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“Para um mundo sem pobreza”

      Livro 80 Homens de Mathieu le Roux & Vylvain Darnil


Caso selecionado para apresentação “Para um mundo sem pobreza”
             Muhammad Yunus – Bangladesh / Ásia


         Disciplina: EAC0553-Balanço Social e Ambiental
              Professor: JOSÉ ROBERTO KASSAI


           Grupo: André Eduardo Rangel D´avila   USP: 5663980
                Nicolás Dobson Aliste      USP: 7761090




                       03 de outubro de 2011
“Para um mundo sem pobreza”

Desafio: Como ajudar a população mais desfavorecida a sair de uma
condição de extrema pobreza sem entrar numa lógica assistencialista.


Idéia predominante: os bancos emprestam somente aos ricos.


Solução sustentável: inventar um banco que permite a três tomadores
de empréstimo em quatro saírem de uma condição de extrema pobreza
e aplicá-lo no mundo inteiro.
“Para um mundo sem pobreza”


Cenário da experiência: Bangladesh, Continente asiático


Breve caracterização:


- Considerado um dos países mais pobres do mundo;
- Mais de 120 milhões de pessoas vivem num território equivalente a ¼
da França;
- Marcado por inúmeras catástrofes naturais, sobretudo inundações no
período das Monções;
-República islâmica mais moderada e população mais amigável e menos
radical.
“Para um mundo sem pobreza”

Personagem central da experiência: Muhammad Yunus


- Nascido em Bengala Ocidental em 1940, território então pertencente à
Índia, filho do dono de uma joalheria local, pai de 14 filhos, dos quais 5
morreram ao nascer;
- Aluno exemplar e bastante estimulado pelo pai, ganhou bolsa de
doutorado nos EUA onde se tornou professor de economia da
Universidade do Colorado. Retorna à Terra Natal após a separação do
Paquistão em 1971, onde surgiu o estado independente de Bangladesh;
- Se tornou professor de economia da Universidade de Chittagong, 2ª
cidade do país;
- Conflito pessoal: “Como ensinar teorias econômicas sem nenhum
contato com a realidade, e vendo pessoas morrerem de fome nas ruas?”
- Decisão tomada: “fazer dos pobres seus professores”
“Para um mundo sem pobreza”

Problema principal constatado: dificuldade para obtenção de
microcrédito fazia com que as pessoas se tornassem verdadeiros
“escravos” de suas realidades, sem a menor chance de melhorar suas
condições sócio-econômicas.


Pesquisa de campo: abordagem junto aos trabalhadores que habitavam
vilarejos de Bangladesh, o Professor constatou a total falta de acesso ao
crédito, o que levava a necessidade de se pagar juros exorbitantes aos
agiotas, pura e simplesmente para manter a sobrevivência. Ex. No
início do dia, uma mulher tomava € 1,0 emprestado junto a um agiota
para comprar frutas e revendê-las ao longo do dia. Ao final do mesmo,
seu trabalho tinha produzido em média € 1,5, sendo necessário ressarcir
o agiota com o valor aproximado de € 1,2, ou seja, ela pagava
aproximadamente 20% ao dia por um crédito mínimo, de modo que o
resultado de seu trabalho era quase integralmente repassado ao
emprestador do crédito.
“Para um mundo sem pobreza”
Tese desenvolvida pelo Prof. Muhammad: “a pobreza é muito raramente
decorrente de problemas pessoais, preguiça ou falta de inteligência,
mas sim, ao custo proibitivo do capital, mesmo em pequenas somas”.
Logo, há uma necessidade vital em se reduzir custos, ampliar acessos e
prazos de pagamento.


Iniciativa bem-sucedida: com seus próprios recursos começou um
trabalho de microcrédito junto aos vilarejos, basicamente financiando
mulheres, consideradas mais “responsáveis” em relação aos homens.
Esses microcréditos possibilitaram o financiamento de atividades
diversas, alcançando cerca de 12 milhões de pessoas, dentre as mais
pobres, com índice de inadimplência zero.


