3. IVANILDO FELIX DE LIMA
TANGARÁ
A CIDADE E O PÁSSARO
1ª edição
Tangará-RN
2008
4. ISBN 978-85-907328-1-5
Desenho da capa
Pássaro “Tangará”.
Pintura da Profa.Denise Ludugero Pereira de Lima
Montagem da capa
Ivanildo Felix de Lima
Revisora
Severina Belarmino Neves de Lima
Produção
Independente
Tipo de suporte
Compact Disk
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução
total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio. A vio-
lação dos direitos do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabeleci-
do pelo artigo 184 do Código Penal. Fica ressalvada a hipótese
de uso educativo sem fins lucrativos, citada a fonte.
5. Lima, Ivanildo Felix de.
Tangará – A Cidade e o Pássaro/ Ivanildo
Felix de Lima. – 1ª ed. – Tangará-RN: Produ-
ção independente, 2008.
140 p.
ISBN: 978-85-907328-1-5
1. História. 2. Geografia. 3. Etnografia.
6. Dedico este trabalho
A DEUS, a quem devo a vida e o que sou.
Aos meus pais LUIZ FELIX DE LIMA (in memoriam) e
LUIZA FELIX DE LIMA, incentivadores e quem me ensi-
naram a viver.
A minha esposa SEVERINA BELARMINO NEVES DE
LIMA, companheira inseparável de luta.
Aos meus filhos AMADJA NATALY BELARMINO DE
LIMA (in memoriam), IVANILDO FELIX DE LIMA
FILHO, SABRINA MARIA BELARMINO DE LIMA e
LUIZ FELIPE DANTAS FELIX DE LIMA, incentivo de lu-
ta.
A MARIA DAS GRAÇAS ALMEIDA DE MELO (d. graça)
(in memoriam), historiadora e contadora de causos sobre
Tangará.
Aos educadores desta cidade, pela aceitação e apoio.
A todos que de uma forma ou outra me incentivaram nesta
empreitada.
7. Agradecimentos
A Sra. MARIA LÚCIA LIMA ALVES, Diretora de Secretaria
Judiciária da Comarca de Tangará-RN (2001/2008), pelas in-
formações prestadas, sobre o Judiciário de Tangará-RN.
Ao Sr. JOSÉ GILVAN DE LIMA, Diretor da Escola Estadual
Prefeito João Ataíde de Melo, pelas informações prestadas sobre
aquela Instituição.
A Sra. FRANCISCA MARIA SOUZA DE LIMA, Diretora da
Escola Estadual Prof. Severino Bezerra, pelas informações pres-
tadas sobre aquela Instituição.
A Sra. MARIA ROSANGELA MEDEIROS FLORENCIO,
Secretária Municipal de Educação e Cultura de Tangará-RN,
pelas informações prestadas sobre aquela Instituição.
Ao amigo CAIO CESAR GADELHA AIRES, pelo apoio e
incentivo.
8. Apresentação
É com muita alegria que escrevi este livro
que tem como título “TANGARÁ – A CIDADE E O PÁSSA-
RO”. Foi publicado inicialmente em formato de E-book, na rede
mundial de computadores – Internet, agora em Compact Disk -
CD e posteriormente será em papel. Longe de ser uma obra aca-
bada, pretende resgatar e preservar a história e a memória do
povo Tangaraense.
Quando resolvi escrevê-lo, é com a expe-
riência de quem pesquisou e já escreveu duas edições, ainda que
em forma de “monografia”, sobre o município que aprendi a
gostar.
Não deixa de ter caráter histórico, uma
vez que traz documentos ilustrando alguns dos fatos narrados
por este escritor. Não sendo historiador, procurei escrever de
forma clara e didática, imprimindo por sua vez, características
próprias do crítico que sou e de alguém que acredita nas trans-
formações a partir da participação popular.
Afinal este livro é seu, que como eu, acre-
dita no ser humano e em um mundo melhor!
O autor
9. Índice
CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO TANGARAENSE. 11
Área e localização 11
O clima e a vegetação 13
Solos 14
O relevo 15
Aspectos Geológicos e Geomorfológicos 16
A Hidrografia 17
Açúde Trairi 18
AS NOSSAS RAÍZES HISTÓRICAS 22
Origem de Tangará 22
O MUNICÍPIO E OS PODERES 24
Instalação do município 26
PODER EXECUTIVO 26
RECORTE HISTÓRICO 28
Os antecedentes do golpe militar de 1964 28
A implantação do golpe 31
O AI-5 e os anos de chumbo 32
A cassação do Prefeito Lourival Ferreira Lima 33
A cassação 36
PODER LEGISLATIVO 40
PODER JUDICIÁRIO 48
Serviço Notarial e Registral 49
Cartório Eleitoral 51
MINISTÉRIO PÚBLICO 51
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 54
OS SÍMBOLOS MUNICIPAIS 54
A Bandeira Municipal 55
O Escudo Municipal 56
10. O Hino Municipal 57
EDUCAÇÃO E CULTURA 59
Ensino Comunitário 60
Ensino Médio (antigo 2º grau) 60
Ensino Particular 61
SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO 62
RELIGIÃO 64
A PARÓQUIA 65
FESTAS POPULARES 66
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS 67
ÓRGÃOS E ENTIDADES MUNICIPAIS 69
A GEOGRAFIA HUMANA 74
Nossa gente 74
Heráldica dos principais sobrenomes Tangaraense 75
A ECONOMIA TANGARAENSE 79
A Agricultura 79
A Pecuária 81
Indústrias 82
Carcinocultura 83
AS COMUNICAÇÕES 84
LIGAÇÕES INTERMUNICIPAIS E INTERESTADUAIS 85
PERSONALIDADES HISTÓRICAS 86
TANGARAENSES ILUSTRES 90
CELEBRIDADES EM TANGARÁ 92
CURIOSIDADES 93
ICONOGRAFIA 95
ANEXOS 114
BIBLIOGRAFIA 139
APOIO CULTURAL 141
11. 11
Caracterização do
espaço Tangaraense
Área e localização
Com uma superfície de 356,78 Km2 (1), localiza-
se no Estado do Rio Grande do Norte, na meso-região do Agres-
te Potiguar e na micro-região Borborema Potiguar, perfazendo
uma porcentagem de aproximadamente 0,68% sobre a superfície
total da micro região a que pertence. Localiza-se a 6º 11’ 58”
graus de latitude sul e 35º 48’ 06” graus de longitude a oeste, a
uma altitude de 186 metros ao nível do mar.
É localizado a uma distância de aproximadamente
82 quilômetros da capital do Estado, Natal.
Tangará limita-se:
Ao Norte com a cidade de Serra Caiada, Sítio
Novo e Lagoa de Velhos;
Ao Sul com a cidade de Japi, São José de Cam-
pestre e Santa Cruz;
Ao Leste com a cidade de São José de Campestre
e Serra Caiada;
e ao Oeste com a cidade de Santa Cruz e Sítio
Novo.
___________________________________________________
(1) Resolução da Presidência do IBGE de Nº 05 de 10 de outubro de 2002.
13. 13
O clima
e a vegetação
O clima de Tangará é muito quente e semi-árido.
A média pluviométrica normal deste município é de aproxima-
damente 516,1 mm por ano. A sua vegetação é formada por pe-
quenas matas, diminuídas na sua grande maioria pelas queima-
das e pelas derrubadas não planejadas, para usarem a terra no
cultivo de subsistência. As principais árvores de nossas matas
são o mufumbo, marmeleiro, quixabeira, juazeiro, umbuzeiro e a
algarobeira.
A caatinga Hepoxerófila é predominante na vege-
tação Tangaraense. Sendo típica da região semi-árida, apresenta
como características serem plantas retorcidas, cheias de espi-
nhos, com o objetivo de acumular água, em vista de ser uma
região muito seca, destacando-se o xique-xique, a coroa de frade
o facheiro e o mandacaru.
caatinga na Fazenda Trairi
14. 14
Solos
Solos predominantes e características principais:
Planasol Solódico – fertilidade natural alta,
textura argilosa e arenosa, relevo suave ondulado, imperfeita-
mente drenados, rasos.
Os planossolos são utilizados, principalmente,
com pecuária e em pequenas áreas com algodão, milho e feijão
consorciados, além de sisal, hoje quase extinta e palma forragei-
ras, em alguns locais. Seu aproveitamento racional com pecuária
requer melhoramentos das pastagens e intensificação da palma
forrageira.
Bruno Não Cálcio Vértico – fertilidade na-
tural média, textura arenosa, relevo suave ondulado a ondulado,
medianamente profundos, bem drenados, susceptíveis a erosão.
O Bruno Não Cálcio Vértico encontra-se coberta,
pela vegetação natural, aproveitada, precariamente, com pecuá-
ria extensiva. Pequenas parcelas são cultivadas com algodão,
milho, feijão, sisal e palma forrageira. O aproveitamento racio-
nal destes solos com pecuária requer melhoramentos das pasta-
gens e intensificação da palma forrageira, recomendando-se,
ainda, intenso controle da erosão.
Regosol Eutrófico com fragipan – fertili-
dade natural média, textura arenosa, relevo suave ondulado a
ondulado, medianamente profundos, bem drenados, susceptíveis
a erosão.
Os Regossolos são muito utilizados com mandio-
ca e agave e em menor escala com milho, algodão, feijão e fava.
Apresenta restrições ao uso agrícola pela forte carência d`água,
15. 15
decorrente do longo período de estiagem. Seu aproveitamento
racional requer intenso controle da erosão e adubações que su-
pram as deficiências de fósforo e nitrogênio.
O relevo
Localizado na zona agreste do estado, possui re-
levo próprio e diversificado. De 100 a 200 metros de altitude.
Depressão sub-litorânea. Terrenos rebaixados, localizados entre
duas formas de relevo de maior altitude. Ocorre entre os Tabu-
leiros Costeiros e o Planalto da Barborema. Cercado por serras,
destacam-se Serrote Preto, Serrote Branco, Serrote dos Gamas,
Serrote da Macambira e Serra do Algodão.
Serrote Branco
16. 16
Aspectos Geológicos
E Geomorfológicos
Geologicamente o município de Tangará caracte-
riza-se por dois tipos de terrenos, o Embasamento Cristalino e as
Coberturas Colúvio – eluviais. O enbasamento cristalino aflora
nas áreas baixas, nos vales dos principais rios, sendo representa-
dos por migmatitos, gnaisses, granitos, xistos e anfibolitos de
idade Pré-Cambriana média (1.100 – 2.500 milhões de anos).
Enquanto as coberturas Elúvio-coluviais, ocupando as partes
topograficamente mais altas do município, são caracterizadas
por espessos solos arenosos lixiviados e inconsolidados, de Ida-
de Quartenária, que tiveram origem pelo intemperismo atuante
sobre as rochas do grupo Barreiras.
Geomorfologicamente predominam formas tabu-
lares de relevos, de topo plano, com diferentes ordens de gran-
deza e de aprofundamento de drenagem, separados geralmente
por vales de fundo plano.
Como recursos minerais associados, o município
possui “Complexo Gnáissico-Migmetítico”, rocha ornamental
especialmente migmatitos utilizados em piso e revestimento;
brita e rocha dimensionada utilizada para construção civil.
