A FAEMG comemora o Dia Internacional da Valorização do Queijo Produzido com Leite Cru com degustação de queijos de Minas Gerais e lançamento da Comissão Técnica do Queijo Minas Artesanal. O evento reuniu produtores de todas as regiões produtoras e teve como objetivo promover o queijo mineiro e debater soluções para desafios da atividade.
1. FAEMGISENAR
Ano3-Número18-abril2016
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais 7 Serviço Nacional de Aprendizagem Rural AR-MG
fama
merecida
nSENARprepara
cafeicultores
competitivos
nPalmaforrageira
chegaao
semiárido
nMangaelimão
doJaíbaparaa
Europa
nAsvantagens
doprojetoABC
Cerrado
Fotos: Ignácio Costa
queijo minas artesanal
4. 4
FAEMGcomemoraadata
internacionalcomaposse
daComissãoTécnicade
QueijoMinasArtesanal
daFAEMGeadegustação
deprodutosdetodasas
regiões,comapresençade
compradores,consumidores
eespecialistas.
DiadoQueijoO Dia Internacional da Valoriza-
ção do Queijo Produzido com Leite
Cru foi comemorado pelo Sistema
FAEMG com grande degustação de
queijos das sete microrregiões pro-
dutoras – Araxá, Campo das Ver-
tentes, Canastra, Cerrado, Serra do
Salitre, Serro e Triângulo Mineiro – e
informações sobre características e
história de cada um deles.
Adatacomemorativafoitambém
oportunidade para o lançamento da
Comissão Técnica do Queijo Minas
Artesanal da FAEMG, com repre-
sentantes de todas as regiões. Além
de promover o produto no Brasil e
no exterior, outro objetivo é reu-
nir o setor produtivo para debater
os principais desafios e soluções. O
maior entrave a ser vencido atual-
mente é a necessidade de revisão da
legislação, que dificulta sua compe-
titividade e a comercialização em
outros estados.
Fotos:IgnácioCosta
Representantes de todas as regiões
participaram do evento e trouxeram
queijos para o público degustar
5. FAEMG | SENAR 5
Quemtrouxequeijos
paraseremdegustados
AlexandreHonorato-Araxá
CalimérioAntônioGuimarães-Araxá
EduardoJosédeMelo-Serro
GeraldoBrandão-Cerrado
JoãoCarlosCarvalho-CampodasVertentes
JoãoJosédeMelo-SerradoSalitre
JoaquimSeverinoNeto-Triângulo
JorgeBrandãoSimões-Serro
JoséCélioClementino-Serro
JoséEustáquioJordão-Triângulo
JoséRaimundoBatista-Cerrado
MarianaResende-CampodasVertentes
PauloHenriqueMatos-Canastra
TúlioMadureira-Serro
WanderEvangelistaCarvalho-Canastra
WellingtonCarlosVieira-Cerrado
O queijo minas artesanal tem
classificação do tipo ‘massa pren-
sada não cozida e casca natural’. Al-
guns fatores são decisivos para sua
unicidade, como o terroir (espaço
físico em que se desenvolve um co-
nhecimento coletivo ligado à ter-
ra), clima ameno, altitude elevada,
pastos nativos, águas serranas e o
uso de leite integral de vaca, fresco
e cru. Muitos especialistas, porém,
admitem que o segredo da iguaria
tem origem na secular mistura do
‘pingo’, fermento lático caseiro re-
tirado da produção queijeira do dia
anterior.
A produção artesanal mantém as
mesmas características desde o sé-
culo XVIII, usando mão de obra fa-
miliar, não permitindo a produção
em alta escala, nem com leite pas-
teurizado. Além de valorizar a iden-
tidade sociocultural do estado, a ati-
vidade é a principal fonte de renda
de 30 mil pequenos produtores, em
600 municípios mineiros.
Diferencial
mineiro
Em16deabril,oDiadaValorizaçãodoQueijo
FeitocomLeiteCruécomemoradocomcentenas
deeventosrealizadosporparceirosemtodoo
mundo.Adatacomemorativafoicriadaem2015
pelaONGnorte-americanaOldwaysCheesepara
promoveressesprodutosedivulgarinformações
aosconsumidores.
Adata
“Énossaprimeiracomissãotécnicadeum
produtomaisacabadodoagronegócio,
devaloragregado.Esperamoscontribuir
paramelhororganizaçãodacadeia
produtiva,avançandonodebateeno
encaminhamentodesoluções,para
fortalecerosprodutoresevalorizarum
produtoquejátemhistóriaetradição
mundoafora”.
RobertoSimões
PresidentedoSistemaFAEMG
“Oeventofoiimportante,sobretudo
comooportunidadedereunirmosa
cadeiaprodutiva.Ouvimosdosmembros
daComissãoqueestafoiaprimeiravez
emqueseencontraramemummesmo
ambienteprodutoresdetodasasregiões,
pensandojuntosestratégiaspara
desenvolveremaatividade”.
RodrigoAlvim
DiretordaFAEMGepresidentedaComissãode
PecuáriadeLeitedaCNA
Entendemoscomoessencialao
fortalecimentodoqueijoartesanalas
parcerias,oenvolvimentodeentidadesde
classeeaorganizaçãodosprodutoresem
associaçõeseespaçosdedebate.Acriação,
porumaentidadefortecomoaFAEMG,de
umacomissãotécnicaparatrabalhara
favordoqueijofoiumadecisãoacertada
equemuitocontribuiránapromoçãoe
desenvolvimentodaatividade.
ElmerdeAlmeida
CoordenadordoProgramaQueijoMinasArtesanal,da
Emater-MG
“Precisamos de um esforço de
marketing coletivo, trabalhando a
valorização das regiões, as indicações
geográficas, rotulagem e selos de
origem, para consolidar o espaço de
nossos queijos e alcançar consumidores
em todo o mundo”.
JoãoCruz
SecretárioestadualdeAgricultura,Pecuáriae
Abastecimento
7. Qual é a função da Comissão Técnica
do Queijo Minas Artesanal?
AComissãonãotemconotação
comercial,portantonãotemoobjetivo
devalorizarestaouaquelamarca.
Oquequeremoséfortaleceraluta
dosprodutoresruraispelarevisão
dalegislaçãoespecíficadoqueijo
minasartesanal,pelasanidadedo
rebanho,peloapoiolaboratoriale
pelaimplantaçãodoSISBI(Sistema
BrasileirodeInspeção)quefacilitaráo
comérciointerestadual.
Por que se fez necessária a criação da
Comissão?
AComissãofoicriadaparadiscutir
osproblemasdasregiõesprodutoras.
Emminashátrintamilprodutores
dequeijoartesanalfeitocomleite
cru,segundoaEmater.Emgeral,são
microepequenosempresáriosque
precisamdeapoioparacontinuar
produzindo.Alémdisso,éum
produtogenuinamentemineiro,de
granderepresentatividadeculturale
econômicaparaoestado.Aprodução
fortaleceafamíliaecriacondiçõespara
queelapermaneçanocampo.
Como você recebeu o convite para
presidir a Comissão?
Comalegriaeconsciênciadaminha
responsabilidade.Sintocomose
fosseumreconhecimentopelomeu
trabalhoeminhadedicaçãoaoqueijo.
Agradeçoàspessoasqueconfiaram
emmim,eaoSistemaFAEMG,a
oportunidade.
Quais são os principais gargalos do
setor?
Sãomuitos.Masachoquedevemos
priorizaraçõesdemídiaqueajudemo
consumidoradiscerniraqualidadedo
produto,suascaracterísticas,sabersua
origemeidentificaraquelesquenão
têmconfiabilidade.
Tambéméprecisofazerajustes
nalegislação.Atualmente,osqueijos
artesanaisestãosubmetidosao
RISPOA(RegulamentodeInspeção
IndustrialeSanitáriadeProdutos
deOrigemAnimal),de1952.Há
anecessidadedeoutromarco
regulatórioatualizado,queleveem
contaasparticularidadesdosmicroe
pequenosprodutoresrurais.Existem
exigênciasestruturaisfeitasaos
grandesprodutoresquenãocabemna
searadoqueijoartesanal.
Outro problema é que os
laboratórios que fazem as análises
microbiológicas ficam distantes dos
locais de produção. Facilitaria muito
se fossem regionalizados em nosso
estado. E ainda podemos citar a falta
de investimentos em pesquisas sobre
o tempo de maturação do queijo
(o período aceito pela legislação
estadual, hoje, é de 17 a 22 dias). Mas
penso que este tempo poderia ser
reduzido, uma vez que o consumidor
prefere os queijos de textura macia.
Sem falar na burocracia: é muito
difícil tirar uma simples nota fiscal
quando efetuamos uma venda para
outro estado.
O que pode ser feito para
restabelecer a inscrição dos
queijeiros mineiros no SISBI?
Vamos reunir forças e, com o apoio
da FAEMG, reivindicar que o estado
cumpra as metas pactuadas com
o governo federal para que nossas
agroindústrias possam comercializar
para fora do estado.
FAEMG | SENAR 7
Entrevista | EduardoMelo
Eduardo Melo, presidente da Co-
missão Técnica do Queijo Artesanal
da FAEMG, diz que a criação do grupo
detrabalhoéumaoportunidadepara
osprodutoresdequeijoenfrentarem,
conjuntamente, os gargalos do setor.
“Pensando juntos será possível me-
lhorar as condições de trabalho, mer-
cado e valorizar ainda mais o produ-
to. O queijo ainda está sendo desco-
berto.Muitagentenãosabe,mastem
iguarias feitas por aqui, melhores do
que as produzidas na França e outros
países da Europa. Vou trabalhar para
melhorarestadivulgação”.
PresidentedaComissão
Técnicaquerpriorizara
divulgaçãodoprodutoe
suascaracterísticas
Descubram
o queijo Perfil
EduardoMelo,produtor
ruralnaFazendaVitória.
NaturaldoSerro,defamília
produtoradequeijos.A
tradiçãovemdesdeseu
bisavô.Gostamaisdefazer
queijodoquedesaborear.
“Pramim,éumaterapia.A
partirdestapaixão,investi
eestudeioassunto.Sou
pioneiroemmaturaçãode
queijonoSerro,processoque
agregavaloraoproduto”.
8. SERRA DO SALITRE
CERRADO
SERRO
CANASTRA
CAMPO DAS VERTENTES
ARAXÁ
TRIÂNGULO MINEIRO
8 www.sistemafaemg.org.br
dia do queijo
Regiões
produtoras
s queijos das áreas
produtoras têm
características
próprias, que
lhes asseguram
identidade regional,
em razão da altitude,
temperatura, tipo de solo,
pastagens e umidade do ar.
Esses aspectos favorecem
o desenvolvimento de
determinados micro-
organismos no processo
biológico de produção e
maturação, o que, valorizado
pelo fazer de cada região, dão
ao queijo minas artesanal a
identidade própria do local
de fabricação: Araxá, Campo
das Vertentes, Canastra,
Cerrado, Serra do Salitre,
Serro e Triângulo Mineiro.
O
TRIÂNGULOMINEIRO
Características
Consistência: semidura, com tendência
a macio.
Textura: compacta.
Cor: amarelo ouro, homogênea.
Crosta: fina, amarelada, sem trincas.
Formato: cilíndrico, de 12 a 15 cm de
diâmetro, de faces planas e bordas retas,
formando um ângulo vivo.
Peso: de 800 gr a 1,2 kg.
Odor e sabor: cheiro levemente ácido e
sabor suave, com ligeira acidez.
Principais municípios
produtores
Araguari, Cascalho Rico, Estrela do Sul,
Indianópolis, Monte Alegre de Minas,
Monte Carmelo, Nova Ponte, Romaria,
Tupaciguara e Uberlândia.
A sétima região produtora do queijo minas
artesanal foi reconhecida oficialmente
pelo IMA em março de 2014. Embora a
história dessa rica iguaria tenha origem
em tempos mais recentes em alguns
municípios da região (principalmente
devido à sua emancipação), o queijo minas
artesanal ali produzido tem padrão bem
definido e uma notoriedade que justifica a
caracterização do Triângulo Mineiro como
região produtora nos moldes tradicionais.
