Este documento resume o artigo "Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation", de Brian T. Pentland (1999). O artigo discute como as narrativas podem ser usadas para desenvolver teorias de processo, passando da descrição à explicação. As narrativas contêm indicadores de sequências de eventos que podem ser usados para identificar padrões e relações de causa e efeito. No entanto, as explicações teóricas devem se basear em estruturas subjacentes não diretamente observáveis identificadas nas narrativas.
Redes Sociais e Geração Y: Mudanças na Comunicação - Faculdade Sumaré - 2014
Building process theory with Narrative from Drescription to Explanation
1. São Paulo, outubro de 2012
Doutorado em Administração
Filosofia da Ciência
Profa. Dra. Isabella Vasconcelos
Building Process Theory With Narrative:
From Description to Explanation
Brian T. Pentland
Academy of Management Review (1999)
Mauro de Oliveira
Rodrigo M. Baptista
2. BRIAN T. PENTLAND
Michigan State University
Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
Mauro de Oliveira e Rodrigo M. Baptista
Departamento
Accounting and Information Systems
Recebeu seu PhD em Gestão do Instituto
de Tecnologia de Massachusetts em 1991.
Engenheiro Mecânico pelo Instituto de
Tecnologia de Massachusetts, em 1981.
Suas publicações têm aparecido Academy
of Management Review, Accounting,
Organizations and Society, Administrative
Science Quarterly, Management Science,
Organization Science, Technology Studies
e em várias publicações.
Este artigo foi citado por 513 trabalhos.
Mas seu nome e outros artigos já foram
citados 5.060 vezes.
3. analysis constructs context data deep different events example explanation fabula
indicators level management narrative organization
organizational particular patterns process research role science sequence
social specific stories structure surface theory underlying
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Analisamos o artigo pelo NVivo:
4. Discussão
• A teoria por meio de processo narrativo
• Teoria como Narrativa
• Survey e a Narrativa
• Características de um texto narrativo
• Pontos de vista
• Conclusão
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Mauro de Oliveira e Rodrigo M. Baptista
6. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Uma survey
contém
indicadores
variantes
ocultos de
construtos
teóricos
Um texto
narrativo
contém
indicadores
para um
processo
teórico
Dados narrativos têm
características
aparentes e são úteis
para a descrição, mas
as teorias explicativas
do processo devem ser
baseadas em estruturas
mais profundas que não
são diretamente
observáveis.
7. Coração da
boa teoria
(Sutton e Staw, 1995)
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A fundamentação é o
coração de uma boa
teoria.
8. Pentland adota no artigo o
conceito de DiMaggio (1995):
“Teoria como Narrativa“
Ou seja, uma explicação é uma
história que descreve o
processo, ou a sequência de
eventos, que liga causa e
efeito. Assim, boas histórias
são centrais para a construção
de uma teoria melhor.
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9. Dyer e Wilkins (1991) criticaram a
abordagem de Eisenhardt (1989) na
construção de teorias com
estudos de casos múltiplos:
Sacrifica o contexto e
aprofunda estrutura em um sentido;
Arruína a história em favor da
construção de constructos e eles
poderiam ser utilizados em modelos
de variância tradicionais.
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10. As histórias ajudam a
explicar relações entre
os eventos em um
processo ou narrativa.
(Bal, 1985; Barthes, 1977; Chatman, 1978; Rimon-Kenan, 1983)
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11. Em teoria narrativa estas
estruturas narrativas
subjacentes são entendidas
como histórias ou fábulas
(Chatman, 1978; Rimmon-Kenan,
1983; Bal, 1985).
Usadas para explicar e
interpretar o discurso.
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A narrativa é muito mais
do que apenas um
espelho do mundo social.
12. As Narrativas são histórias
contadas com muitos detalhes.
São como trilhos na estrada que as
pessoas seguem e, assim, recriam
maneiras para assimilá-los. Por isso,
uma narrativa é uma fonte de valor
para ver o interior da organização.