17. 17
A Hidrografia
A Hidrografia de Tangará é formada pelo Aqüífe-
ro Cristalino, que engloba todas as rochas cristalinas, onde o
armazenamento de águas subterrâneas somente se torna possível
quando a geologia local apresentar fraturas associadas a uma
cobertura de solos residuais significativa. Os poços perfurados
apresentam uma vazão média baixa de 3,05 m3/h e uma profun-
didade de até 60 metros, com água comumente apresentando
alto teor salino de 480 a 1.400 mg/l com restrições para consu-
mo humano e uso agrícola.
O Aqüífero Aluvião, apresenta-se disperso, sendo
constituído pelos sedimentos depositados nos leitos e terraços
dos rios e riachos de maior porte. Estes depósitos caracterizam-
se pela alta permeabilidade, boas condições de realimentação e
uma profundidade média em torno de 7 metros. A qualidade da
água geralmente é boa e pouco explorada.
No aspecto da Hidrologia, o município encontra-
se com 35,59% do seu território inserida na Bacia Hidrográfica
do rio Potengi e 64,41% na Bacia Hidrográfica do rio Trairi.
Os principais rios é o Trairi e Rio Grande do Norte. O rio que
corta o município é o Trairi, que nasce na Serra do Cuité na Pa-
raíba e deságua na Lagoa de Papari. Reprezado forma o açude
Trairi, com capacidade de acumulação d’água aproximada de
35.230.000 m3, importante pelo abastecimento d`água da cidade
de Tangará até o ano de 1998, quando foi inaugurado o Sistema
Adutor Agreste/Trairi/Potengi, que tem como objetivo o abaste-
cimento humano e dessedentação animal. Também conhecido
como Adutora Monsenhor Expedito, o sistema possui uma ex-
tensão total de 316 km, a captação d´água é feita no Sistema
Lacustre Bonfim, localizado no município de Nísia Floresta e
possibilita uma vazão de 452,32 l/s ou 1.628,35 m3/h.
18. 18
Açude Trairi
Barrando o rio Trairi, sistema complementar, a
sua bacia hidrográfica cobre uma área de 1.580 km2. Atualmen-
te tem como finalidades principais, o controle de cheias, a pisci-
cultura e o aproveitamento das áreas de montante.
Foi projetada e construída pelo Departamento
Nacional de Obras contra as Secas – DNOCS. Os estudos preli-
minares previam uma barragem em concreto armado. Sua cons-
trução teve início em fevereiro de 1949 e foi concluída em julho
do mesmo ano.
Praticamente no término do levantamento da ba-
cia hidráulica foi encontrado outro local para a construção de
uma barragem de terra, propiciando mais capacidade de armaze-
namento e maior economia que a alternativa estudada anterior-
mente. Os estudos para este segundo local da barragem do Trairi
foram iniciados no fim de julho de 1949 e concluídos no final de
dezembro do mesmo ano.
A barragem do Trairi é constituída de uma maci-
ço de terra compactado, homogêneo, com dranagem interna a-
través de um tapete horizontal de areia e dreno de enrocamento
no pé de jusante. Seu talude de montante é protegido com reves-
timento de pedras rejuntada e tem inclinação de 1V:2H do coro-
amento até a cota 107, 1V:2,5H entre cotas e 100 e 1V:3H da
cota 100 até a base do talude. O talude de jusante tem inclinação
1V:2H.
A fundação e as ombreiras são formadas de ro-
chas gnáissicas pertencentes ao complexo cristalino do Pré-
cambriano. O solo empregado na construção do maciço foi clas-
sificado na faixa SC da Classificação Unificada dos Solos.
O vertedouro é de superfície livre, escavado em
rocha até a cota 110,50. Formado por um canal retangular, está
19. 19
localizado na ombreira direita da barragem. Dois muros laterais
foram construídos em concreto armado para proteção da ombrei-
ra e da barragem.
A tomada d´água é composta de uma torre em
concreto armado, na qual estão instalados os equipamentos de
manobra de duas comportas retangulares. A galeria é de seção
retangular, também em concreto armado.
O regime das chuvas foi obtido dos dados das es-
tações pluviométricas localizadas na bacia hidrográfica do açu-
de.
As vazões de projeto foram determinadas com o
emprego das fórmulas empíricas do Engº Francisco Aguiar.
Em 1954, em virtude de intensas chuvas ocorri-
das na região, a barragem do Trairi foi submetida a severas con-
dições de trabalho, com lâminas de sangria atingindo alturas
superiores às previstas no projeto, acrescidas pelo arrombamen-
to de açudes públicos e particulares existentes na sua bacia de
captação. A barragem esteve na iminência de um transborda-
mento, tendo na ocasião se verificado um considerável desmo-
ronamento de um trecho do paramento de jusante.
Em março de 1981, quando começava a estação
chuvosa em todo o estado do Rio Grande do Norte, as contribui-
ções na bacia hidrográfica do Açude Público Trairi foram de tal
monta que provocaram rapidamente o enchimento do reservató-
rio, com uma sangria normal. Entretanto, o acidente ocorrido na
barragem do Açude Público Santa Cruz, que rompeu a montan-
te, provocou uma repentina onda de cheia, atingindo o reservató-
rio de Trairi. O nível do mesmo elevou-se de tal maneira, que
ocorreu o transbordamento por sobre o maciço, com uma lâmina
máxima de 1,10 m, durante aproximadamente 5 horas.
Apesar do longo tempo decorrido com a água es-
coando sobre a barragem, não houve ruptura do maciço, como
seria natural que acontecesse, já que barragens de terra não são
estruturas concebidas para resistir a extravasamentos.
20. 20
A ação da água sobre o paramento de jusante
provocou erosão regressiva sobre o mesmo, fazendo com que o
talude ficasse vertical em toda a extensão da barragem e mesmo
negativo, em alguns trechos.
Açude Trairi
Tangará possui ainda os riachos de Henrique Te-
les, Logradouro e Chapada.
Tangará possui ainda várias lagoas temporárias,
destacando-se a Lagoa de Manoel Maria e a Lagoa de José An-
tonio.
Os principais açudes são: o açude de Manoel Ma-
ria, do Mamoeiro (atualmente poluído), Açude da Guarita, São
Sebastião, açúde Irapuru e Três Voltas. Todos de pequeno porte
e devido a pouca pluviosidade nesta região, permanecem quase
todos vazios.
22. 22
As nossas
Raízes Históricas
Origem
de Tangará
Em 1914 começou a construção de uma rodovia,
hoje a BR-226, que ligaria Macaiba ao Seridó, chefiada pelo
Engenheiro José Francisco Brandão Cavalcante, na gestão do
Governador do Estado Ferreira Chaves.
Foi escolhido como ponto de encontro a “Fazenda
Riacho”, de propriedade do Sr. Francisco Fernandes, onde foi
construída a primeira casa onde se instalou o escritório dos Ser-
viços Estaduais de Estradas e Rodagens, passando a chamar-se a
partir daí, de “Estação de Riacho”, fato devido a expansão do
local com a construção de um barracão pelo Sr. Miguel Barbosa
de Lima, um dos principais agricultores da região e hoje consi-
derado como um dos principais fundadores da cidade. Este bar-
racão foi construído onde hoje é a casa de José de Arimatéia
Gomes. Este barracão servia para fornecimento de produtos
alimentícios aos operários que trabalhavam nos serviços da ro-
dovia.
A partir daí, conhecida como “Estação de
Riacho”, tornou-se permanente no tráfego rodoviário organiza-
do, tornando-se depósito de materiais, oficina para reparos de
emergência e acampamento de trabalhadores.
Segundo as famílias mais antigas deste
município, Tangará foi fundado como povoado somente no ano
de 1918, portanto passados aproximadamente quatro anos do
início da construção da rodovia.
23. 23
Os primeiros moradores desta cidade fo-
ram Sr. João Barbosa, D. Manoela, Sr. Luiz Barbosa, D. Maria
Fernandes, Sr. Pedro Clementino e Sr. João Carlos.
Segundo a tradição oral, a primeira casa
construída nesta cidade é onde hoje é a casa de José de Arima-
téia Gomes, onde funcionou também a Escola Rudimentar Mis-
ta, a segunda casa, onde residia a Sra. Flacila Gomes de Melo e
a terceira casa, onde reside atualmente a Sra. Maria Gleide de
Mendonça.
Sendo chamada de “Estação de Riacho”,
“Riacho dos Negros”, “Riacho do Logradouro” ou simplesmente
“Riacho”, foi denominada definitivamente de “Tangará” por
volta de 1952, pelo fazendeiro influente da região “Majó” Theo-
dorico Bezerra, este que na época comprara uma propriedade no
município, denominada de “Caiçara” ao Monsenhor Antônio
Xavier de Paiva, que veio posteriormente denominá-la de “Ira-
puru”.
Segundo a lenda só se houve o canto do
Irapuru durante quinze dias por ano, na época do acasalamento
e, ademais, apenas durante cinco a dez minutos, ao amanhecer.
É tido como particularmente melodioso, musical, e diverso de
outra ave qualquer, a ponto, de segundo a lenda, os outros pássa-
ros todos, se calarem para escutá-lo.
Conta a lenda que o pássaro Irapuru canta,
e os outros pássaros emudecem para ouvi-lo, o Tangará dança.
Coincidência ou não o nome do município de Tangará foi esco-
lhido por Theodorico, quando deputado federal, em substituição
ao primitivo nome – Riacho. Politicamente, o município “dan-
ça” sob o seu “canto”, o que é sabido de todos. (Lenda a parte, a
dança do tangará é uma dança imparcial). (1)
_________________________________
(1) BEZERRA, Maria do Nascimento. A estratégia do Paternalismo na Parce-
ria. Tese de Mestrado. Natal, UFRN. Ed. Universitária, 1987. p. 51.
24. 24
O Município
e os Poderes
Em 26 de novembro de 1953, através da
Lei nº 931, Tangará foi elevada a categoria de Distrito.
Tangará foi distrito de Santa Cruz por
vários anos, sendo desmembrado e emancipado pela Lei Estadu-
al Nº 2.336 de 31 de dezembro de 1958, sancionada pelo Gover-
nador do Estado Dinarte de Medeiros Mariz.
Ficou subordinada a Comarca de Santa
Cruz até julho de 1959, passando daí em diante a fazer parte da
Comarca de São José de Campestre.
A partir da data da emancipação, passou a
categoria de cidade do Estado do Rio Grande do Norte, com
autonomia administrativa e financeira.
Lei Nº 2.336, de 31 de dezembro de 1958
CRIA O MUNICÍPIO DE TANGARÁ,
DESMEMBRADO DO DE SANTA CRUZ
E OUTROS.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE:
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e
eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - É criado o município de TANGARÁ,
desmembrado do de Santa Cruz, tendo por sede a Vila de i-
gual nome, agora elevado à categoria de cidade, cujos limites
ficam assim esclarecidos: partindo do canto da cerca (extremo
25. 25
meridional), da propriedade “FREITAS”, pertencente ao dr.
Milton Duarte e localizado à noroeste do município de Serra
Caiada; seguindo em linha reta para o lugar denominado
‘CAFÉ IZOLADO”, ainda no município de Serra Caiada;
continuando nesta mesma linha reta até encontrar o rio Trairi,
no município de São José de Campestre; margeando o rio Tra-
iri para Oeste até encontrar a ponte do mesmo rio; obedecen-
do, em seguida, aos limites dos municípios de São José de
Campestre e Santa Cruz; daí observando os limites dos Distri-
tos de Trairi e Tangará, incluindo esse primeiro no novo mu-
nicípio.