Ascaracterísticasdeclima,altitude,solo,
vegetaçãoeapráticadefabricaçãodos
municípiosgarantemcaracterísticas
sensoriaisdiferenciadasequemerecem
destaque.
9. FAEMG | SENAR 9
Características
Consistência: semidura, com tendência a
macia, de natureza manteigosa.
Textura: compacta.
Formato: cilíndrico.
Crosta: fina, resina amarela (no tipo
imperial), sem trincas.
Cor: branca amarelada.
Odor e sabor: ligeiramente ácidos, não
picantes e agradáveis.
Peso: 1 a 1,2 kg, com 15 a 17 cm de
diâmetro e altura de 4 a 6 cm.
SerradoSalitreéúnicomunicípiodaregião
produtoraefabricaqueijosdostipos
tradicional,meia-cura,imperial,temperado
ecurado.Anteriormenteomunicípio
integravaamicrorregiãoprodutoradoAlto
Paranaíba,mas,devidoàcaracterização
bastantediferenciadadoqueijoque
produz,conquistousuaemancipação.O
conjuntodefatoresclimáticos(altitude,
umidadedoaretemperatura),aliadoàs
pastagens,tratodorebanhoegenética,
permitemodesenvolvimentodebactériase
processosenzimáticosqueconferemosabor
amanteigadoeaaltaqualidadedoqueijo
SerradoSalitre.
Aregiãotempropriedadesclimáticasede
solomuitopeculiares.Alémdaaltitudemais
elevada,osoloregistraaltaconcentração
denitratodepotássio(salitre).Essemineral
temimportânciahistóricaparaaregião,que
tambémoaplicacomofertilizanteejáousou
comomatéria-primaparaaantigafabricação
localdepólvora.
Oqueijominasartesanaléoproduto
maisnobreproduzidoemSerradoSalitre.
Suahistóriavivenamemóriadeantigos
moradoresdaregiãoesuaimportânciaé
valorizadaemcadafamília,quebuscano
passadoamelhormaneiradefazeroqueijoe
oferece-locomorgulhoaosconsumidores.
SERRADOSALITRE CERRADO
(ALTOPARANAÍBA)
Características
Consistência: semidura, com tendência a
macia, de natureza manteigosa.
Textura: compacta.
Cor: branca amarelada.
Crosta: fina, amarelada, sem trincas.
Formato: cilíndrico, com altura de 4 a 6 cm
e diâmetro de 15 a 17 cm.
Peso: 1 a 1,2 kg.
Odor e sabor: ligeiramente ácidos, não
picantes, agradáveis.
Principais municípios
produtores
AbadiadosDourados,Arapuá,Carmo
doParanaíba,Coromandel,Cruzeiroda
Fortaleza,Guimarânia,Lagamar,Lagoa
Formosa,Matutina,PatosdeMinas,
Patrocínio,PresidenteOlegário,Rio
Paranaíba,SantaRosadaSerra,SãoGonçalo
doAbaeté,SãoGotardo,Tiros,Varjãode
MinaseVazante.
Privilegiadapelalocalizaçãopróximaa
grandescentrosprodutores,pelafertilidade
dosolo,grandequantidadedeáguaeclima
ameno,aregiãotemcondiçõesfavoráveisà
produçãodequeijo,comambientepropício
aodesenvolvimentodebactériastípicas,
quepromovemosaborcaracterísticotão
apreciadopelosconsumidores.
OAltoParanaíbatambémpreservamaneira
própriadefazerqueijos,daordenhadas
vacasàmaturação.Apesardavastaextensão
damicrorregião,osmunicípiosapresentam
particularidadesnaturais,socioculturaise
econômicascomuns,encontradassomente
nessaregiãodoCerrado.
SERRO
Características
Consistência: firme e levemente
quebradiça. Costuma ser um queijo mais
úmido que os demais.
Cor: branca amarelada.
Textura: compacta.
Crosta: fina e amarelada, sem trincas.
Sabor: brando, ligeiramente ácido.
Formato: cilíndrico, com 13 a 15 cm de
diâmetro e altura de 4 a 6 cm.
Peso: de 700 gr a 1 kg (o menor de todas
as regiões).
Principais municípios
produtores
Rio Vermelho, Serra Azul de Minas, Santo
Antônio do Itambé, Serro, Materlândia,
Sabinópolis, Alvorada de Minas, Dom
Joaquim, Conceição do Mato Dentro,
Paulistas e Coluna.
Osabordoqueijo‘Serro’éinconfundível,
sendoatribuídoaotiporegionalda
pastagemdogadoleiteiro,aoclimae
especialmenteaossegredosdaartede
produção.Atradiçãofoiintroduzidana
regiãopeloscolonizadoresportugueses,
queláchegaram embuscadediamantese
pedraspreciosas.
Nasfazendas,aqueijariaadaptouas
técnicasportuguesas,introduzindoatroca
docoagulantedoleite;enquantoométodo
portuguêsusavaextratodefloresebrotos
decardo,osprodutoreslocaispreferiram
umcoagulantedesenvolvidoapartirdo
estômagosecoesalgadodebezerroou
cabrito.
Atualmente,naregiãodoSerro,oqueijo
émaisdoqueumprodutoagroindustrial:
virouvaliosaherançafamiliar.Aartede
fazerumbomqueijotransformou-seem
obrigaçãoimpostapelatradiçãoeémotivo
deorgulhoregional.
Fotos: Ignácio Costa
10. 10 www.sistemafaemg.org.br
dia do queijo
CANASTRA
Características
Consistência: semidura, com tendência a
macia, de natureza manteigosa.
Textura: compacta.
Cor: branca amarelada
Crosta: fina, amarelada, sem trincas.
Formato: cilíndrico,comalturaentre4e6
cmediâmetrode15a17cm.
Peso: 1 a 1,2 kg.
Odor e sabor: ligeiramente ácidos, não
picantes e agradáveis.
Principais municípios
produtores
Bambuí,Delfinópolis,Medeiros,Piumhi,São
RoquedeMinas,TapiraíeVargemBonita.
Écomumnaregião,especialmenteemSão
RoquedeMinas,MedeiroseVargemBonita,
aproduçãodeumqueijodiferenciado,de
formatocilíndrico,comalturaentre7e8cm,
diâmetrode26a30cm,pesoentre5e7kg,
comadenominaçãode‘CanastraReal’ou
‘Canastrão’.Essetipodequeijoeraproduzido
antigamenteemocasiõesespeciais,como
visitasdobispocatólicooudeautoridadesda
capitaniaoudoImpério.
AregiãodaSerradaCanastraéamais
conhecidaprodutoradequeijominas
artesanaldoestado.Suasmontanhase
chapadõessãomarcasdeumanatureza
exuberante,comummicroclimaúnicoe
característico,cujoresultadoéumqueijo
diferenciado,desaborinconfundível.
CAMPODASVERTENTES
Características
Consistência: semidura, com tendência a
macia, porém firme.
Textura: fechada, podendo apresentar
algumas olhaduras irregulares.
Cor: amarelo-palha e coloração interna
branco a creme.
Crosta: fina.
Odor e sabor: pronunciados, levemente
ácidos, mas não picantes.
Formato: cilíndrico, com altura entre 5 e 7
cm e diâmetro entre 15 e 20 cm.
Peso: de 700 gr a 1 kg.
Principais municípios
produtores
Tiradentes, Nazareno, Ritápolis, São Tiago,
Barroso, Madre de Deus de Minas, Coronel
Xavier Chaves, Santa Cruz de Minas, Lagoa
Dourada, Carrancas, São João del-Rei,
Resende Costa, Conceição da Barra de
Minas, Prados e Piedade do Rio Grande.
Amicrorregiãofazpartedeumimportante
roteiroqueatraituristasdetodoopaíseque
temnoqueijominasartesanalimportante
referênciagastronômica.
Aproduçãosempresemantevefielaomodo
defazerqueijosdosprimeirosmoradores
daregião,quedescobriramnelaafontede
rendamaiordesuaproduçãodeleite.
ARAXÁ
Características
Consistência: semidura, com tendência a
macia, de natureza manteigosa.
Textura: compacta.
Cor: branca a creme, homogênea.
Crosta: fina, amarelada, sem trincas.
Formato: cilíndrico, de 4 a 7 cm de altura e
de 13 a 15 cm de diâmetro, de faces planas
e bordas retas, formando um ângulo vivo.
Peso: de 1 a 1,4 kg.
Odor e sabor: ácidos, agradáveis e não
picantes
Principais municípios
produtores
Araxá, Campos Altos, Conquista,
Ibiá, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha,
Sacramento, Santa Juliana, Tapira e
Uberaba.
Oqueijotradicionalmenteproduzido
emAraxá,hámaisdedoisséculos,usa
atécnicaintroduzidaporcolonizadores
portugueses.
Apartirdasprimeirasdécadasdoséculo
XX,oqueijo‘Araxá’,produzidonas
fazendas,passouasercomercializado
comtalintensidadequeseupoderde
trocaadquiriuvalorescorrespondentes
aodeumamoeda.
Afabricaçãodoqueijocontinuasendo
preservadanapráticaepelatradição
oral.Asmulheressãoasprincipais
responsáveispelaprodução,porque,
segundoatradiçãopopular,sãodelas
asmãosdetemperaturaelevada,as
habilidadesnaturaiseapaciência
indispensávelaotrabalho.Nosmesesde
inverno,mergulhamasmãosemágua
quenteparanãodeixaresfriaramassa
duranteopreparodoqueijo.
Curadooumaturado?
QuemexplicaadiferençaéoespecialistadaEmater-MG,ElmerdeAlmeida:
“Queijocuradoéaquelequesaiudafasederiscoaoconsumo,ejátem
seuprocessomicrobiológicoestabilizado.Queijomaturadoéaqueleque,
alémdecurado,estámaduro.Éumprocessoquevariadequeijopara
queijo,apartirdaobservaçãodosabor,dapicânciaedasuaqualidade”.
Fotos: Ignácio Costa
11. oportunidade
Os produtores mineiros estão
diante de uma oportunidade de au-
mentar a produtividade e a renda e
ainda proteger o meio ambiente: as
inscrições para o ABC Cerrado estão
abertas.Oprojetodifundeeincentiva
a adoção de práticas sustentáveis que
contribuam para reduzir a emissão
de gases de efeito estufa, oferecen-
do capacitação profissional gratuita
a produtores que atuem no bioma,
bem como financiamento subsidia-
doparaosinvestimentosnecessários.
Em Minas, ao longo de 2016, serão
oferecidas 1.200 vagas para cursos
sobre as tecnologias: recuperação de
pastagens degradadas, integração
lavoura-pecuária-floresta, plantio di-
reto e florestas plantadas. Os produ-
tores que fizerem o curso até junho
ainda têm a possibilidade de receber
assistência técnica gratuita para a
implantação da tecnologia escolhida.
Serão selecionadas 400 proprieda-
des, que receberão 18 visitas técnicas
aolongodeumanoemeio.
Demilson Carvalho Rodrigues,
pecuarista de corte de Arinos, é um
dos que já se inscreveram. A propos-
ta chamou sua atenção por oferecer
melhor rentabilidade numa mesma
área e foco na preservação ambien-
tal. Sua meta é implantar uma área
de integração lavoura-pecuária. Com
a iniciativa, espera estar em dia com
a legislação, ter ganhos financeiros e
contribuir para um mundo melhor.
“O que eu puder fazer para maximi-
zar minha produção e preservar a na-
tureza,voufazer”.
OqueéoABCCerrado?
É um desdobramento do Plano
Agricultura de Baixa Emissão de Car-
bono – o Plano ABC, criado para esti-
mular a participação dos produtores
do cerrado, bioma que ocupa 57% do
território mineiro. Coordenado pelo
Mapa e pela Embrapa, é executado
pelo SENAR MINAS. Ao INAES coube
fazer a seleção dos profissionais que
vãocapacitarosprodutoresrurais.
