SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 53
suaves na Mobilidade Urbana | Curso FUNDEC | Os modos suaves na Mobilidade Urbana | Curso FUNDEC | Os modos suaves na Mo




    novas abordagens:

                              pensar a cidade de hoje


        Renata Lajas                  |   Eng. Território _ Bolseira de Investigação CESUR
           Renata Lajas                                                                Lisboa | Dezembro 2008
Olhar para trás…




Renata Lajas       Lisboa | Dezembro 2008
“Is possible that no invention of such a large influence have had once
  been spread out so quickly or so instantly that had created influences
  that grow trough our national culture, transforming also our thoughts
                          and language habits”
                                         “Recent Social Trends in the United States”. Report of the President’s
                                       Research Comitee on Social Trends, 2 vols. McGraw Hill, 1933, pág. 172




  os modelos que mudaram a popularidade do automóvel:
                   Peugeot (1905), Ford T (1909) and VW (1938)


                 Bardou, Jean Pierre et al (1982), The automobile revolution. The Univ. North Carolina Press, USA
Renata Lajas                                                                Lisboa | Dezembro 2008
a explosão da produção e da taxa de motorização
               vai modificar profundamente o equilibrio urbano




                                          Produção automóvel mundial
                                          1950-2004




                                    Fonte: Mastny, Lisa (org.) (2005), Vital Signs 2005, the trends that are
                                                                   shaping our future, Norton, NY/London

Renata Lajas                                          Lisboa | Dezembro 2008
das parkways
                                                                           Bronx River, 1922




                                                                                 às vias rápidas


                                                            Le Corbusier, 1929




                                                               Toronto, Canadá




Fonte: Relph, Edward (1987), “Paisagem Urbana Moderna”, Edições 70




Renata Lajas                                                                                   Lisboa | Dezembro 2008
até ao desaparecer da rua




                 desenho das estradas e a
                 mecanização das ruas




Renata Lajas              Lisboa | Dezembro 2008
a lógica   “Predict & Provide”




Renata Lajas                     Lisboa | Dezembro 2008
Renata Lajas   Lisboa | Dezembro 2008
Dispersão urbana




               AML (1965)      AML (1992-2001)



Renata Lajas                Lisboa | Dezembro 2008
A mudança generalizada para a rodovia e o automóvel enquanto
     sistema de transporte dominante, fomentou a alteração mais
   profunda em termos de fragmentação urbana e social, com
uma segregação horizontal de usos do solo no interior da extensa
                                         região metropolitana”.


                   Fonte: Stephan Graham, in “Redes, territorio y gobierno”, Joan Subirats
                                                               Ed. UIMP, Barcelona, 2002.




 Renata Lajas                                                  Lisboa | Dezembro 2008
Bairro de Alvalade
                    Ainda hoje um bom exemplo
                    de urbanismo de
                    proximidade e de mistura
                    social e funcional




                    Lagoas Parque
                    Parque de escritórios
                    isolado do espaço urbano, e
                    com acessibilidade
                    exclusivamente dependente
                    do transporte individual




23
     Renata Lajas     Lisboa | Dezembro 2008
“The trend from living to lifeless cities and residential areas
    that as accompanied industrialization, segregation of various
     city functions, and reliance on the automobile also has caused
                      cities to become duller and more monotonous.
        This points up another important need, namelly the need for
                                                       stimulation.
                                   Fonte: Jan Gehl, in “Life between buildings”, Arkitektens
                                                                              Forlag, 1986.




Renata Lajas                                                Lisboa | Dezembro 2008
Tracy Metz_observações do exemplo Americano

                                                “Further and fatter”

                                                                  &

                                                “Drive till you qualify”

                                                  Fonte: Tracy Metz, “On the ground”, 2007.




