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janeiro 89




                                                                            r,H


                                                                             ~.   ;

                                                                                  




Técnicas de   coleta, preservação e herborização de material botânico
                                                 tl'l;.Ji'JUJ[.[.




                                                         4          Instituto de Botânica
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                                             INSTITUTODE                  BOTÂNICA
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 Técnicas de             cOleta proservaçio'
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                              e herborização
                                                                                                   INSTITUTO de BOTANICA (São Paulo). Técnicas de
                         de material botânico                                                          coleta, preservação e herborização de material
                                                                                                       botânico. 1984.
                                                                                                       61 p., il. (Manual, n9 4)




                                                                                                         Bibliografia.

                                                                                                        1. Técnicas de coleta - Material botânico
                                                                                                  2. Herborização 3. Herbário - Organização
                                                                                                  I. FIDA[,GO, Oswaldo, coord. 11.BONONI, Vera.Lúcia
                                                                                                  Ramos, coord.
                                                                                                                                                                f"




                                                                                                                                              C.D.D.580.74202




                                                                                                  ~          INSTITUTO       DE BOTANICA
                                                                                                             Ca ixa Postal 4005
                    '"                                                                                       01000 . São Paulo, SP . Brasil

                                                 COORDENADORES
                                                 Oswaldo Fidalgo
                                                 Vera Lúcia Ramos Bononi


                                                                                                  Todas as artes finais das ilustrações foram executadas
                                                                                                  por Norga Maria Mascarenhas dos Santos baseadas em
                                                                                                  dados fornecidos sob a forma de objetos, desenhos origi·
                                                                                                  nais (Maria Aparecida de Paula e Maria deI Carmen Bos-
                                                                                                  que Martinezl.     impressos (Joaquim F. de Toledo} e cro-
                                                                                                  quis.
                                             S[CRETARIA 0[' AGRICUlIURA [ A8ASHCIM[NIO
                                             Cooroeneoone   da Pesquisa   de Becueos   NalUfais

     I   C   1-
             J                               INSTITUTO             DE BOTANICA


                                    MANUAL   N'? 4 - SAo PAULO -19B4
aI'
                                                                                                                                                                                                              1


 APRESENTAÇAO
                             CONTEÚDO

                                                  .                                        4                                                                                                                  I
                                                                                                                                                                                                              I




 INSTRUÇOES GERAIS.                                                                        5
   A. Materiais gerais para coleta                                                         5
    B. Materiais gerais para herborização              .                                   5
   C. Materiais para anotações.                                                            6
   D. Dados a serem anotados                                          .                    6


 1. ALGAS                                                                         .        1
    1.1. Introdução                                                               .        8
    1.2. Algas de águas continentais.        ,                                    .        8
    1.3. Algas marinhas bentônicas                                                .    11



2. FUNGOS E LfoUENS                                                                   14
   2.1. Introdução..            ..             .                                      15
   2.2. Fungos do ar                         .                                        16
   2.3. Fungos de águas continentais                                                  17
   2.4. Fungos de águas marinhas                        .                             20
   2.5. Fungos microscópicos    do solo e em substratos
        orgânicos                                       .                             22
   2.6. Fungos e líquens macroscópicos                  .                             24


3. BRIOFITAS                                                                      .   27
   3.1. Introdução                                                                .   28
   3.2. Técnicas                                                                  .   28


4. PTERIDOFITAS        E FANEROGAMAS                                                  31
   4.1. Introdução                         . .. .. ..          .. .. ..               32
   4.2. Pteridófitas   .. ............ .. ....                 . . . . . . . ..       33
   4.3. Fanerógamas     herbáceas. . . . . . . . . . .         . . . . . . . ..       34
   4.4. Fanerógamas     arbustivas. . . . . . . . . . .        . . . . . . . ..       36
   4.5. Fanerógamas     arbóreas . . . . . . . . . . . .       . . . . . . . ..       38
   4.6. Fanerógamas     suculentas ou volumosas                  . . . . . . ..       46
   4.7. Fanerógamas     aquáticas. . . . . . . . . . .         .......                48
                                                                                                                                                                                       APRESENTAÇAo


5. ORGANIZAÇAO          DE HERBARIO              .......•.......                      52
                                                                                                            Coleta, preservação e herborização de material botânico requerem metodologias especificas
                                                                                                   que, infelizmente, não se encontravam à disposição do nosso estudante de nlvel universltárto.
                                                                                                            Procurando preencher essa lacuna, idealizou-se o presente manual, com o objetivo de oferecer
6. FORMULAS       E MEIOS DE CULTURA                                                  56           as informações básicas indispensáveis.
                                                                                                            Não se pretende aqui descer a minúcias, particularizando técnicas muito especializadas e adota-
                                                                                                   das apenas para pequenos conjuntos de seres. Almeja-se, tão somente, divulgar aquelas de aplicação
                                                                                                   mais ampla.
7. LITERATURA        CITADA........                                                   61
                                                                                                            Na tentativa de apresentar a matéria de forma didática, levou-se em consideração para o melhor
                                                                                                   arranjo da matéria, não só, os grandes grupos de plantas, mas também, aspectos estruturais peculiares
                                                                                                   ou condições ambientais em que vivem, que impliquem no emprego de técnicas especiflcas.
8. BIBLIOGRAFIA        RECOMENDADA.                   . . . . . . . . . . . ..        62                    Complementando, considerou-se como fundamental a inclusão de um capitulo de fórmulas e
                                                                                                   meios de cultura, bem como, outro sobre normas gerais de organização de herbário.

                                                                                               3   4
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                                                                                                                                      prensa de madeira                          ou pasta de plantas
                                                                                                 INSTRUÇÕES      GERAIS
                                                                                                                                      querosene

                                                                                                                                       Essa relação. destina-se ao. trabalha geral de herbarizaçãa    para usa na acampamento. au na sede.
                 Para a melhor utilização. da presente manual, considerou-se        recamendável     destacar algumas ins-
                                                                                                                              Carrespande    à atividade que antecede a processo de Incorporação da material no herbária. Todo esse
       truções de ardem geral. Tanta neste capitula,           cama nas demais, as materiais      requeridos  para coleta,
                                                                                                                              conjunto   a coletor deverá levar em excursões prolangadas ou a locais distantes e mantê-Ia na acampa-
       preservação. e herborização        são apresentadas  na singular e em termas genéricas, a titula de lembrete.
                                                                                                                              mente. Nesse casa a fator limitante      fica restrita às candições de transparte.
       Assim, a seleção. das materiais, bem cama, a definição. de quantidades,          tamanhas e modelos, serão. esta-
       belecidas pela pesquisador,         em adequação. aas métodos descritas e à particular      natureza da trabalha a
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            C
       ser realizada ou da material a ser coletado.
                                                                                                                                                                                                                                                                                           Materiais para anotações
                 Os pracedimentos        ou materiais aqui relacionados  têm aplicação,     na seu todo ou em parte, nas
       diferentes   atividades    previstas para cada agrupamento. vegetal. Em contraposição,        nas demais caprtulos
                                                                                                                                      apontador    de lápis
       ou subcapi'tulos     direcianadas     a determinadas  grupas vegetais, só serão. listadas infarmações    especificas
                                                                                                                                      bar racha
       a eles pertinentes    e não inclujdas na presente capitula,
                                                                                                                                      caderneta ou caderno. para anotações                                  de campa
                                                                                                                                      etiqueta de papel, gamada au não.
                                                                                                                          A
                                                                                                                                      lápis preta ou caneta
                                                                                              Materiais gerais para coleta
                                                                                                                                      papel sulfite (40 kg)
                  altúnetro
                  barbante, corda (fina, média ou grossa) ou cordel                                                                                                                                                                                                                                                         D
                  binóculo.                                                                                                                                                                                                                                                                  Dados a serem anotados
                  bornal, cesta, mochila ou sacola
                  canivete au espátula                                                                                                o   CONSELHO      NACIONAL      DE DESENVOLVIMENTO              CIENTI"FICO   E TECNOLOGICO       tem
                  faca afiada ou facão. com bainha                                                                            requerido, para cada material coletado,    a preenchimento.    da ficha adiante apresentada. Esse modela de-
                   fita crepe                                                                                                 ve ser seguida para efeito. de uma padranizaçãa     nacional. Dadas adicianais relativos à consistência,  tex-
                   fita métrica                                                                                               tura, odor e outros, devem constar das observações, Sempre que possrvel, as cores mencianadas devem
                   fósforo au isqueiro.                                                                                       ser referidas a uma carta de cores, de preferência de MAERZ          & PAUL (1930) para fungas, au HORTI-
                  jornal                                                                                                      CULTURAL        COLOUR    CHART    (1938), para as demais grupas de plantas.
                   lupa de mão. (aumentas de 10 -15x)                                                                                   Essas anotações deverão, pasteriarmente,    ser transcritas para a rótula e fichas de herbária.
                   máquina fatagráfica   e filme
                   papel indicador   de pH (principalmente     na coleta de plantas aquáticas "sensu lata")
                   papelão. refarçada ou tábua fina campensada
                   pasta de plantas au prensa de madeira
                   saca de papel (várias tarnaohos+-    principalmente    para 500 e 1000g)                                           GRUPO:                                                                              IFAM!UA:

                  saco de plástica (várias tamanhas - especialmente        de 25 x 12cm ou 90 x 60cm)                                 NOME VULÇ,I.J'U:Sl.OCAIS,COM        10.01.1,1.$:

                Esse conjunto   de materiais é usualmente     carregada pela coletor durante a atividade de coleta.                                                                                                                                                              IN~
                                                                                                                                                                                                                                                                                   DO ;:ollloIlIO"T.          0" COLETA'

       Em seu todo, é recamendável      para coleta de pteridófitas   ou de plantas faneragâmicas,  enquanto. aos de-                 NOME 00        OETUIIoCIHAOOR:                                                                     ro"u       o,t. OEHRI.4IN.l.Ç~o;ll.4"nRIAL            oISPONiv[1,."

       mais gruaas, pade atender em parte. Em termas de quantidades,             os materiais devem ser selecionados                  HÁBITO DE CRESCIMENTO:                                                                                  I   FILOTAXIAlsô       I)lcor.):    !CORDA       fLOR OU OO~PORÓFORO
       pela coletor que deverá levar em consideração a valume total da que será par ele transportado          (Ex. ma-
       teriais adicionais  de coleta, alimentas,   caixa de primeiras   socorros, etc.), a pesa desse conjunto,   a dis-
                                                                                                                                      -'-011--00   '111,110 OU 00$   UPOR05:   I'NTERUU    CCONOMICO:
                                                                                                                                                                                                                                     ~
                                                                                                                                      AliifififH'frGtRli:
       tância a ser percarrida   e sua própria resistência Usica. A pasta de plantas pade ser feita com dols peda-                    SU6STII"TOf;fAAI.:
       ços de papelão. refarçada (ou tábuas finas campensadas) de 45 x 30cm, ligadas entre si par cordas, ten-                        COMPORTAMENTO:                                                                                     l'AEOUlIICIA        RELAtiVA:

       da entre eles as falhas de jornal. Recamenda-se que facão. e faca afiadas devem estar sempre dentro. de                                                                                                                           IESTAOO,       HARITQIIO       ou   SIMILAR:
                                                                                                                                      PAI,:                                               IIIEGI.l:O:
       suas bainhas quando. não. em uso, para evitar perdas e acidentes.
                                                                                                                                                                                                        11. .•. 1ITUOE:                  ILONGITUDE:                                   IALTifUOE:



                                                                                                                          B
                                                                                     Materiais gerais para herborização
                                                                                                                                      09SEIIVAÇOES:



                  álcool
                  barbante, cordel, corda fina ou média ou correia     cam fivela
                  envelope resistente
                  estufa metálica ou.de madeira para secagem
                  etiqueta
                  fagareira
                  falha de alumínio   carrugada
                  fósforo. ou isqueiro
                  jarnal
                  papel chupão au mata-borrão
                  papel sulfite (40 kg)
                  papelão. ondulado    ou canelada

                                                                                                                              6
                                                                                                                          5
(,
                                                                                                                                                                 -:
                                                                                                                                                                            (
                                                                                                                                                                            '.:.'




                                                                                                                                                            ALGAS


                                                                                                                                                                      1.1
                                                                                                                                                            Introdução

                                                                       Alga é hoje um nome popular e, como grupo de vegetais, extremamente heterogêneo. Reúne
                                                               formas encontradas principalmente em ambiente aquático (marinho ou continental), mas também em
                                                               solos; que podem viver no in teria r de outros vegetais ou de alguns animais; que podem ser de vida livre
                                                               ou fixas sobre cenas animais, vegetais, rochas e outros substratos; que normalmente são capazes de
                                                               produzir seu próprio alimento (autótrofas) mas, que também incluem alguns organismos saprófitos ou
1;..
                                                               parasitas (heterótrofas); que podem variar desde seres unicelulados até os multicelulados. Quanto às va-
                                                               riações de forma do corpo e da cor que apresentam, as algas reúnem a maior gama jamais imaginada pe-
                                                               lo homem. Tudo isso é conseqüência da primitividade morfológica e fisiológica das algas, cuja reunião,
                                                               do ponto de vista sistemático, num único grupo, é forçada e decorrente simplesmente da inexistência
                                                               de um envoltório, constituído por células estéreis, que recobrisse seusórgãos de reprodução, tanto se-
                                                       ALGAS   xuada como assexuada.

