O poema descreve a situação de uma pessoa indigente que vive nas ruas, desprovida de quaisquer bens ou proteção contra o frio, ignorada pelos que passam. Apesar de cada um ter seus próprios problemas, é questionada a indiferença em relação aos que nada possuem.
2. Veja ali, dou outro lado da rua Alguém que incomoda todos, displicentemente Uma vida, desprovida e nua Um transeunte, ante o frio indiferente O corpo toma uma forma que atua Ou impera num negro tom indigente...
3. Veja, ninguém tem nada com isso Todos os demais nasceram longe desse lugar Afinal...Qual de nós será omisso? Se já temos tanta dívida para pagar? Podemos até pensar, e ter pena disso Por essa ponte, uma fila a desfilar.
4. Veja, há gente demais no mundo Mas muitos, com muitos direitos A relatar-se num segundo Num gosto qualquer, a ser desfeito E uma voracidade imerge fundo Estando longe de qualquer suspeito.
5. Veja, precisa-se de tanta coisa na vida Todos fazem jus, fazem valer o que se estancou Não se entende o mundo e essa fome contida Sem saber, onde esse plano falhou E numa divisão de soma subtraída Para muitos, o relento sobrou. [email_address]