~,/ 1=i .- - - - - - - - ----j --- .~ Base de Montagem - 41 I IQ <Il 01 ' ••• ..Q .., 01 ••• o o 41 .-o _._"'..,Q.lL.. _ .., u· I'l e 41 41 41 1IO.., o 01 .., .., •.. u I'l o 01 o -e ., e 01 I'l Il. o 41 ' ••• U.., <Il •..Q ..,01 c, .... -~._--,,.. -e c •.• ..,o ....• Q 01 /:l. c •.. Q 41 U.., Q -e Q /:l. •.. o U Fi g. 2 O calor gerado na junç~o atravessa o corpo do'componente, atinge a sua base de montagem (ou quando não há base de montagem o seu env6Iucro)~traves- sa o contacto realizado entre o componente eo dissipador de calor, percorre o corpo do mesmo;atinge a sua·superfície externa e daí ~ irradiado paraomeio ambiente. I ;É oportuno um comentàrio a respeito da nomenclatura utilizada para os dissipadores de calor.
  • 8. 5 Os transistores de baixa potência e alguns de media potência, normalmen- te não possuem uma base para montagem, e conseqUentemente o modo de colocar o dissipador de calor é adaptá~lo ao seu env6lucro. Como as potências em jOgo são pequenas,um tipo de dissipador muito utili- zado é uma pequena asa de alumínio, a qual é adaptada diretamente ao corpo do ·transistor. tstes dissipadores recebem ~ nome especial de ALETAS DE RESFRIA- MENTO. Mas isto não impede que, por exe~plo, sejam usados dissipadores de maior capacidade, mormente nos transistores de media potência. Já os transis- tores de alta pot@ncia apresentam uma base de montagem, queé adaptada ao .dissipador.decalor.
  • 9. 6 3.1 - Constituição dos dissipadores de calor o primeiro assunto a abordar no estudo dos dissipadores de calor diz res- peito ao material de que os mesmos são constituídos.Os materiais mais utili- zados são o alumínio e o cobre.O alumínio é o mais utilizado e pode ser usa- do em duas versões: o encdí aadc c rb ri Ihant e e o anodi sado .'enegrecido; é cl~ ro que o alumínio enegrecído necessita de uma meno r área para manter a mesma descarga térmica,tendo em vista as leis do corpo negro. Dependendo das aplicl! ções ainda pode ser usado o magnésio, que tem excelente condutibilidade tér- mica, mas é muito caro e não resiste,bem 'sob condições 'salinas, enquanto que tanto o latão como o aço nio se prestam para esta'aplicação em função da:baixa condutibilidadetérmica que apresentam. Uma técnica utilizada quando o chassis é d~,alumínio ou outro material de elevada'condutibilidade t~rmica é us'-lo como dissipador de calor, devendo~se estudar cuidadosamente se as condições não são severas e'se a 'superfície esco- lhida para dí ss í per o calor não éaquecida por outros componentes..É oportuno acrescentar que 'se pode prever em certos casos dissipadores que'sirvam de parij "te'estrutural conseguindo~se'com isto montagens extremamente'compactas. A.capacidade de um dissipador de.calor é uma função de diversos parâme- "tros, ·tais como o material empregado, a área-exposta,o'acabamento das'suas'su- perfícies,os níveis de temperatura do dissipado~ e dO'ar ambiente.Entretanto, os fatÔres predominantes 'são a forma geométrica. a 'reaefetiva d~superfície. Além disso, h' um fator muito importante a considerar que é o de penetração do ar nas irregularidades microsc6picas da'superfície do dissipador, originando uma película de ar'aderida'à 'superfície do dissipador.Esta camada'(filme ou camadalimiçe) forma uma coberçu~a que dificul,a"a·transmissão de-calor, uma vez que o ar tem'baixa condutibilidade t~rmica. cp que se tem então em mira, no
  • 10. 7 projeto de um dissipador de calor, , destruir esta camada limite e conseqüen- temente aumentar a capacidade de dissipação para o meio ambiente.O efeito des- ta camada limite' traduzido pelo coeficiente de filme (h), e'@stecoeficiente de filme'funçio da viscosidade,da condutibilidade t'rmica,datemperatura eda velocidade do flúido, fat8res êstes que'são normalmente fixados pela aplicação 'em questio. A'soluç~o para tal problema ~ destruir mecAnicamente:a camada li- mite pela ,escolha de um formato .adequado para a supeTfície do dissipador, o que fará com que a energia.cin'tica das moléculas do flúido destruam.a camada com:uma perda mínima da:energía do flúido. Por exemplo,um.dissipador realiz! dona forma de uma placa plana de alumínio, exige uma'elevada velocidade do flúido para destruir'a camada 'limite, o que implica em uma elevada perda de energia. Estas .explicaç5es justificam o número:imenso de'formas de dissipadores ~de:calor, algumas'extremamente .ex6ticas,mas criadas~com a finalidade demelho- ·ra~-a'troca.de.calor. 