Art. 2º - A instalação do novo município dar-se-á a
1º de janeiro de 1959, cabendo a sua administração a um pre-
feito de livre escolha do Governador do Estado, até serem ali
realizadas eleições para esse cargo e para os de Vice-prefeito e
Vereadores, na conformidade da legislação eleitoral vigente.
Art. 3º - Fica, por igual, criado o Termo Judiciário
de Tangará pertencente a Comarca de São José de Campestre.
Art. 4º - Esta Lei entrará em vigor a 1º de janeiro
de 1959, revogadas as disposições em contrário.
Natal, 31 de dezembro de 1958, 70º da República.
DINARTE DE MEDEIROS MARIZ
Anselmo Pegado Cortês
____________________
Publicada no DOE edição de sábado, 03 de janeiro de 1959, fls. 01
26. 26
Instalação
do município
O município de Tangará foi instalado no
dia 28 de janeiro de 1959 pelo Dr. Danilo Barbalho Simonetti,
Juiz Eleitoral da 15ª Zona de São José de Campestre. Na opor-
tunidade, tomou posse do Cargo de Prefeito o Sr. João Ataíde de
Melo. Estavam presentes ao ato, diversas autoridades e pessoas
da comunidade.
Poder
Executivo
Durante o regime monárquico, a chefia do
executivo era exercida pelo Presidente da Câmara Municipal.
Proclamada a República, o decreto nº 9 de 18 de janeiro de
1890, dissolveu as câmaras e criou o Conselho de Intendência
Municipal, que nas cidades compunha-se de 5 membros e nas
vilas de 3, os quais seriam nomeados pelo Governo do Estado.
Cabia ao Presidente da Intendência manejar a vida político-
administrativa da cidade.
A partir de 1892, os intendentes passaram
a ser eleitos.
Em 1926, a Constituição Estadual refor-
mada, preceituou na parte referente aos municípios que “a ad-
ministração municipal teria duas ordens de funções – uma deli-
27. 27
berativa, outra executiva: aquela exercida pela Intendência Mu-
nicipal, esta outra pelo Prefeito”.
Posteriormente, a Intendência Municipal
transformou-se em Câmara Municipal.
Prefeitos Nomeados
O primeiro Prefeito de Tangará foi o Sr.
João Ataíde de Melo, nomeado pelo Governador do Estado
Dinarte de Medeiros Mariz e empossado em 28 de janeiro de
1959, permanecendo no cargo menos de um ano, quando veio a
falecer em 14 de agosto de 1959.
Foi nomeada interinamente, em seguida a
Sra. Josefa Nilda de Melo – filha do falecido - ficando no cargo
até o término do ano de 1959, sendo considerada como o segun-
do Prefeito de Tangará.
Prefeitos eleitos
O terceiro Prefeito de Tangará foi o Sr.
Antonio Raposo Gomes de Melo, candidato único às eleições
de 03 de outubro de 1959, assumindo o cargo no dia 31 de janei-
ro de 1960.
Faleceu no dia 30 de junho de 1962.
Sua Vice-Prefeita foi a Sra. Maria Correia
de Melo.
O quarto Prefeito de Tangará foi o Sr. Hé-
lio Nelson, nomeado pelo Governador do Estado para substituir
o Prefeito Antonio Raposo Gomes de Melo “Antonio Lula”, que
faleceu, não completando o seu mandato. Seu governo durou de
1962 a 1964.
28. 28
O quinto Prefeito de Tangará foi o Sr.
Lourival Ferreira Lima, eleito em 24 de janeiro de 1965.
Não chegou a terminar o seu mandato
porque devido a incompatibilidade com os Vereadores, foi afas-
tado de suas funções.
O seu Vice-Prefeito foi o Sr. Manoel Bar-
bosa de Lima que também era Presidente da Câmara Municipal
e quem completou o seu mandato.
Recorte
Histórico
Os antecedentes do
golpe militar de 1964
A crise que levou ao regime instaurado pelo gol-
pe de Estado de 31 de março de 1964, teve início com a renún-
cia do Presidente Jânio Quadro, em 1961. Agravou-se com o
governo do Presidente João Goulart (1961-1964), que, ao assu-
mir o cargo, encontrou um grave quadro socioeconômico carac-
terizado por inflação elevada, alto custo de vida e uma dívida
externa em torno de 4 milhões de dólares. Sua proposta de mo-
dificação das relações econômicas e sociais baseava-se na im-
plantação das “Reformas de Base”, conjunto de medidas rela-
cionadas a quatro setores fundamentais da economia brasileira:
agrário, tributário, administrativo e financeiro.
29. 29
Entre tais medidas, que modificariam vários arti-
gos da Constituição – elaborada no governo de Eurico Gaspar
Dutra – Goulart propunha o aumento dos impostos sobre as
grandes propriedades e grandes fortunas; nova regulamentação
da remessa de lucros para o exterior – favorecendo a entrada do
capital estrangeiro; reforma bancária com a finalidade de abrir
crédito aos pequenos agricultores e industriais; reforma educa-
cional que permitiria o acesso das classes mais pobres à escola-
ridade; reforma eleitoral que daria direito de voto aos analfabe-
tos; e reforma agrária, cujo projeto desapropriaria latifúndios
improdutivos e apoiaria novos produtores, com o objetivo de
aumentar o trabalho no campo.
As reformas contavam com o apoio do Partido
Comunista Brasileiro – PCB, do Partido Trabalhista Brasileiro –
PTB, do Partido Socialista – PS, das Ligas Camponesas, do
Comando Geral dos Trabalhadores e de parte da Igreja Católica.
No entanto, não eram nada desprezíveis os opositores: latifundi-
ários, industriais e políticos conservadores reunidos na União
Democrática Nacional – UDN e no Partido Social Democrático
– PSD, formando ampla maioria no Congresso Nacional. Era
contrária também a essas medidas boa parte dos industriais –
nacionais e estrangeiros – que diminuíram seus investimentos na
produção.
Em torno do ideário conservador defendido pela
elite brasileira que se opunha os termos das Reformas de Base,
uniram-se ainda os teóricos da Escola Superior de Guerra –
ESG, instituição responsável pela preparação intelectual das
patentes mais altas das Forças Armadas. E foi entre os militares,
sob o lema “segurança e desenvolvimento”, que foi arquitetado
um golpe para depor João Goulart.
Os idealizadores do golpe consideravam o cres-
cimento econômico uma estratégia contra a expansão do comu-
nismo. Assim, os militares justificavam a entrada das multina-
30. 30
cionais e a chamada cooperação técnica por parte dos Estados
Unidos.
Nesse mesmo contexto, ocorreram intervenções
norte-americanas em países da América Latina, como, por e-
xemplo, na República Dominicana em 1965, ou o surgimento de
ditaduras militares no lugar de governos nacionalistas, que, até
então, se declaravam contrários à entrada do capital estrangeiro.
Como apoio financeiro e militar das autoridades
dos Estados Unidos, os articuladores do golpe romperam com as
facções democráticas e promoveram o fechamento do regime
político. Entretanto, os militares dividiam-se em duas posições:
uma pretendia derrubar o governo de Goulart restabelecendo a
hierarquia militar – estremecida com o apoio do Presidente aos
marinheiros e sargentos que reivindicavam o direito de candida-
tar-se a cargos políticos – não considerada alterações constitu-
cionais e queria preservar as eleições. A outra tencionava im-
plantar uma ditadura militar, suspendendo a Constituição e res-
tringindo as liberdades sociais e os direitos individuais.
Assim como na Argentina e Chile, no Brasil os
militares mantiveram o poder político com o apoio do capital
estrangeiro, em particular dos Estados Unidos. Os grandes lati-
fundiários foram beneficiados com incentivos às exportações e a
aquisição de máquinas agrícolas, da mesma forma que os indus-
triais e banqueiros conseguiram créditos favorecidos pela expan-
são do mercado exportador.
31. 31
A implantação
do golpe
Boa parte do período da ditadura militar (1964-
1985) foi marcado pelo autoritarismo, pela supressão dos direi-
tos constitucionais, pelas perseguições, prisões e torturas dos
opositores e pela censura aos meios de comunicações. Os em-
presários beneficiados pelo regime, colaboravam com os órgãos
do regime militar e os financiavam.
Os militares tomaram o poder em 1º de abril de
1964, por meio de uma junta composta por um representante do
Exército, um da Marinha e um da Aeronáutica. Uma de suas
primeiras providências se deu em 09 de abril, quando foi decre-
tado o Ato Institucional Nº 1(AI-1). Por esse instrumento – ao
qual se seguiram outros dezesseis, ao longo dos 21 anos de dita-
dura – a Constituição de 1946 foi alterada, estabelecendo a au-
toridade quase absoluta do Poder Executivo. O Presidente da
República podia, a partir de então, suspender direitos políticos e
quebrar a imunidade parlamentar sem a autorização do Congres-
so.
Em 15 de abril de 1964, o Congresso Nacional
referendou a Presidência o nome do Marechal Humberto de A-
lencar Castelo Branco, indicado pela junta militar que governa-
ria o país na primeira quinzena após o golpe.
Seu governo durou até março de 1967 e, em suas
primeiras declarações afirmou estar comprometido com a “defe-
sa da democracia”. No entanto, Castelo Branco passou a adotar
posição autoritária quando decretou atos institucionais que dis-
solveram os Partidos Políticos e estabeleceram eleições indiretas
para Presidente e Governadores, além de intervir em sindicatos e
federações de trabalhadores. Em seu governo, foi criado o Ser-
32. 32
viço Nacional de Informações – SNI, que funcionaria como uma
polícia política controlando os movimentos de setores e indiví-
duos. Extinguiu-se os múltiplos partidos políticos até então exis-
tentes e implantou o bipartidarismo, sistema em que apenas dois
partidos políticos são autorizados a existir oficialmente.
Antes de deixar o cargo, no início de 1967, Caste-
lo Branco convocou o Congresso Nacional – desfalcado de vá-
rios parlamentares por causa das cassações impetradas – para a
promulgação de uma nova Constituição, elaborada pelo próprio
Poder Executivo. Por essa Carta, todos os atos institucionais já
decretados transformaram-se em norma constitucional, refor-
çando o poder autoritário e centralizador que vinha sendo exer-
cido desde 1964.
O AI-5 e os
anos de chumbo
Em março de 1967, o general Artur da Costa e
Silva assumiu a Presidência da República, substituindo Castelo
Branco. Seu curto governo foi marcado por greves operárias em
Contagem – MG e Osasco – SP, além da intensa atuação da
oposição estudantil e do início da formação de grupos de guerri-
lha urbana compostos por membros dos partidos políticos clan-
destinos.
A onda de protestos varreu várias capitais, em
geral transformando-se em sangrentos confrontos com as polí-
cias locais, que resultavam em mortos e feridos. Grupos arma-
dos de direita e de esquerda faziam-se presentes em atentados
contra Universidades, teatros, representações diplomáticas es-
trangeiras e bancos. Em dezembro de 1968, em meio a esse ce-
33. 33
nário, o Presidente Costa e Silva fechou o Congresso Nacional e
decretou o Ato Institucional Nº 5 – AI-5 , pelo qual suspendia a
constituição e colocava nas mãos do Poder Executivo as prerro-
gativas do Poder Legislativo e condições de controlar o Poder
Judiciário.
Durante os dez anos em que vigorou o AI-5 per-
mitiu-se a suspensão dos direitos políticos e de garantias consti-
tucionais, possibilitou-se a demissão e a aposentadoria compul-
sória de Juízes, Professores Universitários e Funcionários e aca-
bou com a garantia do hábeas corpus, intensificando-se assim a
repressão.