     “ Ever more Americans spend an increasing amount of time travelling
       between work and home. This has a lot to do with the phenomenon
         “Drive till you qualify”: you drive away from the city until you
       reach the houses you can afford. Each highway exit you pass
                           can save you tens of thousands of dollars. “



Renata Lajas                                             Lisboa | Dezembro 2008
Tagus Park


                         Carnaxide
         Lagoas Park
                                                      Montijo



         Q.ta da Fonte




Renata Lajas                         Lisboa | Dezembro 2008
a                 Carnaxid     Quinta da          Lagoas             Tagus
 Do Montijo                         e            Fonte              Parque             Park

        Distância (km)*                40                50                55              55

         Custo em TI**                4,53              5,64              5,86             6,19

      Custo em TC (€) ***             4,81              4,64              4,96             5,22

     Tempo em TI (min.) *            40 min.          45 min.            45 min.         50 min.

         Tempo TC ***                >1h25             >1h35             >1h40            >1h35

    N.º transbordos mínimo             3                 3                  3               3
              (TC)


                                            **Considerando Gasolina s/chumbo 95 (1,228€/litro, em
* www.viamichelin.com                       29/09/2006)
*** www.transpor.pt ; Vimeca; TST           **Considerando um consumo de 9 litros/100km
                                            ***Ligação mais directa (c/ bilhetes pré-comprados)




Renata Lajas                                                               Lisboa | Dezembro 2008
uma questão de escala   (e velocidade)




                                Fonte: Mario J. Alves




Renata Lajas                   Lisboa | Dezembro 2008
Fonte: Mario J. Alves




               X 31

Renata Lajas          Lisboa | Dezembro 2008
Mobilidade vs. acessibilidade



                                                                     Fonte: Mario J. Alves, baseado
                                                                     no trabalho de Jan Gehl, 2007.




                           Segundo o Livro verde sobre mobilidade urbana a

   acessibilidade            “diz respeito, em primeiro lugar, às pessoas de mobilidade
          reduzida, aos deficientes, aos idosos, às famílias com crianças ou às próprias
             crianças: todas devem dispor de acesso fácil às infra-estruturas de
                                                                 transportes urbanos.
Renata Lajas                                                   Lisboa | Dezembro 2008
REDE VIÁRIA        ESPAÇO PÚBLICO

                               linear           espacial
                          impessoal             pessoal
                       único propósito      multi-propósito
                          previsivel          imprevisivel
                         sistemático          Contextual
                       regulamentado     definido culturalmente



      +mobilidade                                   +acessibilidade

                                                    ( ex: nº de escolas que estão
     ( ex: km/ano_movimento)                       acessíveis a 20 min. de casa_
                                                                         acesso )




Renata Lajas                                               Lisboa | Dezembro 2008
A redução da velocidade e do
       número     de veículos motorizados que
          entram na cidade, são dois aspectos
    fundamentais para o início da mudança dos
         padrões de mobilidade numa cidade.




         Segundo as Nações Unidas (2007) uma “Cidade Segura” é uma
      “Cidade Justa”, e tal só é possível se as pessoas forem o elemento
      central do desenho urbano, traduzindo-se então esta ordem de prioridades
                    na   qualidade do espaço público.




Renata Lajas                                                 Lisboa | Dezembro 2008
Renata Lajas   Lisboa | Dezembro 2008
a rua


                                        de modo (entre transportes…
        •Função de trocas/câmbios
                                        de estado (parado/movimento




        •Função Deslocaçao     o eixo entre o ponto A e B, pode ser
                               também utilizado para estadia



        •Funçao Social   Zona de encontro e de actividades




Renata Lajas                                       Lisboa | Dezembro 2008
A rua como matriz do espaço publico




                 •Necessárias
              as que os peões não tem
        escolha, independente do meio
                              exterior



                     •Opcionais
       as que fazemos se as condições
        do espaço permitirem (apanhar
                 sol, passear, relaxar)



                          •Sociais
        dependem da presença do outro
                   no espaço publico



                                                    Jan Gehl
Renata Lajas                              Lisboa | Dezembro 2008
1900                                2000
                     Car invasion
                     mid 1950´s