                                                                                                                                                                    1.2
                                                                                                                                           Algas de águas continentais
       1.1. INTRODUÇÃO                                                  A coleta de algas de águas continentais requer, necessariamente, como para qualquer outro qru-
            Certos Eduardo de Mattos Bicudo                    po de organismos, resposta a algumas questões preliminares, quais sejam: 1) onde existem algas normal-
                                                               mente? 2) que tipo de trabalho pretende-se realizar? e 3) que material e como se pretende coletar?
       1.2. ALGAS DE ÃGUAS CONTINENTAIS                                 A resposta à primeira pergunta é dada conhecendo-se, previamente, os ambientes naturais onde
            Célia Leite Sant'Anna                              vivem as algas e qual dessesambientes se pretende visitar para a coleta,
            Certos Eduardo de Mattos Bicudo                             O meio mais rico em algas é, com certeza, o aquático, a saber: pântanos, empoçados, lagoas, la-
            Rosa Maria Teixeire Bicudo                         gos, represas e rios. Certas algas, porém, podem ser encontradas vivendo no ar, em locais constante-
            Miriam Borges Xavier                               mente umedecidos, tais como: troncos de árvores; paredes, pedras, solos, etc. Isto, sem mencionar os
                                                               chamados ambientes "pouco usuais": plantas (algas endofíticas ou epifíticas), animais (algasentozoá-
                                                               rias ou epizoárias), águas termais, neve, etc.
       1.3. ALGAS MARINHAS     BENTONICAS                                De um modo geral, é mais aconselhável, quando em excursão, fazer-se uma coleta completa,
            Marilza Gordeiro-Marino                            com grande número de amostras, de algumas poucas localidades, do que apanhar uma ou duas amos-
            Noemy Yemeçuishi- Tomita                           tras de um grande número de áreas. Na realidade, nada é mais improdutivo do que não se dispor de
            Silvia Maria Pita de Beauclair Guimarães           quantidade suficiente de material de alguma alga mais rara encontrada, ou dispor de alguns exempla-
                                                               res apenas, imaturos, de uma dada espécie, que não possibilitem sua identificação.
                                                                                                                                                                              j
                                                                         Quanto à segunda questão, o trabalho pode ser simplesmente o levantamento das espécies de
                                                               algas que ocorrem num determinado corpo d'água ou numa área circunscrita. Este é um trabalho qua-              (
                                                               litativo, isto é, um catálogo, que deve ser o mais completo possivel. das espéciesde algas da área estu-        (

                                                               dada. Por outro lado, pode-se pretender efetuar, além do levantamento qualitativo de um local, estu-
                                                               dos da variação quantitativa de sua composição ao longo das quatro estações do ano e do número de
                                                               individuos por volume, de cada espécie considerada.
                                                                         Quanto à última questão, pode-se afirmar que a coleta de algas de águas continentais é um
                                                               processo relativamente fácil, desde que se tenha os materiais adequados que podem variar dos mais
                                                               simples e de fabricação caseira a aparelhamento bastante refinado.
                                                                         Considerando-se que as algas, em geral, são mais abundantes e diversificadas no meio aquáti-
                                                               co, são aqui mencionados apenas os métodos de coleta, preservação e herborizarão das algas deste am-
                                                               biente.
                                                               1.2.1.   Coleta
                                                                        A - Materiais

                                                                            espátula
                                                                            frasco de vidro com tampa (vários tamanhos)
                                                                            garrafa especial para coleta de água (Fig. 3)
                                                                            luva de borracha ou de plástico
                                                                            papel vegetal cortado em tamanho de 4 x 2cm para rótulo

                                                               8
:<}



,
 r


                rede de plâncton com malha de 20-45JJm           (F ig. 1)                                                          lugol acético (ver capo 6)
                tesoura                                                                                                             papel de filtro
                Ver -INSTRUÇOES      GERAIS                                                                                         pipeta graduada (vários tamanhos)
                                                                                                                                    proveta
          B -   Métodos                                                                                                             solução de Transeau (ver capo 6)

                a. Qualitativo                                                                                                B -   Métodos

          o método mais simples de coletar algas planctônicas    consiste em passar um frasco aberto em                       Ainda que seja preferlvel estudar organismos vivos, a maioria dos trabalhos sobre algas é feita a
 meio à massa visível de algas ou, mesmo, na água aparentemente         sem elas, enchendo-o aproximada-            partir   de material preservado. É praticamente  imposslvel manter uma coleção viva até que seja comple-
 mente até à metade. Se, no primeiro     caso, pode-se conseguir uma quantidade     apreciável de algas para        tamente    examinada.
 exame, no segundo, o número delas por volume pode ser muito pequeno, tornando difícil a localização                         A fixação e a preservação da amostra devem ser feitas o mais breve possivel e até 48 horas de-
 dos espécimes para estudo, Assim é vantajoso conseguir amostras concentradas      de material. Para tanto,         pois do momento          da coleta, mormente     em se tratando de amostras concentradas     de material.
 pode-se empregar a rede de pláncton. Trata-se de uma rede com a forma de um cone truncado, feita de                          A solução ideal para as algas ainda não está bem determinada.            O melhor seria uma solução de
 tecido de náilon ou de seda, de malha muito fina. Na porção de maior diâmetro,         adapta-se um aro de         fácil obtenção      e que alterasse o menos possrvel a aparência da alga. Em várias alternativas        de chaves dl-
 metal com cabo e, na parte mais estreita, amarra-se um frasco (F ig. 1).                                           cotômicas    artificiais     para identificação   de algas, a opção entre uma ou outra alternativa,    é a cor ti'pica
            Ao se passar a rede, a água atravessará o tecido e as algas ficarão concentradas no frasco. Quan-       dos organismos.        Infelizmente,     a cor de certas algas pode variar com as diferentes soluções utilizadas      e,
 do se julgar que foi coletado     material suficiente, basta esvaziar o frasco num outro ou, simplesmente,         em geral, a grande maioria das algas desbota com o tempo, ficando até totalmente               esbranquiçadas.
 substituf-to  na rede,                                                                                                     . O método mais simples para preservação de algas de águas continentais             é usar formalina   em so-
         Quanto às algas bentônicas   macroscópicas,  por exemplo    as caráceas, costuma-se arrancar as            lução aquosa (1 : 1 O).                                                                                                    '''':'''
 plantas com a própria rede de plâncton ou retlrá-las com a mão usando-se neste caso luvas de borracha                      Das inúmeras soluções tentadas, talvez a que melhor               atenda às caracterlsticas para melhor con-
 ou de plástico como proteção.   O material coletado deverá ser colocado em saco plástico com um pou-               servação seja a adição da solução de Transeau (ver capo 6)            à    água da própria amostra na proporção   de
 co de água do próprio ambiente.                                                                                    1:1.
           As cianofrceas que crescem formando   massas em substratos como rochas, solo, outras plantas,                      O material em liquido se utilizado    em concentração   apropriada,   preserva melhor a forma do es-
. etc., são coletadas com uma espátula e colocadas em frasco de vidro com um pouco de água do am-                   pécime, mas, tem a desvantagem da evaporação lenta e, eventualmente,           de determinar   a perda irrepará-
  biente ou diretamente   em envelopes de papel. Neste último caso, os envelopes devem ficar abertos e              vel do material coletado,   pela secagem completa da amostra. Adicionando-se         um pouco de glicerina pu-
  expostos ao ar para secagem do material.                                                                          ra à amostra é posstvel diminuir      a intensidade   de evaporação e, conseqüentemente,       a dessecação do
         Para coleta de algas epifitas  usa-se cortar com uma tesoura ou arrancar com a mão as partes               material.
 imersas da planta hospedeira,  Este material deverá ser colocado em frascos de vidro com água do am-                         Quanto à preservação de eprfitas, colocam-se pedaços da planta hospedeira em um frasco con-
 biente. Posteriormente no laboratório,   estudam-se as epi'fitas ao microscópio, através de cortes bem fi-         tendo água destilada e solução de Transeau na proporção de 1: 1.
 nos do hospedeiro.                                                                                                           Especificamente,  para o estudo de fitoflagelados,    aconselha-se fixar o material com lugol acéti-
          Na coleta de algas de águas continentais,     usa-se preencher também os frascos até a metade no          co (ver capo 6) que preserva melhor seus cilios e flagelos.
máximo,      pois, se completada   sua capacidade   total e mantidos fechados, as algas podem, mesmo em
poucas horas, entrar em processo de deterioração         e o material torna-se impróprio para a ident ificação      1.2.3.    Herborização
sistemática.    É sempre aconselhável  destampar os frascos contendo material coletado, assim que se che-                     A -   Materiais
gar ao laboratório,   ou cada vez que se parar para pouso numa excursão de dois ou mais dias.
          Como medida de segurança, é conveniente       por o número          correspondente  ao material a lápis                   água de torneira
ou outra informação     qualquer,  breve, em papel vegetal e colocá-Io        dentro do frasco contendo o mate-                     bandeja de plástico (F ig. 2)
rial coletado, na eventualidade   da etiqueta externa se perder,                                                                    chapa metálica lisa, usualmente,   de alurrunio      (do tamanho     da folha de papel sulfite   usada
                                                                                                                                         ou ligeiramente  maior) - Fig. 2
                b. Quantitativo                                                                                                     mica folheada bem uniforme     (pedaços)
                                                                                                                                    papel manteiga
        Existem  diversos métodos para o estudo quantitativo    de algas planctônicas. O mais simples e                             pinça
prático consiste na coleta de água de superft'cie em frascos com capacidade de 1·5 litros. Se o material                            pincel
for pouco concentrado,    recomenda-se usar umvolume     maior de água, caso contrário usa-se um volurrie                           tecido de algodão alvejado e lavado (pedaços)
menor.
                                                                                                                                    Ver - INSTRUÇOES       GERAIS
        Se houver interesse em coletar em várias profundidades,   faz-se necessário o uso de um barco,
para se ir ao meio do lago, e uma garrafa especial para coleta de água tipo Van Dorn, Nansen, cilindro
de Kemmerer (Fig. 3), Meyer, etc.                                                                                             B -   Métodos
       Posteriormente,  no laboratório,   deve-se proceder à homogeneização    do plâncton coletado (agi-
                                                                                                                            Muitas algas podem ser preservadas como espécimes secos de herbário. Em se tratando           de algas
tação manual cuidadosa]  e transferir   uma subamostra    para uma cubeta ou câmara de contagem (volu-
                                                                                                                    microscópicas,   pinga-se 1-3 gotas da amostra contendo material vivo e concentrado        (ou mesmo morto,
me de 1·50ml) para análise em microscópio       invertido (maiores detalhes, ver método de Uther mõl em
VOllENWEIDER,1971).                                                                                                 fixado e concentrado)     sobre uma ficha de cartolina branca, deixando-se secar espontaneamente.       A car-
                                                                                                                    tolina, com o borrão seco, poderá ser guardada em envelope, num fichário. Quando se desejar estudar
                                                                                                                    esse material, basta raspar um pouco do borrão sobre uma lâmina de microscopia       contendo    uma gota de
 1.2.2.   Preservação                                                                                               solução aquosa à 4% de hidróxido       de potássio. O hidr6xido  limpa o material e facilita a penetração   de
          A -   Materiais                                                                                           soluções corantes que sejam necessárias a seu estudo. Muitas vezes, em vez de cartolina branca, é prefe-
                                                                                                                    rlvel usar folhas bem uniformes     e delgadas de mica como substrato da preparação.        A mica permite o
                formalina   (= formo I 40%) ou formo   I bruto   (= 10(010)                                         exame direto do material       ao microscópio,   ernpreqando-se o hidróxido  de potássio, não havendo né-


                                                                                                               9    10
.~--~"._;
        ~-..
                                                                                                                                                                                                                                          /."
                                                                                                                                                                                                                                                      ~:J
               cessidade de danificar a exsicata a cada utilização, como acontece quando se raspa o borrão da cartoli-
               na. Procedimento semelhante é usado para cianofl'ceas.


                        o material macroscópico, principalmente de caráceas. deve ser distendido e seco em uma folha
                                                                                                                                                                                                                                                      ;I
               de papel resistente. Para isto, deve-se: 1) escolher o espécime da alga que se deseja distender; 2) colocar
               uma folha de papel sulfite sobre uma chapa de alumlnio lisa e mergulhar ambas em um recipiente con-
               tendo água de torneira (Fig. 2); 3) deixar flutuar na água do recipiente o exemplar escolhido da alga e,
               em seguida, elevar cuidadosamente a chapa metálica com o papel até que a alga assente sobre este; 4)
               distender, arrumando, as várias porções do talo da alga, utilizando um pincel fino e macio, trabalhando
               sempre com o material sob a água, para obter uma preparação que assemelhe o mais possrvel à planta
               viva; 5) tomar o material distendido e fazer o seguinte conjunto:

                            folha   de   papelão ondulado
                            folha   de   papel mata-borrão ou chupão
                            folha
                            folha
                            folha
                            folha
                                    de
                                    de
                                    de
                                    de
                                         papel com a alga distendida
                                         papel manteiga ou tecido de algodão alvejado
                                         papel mata-borrão ou chupão
                                         papelão ondulado
                                                                                                                                                          ]~                                                                                          I:,
                       Depois de feitos vários desses conjuntos, os mesmos são colocados entre duas prensas (tábuas
               de madeira) e amarrados firmemente com cordão resistente, para secar. O material pode ser colocado
               ao sol, tendo-se, porém, o cuidado de trocar diariamente as folhas mais úmidas de papel chupão ou de
               mata-borrão, até que se apresente bem seco. Também pode ser seco em estufa à temperatura de
               40-500C.                                                                                                                                                                                              3
                       Os exemplares mais delicados de algas podem ser distendidos sobre folhas de rnica, em vez de
               papel.