Preservar e lucrar
FAEMG | SENAR 11
Estamosfalandoda
oportunidadedeo
produtorteracesso
aconhecimentoe
assistênciatécnica
semnenhumcusto.O
que,aofinal,aindavai
proporcionarmaior
eficiênciaprodutiva”.
PierreVilela
superintendentedoINAES
ArquivoINAES
Comoparticipar
Oscursossãogratuitos,masasva-
gas são limitadas. Têm carga horária
de 56 horas, distribuídas em quatro
encontros que abordam os benefí-
cios produtivos, ambientais e econô-
micos das tecnologias; os principais
modelos e técnicas e o gerenciamen-
to da atividade agropecuária.
Podem participar produtores em
propriedades com até 70 módulos
fiscais.Aspropriedadecomaté4mó-
dulos devem ter número de empre-
gados formais superior ao de mão de
obra familiar ou renda bruta anual
superior a R$ 360 mil. As inscrições
devem ser feitas exclusivamente
pelo endereço eletrônico http://
www.senar.org.br/pre-inscricao-do
-processo-de-mobilizacao. É impor-
tante que o produtor informe quais
são as tecnologias em que ele tem
interesse.
Integração lavoura-pecuária-floresta é uma das tecnologias indicadas pelo ABC Cerrado
12. Sustentabilidade
questãodevontade
A falta ou o excesso de chuva são
problema tanto para o campo quanto
para a cidade. Para antecipar-se, insti-
tuições públicas e privadas se uniram
paradesenvolveroprojeto“Preservan-
do as Águas de Pedro Leopoldo”, que
visa a conscientizar produtores rurais
sobreaimportânciadereteráguasplu-
viaisemsuaspropriedades.
A ideia surgiu no Rotary Club Ca-
choeira e foi colocada em prática pelo
Sindicato dos Produtores Rurais e pela
prefeitura, com o apoio de cooperati-
vas, construtora, Codevasf, IMA, Ema-
ter,IEFeRuralminas.
Com a meta de construir 900 bar-
raginhas em 150 propriedades rurais,
e recuperar outras 120 já existentes,
ao longo de cinco anos, os trabalhos
começaram em 2013. Até o momen-
to, mais de 400 barraginhas foram
construídas em 57 propriedades. O
presidente do Sindicato, Marcelo de
Paula Pereira, conta que, apesar de não
implicar custos para o produtor, os
primeiros dois anos de projeto foram
difíceis.
“Os produtores não queriam, acha-
vam que estragaria os pastos. Não
acreditavamnosbenefíciosapontados
pelostécnicos.Masagora,quejátemos
barraginhas prontas e produtores sa-
tisfeitos, eles começam a mudar de
opinião”.
12 www.sistemafaemg.org.br
Marcelo Pereira faz questão de participar
da construção das barraginhas.
Rotariano, seu envolvimento com o projeto
começou antes de se tornar presidente do
Sindicato.
Ciara Albernaz
ArquivoSindicato
13. Comofunciona
Aconstruçãodasbarraginhasécus-
teada pela prefeitura e pelo Sindicato.
A marcação do local é feita por técni-
cos da Emater ou pelo próprio presi-
dente do Sindicato, que é engenheiro
agrônomo.
Segundo Marcelo, não há limite
de barraginhas por propriedade, mas
com o aumento da demanda, a cada
15 construídas, o produtor que tiver
condições paga por cinco. Os custos
se resumem à hora da carregadeira,
atualmenteemR$100.Asbarraginhas
são feitas com capacidade para 60 mil
litros de água, e ficam prontas em cer-
cadeumahoraemeia.
Eduardo Viana Bahia, 55 anos, re-
comenda a adesão. Produtor de milho
para silagem, diz que, além do custo
zero, foi bom ter um técnico orientan-
do sobre como respeitar a legislação
ambiental. Por meio do projeto, nove
barraginhas foram construídas na
propriedade dele: “Minhas terras são
pé de morro, então o problema de ero-
são é muito grande e as barraginhas
resolvem bem. Recomendo. A iniciati-
vaémuitobem-vinda”.
Incentivoparaquemjáfaz
O projeto animou os produtores
que há muito aplicam boas práticas
de conservação do solo, como Rogério
Naves Branco, 42 anos. Produtor de
leite e genética de leite, há mais de 20
anos ele utiliza técnicas como plantio
direto e integração lavoura-pecuária.
Em sua propriedade existem 31 barra-
ginhas, 11 construídas no ano passa-
do com recursos do “Preservando as
ÁguasdePedroLeopoldo”.
Oprojetofoiumestímuloamais.
Provavelmentesemaajudada
prefeituraedosindicatoeunão
teriafeitoasnovasbarraginhas.
Elascontribuírambastanteparaa
recuperaçãodasáreasdegradadas,
queerammuitas.Outravantagem
deinvestirnoconjuntodepráticas
deconservaçãoénãosofrerfalta
d’água.Enquantoaslagoase
açudesdaregiãosecaramoano
passado,nossalagoaprincipalnem
sequerbaixouovolume.Marcelo
étestemunhadotrabalhoque
temosfeitoedosresultadosque
conseguimos.Osindicatosempre
foifundamentalnissotudo”.
RogérioNavesBranco
Seaáguaficarnabarraginhaé
bom,seinfiltrarnosoloeabastecer
olençolfreático,ótimo.Seo
beneficiáriodessetrabalhoforeu
ouooutromaisadiantenãotem
importância.Issoéqueéobom
desseprojeto:fazeraspessoas
começaremacuidardoplaneta.
Alémdisso,vairesolveroutro
problema.Haviamuitaenxurradae
erosão,comasbarraginhasissovai
acabar.Ondeaáguacorrerdentro
dafazendaeuvousegurar”.
LeonardoNeriPereira
Outro incentivo à participação
dos produtores é a possibilidade de
receber pela água que ‘produzirem’.
Um projeto de lei prevendo a re-
muneração pelos serviços ambien-
tais prestados será encaminhado
à câmara de vereadores e tem ani-
mado os produtores a aderirem ao
projeto.
Leonardo Neri Pereira, 72 anos, é
um deles. Administrador da Fazen-
da Barreiro, pertencente à sua famí-
lia, quando perguntado sobre o que
produz nela, responde: “Sou produ-
tor de leite e agora vou ser produtor
de água!”.
Em fevereiro, 15 barraginhas fo-
ram construídas na propriedade. “O
ano passado a fazenda secou como
nunca vi antes. Por isso, fiz as barra-
ginhas e pretendo fazer mais. O que
puder segurar de água, eu vou”.
Próximopasso
FAEMG | SENAR 13
Fotos: Ciara Albernaz
14. Palma Forrageira
“Minas são muitas”, sentenciou
Guimarães Rosa. E são mesmo. A
diversidade é tanta que algumas
regiões do estado necessitam de
soluções totalmente distintas das
demais. Uma delas é a de clima se-
miárido. Considerada uma porção
nordestina no Sudeste, essa região
marcada pela caatinga tem duas es-
tações definidas: uma chuvosa, que
dura cerca de três meses, e outra
totalmente seca, que predomina o
resto do ano.
Nos 85 municípios inseridos nes-
sa área, é da rotina dos produtores
lutar contra os efeitos da seca, e este
ano não será diferente. A estiagem
consumiu pastagens, lavouras e
parte do rebanho; o milho está caro.
Diante de tantas dificuldades, na-
da mais lógico do que procurar em
lugares que enfrentam os mesmos
desafios formas de superá-los. Uma
das alternativas adotadas no semiá-
rido nordestino é a palma forragei-
ra – um cacto originário da América
Central, que tem 75% da proteína
bruta fornecida pela silagem de
milho.
Fonte tanto de alimento quanto
de água para o gado e para huma-
nos, é altamente resistente à seca.
Seu uso é recomendado como com-
plemento alimentar, compondo en-
tre 40% e 50% do volumoso.
A palma forrageira é velha co-
nhecida da população do semiárido,
mas comumente é plantada nas pio-
res faixas de terra da propriedade,
sem receber muita atenção. Porém,
cultivada com as técnicas corretas
pode alcançar boa produtividade e
ser excelente recurso para controle
da erosão em terrenos declivosos.
Para apresentar essa alternativa
aos pecuaristas mineiros o Sindica-
to dos Produtores Rurais de Araçuaí
(Siproara) promoverá entre 9 e 10 de
junho um simpósio sobre a palma
forrageira, com a participação do
engenheiro agrônomo Paulo Suas-
suna. Especialista na cactácea, ele
desenvolveu a tecnologia de cultivo
intensivo da palma aplicada em pe-
quenas propriedades rurais.
O evento, que será realizado em
parceria com o Sistema FAEMG, Se-
brae e a prefeitura municipal, pre-
tende apresentar técnicas de cultivo
intensivo e aplicações práticas da
planta, bem como maquinário para
facilitar o manejo.
A ideia de difundir a palma no se-
miárido mineiro surgiu no segundo
semestre do ano passado, quando o
presidente do sindicato, José Otoni
Alves Campos, trocou uma viagem
técnica aos Estados Unidos para co-
nhecer a produção de leite naquele
país pela participação no 4º Con-
gresso Brasileiro de Palma e Outras
Cactáceas, na Bahia.
Soluçãopara
osemiárido
14 www.sistemafaemg.org.br
Arquivo pessoal
16. 16 www.sistemafaemg.org.br
Acontece
Produtores mineiros em Brasília
Mais de 2,5 mil produtores rurais
mineiros participaram, em Brasília,
da manifestação de apoio ao impedi-
mento da presidente Dilma Rousseff.
Os manifestantes chegaram em 60
ônibus ao Distrito Federal. Vestidos
com a camisa e chapéu do movimen-
to Vamos Tirar o Brasil da Lama, mui-
tos levavam as bandeiras do Brasil e
deMinasGerais.
Em discurso no carro de som, o
presidente da FAEMG, Roberto Si-
mões, destacou a importância da pre-
sença dos produtores rurais: “Minas
Gerais não podia deixar de estar pre-
sente neste momento histórico. Nós
não podemos admitir a situação eco-
nômica e política como está. Somos
nós, os produtores, que sustentamos
estanação”.
Os mineiros se juntaram a cara-
vanas de produtores rurais de todos
os outros estados do país, lideradas
pela CNA. Os representantes do cam-
po, que chegaram ao Planalto em 300
ônibus, se destacaram na multidão
pró-impeachment pelo gigantesco
trator inflável com 10 metros de al-
tura, 35 metros de comprimento e 15
metros de largura, com as cores da
bandeiranacional
Para o presidente da CNA, João
Martins, a saída da presidente Dilma
Rousseffrepresentaráoiníciodeuma
“nova era para o Brasil, permitindo a
pacificação da sociedade, adoção de
mudanças na economia e das refor-
mas estruturais necessárias para re-
tirar o país do fundo do poço”. Após o
resultado da votação no parlamento,
a Confederação divulgou nota afir-
mando que “recebe a decisão da Câ-
mara dos Deputados consciente da
responsabilidade que terá no proces-
sodereconstruçãodoPaís”.
Luiz Henrique de Carvalho
18. 18 www.sistemafaemg.org.br
O programa Supergenética vai
proporcionar aumento de produ-
tividade e redução dos custos de
produção, com baixo investimento,
aos produtores de leite em Pompéu.
Lançado pelo Sindicato dos Produto-
res Rurais em outubro de 2014, tem o
objetivo de estimular a uniformiza-
ção do rebanho por meio do melho-
ramento genético.
“Omunicípioéumadasprincipais
bacias leiteiras do país e pode agregar
valor à produção investindo na qua-
lidade do gado. O rebanho aqui tem
grau de sangue de tudo quanto é jei-
to. É muito complicado tratar um ga-
do tão variado, cada um tem um sis-
tema de dieta. Não há como o produ-
torficarseparandoduas,trêsvacas.O
macete é padronizar o rebanho para
o manejo ficar mais fácil e diminuir
ocusto”,dizopresidentedaentidade,
Antônio Carlos Álvares.
