O documento discute os modos suaves de mobilidade urbana. Discutem-se três pontos principais: 1) Como o automóvel dominou o planeamento urbano nos últimos séculos e levou à dispersão e segregação; 2) As abordagens para promover modos suaves e acessibilidade em detrimento da mobilidade motorizada individual; 3) Exemplos concretos de como reorganizar o espaço público para privilegiar pedestres e ciclistas.
1. suaves na Mobilidade Urbana | Curso FUNDEC | Os modos suaves na Mobilidade Urbana | Curso FUNDEC | Os modos suaves na Mo
novas abordagens:
pensar a cidade de hoje
Renata Lajas | Eng. Território _ Bolseira de Investigação CESUR
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
3. “Is possible that no invention of such a large influence have had once
been spread out so quickly or so instantly that had created influences
that grow trough our national culture, transforming also our thoughts
and language habits”
“Recent Social Trends in the United States”. Report of the President’s
Research Comitee on Social Trends, 2 vols. McGraw Hill, 1933, pág. 172
os modelos que mudaram a popularidade do automóvel:
Peugeot (1905), Ford T (1909) and VW (1938)
Bardou, Jean Pierre et al (1982), The automobile revolution. The Univ. North Carolina Press, USA
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
4. a explosão da produção e da taxa de motorização
vai modificar profundamente o equilibrio urbano
Produção automóvel mundial
1950-2004
Fonte: Mastny, Lisa (org.) (2005), Vital Signs 2005, the trends that are
shaping our future, Norton, NY/London
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
5. das parkways
Bronx River, 1922
às vias rápidas
Le Corbusier, 1929
Toronto, Canadá
Fonte: Relph, Edward (1987), “Paisagem Urbana Moderna”, Edições 70
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
6. até ao desaparecer da rua
desenho das estradas e a
mecanização das ruas
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
7. a lógica “Predict & Provide”
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
9. Dispersão urbana
AML (1965) AML (1992-2001)
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
10. A mudança generalizada para a rodovia e o automóvel enquanto
sistema de transporte dominante, fomentou a alteração mais
profunda em termos de fragmentação urbana e social, com
uma segregação horizontal de usos do solo no interior da extensa
região metropolitana”.
Fonte: Stephan Graham, in “Redes, territorio y gobierno”, Joan Subirats
Ed. UIMP, Barcelona, 2002.
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
11. Bairro de Alvalade
Ainda hoje um bom exemplo
de urbanismo de
proximidade e de mistura
social e funcional
Lagoas Parque
Parque de escritórios
isolado do espaço urbano, e
com acessibilidade
exclusivamente dependente
do transporte individual
23
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
12. “The trend from living to lifeless cities and residential areas
that as accompanied industrialization, segregation of various
city functions, and reliance on the automobile also has caused
cities to become duller and more monotonous.
This points up another important need, namelly the need for
stimulation.
Fonte: Jan Gehl, in “Life between buildings”, Arkitektens
Forlag, 1986.
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
13. Tracy Metz_observações do exemplo Americano
“Further and fatter”
&
“Drive till you qualify”
Fonte: Tracy Metz, “On the ground”, 2007.
“ Ever more Americans spend an increasing amount of time travelling
between work and home. This has a lot to do with the phenomenon
“Drive till you qualify”: you drive away from the city until you
reach the houses you can afford. Each highway exit you pass
can save you tens of thousands of dollars. “
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
14. Tagus Park
Carnaxide
Lagoas Park
Montijo
Q.ta da Fonte
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
15. a Carnaxid Quinta da Lagoas Tagus
Do Montijo e Fonte Parque Park
Distância (km)* 40 50 55 55
Custo em TI** 4,53 5,64 5,86 6,19
Custo em TC (€) *** 4,81 4,64 4,96 5,22
Tempo em TI (min.) * 40 min. 45 min. 45 min. 50 min.
Tempo TC *** >1h25 >1h35 >1h40 >1h35
N.º transbordos mínimo 3 3 3 3
(TC)
**Considerando Gasolina s/chumbo 95 (1,228€/litro, em
* www.viamichelin.com 29/09/2006)
*** www.transpor.pt ; Vimeca; TST **Considerando um consumo de 9 litros/100km
***Ligação mais directa (c/ bilhetes pré-comprados)
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
16. uma questão de escala (e velocidade)
Fonte: Mario J. Alves
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
17. Fonte: Mario J. Alves
X 31
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
18. Mobilidade vs. acessibilidade
Fonte: Mario J. Alves, baseado
no trabalho de Jan Gehl, 2007.