                                                                                                                      1.3
                                                                                                                                                                                                ~r
                                                                                              Algas marinhas bentõnicss

                       As algas marinhas bentônicas ocorrem no litoral, desde a zona das marés até profundidades li-
               mitadas pela penetração da luz. A ocorrência dessas algas é sempre condicionada à existência de subs-
                                                                                                                                                                                                                                                       ~i
               trato sólido, de natureza variada, para sua fixação,
                       Na faixa litorânea, os costões rochosos propiciam uma diversificação de ambientes onde as al-
               gas ocorrem, incluindo locais sujeitos à arrebentação violenta, locais protegidos e ernpoçados em de-
               pressões de 'rochas. Nas balas calmas, além de crescerem nos costões rochosos, podem ser encontradas
               sobre conchas, pedras soltas, pedaços de madeira, etc. depositados no fundo. Os mangues constituem
               outro ambiente onde as algas são encontradas, sendo o substrato representado por troncos e raizes de
               árvores que vivem nesselocal. Em cada um dessesambientes há uma diversificação muito grande quan-
               to ao tipo, forma e tamanho das algas. Nesses locais as algas estão sujeitas ao periodismo das marés,
               sendo que, as condições de maré baixa, são as mais adequadas para sua coleta.
                       Por outro lado, algas também são encontradas submersas, em diferentes profundidades, cres-
               cendo fixas a substratos rochosos, recifes de corais e outros materiais sólidos. Sua coleta é feita por
               mergulho ou dragagem.

               1.3.1. Coleta
                      A - Materiais

                           balde plástico
                           draga
                           equipamento de mergulho
                           espátula
                                                                                                                                                                                                         lª
                           frasco de vidro com tampa (vários tamanhos)
                           martelo (para algas incrustantes)
                           talhadeira (para algas incrustantes)                                                              Figura 1. Rede de plancton de náilon ou seda. Figura 2. Bandeja de plástico + chapa lisa de aluminio + papel sulfite +
                           Ver-INSTRUÇOES          GERAIS                                                                    material coletado. Figura 3. Garrafa especial para coleta de água: cilindro de Kemmerer.

                                                                                                                        11   12
r •.



                B - Métodos

               As algas que crescem na zona das marés, podem ser coletadas rnanualmente, com auxilio de
       espátula, tendo-se o cuidado de retirar as plantas inteiras. Estas são mantidas úmidas, acondicionadas
       em sacos plásticos, sendo as menores e as mais delicadas colocadas em frasco com tampa. Deve-se
       tomar o cuidado de não colocar muitas plantas juntas, evltendo-se, assim, danos e facilitando sua poso
       terior separação. Os frascos e sacos contendo o material coletado devem ficar protegidos do calor in·
       tenso e da luz solar.
               A coleta de algas, que crescem em profundidades não muito grandes, é feita manualmente por
       mergulhadores com equipamentos adequado. munidos de sacos plásticos presos à cintura, com peque-
       nos furos. para transporte do material. Em profundidades maiores, essa coleta requer o auxílio de
       barcos e dragas.
               Para a coleta de algas incrustantes há necessidadedo emprego de martelo e talhadeira.                                                                                        2

       1.3.2.   Preservação                                                                                                                                        FUNGOS     E   LfaUENS
                A - Materiais

                      água do mar ou de torneira                                                                2.1. INTRODUÇÃO
                      bandeja de plástico                                                                            João Salvador Furtado
                      bórax
                      etiqueta                                                                                  2,2. FUNGOS DO AR
                      formalina (=formoI40%)
                                                                                                                     Sandra Farto Botelho Trufem
                      frasco de vidro com tampa (vários tamanhos)
                      microsc6pio estereosc6pico
                                                                                                                2.3. FUNGOS DE ÃGUAS CONTINENTAIS
                      papel chupão ou mata-borrão
                      pinça                                                                                          Adauto Ivo Milanez
                      pipeta graduada (vários tamanhos)
                      placa-de-petri                                                                            2.4. FUNGOS DE ÃGUAS MARINHAS
                      proveta (vários tamanhos)                                                                       Rosely Gomes da Silva

                B - Métodos                                                                                     2.5. FUNGOS MICROSCOPICOS DO SOLO E EM SUBSTRATOS ORGÃNICOS
                                                                                                                      Rosely Ana Plccolo Grandi
                      a. Separação
                                                                                                                2.6. FUNGOS E LI'QUENS MACROSCOPICOS
               O material coletado pode ser fixado no pr6prio local de coleta ou pode ser trazido vivo para o
                                                                                                                      Oswaldo Fidalgo
       laborat6rio. Neste, as algas devem ser colocadas, quando vivas, em bandejas ou em outro reciplente
                                                                                                                      Vera Lúcia Ramos Banam'
       qualquer contendo água do mar. Cada planta é posta em placa-de-petri com água do mar e examinada
       cuidadosamente sob lupa, para separação das epífitas.
               Quando as algas são fixadas no local de coleta, posteriormente, devem ser examinadas e sepa-
       radas sob microsc6pio estereosc6pico.

                      b. Fixaçãq

               Para fixação, neutralizar um litro de formalina com uma grama de bórax. A partir dessasolu-
       ção, preparar formalina a 4% com água do mar ou mesmo de torneira. Os frascos devem ser preenchi-
       dos com esta solução. Antes de colocar as plantas nos frascos, deve-se retirar com papel chupão ou
       mata-borrão. seu excesso de água. O material deve ser deixado na solução de formalina a 4% por um
       tempo rnínirno de 24 horas, sendo o frasco devidamente rotulado. Anotar nos r6tulos o local e a data
       da coleta.

       1.3.3.   Herborização
                A -   Materiais

                idênticos aos relacionados em 1.2.3. (A)

                B-    Métodos

                      metodologia idêntica à de 1.2.3. (B)

                                                                                                          13
2.2
                                                                                                       2
                                                                                                                                                                                                      Fungos do ar
                                                                       FUNGOS         E    LfaUENS
                                                                                                                    O ar é um repositório natural, sob a forma de esporos, dos mais diversos tipos e grupos de fun-
                                                                                                            qos, O isolamento de esporos dependerá do local, do tempo de exposição e do substrato empregado.
                                                                                                            Oescrever-se-ãoapenas métodos qualitativos e não quantitativos para o isolamento de fungos do ar.
                                                                                                     2.1
                                                                                             Introdução
                                                                                                            2.2.1.   Coleta
         A classificação dos grandes grupos de fungos tem sido baseada no tipo e complexidade da rnor-               A - Materiais
fologia, nas caracterrsticas das estruturas de reprodução e no padrão de comportamento exibido nos
processos sexuais.                                                                                                        graxa de silicone ou glicerina
         Inúmeros botânicos e, seguramente, poucos micologistas podem, ainda hoje, 'admitir os fungos                     lâmina e lami'nula para microscopia (Fig. 10)
como plantas. Por revelarem estruturas espec/ficas. exibirem comportamento diferenciado e serem in-                       meio de cultura BOA ou outros (ver capo 6)
capazes de realizar a fotossintese. os fungos tornam-se organismos distintos dos demais seresvivos.                       placa-de-petri
        A situação dos h'quens é mais complexa, uma vez que constituem produto da associação sim-                         Ver -INSTRUÇOES         GERAIS
biôntica entre fungo e alga. Além de revelarem caractenstica metabólica e, de certa forma, estrutura
própria, os integrantes liquênicos mantêm sua individualidade biológica.                                             B-   Métodos

Complexo tunço-subtreto:                                                                                            .Exposição  ao ar, r'lO ambiente selecionado, da lâmina corri leve camada de graxa desilicone ou
                                                                                                            glicerina, ou ainda da placa-de-petri com meio de cultura, onde os esporos existentes no ar, por ação da
         Como organismo heterotrófico, todo fungo depende, direta ou indiretamente, de outro ser vi-        força da gravidade, irão depositar-se e aderir-se às superfícies expostas. O tempo de exposição pode va-
vo, para sua alimentação. A condição sapróbia é bastante evidente quando o fungo é encontrado sobre         riar de 30 segundos a 15 minutos a critério do interessado, em função das condições ambientais (DA-
troncos, ramos, folhas, restos ou partes de vegetais ou animais mortos. O predatismo leva ao abate su-      VIES,1971).
mário do hospedeiro, enquanto o parasitisrno é o tipo de associação em que o fungo provoca série gra-
dativa de danos ao hospedeiro que, eventualmente, podem provocar sua morte. Entre os fungos, o pa-          2.2.2.   Preservação
rasitismo pode ser facultativo ou obrigatório.                                                                       A - Materiais
         Nos casos de fungos sapróbios e parasitas, a atenção ao complexo fungo-substrato é de grande
valia nas iniciativas de coleta. E oportuno chamar a atenção para a ocorrência de fungos com desenvol-                    agulha de repicagem (Fig. 4)
vimento intramatrical, cujo ciclo se passa inteiramente no interior do hospedeiro e o extramatrical, que                  lâmina e larmnula para microscopia (Fig. 10)
se desenrola em seu exterior.                                                                                             placa-de-petri
         E como se tudo isso não bastasse, há determinadas estruturas, como esporas e suas variações                      tampão de gaze e algodão para tubo de ensaio (Fig. 7)
morfológicas e funcionais, que efetivamente não exibem qualquer manifestação de relacionamento f(-                        tubo de ensaio (Fig. 7)
sico e biológico a substrato orgânico, até o momento em que iniciam o processo de germinação.                             meio de cultura: BOA ou outros (ver capo6)

Coleta e manutenção de fungos                                                                                        B-   Métodos

         Nunca será demasiado alertar o coletor para o fato de que as estruturas mais visrveis de um fun-            Os esporos do ar, depositando-se na lâmina com silicone ou glicerina, ficarão a ela aderidos. A
go não representam, necessariamente, todas as suas partes, nem tudo o que constitui o ciclo do organis-     observação direta da lâmina ao microscópio óptico comum poderá, em muitos casos, permitir a iden-
mo coletado. Grande parte do seu ciclo ou dos remanescentes estruturais poderá estar sendo perdida          tificação do fungo. Estudos mais acurados requerem a técnica de exposição de placa-de-petri com meio
no interior do substrato ou, simplesmente, já ocorreu em outro lapso de tempo, em outro hospedeiro,         de cultura. O esporo, em contato com o meio de cultura adequado germinará, dando origem a uma co-
ou em partes distintas do mesmo substrato.                                                                  lônia. No momento oportuno, as diversas colônias da placa-de-petri exposta, deverão ser individual·
         Resultado: o que se coleta de um fungo constitui, em geral, um momento, no ciclo biológico         mente repicadas, por meio de agulhas apropriadas (Fig. 4-5), em outras placas também com meio de
da espécie.                                                                                                 cultura, para o crescimento de culturasaxênicas, que são as indicadas para estudos mais minuciosos. A
        As condições ideais para o estudo e compreensão dos fungos reside no isolamento de organis-         preservação dessascolônias é feita através de repicagens periódicas das colônias em novos meios, acon-
mos, a partir de diferentes substratos e nos diversos ambientes em que os fungos ocorrem: ar, água e        dicionados em tubos de ensaio inclinados (Fig. 7), tamponados com algodão e gaze. A periodicidade
solo.                                                                                                       das repicagens é em função do tipo de fungo, do meio de cultura e das condições ambientais em que
        As partes mais evidentes, nos fungos, constituem, como regra geral, o que mais resiste ao ma-       são mantidos, mas de modo geral variam de 1-4 meses. Um dos meios de cultura mais utilizados é o
nuseio e ao tratamento que leva à constituição da amostra do material (a exsicata) a ser incorporado        BOA (ver capo 6), A manutenção de culturas em geladeiras, a temperaturas de 4·100C, acarreta baixa
ao herbário. Os espécimes podem ser preservados pela simples secagem; em meios Ii'quidos, o picles;         no metabolismo do fungo e menor dessecaçãodo próprio meio, possibilitando maior intervalo entre as
em lâminas, para exame ao microscópio, sob forma desidratada e liofilizada; em nitrogênio h'quido, e        repicagens (6 meses).
por outros processos.                                                                                                Métodos mais sofisticados de preservação de fungos (micélio ou esporos) podem ser a liofiliza-
                                                                                                            ção, imersão da cultura em óleo mineral, utilização de nitrogênio líquido e outros (ONI ONS, 1971).
Isolamento e cultivo de fungos
                                                                                                            2.2.3.   Herborização
         A obtenção de culturas de fungos, a partir dos substratos onde ocorrem, requer o dorrunío de
técnicas e o emprego de cuidados especiais. Os procedimentos, as fórmulas, as receitas e as práticas são             A - Materiais
variadrsslrnos, dependendo do tipo de fungo, da natureza do substrato e do ambiente no qual se traba-
lha.t:  imprescindrvel levar em consideração a assepsia e selecionar o meio mais indicado para isola-                     estufa
                                                                                                                          formo I
mente.
                                                                                                            16
                                                                                                      15