3.3 - Problemas do superdimensiona.E1ent~ 'Uma pergunta geralmente feita 'arespeito dos dissipadores de calor "se não~seriamais prático utilizar o melhor dissipador de calor fornecido por uma indústria, em lugar de perder tempo com o seu dimensionamentocorreto. É claro que: do ponto de vista térmico o problema poderia ser resolvido deste modo, mas quando se trata de uma organização que utiliza grande número de dissipadores de :calor nos seus projetos, é importante o dimensionamento correto do dissi'~ padoradequado pois, -à medida que os dissipadores de calor v~o tendo melhores características, maiores vão sendo os seus preços e dimensões. Portanto, o di- mensionamento:correto .representa :normalmente 'uma economia de preço e de-espeço . No Brasil ainda não se'sente·tanto .ê s ue problema -em virtude do reduzido n'y' mero dedissipadores de calor disponíveis, mas,'nos Estados Unidos, por exem-
  • 11. 8 pIo, existem cêrca de 30 indústrias que produzem dissipadores de calor, e por- tanto há muita probalilidade de se encontrar o dissipador ade qu adovop.ena c :,éada caso em questão, 3.4 - Problemas do isolamento elétrico Nos transistores de baixa potência, normalmente nenhum dos terminais (ba- se, emissor e coletor) é ligado ao seu env6lucro, enquanto que nos transisto- res de alta potência isto acontece regularmente. Então, nos transistores de baixa potência o dissipador de caloré adapta- do ao seu env6lucro, não havendo normalmente nenhum problema relacionado ao isolamento entre o transistor e o dissipador de calor. Nos transistores de potência, como o coletor é ligado ao seu corpo, temos a distinguir dois iipos de circuitos. O primeiro tipo , aqu@le em que o cole- tor é ligado à massa, o que facilitará bastante a montagem em virtude de não se necessitar de nenhum isolamento entre a base de montag~m do transistor e o dissipador de calor (que pode estar fazendo contacto com o chassis). O outro caso é aquêle em que o coletor não é ligado à massa, quando então podemos ado- tal' duas soluções: a primeira é isolar a base de montagem do transistor do d~- sipador de calor, não havendo nenhum problema caso o dissipador faça contacto com o chassis. A segunda é não isolar a base de montagem do transistor do dis~ sipador, mas sim, isolar o dissipador de calor do chassis. Esta última técni- ca não é muito utilizada, pois deixa um pouco a desejar com relação l confia- hilidade do equipamento. Com referência aos diodos Zener, o problema é semelhante aos transisto- res de baixa potência. Para os diodos retificadores de elevada potência, tais como o BYY15 (da Indústria Brasileira de Produtos. Eletrônicos - I Bfi A p. EB, foi adotada uma
  • 12. 9 solução interessante, que foi a construção de dois diodos com as mesmas carac- terísticas elétricas (BiY15 e BYY16), tendo apenas .uma ligação inversa dos eletrodos, mas apresentando idêntica estrutura meclnica. Portanto, o projetis~ ta tem a liberdade de escolher qual dos eletrodos quer ligado ao dissipador de calor (que poderá estar em contacto com o chassis). Analisemos agora alguns problemas inerentes ao uso do isolamento anteri- ormente mencionado. Conforme indica a Fig.2, o calor gerado na junção do co- letor de um transistor, percorre o corpo do transistor, atinge a ,base de mon= tagem do mesmo,atravessa o contato realizado entre a'base de montagem e o dia- sipadór de calor, atravessa o.corpo do dissipador de calor, atinge a:superfí- :cie do dissipador'e daí é irradiado para o meio ambiente. Portanto, o material isolante usado e,ntrea'base de montagem e o dissi- pador d. calor,deve ao mesmo tempo apresentar uma elevadacondutibilidade ·tér- micae uma reduzida condutibilidadeelétrica. O material mais utilizado para 'tal fim é a mica,que preenche estes dois requisitos. Ainda 8e costuma interca- lar uma arruela de chumbo, pois esta'se adapta às irregularidades dasuperfí- 'cie,do dissipador, fazendo um'bom contacto térmico. Por exemplo, o transistor OC-26, isolado d@ste modo apresenta uma resistência decontacto de O, SQC!Watt.· Outro artífício usado para diminuir esta resistencia térmica de contacto é colocar uma graxa de'siliconeentreas'superfícies, poi.este material pene- 'tra nas bolsas de ar que ficam formadas nas irregularidades das superfícies melhorando bastante o contaeto, uma vez que apresenta uma eondutibilidade-tér- mica cerca de 20 vezes maior que a do ar. Com relação ao isolamento eléttico, a técnica mais moderna éafabrica- çãode dissipadoreade calorcobertoà por uma camada de material-isolante na regHo onde ·ficam montados 08 'transistores, devendo Alte material apresentat uma baixa reaitencia térmica.