Iniciativa mal-sucedida: diante do sucesso da iniciativa, procurou bancos
tradicionais e governantes que alegaram o total estado de insolvência
das camadas mais pobres, o que inviabilizaria qualquer esforço de
microcrédito direcionado as mesmas.
“Para um mundo sem pobreza”

Consequência: o Prof. Muhammad deixa o cargo de professor e funda o
Grammen Bank (“banco do vilarejo”) em 1976 e rapidamente se
expandiu por milhares de vilarejos de Bangladesh.


Resultado da experiência: após 25 anos, o Grameen Bank é uma
verdadeira instituição bancária, que atende a quase 17 mil vilarejos, já
tendo emprestado cerca de € 4,5 bilhões a 12 milhões de clientes,
sendo 96% mulheres e com índices de inadimplência menores do que
os obtidos pelos bancos tradicionais.


Como funciona o microcrédito no Grameen Bank: não há qualquer
assinatura de contrato, ou mesmo constituição de garantias, cauções,
etc. Os empréstimos são feitos a grupos de 5 pessoas, onde uma fica
responsável pela outra, sendo que no limite há auxílio nos casos em que
o mesmo se faça necessário.
“Para um mundo sem pobreza”


Os lucros do Grameen Bank são reinvestidos num fundo que serve para
reparar catástrofes naturais vividas pelo país.

Para contornar a questão da Lei Islâmica que proíbe os empréstimos
com cobrança de juros, 94% do capital do banco pertence aos próprios
clientes, de modo que se cria um “empréstimo virtual” deles para eles
mesmos.
“Para um mundo sem pobreza”

Conclusão: o modelo é atualmente adotado em 57 países de todos os
continentes, inclusive nações desenvolvidas como EUA e França, já tendo mais
de 55 milhões de famílias, das quais 27 milhões dispõe de menos de US$ 1 por
dia por habitante.

Logo, a partir de uma idéia simples, foi possível atual sobre aqueles
considerados pelo Prof. Muhammad como “excluídos do sistema”.

Outras idéias também foram desenvolvidas pelo Prof. Muhammad, tais como:
acesso à telefonia móvel (a Grameen Telecom, atualmente 2ª maior operadora
de telefonia móvel do país) e a aquisição a baixo custo, de painéis de energia
solar, que funcionam como uma poderosa e ecológica engrenagem para
microempresários.