                                                                                                                                                                                                                       I.
"

                   glicerina                                                                                                       b. Para isolamento
                   lactofenol com azul de algodão (ver capo 6)
                   lâmina e laminula para microscopia (Fig. 10)                                                                      áqua destilada esterilizada
                   luto ou esmalte incolor para unhas                                                                                agulha com ponta em laço (Fig. 5)
                   papel de filtro                                                                                                   agulha histológica
                   place-de-petri de vidro ou de plilstico (polietileno ou policarbonato)                                            bico-de-Bunsen ou lamparina
                   Ver - INSTRUÇOES GERAIS                                                                                           bisturi ou lâmina de barbear (Fig. 6)
                                                                                                                                     Karo (para observação de flagelos)
             B-    Métodos                                                                                                           lâmina para microscopia (F i9. 10)
                                                                                                                                     laminula (Fig. 10)
            Se apenas os esporos constituúern o material de interesse, lâminas serni-perrnanentes podem ser                          meio: extrato de malte a 2%, MP·5 (ver capo6)
    preparadas. O método mais simples consiste em colocar a estrutura do fungo sobre uma gota de lacro-                              microscópio
    fenol com azul de algodão disposta na lâmina. Espalhar bem. Colocar a lamínula de tal modo que não                               pinça de ponta fina
    fiquem bolhas. Retirar o excesso com papel de filtro e vedar com esmalte incolor.                                                pipeta de Pasteur esteri Iizada
            Há outros métodos mais minuciosos e de preparo mais demorado para confecção de lâminas                                    ptaca-de-oetri autoclavilvel (100x2,0 ou 100x1 ,5cm)
    permanentes. As lâminas assim preparadas e numeradas devem ser acondicionadas em laminários                                      vidro aútoclaváve'  de boca larga (60·200m!)
    (Fig. 10).
            Se houver necessidade da herborização da própria cultura, coloca-se em placa-de-petrl, de pre-                    B-   Métodos
    ferência de material plástico, o meio de cultura aoequado.ern camada fina (± 5mm de esoessural e ino-
    cula-se, no centro da placa, o fungo de interesse. Após o tempo necessário para o desenvolvimento ade-                     A iscagem pode ser feita no campo ou no laboratório (ver capo6).
    quado da colônia, coloca-se em dessecador a ptace-de-petri aberta, em contato com vapores de formol,                       A transparência dos substratos utilizados como isca, é fundamental, pois, o exame das estrutu-
    que irão matar o fungo, mantendo, no entanto, o aspecto da colônia no que se refere à forma, tipo de             ras dos fungos que crescem dentro deles, é indispensável para uma correta identificação.
    crescimento, cor, altura, consistência, etc. Aquarda-se o tempo necessário para a completa secagemdo                       Para estudos taxonômicos, as amostras de água, para iscagem no laboratório, devem ser coleta-
    meio de cultura, podendo-se, para acelerar o processo, utilizar estufa a uma temperatura de 30·350C.            das em frascos esterilizados (vidro ou qualquer outro material) de boca larga com capacidade para
    Sela-sea placa-de-petri com esmalte e rotula-se adequadamente o material.                                        60.200ml. Quando da coleta, juntar à água gravetos, folhas, exúvia de irisetos, algas, etc.
                                                                                                                               No laboratório, uma parte do conteúdo com os materiais coletados é transferida para pla-
                                                                                                            2.3      cas-de-petri esterilizadas, às quais se adicionam as iscasjá citadas.
                                                                                   Fungos de águascontinentais                 As primeiras observações devem ser feitas nos substratos coletados e após 48·72 horas, nas iscas
                                                                                                                     adicionadas. Para continuidade dos estudos é necessário o isolamento dos espécimes em cultura pura.
            Os fungos encontrados' em ambientes aquáticos podem ser divididos em dois grandes grupos:                          Os fungos que crescem nas sementes podem ser isolados utilizando-se o meio MP·5 (ver capo 6).
                  zoospóricos (planospóricos) - Fig. 8                                                               Com uma pinça ou agulha flambada (Fig. 4), porém fria, pedaço do micélio é removido e inoculado no
                  não zoospórieos (aplanospóricos)                                                                 . meio de cultura. Depois de 48·72 horas desenvolve-se a colônia em torno do inóculo. Da parte mais pe-
             Fungos zoospóricos sãoaqueles realmente adaptados ao ambiente aquático, pois possuem es-                 riférica da colônia, um pequeno quadrado com 1cm de lado é retirado com auxrlio de um bisturi ou lâ-
    truturas móveis de reprodução - zoosporos (Fig. 8) - dotados de um ou dois flagelos. O tipo, núrne-               mina de barbear (Fig. 6) flambados e colocado em uma placa-de-petri esterilizada, adicionsndo-se água
    ro e modo de inserção dos flagelos constituem importantes parâmetros para a delimitação de grupos te-             destilada esterilizada e 2·3 metades de sementes de cânhamo. Após 48 horas, observações poderão ser
    xonômieos.                                                                                                        feitas, montando-se, em água, parte do material entre lâmina e lamínula com auxilio de agulhas e
             Fungos não zoospóricos são aqueles cujos esporos não apresentam flagelos.                              pinças.
            Os fungos aquáticos podem ser também encontrados no solo, através de estruturas de r esistên-                     As próprias placas-de-petr! podarão ser observadas diretamente ao microscópio, retirando-se a
    cia, necessitando de água apenas para completar seu ciclo de vida. Para a observação dessesfungos tor-          tampa.
    na-se necessário coletar amostras de água e de solo, às quais adicionam-se iscasespeciais. À amostra de                  Fungos que aparecem crescendo em outros substratos, como grãos de pólen, quitina e querati-
    solo junta-se ainda água requerida Pelo fungo.                                                                   na, são de diversas naturezas e, devem ser isolados. Os substratos contendo os espécimes devem ser se·
                                                                                                                     parados, lavados em água destilada e, em seguida, colocados em placas-de-petri esterilizadas, adicionan-
    2.3.1.   Coleta e Isolamento                                                                                     do-se mais substrato da mesma natureza e água destilada esterilizada. Espera-se que haja invasão dos
             A -   Materiais                                                                                         novos substratos e produção de grande número de zoosporos que poderão ser apanhados com uma pio
                                                                                                                     peta de Pasteur ou uma agulha com ponta em laço (Fig. 5) e inoculadas em meio próprio para cultivo.
                   a. Para iscagem                                                                                            Para observação dos flagelos, coloca-se i·2 gotas de Karo na montagem, que pela sua maior
                                                                                                                      densidade diminui a mobilidade dos zoosporos facilitando a observação.
                      ácido clondrico a 1%                                                                                    Alguns fungos, no entanto, não aparecem nas iscas colocadas nas amostras, em laboratório.
                      frasco de 100ml, de boca larga e com tampa de polietileno                                       Neste caso, as iscas, geralmente constituidas de frutos e gravetos, são colocadas em SdCOS feitos de tela
                      hidróxido de potássio a 2"10                                                                    de náilon, com malha fina, ou então, utilizam-se latas de alimentos, tais como, de leite, de chocolate
                      hipoclorito de sódio (água sanitária) a 10%                                                     em pó, etc., perfuradas com pregos em todas as suas faces. As latas ou sacos são amarrados a fios de
                      isca: asa de inseto (siriri); celofane; ecdise de cobra; epiderme de cebola; exoesqueleto       plástico e imersos nos corpos de água, proteqendo-os adequadamente da curiosidade popular. Depois
                            de camarão, lagosta ou siri; folha descorada ou fervida (gramineas); fruto (maçã,         de 2.3 semanas, as iscas são retiradas e lavadas em água corrente, por cerca de 30 minutos. Jatos for-
                            pera, ameixa, tomate verde, caqui, carambola, etc.): grão de pólen (Liquidambar           tes devem ser utilizados para a remoção de detritos, bactérias, protozoários e pequenos invertebrados.
                            sp, Pinus spp, Araucaria angustifo/ia, milho e outras gram(neas, etc.): graveto; in-      Se os fungos estiverem presentes, pequenas pústulas esbranquiçadas aparecerão, firmemente aderidas
                            seto (inclusive larvas); semente (cânhamo, Grota/aria spp, laranja, melancia, etc.l       à epiderme do fruto. Cada pústula contém numerosos espécimes de fungos. Isolada uma pústula em
                                                                                                                                                                                                                                  .
                      papel alumínio                                                                  .               lâmina, esta deve ser dissociada com agulhas histológicas, sob microscópio estereoscópico, a fim de
                      papel encerado                                                                                  separar os espécimes que, uma vez isolados, são colocados em água destilada, entre lâmina e laminula
                      saco de tela de náilon ou lata de alimento                                                      para exame.          .                                        .

                                                                                                              17      18
;,
                                                                                                                                                                                                                                                           (
                                                                                                                                                                                                                                                      I.


                                                                                                                                          2.3.2.   Preservação
                                                                                                                                                   A -    Materiais

                                                                                                                                                          água desti lada ester iIizada
                                                                                                                                                          agulha histológica
                                                                                                                                                          esmalte incolor
                                6
                                                                                                                                                          FAA (ver capo6)
                                                                                                                                                          frasco Pyrex de boca larga (60-200mll
                                                                                                                                                          lactofenol com azul de algodão (ver capo6)
                                 ][                                                                                                                       lâmina para rnicroscopia
                                                               ~                                                                                          Iam(nula
                                             .,..:(::.:.;~:,       :::.:y ':::'~~:.'.>:-:'~"".                                                            meio: extrato de malte a 2%, fubá-de-milho (ver capo 6)
                                         7'l:::"<:.:~                                                                                                     pipeta de Pasteur esterilizada
                                                                                                                                                          semente de cânhamo
               J,ê                                                                                                                                 8 -    Métodos
                                           ~':'fj."=

                                                                                                                                                   A preservação do material pode.ser em lâmina (ver item 2.1.3).
                                                 11
                                             1I                                                                                                    As colônias que crescem em sementes de cânhamo devem ser transfericlas para um frasco Pyrex
                                                                                                                              C/I'        estéril, de boca larga, com metade a dois terços de sua capacidade preenchida de água destilada esterili-
                                             1
                                                                                                                              ~III        zada. Adicionam-se 2-3 metades de sementes novas e incuba-se à temperatura ambiente. Em 4-7 dias,
                                                                                                                                          as culturas estarão maturas e poderão ser levadas à geladeira, a 4-100C. Neste momento os vidros são
                                                                                                                                          fechados com tampa de polietileno (sob pressão). A fim de permitir a circulação de oxigênio, pois que
                                                                                                                                          não há suspensão metabólica, fendas longitudinais deverão ser feitas na rolha ou dois furos na tampa
                                                                                                                                          de polietileno. Dessa maneira, os fungos permanecerão viáveis por penedos variáveis de 4-8 meses. Fin-
                                                                                                                                          do este, retiram-se os frascos da geladeira, troca-se a água destilada e adicionam-se novas sementes. t
                                                                                                                                          conveniente retirar algumas das sementes mais antigas, para evitar acúmulo de material.


                                                                                                                     I]                            Utiliza-se, também, a preservação em FAA, principalmente para as espécies patogênicas, po-
                                                                                                                                          rém, as estruturas fúngicas, por serem bastante delicadas, não se preservam bem.
                                                                                                                                                   A conservação do material vivo pode ser efetuada com utilização de meios de cultura (EMER-
                                                                                                                                          SON, 1955), tais como: meio de fubá-de-milho e extrato de malte a 2% (ver capo6).
                                                                              j:l:t::       I
                                                                                             ;[    ••..
                                                                                                                                                   Para fungos zoospóricos e não zoospóricos deve-se apanhar os esporos com pipetas de Pasteur
          4                                                                   1'111
                                                                               I,.:
                                                                       I, I. ~,; 1'1I'" I       III1                                      ou pedaços do fungo com agulha e inoculá-tos em meio de cultura e proceder corno no (tem 2.2.2.
                                                                                                                    10
                                                                                                                                                                                                                                               2.4
                     5                                                                                                                                                                                                  Fungos de águas marinhas

                                                                                                                                          2.4.1.   Coleta e isolamento
                               <0'Êf                                                                                                              A -   Materiais '

                                                                                                                                                         água do mar esterilizada
                                                                                                                                                         antibióticos: sulfato de estreptomicina, penicilina
                                                                                                                                                         estilete
                                    8                                                                                                                    garrafa escura com boca larga (± Scm diâm. x 15cm cornpr.)
                                                                                                                                                         lâmina para microscopia
                                                                                                                                                         Iam(nula
                                                                                                                                                         meio de cultura (Tubaki. Czapek, BDA ou MHU) - ver capo6
                                                                                                                                                         papel de filtro



                           I:
                                                                                                                                                         peneira (com malhas de 2 a 5mm)
                                                                                                                                                         pinça



                                                                                                          Vltl)i
                                                                                                                         J]                              placa-de-petri
                                                                                                                                                         toalha de papel

                                                                                                                                                   08S.      I. para isolamento de fungos que atacam raizes de plantas relacionadas com a orla ma-
                                                                                                                                                                rrtirna deve-se preparar 45 vidros com 20ml de água do mar esterilizada.
Figura 4. Agulha de repicagem. Figura 5. Agulha com ponta em laço. Figura 6. Lâmina de barbear. Figura 7. Tubc de                                           11. para obtenção de fungos que crescem na areia deve-se levar:
ensaio com tampão de gaze e algodão e com meio de cultura solidificado inclinado. Figura 8. Fungos aquáticos zoospó-
ricos com 1-2 flagelo,. Figura 9. Corpo de frutificação de basidiomlceto estipitado (Agaricale,).                                                               papel celofane

