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O homem do mato Eu quero de volta a casa que me deram para habitar.
Por Renato Cardoso
A casa, que nos foi dada para habitar, continha muito verde, com água límpida, clima saudável e ar muito puro para respirar.
Aí, fomos habitando a casa que nos deram,  sem nos importarmos com sua manutenção.  Não cuidamos de nosso lixo, adquirimos  hábitos que aos poucos foram e vão destruindo a nossa casa.
A casa que nos foi dada tinha  uma temperatura muito gostosa e até podíamos contar com quatro estações distintas durante o ano.
Podíamos esperar a primavera com bosques cor-de-rosa,  amendoeiras inaugurando suas cores e os passarinhos entoando suas árias tradicionais, enquanto buscávamos no céu os primeiros  raios de sol.
O verão, com seu calor chegando  em dezembro, nos permitia curtir  as praias devidamente, ou mesmo as piscinas e até mesmo o cair da noite, pondo a cadeira na calçada  para conversar com a família.
O outono chegava na data certa e trazia consigo aquela brisa sem igual e nos brindava com um entardecer que, por si só, já justificava a estação.
O inverno, ah como era bom curtir aquele  friozinho básico, que era comemorado com uma taça de vinho e alguns queijos. O frio só cumpria seu papel de se fazer presente do Criador e não fazia esse estrago nas geleiras,  mudando completamente nosso ecossistema, aumentando o volume de água no planeta e, em conseqüência, provocando mortes e destruição.
A casa que nos foi dada para habitar continua  sagrada, mas já não é mais a mesma. Nunca sabemos se vai chover ou fazer sol e, quando vem o calor, ele chega quase que de forma  insuportável, pois como reação às nossas ações,  atravessa os buracos que provocamos na  atmosfera e chega muito mais forte que o normal.
Eu não quero viver assim. Quero aquela casa que nos foi dada para habitar. Com todo seu conforto e todo seu encantamento.
Eu me revolto quando vejo o lixo  tendo destino predador, a começar  pelo aspecto social que provoca. Quero um tratamento técnico a esse nosso lixo, de forma a preservar  a casa que nos foi dada para morar.
Quero as pessoas que hoje vivem em condições sub-humanas, trabalhando nas usinas de reciclagem, com uniforme apropriado e ambiente digno.
Eu não me conformo com o descaso de grandes empresas, especialmente as do ramo de refrigerantes, que insistem em distribuir seus produtos em embalagens plásticas, tidas como das mais nocivas  à casa que nos foi dada para morar.
Assim como não me conformo com os sacos plásticos dos supermercados que, após usados, são mal recolhidos e  não reciclados, chegando finalmente  aos mares e lá matando nossos animais  que os confundem com algas alimentares.
Eu quero de volta aquela casa  que nos foi dada para habitar. Eu a quero de volta muito verde, com água límpida, com clima  saudável e ar muito puro para  respirar.
Essa casa, quem nos deu, foi Deus, e só por esse motivo já merece todo nosso respeito.
E vou continuar a fazer minha parte.
Texto e apresentação de Renato Cardoso
www.vivendobauru.com.br

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