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Para um mundo sem pobreza

  • 1. “Para um mundo sem pobreza” Livro 80 Homens de Mathieu le Roux & Vylvain Darnil Caso selecionado para apresentação “Para um mundo sem pobreza” Muhammad Yunus – Bangladesh / Ásia Disciplina: EAC0553-Balanço Social e Ambiental Professor: JOSÉ ROBERTO KASSAI Grupo: André Eduardo Rangel D´avila USP: 5663980 Nicolás Dobson Aliste USP: 7761090 03 de outubro de 2011
  • 2. “Para um mundo sem pobreza” Desafio: Como ajudar a população mais desfavorecida a sair de uma condição de extrema pobreza sem entrar numa lógica assistencialista. Idéia predominante: os bancos emprestam somente aos ricos. Solução sustentável: inventar um banco que permite a três tomadores de empréstimo em quatro saírem de uma condição de extrema pobreza e aplicá-lo no mundo inteiro.
  • 3. “Para um mundo sem pobreza” Cenário da experiência: Bangladesh, Continente asiático Breve caracterização: - Considerado um dos países mais pobres do mundo; - Mais de 120 milhões de pessoas vivem num território equivalente a ¼ da França; - Marcado por inúmeras catástrofes naturais, sobretudo inundações no período das Monções; -República islâmica mais moderada e população mais amigável e menos radical.
  • 4. “Para um mundo sem pobreza” Personagem central da experiência: Muhammad Yunus - Nascido em Bengala Ocidental em 1940, território então pertencente à Índia, filho do dono de uma joalheria local, pai de 14 filhos, dos quais 5 morreram ao nascer; - Aluno exemplar e bastante estimulado pelo pai, ganhou bolsa de doutorado nos EUA onde se tornou professor de economia da Universidade do Colorado. Retorna à Terra Natal após a separação do Paquistão em 1971, onde surgiu o estado independente de Bangladesh; - Se tornou professor de economia da Universidade de Chittagong, 2ª cidade do país; - Conflito pessoal: “Como ensinar teorias econômicas sem nenhum contato com a realidade, e vendo pessoas morrerem de fome nas ruas?” - Decisão tomada: “fazer dos pobres seus professores”
  • 5. “Para um mundo sem pobreza” Problema principal constatado: dificuldade para obtenção de microcrédito fazia com que as pessoas se tornassem verdadeiros “escravos” de suas realidades, sem a menor chance de melhorar suas condições sócio-econômicas. Pesquisa de campo: abordagem junto aos trabalhadores que habitavam vilarejos de Bangladesh, o Professor constatou a total falta de acesso ao crédito, o que levava a necessidade de se pagar juros exorbitantes aos agiotas, pura e simplesmente para manter a sobrevivência. Ex. No início do dia, uma mulher tomava € 1,0 emprestado junto a um agiota para comprar frutas e revendê-las ao longo do dia. Ao final do mesmo, seu trabalho tinha produzido em média € 1,5, sendo necessário ressarcir o agiota com o valor aproximado de € 1,2, ou seja, ela pagava aproximadamente 20% ao dia por um crédito mínimo, de modo que o resultado de seu trabalho era quase integralmente repassado ao emprestador do crédito.
  • 6. “Para um mundo sem pobreza” Tese desenvolvida pelo Prof. Muhammad: “a pobreza é muito raramente decorrente de problemas pessoais, preguiça ou falta de inteligência, mas sim, ao custo proibitivo do capital, mesmo em pequenas somas”. Logo, há uma necessidade vital em se reduzir custos, ampliar acessos e prazos de pagamento. Iniciativa bem-sucedida: com seus próprios recursos começou um trabalho de microcrédito junto aos vilarejos, basicamente financiando mulheres, consideradas mais “responsáveis” em relação aos homens. Esses microcréditos possibilitaram o financiamento de atividades diversas, alcançando cerca de 12 milhões de pessoas, dentre as mais pobres, com índice de inadimplência zero. Iniciativa mal-sucedida: diante do sucesso da iniciativa, procurou bancos tradicionais e governantes que alegaram o total estado de insolvência das camadas mais pobres, o que inviabilizaria qualquer esforço de microcrédito direcionado as mesmas.
  • 7. “Para um mundo sem pobreza” Consequência: o Prof. Muhammad deixa o cargo de professor e funda o Grammen Bank (“banco do vilarejo”) em 1976 e rapidamente se expandiu por milhares de vilarejos de Bangladesh. Resultado da experiência: após 25 anos, o Grameen Bank é uma verdadeira instituição bancária, que atende a quase 17 mil vilarejos, já tendo emprestado cerca de € 4,5 bilhões a 12 milhões de clientes, sendo 96% mulheres e com índices de inadimplência menores do que os obtidos pelos bancos tradicionais. Como funciona o microcrédito no Grameen Bank: não há qualquer assinatura de contrato, ou mesmo constituição de garantias, cauções, etc. Os empréstimos são feitos a grupos de 5 pessoas, onde uma fica responsável pela outra, sendo que no limite há auxílio nos casos em que o mesmo se faça necessário.
  • 8. “Para um mundo sem pobreza” Os lucros do Grameen Bank são reinvestidos num fundo que serve para reparar catástrofes naturais vividas pelo país. Para contornar a questão da Lei Islâmica que proíbe os empréstimos com cobrança de juros, 94% do capital do banco pertence aos próprios clientes, de modo que se cria um “empréstimo virtual” deles para eles mesmos.
  • 9. “Para um mundo sem pobreza” Conclusão: o modelo é atualmente adotado em 57 países de todos os continentes, inclusive nações desenvolvidas como EUA e França, já tendo mais de 55 milhões de famílias, das quais 27 milhões dispõe de menos de US$ 1 por dia por habitante. Logo, a partir de uma idéia simples, foi possível atual sobre aqueles considerados pelo Prof. Muhammad como “excluídos do sistema”. Outras idéias também foram desenvolvidas pelo Prof. Muhammad, tais como: acesso à telefonia móvel (a Grameen Telecom, atualmente 2ª maior operadora de telefonia móvel do país) e a aquisição a baixo custo, de painéis de energia solar, que funcionam como uma poderosa e ecológica engrenagem para microempresários.