Renata Lajas   Perth, West Australia   Lisboa | Dezembro 2008
“Num espaço exterior sem qualidade as pessoas apressam-se a ir para casa.”
                                                          “People atract people”
                                                                          Jan Gehl




Renata Lajas                                                Lisboa | Dezembro 2008
Contactos




Appleyard and
Lintell

“The Environmental
Quality of City
Streets”




Renata Lajas         Lisboa | Dezembro 2008
Sentidos




Renata Lajas   Lisboa | Dezembro 2008
As distancias sociais
                    “The hidden dimension”, Edward T.Hall




               •Íntima    (0 a 45 cm) a distância a que sentimentos intensos
                          são partilhados: carinho, conforto, raiva, amor…



               •Pessoal   (0,45 a 1,30m) a distância de conversação entre
                          amigos próximos e família…



                •Social   (1,30 a 3,75m) a distância de uma conversa banal
                          entre amigos, conhecidos, vizinhos, etc…



               •Pública    (maior que 3,75m) distancia de situações mais
                           formais (figuras publicas, palestras, etc)




Renata Lajas                                              Lisboa | Dezembro 2008
Renata Lajas   Lisboa | Dezembro 2008
Av. Defensores Chaves
                         (obras do metro, um dos sentidos esta cortado)




Renata Lajas                                       Lisboa | Dezembro 2008
rede incoerente       (os paraísos e os infernos dos modos suaves)




Não se pode falar de cidade acessível enquanto esta for assim
Renata Lajas                                   Lisboa | Dezembro 2008
Renata Lajas   Lisboa | Dezembro 2008
•+Congestionamento
               •Aquecimento global, emissões e
               Poluição
               •Aumento do preço do petróleo
               • aumento do sedentarismo e
               obesidade
               •Envelhecimento da população
               •Desertificação do centro da
               cidade




Renata Lajas               Lisboa | Dezembro 2008
Como fazer?




                          ou
               Integrar        Segregar




Renata Lajas                         Lisboa | Dezembro 2008
O código da rua
 The principle behind the “street code” is that the streets can no
 longer be only associated with the circulation function. Instead
 the aim is to give back the streets for people by:

           •Approaching the public space as a undeniable truth that it is
           public domain for all (and not only motorists);
           •Assuring the coherence of the whole (planning, see the city as a
           system, connected by public space);
           •Promote effective planning oriented by road safety principles
           •Reducing the differences of speeds between the users of the
           street, as well as the differences of vulnerability and the amount of
           cars in the city are three factors important to achieve cohabitation
           in the public space;




Renata Lajas                                              Lisboa | Dezembro 2008
“Pensar em termos de rede é mudar radicalmente certos
     paradigmas no novo ordenamento do território:


          • Do zonamento à mistura (de usos do solo)
          • Da homogeneização, equidade e standardização à diversidade
          • Do equilíbrio à complementaridade
          • Da hierarquia à colaboração e cooperação
          • Da delimitação à abertura
          • Da auto-suficiência à inter-relação”.


                                  Fonte: Ricard Pié, “El territorio en la sociedad de las redes”.
                                                                         UIMP, Barcelona, 2002.




42
     Renata Lajas                                                    Lisboa | Dezembro 2008
“Numa sociedade competitiva, ordenar e orientar as
                 dinâmicas territoriais a partir de um conceito de
           funcionamento em rede, de integração, de inter-
             relação multidireccional, pressupõe contrapor os
        valores sociais da cooperação aos da concorrência e do
                                                   enfrentamento”.



                            Fonte: Ricard Pié, “El territorio en la sociedad de las redes”.
                                                                   UIMP, Barcelona, 2002.