Em outubro de 1969, teve início o mais severo
governo da ditadura, sob o comando do general Emílio Garras-
tazu Médici, que foi marcado pela intensificação da luta armada,
ao mesmo tempo que o governo aumentava os chamados centros
de tortura do regime, período que ficou conhecido como “os
anos de chumbo”
A cassação do prefeito
Lourival Ferreira Lima
Em 26 de abril de 1968, o Sr. Geraldo Abdala de
Lima, eleitor deste município, vem oferecer a Câmara Municipal
desta Cidade, que tem a sua frente o Vice-Prefeito e também
Presidente da Câmara Municipal o Sr. Manoel Barbosa de Lima,
denúncia contra o Prefeito Lourival Ferreira Lima. Alega que tal
prefeito vem cometendo infrações político-administrativas, den-
tre elas, oferecendo dinheiro aos Vereadores, subornando-os a
aprovarem suas prestações de contas, dentre outras irregularida-
des.
O denunciante alega que “o prefeito eleito, pro-
cede de modo incompatível com a dignidade e o decoro do car-
34. 34
go”, e que na presença do Deputado Estadual Theodorico Bezer-
ra e dos Senhores José Bezerra Cavalcante e de João Bosco, o
mesmo Prefeito teria dito que “não havia emitido apenas aque-
les cheques, mais já havia distribuído entre os vereadores, a
quantia de NCr$ 12.000,00(Doze mil cruzeiros novos)”.
“Fez-se a revolução, para moralizar os costumes,
para acabar com a corrupção”, diz o denunciante.
A cassação do Prefeito Lourival Ferreira Lima, se
dá numa época – 1968 – em que a sociedade brasileira está mar-
cada pelo Atos Institucionais e pela repressão militar. A socie-
dade política Tangaraense, historicamente de direita, ansiavam
por instaurar o regime totalitário nesta cidade. O “Majó” Theo-
dorico Bezerra, que tinha instaurado à época, uma oligarquia
neste município, era amigo íntimo do Vice-Prefeito e Presidente
da Câmara Municipal de então, o Sr. Manoel Barbosa de Lima.
Sentia-se traído, porque o Prefeito não atendia aos seus pedidos,
conforme palavras do próprio denunciado Prefeito Lourival Fer-
reira Lima
O denunciante o Sr. Geraldo Abdala de Lima,
amigo pessoal do “Majó” Theodorico Bezerra, e sobrinho do
então Presidente da Câmara, - que viria a substituir o Prefeito
cassado, pois à época também era o Vice-prefeito - segundo
alguns, foi usado como “testa de ferro” para encabeçar a denún-
cia, uma vez que nenhum vereador se prontificava a fazê-la, vez
que o Prefeito alegava que era comum, beneficiar aos mesmos,
com valores em dinheiro, em troca de favores políticos. Esta
afirmativa do Prefeito, no entanto, não fora provada em contrá-
rio, deixando os vereadores acuados. Relata o Processo de cas-
sação que o Adjunto de Promotor em exercício nesta Comarca, à
época, requereu ao Presidente da Câmara Municipal de Verea-
dores desta Cidade, peças da referida representação a fim de
instaurar procedimento investigativo contra possível suborno
envolvendo os vereadores, sendo tal pedido, negado pelo Presi-
dente Manoel Barbosa de Lima.
35. 35
A Câmara de Vereadores da época, era formada
por Manoel Barbosa de Lima – Presidente e que viria a assumir
o Poder Executivo, Aprígio Fernandes Pereira, Clóvis Gomes de
Melo, Arquibaldo Grant de Oliveira, Manoel Vasco de Lima,
Rivaldo Severino Bezerra e Margarida Ferreira de Almeida,
historicamente, todos ligados ao grupo político do Majó Theo-
dorico Bezerra.
O rol de testemunhas oferecidas pelo denunciante
eram João Severino de Pontes, este que posteriormente, em do-
cumentário para a rede Globo de Televisão “Theodorico – O
Imperador do Sertão”, dissera que “nunca abandonaria o Major
Theodorico Bezerra”; Jorge Barbosa da Silva, este intimado não
compareceu a audiência e o Sr. Genaro Ferreira de Mendonça,
este testemunhando em referido processo.
Conforme relato de pessoas daquela época, todos
estes acontecimentos passaram despercebidos pela comunidade
Tangaraense, que passiva, assistia a tudo, sem entender o que se
passava.
Nas poucas vezes que o Prefeito denunciado Lou-
rival Ferreira Lima, dirigiu-se àquela comissão, foi por escrito,
apenas para justificar sua administração.
“Ao assumir a Prefeitura de Tangará trouxe o
propósito solene de administrar dentro dos mais
rígidos princípios de honestidade, porquanto não
fazemos do cargo uma indústria ou um meio de
enriquecimento ilícito. Terminarei meu mandato
com a cabeça erguida, pois recebi de meus ante-
cessores a sublime herança de ser honesto”.
“(...)preocupada que se encontra, a Administra-
ção Municipal ante os problemas decorrentes de
uma possível seca, no corrente ano, tenho volta-
do minhas atividades, nestas duas últimas sema-
36. 36
nas, para a obtenção dos necessários recursos
com que se possa fazer face às angústias da efeti-
vação da crise climática.(...) e, por isso, me re-
servo de tornar à presença de V. Excia., solici-
tando a designação de novo dia para a observân-
cia daquele dispositivo de lei”.
Lourival Ferreira Lima
A Cassação
Em 1º de junho de 1968, através do Decreto Le-
gislativo Nº 01/68, o Prefeito Lourival Ferreira Lima, revel, pois
não compareceu a um só ato do processo, teve decretada a perda
do seu mandato de Prefeito, nos termos do Decreto-Lei Nº 201,
de 27 de fevereiro de 1967.
O Prefeito cassado, resistiu a cassação, recusou-
se a entregar a Prefeitura Municipal, impetrando Mandado de
Segurança no Juízo de Direito da Comarca de Tangará-RN (Pro-
cesso Nº 036/68), contra o ato do Legislativo Municipal, do que
foi negado. Recorreu da decisão ao Egrégio Tribunal de Justiça
do Estado do Rio Grande do Norte, tendo, entretanto, o Tribunal
de Justiça do RN, confirmado a decisão do Juízo de primeiro
grau.
Como o Prefeito cassado, mesmo assim, não
cumpriu a decisão do Tribunal de Justiça do RN, o Presidente da
Câmara de Vereadores, entrou com um pedido de Busca e Apre-
ensão das chaves e dos documentos da Prefeitura, no Juízo de
Direito da Comarca de Tangará-RN (Processo Nº 060/68), sendo
deferido pelo Juiz de Direito da Comarca de São José de Cam-
pestre em Substituição Legal nesta Comarca, Dr. Jerônimo Ro-
sado Neto, tendo por conseguinte o mesmo Juiz decretado a sua
prisão preventiva, por crime definido na Lei Nº 201 de 27 de
37. 37
fevereiro de 1967, sendo o Prefeito cassado, recolhido a prisão
na Capital do Estado – Natal.
Assumiu a Prefeitura o Vice-Prefeito Manoel
Barbosa de Lima.
O Ex-Prefeito Lourival Ferreira Lima, cumpriu
sua pena, abandonando a política definitivamente, no entanto
permanecendo ligado com a comunidade Tangaraense, uma vez
que possuía diversas propriedades rurais neste município, irre-
signado, devido como ele própria dizia, ter sofrido esta injustiça,
vindo a falecer no ano de 1999.
O sexto Prefeito de Tangará foi o Sr. Manoel
Barbosa de Lima, Vice-Prefeito de Lourival Ferreira Lima, que
assumiu a Prefeitura após o afastamento pela cassação do Prefei-
to. Começou seu governo no ano de 1968, governando até o ano
de 1969.
O sétimo Prefeito de Tangará foi o Sr. Aprígio
Fernandes Pereira.
Seu Vice-Prefeito foi o Sr. Geraldo Abdala de
Lima.
Tomou posse em 1970 e o seu mandato perdurou
até 1972.
O oitavo Prefeito de Tangará foi o Sr. José Celes-
tino Soares.
Seu Vice-Prefeito foi o Sr. João Custódio da Sil-
va.
Tomou posse em 1973 e o seu mandato durou até
1976.
O nono Prefeito de Tangará foi o Sr. João Seve-
rino de Pontes.
Seu Vice-Prefeito foi Luiz Fernandes Pereira.
38. 38
Tomou posse em 1977 e o seu mandato durou até
1982.
O décimo Prefeito de Tangará foi o Sr. Israel
Alves Carneiro.
Seu Vice-Prefeito foi a Sra. Iracema Lima Soares.
Tomou posse em 1983 e o seu mandato durou até
o ano de 1988.
O décimo primeiro Prefeito de Tangará foi o Sr.
Theodorico Bezerra Netto.
Seu Vice-Prefeito foi Amós Bezerra da Silva, que
renunciou ao cargo, por incompatibilidade com o Prefeito.
Governou de 1989 a 1992.
O décimo segundo Prefeito de Tangará foi o Sr.
Murilo Cavalcante Cabral.
O seu Vice-Prefeito foi o Sr. João Severino de
Pontes.
Seu mandato começou em 1993 e terminou em
1996.
O décimo terceiro Prefeito de Tangará foi o Sr.
Giovannu César Pinheiro e Alves.
Seu Vice-Prefeito foi o Sr. Francisco Barbosa de
Mendonça.
Tomou posse em 1997 e terminou o seu primeiro
mandato em 2000.
O décimo quarto Prefeito de Tangará foi o Sr.
Giovannu César Pinheiro e Alves, reeleito para um segundo
mandato.
39. 39
Seu Vice-Prefeito é o Sr. Francisco Barbosa de
Mendonça, que não chegou a terminar seu mandato, findo a fa-
lecer em acidente automobilístico.
Tomou posse em 2001 e concluiu o seu segundo
mandato em 2004.
O décimo quinto Prefeito de Tangará é o Sr. Jor-
ge Eduardo de Carvalho Bezerra.
Seu Vice-Prefeito é o Sr. Erociano Feliciano da
Silva.
Seu mandato começou em 1º de janeiro de 2005
encerrando-se em 31 de dezembro de 2008.
O décimo sexto Prefeito de Tangará é o atual, Sr.
Jorge Eduardo de Carvalho Bezerra, reeleito para mais um
mandato, a começar em 1º de janeiro de 2009 indo até 31 de
dezembro de 2012.
Seu Vice-Prefeito é o Sr. Erociano Feliciano da
Silva.
O Poder Executivo é exercido no âmbito do mu-
nicípio pelo Prefeito, atualmente eleito por voto direto e secreto
a cada quatro anos, com direito a uma reeleição.
Ao Poder Executivo cabe administrar o município
com a ajuda dos seus auxiliares e secretários.
A sede do Poder Executivo no município de Tan-
gará é localizada na Rua Miguel Barbosa, antigo prédio do
BANDERN.
40. 40
Prefeitura Municipal de Tangará
Poder
Legislativo
O Poder Legislativo é formado pelos Ve-
readores, eleitos pelos munícipes através do voto direto e secre-
to, para um mandato de quatro anos. Fazem as leis e discutem
problemas políticos e administrativos do município.
A primeira Câmara de Vereadores de
Tangará, foi formada por quatro Vereadores eleitos pela legenda
da União Democrática Nacional – UDN em 04 de outubro de
1959 e empossados no dia 23 de janeiro de 1960, em sessão pre-
sidida pelo Juiz Eleitoral da 15ª Zona de São José de Campestre,
Dr. Danilo Barbalho Simonetti.