A intenção do sindicato é expan-
dir o número de cabeças de ½ sangue
mediante o cruzamento de vacas
gir com touros holandeses. “Nossa
região é quente, indicada para um
rebanho ½ sangue. O choque san-
guíneo entre uma raça zebuína lei-
teira e uma raça europeia tem como
resultado animais mais produtivos,
com menor custo de produção, uma
vez que pode ir para o pasto, sair das
cocheiras”.
Oprojeto
Para garantir que produtores
de todos os portes sejam capazes
de investir nessa ideia, o sindicato
comprou doadoras e fechou parce-
ria com um veterinário para fazer a
coleta dos oócitos, a fertilização in
vitro (FIV) e o implante do embrião
nas vacas receptoras. Com o progra-
Quantomais
homogêneo,melhor
melhoramento genético
Arquivo Sindicato
CiaraAlbernaz
Primeiras bezerras nascidas por meio do projeto serão apresentadas na Superleite 2016
19. FAEMG | SENAR 19
“Ogadodosindicato
foiescolhidoadedo,
comcontroleoficial
feitopelaABCZ”
DanerCamposdeSousa
“Omaceteépadronizar
orebanhoparao
manejoficarmaisfácil
ediminuirocusto”
AntônioCarlosÁlvares
ma, o material genético da mãe não
tem custo e o pagamento da mão de
obra do veterinário cai a um terço
dos valores praticados no mercado.
O produtor fica responsável pelo sê-
men, cuja dose pode ser comprada
em parceria.
Investimento
A princípio o sindicato investiu R$
130 mil na aquisição de 10 vacas gir
com pedigree. “Sabemos que é difícil
para o pequeno e até para o médio
produtor investir em animais com
bagagem genética de alta qualidade.
Optamos pela compra de animais
com boas características genéticas
e de produtividade. O gado que nós
estamos fazendo não é para pista, é
para leite, então tem que ser bom de
produção. Conferimos a filiação e a
quantidade de leite por lactação. Não
compramos uma vaca com menos
de 7 mil quilos por lactação”.
Desde o início do projeto, 500 oó-
citos foram colhidos. As primeiras
bezerras já nasceram e devem ser
apresentadas na Superleite deste
ano. De acordo com o presidente do
sindicato, a participação no progra-
ma é um “investimento seguro que
proporciona melhor desempenho
produtivo, reprodutivo e econômi-
co”. Os produtores que participam do
programa fazem coro com ele.
Daner Campos de Sousa, 35 anos,
sócio da Fazenda Porto Pará junta-
mente com os irmãos Denis e Dê-
nia, já tem bezerras geradas pelo
Supergenática. “O gado do sindicato
foi escolhido a dedo, com controle
oficial feito pela ABCZ. Oferece uma
gama de matrizes que propicia diver-
sidade maior ao meu novo rebanho.
Já tenho experiência com gado F1 e
as bezerras nascidas do projeto são
muito boas. Não existe nenhum lu-
gar que tem o custo igual ao do pro-
grama. Não tem erro, as vantagens
são indiscutíveis”.
Ele está aproveitando a iniciativa
do sindicato para pôr em prática o
plano de reduzir o plantel sem di-
minuir a produção. Para produzir os
embriões, Daner diz que tem esco-
lhido touros holandeses da melhor
qualidade possível. “Não olho o pre-
ço. Estamos investindo no melhora-
mento do rebanho para aumentar
a produtividade e continuar com o
mesmo volume de produção, mas
com menos vacas. Nosso intuito é
ganhar dinheiro. Optamos pelo ga-
do F1 por ser mais rústico e ter uma
carga genética mais pesada, adequa-
do para o nosso clima, que é mais
quente”.
Outro produtor que tem se be-
neficiado com a iniciativa é Geraldo
Otacílio Cordeiro, 43 anos. Ele está
desenvolvendo genética para ofe-
recer ao mercado há mais de cinco
anos. Para tanto, além da produção
de leite, tem focado as atividades
da fazenda na transferência de em-
briões e produção de FIV em escala.
Uma de suas fontes para aspiração é
o rebanho do sindicato.
Ainiciativademostrarao
produtorqueessatecnologia
éeconomicamenteviávelé
exemplar.Orebanhodosindicato
temanimaisdealtaqualidade
genética,buscadosnomercado.
Eomelhoréqueaqualidade
semultiplicamuitorápido
comafertilizaçãoinvitro(FIV).
Enquantoumavacapormonta
naturalouporinseminação
artificialdáumacriaporanocom
aFIV,acada25-30diaspode-se
coletaroócitosdesseanimalpara
transformaremembrião.Tem
vacaquedáaté4embriõespor
coleta.Dooutrolado,osêmen
deumtouroholandêsdealta
qualidadecustaemtornode
R$400,00.Comumadosedápara
fazeraté15embriões”.
GeraldoOtacílioCordeiro
Fotos: Ciara Albernaz
20. 20 www.sistemafaemg.org.br
Fruticultura
MadeinJaíbaangas suculentas,
no ponto para con-
sumir, e limões de
sabor acentuado,
com forma e cor
que remetem à per-
feição saem do norte de Minas para
o deleite dos europeus. As remessas
são crescentes e têm potencial pa-
ra aumentar. Apenas em uma das
ações promocionais feitas no exte-
rioresteano–aparticipaçãonaFruit
Logistica (uma das maiores feiras do
mundo para negociação de produ-
tos frescos, realizada na Alemanha)
– a expectativa de novos contratos
para exportação das duas frutas ul-
trapassou R$ 2,6 milhões, de acordo
com dados da Abanorte (Associação
Central dos Fruticultores do Norte
de Minas).
As frutas são cultivadas em sete
municípios na região do Jaíba, em
um esforço que começou nos anos
2000. A intenção era fomentar a fru-
ticultura irrigada como indutora do
desenvolvimento econômico local.
Um dos que abraçaram a ideia foi
Dalton Londe Franco Filho, 48 anos.
Em 2002 ele abandonou a carreira
como executivo na Fiat para ser pro-
dutor. Investiu primeiro no cultivo
de banana, mas não teve sucesso.
“Perdi tudo. Tive que voltar para a
indústria automobilística. Fiquei
doisanos.Depoispasseiquatroanos
trabalhando na China, de onde vol-
tei a investir na fazenda do Jaíba”.
Na segunda tentativa escolheu a
mangapalmer.Deucerto:“Ademan-
da pela manga é maior que a oferta,
mesmo o mercado interno não está
tão ruim”. A produção atual chega a
1,5 mil toneladas/ano, um terço se-
gue para o mercado externo. Mas o
sucesso não veio fácil: “A exportação
é um trabalho muito pesado, não se
faz de um dia para outro. É preciso
ter certificações, a lavoura deve ser
preparada para esse fim. Também é
necessário um trabalho muito bom
de beneficiamento e processamen-
to das frutas. Existe risco, mas vale
a pena. Ganho em torno de 30% a
mais com as exportações”.
O negócio tem um potencial tão
bom, que ele investiu também no
limão e, nos próximos meses, já pre-
tende iniciar a exportação.
M
Arquivopessoal
“Mangaelimãosão
quasecommodities,
têmdemandamuito
grandeoanointeiro”
DaltonLondeFrancoFilho
Arquivo INAES
21. FAEMG | SENAR 21
Caminho
do sucesso
Por traz da prosperidade de Dal-
ton, Cláudio e outros exportadores
do Jaíba existe um esforço que vem
sendo feito há mais de 15 anos por
várias instituições. Uma delas é o
INAES (Instituto Antonio Ernesto
Salvo). Juntamente com o Sebrae, o
governomineiro,asuniversidadesde
Viçosa e Montes Claros e a Abanorte,
executou projetos para certificação
de propriedades, viabilidade logís-
tica e desenvolvimento de marca,
e faz o assessoramento técnico de
produtores.
OJaíbatemexcelentepotencialde
exportação;desenvolvê-lorequer
trabalhoeplanejamento.Estamos
nesseprojetoháanos.Trabalhamos
todososaspectos:daformaçãodos
pomaresatéacolocaçãodasfrutas
dentrodoscontêineres.Osprodutores
precisaramajustarseusprocessos
internoseinvestiramemtecnologiae
infraestrutura.Desenvolvemosuma
estratégiademarketing,criamosa
marcaRegiãodoJaíba,certificamos,
garantimosqualidade.Fizemos
umtrabalhodeconvencimentodos
produtoresparaqueseunissema
associaçõescomoformadeganhar
escalaeviabilizarapartedecomércio
exterior,poisomaisimportantepara
mantereexpandirmercadoégarantir
acontinuaçãodaofertacomamesma
qualidade.Fomosbem-sucedidos
commagaselimões,agoraestamos
trabalhandocomabananaprata”.
PierreVilela
SuperintendentedoINAES
Parceria com associações
é um facilitador para
quem quer exportar
O caminho inverso foi trilhado
por Cláudio Dykstra, 37 anos. Produ-
tor de limão há 6 anos, agora inves-
te na plantação de manga. O pomar
deve estar pronto em um ano para o
início das exportações.
Ele chegou ao Jaíba um pouco de-
pois de Dalton. Nascido no Paraná,
em uma família de produtores de so-
ja e milho, saiu pelo país em busca de
terras mais fartas. Em 2003, estava
de passagem por Minas quando sou-
be do incentivo do governo ao cul-
tivo de frutas irrigadas, encontrou
crédito facilitado e ficou. “No Paraná
faltava espaço, então precisei pro-
curar outra fonte de renda. Cheguei
a Minas sem intenção de ficar, mas,
quando soube do projeto no Jaíba,
decidi arriscar”.
Cláudio começou pelo cultivo de
banana caturra, destinada ao mer-
cado interno. Em 2010, passou a cul-
tivar limão e exportar. “Comecei o
pomar já com intenção de exportar.
Era a fruta do momento”. O negócio
prosperou com o apoio da Associa-
ção dos Produtores de Limão do Ja-
íba. Ele produz 100 mil caixas de 20
kg por ano. Cerca de 30% vão para o
exterior.“Valeapenaexportar,maso
negóciosóéviávelemparceriacoma
associação, que faz todo o beneficia-
mento da fruta e processo de venda”.
Rafael Motta
Arquivo INAES
22. 22 www.sistemafaemg.org.br
DeniseBueno,dePassos
Exaltar a necessidade de aumen-
tar a qualidade dos produtos não é
mais novidade no campo. As novas
exigências vão além do sabor - ho-
je o consumidor quer informações
sobre as condições ambientais, so-
ciais e econômicas de como foi pro-
duzido o alimento.
Essas novas exigências do mer-
cado comprador têm modificado a
vidademuitosprodutoresnosulde
Minas. Na região de Nova Resende,
o cafeicultor Geraldo Vieira Bueno
é um desses exemplos. Proprietário
das fazendas Cachoeirinha e Mor-
SENARoferececursosparaquecooperadosdaCooxupéatendamaexigênciasde
consumidoresquequeremqualidadealiadaàpreservaçãoambientalevidasaudável
Café
Produçãosustentável
“Depoisqueaceitamos
amudança,agente
nãoquerpararmais.
Seélei,élei.Para
produzircorretamente
éprecisocuidardo
meioambiente,dos
funcionários,do
imóveledanossa
saúde.”
GeraldoVieiraBueno
Rodrigo Diniz
23. FAEMG | SENAR 23
“Ficamos mais
experientes e
adquirimos mais
controle no manejo
de aplicação
de defensivos,
aprendemos a
monitorar pragas
e doenças. Com
as capacitações
começamos a
produzir com mais
precisão e a nossa
experiência contagia
amigos e vizinhos”
JoãoLuísTeixeira
ro Vermelho, ele cultiva café em 50
hectares. O produtor é um dos inte-
grantes do projeto Nescafé Plan da
Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicul-
tores em Guaxupé), que comercia-
liza café de qualidade superior para
torrefadoras que buscam a qualida-
de em consonância com a preserva-
çãodomeioambienteeaqualidade
de vida de seus trabalhadores.