43
     Renata Lajas                                                  Lisboa | Dezembro 2008
Abordagem a partir das pessoas

                                 •(a)diagnostico: Espaços públicos, utilizações dos
    •Conhecer os problemas       edifícios, pontos de conflito, acidentes, peão,
                                 •(b)Ouvir as pessoas (o que ambicionam, o que
                                 queriam, onde estão os problemas)


    •Perceber as potencialidades •(mapa de frio/quente, actividades, clusters
                                       de actividades, etc)

                                        •Peão/bicicleta (redes naturais)


    •Montar uma estratégia com os diversos
    actores/interlocutores


    •Identificar prioridades para a concretização do conceito de
    intervenção


    •Subdividir a actuação nas diversas acções



Renata Lajas                                              Lisboa | Dezembro 2008
algumas notas

   1 acessibilidade condiçãotodos comopúblico, em vez de, na prática, sea
     lógica actual e elevar a
                              para
                                   do transporte
                                                 política pública, implica inverter

        continuar a privilegiar o transporte individual


   2 promover um novo conceito de mobilidade urbana, passa por favorecer a
        acessibilidade em detrimento da mobilidade, o que implica uma
        articulação mais forte entre o planeamento do transporte e os usos do
        solo

    3   a combinação de medidas de acalmia de tráfego, modos suaves, educação e a
        introdução de zonas 30 e partilhadas nas áreas residenciais, são exemplos de
        gestão de tráfego através do desenho urbano, que contribuem para uma
        maior utilização do espaço público, o que é essencial para uma maior integração
        social.




Renata Lajas                                                  Lisboa | Dezembro 2008
Diagnóstico: Bio mapping




                    “Stress Maps”,
                    “Emotional maps”, etc.

Renata Lajas                      Lisboa | Dezembro 2008
Project Concept: “By recording our own body's bio data along with
    our geographic location we can review the information and make
                                meaningful decisions about our life.”


  How it works: “The Galvanic Skin Response sensor measures the
     amount of skin conductivity. I'm suggesting that a change in skin
       conductivity not only tells something about your body, but also
  suggests an emotive event. I'm plotting the amount of change in the
                                 skin resistance level versus location.”




                                            “Measured from the palm or fingertips,
                                                  there are changes in the relative
                                          conductance of a small electrical current
                                          between the electrodes. The activity of
                                                 the sweat glands in response to
                                              sympathetic nervous stimulation
                                              ( Increased sympathetic activation )
                                           results in an increase in the level of
                                             conductance. There ia a relationship
                                                 between sympathetic activity and
                                                          emotional arousal (… )”

Renata Lajas                                         Lisboa | Dezembro 2008
Medidas: Zonas 30/20 km/h


                          The objective of instituting 30-km/h
                        zones is to limit the adverse effects
                              of motorized traffic in the living
                             environment. The exclusion of
                        through traffic and the imposition of
                             a low speed limit on local traffic
                                 achieve the following goals:

                                  • Improving traffic safety
                                  • Improving liveability
                                  • Protecting the environment.




Renata Lajas                      Lisboa | Dezembro 2008
Medidas: “Urban Lounge”




Renata Lajas                Lisboa | Dezembro 2008
“Streets are the living rooms of cities” Jane Jacobs




Renata Lajas                                    Lisboa | Dezembro 2008
Renata Lajas   Lisboa | Dezembro 2008
Renata Lajas   Lisboa | Dezembro 2008
Medidas: pedonalização em Copenhaga




Amagertov (1962 e 1993)




   Fonte: Jan Gehl, in “Public Spaces,
 Public Life”, Dep.Urban Design, 2004.




 Renata Lajas                            Lisboa | Dezembro 2008
Medidas: pedonalização em Copenhaga




                                Straedet (1992)




  Fonte: Jan Gehl, in “Public Spaces, Public Life”, Dep.Urban
                                                Design, 2004.



Renata Lajas                                                    Lisboa | Dezembro 2008
Medidas: Seul - Cheonggyecheon




                                      Fonte: Mário J. Alves




Renata Lajas                 Lisboa | Dezembro 2008
Fonte: Office fédéral des routes (OFROU)




 ser respeitado                           Todos devemos ser respeitados
                                          Mais velhos, mais novos, com mobilidade reduzida ou não,
                                          motorizados ou não …




o respeito mútuo e a serenidade são 2 aspectos importantes para uma melhor qualidade de vida

    Renata Lajas                                                      Lisboa | Dezembro 2008
A “good” city is a city where people can move from
       one place to another in different ways, according to
        their preferences, physical capacities, and activities to
           do, according to their needs, hurries, places and
         neighbourhoods to cross, the time of the day or the
                          season of the year.