Os Vereadores eleitos e empossados fo-
ram:
Manoel Barbosa de Lima;
Gerson Farias da Rocha;
Zeferino Gomes de Castro e
José Ladislau Silva.
41. 41
Desta solenidade participaram o Prefeito
Antonio Raposo Gomes de Melo “Antonio Lula”, a Vice-
Prefeita Maria Correia de Melo e pessoas da comunidade.
Vereadores que fizeram parte do Poder
Legislativo Municipal, por período legislativo:
Período Legislativo(1960/1962)
Maria Correia de Melo (Presidente
1960/1961)
Adolfo da Silveira Barreto (Presidente
1961/1962)
Agenor Francisco Ribeiro
Eugênio Valcacio Guedes
Francisco José de Lima
Gerson Farias da Rocha
José Ladislau Silva
Ledice Patriota
Manoel Barbosa de Lima
Maria Gleide M. de Mendonça
Rivaldo Severino Bezerra
Período Legislativo (1963/1966)
Rivaldo Severino Bezerra (Presidente
1963/1964)
Gerson Farias da Rocha (Presidente
1965/1966)
Aprígio Fernandes Pereira
Francisco R. Sobrinho
João Batista Ribeiro
João Custódio da Silva
Margarida Ferreira de Almeida
Manoel Alves de Araújo
Manoel Barbosa de Lima
Manoel Vasco de Lima
42. 42
Período Legislativo (1967/1970)
Manoel Barbosa de Lima (Presidente
1967/1968)
João Custódio da Silva (Presidente
1969/1970)
Antonio Severino de Lima
Aprígio Fernandes Pereira
Emanoel Lopes de Mendonça
Gaspar Ferreira da Rocha
Gerson Farias da Rocha
Thomas Quintino de Araújo
Rivaldo Severino Bezerra
Período Legislativo (1970)
Gerson Farias da Rocha (Presidente 1970)
Antonio Severino de Lima
Aprígio Fernandes Pereira
Emanoel Lopes de Mendonça
Gaspar Ferreira da Rocha
Manoel Barbosa de Lima
Thomas Quintino de Araújo
Rivaldo Severino Bezerra
Período Legislativo (1971)
José Ramos de Santana (Presidente 1971)
Emanoel Lopes de Mendonça
Expedito Messias
Gerson Farias da Rocha
José Ribeiro de Souza
Manoel Barbosa de Lima
Miguel Severino Duarte
43. 43
Período Legislativo (1972/1975)
João Severino de Pontes (Presidente
1972/1973)
Expedito Messias (Presidente 1974/1975)
Emanoel Lopes de Mendonça
Gerson Farias da Rocha
José Ramos de Santana
José Ribeiro de Souza
Manoel Barbosa de Lima
Miguel Severino Duarte
Período Legislativo (1976/1978)
Emanoel Lopes de Mendonça (Presidente
1976/1977)
Francisco Barbosa de Lima (Presidente
1977/1978)
Expedito Messias
Gaspar Ferreira da Rocha
José Ramos de Santana
José Ribeiro de Souza
Francisco Barbosa de Lima
Miguel Severino Duarte
José Gomes de Melo
Período Legislativo (1979/1982)
José Ribeiro de Souza (Presidente
1979/1980)
José Ferreira da Silva (Presidente
1981/1982)
Emanoel Lopes de Mendonça
Expedito Messias
Gaspar Ferreira da Rocha
José Ramos de Santana
Francisco Barbosa de Lima
44. 44
Miguel Severino Duarte
Período Legislativo (1983/1986)
José Aluísio Vicente da Silva (Presidente
1983/1984)
Francisco Raimundo Fernandes (Presiden-
te 1985/1986)
Alexandre José Ferreira da Nóbrega
César Barbosa de Lima
César Felix da Silva
Francisco Raimundo Fernandes
João Custódio da Silva
José Inácio da Silva
Alba Montenegro Quintino
Período Legislativo (1987/1988)
José Aluísio Vicente da Silva (Presidente
1987/1988)
Alba Montenegro Quintino
Alexandre José Ferreira da Nóbrega
César Felix da Silva
Francisco Raimundo Fernandes
João Custódio da Silva
José Inácio da Silva
Período Legislativo (1989/1992)
Demócrito Soares de Oliveira (Presidente
1989/1990)
José Aluísio Vicente da Silva (Presidente
1991/1992)
Eliezer Ramalho de Mendonça
Francisco Alves da Silva
José Aracildo Viana da Silva
José Judson Carlos
45. 45
José Emanoel Fonseca Dantas
José Nelo de Pontes
José Silvestre de Pontes
João Custódio da Silva
Arnaldo Pereira da Silva
Período Legislativo (1993/1996)
José Emanoel Fonseca Dantas (Presidente
1993/1994)
José Aluísiso Vicente da Silva (Presidente
1995/1996)
Elieser Ramalho de Mendonça
Geovannu César Pinheiro e Alves
José Aracildo Viana da Silva
José Judson Carlos
José Silvestre de Pontes
José Nelo de Pontes
Francisco Alves da Silva
Manoel Maria Oqueres
José Emanoel Fonseca Dantas
Período Legislativo (1997/2000)
Aldo Marinho de Carvalho (Presidente
1997/1998)
Davi Felipe da Rocha (Presidente
1999/2000)
Antonio Custodio Freire
Erivaldo Antonio Sobrinho
José Aluísio Vicente da Silva
José Aracildo Viana da Silva
José Judson Carlos
José Nelo de Pontes
José Silvestre de Pontes
Manoel Maria Oqueres
46. 46
Período Legislativo (2001/2004)
José Aracildo Viana da Silva (Presidente
2001/2002)
Manoel Maria Oqueres (Presidente
2003/2004)
Antonio Custódio Freire
Aldo Marinho de Carvalho
César Felix da Silva
Erivaldo Antonio Sobrinho
José Aluísio Vicente da Silva
José Judson Carlos
José Silvestre de Pontes
Manoel Maria Oqueres
Murilo Cavalcante Cabral
Marlene de Souza Carvalho
Período Legislativo (2005/2006)
José Aluísio Vicente da Silva (Presidente
2005/2006)
Givanilson Fernandes de Lima
Antonio Custódio Freire
Manoel Maria Oqueres
César Barbosa de Lima Junior
João Fernandes de Lima
Theodorico Miranda Bezerra Nelson
José Silvestre de Pontes
Francisco Felix Irmão
Período Legislativo (2007/2008)
José Aluísio Vicente da Silva (Presidente
2007/2008)
Givanilson Fernandes de Lima
Antonio Custódio Freire
Manoel Maria Oqueres
47. 47
César Barbosa de Lima Junior
João Fernandes de Lima
Theodorico Miranda Bezerra Nelson
José Silvestre de Pontes
Francisco Felix Irmão
Período Legislativo (2009/2010)
Ewerton Thiago de Lima Silva
Francisco de Assis de Araújo
Clecio Felix da Silva
Antonio Custodio Freire
Elias Nascimento de Albuquerque
Cesar Barbosa de Lima Junior
José Aluisio Vicente da Silva
Francisco Felix Irmão
Ana Lourdes Viana da Silva
Tangará como todos os demais municípios
brasileiros, até 1988 era regido pela Lei Orgânica do Estado. Em
30 de março de 1990, a Assembléia Constituinte do Município
de Tangará, promulgou a Lei Orgânica Municipal, composta de
111 artigos.
A sede do Poder Legislativo nesta cidade
é o Palácio Emanoel Lopes de Mendonça, situado na Rua João
Ataíde de Melo, 577.
48. 48
Poder
Judiciário
O Poder Judiciário no município é exerci-
do pelo Juiz de Direito. Ele examina o fiel cumprimento das
Leis. Acumula também a função de Juiz Eleitoral.
Tangará foi sede de Comarca em janeiro
de 1964. O primeiro Juiz de Tangará foi o Bel. Manoel Alves
Irmãos, que assumiu a Comarca em 05 de fevereiro de 1964 até
março de 1968.
Fizeram parte do Poder Judiciário neste
município, como Titular os seguintes Juízes de Direito:
Nildo João Matias Alff (1968)
Jerônimo Rosado Neto (1969/1973)
Dúbel Ferreira Cosme (1974/1975)
José Mário Pedrosa (1976/1978)
Geraldo Magela da Cruz (1979/1982)
Maria Zeneide Bezerra (1983/1986)
Geraldina Fagundes Souza de Lima
(1987/1989)
Jarbas Antonio da Silva (1990/1991)
Guilherme Newton do Monte (1992)
Ana Nery Lins de Oliveira Cruz (1993)
Maria do Socorro Pinto de Oliveira
(1993/1996)
Martha Danyelle Sant’ana C. Barbosa
(1997/1999)
Sabrina Smith Chaves (2000)
Eliana Marinho Alves Carlos (2000)
Maria Nivalda Neco Torquato
(2000/2001)
José Maria Nascimento (2002/2006)
49. 49
Flávio Ricardo Pires de Amorim (2006 -
atual)
A sede do Poder Judiciário neste municí-
pio é o Fórum Municipal Desembargador Wilson Dantas, na
Rua Assis Lopes, 20.
Fórum Desembargador Wilson Dantas
Serviço Notarial
e Registral
A Lei Federal Nº 8.935 de 18 de novembro de
1994, que disciplina a atividade notarial e registral diz no seu
artigo 1º que “Serviços notariais e de registro são os de organi-
50. 50
zação técnica e administrativa, destinados a garantir a publicida-
de, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos”.
O Tabelião ou Registrador é um profissional do
direito, dotado de fé pública.
Atualmente formado pelo acervo dos 1º e 2º Car-
tórios Judiciários, presta serviços na área do Registro Civil das
Pessoas Naturais (nascimento, casamento e óbito), Pessoas Jurí-
dicas, Títulos e Documentos, Protestos de Títulos, Registro de
Imóveis e Tabelionato em Geral (reconhecimento de firmas,
autenticações de documentos, procurações e escrituras públicas).
O 1º Cartório foi criado no dia 30 de abril de
1954, sendo nomeada primeira Tabeliã a Sra. Ivone Chaves de
Medeiros.
Foram Tabeliães Titulares na seqüência:
Rômulo Luiz de França ( /1986)
Maria de Lourdes de França Fabrício (1986/1999)
O 2º Cartório foi criado em junho de 1964, sendo
nomeada como primeira Tabeliã a Sra. Maria Odete Dantas A-
raújo.(1964/1966)
Foram Tabeliães Titulares na seqüência:
Wandercílio Raposo da Câmara (1966/1969)
Sebastião Miguel de Lima (1969/1992)
Mariza Helena de Oliveira Pereira P. Confessor
(1993/1998)
José Marcelo Pereira (1999)
Carlos Frederico da Silva Mariz (1999)
Funciona na Rua João Ataíde de Melo.
51. 51
Cartório
Eleitoral
O Cartório Eleitoral é responsável pelos serviços
da Justiça Eleitoral como inscrição eleitoral, transferências elei-
torais, registro de candidaturas, como também prepara e realiza
às eleições.
O Juiz de Direito da Comarca é quem responde
pela Justiça Eleitoral, acumulando a função de Juiz Eleitoral.
Funciona no Fórum Des. Wilson Dantas, na Rua
Assis Lopes.
Ministério
Público
Pela Carta Constitucional de 1988, o Ministério
Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicio-
nal do Estado, sendo de sua incumbência a defesa da ordem ju-
rídica, do regime democrático e dos interesses sociais e indivi-
duais indisponíveis.