  • 13. 10 Também alguns fabricantes têm disponíveis pastilhas de 6xido de Berílio para serem usadas do mesmo modo que a m1ca. Mas, em qualquer caso é sempre aconselhável a utilização de uma graxa de silicone, com a finalidade mencionada. 3.5 - Convecção forçada e outros meios de refri~ração-~------------_.._-_..- -_..-._--------~_.~_.---- --- Um grande número de aplicações dos dissipadores de caloré feita utili- zando a convecçio livre, isto é, o deslocamento doflóido se dá em função da diferença de densidades entre os:seus diversos pontos.Entretanto,com'a evo- luçio dos equipamentos transistorizados, surgiram casos em que se exigia uma alta dissipação em estruturas compactas, tornando-se:entio necess'~io o uso de ventiladores deslocando o flúido ambiente e aumentando d8ste modo"a capacidade de dissipação de calor. Somente _coma convecçãonatural 'seriam necess'rias e- normes áreas de dissipadores de calor,o que impediria um projeto compacto. Na Fig~ é observada a influência do uso da refrigeração forçada. 110 100 90 80 70 60 50 40 Fíg.3 . -(abaixamento típico da ~empcra~ura de operação pelo uso de um dissipador e refrigeração forçada) - Extraído da Electronícs - 7 de setembro de 1964 - pág.8S -
  • 14. 11 Um outro tipo de refrigeração ma1S eficiente é por meio de um líquido, uma vez que para a mesma velocidade de escoamento a rel~çlo entre os coefic~~ tes de transmissão de calor para a água e para o aré de cêrca de 133. Entretanto, êstes sistemas de refrigeraçio por liquido são muito caros, sendo apenas usados em dispositivos que requerem uma excepcional confiabilida- de, como os equipamentos espaciais. Suponhamos que por um motivo qualquer a temperatura da junção de um tran- 'sistor varia; a corrente de fuga Ico varia no mesmo'sentido,. conseqÜentemente 'a corrente de coletor-e a dissipação do-transistor. Esta variaçio na dissipa- ção provocará uma nova variação na temperatura da junção, compl.tando~s. um laço. • Dependendo das características dos circuitos, dostransistores,do'siste- :ma de reafriam.nto,etc, .este laço pode apresentar um ganho maior que-a unida- .de, 'e1gnificando ietouma realimentação positiva, que pode conduzir'l desuui- 'çio.dotr~nsistor pela ultrapassagem da. e8pec~ficaçaes m'xim.s. Êate fenOmeno, conhecido como disparo.térmico (ThermalRunaway), pode'••r interpretado como a repetição de 3 proce.sos fí.i~o.: i a) uma variação na corrente de coletor pr~.oca uma variação na pot'ncia liberada; b) uma variação na potineia liberada provoca uma variação na tem.peratura da junção: c) uma variação na temperatura da junção provoca uma variação na corren- te de eoletor. Então a condição para que não haja um disparo térmico,é que o ganho do
  • 15. 12 laço seja meno~ que a unidade para qualquer freqBSncia. Os meios disponíveis para impedir o disparo térmico são a realimentação de corrente contínua (estabilização), a compensação de temperatura e os siste- mas efetivos para a refrigeração da junção de coletor, salientando-se que em alguns casos são usados todos os processosconcomitantemente. É bastante complicado o estudo teórico do disparo térmico, a fim de que sejam tomadas medidas de segurança que não possibilitem o seu aparecimento, em virtude da necessidade do conhecimento de todos os parâmetros que influen- ciam a estabilidade térmica. O que se faz geralmente é a verificação experi- mental da máxima dissipação e máxima temperatura 'ambiente permissíveis,e do e- feito das t~cnicas de estabilizaç~o e compensação para o circuito em questão. Então no projeto de um circuito,duas condições térmicas devem ser satis- feitas: A primeira é que a temperatura da junção não ultrapasse'a máxima tempe- ratura permissível, o que é obtido pela seleção do'sistema adequado de refri- geração. ; A segunda é a estabilização do circuito contra o disparo térmico, utili- zando os processos mencionados. No estudo que fazemos a seguir apenas abordamos o cálculo dos dissipado- res de calor, mas além disto deverá ser verificada cuidadosamente a estabili- zação do circuito contra o disparo térmico, mormente nos estágios de elevada potência, em que os transistores são utilizados perto de suas características máximas. 3.7 Proteção dos circuitos Alguns equipamentos utilizam transistores de elevada potência muito caros e, portanto, 'torna,"se aconselhável a ~roteção dos transistores, inclusive ten- do em vista a responsabilidade do equipamento. Pode ser previsto de modo rela-