      The city is a chain of rhythms, individual or collectives,
           with an extraordinary diversity. To each activity,
        occupation, sequence in life, corresponds a particular
          rhythm, a singular composition of movement and
                              quietness.




                   “Mobilités Urbaines”, Georges Armar [2004], Ed. de l’Aube, Paris.




Renata Lajas                                                   Lisboa | Dezembro 2008
Due to the complexity inherent to the needs of moving people and goods;
the importance of social, cultural, economic and political aspects are crucial;
every policy drawn to fight this problem has to be simultaneously:




 1    Integrated; in relation to several modes of transport (including soft modes), and at
      urban planning, land management and transports level.




 2    Coherent; in order to not present contradictory measures in itself, those will annulated
      the good measures or favoured wrong signs to the different agents to be mobilize for
      its concretisation.



 3    Continuous; because the results are only seen in a medium-long term, so it is
      necessary to maintain the right course to insure that the applied measures will work.




 4    Clear and participated; changing habits and the acceptation of individual sacrifices in
      the name of a collective interest – as is the case of better environment and urban
      quality - are only possible if the population understands what are the challenges and
      the benefits, as well as it feels itself part of the solution and not only of the problem.




 Renata Lajas                                                          Lisboa | Dezembro 2008
Renata Lajas   Lisboa | Dezembro 2008

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Destaque (10)

Transformative Solutions: Cities for People
Transformative Solutions: Cities for PeopleTransformative Solutions: Cities for People
Transformative Solutions: Cities for People
 
Projeto Urbano Rua Taguá - Cidade para pessoas & Active Design
Projeto Urbano Rua Taguá - Cidade para pessoas & Active DesignProjeto Urbano Rua Taguá - Cidade para pessoas & Active Design
Projeto Urbano Rua Taguá - Cidade para pessoas & Active Design
 
Fachada Ativa
Fachada AtivaFachada Ativa
Fachada Ativa
 
Infra estrutura verde
Infra estrutura verdeInfra estrutura verde
Infra estrutura verde
 
O futuro das bicicletas em são paulo
O futuro das bicicletas em são pauloO futuro das bicicletas em são paulo
O futuro das bicicletas em são paulo
 
Jan Gehl - Cities for people
Jan Gehl - Cities for peopleJan Gehl - Cities for people
Jan Gehl - Cities for people
 
O Conceito De Cidade
O Conceito De CidadeO Conceito De Cidade
O Conceito De Cidade
 
2 A Cidade
2  A Cidade2  A Cidade
2 A Cidade
 
Paisagem, espaço e lugar
Paisagem, espaço e lugarPaisagem, espaço e lugar
Paisagem, espaço e lugar
 
Geografia e paisagem
Geografia e paisagemGeografia e paisagem
Geografia e paisagem
 