Segundo o Livro verde sobre mobilidade urbana a
acessibilidade “diz respeito, em primeiro lugar, às pessoas de mobilidade
reduzida, aos deficientes, aos idosos, às famílias com crianças ou às próprias
crianças: todas devem dispor de acesso fácil às infra-estruturas de
transportes urbanos.
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
19. REDE VIÁRIA ESPAÇO PÚBLICO
linear espacial
impessoal pessoal
único propósito multi-propósito
previsivel imprevisivel
sistemático Contextual
regulamentado definido culturalmente
+mobilidade +acessibilidade
( ex: nº de escolas que estão
( ex: km/ano_movimento) acessíveis a 20 min. de casa_
acesso )
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
20. A redução da velocidade e do
número de veículos motorizados que
entram na cidade, são dois aspectos
fundamentais para o início da mudança dos
padrões de mobilidade numa cidade.
Segundo as Nações Unidas (2007) uma “Cidade Segura” é uma
“Cidade Justa”, e tal só é possível se as pessoas forem o elemento
central do desenho urbano, traduzindo-se então esta ordem de prioridades
na qualidade do espaço público.
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
22. a rua
de modo (entre transportes…
•Função de trocas/câmbios
de estado (parado/movimento
•Função Deslocaçao o eixo entre o ponto A e B, pode ser
também utilizado para estadia
•Funçao Social Zona de encontro e de actividades
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
23. A rua como matriz do espaço publico
•Necessárias
as que os peões não tem
escolha, independente do meio
exterior
•Opcionais
as que fazemos se as condições
do espaço permitirem (apanhar
sol, passear, relaxar)
•Sociais
dependem da presença do outro
no espaço publico
Jan Gehl
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
24. 1900 2000
Car invasion
mid 1950´s
Renata Lajas Perth, West Australia Lisboa | Dezembro 2008
25. “Num espaço exterior sem qualidade as pessoas apressam-se a ir para casa.”
“People atract people”
Jan Gehl
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
28. As distancias sociais
“The hidden dimension”, Edward T.Hall
•Íntima (0 a 45 cm) a distância a que sentimentos intensos
são partilhados: carinho, conforto, raiva, amor…
•Pessoal (0,45 a 1,30m) a distância de conversação entre
amigos próximos e família…
•Social (1,30 a 3,75m) a distância de uma conversa banal
entre amigos, conhecidos, vizinhos, etc…
•Pública (maior que 3,75m) distancia de situações mais
formais (figuras publicas, palestras, etc)
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
30. Av. Defensores Chaves
(obras do metro, um dos sentidos esta cortado)
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
31. rede incoerente (os paraísos e os infernos dos modos suaves)
Não se pode falar de cidade acessível enquanto esta for assim
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
33. •+Congestionamento
•Aquecimento global, emissões e
Poluição
•Aumento do preço do petróleo
• aumento do sedentarismo e
obesidade
•Envelhecimento da população
•Desertificação do centro da
cidade
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
34. Como fazer?
ou
Integrar Segregar
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
35. O código da rua
The principle behind the “street code” is that the streets can no
longer be only associated with the circulation function. Instead
the aim is to give back the streets for people by:
•Approaching the public space as a undeniable truth that it is
public domain for all (and not only motorists);
•Assuring the coherence of the whole (planning, see the city as a
system, connected by public space);
•Promote effective planning oriented by road safety principles
•Reducing the differences of speeds between the users of the
street, as well as the differences of vulnerability and the amount of
cars in the city are three factors important to achieve cohabitation
in the public space;
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
36. “Pensar em termos de rede é mudar radicalmente certos
paradigmas no novo ordenamento do território:
• Do zonamento à mistura (de usos do solo)
• Da homogeneização, equidade e standardização à diversidade
• Do equilíbrio à complementaridade
• Da hierarquia à colaboração e cooperação
• Da delimitação à abertura
• Da auto-suficiência à inter-relação”.
Fonte: Ricard Pié, “El territorio en la sociedad de las redes”.
UIMP, Barcelona, 2002.
42
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
37. “Numa sociedade competitiva, ordenar e orientar as
dinâmicas territoriais a partir de um conceito de
funcionamento em rede, de integração, de inter-
relação multidireccional, pressupõe contrapor os
valores sociais da cooperação aos da concorrência e do
enfrentamento”.
Fonte: Ricard Pié, “El territorio en la sociedad de las redes”.
UIMP, Barcelona, 2002.