  • 16. 13 tt.:ivamentefácil um circuito para proteger o transistor, por exemplo, contra um disparo térmico. Um modo de aplicação dest~ técnica de proteção é colocar um termos tato no dissipador de calor, que em conjunto com um disjuntor pode desligar o cir- cuito, ou então dar alarme quando a temperatura atinge um valor perigoso para o transistor em questão. Um arranjo muito usado é colocar o termostato de tal forma que quando a temperatura atinge um certo valor, êle fecha o contacto, provocando uma sobrecarga no circuito, o que faz com que o dísjuntor interrom- pa a alimentação. A Fig4" ilustm esta aplicação. a ser Termostato fecha' protegido quando aquece
  • 17. 14 4 - CÁLCULO DOS DISSIPADORES DE CALOR De ac6rdo com a Fig.S, será utilizada a seguinte nomenclatura: T. Temperatura da junção J TEM Temperatura da base de montagem (transistores de potência) Te Temperatura do envólucro (transistores de baixa potencia e diodoa Zener) T De Temperatura do dissipador de calor TA Temperatura ambiente Km Resistência térmica do corpo do transistor ou do diodo Kc Resistência térmica do contacto entre o componente e o dissipador de calor Kdc Resistência térmica do dissipador de calor, levando em conta o co- eficiente de filme, l!~ Fig. 5
  • 18. 15 Sendo P a potência em Watts que é transformada em calor, obtém-se: Eq.1 que é a equação básica para o cálculo dos dissipadores de calor. Estudaremos a seguir os dissipadores de calor para os componentes de se- micondutores mais comuns, isto é, transistores, diodos retificadores e diodos Zener. 4.2 - pissipadores de, calor para transistores Os transistores têm normalmente uma temperatura máxima permissível para a'junção na faixa de 85 a 100°C para 08 transistores de Germlnio'e 150 a 200°C para os transistores de Silício. A primeira vista pode parecer que os transis- tores de Germlnio deviam 'suportar uma temperatura maior de junção, em virtude de serem menos sujeitos à influência da temperatura; entretanto,o valor de I O) para os de 'silício é muito menor que para os de germlnio, o que faz com que na realidade os transistores de silício possam'ser usados em temperaturas mais elevadas. Já foram comentados os aspectos básicos de construção dos transistores de baixa potência e dos transistores de alta potência. 4.3 - Transistores de baixa potênci~ A seguir, vários exemplos ilustram o cálculo dos dissipadores de calor para os transistores de baixa potência. I 1) Qual a máxima potência que o transistor OC 72 pode dissipar continua- 'mente 'se for utilizado em um circuito onde a temperatura ambiente pode variar de 20°C a 45°C, sem o uso de qualquer processo adicional de resfriamento (tran- s í s cor nú)? Das falhas de especificações fornecidas pela IBRAPE, são obtidos os
  • 19. 16 seguintes dados térmicos para o transmissor oe 72: Temperatura máxima da junção para àperação contínua ... Temperatura máxima da junção para operação intermitente Aumento da temperatura da junção no ar liYre: - Sem aleta de refrigeração e sem nenhum dissipador de calor adicional (transistor nú) . K - Com aleta de resfriamento tipo 56200 (Fig. 6)e dis- sipador de calor de no mínimo 12,5 cm2 .•...••... K = O,3°e/mW T~TI 19,5 _J-- -- I ~. ~#3,3 l 6 - .~. tDimensões em mm Fig. 6 Tem-se, de ac6rdo com aEq.l: T- T= P . K J A onde K é a resi~tencia térmica total entre a junção e o me10 ambiente. Conhecendo os valores de T = 7soe e T != 4Soe, podemos calcu- Jmax Amax lar a máxima potência que pode ser dissipada pelo transistor sem excedera temperatura permissível para a junção. Para o~~anBistor nó, temos;
  • 20. 17 Logo, TJmax-' TAmax °C K °C/mW = 75'- 45 --0',4 - = 30 ---0,4 15 mW Portando, no caso do transistor nó, a máxima potSncia que pode ser dis- sipada no ambiente considerado , de 75mW. Se, para este mesmo caso, o transistor f8sse ut11izado com uma aleta do tipo 56200 e um disaipador adicional de no mínimo 12,5 cm2de área, a nova po- t8ncia que poderia ser dissipada'seria: 75- 45---,-_. -,-- 0,3 30 0,3 = 100 mW 2) Verificar qual a máxima pot8ncia que pode ser dissipada pelo transis· tór OC 72, se omesmof~r utilizado,com a aleta 56200 e um dissipador de no mínimo 12,ScJde área, em um ambiente de temperatura maxima de 25°C. Êste é um importante cálculo, porque corre.pondea um dado:apresentado pela IBRAPE em 'suas folhas de ,especificações. Pmax;= 'IJmsx'- TAmax -------K .,~- =166 mW 0,3 Portanto, é necessário observar que as pot'ncias índicadas pelo fabri- f cante do tran8Ístor se referem a valores de Unidos de TAmax e de K. Pata finalizar os comentários 'a respeito dos-transistores de,baixa po- '~'ncia,lembramos que 'stes transistores também podem ser usados com outros tipos de dissipadores, embora tal procedimento nioseja usual.Na Fig.7 mos- tramos,a influ'ncia de'vários tipos cadisaipadores em um transistor de..•edia potencia* . • -Viele Elect.ronic. ele 7 de .etelllbro el. 1964, páS. 94.