Novas formas de pensar cidade

  • 1. suaves na Mobilidade Urbana | Curso FUNDEC | Os modos suaves na Mobilidade Urbana | Curso FUNDEC | Os modos suaves na Mo novas abordagens: pensar a cidade de hoje Renata Lajas | Eng. Território _ Bolseira de Investigação CESUR Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 2. Olhar para trás… Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 3. “Is possible that no invention of such a large influence have had once been spread out so quickly or so instantly that had created influences that grow trough our national culture, transforming also our thoughts and language habits” “Recent Social Trends in the United States”. Report of the President’s Research Comitee on Social Trends, 2 vols. McGraw Hill, 1933, pág. 172 os modelos que mudaram a popularidade do automóvel: Peugeot (1905), Ford T (1909) and VW (1938) Bardou, Jean Pierre et al (1982), The automobile revolution. The Univ. North Carolina Press, USA Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 4. a explosão da produção e da taxa de motorização vai modificar profundamente o equilibrio urbano Produção automóvel mundial 1950-2004 Fonte: Mastny, Lisa (org.) (2005), Vital Signs 2005, the trends that are shaping our future, Norton, NY/London Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 5. das parkways Bronx River, 1922 às vias rápidas Le Corbusier, 1929 Toronto, Canadá Fonte: Relph, Edward (1987), “Paisagem Urbana Moderna”, Edições 70 Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 6. até ao desaparecer da rua desenho das estradas e a mecanização das ruas Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 7. a lógica “Predict & Provide” Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 8. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 9. Dispersão urbana AML (1965) AML (1992-2001) Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 10. A mudança generalizada para a rodovia e o automóvel enquanto sistema de transporte dominante, fomentou a alteração mais profunda em termos de fragmentação urbana e social, com uma segregação horizontal de usos do solo no interior da extensa região metropolitana”. Fonte: Stephan Graham, in “Redes, territorio y gobierno”, Joan Subirats Ed. UIMP, Barcelona, 2002. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 11. Bairro de Alvalade Ainda hoje um bom exemplo de urbanismo de proximidade e de mistura social e funcional Lagoas Parque Parque de escritórios isolado do espaço urbano, e com acessibilidade exclusivamente dependente do transporte individual 23 Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 12. “The trend from living to lifeless cities and residential areas that as accompanied industrialization, segregation of various city functions, and reliance on the automobile also has caused cities to become duller and more monotonous. This points up another important need, namelly the need for stimulation. Fonte: Jan Gehl, in “Life between buildings”, Arkitektens Forlag, 1986. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 13. Tracy Metz_observações do exemplo Americano “Further and fatter” & “Drive till you qualify” Fonte: Tracy Metz, “On the ground”, 2007. “ Ever more Americans spend an increasing amount of time travelling between work and home. This has a lot to do with the phenomenon “Drive till you qualify”: you drive away from the city until you reach the houses you can afford. Each highway exit you pass can save you tens of thousands of dollars. “ Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 14. Tagus Park Carnaxide Lagoas Park Montijo Q.ta da Fonte Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 15. a Carnaxid Quinta da Lagoas Tagus Do Montijo e Fonte Parque Park Distância (km)* 40 50 55 55 Custo em TI** 4,53 5,64 5,86 6,19 Custo em TC (€) *** 4,81 4,64 4,96 5,22 Tempo em TI (min.) * 40 min. 45 min. 45 min. 50 min. Tempo TC *** >1h25 >1h35 >1h40 >1h35 N.º transbordos mínimo 3 3 3 3 (TC) **Considerando Gasolina s/chumbo 95 (1,228€/litro, em * www.viamichelin.com 29/09/2006) *** www.transpor.pt ; Vimeca; TST **Considerando um consumo de 9 litros/100km ***Ligação mais directa (c/ bilhetes pré-comprados) Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 16. uma questão de escala (e velocidade) Fonte: Mario J. Alves Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 17. Fonte: Mario J. Alves X 31 Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 18. Mobilidade vs. acessibilidade Fonte: Mario J. Alves, baseado no trabalho de Jan Gehl, 2007. Segundo o Livro verde sobre mobilidade urbana a acessibilidade “diz respeito, em primeiro lugar, às pessoas de mobilidade reduzida, aos deficientes, aos idosos, às famílias com crianças ou às próprias crianças: todas devem dispor de acesso fácil às infra-estruturas de transportes urbanos. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 19. REDE VIÁRIA ESPAÇO PÚBLICO linear espacial impessoal pessoal único propósito multi-propósito previsivel imprevisivel sistemático Contextual regulamentado definido culturalmente +mobilidade +acessibilidade ( ex: nº de escolas que estão ( ex: km/ano_movimento) acessíveis a 20 min. de casa_ acesso ) Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 20. A redução da velocidade e do número de veículos motorizados que entram na cidade, são dois aspectos fundamentais para o início da mudança dos padrões de mobilidade numa cidade. Segundo as Nações Unidas (2007) uma “Cidade Segura” é uma “Cidade Justa”, e tal só é possível se as pessoas forem o elemento central do desenho urbano, traduzindo-se então esta ordem de prioridades na qualidade do espaço público. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 21. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 22. a rua de modo (entre transportes… •Função de trocas/câmbios de estado (parado/movimento •Função Deslocaçao o eixo entre o ponto A e B, pode ser também utilizado para estadia •Funçao Social Zona de encontro e de actividades Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 23. A rua como matriz do espaço publico •Necessárias as que os peões não tem escolha, independente do meio exterior •Opcionais as que fazemos se as condições do espaço permitirem (apanhar sol, passear, relaxar) •Sociais dependem da presença do outro no espaço publico Jan Gehl Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 24. 1900 2000 Car invasion mid 1950´s Renata Lajas Perth, West Australia Lisboa | Dezembro 2008
  • 25. “Num espaço exterior sem qualidade as pessoas apressam-se a ir para casa.” “People atract people” Jan Gehl Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 26. Contactos Appleyard and Lintell “The Environmental Quality of City Streets” Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 27. Sentidos Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 28. As distancias sociais “The hidden dimension”, Edward T.Hall •Íntima (0 a 45 cm) a distância a que sentimentos intensos são partilhados: carinho, conforto, raiva, amor… •Pessoal (0,45 a 1,30m) a distância de conversação entre amigos próximos e família… •Social (1,30 a 3,75m) a distância de uma conversa banal entre amigos, conhecidos, vizinhos, etc… •Pública (maior que 3,75m) distancia de situações mais formais (figuras publicas, palestras, etc) Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 29. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 30. Av. Defensores Chaves (obras do metro, um dos sentidos esta cortado) Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 31. rede incoerente (os paraísos e os infernos dos modos suaves) Não se pode falar de cidade acessível enquanto esta for assim Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 32. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 33. •+Congestionamento •Aquecimento global, emissões e Poluição •Aumento do preço do petróleo • aumento do sedentarismo e obesidade •Envelhecimento da população •Desertificação do centro da cidade Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 34. Como fazer? ou Integrar Segregar Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 35. O código da rua The principle behind the “street code” is that the streets can no longer be only associated with the circulation function. Instead the aim is to give back the streets for people by: •Approaching the public space as a undeniable truth that it is public domain for all (and not only motorists); •Assuring the coherence of the whole (planning, see the city as a system, connected by public space); •Promote effective planning oriented by road safety principles •Reducing the differences of speeds between the users of the street, as well as the differences of vulnerability and the amount of cars in the city are three factors important to achieve cohabitation in the public space; Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 36. “Pensar em termos de rede é mudar radicalmente certos paradigmas no novo ordenamento do território: • Do zonamento à mistura (de usos do solo) • Da homogeneização, equidade e standardização à diversidade • Do equilíbrio à complementaridade • Da hierarquia à colaboração e cooperação • Da delimitação à abertura • Da auto-suficiência à inter-relação”. Fonte: Ricard Pié, “El territorio en la sociedad de las redes”. UIMP, Barcelona, 2002. 42 Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 37. “Numa sociedade competitiva, ordenar e orientar as dinâmicas territoriais a partir de um conceito de funcionamento em rede, de integração, de inter- relação multidireccional, pressupõe contrapor os valores sociais da cooperação aos da concorrência e do enfrentamento”. Fonte: Ricard Pié, “El territorio en la sociedad de las redes”. UIMP, Barcelona, 2002. 