Geraldo herdou a profissão do
pai. Com ele e em palestras apren-
deu boa parte do que sabe. Ele é
enfático ao afirmar que tudo muda
na propriedade quando se come-
ça a produzir seguindo as técnicas
corretas do manejo. “Depois que
aceitamos a mudança, a gente não
quer parar mais. Se é lei, é lei. Para
produzir corretamente é preciso
cuidar do meio ambiente, dos fun-
cionários, do imóvel e da nossa saú-
de. Tudo isso faz parte do projeto,
faz parte do novo”. Geraldo já parti-
cipou de 22 cursos do SENAR e afir-
ma que os treinamentos mudaram
o perfil da sua propriedade. “Quem
dera todos fizessem essa opção”.
Com 40 hectares de café em
produção e outros 10 em reforma,
ele aguarda o início da colheita em
maio. Ele trabalha com a variedade
Catuaí Amarelo e opta pelo método
do cereja descascado. Recentemen-
te, comercializou sacas de café a R$
704,00, o que o deixou realizado.
“Aumentei a minha produção e
melhorei a qualidade do café”. Se-
gundo Geraldo, a saca de qualidade
pode ser vendida 30% acima da mé-
dia comercializada no mercado. “É
compensador”.
Manejo
A experiência do produtor João
Luís Teixeira, em Itamogi, confirma
os relatos de Geraldo. Com quatro
cursos do SENAR, ele ressalta o que
mudou na sua atividade. “Ficamos
mais experientes e adquirimos
mais controle no manejo de apli-
cação de defensivos, aprendemos
a monitorar pragas e doenças. Eu
nasci no café. Aprendi com o meu
pai, com palestras e estudei um
pouco também, mas com as capaci-
tações começamos a produzir com
mais precisão e a nossa experiência
contagia amigos e vizinhos”.
João também é integrante do
Projeto Nescafé Plan, que abrange
uma área de 19 municípios do sul
de Minas e mantém 5.573 produto-
res inscritos. Somente na Cooxupé,
a demanda de torrefadoras por ca-
fés de qualidade superior motivou,
desde 2012, a capacitação de 3.000
pessoas. O produtor é enfático ao
afirmar que se não tiver conheci-
mento ele perde terreno para os
seus concorrentes. “Hoje a infor-
mação chega cada vez mais rápida.
O vizinho vê o seu trabalho e busca
saber o que você está fazendo. Não
pode perder tempo, senão fica para
trás”.
Com produtividade de 80 sacas
por hectare, João deve colher 2 mil
sacas das variedades Catuaí Amare-
lo e Mundo Novo.
RodrigoDiniz
24. 24 www.sistemafaemg.org.br
versal
O SENAR MINAS mantém convê-
nio com a Cooxupé há cinco anos pa-
ra a capacitação de seus cooperados.
Desde o primeiro convênio, efetivado
em 2011, foram realizados mais de
1.000 cursos na região de atuação da
cooperativa, o que resultou na capa-
citação de mais de 12 mil pessoas. Se-
gundo o gerente regional do SENAR
em Passos, Rodrigo de Castro Diniz,
os conteúdos dos cursos foram ade-
quadosparaatenderànecessidadede
cadaregiãoedacooperativa.
Entreessasnecessidadesseenqua-
dram os cursos de aperfeiçoamento
para o Nescafé Plan, que abrangem
a administração rural, manejo inte-
grado de pragas e doenças, reflores-
tamento, uso racional da água, apli-
cação de agrotóxicos e saneamento
básicorural.
Tendência
Segundo o gerente de responsabi-
lidade socioambiental da Cooxupé,
Alexandre Monteiro, esses quesitos
são essenciais para que as torrefado-
ras comprem o produto brasileiro.
“Estaéumademandadoconsumidor
final que busca um produto de quali-
dade, que tenha sido produzido com
responsabilidade social e ambien-
tal. Não é um modismo, mas uma
tendência que veio para ficar”. Para
Alexandre, as parcerias para o desen-
volvimento desse processo são fun-
damentais, pois seria impossível para
a Cooxupé capacitar todos os interes-
sados no projeto. “O SENAR é nosso
parceiro nesse processo porque tem
a metodologia e a linguagem adequa-
das para falar com o homem do cam-
po. Elas transmitem de forma correta
e fazem com que o produtor aplique
os conhecimentos efetivamente em
suapropriedade”.
“Num futuro próximo vai estar no
mercado quem mantiver uma pro-
dução sustentável”, afirma o técnico
agrícola da Cooxupé, Alexandre Hen-
rique da Silva Felis. Segundo ele, as
capacitaçõesdoscafeicultoressãoim-
portantes não somente para a venda
de cafés finos, mas para a garantia de
mercado para os produtores. Alexan-
dre ainda ressalta que a capacitação
é um processo lento, mas contínuo, e
quetrazexcelentesresultados.
Senar e Cooxupé:
juntos há cinco anos
ACooxupéintegraoPrograma
Café+FortedoSISTEMAFAEMG
desde2012,atuandoem13
municípiosdaregião.OProgra-
marealizaatransferênciade
tecnologianasáreasdegestãoe
custos,aumentandoacapacidade
degerenciamentodocafeicultor.
Pormeiodemetodologiaprópria,
oProgramaCafé+Fortetraduz
asanotaçõesdosprodutoresem
indicadoresdeprodutividadee
rentabilidade.Oobjetivoécalcu-
laroscustosedeterminarosga-
nhosdaatividade,talhãoatalhão,
dentrodapropriedade.Durante
odesenvolvimentodoPrograma,
oprodutor-juntamentecomo
técnicodaCooxupé-desenvolve
habilidadesdegestãoestratégica,
gestãoderiscoseplanejamento
amédioelongoprazo,possibili-
tandomelhoriasprodutivasede
competitividade.
café
Curso de operação e manutenção de tratores
Arquivo Senar Minas
25. FAEMG | SENAR 25
Goiaba
NathalieGuimarães,deViçosa
OprodutorDaltonAlvesdeQueiroz
iniciou a fruticultura em Paula Cân-
dido com a proposta de diversificar a
produção de café e leite no município.
No entanto, quando as goiabeiras co-
meçaram a dar frutos, ele esbarrou na
seguintequestão:“venderparaqueme
para onde?”. Começou comercializan-
do as frutas na região, mas o desper-
dício era grande. Ao perceber que não
havia escoamento, identificou uma
alternativa e implementou um novo
negócio:afábricadepolpas.
“Umgrupodeprodutoressereuniu
para diversificar a produção. Optamos
pelagoiabaebuscamosmudasnointe-
rior de São Paulo. Quando começamos
a produzir, todo mundo saía de carro
oferecendoafrutanaregião.Comuma
mesinha e uma balança vendi goiaba
narua”,conta.
No entanto, sempre sobravam fru-
tas maduras, que eram dadas aos be-
zerrosouviravamdoces.Asoluçãoveio
quandoDaltondecidiufazerpolpaspa-
ravenderparaasprefeiturasefornecer
nas escolas por meio do Programa de
AquisiçãodeAlimentos(PAA)edoPro-
grama Nacional de Alimentação Esco-
lar (Pnae). A pequena fábrica surgiu há
quatroanosnoSítiodaOnça.
SIF
No entanto, para concretizar esse
projeto, foi preciso obter o Selo de Ins-
peção Federal (SIF) e fazer adequações
como reforma e aquisição de maqui-
nários e câmara fria. Desde o início,
Dalton buscou ajuda junto à Emater e
àUniversidadeFederaldeViçosa(UFV),
onde recorreu a empresas juniores nas
áreas de Contabilidade e Alimentos,
por exemplo, para aprimorar o traba-
lhoeidentificarnovosmercados.
Nesse processo, a experiência ad-
quirida nos cursos do SENAR MINAS
tambémfoisignificativa.Eleparticipou
de cursos de empreendedorismo, ad-
ministração rural e de compotas e do-
ces, entre outros. Atualmente Dalton
também faz o Programa de Formação
de Novas Lideranças Rurais. “Fazendo
os cursos, percebi ainda mais a neces-
sidade de controlar tudo na fábrica, da
parte financeira à qualidade. Faço cur-
sosebuscoparcerias.Tudoissomeaju-
daaadquiriressanovavisão.”
Crescimento
Mesmo satisfeito com o negócio,
Dalton sentiu a necessidade de diver-
sificar. Além da goiaba, passou a pro-
duzirpolpasdemaracujáeabacaxi.Os
produtos, hoje com a marca Dalfrut,
são entregues para cerca de 15 escolas
de Dores do Turvo, Paula Cândido e
Viçosa. Dalton também já distribuiu
as polpas em escolas de Presidente
Bernardes e São Geraldo. A produção,
segundo ele, chega a 300 quilos por
mês. Além de Dalton, o filho e quatro
funcionáriosajudamnotrabalho.
Após um período de investimen-
tos, o momento agora é de avaliação.
Para Dalton, houve entraves, mas é
preciso ter persistência. “Tem que sa-
be o que você quer e estar disposto a
correr atrás. Se não tiver persistência,
não vai a lugar nenhum porque há
muito obstáculo, muita burocracia.
Procurar orientação e capacitação
tambéméfundamental”.
Sem desperdício
ProdutorinvesteempequenaindústriaetransformafrutasempolpasemPaulaCândido
Fazendooscursos,
percebiaindamais
anecessidadede
controlartudona
fábrica,daparte
financeiraàqualidade.
Façocursosebusco
parcerias.Tudoissome
ajudaaadquiriressa
novavisão.”
DaltonAlvesdeQueiroz
Fotos:NathalieGuimarães
26. 26 www.sistemafaemg.org.br
Sindicatos
Uma das novidades foi
a 56ª Exposição do Cavalo
Mangalarga Marchador,
commaisde200animaisde
diversos estados do Brasil. O
título de Grande Campeão
Adulto da raça e Campeão
dos Campeões em marcha
ficou com ‘Radical da Serie-
ma’,deDanielBorja,deJabo-
ticatubas. Já a Grande Cam-
peã Fêmea Adulta foi para
‘Quixote Vitória’, de Jorge
FerreiradaSilva,deItu(SP).
O Programa Pró-Gené-
tica foi destaque no evento,
teve bom volume de ne-
gócios com a venda de 11
exemplares da raça nelore,
3 tabapuã e 1 senepol, média
deR$7milporanimal.
“A cada dia o produtor
compreende que é preciso
investir em animais de qua-
lidade, para ter lucro mais
significativo. Um animal
certificado deixa na pro-
priedade 40 bezerros, com a
vendadeseteanimaisépos-
sível pagar o investimento
desse PO, o resto é lucro”,
explica Rafael Resende de
Oliveira, assessor de Provas
ZootécnicasdaABCZ.
Uberlândia |OsdestaquesdaFEMEC
A 5ª Femec (Feira do Agronegócio do Estado de Mi-
nas Gerais), promovida pelo Sindicato dos Produtores
RuraisdeUberlândia,recebeumaisde40milvisitantes
no Parque de Exposições Camaru. O evento apresen-
tou os principais lançamentos do setor de máquinas,
equipamentos, implementos e insumos agrícolas. O
presidente do Sistema FAEMG, Roberto Simões, presti-
giouafeira.“AFemecéfundamentalparaessaregião.A
feira de máquinas agrícolas é o elo que faltava ao nosso
estado”.
Competiçõese
máquinasgarantem
osucessodafeira
27. FAEMG | SENAR 27
Arcos|Investimento
O Centro de Eventos Chopão, do
Sindicato de Arcos, será reinaugura-
do em maio. A reforma, iniciada em
janeiro, foi orçada em R$ 110 mil. O
presidente José Alves Vilela expli-
ca que a construção, de cerca de 40
anos, estava com instalações elétri-
cas e hidráulicas comprometidas.
Além de abrigar eventos do próprio
sindicato, o espaço será alugado pa-
ra festas e cerimônias particulares.
“Comodinheiro,pretendemosrefor-
mar também a sede. O associado me-
rece mais funcionalidade, conforto e
segurança”. No ano passado, o sindi-
cato já havia reformado o parque de
exposições, com melhorias no tater-
sal e baias.
antes depois
Itajubá|Sindicatocomemora50anos
Durante a comemoração dos 50 anos de fundação do Sindicato de Itajubá, o assessor
especial da FAEMG, João Roberto Puliti, entregou placa para marcar a data ao presidente
Luiz Fernando Gaudino Braga.