  • 21. 150 125 75 50 18 TRANSISTOR 2NI837 25~ ~ ~ L- ~ ~ ~ ~ ~ 0,5 1,5 2 25 3,51 3 4 watts Fig. 7 Já loram abordados os processos para a fixação dos transistores de potên- cia aos dissipadores de calor. A montagem típica de.um transistor de po~nci~ é ilustrada na Fig.8 (montagem utilizada pela TUNG-SOL ELECTRIC INC.).
  • 22. 19 Dissipador de calor ou chassis Arruela de mica Arruela de metal Terminal para solda Porca hexagonal Fi g. 8 A seguir são resolvidos alguns problemas de aplicações. 1) Em um circuito deverá ser utilizado um transistor OC 26,'sendo a máxi- ma temperatura ambiente de 60°C. Qual a máxima potência que êste transistor po~ derá dissipar continuamente?~ Das folhas de especificações, são obtidos Os dados,t'rmicos para o'trans- 'sistor OC 26:' Temperatura de junção máxima para operação contínua . 90°C Crescimento da 'temperatura da'base de montagem 'à junção. Km = l,20C/Watt Suponhamos que seja feito um contacto como o indicado na figura 6, de forma que a resistência térmica docontacto é de Kc ,= O,5°C/Watt. Tendo em vista a equação 1, e que os valores de TJmax e de TAmax são, respectivamente 90°C e 60°C, pode-se escrever: P(Watts) . 0,2°C/Watt + O,SoC/Watt t KdcoC/Watt) 30/P= 1,7 + Kdc Eq.2
  • 23. 20 Esta fórmula dá a relação entre a máxima poUncia que pode ser d í se í pa- da pelo OC~26 DO amhi'eJlte considerado (sem ultrapassar TJmax> e o valor de Kdc {reaht-ê'ncia "rmica do 'dissipador de calor). É claro que quanto me,nor o valor de Kdc ' isto é, quanto maior fôr a ca- paci4adedo dissipador transmitir o calor para o meio ambiente, ma10r poderá 'ser'apotência dissipada. I:emultrapassar TJmax . Ou vice-versa, sabendo-'se a cionar.o dissipadoradequado . potência que deveserdissipa~a, podemos calcular o valor de Kde e assim sele- .Para completar·-o:exemplo, :suponhamos que r a potência dissipada 'seja de ·S,S·Watts. Entra.do Da equação 2 com :êste valor, obtemos Kdc.= 4°C/Watts. Depossed'êste-dado, podemos em um catálogo 'selecionar odissipador que possui ·ta:l·Tesistência.,térmica. Entretanto, o caso mais simples é aquêleem <-'iI8-e ~.e usa .uma placa plana de -alumínio como dissipador de c~lor. Para este cas-o,.·:POd~mos obter -as.dimensões de tal placa por meio das curvas da .Fig.9 . Por ·.exemplo,Jlo caso presente, 'entrando com o valor de 4°C!Wattsobtemos:' Chapa de altJltlÍnio -brilhattte: 160 cm2 (13 x 13 cm2) -Chapa de alumínio eneg re c idar : 100 cm2 (10 x 10 cm2) Observamos o detalhe que já tínhamos chamado ã atenção para a menor área requerida;,pe~:a- chapa enegrecida. 4 ,,··,·_-··..···_..··'1"·..'·-;'''.-- , ' i i ._+_...,,--..._- ..._-- . I . !l j l i :.:-_.-: -i,-_-"-~-'T'''<-'-:--'''''- ~,.'. ! ~ r ;: ~. . '~r-.~_.Y_+~-_··""-t-_·..·_··-t-~j--_·~--+-.......,j~'-'-l ~ I ~ ! . r O~ __~'~~~ __~_~~ __~~~~-L __ ~ o 400 ,2 a- • Alumínin; bdlhaMe Áread/) dissipador(cm2)
  • 24. 21 Muitas vêzes é impossível por razões de espaço calcular um dissipador na forma de uma placa plana. Nêstes casos temos mesmo de, ou reformular o projeto de modo a não deixar o transistor dissipar a potência indicada, ou então uti- .lizar, se for mais econ6mico do que substituir o transistor, um dissipador de calor especial, apresentando melhores qualidades que a placa plana,
  • 25. 22 Os diodos zener de silício fornecidos pela IBnAPE ao mercado brasileiro, suportam temperaturas até cêrea de 150°C. temperatura maior que a permissfvel para os diodos de germlnio. Na lista preferencial dos produtos da referida in- d6stria, existem duas séries de diadas Zener: OAZ 200 a AOZ 213 500 miliwatts BZZ 10 a BZZ 13 300 miliwatts Para a série OAZ são obtidos os seguintes dados térmicos, das folhas de especificações: Temperatura máxima da junção .. 150°C Crescimento da temperatura da junção acima da temperatura do envólucro do ciiada Km ::: o, 15°C/mW Crescimento da temperatura da junção aCl.ma da temperatura ambiente: Sem aleta de resfriamento, no ar livre. K ,'R O,4°C /mW Com aleta de resíriamento, do tipo (a)ou do tipo (h) prolongada, no ar livre K -. 0, 3°C / mW - Com aleta de refrigeração tipo (h)padrão sôbre dissipador de calor com 3,5x3;5cm2 de alumínio com 1,6 mm ou equivalente ... K -- O,25°C/mW A Fig. 10 apresenta os esboços das a Let.as tipo a, tipo b e tipo b p roLcrr- gada. v í de Fig.10