No município o Ministério Público é representado
pelo Promotor de Justiça, que também acumula a função de
Promotor Eleitoral.
O primeiro Promotor de Justiça a atuar na nossa
Comarca foi o Sr. Gaspar Ferreira da Rocha, como Adjunto de
Promotor de Justiça, no ano de 1959.
52. 52
Fizeram parte do Ministério Público neste muni-
cípio, como Titular, os seguintes Promotores de Justiça:
Adjunto de Promotor de Justiça
Juvenal Estevam de Andrade (1964)
Eider Toscano de Moura (1964) – Promotor de
Justiça
Maria Neci Matias (1965)
Franklim Pinheiro Borges (1966/1967)
Vicente Fernandes de Queiroz (1968)
José Antonio Pereira Rodrigues (1969/1970)
Promotor de Justiça
Lúcia Baia Fernandes de Araújo (1971/1972)
José Emanoel Alves Afonso ( 1973/1974)
Maria Célia de Araújo D’Andrea (1975)
Edgar Farias de Andrade (1976/1977)
João Antonio Alves Afonso Neto (1977)
Eider Toscano de Moura (1978)
José Sátiro de Souza Nunes (1978)
João Antonio Alves Afonso (1978/1982)
José Maria Alves (1983)
Antonio Jerôncio (1983)
Jarbas Martins (1984/1985)
Nilton Bezerra Pires (1985)
Darci Pinheiro (1986)
Valdira Câmara Torres (1987)
Sônia Gurgel da Silva (1987)
Geralda Franciny Pereira Caldas (1987/1988)
Maria Cyntia da Costa Negreiros (1989)
Maria da Conceição Medeiros da Silva (1989)
Rosa Lígia Rosso Gomes (1989/1990)
Valdira Câmara Torres (1991)
Rosa Lígia Rosso Gomes ( 1991/1992)
Sivoneide Tomaz do Nascimento (1993)
53. 53
Ana Márcia Moraes Machado (1993)
Annibal Peixoto Filho (1994)
Ana Carolina Lucena de Freitas (1995)
Ivanildo Alves da Silveira (1996)
Ana Carolina Lucena Freitas Sindeaux (1996)
Alexandre Matos Pessoa da Cunha Lima (1996)
Annibal Peixoto Filho (1997)
Ana Carolina Lucena Freitas Sindeaux
(1997/1999)
Cátia Tatiana Cortez Hermínio (2000/2007)
Atualmente responde pela Promotoria de Justiça
da Comarca de Tangará, Promotores vindos de outras Comarcas,
em Substituição legal.
A sede do Ministério Público nesta cidade fica na
Rua Assis Lopes.
54. 54
Organização
administrativa
Tangará está dividido em distritos e povoados. O
principal distrito é o Trairi, criado pela Lei Nº 930 de 26 de no-
vembro de 1953. O Distrito do Trairi possui energia elétrica,
posto de saúde, escola e está localizado a poucos quilômetros da
zona urbana. É no distrito do Trairi que está localizado o açude
Trairi, que com a construção do balneário municipal, intensifi-
cou-se o turismo local.
Os principais povoados do município de Tangará
são Lagoa do Feijão, Irapuru e Catolé, estes ainda não oficiali-
zados.
.
Os símbolos
municipais
A Bandeira, o Escudo e o Hino se consti-
tuem nos símbolos máximos representativos de um País, de um
Estado ou de um Município.
Nestes símbolos está contida toda uma
história de lutas, coragem, trabalho e muito amor a terra.
Por isso devemos respeitá-los como se em
cada um estivesse presente a nossa própria vida.
Tangará também possui seus símbolos que
devem ser conhecidos e respeitados pela sua gente.
55. 55
A Bandeira
municipal
Segundo a Professora Maria das Graças
Almeida de Melo “Dona Graça”, a Bandeira Municipal de Tan-
gará, foi desenhada pelo colunista social Jota Epifânio, a pedido
do Prefeito Aprígio Fernandes Pereira.
Foi entretanto oficializada pela Lei Muni-
cipal Nº 195/89 de 05 de outubro de 1989, no governo do Prefei-
to Theodorico Bezerra Neto.
É formada por um retângulo com
2,00(dois metros) de comprimento por 1,70(um metro e setenta
centímetros) de largura, na cor azul celeste, com um escudo as-
sentado nas cores branca e amarela.
Bandeira do município de Tangará-RN
56. 56
O Escudo
municipal
Em campo aberto, localizado no centro da
Bandeira Municipal, está o escudo, assentado sobre o pássaro
Tangará que deu nome a cidade. Acima do escudo está uma co-
roa amarela, representando honra e glória ao País, ao Estado e
ao Município. No centro do escudo em uma faixa inclinada ama-
rela, está um capulho de algodão, representando a que foi a prin-
cipal cultura agrícola do município. No canto superior acima da
faixa está uma estrela que representa o município como fazendo
parte do Estado do Rio Grande do Norte; e no canto inferior à
faixa, está um bovino representando a pecuária e um peixe re-
presentando a pesca, atividades praticadas no município.
Escudo Municipal
57. 57
O Hino
municipal
Em 1990, através do Decreto Nº 053/90, de 27 de
setembro de 1990, do Prefeito de então, foi instituído o concurso
municipal “Cante a História de Tangará”, visando incentivar a
criação do Hino Municipal de Tangará, com prêmio para quem
concorresse e ganhasse com a melhor letra e música.
O concurso começou com a publicação do Decre-
to e terminaria em 31 de dezembro daquele ano, por ocasião do
32º aniversário de emancipação política de Tangará.
Houve apenas um concorrente e por isso o con-
curso não realizou-se. Entretanto foi composta a letra da poesia
abaixo, pelo Sr. Amós Bezerra da Silva, em que retrata e enalte-
ce a história do município de Tangará.
Através da Lei Municipal nº 396 de 02 de abril de
2005, referida poesia foi reconhecida e oficializada como o hino
municipal de Tangará.
A música é do escritor e musicista Francisco das
Chagas Gerônimo.
TANGARÁ, TEU NOME É AMOR
O que foi um dia,
Apenas uma estação,
Onde um imenso riacho corria,
Levando um mar de emoções.
Faz parte da história,
Que o tempo não pôde apagar,
58. 58
Retrato vivo que aquece a memória,
De um povo que a glória é lutar.
Berço Pátrio tão gentil,
Terra que Deus consagrou.
Pássaro nobre, pássaro dócil,
Tangará Teu nome é amor. (Bis)
O futuro Te aguarda,
Brilharás a luz de mil sóis.
Arranca do peito um grito e bra-
da ao mundo,
Ao quebrar Teus grilhões.
Na Tua grandeza,
Sob as asas acobertarás,
Teus filhos que hão de viver com
certeza,
Um tempo repleto de paz.
Baila pássaro menino,
Voa livre ao arrebol.
Gorjeia bem alto, gorjeia lindo,
Campeia ao nascer do sol. (Bis)
59. 59
Educação
e Cultura
A primeira escola de Tangará foi a Escola Rudi-
mentar Mista, criada em 1931.
A segunda escola chamava-se Escola de Comér-
cio, não sabendo-se precisar em que ano funcionou.
Os primeiros Professores de Tangará foram os
seguintes, na seguinte ordem: Benedito Ladislau da Silva, Maria
Amélia Rodrigues, Maria do Carmo Silva e Alta Pinheiro de
Assunção.
Em seguida foi criada a Escola Isolada Professor
Severino Bezerra, atualmente Escola Estadual Professor Severi-
no Bezerra, sendo Inaugurada a 25 de novembro de 1948.
Foi a sua primeira diretora a Profa. Maria das
Graças Almeida de Melo. (1962/1971)
Por esta escola já passaram os seguintes diretores:
Francisca Emília da Silva (1971/1972)
Maria Neuma Medeiros de Melo (1972/1979)
Maria Gleide Medeiros de Mendonça
(1979/1984)
Marlene de Souza Carvalho (1984/1995)
Tânia Maria Felipe de Holanda (1995/1998)
Miriam Paiva de Melo Lima (1998/2000)
José Gilvan de Lima (2000/2001)
Marlene de Souza Carvalho (2001/2003)
Francisca Maria de Souza Lima (2003)
Foi autorizada a funcionar pela Portaria Nº
466/80 de 22 de agosto de 1980 da Secretaria de Educação e
Cultura do RN.
60. 60
Ensino
Comunitário
No ano de 1965, com o objetivo de oferecer o en-
sino de 5ª a 8ª série, uma vez que a única escola estadual exis-
tente neste município, somente oferecia o ensino de 1ª a 4ª série,
por iniciativa da Sra. Ana Maria Pinheiro e Alves e do Sr. Ma-
noel Alves Irmãos, foi criado o Ginásio Rui Barbosa, filiado a
Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC.
Foi autoriza a funcionar pela Portaria Nº 249/82
de 15 de julho de 1982 da Secretaria de Educação e Cultura do
RN.
Foi a sua primeira diretora a Profa. Ana Maria
Pinheiro e Alves, que permaneceu no cargo até a sua extinção
em 1989.
Ensino Médio
(antigo 2º grau)
Para atender o ensino médio( antigo 2º grau), foi
criado através da Lei Municipal Nº 158/81 em 13 de dezembro
de 1981, a Escola Municipal Prefeito João Ataíde de Melo, sen-
do estadualizada no ano de 1984.
Começou com duas turmas, sendo uma de Magis-
tério e outra de Auxiliar de Escritório.
Foi autorizada a funcionar pela Portaria Nº
409/83 de 21 de julho de 1983, da Secretaria de Educação e Cul-
tura do RN.
61. 61
O primeiro diretor foi o Prof. José Luiz Gomes.
(1982)
Por esta escola já passaram os seguintes diretores
pela ordem:
Judite Farias da Rocha (1983/1991)
Terezinha de Brito Oliveira (1991/1997)
Maria Rosangela Medeiros Florêncio
(1997/2001)
João Batista Almeida de Melo (2001/2003)
José Gilvan de Lima (2003)
Ensino
Particular
Em 02 de março de 1991 foi criado o Instituto de
Educação e Cultura Dom Pedro II, instituição particular de ensi-
no, pelos Professores Ivanildo Felix de Lima e Severina Belar-
mino Neves de Lima. A primeira turma começou no ano letivo
de 1992, sendo uma sala de educação infantil e uma 1ª série.
Primeiramente foi autorizado a funcionar com a
educação Infantil e de 1ª a 4ª série, através da Portaria Nº 568/93
de 20 de dezembro de 1993 da Secretaria de Educação e Cultura
do RN.
Em 02 de maio de 2000, através da Portaria Nº
186/00 da Secretaria de Educação e Cultura do RN, foi autoriza-
do a funcionar de 5ª a 8ª série.
Seu primeiro diretor e atual é o Prof. Ivanildo
Felix de Lima.
62. 62
Sistema Municipal
de Ensino
Em 1962 foi criada a Inspetoria de Ensino Muni-
cipal, no governo do Prefeito Hélio Nelson.
A primeira Inspetora de Ensino Municipal foi a
Profa. Estelina Farias da Rocha Abdala.
Em 10 de abril de 1970 na gestão do Prefeito A-
prígio Fernandes Pereira a Inspetoria de Ensino foi transformada
em Divisão de Educação e Cultura, através da Lei Municipal Nº
075/70, sendo nomeada para dirigir a Divisão a Profa. Luiza
Fernandes Pereira.