43 Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 38. Abordagem a partir das pessoas •(a)diagnostico: Espaços públicos, utilizações dos •Conhecer os problemas edifícios, pontos de conflito, acidentes, peão, •(b)Ouvir as pessoas (o que ambicionam, o que queriam, onde estão os problemas) •Perceber as potencialidades •(mapa de frio/quente, actividades, clusters de actividades, etc) •Peão/bicicleta (redes naturais) •Montar uma estratégia com os diversos actores/interlocutores •Identificar prioridades para a concretização do conceito de intervenção •Subdividir a actuação nas diversas acções Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 39. algumas notas 1 acessibilidade condiçãotodos comopúblico, em vez de, na prática, sea lógica actual e elevar a para do transporte política pública, implica inverter continuar a privilegiar o transporte individual 2 promover um novo conceito de mobilidade urbana, passa por favorecer a acessibilidade em detrimento da mobilidade, o que implica uma articulação mais forte entre o planeamento do transporte e os usos do solo 3 a combinação de medidas de acalmia de tráfego, modos suaves, educação e a introdução de zonas 30 e partilhadas nas áreas residenciais, são exemplos de gestão de tráfego através do desenho urbano, que contribuem para uma maior utilização do espaço público, o que é essencial para uma maior integração social. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 40. Diagnóstico: Bio mapping “Stress Maps”, “Emotional maps”, etc. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 41. Project Concept: “By recording our own body's bio data along with our geographic location we can review the information and make meaningful decisions about our life.” How it works: “The Galvanic Skin Response sensor measures the amount of skin conductivity. I'm suggesting that a change in skin conductivity not only tells something about your body, but also suggests an emotive event. I'm plotting the amount of change in the skin resistance level versus location.” “Measured from the palm or fingertips, there are changes in the relative conductance of a small electrical current between the electrodes. The activity of the sweat glands in response to sympathetic nervous stimulation ( Increased sympathetic activation ) results in an increase in the level of conductance. There ia a relationship between sympathetic activity and emotional arousal (… )” Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 42. Medidas: Zonas 30/20 km/h The objective of instituting 30-km/h zones is to limit the adverse effects of motorized traffic in the living environment. The exclusion of through traffic and the imposition of a low speed limit on local traffic achieve the following goals: • Improving traffic safety • Improving liveability • Protecting the environment. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 43. Medidas: “Urban Lounge” Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 44. “Streets are the living rooms of cities” Jane Jacobs Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 45. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 46. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 47. Medidas: pedonalização em Copenhaga Amagertov (1962 e 1993) Fonte: Jan Gehl, in “Public Spaces, Public Life”, Dep.Urban Design, 2004. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 48. Medidas: pedonalização em Copenhaga Straedet (1992) Fonte: Jan Gehl, in “Public Spaces, Public Life”, Dep.Urban Design, 2004. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 49. Medidas: Seul - Cheonggyecheon Fonte: Mário J. Alves Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 50. Fonte: Office fédéral des routes (OFROU) ser respeitado Todos devemos ser respeitados Mais velhos, mais novos, com mobilidade reduzida ou não, motorizados ou não … o respeito mútuo e a serenidade são 2 aspectos importantes para uma melhor qualidade de vida Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 51. A “good” city is a city where people can move from one place to another in different ways, according to their preferences, physical capacities, and activities to do, according to their needs, hurries, places and neighbourhoods to cross, the time of the day or the season of the year. The city is a chain of rhythms, individual or collectives, with an extraordinary diversity. To each activity, occupation, sequence in life, corresponds a particular rhythm, a singular composition of movement and quietness. “Mobilités Urbaines”, Georges Armar [2004], Ed. de l’Aube, Paris. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 52. Due to the complexity inherent to the needs of moving people and goods; the importance of social, cultural, economic and political aspects are crucial; every policy drawn to fight this problem has to be simultaneously: 1 Integrated; in relation to several modes of transport (including soft modes), and at urban planning, land management and transports level. 2 Coherent; in order to not present contradictory measures in itself, those will annulated the good measures or favoured wrong signs to the different agents to be mobilize for its concretisation. 3 Continuous; because the results are only seen in a medium-long term, so it is necessary to maintain the right course to insure that the applied measures will work. 4 Clear and participated; changing habits and the acceptation of individual sacrifices in the name of a collective interest – as is the case of better environment and urban quality - are only possible if the population understands what are the challenges and the benefits, as well as it feels itself part of the solution and not only of the problem. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008
  • 53. Renata Lajas Lisboa | Dezembro 2008