Números
Este ano, as vendas e compras
chegaram a R$ 196 milhões, 30%
inferior a 2015, quando chegaram
aR$280milhões.
“Mesmo com a queda de ne-
gócios, os números foram muito
bons, levando-se em considera-
ção a grave crise da economia bra-
sileira. O Sindicato Rural tem feito
seu papel de fomentar negócios
e levar benefícios aos produtores
rurais”, comentou o presidente
do Sindicato Rural de Uberlândia,
ThiagoSoaresFonseca.
Outro destaque foi a Expoinel,
Exposição Especializada da Raça
Nelore, que teve 360 animais na
pista de julgamento. O Grande
Campeão foi o touro ‘Talento FIV
do Bony’, da Agropecuária Vila dos
Pinheiros, em Salto ( SP). O Reser-
vado Grande Campeão é ‘Nasik
FIV Perboni’, de Milton José de
Marchi, da Fazenda São Judas Ta-
deu,emMatrinchã(GO).
Fotos: Divulgação/FEMEC
Roberto Oliveira
Fotos:ArquivoSindicato
28. 28 www.sistemafaemg.org.br
Com o apoio do Sindicato de Go-
vernador Valadares e patrocínio do
Sistema Faemg, foi realizada na cida-
de uma palestra sobre o Plano ABC –
Agricultura de Baixa Emissão de Car-
bono. Quem falou foi o engenheiro
agrônomo e pesquisador da Embrapa
Milho e Sorgo, Ivênio Rubens. As dú-
vidas relacionaram-se, principalmen-
te, à adequação das tecnologias para
propriedades rurais menores. “Mui-
tos produtores também quiseram sa-
ber sobre o custo de implantação. Ou-
tros reconheceram a dificuldade de
alguns em aceitar mudanças em suas
atividades”. O evento foi realizado no
auditório da URRD (União Ruralista),
noParquedeExposições.
Apenas cinco meses após assumir
a presidência do sindicato, Marcos
FranciscodeOliveirareformouasede
e viabilizou a Feira do Produtor, em
parceria com a Emater. O evento, no
centro da cidade, conta com 40 bar-
racas onde são comercializados legu-
mes, frutas, ovos, hortaliças e quitu-
tes como pastéis, churrasquinhos e
doces. “Está um sucesso, com muita
gentecirculandoefazendocompras”.
Outrainiciativafoirestabelecerapar-
ceria com o SENAR para realização
de cursos de capacitação profissio-
nal. Cafeicultor há 30 anos, ele can-
didatou-se ao cargo por sugestão de
membros da antiga diretoria. Com
tantas benfeitorias, já conseguiu 30
novos associados. Agora, planeja
montar uma sala de prova para cafés
finos a fim de incentivar ainda mais
a produção de cafés de qualidade, na
região.
AAssembleiaOrdinária
deCláudiofoimovimentada
pelapresençadeum
representantedaAvivar
IndústriadeAlimentos,
quepropôsparceriacom
osprodutoresdaregião.
Odiretor-secretáriodo
sindicato,KléberSilva,
acreditaqueaproposta
daAvivar–quetrabalha
comcortescongeladose
resfriadosdeavesetem
sedenavizinhadeSão
SebastiãodoOeste–criará
novospostosdetrabalho.
Pelaproposta,osprodutores
receberãomatéria-prima
(pintinhos),assistência
técnica,ração,50%dovalor
gastoemmedicamentos
eacompragarantidados
frangos.Emtroca,oprodutor
deveconstruirumgalpão,se
responsabilizarpeloprojeto
ambientalepelamãode
obra,numinvestimentode
R$500mil.Osindicatoestá
preparadoparaoferecer
orientaçõeseassistência
técnica:“Apropostaé
vantajosa,comretorno
aproximadodeR$5milpor
mês”.
GovernadorValadares
PesquisadorfalasobrePlanoABC
CamposGeraisDinamismo
Cláudio
Proposta
vantajosa
sindicatos
Fotos: Arquivo Sindicato
29. FAEMG | SENAR 29
VivianeSantana,deUberaba
Animais tratados sem estresse,
brutalidade e grosseria se desenvol-
vem melhor, são mais precoces, me-
nos doentes e, consequentemente,
mais produtivos. É bom para o pecu-
arista e ainda mais valorizado pelos
consumidores, que estão cada vez
mais atentos aos processos produti-
vos. Este é o principal argumento do
instrutor Alexandre Stockler Bojikian
ao abrir o curso de Manejo Racional
e Bem-Estar Animal, treinamento
escolhido para iniciar a parceria en-
tre SENAR MINAS, Sindicato Rural de
Uberaba e ABCZ (Associação Brasilei-
radosCriadoresdeZebu).
A capacitação, realizada no final
de 2015, teve tamanha aceitação que
já chega à segunda turma, e outras
duas já estão confirmadas para este
ano.“Tínhamosapreocupaçãocomo
bem-estar animal, mas o nosso corpo
técnico não tem como atender a algu-
mas capacitações”, explica o Coorde-
nador do Colégio de Jurados da ABCZ,
MárioMárcioSouzadaCostaMoura.
“A parceria com o SENAR veio no
momento certo, principalmente pela
alta qualidade de seus treinamentos,
o que estimula as pessoas a participa-
rem das capacitações”, afirma Mário
Márcio. Para o presidente do Sindi-
cato de Uberaba, Romeu Borges de
Araujo Junior, a parceira traz diversos
benefícios: “Levamos mais conheci-
mentos aos trabalhadores e isso faz
com que o setor melhore seu nível e
continuesedesenvolvendocommais
eficiência; além disso, a união fortale-
ceasentidades”.
Parceria
Cuidados
na medida
O curso tem 40 horas, dividido em conteúdos teórico e prático
O curso do SENAR MINAS de Ma-
nejo Racional e Bem-Estar Animal
tem 40 horas. Entre os conteúdos es-
tão técnicas de manejo gentil, mane-
jo em diferentes categorias animais,
adequação das instalações para o
bem-estar animal e embarque e de-
sembarque dos bovinos.
Para quem atua na área e é adepto
do bem-estar animal, como o zootec-
nista José Edimar Galhardi Júnior, foi
o momento de aprimorar os conhe-
cimentos. “Gosto de trabalhar com
os animais de forma gentil, descobrir
novas técnicas”.
O vaqueiro Wellington de Bessa
Araújo também gostou do que viu.
“Nós vamos plantar essa sementi-
nha aos poucos. Com 20 anos de pro-
fissão não é fácil mudar. Agora é ter
perseverança para implantar as mu-
danças. Os produtores vão ter que se
adaptar, lá na frente vão perceber os
benefícios.”
Bem-estar animal
O presidente da ABCZ, Luiz
Cláudio Paranhos, disse que a
Associação sempre cuidou da
formação de qualidade dos pro-
fissionais que atuam na pecu-
ária. “Essa parceria representa
um salto no sucesso dessa mis-
são. Acreditamos que a união de
forças pode acelerar, ampliar e
contribuir para esse processo de
disseminaçãodeconhecimento.”
Mário Márcio conta que a
ABCZ possui um espaço para re-
ceber os cursos. “A Estância Ores-
tes Prata Tibery Jr. tem estrutura
moderna, com currais cobertos,
piquetes adaptados, local para vi-
deoconferências e aulas teóricas,
o que proporciona qualidade e
confortoaosparticipantes”.
Para o gerente do SENAR em
Uberaba, Flávio Silveira, a par-
ceria atende às demandas da
qualificação da mão de obra na
pecuária. “A atividade tem dado
saltos de produtividade com a
adoção de tecnologias inovado-
ras que exigem formação pro-
fissional constante e é isso que
procuramos oferecer nos nossos
treinamentos.”
Qualidade
ManejoRacionaleBem-EstarAnimal,cursoqueiniciou
aparceriaentreSENAR,ABCZeSindicatodeUberaba
Viviane Santana
30. 30 www.sistemafaemg.org.br
Um dos pilares do sucesso dos
cursos do SENAR MINAS é a relação
que a entidade mantém com seus
parceiros em todo o estado. Para
promover o diálogo constante e o
alinhamento das formas de traba-
lhar, o SENAR promove, há cinco
anos, o Encontro de Entidades Coo-
peradas, onde presidentes de enti-
dades parceiras (sindicatos, associa-
ções, cooperativas etc.) conversam
com o superintendente Antônio do
Carmo Neves e outros gestores da
entidade. O evento também contri-
bui para o planejamento de trabalho
para o ano seguinte, identificando
as demandas e necessidades de ca-
da entidade cooperada nas áreas de
Formação Profissional Rural (FPR) e
Promoção Social (PS).
Entrosamento
“O objetivo é estreitar a parceria
que já existe há mais de 20 anos. Es-
tamos todos voltados para atender às
necessidades das famílias do campo
e melhorar a qualidade de vida. O
trabalho só ocorre com excelência
quando instrutores, entidades par-
ceiras e SENAR estão entrosados,
quando há comprometimento”, ex-
plica o superintendente.
A quinta edição do encontro vai
abranger, até junho, as 10 regionais
do SENAR MINAS. Até o momento, os
escritórios de Lavras, Passos, Viçosa,
Montes Claros e Governador Vala-
dares já realizaram o evento, totali-
zando 319 participantes. Participam
do encontro o superintendente do
SENAR, o assessor de planejamento,
Celso Furtado Júnior, a assessora pe-
dagógica, Mírian Rocha, os gerentes
e as assistentes das respectivas re-
gionais. Os gerentes apresentam aos
participantes dados sobre os even-
tos programados e realizados, assim
como outras informações que auxi-
liam no planejamento da grade de
eventos do ano seguinte.
ENCONTROS REGIONAIS
Diálogo constante
Atéjunho,oSENARMINASpromoveráencontroscomasentidadescooperadas
emsuas10regionaisparaalinharotrabalhocomosparceiros
Antônio do Carmo Neves (de pé), durante o encontro em Lavras: mostra o crescimento do SENAR ao longo dos anos
Nosdebatesdesteanoganhoudes-
taque a proposta, que está em estudo,
da criação de uma Comissão Consul-
tiva formada por instrutores, mobili-
zadores, presidentes de sindicatos e
gestores do SENAR. A ideia é que esta
comissão tenha autonomia para dis-
cutir e propor, para que as normas do
SENAR MINAS facilitem a atuação das
entidades cooperadas e instrutores.
“Juntos podemos repensar nossa atu-
ação para que possamos apoiar com
mais intensidade a formação profis-
sional rural e a melhoria da qualidade
de vida das famílias rurais”, justificou
AntôniodoCarmoNeves.
Essa eficiência pode ser atestada
pelo certificado ISO 9001 para pres-
tação de serviços de promoção social
e de formação profissional rural para
trabalhadores rurais e suas famílias.
Ao abrir cada encontro, o superinten-
dentedestacoutambémocrescimen-
to do SENAR MINAS e a importância
do bom relacionamento com os par-
ceiros para que seja feito um trabalho
de excelência desde a gestão, na sede,
atéasaulas,emcampo.
Comissão Consultiva
LisaFávaro
32. MônicaSalomão,deSeteLagoas
Na Fazenda Turvo o galo nem co-
meçou a cantar, mas o casal Altina
e Rafael de Morais já está de pé colo-
cando as últimas caixas na carroce-
ria da caminhonete. O relógio marca
3h30 quando eles abrem a porteira
e iniciam o trajeto de Materlândia a
Sabinópolis, que totaliza 38 km. Há
18 anos, todas as sextas-feiras, esta
tem sido a rotina dos feirantes que já
ganharam fama no município da ma-
crorregiãodoRioDocepelaqualidade
dosprodutosquefabricam.Oscarros-
chefesãoalinguiça,vendidaaR$20,e
o requeijão, a R$ 21 o quilo. Por sema-
na, eles comercializam cerca de 30 kg
delinguiçae60kgderequeijão.
Mas a variedade não para por aí.