  • 26. 6,5+0,2 -o I .;;.,40 ~ 15 15 30 .1"- .1 I ..J .. 1 ~ I -r- .20* l- --_ .. .,.... 30** I Tipo a (dimensões em mm) ; * Tipo b padrão *' Tipo b prolongada Fig. 10 A seguir são resolvidos alguns problemas relacionados aos dissipadores de calor para os diodos Zener. 1) Qual seria a temperatura da junção de um diodo Zener OAZ 200, se o mesmo fasse usado em um circuito, dissipando uma potência de 250 mW, em umam- biente cuja temperatura varie de 25 a 50°C7. o diodo Zener OAZ 200 apresenta uma tensão Zener de 5,2 v e uma dissi- pação de 500 mW. De início, vejamos o caso em que se pretendesse utilizar o diodo Zener ná. Nestas circunstâncias, teríamos: TJmax = TAmax + t· p TJmax= 50°C f 0,4 : 250= 150°C que é igual a máxima temperatura permíssivel para a junção. M~s não é boa té- cnica deixar o componente de semicondutor trabalhar nesta condição m&xima;
  • 27. 24 antes de pensar em trocar o diodo, lançamos m~o das aletas de resfriamento. 2) O mesmo problema anterior, no caso de usar-se uma aleta tipo (a) ou tipo (b) prolongada, conduziria ao seguinte resultado: TJmax = 50°C + 250 ',0,3 31 O mesmo problema, se fasse utilizada uma aleta do tipo (b) padr;o, conduziria a uma temperatura da junção de: TJmax 50°C + 0,25 . 250.= 112,5°C Nêstes três exemplos se observa a influancia.das aletas que permitem uti~ lizar o diodo em condições mais severas. Observa-se que no primeiro exemplo o diodoestá dissipando apenas 250 mW, (sua dissipação máxima é 500 mW) e já es- tá com uma temperatura de junção igual'~ máxima permissível. 4) Verificar a possibilidade ou não de utilizar um diodo da série BZZ, nas condições do problema 1 (isto 6, dissipando 250 mW e em ambiente de ~áxima temperatura iguala 50°C). Das folhas de especificações obtém~se que,para esta s'rie,a resistência térmica entre a junção e o ar livre ambiente é de O, 45°C/mW.Portanto, a máxi- ma temperatura da junção será: T 50 + 250 x 0,45_ 160°C Jmax = que é maior que a temperatura máxima permissível (150°Cr, sendo, portanto,im- possível usar tal série naquelas condições. 5) Verifiquemos agora como surge o dado apresentado pelaIBRAPE de sOOmw para os diodos da'série OAZ. iste dado é indicado relacionando~se com uma temperatura máxima de 25~ para a temperatura ambiente. A máxima potência dissipada 'sem ultrapassar o valor máximo permissível
  • 28. 25 para a junção é: P K Para a série OAZ com aleta de refrigeração típo(b) padrão,s6bre dissipa- dor de calor com 3,5 x3,5 cm2, de alumínio com 1,6 mm de espessura ouequiva- lente:a resistSncia térmica entre a junção e o ar livre ambiente é de0, 25°C/mW. Sendo TAmax 25°C, obtém~se a máxima potência dissipada: P = 500 mW 6) AnUogamertteao problema 5, verifiquemos como surgeo dado de 300mW, indicado pela IBRAPE para a série BZZ. Para esta série,a resistência térmica é de 0,45°C/mW. Para uma temperabr ramâxima ambiente de 25°C, tem~se: P = 150,- 25 0,45 280 mY Portanto, em realidade, tal'série pode ser usada dissipando 300 mW em um ambiente cuja máxima temperatura é de TAmax 150 300 x 0,45 = 15°C 7) Suponhamos que um circuito seja projetado com um diodo Zener OAZ 200, e que por esquecimento se deixou de pensar em uma aleta de resfriamento e con- seqüentemente a mesma não pode ser usada em virtude do espaço disponível.Será possível êste diodo dissipar 400 mW em um ambiente de temperatura máxima 25°C? Para êste caso,
  • 29. ILogo'a máxima 'temperatura que a junção atingiria'seria: e a junção seria destruída. 4.6 - Dis8ipadore~~ calor para diodos retificadores A Fig.ll ilustra o d~ocamento do fluxo térmico gerado na junção d@s- tes componentes. '"'c -o., .. 41e, C ..•... -o r: '" ar '" t:I.. 41 .g ~ 'a ... 41 ..• '" •• TA'!c •• 11I ...• a s:: c a li! ti ..•41 ...• C C C C ..•-o ..• c -o os 41 U~ -o :Ec • o C t:I. ~ 'a t:I. ar .. •.. e 8 8 o 8 ai U , f I I I •••• Ku. Ic- Kc "••••••. Kdc .-.t I , I I Fi g. 11 Podemos então escrever: TJ Temperatura da junção Tc Temperatura do env6lucro Td Temperatura do dissipador de calor TA 'Temperatura ambiente K .Resistência.térmica do corpo do diodom Kc Resist@ncia térmica do contacto KdcResisdncia térmica do dissipador de.calor (inclui o.coeficiente de.filme) ondeP é a potência que é convertida em calor na junção. Nos casos de elevada potência, o fabricante dos diodo8 normalmente for- nece curvas que permitem a determinação imediata da área do dissipador neces- saria.