                                                                                                                                          20
                                                                                                                                     19
:   ,
                                                                                                                                                                                                                                                                  2.5
                              placa-de-petri                                                                                                                                                   Fungos microscópicos             do solo e em substratos    orgânicos
                              pó len de Pinus sp.
                              Ver - INSTRUÇOES      GERAIS                                                                              O solo é um ambiente    muito complexo.       Está longe de ser um simples amontoado      de matéria
                                                                                                                               inorgânica  sem vida, como costuma parecer. ~ na verdade habitado por bactérias, fungos, algas, preto-
               B -   Métodos                                                                                                   zoários, artrópodos   (ácaros,  insetos), anelídios.    nematóides.  moluscos e outros organismos      que. na
                                                                                                                               maioria das vezes, não se percebe por serem diminutos         ou microscópicos.    Todos estão em íntimo con-
           Coletar  pedaços    de madeira   em processo de decomposição,     com dimensão      em torno      de                tato com minerais, raízes, matéria orgânica mona, etc. existentes no solo. Há, portanto.        uma interação
   1O-15cm de comprimento,       obtidos de ambientes. como: parte alta, média e baixa da região intertidal,                    muito grande entre todos esses componentes        do solo. fazendo com que ocorram transformações        cons-
  em área acima da maré alta, dunas e entre rochas.                                                                            tantes. de natureza física. química e biológica.     ~ importante,  pois. considerar o solo como uma entida-
           Para o exame dos fungos existentes nesses substratos, efetua-se o isolamento   por observação di-                   de dinâmica e viva.
  reta, sob lupa.                                                                                                                      Para isolar fungos             microscópicos      precisa-se     usar técnicas ou substâncias       especiais (ex: antibióti-
           Em seqüênçia,    procede-seao   exame microscópico,   com o material    entre lâmina e laminula                     cos) que impeçam            o crescimento     dos organismos          indesejáveis.
   (Fig. 10). Para posterior   identificação,  pode-se inocular as estruturas encontradas   em places-de-pstri
   com meio de cultura,    Tubaki ou BOA (ver capo 6), contendo água do mar e antibiótico,        que fornecerá                2.5.1.    Coleta        e isolamento
   os nutrientes  básicos para o desenvolvimento    do fungo e impedirá o crescimento   de bactérias,
                                                                                                                                         A -      Materiais
            Folhas cardas e em estado de decomposição       também podem ser coletadas e estudadas aplican-
   do-se este mesmo método.
                                                                                                                                                  a. Coleta
            Outra técnica consiste em recolher as amostras e di.stribuí-Ias em garrafas escuras com boca lar-
                                                                                                                                                     álcool comum
.. gq (em posição hor izontal}   acomodadas     em toalha de papel dobrado e embebido     em água'do mar este-
                                                                                                                                                     algodão
  rilizada. Este conjunto       deverá permanecer    de 1-6 semanas em local fresco e umedecido         também com                                   espátula ou colher        (vários    tamanhos)
  água do mar já esterilizada,      para observação.                                                                                                    etiqueta
             Para fungos que atacam raizes de plantas, cortam-se 20 pedaços destas, de 2-3mm de compri-                                                 pinça
  mento. Cada 2-3 pedaços devem ser colocados em frasco com 20ml de água do mar esterilizada.                      Agi-                                 Ver - INSTRUÇÕES              GERAIS
  ta-se violentamente      por um minuto.      Despreza-se essa água e acrescentam-se      mais 20ml de água do mar
  repetindo-se     o processo por mais 20 vezes. Os pedaços de raízes serão transferidos          para placas-de-petri                            b. Isolamento
  com papel de filtro esterilizados,       permanecendo     durante 24 horas para secagem à temperatura        ambien-
  te. Após este tempo,       lotes de cinco pedaços serão transferidos     para meio apropriado      (BOA ou Czapek                                     água destilada esterilizada
  modificado      - ver capo 6).                                                                                                                        antibióticos: sstreptomicina         e rosa-de-bengala
             Este método    também é utilizado     para fragmentos de folhas e madeira, com ligeira modificação                                         bico-de-Bunsen    ou lamparina
  na preparação      das amostras. Pedaços de folhas e madeira em decomposição             deverão ser triturados    em                                 bisturi ou lâmina de barbear (Fig. 6)
  liqüidificador,    com água do mar esterilizada,       por dois minutos. Após este tempo, o conteúdo           deverá                                 cristalizador  ou recipiente grande de-vidro
  ser vertido sobre duas peneiras de diferentes dimensões de malha. A peneira maior deverá ser colocada                                                 estante     para tubo de ensaio
  sobre a menor para melhor retenção dos pedaços. Os fragmentos                resultantes deverão ser transferidos                                     estiíete
  para vidros, contendo        20ml de água do mar esterilizada e dar inrcio às sucessivas lavagens conforme           já                                lâmina    para microscopia
  descrito.                                                                                                                                              laminula
             Quanto a fungos que crescem em areia, coletar amostras de solo da praia em sacos plásticos. De                                              meio de cultura     solidificado: BDA         Ou
                                                                                                                                                                                                    Czapek (ver capo 6)
  cada amostra. três colheres de chá deverão ser colocadas em placa-de-petri             e completadas   com água do                                     meio de cultura:     Czapek, com antibióticos   (ver capo 6)
  mar esterilizada.     Sobre este conjunto,    colocar pedaços de celofane e grãos de pólen, como iscas. Após                                           microscópio    astereoscópico
  três dias poderão ser iniciadas as observações microscópicas.          Esses exames poderão ser feitos de 3-30                                         papel alurrunio ou pano de algodão limpo
  dias após a iscagem das amostras. Os espécimes isolados poderão ser inoculados                 em meio de cultura                                      papel de filtro ou outro papel absorvente
  MHU com antibiótico         (ver capo 6).                                                                                                              pinça (vários tamanhos)
                                                                                                                                                         pipeta de 0,5-1 ,Oml esterilizada
                                                                                                                                                         placa de petri esterilizada
                                                                                                                                                         tubo de ensaio com 9ml           de água destilada          cada um, fechado     com tampão       de gaze e al-
  2.4.2.       Preservação                                                                                                                                        godão hidrófobo     esterilizado

                                                                                                                                           B -         Métodos
               A -   Materiais
                                                                                                                                         As amostras de solo, para análise, devem ser coletadas com uma espátula ou colher, tomanco-se
                     lactofenol     com azul de algodão   (ver capo 6)                                                           o cuidado de esterilizá-Ia parcialmente   com algodão embebido   em álcool, antes de cada coleta. Colo-
                     lâmina      para microscopia                                                                                cam-se cinco ou mais colheres de solo em sacos plásticos                       de 25 x 12cm.
                     larnínula                                                                                                          As. amostras devem ser guardadas em geladeira,                          se a utilização      não for   imediata,   mas, exigem
                     tubo     de ensaio com meio de cultura    BDA ou outros   meios de cultura   (ver capo 6)                   tratamento     mais rápido possrvel, devido à perda da viabilidade
                                                                                                                                                   ó                                                de hifas e esporas.               .
                                                                                                                                          A coleta de substratos orgânicos como folhas, frutos. raizes, troncos. em diferentes estágios de
               B -   Métodos                                                                                                     decomposição     ou não, insetos e outros pequenos animais é feita com a mão usando-se os saquinhos de
                                                                                                                                 plástico pelo avesso como luva ou com auxilio      de uma pinça. Utilizam-se    saquinhos plásticos indivi-
        Para manter os organismos     vivos, deve-se çuardá-tos em tubos de ensaio inclinados                    (Fig.   7),     duais para cada tipo de substrato. As regras de assepsia parcial e colocação de etiquetas, tal como des-
  com BDA ou outro meio que atenda às necessidades básicas do fungo.                                                             crito   para coleta        de solo, são idênticas       para toda e qualquer         coleta.
               o.
          material poderá ser preservado morto em lâminas semipermanentes    (ver (tem 2.2.3).
                                                                                                                                  22
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Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico

  • 1. janeiro 89 r,H ~. ; Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico tl'l;.Ji'JUJ[.[. 4 Instituto de Botânica
  • 2. '!i INSTITUTODE BOTÂNICA l' ~ . ." Técnicas de cOleta proservaçio' 9 e herborização INSTITUTO de BOTANICA (São Paulo). Técnicas de de material botânico coleta, preservação e herborização de material botânico. 1984. 61 p., il. (Manual, n9 4) Bibliografia. 1. Técnicas de coleta - Material botânico 2. Herborização 3. Herbário - Organização I. FIDA[,GO, Oswaldo, coord. 11.BONONI, Vera.Lúcia Ramos, coord. f" C.D.D.580.74202 ~ INSTITUTO DE BOTANICA Ca ixa Postal 4005 '" 01000 . São Paulo, SP . Brasil COORDENADORES Oswaldo Fidalgo Vera Lúcia Ramos Bononi Todas as artes finais das ilustrações foram executadas por Norga Maria Mascarenhas dos Santos baseadas em dados fornecidos sob a forma de objetos, desenhos origi· nais (Maria Aparecida de Paula e Maria deI Carmen Bos- que Martinezl. impressos (Joaquim F. de Toledo} e cro- quis. S[CRETARIA 0[' AGRICUlIURA [ A8ASHCIM[NIO Cooroeneoone da Pesquisa de Becueos NalUfais I C 1- J INSTITUTO DE BOTANICA MANUAL N'? 4 - SAo PAULO -19B4
  • 3. aI' 1 APRESENTAÇAO CONTEÚDO . 4 I I INSTRUÇOES GERAIS. 5 A. Materiais gerais para coleta 5 B. Materiais gerais para herborização . 5 C. Materiais para anotações. 6 D. Dados a serem anotados . 6 1. ALGAS . 1 1.1. Introdução . 8 1.2. Algas de águas continentais. , . 8 1.3. Algas marinhas bentônicas . 11 2. FUNGOS E LfoUENS 14 2.1. Introdução.. .. . 15 2.2. Fungos do ar . 16 2.3. Fungos de águas continentais 17 2.4. Fungos de águas marinhas . 20 2.5. Fungos microscópicos do solo e em substratos orgânicos . 22 2.6. Fungos e líquens macroscópicos . 24 3. BRIOFITAS . 27 3.1. Introdução . 28 3.2. Técnicas . 28 4. PTERIDOFITAS E FANEROGAMAS 31 4.1. Introdução . .. .. .. .. .. .. 32 4.2. Pteridófitas .. ............ .. .... . . . . . . . .. 33 4.3. Fanerógamas herbáceas. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 34 4.4. Fanerógamas arbustivas. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 36 4.5. Fanerógamas arbóreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 38 4.6. Fanerógamas suculentas ou volumosas . . . . . . .. 46 4.7. Fanerógamas aquáticas. . . . . . . . . . . ....... 48 APRESENTAÇAo 5. ORGANIZAÇAO DE HERBARIO .......•....... 52 Coleta, preservação e herborização de material botânico requerem metodologias especificas que, infelizmente, não se encontravam à disposição do nosso estudante de nlvel universltárto. Procurando preencher essa lacuna, idealizou-se o presente manual, com o objetivo de oferecer 6. FORMULAS E MEIOS DE CULTURA 56 as informações básicas indispensáveis. Não se pretende aqui descer a minúcias, particularizando técnicas muito especializadas e adota- das apenas para pequenos conjuntos de seres. Almeja-se, tão somente, divulgar aquelas de aplicação mais ampla. 7. LITERATURA CITADA........ 61 Na tentativa de apresentar a matéria de forma didática, levou-se em consideração para o melhor arranjo da matéria, não só, os grandes grupos de plantas, mas também, aspectos estruturais peculiares ou condições ambientais em que vivem, que impliquem no emprego de técnicas especiflcas. 8. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA. . . . . . . . . . . . .. 62 Complementando, considerou-se como fundamental a inclusão de um capitulo de fórmulas e meios de cultura, bem como, outro sobre normas gerais de organização de herbário. 3 4
  • 4. , , <' • prensa de madeira ou pasta de plantas INSTRUÇÕES GERAIS querosene Essa relação. destina-se ao. trabalha geral de herbarizaçãa para usa na acampamento. au na sede. Para a melhor utilização. da presente manual, considerou-se recamendável destacar algumas ins- Carrespande à atividade que antecede a processo de Incorporação da material no herbária. Todo esse truções de ardem geral. Tanta neste capitula, cama nas demais, as materiais requeridos para coleta, conjunto a coletor deverá levar em excursões prolangadas ou a locais distantes e mantê-Ia na acampa- preservação. e herborização são apresentadas na singular e em termas genéricas, a titula de lembrete. mente. Nesse casa a fator limitante fica restrita às candições de transparte. Assim, a seleção. das materiais, bem cama, a definição. de quantidades, tamanhas e modelos, serão. esta- belecidas pela pesquisador, em adequação. aas métodos descritas e à particular natureza da trabalha a C ser realizada ou da material a ser coletado. Materiais para anotações Os pracedimentos ou materiais aqui relacionados têm aplicação, na seu todo ou em parte, nas diferentes atividades previstas para cada agrupamento. vegetal. Em contraposição, nas demais caprtulos apontador de lápis ou subcapi'tulos direcianadas a determinadas grupas vegetais, só serão. listadas infarmações especificas bar racha a eles pertinentes e não inclujdas na presente capitula, caderneta ou caderno. para anotações de campa etiqueta de papel, gamada au não. A lápis preta ou caneta Materiais gerais para coleta papel sulfite (40 kg) altúnetro barbante, corda (fina, média ou grossa) ou cordel D binóculo. Dados a serem anotados bornal, cesta, mochila ou sacola canivete au espátula o CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTI"FICO E TECNOLOGICO tem faca afiada ou facão. com bainha requerido, para cada material coletado, a preenchimento. da ficha adiante apresentada. Esse modela de- fita crepe ve ser seguida para efeito. de uma padranizaçãa nacional. Dadas adicianais relativos à consistência, tex- fita métrica tura, odor e outros, devem constar das observações, Sempre que possrvel, as cores mencianadas devem fósforo au isqueiro. ser referidas a uma carta de cores, de preferência de MAERZ & PAUL (1930) para fungas, au HORTI- jornal CULTURAL COLOUR CHART (1938), para as demais grupas de plantas. lupa de mão. (aumentas de 10 -15x) Essas anotações deverão, pasteriarmente, ser transcritas para a rótula e fichas de herbária. máquina fatagráfica e filme papel indicador de pH (principalmente na coleta de plantas aquáticas "sensu lata") papelão. refarçada ou tábua fina campensada pasta de plantas au prensa de madeira saca de papel (várias tarnaohos+- principalmente para 500 e 1000g) GRUPO: IFAM!UA: saco de plástica (várias tamanhas - especialmente de 25 x 12cm ou 90 x 60cm) NOME VULÇ,I.J'U:Sl.OCAIS,COM 10.01.1,1.$: Esse conjunto de materiais é usualmente carregada pela coletor durante a atividade de coleta. IN~ DO ;:ollloIlIO"T. 0" COLETA' Em seu todo, é recamendável para coleta de pteridófitas ou de plantas faneragâmicas, enquanto. aos de- NOME 00 OETUIIoCIHAOOR: ro"u o,t. OEHRI.4IN.l.Ç~o;ll.4"nRIAL oISPONiv[1,." mais gruaas, pade atender em parte. Em termas de quantidades, os materiais devem ser selecionados HÁBITO DE CRESCIMENTO: I FILOTAXIAlsô I)lcor.): !CORDA fLOR OU OO~PORÓFORO pela coletor que deverá levar em consideração a valume total da que será par ele transportado (Ex. ma- teriais adicionais de coleta, alimentas, caixa de primeiras socorros, etc.), a pesa desse conjunto, a dis- -'-011--00 '111,110 OU 00$ UPOR05: I'NTERUU CCONOMICO: ~ AliifififH'frGtRli: tância a ser percarrida e sua própria resistência Usica. A pasta de plantas pade ser feita com dols peda- SU6STII"TOf;fAAI.: ços de papelão. refarçada (ou tábuas finas campensadas) de 45 x 30cm, ligadas entre si par cordas, ten- COMPORTAMENTO: l'AEOUlIICIA RELAtiVA: da entre eles as falhas de jornal. Recamenda-se que facão. e faca afiadas devem estar sempre dentro. de IESTAOO, HARITQIIO ou SIMILAR: PAI,: IIIEGI.l:O: suas bainhas quando. não. em uso, para evitar perdas e acidentes. 11. .•. 1ITUOE: ILONGITUDE: IALTifUOE: B Materiais gerais para herborização 09SEIIVAÇOES: álcool barbante, cordel, corda fina ou média ou correia cam fivela envelope resistente estufa metálica ou.de madeira para secagem etiqueta fagareira falha de alumínio carrugada fósforo. ou isqueiro jarnal papel chupão au mata-borrão papel sulfite (40 kg) papelão. ondulado ou canelada 6 5
  • 5. (, -: ( '.:.' ALGAS 1.1 Introdução Alga é hoje um nome popular e, como grupo de vegetais, extremamente heterogêneo. Reúne formas encontradas principalmente em ambiente aquático (marinho ou continental), mas também em solos; que podem viver no in teria r de outros vegetais ou de alguns animais; que podem ser de vida livre ou fixas sobre cenas animais, vegetais, rochas e outros substratos; que normalmente são capazes de produzir seu próprio alimento (autótrofas) mas, que também incluem alguns organismos saprófitos ou 1;.. parasitas (heterótrofas); que podem variar desde seres unicelulados até os multicelulados. Quanto às va- riações de forma do corpo e da cor que apresentam, as algas reúnem a maior gama jamais imaginada pe- lo homem. Tudo isso é conseqüência da primitividade morfológica e fisiológica das algas, cuja reunião, do ponto de vista sistemático, num único grupo, é forçada e decorrente simplesmente da inexistência de um envoltório, constituído por células estéreis, que recobrisse seusórgãos de reprodução, tanto se- ALGAS xuada como assexuada. 1.2 Algas de águas continentais 1.1. INTRODUÇÃO A coleta de algas de águas continentais requer, necessariamente, como para qualquer outro qru- Certos Eduardo de Mattos Bicudo po de organismos, resposta a algumas questões preliminares, quais sejam: 1) onde existem algas normal- mente? 2) que tipo de trabalho pretende-se realizar? e 3) que material e como se pretende coletar? 1.2. ALGAS DE ÃGUAS CONTINENTAIS A resposta à primeira pergunta é dada conhecendo-se, previamente, os ambientes naturais onde Célia Leite Sant'Anna vivem as algas e qual dessesambientes se pretende visitar para a coleta, Certos Eduardo de Mattos Bicudo O meio mais rico em algas é, com certeza, o aquático, a saber: pântanos, empoçados, lagoas, la- Rosa Maria Teixeire Bicudo gos, represas e rios. Certas algas, porém, podem ser encontradas vivendo no ar, em locais constante- Miriam Borges Xavier mente umedecidos, tais como: troncos de árvores; paredes, pedras, solos, etc. Isto, sem mencionar os chamados ambientes "pouco usuais": plantas (algas endofíticas ou epifíticas), animais (algasentozoá- rias ou epizoárias), águas termais, neve, etc. 1.3. ALGAS MARINHAS BENTONICAS De um modo geral, é mais aconselhável, quando em excursão, fazer-se uma coleta completa, Marilza Gordeiro-Marino com grande número de amostras, de algumas poucas localidades, do que apanhar uma ou duas amos- Noemy Yemeçuishi- Tomita tras de um grande número de áreas. Na realidade, nada é mais improdutivo do que não se dispor de Silvia Maria Pita de Beauclair Guimarães quantidade suficiente de material de alguma alga mais rara encontrada, ou dispor de alguns exempla- res apenas, imaturos, de uma dada espécie, que não possibilitem sua identificação. j Quanto à segunda questão, o trabalho pode ser simplesmente o levantamento das espécies de algas que ocorrem num determinado corpo d'água ou numa área circunscrita. Este é um trabalho qua- ( litativo, isto é, um catálogo, que deve ser o mais completo possivel. das espéciesde algas da área estu- ( dada. Por outro lado, pode-se pretender efetuar, além do levantamento qualitativo de um local, estu- dos da variação quantitativa de sua composição ao longo das quatro estações do ano e do número de individuos por volume, de cada espécie considerada. Quanto à última questão, pode-se afirmar que a coleta de algas de águas continentais é um processo relativamente fácil, desde que se tenha os materiais adequados que podem variar dos mais simples e de fabricação caseira a aparelhamento bastante refinado. Considerando-se que as algas, em geral, são mais abundantes e diversificadas no meio aquáti- co, são aqui mencionados apenas os métodos de coleta, preservação e herborizarão das algas deste am- biente. 1.2.1. Coleta A - Materiais espátula frasco de vidro com tampa (vários tamanhos) garrafa especial para coleta de água (Fig. 3) luva de borracha ou de plástico papel vegetal cortado em tamanho de 4 x 2cm para rótulo 8
  • 6. :<} , r rede de plâncton com malha de 20-45JJm (F ig. 1) lugol acético (ver capo 6) tesoura papel de filtro Ver -INSTRUÇOES GERAIS pipeta graduada (vários tamanhos) proveta B - Métodos solução de Transeau (ver capo 6) a. Qualitativo B - Métodos o método mais simples de coletar algas planctônicas consiste em passar um frasco aberto em Ainda que seja preferlvel estudar organismos vivos, a maioria dos trabalhos sobre algas é feita a meio à massa visível de algas ou, mesmo, na água aparentemente sem elas, enchendo-o aproximada- partir de material preservado. É praticamente imposslvel manter uma coleção viva até que seja comple- mente até à metade. Se, no primeiro caso, pode-se conseguir uma quantidade apreciável de algas para tamente examinada. exame, no segundo, o número delas por volume pode ser muito pequeno, tornando difícil a localização A fixação e a preservação da amostra devem ser feitas o mais breve possivel e até 48 horas de- dos espécimes para estudo, Assim é vantajoso conseguir amostras concentradas de material. Para tanto, pois do momento da coleta, mormente em se tratando de amostras concentradas de material. pode-se empregar a rede de pláncton. Trata-se de uma rede com a forma de um cone truncado, feita de A solução ideal para as algas ainda não está bem determinada. O melhor seria uma solução de tecido de náilon ou de seda, de malha muito fina. Na porção de maior diâmetro, adapta-se um aro de fácil obtenção e que alterasse o menos possrvel a aparência da alga. Em várias alternativas de chaves dl- metal com cabo e, na parte mais estreita, amarra-se um frasco (F ig. 1). cotômicas artificiais para identificação de algas, a opção entre uma ou outra alternativa, é a cor ti'pica Ao se passar a rede, a água atravessará o tecido e as algas ficarão concentradas no frasco. Quan- dos organismos. Infelizmente, a cor de certas algas pode variar com as diferentes soluções utilizadas e, do se julgar que foi coletado material suficiente, basta esvaziar o frasco num outro ou, simplesmente, em geral, a grande maioria das algas desbota com o tempo, ficando até totalmente esbranquiçadas. substituf-to na rede, . O método mais simples para preservação de algas de águas continentais é usar formalina em so- Quanto às algas bentônicas macroscópicas, por exemplo as caráceas, costuma-se arrancar as lução aquosa (1 : 1 O). '''':''' plantas com a própria rede de plâncton ou retlrá-las com a mão usando-se neste caso luvas de borracha Das inúmeras soluções tentadas, talvez a que melhor atenda às caracterlsticas para melhor con- ou de plástico como proteção. O material coletado deverá ser colocado em saco plástico com um pou- servação seja a adição da solução de Transeau (ver capo 6) à água da própria amostra na proporção de co de água do próprio ambiente. 