A aposentada Marília Simões, por
exemplo, é consumidora fiel da man-
teiga. “Toda semana venho à feira e
dou uma passadinha aqui. Os produ-
tos são de excelente qualidade, muito
saborosos”, atesta. Chouriço, mor-
cela, biscoitos, roscas e doces
variados completam a lista de
produtos vendidos na barra-
ca do casal. “Além de comprar
para consumo próprio, muitas
pessoas levam para presentear
parentes e amigos em Belo Hori-
zonte, São Paulo e até para os Estados
Unidos”,contaRafael.
“Algumas receitas aprendemos
com nossas famílias, mas a profis-
sionalização veio com os cursos do
SENAR”, diz Altina. Derivados do
Leite, Embutidos e Defumados, Fru-
tas Cristalizadas e Panificação são
algumas das capacitações feitas pelo
casal, que confessa já ter perdido a
conta de quantas participou. “Apren-
demos muito em todos os cursos; as
lições sobre higienização na fabrica-
ção e técnicas para aumentar a dura-
bilidade dos produtos foram muito
importantes. Antes a gente gastava
mais leite e tempo para fazer o re-
queijão”, cita Rafael ao se referir aos
ganhos trazidos com o treinamento.
As vendas na Feira de Sabinópolis
rendem ao casal aproximadamente
R$ 3.000,00 por mês.
Cursosajudamaaumentarovaloragregadodeprodutosvendidosnafeirasemanal
32 www.sistemafaemg.org.br
Docampoàmesa
Sabinópolis O casal Altina e Rafael participa da feira há 18 anos
Dos 40 produtores cadastrados junto à
Prefeitura e à Associação dos Feirantes, 60%
participaram de cursos do SENAR
Fotos:MônicaSalomão
33. FAEMG | SENAR 33
Roberta Pinho diz que os produtos
da feira são sempre a sua primeira es-
colha. “Toda sexta-feira chego entre 6
e 6h30 para comprar verduras e fru-
tas. Aqui encontro produtos orgâni-
cos, mercadorias frescas e quitandas
deboaqualidade”,elogia.
O administrador de empresas
Robson Pinho Tavares compartilha
a opinião. “Além de bons produtos,
acredito que a feira agrega valor para
o município. O clima é bom e sempre
encontramos um conhecido”, diz o
cliente de Maria da Conceição. “Os
doces dela fazem sucesso lá em casa e
toda vez que vou a BH minhas filhas
pedemparaeulevar.”
Atualmente, 40 produtores pos-
suem cadastro na Prefeitura e na As-
sociação Comunitária dos Feirantes e
Artesãos de Sabinópolis para comer-
cializar na feira os hortifrutigranjeiros
e produtos de artesanato que levam o
selo Delícias da Roça. Uma vez ao mês,
sempre na primeira segunda-feira, o
grupo se reúne na Secretaria de Agri-
cultura para levantar demandas e dis-
cutirpropostasdemelhorias.
DeacordocomEvadaSilvaVentura,
presidente da Associação há 16 anos e
membro do Conselho Municipal de
Desenvolvimento Rural Sustentável,
todasasdecisõessãotomadasemcon-
junto, de forma democrática. Ela diz
que 90% dos produtores têm na feira
sua principal fonte de renda. “Eu mes-
ma criei oito filhos com o que ganho
aquieincentivotodosaparticipar.”
Além da relevância econômica,
Roberta Aguiar Mourão de Pinho, se-
cretária Municipal de Agropecuária,
lembraqueafeiraexerceaindaumim-
portante papel social. “Este é também
um momento em que os feirantes e
os moradores do município se encon-
tram para bater papo, trocar experiên-
ciasesairumpoucodarotina.”
Dos produtores cadastrados, 60%
participaram de cursos promovidos
pelo SENAR MINAS em parceria com
o Sindicato dos Produtores Rurais de
Sabinópolis. Roberta Pinho afirma
que “pela realidade da maioria dessas
famílias, elas não teriam como parti-
cipardecursossenãofosseoSENAR.”
E reconhece: “Na maioria dos casos,
a pessoa tem conhecimento, mas
falta técnica. Além disso, ainda tem a
questãodoplanejamentoeasnoções
de organização do negócio que são
ensinadas.”
O presidente do Sindicato, Frank
Mourão Barroso, aponta os ganhos
trazidos com os treinamentos. “Com
os cursos, os produtores aprenderam
atrabalhardeformapadronizada,uti-
lizandorótuloscomasinformaçõese
com o prazo de validade do produto.
Isso, sem dúvida, agrega valor e au-
menta o interesse dos consumidores
que,cadavezmais,estãopreferindoa
feiraaossupermercados.”
Em 2015 foram realizados 15 cur-
sos no município, a maioria na área
de bovinocultura. Para o primeiro
quadrimestre deste ano, a previsão
é fechar com 10 e encerrar 2016 com
30 capacitações, diz a mobilizadora
Luciane Goebel. “Estamos trabalhan-
do para ampliar o número de cursos
oferecidos e atender a uma demanda
diversificada.”
Capacitação
A clientela
Delícias da Roça
Saber não ocupa lugar
Ao lado de Altina e Rafael, fica a
barraca de Maria da Conceição de
Souza,de78anos.NaFazendaAndaiá,
ela divide a casa com filhos, genro e
netos. O salário-mínimo da aposenta-
doria e a renda com a venda de doces,
quegiraemtornode R$1.000,00,aju-
damnosustentodafamília.
Doceira há mais de 40 anos, Ma-
ria lembra que no começo percorria
20 quilômetros a pé de Sabinópolis a
Guanhães para vender a produção da
semana. Em 1996, com a criação da
feira em seu município, encontrou a
oportunidade de que precisava para
“expandir os negócios”. Para fazer os
cálculos das despesas e da margem
de retorno que terá, a feirante diz que
utiliza as lições aprendidas no curso
de Administração Rural. “Admito, não
faço anotações. Mas depois do curso
passei a ter mais noção do que gasto e
doquelucro.”
Com o sorriso estampado no rosto,
ela diz que “saber não ocupa lugar” e
por isso participou também dos cur-
sosdeDoces,Conservas,Fruticulturae
Pintura em Tecidos. “Todos eles foram
muito bons e me ajudaram demais.
Quandoaspessoassabemquevocêfoi
capacitada e que aprendeu as técnicas
certas para fabricar os produtos, dão
maisvalor.Todomundoquerlevarpa-
racasaumalimentodequalidade.”
Maria da Conceição de Souza aprendeu a calcular as despesas e o lucro
de sua produção no curso de Administração Rural
34. 34 www.sistemafaemg.org.br
Aprimoramento
Segundo a Organização Mundial
de Saúde (OMS), a adolescência vai
dos 10 aos 19 anos; de acordo com o
Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), vai dos 12 aos 18. Independen-
temente da classificação adotada,
nessa fase intermediária o indivíduo
lida com mudanças físicas, sociais
e psicológicas que ele não entende
completamente – tampouco quem
convive com ele.
Isso traz insegurança, medo e,
muitas vezes, conflitos em casa e na
escola. Por isso, lidar com esse públi-
co exige conhecimento específico,
e foi o que o SENAR MINAS buscou
com a Jornada Pedagógica: Ensino
-Aprendizado de Jovens e Adolescen-
tes. A capacitação foi direcionada aos
instrutores da Formação Profissional
Rural (FPR) que lidam com essa faixa
etária nos programas especiais.
O objetivo geral do trabalho,
segundo a assessora Pedagógica,
Mírian Rocha, foi “alinhar com os
participantes conceitos, métodos e
técnicas de ação social e educativa,
visando à formação do jovem autô-
nomo como pessoa, solidário como
cidadão e competente na qualidade
de futuro profissional”. Participa-
ram 53 instrutores de diversas áre-
as que trabalham com jovens em
programas como Jovem no Campo,
Aprendizagem Rural e Formação por
Competência.
Entendimentoepresença
Os instrutores assistiram a pales-
tras e participaram de dinâmicas e
trabalhos em grupo, comandados
por Alfredo Gomes da Costa, pedago-
go, especialista em Recursos Huma-
nos e consultor na área de desenvol-
vimento social e ação educativa, e So-
lange Regina Pinto, pedagoga e edu-
cadora social com especialização na
educação de jovens em situação de
risco e instrutora de cursos do SENAR
“Como turbinar o potencial dos
jovens” foi o tema desenvolvido pe-
lo professor Alfredo, que apresen-
tou métodos e técnicas em quatro
Juventude decifrada
SENARMINAScapacitainstrutoresparalidarcomadolescentesejovens
Professor Alfredo Gomes (de pé): a presença do educador na vida do jovem faz toda a diferença
“Cadaadolescente
éúnicoeachaveé
conheceraforma
comoelepensa”
SolangeRegina,pedagoga
Fotos:JanainaRochido
35. FAEMG | SENAR 35
Os efeitos já começam a surgir:
Cláudia Beatriz Muros e Marco Antô-
nio Chaves participaram da jornada
pedagógica e já estão em campo com
o público-alvo. Cláudia atua nos pro-
gramas Jovem no Campo e Formação
por Competência com Bovinocultura
de Leite e Equideocultura, e Marco
Antônio atua no Jovem no Campo e
noscursosdeEquideocultura.
Para a veterinária Cláudia, a jor-
nada foi um divisor de águas em sua
atuação com os jovens: “Trabalhar
com eles é sempre motivador, porém
esse desafio diário necessita de bases
sólidas, como as amplamente expos-
tas durante a jornada, que possam
contribuir para o crescimento indivi-
dualdoparticipanteedoinstrutor.”
Ela considera que sua forma de se
comunicar com os jovens mudou e
destacaasapresentaçõesediscussões
sobre como manter a atenção desse
público. “O evento quebrou paradig-
mas, trazendo luz para dúvidas cor-
riqueiras, por exemplo, como trans-
formar o apelo tecnológico em algo
motivador. O jovem de hoje é muito
particular em sua forma de ver o
mundo e interagir com ele. Atrair sua
atenção requer muita flexibilidade e
disponibilidade”,avalia.
JáMarcoAntôniodizqueajornada
serviutambémparaqueeleseconhe-
cesse melhor por meio dos trabalhos
em grupo e da autocrítica. O evento,
queeledefinecomoum“marcorevo-
lucionário”,deuaeletécnicasparaen-
xergar o jovem e o adolescente como
pessoas que podem mudar suas pos-
turasnaeducação,nacondutaprofis-
sional e ética, e ressalta o “aprender
fazendo”, uma das características
mais fortes do ensino do SENAR MI-
NAS, como fator determinante no
processo.
“Após a jornada, passei a obser-
var o aluno mais atentamente, pre-
ocupando-me em trabalhar a baixa
autoestima individual ou do grupo,
criando assim desafios em relação à
qualidade e ao potencial dos grupos
formados no trabalho em equipe, pa-
ra que não haja competição desmoti-
vadora”, explica o instrutor, que atua
há13anoscomopúblicorural.
A teoria, na prática
Mais jornadas
Para Mírian Rocha, a jornada
superou as expectativas. “A re-
ceptividade dos instrutores da
FPR foi surpreendente”, avalia.
Ela conta que os participantes
relataram que o evento foi inten-
so, enriquecedor, e valorizaram
muito a troca de experiências,
alémdeconsideraremoaprendi-
zado relevante não só para a pro-
fissão,mastambémparaavida.
O SENAR deve promover mais
uma jornada, desta vez voltada
para instrutores de Promoção
Social que atuam com adoles-
centes nos cursos de saúde. “Será
um investimento que contribui-
rá muito para a qualidade dos
cursos”.
Cláudia com alunos da Fundação Roge que participaram do Programa
Formação por Competências, em 2013
campos: afetivo, racional, corporal e
espiritual (como reflexão da existên-
cia humana). O palestrante também
destacou a importância da pedagogia
da presença – ou seja, a presença do
educador na vida do estudante não
só com seu tempo, mas também afe-
tivamente, com seu interesse. Para o
especialista, o maior desafio dos ins-
trutores será alinhar sua atuação com
a dos “educadores familiares” (que
podem ou não ser os familiares) e dos
“educadores escolares” (professores,
diretores). “Sem esse alinhamento, o
jovemseconfunde”,resume.