  • 30. 'Ex~mplo de cálculo: Um diodo BYZ é utilizado em um circuito monofásico com carga capacitiva e durante a sua condução tem uma corrente media de'2 A, em local onde a tem- peratuIa ambiente varia entre 15°C e 45°C. Calcule a área do dissipador de calor necessária. Nas folhas de especificações dêst e diodo 'são obtidos os gráficos das Fig. 12 e 13. BYZlO A BYZ13 .;r +llfr:., ~nfl.~~~;~J-I,~~~~., ·T .,.i,7H+'l~ i as i' .~ 15 1 : 'aj E --o C!S .0>' 0, .'>' , kl-t.,-.~+t I.~~. t' +. 2 4 10 (med i a ) A 25 75 125 Temp. ambiente °C Máxima temperatura ambiente permissível para qualquer valor.de corrente dlreta media, com,vários valores de Kc+ Kdc 50. o '"u 'l!I 75 I' I CurTa Fases A 1 I C II ' B 6 r"~·'!. C' 3 R~D _~..:..__ R ou ~ Fig. 12 Espessura 0,914 mm (20 S.W.G.) t,625 mm (16 S.W.G.)
  • 31. 28 A máxima temperatura permissível para a junção é de150°C. Na curva da esquerda da lHg: 12, en t ra= ee com o valor de 10 (media):::=·2A, levanta-se uma vertical até encontrar a curva corresp6ndente a circuito monofá- S1CO com carga capacitiva. A partir do ponto de encontro, traç,~se uma horizan- .tal para a direita e uma perpendicular na curva da direita a partir do ponto do eixo das abcissas que indica a temperatura máxima ambiente (45°C). O en- contro desta perpendicular com a horizontal anteriormente traçada permite ve- .rificar_se 's8bre qual das retas incl~nadas da curva da direita estamos, ou se- lja, verificar-se o valor da soma de Kc + Kdc' No caso presente, procedendo do modo indicado, obtemos: Outro dado obtido das folhas de especificações é a resistência térmica de contacto = Temos então: = De posse. dê st e dado entramos na curva da Figo 13, que relaciona a resis- tência térmica do dissipador de calor com as suas dimensões(êstes dissipadores são placas planas, sendo por isso mais chamados para êstes diodos de aletas)o Nêste gráfico são observados os seguintes detalhes: a) Existem curvas traçadas para o caso em que se use uma única aleta'e para o caso em qu~ se usem aletas empilhadas. b)As curvas foram traçadas para o cobre. Para o caso de outro material empregado na constituição,da aleta, a espessura indicada para o cobre deve ser multiplicada por: ( .' . . condutibilidade térmica do material em questão condutibilidadet'rmica do cobre )/
  • 32. 29 c) Para o caso em que se prefere o empilhamento, por exemplo por proble- mas de espaço, tem-sé o seguinte dado prático: Espaçamento das ale tas ---~ 0,15 Altura da aleta / d)Foram traçadas as curvas para duas espessuras de cobre: 0,914 mm (20 SWG) e 1,625 mm (16 SWG). Suponhamos que temos disponível o cobre 16 AWG e que vamos usar uma úni~ ca aleta. Entrando com o valor anteriormente achado de 6,4°C/Watt, obtemos no pon- to de encontro da curva adequada uma área de50 cm2 paraa'aleta de refrigera- ção. Podemos, pois, usar uma aleta quadrada de 7cm de lado. Um método interessante de estudar os dissipadores de calor éa utiliza- ção de analogias elétricas,basearido~se tal tratamento no fato dos dois fen8- menos serem regidos pelas mesmas equações. Portanto, ., possível utilizar esta analogia com a seguinte nomenclatura: Grandeza Térmica Grandeza Elétrica __ -.:A=nálog!...~_._._ Símbolo Potência térmica Gerador deCorrente p Temperatura Tensão T Temperatura ambiente. Temperatura da junção. Temperatura d a-b as e de mon- tagem ou do env61ucro. Temperatura do JiBsipador de calor
  • 33. Grandeza Elétrica ~_~A;...nálog_a _ Símbolo Resistência térmica Resistência elétrica K ~ Resistência térmica do corpo do componente Kc Resist@ncia térmica do conta- to entre o corpo do componen- te e o dissipadorde calor. Kdc Resistência térmica do dissi- pador de calor, incluindo o coeficiente de filme. Tendo em vista o percurso que o fluxo téf'nico faz até o ar ambiente, obtém~8e o circuito série da Fig. 14. TJ ~ Ta.4 fp Kc: Toe Kdé TA Fig. 14 Aplicando a lei de Ohm a este circuito, obtemos a mesma equação da pági- na 15, isto é:
