1. INFORME MENSAL Zai Gezunt
Ano 2 Novembro de 2.015 No
20
Editores- Rio de Janeiro: Genni Blank / São Paulo: Samuel Belk
Shmerke Kasherguinski,
O escritor e ativista cultural Shmerke
Kasherguinski nasceu em Vilna em 1908. Foi
correspondente e repórter de publicações
literárias, como a imprensa semi ilegal da Polônia
e o MorgnFrayhayt de Nova York. Durante o
primeiro período de ocupação nazista,
Kasherguinski vagou por aldeias e vilas e depois
de muitas dificuldades, ele terminou no gueto de
Vilna.
O Em 1943 escreveu a canção "Shtiler, shtiler"
em memória dos assassinatos em massa cometidos
pelos nazistas, em Ponar, onde foram sacrificados
72.000 judeus.
Com Avrom Sutzkever e outros tomou parte de
um grupo de trabalhadores a quem os alemães
designaram para classificar tesouros culturais
judaicos. Os membros do grupo arriscaram suas
vidas para esconder os itens mais significativos,
contrabandeá-los de volta para o gueto ou confiá-
los a conhecidos, não judeus. Ele participou
também de contrabando de armas para o gueto.
Em setembro de 1943, Kasherguinski, juntamente
com Avrom e Freydke Sutzkever e outros
membros do FPO, escaparam do gueto de Vilna,
como parte de um grupo organizado de lutadores,
pouco antes de sua liquidação.
Juntaram-se a uma unidade soviética nas Florestas
Naroch, onde ele lutou em Julho de 1944. Os
livros dele descrevem a destruição de Vilna, a luta
partidária, e suas próprias experiências durante o
período do Holocausto: “A Destruição de Vilna” e
“Partidários em Movimento” em 1947 e” Eu era
um Partizan”, em 1952.
Em 1946 ele tinha coletado materiais folclóricos
do Holocausto, em particular canções, que deram
origem a coleções como: “As Canções do Gueto
de Vilna”; 1947 e “Canções dos Guetos e Campos
de Concentração”; 1948
De Lódz, Polônia, Kasherguinski partiu para Paris
e em seguida, em 1950, se estabeleceu na
Argentina onde ele se tornou muito conhecido em
círculos culturais judaicas como um editor e
conferencista. Sua morte súbita em um acidente de
avião na Argentina em 1954 suscitou grande
tristeza.
Um ano mais tarde foi publicado, um volume de
suas memorias, homenagens à sua vida e alguns
de seus manuscritos.
Em 1961 foi publicado no Brasil uma edição em
português do livro de Kasherguinski:”Memórias
de Um Partizan” sem nenhuma indicação da
editora.
A seguir sua canção “Varsóvia”, uma lembrança
da cidade onde viveu por algum tempo.
Nota: O nome de Kaczerginsky foi
aportuguesado em face de difícil leitura
de seu nome em polonês.
Varsóvia Varshe
Letra: S.Kasherguinski/ Música: M. Gelbart
Eu vim te ver de longe, Varsóvia Ich bin tzu dir Varshe, fun vait gekumen
Permaneço enlutado, permaneço mudo Ich shtei a fartroierter, ich shtei vi a shtumer
Voei para te ver por terras e mares Gefloign tzu dir duch iaboshe un iamen
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2. E não encontrei meu pai nem minha mãe Un hob nisht getrofn main tatn main mamen
Lembro-me aqui os anos de minha infância Dermon ich do o meine kindershe iorn
Você Varsóvia, não me sai de minha mente S’geit mir nisht Varshe arois fun zikorn
Com Varsóvia no coração In hartzn mit Varshe
Errante pelas estradas Oif vander un vegn
E se por acaso alguém ousar a pergunta Un tomer vet emetzer vagn tzu fregn
Por que estão de luto, num mundo tão bonito? Vos troiert ir idn a velt aza sheine
Porque Varsóvia judia, uma somente havia. A idishe Varshe is geven nor eine ( 2x )
Vejo tuas ruínas envoltas em fumaça e chamas Ich ze dain churves in roich un flamen
Onde estão os corpos dos judeus massacrados Vu s’lign di idishe k’doishim farshotn
Estou à procura de um sinal dos conterrâneos Ich zuch vu a simen fun maine geshtamen
A mão dos bandidos os matou todos. Di merderishe hant hot zei ale oisgerotn
Lembro-me então do que você era e o que é hoje Dermon ich zich dos vos geven un gevoren
Levo você Varsóvia, triturada em minha mente Ch’nem mit zich Varshe farkritz in zikorn
Com Varsóvia no coração In hartzn mit Varshe
Errante pelas estradas Oif vander un vegn
E se por acaso alguém ousar a pergunta Un tomer vet emetzer vagn tzu fregn
Porque estão de luto, num mundo tão bonito? Vos troiert ir idn a velt aza sheine?
Porque Varsóvia judia, uma somente havia. A idishe Varshe is geven, nor eine ( 2x )
Humor Judaico
A rov iz farbetn gevorn oyfn banket fun a Um rabino foi convidado para um banquete por
bakanter melukhisher tsdoke-organizatsye, un me uma conhecida entidade governamental e lhe
hot im avekgezetst lebn a galakh . deram uma cadeira junto a um padre.
Ven me hot im derlangt a teller mit shinke un Quando serviram um prato de presunto e batatas
batates hot der rov zikh heflekh O rabino simplesmente recusou o prato.
opgezogt derfun. Fregt der galakh mit a shmeykhl: Com um sorriso o padre pergunta ao rabino
“Ven vet ir shoyn fargesn in yene alt-frenkishe Quando você vai esquecer essas regras antiquadas
takones (rules), un esn shinke vi mir ale?” e comer presunto como todos nós?
Entfert der rov: “Oyf ayer khasene.” Responde o rabino: Em vosso casamento.
Canções do Povo Judeu
O Show Musical: “Canções do Povo Judeu”, patrocinado pelo Clube A Hebraica, foi realizado no dia 1 de
novembro no Teatro Arthur Rubinstein. Participaram do espetáculo As cantoras Regis Karlik, Anete
Cenciper, Margot Lohn Kullok e o Chasan David Kullok. Apresentação foi da atriz e dramaturga Sylvia
Lohn. Foram apresentadas canções populares como: Tumbalalaica, Zog Maran, Idl mitn Fidle, Achtzik er
um Zibetzik Zi, Taiere Malke, Dos Lid Fun Broit e outras. O roteiro e direção do programa foi do eng.
Samuel Belk. O teatro teve um grande público, interessado e apreciador das canções ídish. Foi também
cantada, em ídish, a canção brasileira “ A casinha Pequenina”.
Zai Gezunt-Edição do Grupo Amigos do Ídiche Site: www.facebook.com/groups/amigosdoidiche;
Email: amigos@amigosdoidiche.com.br e belk@uol.com.br
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