1:1. As cianofrceas que crescem formando massas em substratos como rochas, solo, outras plantas, O material em liquido se utilizado em concentração apropriada, preserva melhor a forma do es- . etc., são coletadas com uma espátula e colocadas em frasco de vidro com um pouco de água do am- pécime, mas, tem a desvantagem da evaporação lenta e, eventualmente, de determinar a perda irrepará- biente ou diretamente em envelopes de papel. Neste último caso, os envelopes devem ficar abertos e vel do material coletado, pela secagem completa da amostra. Adicionando-se um pouco de glicerina pu- expostos ao ar para secagem do material. ra à amostra é posstvel diminuir a intensidade de evaporação e, conseqüentemente, a dessecação do Para coleta de algas epifitas usa-se cortar com uma tesoura ou arrancar com a mão as partes material. imersas da planta hospedeira, Este material deverá ser colocado em frascos de vidro com água do am- Quanto à preservação de eprfitas, colocam-se pedaços da planta hospedeira em um frasco con- biente. Posteriormente no laboratório, estudam-se as epi'fitas ao microscópio, através de cortes bem fi- tendo água destilada e solução de Transeau na proporção de 1: 1. nos do hospedeiro. Especificamente, para o estudo de fitoflagelados, aconselha-se fixar o material com lugol acéti- Na coleta de algas de águas continentais, usa-se preencher também os frascos até a metade no co (ver capo 6) que preserva melhor seus cilios e flagelos. máximo, pois, se completada sua capacidade total e mantidos fechados, as algas podem, mesmo em poucas horas, entrar em processo de deterioração e o material torna-se impróprio para a ident ificação 1.2.3. Herborização sistemática. É sempre aconselhável destampar os frascos contendo material coletado, assim que se che- A - Materiais gar ao laboratório, ou cada vez que se parar para pouso numa excursão de dois ou mais dias. Como medida de segurança, é conveniente por o número correspondente ao material a lápis água de torneira ou outra informação qualquer, breve, em papel vegetal e colocá-Io dentro do frasco contendo o mate- bandeja de plástico (F ig. 2) rial coletado, na eventualidade da etiqueta externa se perder, chapa metálica lisa, usualmente, de alurrunio (do tamanho da folha de papel sulfite usada ou ligeiramente maior) - Fig. 2 b. Quantitativo mica folheada bem uniforme (pedaços) papel manteiga Existem diversos métodos para o estudo quantitativo de algas planctônicas. O mais simples e pinça prático consiste na coleta de água de superft'cie em frascos com capacidade de 1·5 litros. Se o material pincel for pouco concentrado, recomenda-se usar umvolume maior de água, caso contrário usa-se um volurrie tecido de algodão alvejado e lavado (pedaços) menor. Ver - INSTRUÇOES GERAIS Se houver interesse em coletar em várias profundidades, faz-se necessário o uso de um barco, para se ir ao meio do lago, e uma garrafa especial para coleta de água tipo Van Dorn, Nansen, cilindro de Kemmerer (Fig. 3), Meyer, etc. B - Métodos Posteriormente, no laboratório, deve-se proceder à homogeneização do plâncton coletado (agi- Muitas algas podem ser preservadas como espécimes secos de herbário. Em se tratando de algas tação manual cuidadosa] e transferir uma subamostra para uma cubeta ou câmara de contagem (volu- microscópicas, pinga-se 1-3 gotas da amostra contendo material vivo e concentrado (ou mesmo morto, me de 1·50ml) para análise em microscópio invertido (maiores detalhes, ver método de Uther mõl em VOllENWEIDER,1971). fixado e concentrado) sobre uma ficha de cartolina branca, deixando-se secar espontaneamente. A car- tolina, com o borrão seco, poderá ser guardada em envelope, num fichário. Quando se desejar estudar esse material, basta raspar um pouco do borrão sobre uma lâmina de microscopia contendo uma gota de 1.2.2. Preservação solução aquosa à 4% de hidróxido de potássio. O hidr6xido limpa o material e facilita a penetração de A - Materiais soluções corantes que sejam necessárias a seu estudo. Muitas vezes, em vez de cartolina branca, é prefe- rlvel usar folhas bem uniformes e delgadas de mica como substrato da preparação. A mica permite o formalina (= formo I 40%) ou formo I bruto (= 10(010) exame direto do material ao microscópio, ernpreqando-se o hidróxido de potássio, não havendo né- 9 10
  • 7. .~--~"._; ~-.. /." ~:J cessidade de danificar a exsicata a cada utilização, como acontece quando se raspa o borrão da cartoli- na. Procedimento semelhante é usado para cianofl'ceas. o material macroscópico, principalmente de caráceas. deve ser distendido e seco em uma folha ;I de papel resistente. Para isto, deve-se: 1) escolher o espécime da alga que se deseja distender; 2) colocar uma folha de papel sulfite sobre uma chapa de alumlnio lisa e mergulhar ambas em um recipiente con- tendo água de torneira (Fig. 2); 3) deixar flutuar na água do recipiente o exemplar escolhido da alga e, em seguida, elevar cuidadosamente a chapa metálica com o papel até que a alga assente sobre este; 4) distender, arrumando, as várias porções do talo da alga, utilizando um pincel fino e macio, trabalhando sempre com o material sob a água, para obter uma preparação que assemelhe o mais possrvel à planta viva; 5) tomar o material distendido e fazer o seguinte conjunto: folha de papelão ondulado folha de papel mata-borrão ou chupão folha folha folha folha de de de de papel com a alga distendida papel manteiga ou tecido de algodão alvejado papel mata-borrão ou chupão papelão ondulado ]~ I:, Depois de feitos vários desses conjuntos, os mesmos são colocados entre duas prensas (tábuas de madeira) e amarrados firmemente com cordão resistente, para secar. O material pode ser colocado ao sol, tendo-se, porém, o cuidado de trocar diariamente as folhas mais úmidas de papel chupão ou de mata-borrão, até que se apresente bem seco. Também pode ser seco em estufa à temperatura de 40-500C. 3 Os exemplares mais delicados de algas podem ser distendidos sobre folhas de rnica, em vez de papel. 1.3 ~r Algas marinhas bentõnicss As algas marinhas bentônicas ocorrem no litoral, desde a zona das marés até profundidades li- mitadas pela penetração da luz. A ocorrência dessas algas é sempre condicionada à existência de subs- ~i trato sólido, de natureza variada, para sua fixação, Na faixa litorânea, os costões rochosos propiciam uma diversificação de ambientes onde as al- gas ocorrem, incluindo locais sujeitos à arrebentação violenta, locais protegidos e ernpoçados em de- pressões de 'rochas. Nas balas calmas, além de crescerem nos costões rochosos, podem ser encontradas sobre conchas, pedras soltas, pedaços de madeira, etc. depositados no fundo. Os mangues constituem outro ambiente onde as algas são encontradas, sendo o substrato representado por troncos e raizes de árvores que vivem nesselocal. Em cada um dessesambientes há uma diversificação muito grande quan- to ao tipo, forma e tamanho das algas. Nesses locais as algas estão sujeitas ao periodismo das marés, sendo que, as condições de maré baixa, são as mais adequadas para sua coleta. Por outro lado, algas também são encontradas submersas, em diferentes profundidades, cres- cendo fixas a substratos rochosos, recifes de corais e outros materiais sólidos. Sua coleta é feita por mergulho ou dragagem. 1.3.1. Coleta A - Materiais balde plástico draga equipamento de mergulho espátula lª frasco de vidro com tampa (vários tamanhos) martelo (para algas incrustantes) talhadeira (para algas incrustantes) Figura 1. Rede de plancton de náilon ou seda. Figura 2. Bandeja de plástico + chapa lisa de aluminio + papel sulfite + Ver-INSTRUÇOES GERAIS material coletado. Figura 3. Garrafa especial para coleta de água: cilindro de Kemmerer. 11 12
  • 8. r •. B - Métodos As algas que crescem na zona das marés, podem ser coletadas rnanualmente, com auxilio de espátula, tendo-se o cuidado de retirar as plantas inteiras. Estas são mantidas úmidas, acondicionadas em sacos plásticos, sendo as menores e as mais delicadas colocadas em frasco com tampa. Deve-se tomar o cuidado de não colocar muitas plantas juntas, evltendo-se, assim, danos e facilitando sua poso terior separação. Os frascos e sacos contendo o material coletado devem ficar protegidos do calor in· tenso e da luz solar. A coleta de algas, que crescem em profundidades não muito grandes, é feita manualmente por mergulhadores com equipamentos adequado. munidos de sacos plásticos presos à cintura, com peque- nos furos. para transporte do material. Em profundidades maiores, essa coleta requer o auxílio de barcos e dragas. Para a coleta de algas incrustantes há necessidadedo emprego de martelo e talhadeira. 2 1.3.2. Preservação FUNGOS E LfaUENS A - Materiais água do mar ou de torneira 2.1. INTRODUÇÃO bandeja de plástico João Salvador Furtado bórax etiqueta 2,2. FUNGOS DO AR formalina (=formoI40%) Sandra Farto Botelho Trufem frasco de vidro com tampa (vários tamanhos) microsc6pio estereosc6pico 2.3. FUNGOS DE ÃGUAS CONTINENTAIS papel chupão ou mata-borrão pinça Adauto Ivo Milanez pipeta graduada (vários tamanhos) placa-de-petri 2.4. FUNGOS DE ÃGUAS MARINHAS proveta (vários tamanhos) Rosely Gomes da Silva B - Métodos 2.5. FUNGOS MICROSCOPICOS DO SOLO E EM SUBSTRATOS ORGÃNICOS Rosely Ana Plccolo Grandi a. Separação 2.6. FUNGOS E LI'QUENS MACROSCOPICOS O material coletado pode ser fixado no pr6prio local de coleta ou pode ser trazido vivo para o Oswaldo Fidalgo laborat6rio. Neste, as algas devem ser colocadas, quando vivas, em bandejas ou em outro reciplente Vera Lúcia Ramos Banam' qualquer contendo água do mar. Cada planta é posta em placa-de-petri com água do mar e examinada cuidadosamente sob lupa, para separação das epífitas. Quando as algas são fixadas no local de coleta, posteriormente, devem ser examinadas e sepa- radas sob microsc6pio estereosc6pico. b. Fixaçãq Para fixação, neutralizar um litro de formalina com uma grama de bórax. A partir dessasolu- ção, preparar formalina a 4% com água do mar ou mesmo de torneira. Os frascos devem ser preenchi- dos com esta solução. Antes de colocar as plantas nos frascos, deve-se retirar com papel chupão ou mata-borrão. seu excesso de água. O material deve ser deixado na solução de formalina a 4% por um tempo rnínirno de 24 horas, sendo o frasco devidamente rotulado. Anotar nos r6tulos o local e a data da coleta. 1.3.3. Herborização A - Materiais idênticos aos relacionados em 1.2.3. (A) B- Métodos metodologia idêntica à de 1.2.3. (B) 13
  • 9. 2.2 2 Fungos do ar FUNGOS E LfaUENS O ar é um repositório natural, sob a forma de esporos, dos mais diversos tipos e grupos de fun- qos, O isolamento de esporos dependerá do local, do tempo de exposição e do substrato empregado. Oescrever-se-ãoapenas métodos qualitativos e não quantitativos para o isolamento de fungos do ar. 2.1 Introdução 2.2.1. Coleta A classificação dos grandes grupos de fungos tem sido baseada no tipo e complexidade da rnor- A - Materiais fologia, nas caracterrsticas das estruturas de reprodução e no padrão de comportamento exibido nos processos sexuais. graxa de silicone ou glicerina Inúmeros botânicos e, seguramente, poucos micologistas podem, ainda hoje, 'admitir os fungos lâmina e lami'nula para microscopia (Fig. 10) como plantas. Por revelarem estruturas espec/ficas. exibirem comportamento diferenciado e serem in- meio de cultura BOA ou outros (ver capo 6) capazes de realizar a fotossintese. os fungos tornam-se organismos distintos dos demais seresvivos. placa-de-petri A situação dos h'quens é mais complexa, uma vez que constituem produto da associação sim- Ver -INSTRUÇOES GERAIS biôntica entre fungo e alga. Além de revelarem caractenstica metabólica e, de certa forma, estrutura própria, os integrantes liquênicos mantêm sua individualidade biológica. B- Métodos Complexo tunço-subtreto: .Exposição ao ar, r'lO ambiente selecionado, da lâmina corri leve camada de graxa desilicone ou glicerina, ou ainda da placa-de-petri com meio de cultura, onde os esporos existentes no ar, por ação da Como organismo heterotrófico, todo fungo depende, direta ou indiretamente, de outro ser vi- força da gravidade, irão depositar-se e aderir-se às superfícies expostas. O tempo de exposição pode va- vo, para sua alimentação. A condição sapróbia é bastante evidente quando o fungo é encontrado sobre riar de 30 segundos a 15 minutos a critério do interessado, em função das condições ambientais (DA- troncos, ramos, folhas, restos ou partes de vegetais ou animais mortos. O predatismo leva ao abate su- VIES,1971). mário do hospedeiro, enquanto o parasitisrno é o tipo de associação em que o fungo provoca série gra- dativa de danos ao hospedeiro que, eventualmente, podem provocar sua morte. Entre os fungos, o pa- 2.2.2. Preservação rasitismo pode ser facultativo ou obrigatório. A - Materiais Nos casos de fungos sapróbios e parasitas, a atenção ao complexo fungo-substrato é de grande valia nas iniciativas de coleta. E oportuno chamar a atenção para a ocorrência de fungos com desenvol- agulha de repicagem (Fig. 4) vimento intramatrical, cujo ciclo se passa inteiramente no interior do hospedeiro e o extramatrical, que lâmina e larmnula para microscopia (Fig. 10) se desenrola em seu exterior. placa-de-petri E como se tudo isso não bastasse, há determinadas estruturas, como esporas e suas variações tampão de gaze e algodão para tubo de ensaio (Fig. 7) morfológicas e funcionais, que efetivamente não exibem qualquer manifestação de relacionamento f(- tubo de ensaio (Fig. 7) sico e biológico a substrato orgânico, até o momento em que iniciam o processo de germinação. meio de cultura: BOA ou outros (ver capo6) Coleta e manutenção de fungos B- Métodos Nunca será demasiado alertar o coletor para o fato de que as estruturas mais visrveis de um fun- Os esporos do ar, depositando-se na lâmina com silicone ou glicerina, ficarão a ela aderidos. A go não representam, necessariamente, todas as suas partes, nem tudo o que constitui o ciclo do organis- observação direta da lâmina ao microscópio óptico comum poderá, em muitos casos, permitir a iden- mo coletado. Grande parte do seu ciclo ou dos remanescentes estruturais poderá estar sendo perdida tificação do fungo. Estudos mais acurados requerem a técnica de exposição de placa-de-petri com meio no interior do substrato ou, simplesmente, já ocorreu em outro lapso de tempo, em outro hospedeiro, de cultura. O esporo, em contato com o meio de cultura adequado germinará, dando origem a uma co- ou em partes distintas do mesmo substrato. lônia. No momento oportuno, as diversas colônias da placa-de-petri exposta, deverão ser individual· Resultado: o