Em 05 de outubro de 1989 na gestão do Prefeito
Theodorico Bezerra Netto foi criada a Secretaria Municipal de
Educação e Cultura, através da Lei Municipal Nº 193/89.
O primeiro Secretário Municipal de Educação e
Cultura foi o Prof. Ivanildo Felix de Lima. (1989/1990)
Passaram pela secretaria os seguintes secretários:
Amós Bezerra da Silva (1990)
Sílvia Gerlande Gomes da Paz (1991/1993)
Maria Gleide Medeiros de Mendonça
(1993/1994)
Maria Moêmia de Lima (1995/1996)
Josefa Fernandes de Lima (1997/2004)
Maria Rosangela Medeiros Florêncio (2005)
O Sistema Municipal de Ensino é formado por
aproximadamente 19 (dezenove) Unidades Escolares na Zona
rural, sob a direção do Centro Rural Profa. Maria das Graças
Almeida de Melo.
Na Zona Urbana destacam-se:
63. 63
- Escola Municipal Professora Elita Barbosa da
Fonseca;
- Escola Municipal Amélia Teodolina de Melo;
- Escola Municipal Ormecinda Gomes da Silvei-
ra.
64. 64
Religião
A população de Tangará é em sua grande maioria
católica, fato notório desde os primórdios de sua fundação.
A primeira missa foi celebrada nesta cidade pelo
Padre José Cabral, da Paróquia de Santa Cruz em 24 de dezem-
bro de 1918.
Conta a tradição popular que o Sr. João Ataíde de
Melo, primeiro Prefeito de Tangará, por ocasião da Intentona
Comunista de 1935, ficou muito perturbado com a passagem da
mesma por este município, e por isso se escondeu em uma árvo-
re chamada “mufumbo” localizada onde hoje é a Igreja Católica.
Fez um voto que se não acontecesse nada de anormal com a
passagem da intentona por esta cidade, mandaria construir uma
capela naquele local e homenagearia Santa Terezinha do Meni-
no Jesus como padroeira da capela. Construiu a capela em 1936.
O povo Tangaraense vive seu catolicismo, mes-
clado de influências pagãs, indígenas e africanas.
Nos idos de 80 era comum as romarias pregadas
pelo Frei Damião de Bozzano, convidado pelo padre local, a-
gremiando milhares de fiéis pelas ruas da cidade em frente a
igreja matriz, para ouvir seus sermões e conselhos.
Quase todos os anos o Frei Damião, realizava su-
as romarias na Fazenda Irapuru, a convite do majó Theodorico
Bezerra.
A manifestação Protestante está presente no mu-
nicípio, introduzida em época relativamente recente, encontran-
do boa receptividade, como pode demonstrar as diversas igrejas
e denominações: Igreja Assembléia de Deus, Igreja Assembléia
de Deus Madureira, Igreja Batista Fundamentalista, Casa de
Oração do Brasil, Igreja Adventista do 7º dia, Salão das Teste-
65. 65
munhas de Jeová, Igreja Pentecostal Deus é Amor, Igreja Meto-
dista Wesleyana.
A Paróquia
Até março de 1996, havia em Tangará, como que
uma Paróquia não oficializada pela Arquidiocese.
Assistia o município os padres das paróquias de
Serra Caiada, São José de Campestre e Santa Cruz.
No ano de 1996, a comunidade católica, verifi-
cando que esta assistência deixava a desejar, formaram uma
Comissão Pró-Paróquia e solicitaram ao Bispo da época que
oficializasse a capela de Tangará à Paróquia, uma vez que dis-
punha de todas as condições necessárias: uma Igreja capela com
uma boa estrutura física, casa paroquial e centro paroquial.
Em 12 de abril de 1996, por Decreto de Dom Hei-
tor de Araújo – Arcebispo Metropolitano, a capela de Santa Te-
rezinha, foi elevada a categoria de Paróquia de Santa Terezinha
do Menino Jesus, formada pelas cidades de Sítio Novo e Lagoa
de Velhos.
Vigários
Pe. Severino dos Ramos Vicente(1996/2000)
Pe. Tarcísio Pereira de Carvalho(2000/2004)
Pe. Darci Lopes de Araújo(2005/2008)
Pe. João Batista de Lima (2008 - atual)
Atualmente a Paróquia é formada pela cidade se-
de e pela Cidade de Sítio Novo.
Faz parte da Paróquia as seguintes capelas: Cape-
la de São José (Sítio Lagoa do Feijão), Capela de São Sebastião
66. 66
(Distrito do Catolé), Capela de Santa Luzia (Fazenda Irapuru),
Capela de Santo Expedito (Sítio Mata Fome).
Festas
Populares
Tangará quase não possui vida social intensa.
As principais festas do município são estas:
A festa de São Sebastião no dia 20 de janeiro no
Distrito de Catolé;
A vaqueijada, realizada a cada ano, no mês de
abril, no Parque de Vaqueijada Theodorico Bezerra no Sítio
Lagoa do Feijão;
Os festejos juninos, com apresentação de festivais
de quadrilhas;
A festa da Padroeira “Santa Terezinha”, promo-
vida pela Igreja Católica em 1º de outubro, sendo a maior festa
do município;
A Festa de “Santa Luzia” promovida na Fazenda
Irapuru.
Tangará possui o Centro Recreativo Aprígio Fer-
nandes Pereira, antigo Tangará Municipal Clube, inaugurado em
31 de março de 1972, na gestão do Prefeito Aprígio Fernandes
Pereira, que promove “domingueiras” para os jovens, inexistin-
do qualquer atividade social de maior alcance para a sociedade
Tangaraense, uma vez que ainda sendo público, não cumpre a
sua função social, sendo entregue a particulares.
67. 67
Manifestações
Culturais
Tangará destaca-se pela cultura predominante-
mente popular e comum do Nordeste.
Bumba-meu-boi, este quase em desuso em nossa
cultura e quadrilhas juninas entre outras, são tradições que mar-
cam a cultura Tangaraense. Hoje em dia, no mês de junho, des-
taca-se o festival de quadrilhas, promovido pela Prefeitura Mu-
nicipal de Tangará, que conta com a presença de várias quadri-
lhas, tradicionais e estilizadas. O grupo de dança ou quadrilha
estilizada “O Lampião”, desta cidade, apresenta-se, com suas
coreografias, já se tornando uma atração e incorporando-se a
cultura Tangaraense.
A cada ano as escolas do município revivem a
cultura, apresentando danças típicas do Estado como “araruna” e
“Pastoril”.
Apegada a tradições populares, a população Tan-
garaense prende-se a velhos hábitos, dentre eles, tabus alimenta-
res e a prática de ex-votos, este no “cruzeiro” dedicado a São
Francisco, localizado no Serrote Branco, com a realização de
romarias todo ano, no mês de outubro.
A alimentação também marca a cultura do muni-
cípio, destacando-se o beiju de mandioca com coco, o doce de
caju, a tapioca com leite de coco e tantas outras delícias da terra.
O artesanato Tangaraense é riquíssimo, destacan-
do-se trabalhos com agave, argila, madeira e plástico, confec-
cionando-se bolsas, esteiras, tapetes, cinzeiros, estatuetas, jarros,
flores e objetos diversos.
68. 68
Grupo de dança “araruna” do
Instituto de Educação e Cultura D. Pedro II
Dança do “pastoril” apresentada por alunos do
Instituto de Educação e Cultura Dom Pedro II
69. 69
Órgãos e entidades
municipais
Tangará é assistida e beneficiada pelos seguintes
órgãos e entidades:
CAERN
Companhia de Água e Esgotos do Rio Grande do
Norte, é o órgão encarregado dos serviços de abastecimento
d’água no município, captando água doce da Lagoa do Bonfim,
através da adutora Monsenhor Expedito.
Seu escritório funciona na Rua Pedro Clementino.
TELEMAR
Telecomunicações do Rio Grande do Norte, pres-
ta os serviços de telefonia no município.
Tangará possui sistema de telefonia residencial e
comunitário, através do sistema de Discagem Direta a Distância
– DDD.
Seu escritório funciona na Rua Sebastião Ferreira
Lima.
70. 70
Empresa de Correios
e Telégrafos
Empresa de Correios e Telégrafos, empresa que
executa os serviços de correspondência do município com o
mundo. Atualmente presta serviços de FAX e de correspondente
bancário do BRADESCO.
Funciona na Rua Sebastião Ferreira Lima.
Clube de mães
O Clube de Mães de Tangará, foi fundado em 01
de julho de 1974, com o objetivo de promover a integração das
mães Tangaraenses.
Dentre seus objetivos promove cursos diversos,
reuniões, festividades e outros.
Seu primeiro Presidente foi a Sra. Iracema Lima
Soares.
Já passaram pela Presidência as senhoras:
Constância de Oliveira
Maria de Lourdes Fabrício de França.
Antonia Nenzinha Vieira
Maria de Lourdes Fabrício de França
Sua sede própria é na Rua Assis Lopes.
71. 71
EMATER
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
do Rio Grande do Norte, presta assistência técnica aos trabalha-
dores e produtores rurais deste município de Tangará.
Seu escritório funciona na Rua Sebastião Ferreira
Lima.
Sindicato dos
Trabalhadores Rurais
Criado em 1990, tem como objetivo associar os
trabalhadores rurais deste município, para a defesa dos seus di-
reitos.
Seu fundador e atual Presidente é o Sr. João de
Deus Alves Honorato.
Funciona na Rua Miguel Abdala.
Instituto filhos
da esperança
O Instituto Filhos da Esperança, foi criada no ano
de 1998 e tem como objetivo trabalhar com meninos de ruas,
prestando-lhe assistência médico-odontológica, desportiva e
cultural.
A sua primeira Presidente e atual é a Sra. Vanira
de Holanda Brasil.
Funciona a Rua João Ataíde de Melo.
72. 72
Delegacia de
Polícia
A Delegacia de Polícia tem como objetivo manter
a ordem e a segurança no município de Tangará.
Mantêm a ordem o Delegado de Polícia e os sol-
dados.
Delegados de Polícia:
José Fernandes de Oliveira (1959)
Enéas Bastos Nunes (1959/1960)
Miguel Leite da Silva (1961)
João Cândido de Lucena (1961/1962)
Ivanaldo Oliveira dos Santos (1963)
José Bernardino de Sena (1963/1970)
Pedro Ascendino de Souza (1971)
Manoel Anselmo da Silva (1971)
.....................................................................
Adalberto Pessoa de Roure (atual)
Fundação
Theodorico Bezerra
A Fundação Theodorico Bezerra, foi fundada em
29 de setembro de 1989, com o objetivo de prestar serviços a
população Tangaraense, principalmente no setor de assistência
social.
Foi reconhecida de utilidade pública Estadual
pela Lei Nº 6.198 de 20 de novembro de 1991.
73. 73
A primeira Presidente foi a Sra. Sânzia Maria Be-
zerra Nelson.
Já passaram pela presidência as seguintes pesso-
as:
Alcides Geraldo Barbosa
Cezário Luiz Moreira Nunes (atual)
Tem sede própria a Rua 13 de Outubro S/N.
Associação Rádio Comu-
nitária FM Tangará
A Associação Rádio Comunitária FM Tangará,
foi fundada em 22 de dezembro de 1997. É uma instituição civil
sem fins lucrativos, adquirindo personalidade jurídica em 29 de
dezembro de 1997. Foi criada com o objetivo de criar e manter
uma rádio comunitária, atualmente Rádio Comunitária FM
TANGARÁ, com freqüência de 87,9 MHz.