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13. Quando saímos de nossas
observações gerais para
uma estrutura subjacente
(mais profunda), passamos
da descrição para a
explicação.
(Simon, 1992)
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14. A teoria por
meio de um
processo
narrativo
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15. As propriedades da
narrativa podem ser
mapeadas nos diferentes
tipos de problemas
teóricos.
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16. É possível identificar várias
características de um texto
narrativo.
(Bruner, 1990; Barthes, 1977)
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17. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Características
Sequência no tempo Início, meio e fim. Tempo e sequência.
Ator(es) focal Protagonista. Personagens fornecem o fio
que amarra os eventos em um narrativa.
Voz narrativa A narrativa é algo que alguém diz. Reflete um
ponto de vista identificável.
Contexto Moral ou avaliativo Narrativas carregam significado e valor
cultural. O que é certo ou errado.
Outros indicadores Local, atributos de contexto, tempo.
Características de um texto narrativo
(ou discurso)
18. Podemos coletar dados narrativos a partir de:
membros da organização (Boje, 1991)
fontes publicadas (Martin, Feldman, Hatch, e Sitkin, 1983)
entrevistas (Brown, 1998)
bancos de dados eletrônicos (Pentland & Reuter, 1994)
registros históricos (Abbott & Hrycak, 1990)
projetos de estudantes (Sabherwal & Robey, 1993).
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19. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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A narrativa é um processo que
se constrói a posteriori, capaz
de gerar diferentes teias de
significados e diferentes
caminhos de interpretação
(Weick, 1995).
21. Estrutura Sequencial
Sequência de eventos é o núcleo da
estrutura narrativa;
Poderoso para generalizar dezenas de
estudos.
Problema: muito descritivo e limita
explicações porque exclui recursos
importantes da narrativa.
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22. Ator ou Atores Focal
Personagens amarram uma história e
trazem significado;
Os papeis definem quem faz o que e por
que;
Atenção: não podemos simplesmente
substituir um personagem: identidade é
relevante para cada história.
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23. Voz Narrativa
Histórias variam de acordo com quem está
fazendo a narração;
Pode analisar o poder a política de uma
organização;
Cada um imprime seu ponto de vista.
Atenção: silenciamento seletivo é uma
característica inevitável de uma narrativa.
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24. Contexto Analítico
Valores de um grupo cultural;
Analisar essa cultura é um exploração da
dimensão moral da narrativa;
Há versões positivas e negativas,
igualdade x desigualdade; segurança x
insegurança; controle x sua falta;
Atenção: histórias revelam como diferentes tipos
de organizações lidam com tensões.
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25. Outros indicadores
Sempre há outros indicadores na narrativa;
Características do ambiente físico;
Indicadores psicológicos e demográficos
dos participantes;
Estudo de caso de Eisenhardt (1999) é um
boa receita para saber como utilizá-los.
Atenção: esse tipo de informação não é
recolhida em um questionário.
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26. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Propriedades da Narrativa Indicações
Sequência Modelos de Eventos
Foco em ator(es) Papel, rede social e demografia
Voz Ponto de vista, relacionamentos sociais e
poder
Contexto Moral Valores culturais e assuntos (moral)
Outros indicadores Outros aspectos do contexto
Relação das propriedades da narrativa
para a Teoria Organizacional
27. A narrativa não apenas
reflete um processo,
mas ela o molda.
(Orr, 1995)
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28. As histórias dão sentido
aos acontecimentos,
ações e objetos em
nossa vida.
(Weick, 1995)
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29. ...quando são "mostradas as cordas",
sem jogá-lo nas cordas.
As histórias são um caminho seguro
para os recém-chegados...
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30. As histórias ajudam a
preservar a cultura
organizacional e podem
ser utilizadas como
ferramentas de
mudanças.