Solange Regina Pinto, por sua vez,
dissecou o tema “Jovens e adolescen-
tes: como trabalhar com esse públi-
co?”, onde desenvolveu três pergun-
tas principais: o que é adolescência
(conceito); quem é o jovem do sécu-
lo XXI (pressões e conflitos sociais,
transtornos, influências, relações,
etc.); e como trabalhar com o jovem,
mostrando ferramentas do dia a dia
que podem ajudar o instrutor. So-
lange frisa que “cada adolescente é
único” e que isso depende de vários
fatores – com grande destaque para
o histórico familiar e sua interação
nesse ambiente.
Evandro Fiuza
36. 36 www.sistemafaemg.org.br
Com a modernização do agrone-
gócio e sua consolidação como um
dos pilares da economia brasileira, é
difícil ter sucesso sem uma visão em-
presarialdapropriedade.Percebendo
que muitos produtores desejavam
mais produtividade e profissionalis-
mo em seus negócios, o SENAR MI-
NAS criou o Programa Gestão com
Qualidade em Campo (GQC), que
busca atender às demandas dos que
desejam investir em gestão e quali-
dade em suas propriedades, ajudan-
do-osaplanejareacolocaremprática
ações que permitam reduzir custos
e buscar eficiência na condução do
negócio.
Entreocampoeacidade
Ivan Davanzo é advogado e em-
presário no setor da construção civil,
mas seu grande sonho sempre foi
a cafeicultura. Assim, depois de 20
anos em Belo Horizonte, ele mudou-
se com a família há dois anos para
Guapé, onde arrendou a Fazenda
Monjolinho. Ano passado ele colheu
900 sacas de café, sendo 150 de café
especial. A propriedade tem 83 mil
pés de café cultivados em 25 hectares
deplantação.
Mesmo já tendo trabalhado por
oito anos em uma exportadora de
café e tendo experiência em qualida-
de, bebida e comercialização do grão,
Ivan aceitou o convite para participar
do GQC em Varginha para aprender
ainda mais. E a impressão é a melhor
possível:“Jánoiníciodocursoeuper-
cebi que o programa é completo. Te-
nho certeza de que fará diferença na
minha empresa rural”. A expectativa
de Ivan para este ano é colher entre
1000e1200sacasdecafé.
GQC
Conhecimento
transformador
Programaquedáaoprodutorruralumavisãoempresarialsobreseu
negócioavançanatarefademostrarcomoprosperarnaárea
Lisa Fávaro
Para Ivan Davanzo, o GQC é um programa completo
37. FAEMG | SENAR 37
Só para elas
O GQC realizado em Martins Soa-
res, concluído em março deste ano,
teve uma característica especial: a
turma foi formada apenas por mu-
lheres do Núcleo de Mulheres da
Cooperativa dos Cafeicultores da Re-
gião de Lajinha (Coocafé). O grupo
buscava formação técnica, humana
e empreendedora e o GQC veio para
ajudá-las a planejar e implementar
ações para reduzir custos, aumentar
lucros e buscar eficiência no negócio.
O programa começou em outu-
bro de 2015. Aos poucos, o aprendi-
zado foi ganhando espaço dentro
da porteira e, agora, com o término,
a vontade é de continuar crescendo.
A agricultora Cinthia Regina Barreto
Dias Almeida, de 25 anos, e o mari-
do trabalham com cafeicultura. A
produção do Rancho Belo gira em
torno de 140 sacas de café por ano.
“Desde o primeiro encontro já co-
meçamos a colocar em prática o que
aprendemos.”
Cinthia ainda destacou que há pre-
conceito em relação às mulheres na
atividade. “Eu já mexia com a parte
administrativa e na venda do café e
agora tenho mais conhecimento pa-
ra argumentar com os compradores,
por exemplo. Há muito preconceito.
Por sermos mulheres, eles acham que
nãoentendemosdonegócio”.
Para a presidente do Núcleo de
Mulheres, Simone Aparecida Miran-
da Lourenço, o GQC mudou a visão
sobre a administração e serve de es-
tímulo à gestão com qualidade nas
propriedades cafeeiras. “Essas mu-
lheres que estão ao lado dos maridos,
ajudando na lavoura, na secagem do
café, precisam entender do negócio.
O programa ajudou esse processo
de conscientização e a mudança foi
grande na vida delas”, enfatizou.
Uma das preocupações das parti-
cipantes, segundo Isaac Malta Junior,
presidente do Sindicato de Produto-
res Rurais de Manhumirim, entida-
de parceira na realização do GQC em
Martins Soares, era compartilhar o
conhecimento e aplicá-lo na proprie-
dade. “Pais e maridos também parti-
ciparam e perceberam que o planeja-
mento era uma necessidade porque
eles estão gerenciando uma empresa.
Essas mulheres ganharam um olhar
mais crítico e mais profissional. O
GQC também é um estímulo para a
economiadaregião”,analisou.
O instrutor do programa na cida-
de,JoséHelenoHúngaro,destacadois
aspectos do GQC: “Se não tiver con-
troledegastos,fatalmenteoprodutor
vai fracassar na atividade. É preciso
conhecer o custo para saber eliminar
desperdícios. E, ao zelar pela quali-
dade, o cafeicultor tem um produto
de melhor aceitação no mercado”,
afirma. “Depois que o programa ter-
mina é que ele começa de fato. É uma
semente que nós plantamos e vamos
colher bons frutos. Foi uma turma
excelente, muito comprometida e
interessada.”
Gestão e qualidade
Aturmamaisrecente
doGQCiniciouoprograma
nacidadedeVazanteevai
atéagosto,comoinstrutor
BernardoFariadeBarros.
Comocontaogerente
regionaldoSENARemPatos
deMinas,SérgioCoelho,
estajáéasegundaturmano
município,emparceriacoma
AgênciadeDesenvolvimento
deVazante(ADVAZ).
“Ambosostrabalhos
contemplamumgrupo
organizadodeprodutoresde
leite.Estegrupo,inclusive,
estásendoatendidopelo
ProgramaBaldeCheioeo
GQCiráproporcionaraos
participantesmelhoriasno
processogerencialdesuas
propriedades”,explicaSérgio.
Ogerentetambémrevela
quehápossibilidadede
formarmaisduasturmasem
JoãoPinheiroaindanesteano.
“Osenvolvidosaindaestão
emfasedenegociação.”
GQC e
Balde Cheio
Dadosde2006a2015
196 turmas
1.885 propriedades
3.490
participantes
Oprogramacontacom80horas/aula
divididasemblocoscomatividades
teóricaseconsultoriasnaspropriedades.
Oseventossãorealizadosemparceriacom
entidadeslocais:sindicatosdosprodutores
ecooperativasdecrédito.
Mulheres da Coocafé aprendem a buscar eficiência nas propriedades
Cintia Matos
38. 38 www.sistemafaemg.org.br
Prêmio Ernesto Illy
DeuMinas
Minas dominou o 25º Prêmio Er-
nesto Illy de Qualidade do Café pa-
ra Espresso, edição 2015/2016. Nas
categorias nacional e regional, oito
cafeicultores mineiros foram premia-
dos, enquanto que o Distrito Federal,
Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Pa-
raná tiveram um vencedor cada. O
primeiro lugar nacional ficou com a
estreante Juliana Tytko Armelin, da
Fazenda Terra Alta, em Ibiá, no Alto
Paranaíba.Grávidade39semanas,ela
recebeu troféu, prêmio de R$ 70 mil e
quase teve a filha Helena no palco do
Teatro Cetip, em São Paulo, tamanha
a surpresa. “A gente não esperava. Foi
umaemoçãoindescritível”,disse.
Ela ganhou também o prêmio
da Regional Cerrado e representará
o Brasil no 1º Prêmio Internacional
Ernesto Illy, ainda este ano, em No-
va York. Laerte Pelosini Filho, de São
Paulo, ficou com o 2º lugar nacional
e a produtora Leda Castellani Lima,
de Monte Santo de Minas, no sul do
estado, com o 3º e também o 1º da Re-
gionalSul.
Minas também foi destaque na ca-
tegoria “fornecedor do ano”, na qual
o vencedor foi Décio Bruxel, do Cer-
rado Mineiro (ganhador da Medalha
do Mérito Rural 2015, categoria Pro-
dutor Rural, oferecida pelo Sistema
FAEMG). Na categoria “melhor classi-
ficador” venceu Luiz Evandro Ribeiro,
dosuldeMinas,vinculadoàCooxupé
(Cooperativa Regional de Cafeiculto-
resemGuaxupé).
Campeõesregionais
JulianaArmelin Cerrado
EduardoShiniti Chapadade
Yamaguchi Minas
RaimundoDimas
SantanaFilho MatasdeMinas
LêdaCastellani SuldeMinas
Vice-campeõesregionais
JorgeNobuhicoKiryu Cerrado
LuísManuelRamos Chapadade
Minas
AntônioBittencourt MatasdeMinas
MabelLimadeSouza SuldeMinas
JulianaArmelin–1ºlugarNacionale
1ºRegionalCerrado–Começouaplantar
caféem2010,juntocomomarido,obelo-
horizontinoPauloSiqueira.Elesadquiriram
aFazendaTerraAltaporterem“se
apaixonado”peloCerrado,pelaaltitudede
milmetrosacimadoníveldomaretambém
porserumapropriedade100%mecanizável.
Mas2015nãofoiumanofácil:asecaeas
altastemperaturascastigaram.Emvezdas
esperadas55sacas,colheramapenas38.
Osterreirossuspensos–queproporcionam
secagemmaislenta,melhorventilação
eausênciadedanomecânico–fizerama
diferença.Atualmente,elesexportamparao
Japão,Austrália,InglaterraeEstadosUnidos.
LêdaCastellaniLima–3ºlugar
Nacionale1ºlugarRegionalSul–
Em1973,elaeomaridoadquiriramuma
fazendaemMonteSantodeMinas,coma
intençãodeplantarcafé.Sóqueelemorreu
numacidentedecarro,mesesdepois.Lêda,
comduasfilhaspequenas–ArabelaeAna
Beatriz–iniciouaprodução.Agora,43anos
depois,eladizqueosprêmiossãoaprova
deque“tudovaleuapena”.Seudesejoé
alcançaraexcelêncianaproduçãodecafés
dequalidade.
Noprimeiroanode
fornecimentoparaa
illycaffè,JulianaArmelin
venceapremiação
máxima
Terreiros suspensos que proporcionam
secagem mais lenta do café
Arquivo pessoal
DivulgaçãoIllycaffè
39. Usaranúncioda
campanhacontraqueimadas
sistemafaemg.org.br
Cuidar da natureza é preservar a vida. Essa atitude começa com você. Por isso, não jogue guimbas, garrafas
ououtrosobjetosquepossamgerarfogoenemprovoquequeimadascontroladas.Alémdeprovocarmortes,a
queimadadeixaaterraimprodutivaecausaprejuízoseconômicos.
ÉOSISTEMAFAEMGEOSENARMINASCUIDANDODOMEIOAMBIENTEEPROMOVENDOVIDALONGAPARAOCAMPO.
NÃO QUEIME A VIDA.
40. Para mais informações:
www.semanainternacionaldocafe.com.br
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atrocínio Diamante Patrocínio BronzePatrocínio Prata Patrocínio Re:Verb
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Feira de produtos,
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Seminário DNA Café e
Fórum da Agricultura
Sustentável
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Coffee of the
Year 2016
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montar sua
cafeteria
21 a 23 de setembro de 2016
das 11h às 20h • Expominas • Belo Horizonte
conectados pelo café
Clayton Barrossa Monteiro, produtorRenato Gutierres, barista
Encontro de cafeicultores, torrefadores, classificadores, exportadores, compradores,
fornecedores, empresários, baristas, proprietários de cafeterias e apreciadores. O evento
acontece em Belo Horizonte e apresenta diversas ações como:
Fotografias:AlexiaSanti/CaféEditora