43
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
38. Abordagem a partir das pessoas
•(a)diagnostico: Espaços públicos, utilizações dos
•Conhecer os problemas edifícios, pontos de conflito, acidentes, peão,
•(b)Ouvir as pessoas (o que ambicionam, o que
queriam, onde estão os problemas)
•Perceber as potencialidades •(mapa de frio/quente, actividades, clusters
de actividades, etc)
•Peão/bicicleta (redes naturais)
•Montar uma estratégia com os diversos
actores/interlocutores
•Identificar prioridades para a concretização do conceito de
intervenção
•Subdividir a actuação nas diversas acções
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
39. algumas notas
1 acessibilidade condiçãotodos comopúblico, em vez de, na prática, sea
lógica actual e elevar a
para
do transporte
política pública, implica inverter
continuar a privilegiar o transporte individual
2 promover um novo conceito de mobilidade urbana, passa por favorecer a
acessibilidade em detrimento da mobilidade, o que implica uma
articulação mais forte entre o planeamento do transporte e os usos do
solo
3 a combinação de medidas de acalmia de tráfego, modos suaves, educação e a
introdução de zonas 30 e partilhadas nas áreas residenciais, são exemplos de
gestão de tráfego através do desenho urbano, que contribuem para uma
maior utilização do espaço público, o que é essencial para uma maior integração
social.
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
40. Diagnóstico: Bio mapping
“Stress Maps”,
“Emotional maps”, etc.
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
41. Project Concept: “By recording our own body's bio data along with
our geographic location we can review the information and make
meaningful decisions about our life.”
How it works: “The Galvanic Skin Response sensor measures the
amount of skin conductivity. I'm suggesting that a change in skin
conductivity not only tells something about your body, but also
suggests an emotive event. I'm plotting the amount of change in the
skin resistance level versus location.”
“Measured from the palm or fingertips,
there are changes in the relative
conductance of a small electrical current
between the electrodes. The activity of
the sweat glands in response to
sympathetic nervous stimulation
( Increased sympathetic activation )
results in an increase in the level of
conductance. There ia a relationship
between sympathetic activity and
emotional arousal (… )”
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
42. Medidas: Zonas 30/20 km/h
The objective of instituting 30-km/h
zones is to limit the adverse effects
of motorized traffic in the living
environment. The exclusion of
through traffic and the imposition of
a low speed limit on local traffic
achieve the following goals:
• Improving traffic safety
• Improving liveability
• Protecting the environment.
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
47. Medidas: pedonalização em Copenhaga
Amagertov (1962 e 1993)
Fonte: Jan Gehl, in “Public Spaces,
Public Life”, Dep.Urban Design, 2004.
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
48. Medidas: pedonalização em Copenhaga
Straedet (1992)
Fonte: Jan Gehl, in “Public Spaces, Public Life”, Dep.Urban
Design, 2004.
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
49. Medidas: Seul - Cheonggyecheon
Fonte: Mário J. Alves
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
50. Fonte: Office fédéral des routes (OFROU)
ser respeitado Todos devemos ser respeitados
Mais velhos, mais novos, com mobilidade reduzida ou não,
motorizados ou não …
o respeito mútuo e a serenidade são 2 aspectos importantes para uma melhor qualidade de vida
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
51. A “good” city is a city where people can move from
one place to another in different ways, according to
their preferences, physical capacities, and activities to
do, according to their needs, hurries, places and
neighbourhoods to cross, the time of the day or the
season of the year.
The city is a chain of rhythms, individual or collectives,
with an extraordinary diversity. To each activity,
occupation, sequence in life, corresponds a particular
rhythm, a singular composition of movement and
quietness.
“Mobilités Urbaines”, Georges Armar [2004], Ed. de l’Aube, Paris.
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
52. Due to the complexity inherent to the needs of moving people and goods;
the importance of social, cultural, economic and political aspects are crucial;
every policy drawn to fight this problem has to be simultaneously:
1 Integrated; in relation to several modes of transport (including soft modes), and at
urban planning, land management and transports level.
2 Coherent; in order to not present contradictory measures in itself, those will annulated
the good measures or favoured wrong signs to the different agents to be mobilize for
its concretisation.
3 Continuous; because the results are only seen in a medium-long term, so it is
necessary to maintain the right course to insure that the applied measures will work.
4 Clear and participated; changing habits and the acceptation of individual sacrifices in
the name of a collective interest – as is the case of better environment and urban
quality - are only possible if the population understands what are the challenges and
the benefits, as well as it feels itself part of the solution and not only of the problem.
Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008