(Wilckins, 1984)
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31. Figuras
narrativas de
pensamento
reforçam a
importância da
narrativa
(Bruner, 1986; 1990)
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sensemaking
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Sensemaking
Revela a maneira pela qual as pessoas
interpretam, percebem situações e,
principalmente, como esse processo
acontece.
(Weick, 1995)
33. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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O Sensemaking é criado em
ambientes sensatos (Weick, 1995). Ou
seja, na vida organizacional as pessoas
geralmente produzem parte do
ambiente onde convivem. Esse aspecto
valida a visão de Berger e Luckmann
(2007) da construção social da
realidade.
34. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Assim...
O significado dos dados narrativos não
está apenas em sua riqueza, e
disponibilidade, mas por serem os
mesmos dados utilizados pelos
membros da organização para
tomada de decisões.
35. Na verdade, a nossa
capacidade de construir
responsabilidades de nossas
ações, com as ações dos
outros, é fundamental para as
relações sociais.
(Heritage, 1984; Orbuch, 1997).
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36. A narrativa é importante...
Mas qual seu papel na explicação?
Narrativas são histórias e histórias são
teorias de processos
(contém sequências de eventos).
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37. Narrativa incorpora sequência e tempo e é
adequada para o desenvolvimento de
teorias e explicações.
Segundo Abott (1990), a narrativa, no
sentido genérico de processo, pode criar um
paradigma alternativo, por meio de três
categorias:
1. Existência e classificação de padrões
2. Antecedentes e consequências
3. Padrões sequenciais
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38. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Antecendentes e Consequências
Trazem correlação dos fatos.
1. Como a composição do grupo afeta
o desempenho?
2. Características demográficas estão
ligadas aos resultados.
40. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Padrões sequênciais
Cadeia de eventos de antecedentes e
consequências.
Há várias técnicas descritivas para
testar sua existência: elas resumem os
sequências observadas.
Com isso, permitem base para
explicação teórica.
41. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Mecanismos de Geração e
Estrutura Profunda
Formas de classificar processos de uma
narrativa:
1. Ciclo de vida;
2. Teleológica (busca de objetivos);
3. Ecológico (variação e retenção seletiva)
4. Dialética (tese, antítese e síntese).
(Van de Ven e Poole, 1995)
42. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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O problema surge porque
estamos limitados às
observações superficiais,
mas nossas explicações
exigem identificarmos
estruturas mais profundas
(subjacentes).
43. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Níveis de estrutura na narrativa
44. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Os diferentes
pontos de vista...
45. Histórias ajudam a explicar os
relacionamentos entre eventos
em um processo ou em uma
narrativa.
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46. Nós não apenas
observamos eventos...
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os
focamos
...e criamos histórias
para explicá-los.
47. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Se identificamos uma
fábula, como poderemos
identificar seu mecanismo
gerador?
Como saber se o seu
motor está funcionando?
48. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Pentland sugere 3 respostas:
1. Olhar todos os aspectos da narrativa*;
2. Histórias são a melhor explicação;
3. Uma explicação é um processo de
teoria, uma hipótese sobre uma
sequência de acontecimentos.
49. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Abrir a caixa preta...
E dar uma olhada dentro.
(Lawrence, 1997)
50. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Conclusão
51. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Finaliza com três pontos chaves
1. Simplicidade, precisão e generalidade
na criação da teoria de processos;
2. Não existe uma receita pronta para a
narrativa;
3. Precisamos de estruturas profundas,
mas isso não encontraremos.
52. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Crítica à sua teoria
Não enxergar as estruturas mais
profundas do processo é uma das
críticas da teoria narrativa, no
pensamento estruturalista.
Mas defende, pois essa é uma posição fora de moda!
53. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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A mensagem final:
54. A Narrativa mostra o que
os olhos não veem
diretamente...
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55. Building Process Theory With Narrative: From Description to Explanation, Pentland (1999)
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Muito obrigado a todos!