Seu primeiro Presidente foi o Sr. Artur Grant de
Oliveira.
Passaram pela presidência as seguintes pessoas,
pela ordem:
João Fernandes de Lima
Gilson Alves da Silva
Josefa Fernandes de Lima (atual)
A FM Tangará foi autorizada a funcionar como
estação de Radiofusão Comunitária, pelo Ministério das Comu-
nicações em 27 de julho de 2004, com validade até 09 de outu-
bro de 2013.
Funciona em sede própria a Rua Sebastião Ferrei-
ra Lima SN.
74. 74
A Geografia
Humana
Nossa Gente
A nossa gente é simples.
A população de Tangará conforme Censo do
IBGE realizado no ano de 2000, é de 12.118 habitantes.
A população está assim distribuída:
PESSOAS PESSOAS PESSOAS
RESIDENTES NO RESIDENTES NA RESIDENTES NA
MUNICÍPIO ZONA URBANA ZONA RURAL
12.118 hab. 8.111 hab. 4.007 hab.
FONTE: IBGE. Sinopse Preliminar do Censo Demográfico 2000
DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO TANGARAENSE POR
ZONA E SEXO
ZONA URBANA ZONA RURAL
HOMENS MULHERES HOMENS MULHERES
RESIDENTES RESIDENTES RESIDENTES RESIDENTES
4.011 4.100 2.111 1.896
FONTE: IBGE. Sinopse Preliminar do Censo Demográfico 2000
Nossa gente é formada pela mistura do branco e
do negro.
Os habitantes da zona rural dedicam-se princi-
palmente a agricultura de subsistência, a pecuária, a caça e a
pesca.
75. 75
Os habitantes da zona urbana ocupam-se princi-
palmente do comércio, do serviço público e pequena parcela na
agricultura de subsistência.
As principais e maiores famílias de Tangará, têm
os sobrenomes Barbosa, Gomes, Lima e Silva.
Heráldica dos principais
Sobrenomes Tangaraense
Sobrenome
Barboza
O sobrenome Barboza é classificado como
sendo de origem habitacional.
Este termo refere-se aos sobrenomes dos
quais a origem se encontra no lugar de residência do portador
original. Nomes habitacionais nos dizem de onde foi saído o
progenitor da família, seja uma cidade vila ou um lugar identifi-
cado por uma característica topográfica. No que diz respeito ao
sobrenome Barboza, este originou-se com D. Sancho Nunes
Barbosa, senhor da Quinta de Barbosa, na terra do mesmo nome,
em Portugal. D. Sancho Nunes Barbosa descendente de D. Nuno
Guterres, este filho do Conde D. Teobaudo Nunes, um dos mais
ilustres e valorosos cavaleiros do tempo do rei D. Bermudo II de
Leão. D. Nuno Guterres era irmão de S. Rosendo, famoso bispo
de Dume no ano de 925.
No Brasil, data a chegada dos Barboza,
desde 1590.
76. 76
Sobrenome
Gomes
Sobrenome de formação patronímica: fi-
lho de Goma, do gótico guma, inglês antigo guma, antigo fran-
cônio goma, feito de goma. A forma primitiva seria Gomici, que
nas fontes aparece como Gomece, Gomice, Gumice, Gomize,
Gumize, Gomeze, Gómez. Segundo Antenor Nascentes, já foi
nome de batismo.
Segundo alguns, em Portugal, procedem
da família Gomes, da Itália, onde era nobre, e da qual houve
alguns “Patrícios” em Roma. Assim como os demais patroními-
cos antigos, este sobrenome espalhou-se desde os primeiros anos
do povoamento do Brasil por todo o seu vasto território. Há di-
versas famílias com este sobrenome, em diversas partes do Bra-
sil, de origem portuguesa, colombiana, espanhola, paraguaia,
Argentina, uruguaia.
No Rio de Janeiro, entre as quase 150 fa-
mílias com este sobrenome, dos séculos XVI e XVII, temos a de
Amador Gomes, datando a sua chegada por volta de 1598, dei-
xando larga descendência, a partir de 1624 com Isabel Teixeira.
Sobrenome
Lima
Uma das principais famílias de Portugal,
pois descendente de D. Fernão Aires de Baticela. Este casou-se
com Dona Teresa Bermudes, filha de D. Bermudo Peres Potes-
77. 77
tade de Trava e de Dona Teresa Henriques, irmã do rei D. A-
fonso Henriques.
Desse casamento nasceram D. João Fer-
nandes de Lima, o Bom, D. Rui Fernandes Codorniz, (que ca-
sou e teve geração), D. Gil Fernandes Baticela (que casou e teve
geração), Dona Maria Fernandes (sem notícias) e Dona Teresa
Fernandes.
D. João Fernandes de Lima, o Bom, foi o
primeiro do apelido, que tomou da terra de Lima, na Galiza, a
qual se chamava de Límia, por ser daí natural. Casou-se com
Dona Beringueira Afonso de Baião, de que teve D. Fernão Anes
de Lima, continuador da linhagem e apelido LIMA.
No Brasil, a presença dos Lima, data do
ano de 1740, quando o Sr. Manuel Gomes Lima, agricultor e
minerador, em 30 de janeiro de 1740 recebeu meia sesmaria de
terras na localidade “Bom Sucesso”, Distrito de Gouveia, no
município de Montes Claros em Minas Gerais.
Sobrenome
Silva
No Império Romano, o nome era um ape-
lido que designava os habitantes das cidades provenientes da
selva. No século I a.C., quando os romanos invadiram a Penín-
sula Ibérica, muitos lusitanos acabaram incorporando a alcunha.
Quinze séculos depois, quando chegaram ao Brasil, grande parte
deles tinha o sobrenome Silva. Sua difusão acabou sendo incre-
mentada pelos escravos, que chegavam aqui apenas com um
nome, escolhido por padres durante as viagens nos navios ne-
78. 78
greiros. Com a abolição da escravatura, eles passaram a se regis-
trar com o sobrenome dos seus antigos donos.
O Lingüista Flávio di Giorgio, da Pontifí-
cia Universidade de São Paulo, lembra outro fator que pode ter
ajudado a popularizar o silva. Segundo ele, os portugueses que
atravessavam o Atlântico recebiam acréscimos ao sobrenome
original. “Quem ficava no litoral incorporava o Costa; quem ia
para o interior ganhava o Silva, de Selva”, explica. Como a mai-
oria dos escravos era de fazendas do interior o Silva se espalhou
ainda mais após a abolição.”
Uma das famílias mais ilustres da Espa-
nha, ligada aos reis de Leão, tem o seu solar na Torre de Silva,
junto ao rio Minho.
Procedem de D. Payo Guterre o da Silva,
que foi adiantado de Portugal em tempo de el-rei D. Afonso I e
representada em Portugal por D. Guterre Alderete da Silva, neto
do ilustre Guterres Pais, Governador de Maia.
O ramo mais nobre da família tem origem
na Espanha, no período de dominação romana.
No Brasil, o registro mais antigo é em são
Paulo, da família de Pedro da Silva, alfaiate que veio de Portu-
gal por volta de 1600, que casou-se com Luzia Sardinha.
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A economia
Tangaraense
A agricultura
Feijão, batata doce, milho e fava são os
principais produtos da agricultura Tangaraense, que em sua
grande maioria resume-se na pequena produção, basicamente
para manter o sustento da família, vendendo-se apenas o exce-
dente.
Tangará já destacou-se na produção e beneficia-
mento do algodão, possuindo uma produção comercial, fazendo
funcionar três usinas de beneficiamento de algodão no municí-
pio: SANBRA – Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro,
ANCORA e FAZENDA IRAPURU, hoje todas fechadas.
Hoje planta-se algodão em pequenas áreas, uma
vez que a praga do bicudo tem assolado os plantios em nosso
município.
plantio de algodão no povoado poço cercado
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plantação de feijão na faz. Irapuru
No município de Tangará, principalmente nos
povoados de Poço Cercado e Catolé, planta-se também, mandio-
ca, para a fabricação de farinha, além da tapioca e do beiju de
coco, delícias de nossa terra.
plantação de mandioca no sítio poço cercado
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“casa de farinha” na propriedade do sr. João Luiz
no sítio poço cercado
Tangará possui atualmente três assentamentos
rurais, através da desapropriação de terras improdutivas pelo
Governo Federal – Assentamentos Três Voltas, Ronda e Irapuru
(Passagem do Meio).
A pecuária
Tangaraense
A pecuária é a atividade econômica dedicada a
criação de gados que serão aproveitados na alimentação humana
e como meio de transporte para pessoas e mercadorias.
A pecuária classifica-se em bovinos, suínos, ovi-
nos, caprinos, eqüinos e muares.
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No município de Tangará, pratica-se principal-
mente a criação de bovinos e de ovelhas.
O rebanho bovino é criado com a finalidade de
fornecer carne e leite, destacando-se na pecuária Tangaraense.
O rebanho ovino considerado como a segunda
criação do município é criada com o objetivo de fornecer carne.
São poucos os fazendeiros que dedicam-se a cria-
ção de cabras, principalmente para produção de carne e leite.
criação de ovelhas
Indústrias
As famílias comumente deslocam-se para a capi-
tal do Estado em busca de empregos, ocasionando, por assim
dizer, o êxodo urbano em larga escala.
Tangará possui em pleno funcionamento três em-
presas, sendo uma fábrica de confecções – CAMALEON, uma
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fábrica de beneficiamento de caroço de algodão – TINOL -
TANGARÁ INDÚSTRIA DE ÓLEOS VEGETAIS LTDA, e
uma fábrica de beneficiamento de leite – ILBASA – INDÚS-
TRIA DE LATICÍNIOS BOA SAÚDE LTDA, gerando renda e
empregos para uma parcela da população Tangaraense.
Indústria de confecções CAMALEON
Carcinocultura
Tangará também pratica a criação de camarões em escala co-
mercial, para exportação, no açude Trairi.
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criação de camarões do açude trairi
As comunicações
O sistema de comunicação do município é
feito pela TELEMAR através do sistema de ligações a distância
– DDD e pela Empresa de correios e Telégrafos – ECT, presente
neste município desde 1965.
Tangará possui antena parabólica municipal,
proporcionando a recepção de dois canais de televisão – a rede
globo e o Sistema Brasileiro de Televisão – SBT.
Muitas pessoas de Tangará possuem antena
parabólica, proporcionando a recepção de vários canais de tele-
visões.
Em Tangará existe sistema de recepção de te-
lefonia celular da empresa TIM.
Tangará possui ainda a Rádio Comunitária
FM Tangará 87,9 que é mantida pela Associação Rádio Comu-
nitária FM Tangará, com sede própria a Rua Sebastião Ferreira
Lima SN.
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Ligações Intermunici-
pais e Interestaduais
Tangará é uma cidade privilegiada, sendo
cortada pela BR-226, que liga a mesma a capital e aos demais
municípios do Estado do Rio Grande do Norte.
É cortada pela RN que faz a ligação a São
José de Campestre e ao Estado da Paraíba e pela RN-93 que
liga-se a cidade de Sítio Novo.
Por estas estradas é possível chegar-se a
qualquer cidade do Estado ou mesmo a qualquer ponto do País.
No município as ligações são feitas entre a
sede e os povoados através de estradas de barro.
Tangará é assistida pelas principais empresas
de transportes rodoviários do Estado, além dos alternativos que
trafegam diariamente por esta cidade.