  • 34. Um aprimoramento pode ser feito nêste tratamento acrescentando-se as ca- pacidades térmicas,respectivamente da junção,dabase de montagem(ou env6lucro) e do dissipador de calor; estas capacidades dizem respeito à possibilidade do calor ser transferido diretamente destas três regiões para o ar ambiente,o que quer dizer que estas capacidades devem ser colocadas no circuito elétrico como indica a Fig.15. Normalmente estas capacidades podem ser desprezadas, mas fi- zemos questão de apresentá-Ias, pois tendo em vista a existência das mesmas já se pode prever a existSncia de constantes de tempo associadas comI' elimi- nação do calor de um componente. ~ p ~ CJ Cdc~, Fig 15' Foram verificados cuidadosamente os diversos problemas inerentes à esco- lha do dissipador de calor para um dispositivo de semicondutor,mas, em princí- pio,foi intuitivamente feita uma hipótese que muitas vêzes nQoé real. Tal hi- pótese foi admitir que apenas um transistor é usado em um dissipador de calor. Será analizado agora o caso mais complexo em que se deseja usar mais de um transistor em um mesmo dissipador. ,Suponhamos que queremos montarn transistores, dissipando ás pot8ncias PI "". Pn em um mesmo dissipador. Para atacar o problema, 1magluemos que
  • 35. 32 que inicialmente êstes transistores são montados em dissipadores individuais. ~tclaro. então, que o circuito da Fig.14 será repetido para todos os tran8is~ tores, obtendo-se o conjunto de circuitos da:Fig. 1~~ A Fig. 16 o que faz agora é imaginar que as áreas d8stes dissipadores individuais 'são variadas, até que 'se obtenha uma 'situação em que todos os dissipadores 'a- presentem a mesma temperatura, isto é, até que seja satisfeita a condição: .... , ... , ..... --.= Tdcn Nesta situação podemos conectar os dissipadores,desde que a'condítibili- dade térmica 'seja idêntica para os mesmos, e considerar Tdc a temperatura co- mum. Conectandotodos os pontos dos circuitos equivale~tes, correspondentes -à-temperatura do dissipador, obtém~se o circuito da.Fig.17. Pode-se •.então, escrever:
  • 36. 33 1c;. ~ Kdc' total .;;?> Fi g. 11 .Conhecendo~se os valores das resistências t~rmicas dos transistores e dos contactos, e selecionando os valores seguros das temperaturas das junções, po- de~se determinar as temperaturas dos dissipadores de calor. Para qualquer transistor o valor da temperatura do dissipador de caloré dada por: .Assim, se TdcM é'o menor valor encontrado, êste será considerado como a temperatura do dissipador de calor comum. Obtém-se, então: EI finalmente: n Kdc total .2 i::l Kdc total = p. 1
  • 37. 34 Observa-se que quanto menor TdcM menor será Kdctotal e conseqüentemente maior 'será a área necess'ria do dissipador. ;f claro que procedendo dêste modo alguns'transistores trabalhario fo~. dos; surge entioa idéia de quando'se lidar com vários :transistores grupá~los ·isto é,colocar em dissipadoresseparados os de maior e os de menor dissipaç~ Mas.não há inconveniente sério em deixar os'transistores trabalharem folgados.
  • 38. 35 5 - BIBLIOGRAFIA 1 - KERN, DONALD Q. - "Proeess heat transfer". Me 'Graw-Hill, 1950. 2 - HUNTER, L. P. - "Handbook oisemieonduetor eleetronies" - 2nd. edition, 1962. Me Graw-Híll. 3 - PULLEN, Jr., KEATS A. - "Han dbcok of transistor cireuit desi gn" Prentiee Ha11, Ine. 1961. 4 - "Transistor eireuit design" (Prepared'by the Engineering Staffof Tex8s Instruments Ineorpor~ted). Me Graw~Hill .. . 5 - "Transistor heat dissipators".. Eleetronies - September 7, 1964, pág. 83. 6 - "More four your money f rom -s oLí d state". Electronics - September 21, 1964, pág. 66. 7 - "Foreed-air eooling for high-power equipment". Electronies - September 21, 1964, pág. 69. 8 - "Protection against thermal overload". Electronies - September 21, 1964, pág. 72. 9 .."Influência da variação da temperatura no comportamento do'transistor". Revista Eletrônica IBRAPE n2 28 - maio, 1963 - pág. 20. 10 Catálogos das seguintes indústrias: Indústria Brasileira de Produtos EletrÔnicos - IBRAPE Tung-Sol Electric Inc. - Catalog T-66. George Risk lndustries, Ine. (Denver,Colorado). Augat Ine. (Attleboro, Massachussets). Wakefield Engineering, In e ;: (Wakefield, Massachussets).