que se coleta de um fungo constitui, em geral, um momento, no ciclo biológico mente repicadas, por meio de agulhas apropriadas (Fig. 4-5), em outras placas também com meio de da espécie. cultura, para o crescimento de culturasaxênicas, que são as indicadas para estudos mais minuciosos. A As condições ideais para o estudo e compreensão dos fungos reside no isolamento de organis- preservação dessascolônias é feita através de repicagens periódicas das colônias em novos meios, acon- mos, a partir de diferentes substratos e nos diversos ambientes em que os fungos ocorrem: ar, água e dicionados em tubos de ensaio inclinados (Fig. 7), tamponados com algodão e gaze. A periodicidade solo. das repicagens é em função do tipo de fungo, do meio de cultura e das condições ambientais em que As partes mais evidentes, nos fungos, constituem, como regra geral, o que mais resiste ao ma- são mantidos, mas de modo geral variam de 1-4 meses. Um dos meios de cultura mais utilizados é o nuseio e ao tratamento que leva à constituição da amostra do material (a exsicata) a ser incorporado BOA (ver capo 6), A manutenção de culturas em geladeiras, a temperaturas de 4·100C, acarreta baixa ao herbário. Os espécimes podem ser preservados pela simples secagem; em meios Ii'quidos, o picles; no metabolismo do fungo e menor dessecaçãodo próprio meio, possibilitando maior intervalo entre as em lâminas, para exame ao microscópio, sob forma desidratada e liofilizada; em nitrogênio h'quido, e repicagens (6 meses). por outros processos. Métodos mais sofisticados de preservação de fungos (micélio ou esporos) podem ser a liofiliza- ção, imersão da cultura em óleo mineral, utilização de nitrogênio líquido e outros (ONI ONS, 1971). Isolamento e cultivo de fungos 2.2.3. Herborização A obtenção de culturas de fungos, a partir dos substratos onde ocorrem, requer o dorrunío de técnicas e o emprego de cuidados especiais. Os procedimentos, as fórmulas, as receitas e as práticas são A - Materiais variadrsslrnos, dependendo do tipo de fungo, da natureza do substrato e do ambiente no qual se traba- lha.t: imprescindrvel levar em consideração a assepsia e selecionar o meio mais indicado para isola- estufa formo I mente. 16 15 I.
  • 10. " glicerina b. Para isolamento lactofenol com azul de algodão (ver capo 6) lâmina e laminula para microscopia (Fig. 10) áqua destilada esterilizada luto ou esmalte incolor para unhas agulha com ponta em laço (Fig. 5) papel de filtro agulha histológica place-de-petri de vidro ou de plilstico (polietileno ou policarbonato) bico-de-Bunsen ou lamparina Ver - INSTRUÇOES GERAIS bisturi ou lâmina de barbear (Fig. 6) Karo (para observação de flagelos) B- Métodos lâmina para microscopia (F i9. 10) laminula (Fig. 10) Se apenas os esporos constituúern o material de interesse, lâminas serni-perrnanentes podem ser meio: extrato de malte a 2%, MP·5 (ver capo6) preparadas. O método mais simples consiste em colocar a estrutura do fungo sobre uma gota de lacro- microscópio fenol com azul de algodão disposta na lâmina. Espalhar bem. Colocar a lamínula de tal modo que não pinça de ponta fina fiquem bolhas. Retirar o excesso com papel de filtro e vedar com esmalte incolor. pipeta de Pasteur esteri Iizada Há outros métodos mais minuciosos e de preparo mais demorado para confecção de lâminas ptaca-de-oetri autoclavilvel (100x2,0 ou 100x1 ,5cm) permanentes. As lâminas assim preparadas e numeradas devem ser acondicionadas em laminários vidro aútoclaváve' de boca larga (60·200m!) (Fig. 10). Se houver necessidade da herborização da própria cultura, coloca-se em placa-de-petrl, de pre- B- Métodos ferência de material plástico, o meio de cultura aoequado.ern camada fina (± 5mm de esoessural e ino- cula-se, no centro da placa, o fungo de interesse. Após o tempo necessário para o desenvolvimento ade- A iscagem pode ser feita no campo ou no laboratório (ver capo6). quado da colônia, coloca-se em dessecador a ptace-de-petri aberta, em contato com vapores de formol, A transparência dos substratos utilizados como isca, é fundamental, pois, o exame das estrutu- que irão matar o fungo, mantendo, no entanto, o aspecto da colônia no que se refere à forma, tipo de ras dos fungos que crescem dentro deles, é indispensável para uma correta identificação. crescimento, cor, altura, consistência, etc. Aquarda-se o tempo necessário para a completa secagemdo Para estudos taxonômicos, as amostras de água, para iscagem no laboratório, devem ser coleta- meio de cultura, podendo-se, para acelerar o processo, utilizar estufa a uma temperatura de 30·350C. das em frascos esterilizados (vidro ou qualquer outro material) de boca larga com capacidade para Sela-sea placa-de-petri com esmalte e rotula-se adequadamente o material. 60.200ml. Quando da coleta, juntar à água gravetos, folhas, exúvia de irisetos, algas, etc. No laboratório, uma parte do conteúdo com os materiais coletados é transferida para pla- 2.3 cas-de-petri esterilizadas, às quais se adicionam as iscasjá citadas. Fungos de águascontinentais As primeiras observações devem ser feitas nos substratos coletados e após 48·72 horas, nas iscas adicionadas. Para continuidade dos estudos é necessário o isolamento dos espécimes em cultura pura. Os fungos encontrados' em ambientes aquáticos podem ser divididos em dois grandes grupos: Os fungos que crescem nas sementes podem ser isolados utilizando-se o meio MP·5 (ver capo 6). zoospóricos (planospóricos) - Fig. 8 Com uma pinça ou agulha flambada (Fig. 4), porém fria, pedaço do micélio é removido e inoculado no não zoospórieos (aplanospóricos) . meio de cultura. Depois de 48·72 horas desenvolve-se a colônia em torno do inóculo. Da parte mais pe- Fungos zoospóricos sãoaqueles realmente adaptados ao ambiente aquático, pois possuem es- riférica da colônia, um pequeno quadrado com 1cm de lado é retirado com auxrlio de um bisturi ou lâ- truturas móveis de reprodução - zoosporos (Fig. 8) - dotados de um ou dois flagelos. O tipo, núrne- mina de barbear (Fig. 6) flambados e colocado em uma placa-de-petri esterilizada, adicionsndo-se água ro e modo de inserção dos flagelos constituem importantes parâmetros para a delimitação de grupos te- destilada esterilizada e 2·3 metades de sementes de cânhamo. Após 48 horas, observações poderão ser xonômieos. feitas, montando-se, em água, parte do material entre lâmina e lamínula com auxilio de agulhas e Fungos não zoospóricos são aqueles cujos esporos não apresentam flagelos. pinças. Os fungos aquáticos podem ser também encontrados no solo, através de estruturas de r esistên- As próprias placas-de-petr! podarão ser observadas diretamente ao microscópio, retirando-se a cia, necessitando de água apenas para completar seu ciclo de vida. Para a observação dessesfungos tor- tampa. na-se necessário coletar amostras de água e de solo, às quais adicionam-se iscasespeciais. À amostra de Fungos que aparecem crescendo em outros substratos, como grãos de pólen, quitina e querati- solo junta-se ainda água requerida Pelo fungo. na, são de diversas naturezas e, devem ser isolados. Os substratos contendo os espécimes devem ser se· parados, lavados em água destilada e, em seguida, colocados em placas-de-petri esterilizadas, adicionan- 2.3.1. Coleta e Isolamento do-se mais substrato da mesma natureza e água destilada esterilizada. Espera-se que haja invasão dos A - Materiais novos substratos e produção de grande número de zoosporos que poderão ser apanhados com uma pio peta de Pasteur ou uma agulha com ponta em laço (Fig. 5) e inoculadas em meio próprio para cultivo. a. Para iscagem Para observação dos flagelos, coloca-se i·2 gotas de Karo na montagem, que pela sua maior densidade diminui a mobilidade dos zoosporos facilitando a observação. ácido clondrico a 1% Alguns fungos, no entanto, não aparecem nas iscas colocadas nas amostras, em laboratório. frasco de 100ml, de boca larga e com tampa de polietileno Neste caso, as iscas, geralmente constituidas de frutos e gravetos, são colocadas em SdCOS feitos de tela hidróxido de potássio a 2"10 de náilon, com malha fina, ou então, utilizam-se latas de alimentos, tais como, de leite, de chocolate hipoclorito de sódio (água sanitária) a 10% em pó, etc., perfuradas com pregos em todas as suas faces. As latas ou sacos são amarrados a fios de isca: asa de inseto (siriri); celofane; ecdise de cobra; epiderme de cebola; exoesqueleto plástico e imersos nos corpos de água, proteqendo-os adequadamente da curiosidade popular. Depois de camarão, lagosta ou siri; folha descorada ou fervida (gramineas); fruto (maçã, de 2.3 semanas, as iscas são retiradas e lavadas em água corrente, por cerca de 30 minutos. Jatos for- pera, ameixa, tomate verde, caqui, carambola, etc.): grão de pólen (Liquidambar tes devem ser utilizados para a remoção de detritos, bactérias, protozoários e pequenos invertebrados. sp, Pinus spp, Araucaria angustifo/ia, milho e outras gram(neas, etc.): graveto; in- Se os fungos estiverem presentes, pequenas pústulas esbranquiçadas aparecerão, firmemente aderidas seto (inclusive larvas); semente (cânhamo, Grota/aria spp, laranja, melancia, etc.l à epiderme do fruto. Cada pústula contém numerosos espécimes de fungos. Isolada uma pústula em . papel alumínio . lâmina, esta deve ser dissociada com agulhas histológicas, sob microscópio estereoscópico, a fim de papel encerado separar os espécimes que, uma vez isolados, são colocados em água destilada, entre lâmina e laminula saco de tela de náilon ou lata de alimento para exame. . . 17 18
  • 11. ;, ( I. 2.3.2. Preservação A - Materiais água desti lada ester iIizada agulha histológica esmalte incolor 6 FAA (ver capo6) frasco Pyrex de boca larga (60-200mll lactofenol com azul de algodão (ver capo6) ][ lâmina para rnicroscopia ~ Iam(nula .,..:(::.:.;~:, :::.:y ':::'~~:.'.>:-:'~"". meio: extrato de malte a 2%, fubá-de-milho (ver capo 6) 7'l:::"<:.:~ pipeta de Pasteur esterilizada semente de cânhamo J,ê 8 - Métodos ~':'fj."= A preservação do material pode.ser em lâmina (ver item 2.1.3). 11 1I As colônias que crescem em sementes de cânhamo devem ser transfericlas para um frasco Pyrex C/I' estéril, de boca larga, com metade a dois terços de sua capacidade preenchida de água destilada esterili- 1 ~III zada. Adicionam-se 2-3 metades de sementes novas e incuba-se à temperatura ambiente. Em 4-7 dias, as culturas estarão maturas e poderão ser levadas à geladeira, a 4-100C. Neste momento os vidros são fechados com tampa de polietileno (sob pressão). A fim de permitir a circulação de oxigênio, pois que não há suspensão metabólica, fendas longitudinais deverão ser feitas na rolha ou dois furos na tampa de polietileno. Dessa maneira, os fungos permanecerão viáveis por penedos variáveis de 4-8 meses. Fin- do este, retiram-se os frascos da geladeira, troca-se a água destilada e adicionam-se novas sementes. t conveniente retirar algumas das sementes mais antigas, para evitar acúmulo de material. I] Utiliza-se, também, a preservação em FAA, principalmente para as espécies patogênicas, po- rém, as estruturas fúngicas, por serem bastante delicadas, não se preservam bem. A conservação do material vivo pode ser efetuada com utilização de meios de cultura (EMER- SON, 1955), tais como: meio de fubá-de-milho e extrato de malte a 2% (ver capo6). j:l:t:: I ;[ ••.. Para fungos zoospóricos e não zoospóricos deve-se apanhar os esporos com pipetas de Pasteur 4 1'111 I,.: I, I. ~,; 1'1I'" I III1 ou pedaços do fungo com agulha e inoculá-tos em meio de cultura e proceder corno no (tem 2.2.2. 10 2.4 5 Fungos de águas marinhas 2.4.1. Coleta e isolamento <0'Êf A - Materiais ' água do mar esterilizada antibióticos: sulfato de estreptomicina, penicilina estilete 8 garrafa escura com boca larga (± Scm diâm. x 15cm cornpr.) lâmina para microscopia Iam(nula meio de cultura (Tubaki. Czapek, BDA ou MHU) - ver capo6 papel de filtro I: peneira (com malhas de 2 a 5mm) pinça Vltl)i J] placa-de-petri toalha de papel 08S. I. para isolamento de fungos que atacam raizes de plantas relacionadas com a orla ma- rrtirna deve-se preparar 45 vidros com 20ml de água do mar esterilizada. Figura 4. Agulha de repicagem. Figura 5. Agulha com ponta em laço. Figura 6. Lâmina de barbear. Figura 7. Tubc de 11. para obtenção de fungos que crescem na areia deve-se levar: ensaio com tampão de gaze e algodão e com meio de cultura solidificado inclinado. Figura 8. Fungos aquáticos zoospó- ricos com 1-2 flagelo,. Figura 9. Corpo de frutificação de basidiomlceto estipitado (Agaricale,). papel celofane 20 19
  • 12. : , 2.5 placa-de-petri Fungos microscópicos do solo e em substratos orgânicos pó len de Pinus sp. Ver - INSTRUÇOES GERAIS O solo é um ambiente muito complexo. Está longe de ser um simples amontoado de matéria inorgânica sem vida, como costuma parecer. ~ na verdade habitado por bactérias, fungos, algas, preto- B - Métodos zoários, artrópodos (ácaros, insetos), anelídios. nematóides. moluscos e outros organismos que. na maioria das vezes, não se percebe por serem diminutos ou microscópicos. Todos estão em íntimo con- Coletar pedaços de madeira em processo de decomposição, com dimensão em torno de tato com minerais, raízes, matéria orgânica mona, etc. existentes no solo. Há, portanto. uma interação 1O-15cm de comprimento, obtidos de ambientes. como: parte alta, média e baixa da região intertidal, muito grande entre todos esses componentes do solo. fazendo com que ocorram transformações cons- em área acima da maré alta, dunas e entre rochas. tantes. de natureza física. química e biológica. ~ importante, pois. considerar o solo como uma entida- Para o exame dos fungos existentes nesses substratos, efetua-se o isolamento por observação di- de dinâmica e viva. reta, sob lupa. Para isolar fungos microscópicos precisa-se usar técnicas ou substâncias especiais (ex: antibióti- Em seqüênçia, procede-seao exame microscópico, com o material entre lâmina e laminula cos) que impeçam o crescimento dos organismos indesejáveis. (Fig. 10). Para posterior identificação, pode-se inocular as estruturas encontradas em places-de-pstri com meio de cultura, Tubaki ou BOA (ver capo 6), contendo água do mar e antibiótico, que fornecerá 2.5.1. Coleta e isolamento os nutrientes básicos para o desenvolvimento do fungo e impedirá o crescimento de bactérias, A - Materiais Folhas cardas e em estado de decomposição também podem ser coletadas e estudadas aplican- do-se este mesmo método. a. Coleta Outra técnica consiste em recolher as amostras e di.stribuí-Ias em garrafas escuras com boca lar- álcool comum .. gq (em posição hor izontal} acomodadas em toalha de papel dobrado e embebido em água'do mar este- algodão rilizada. Este conjunto deverá permanecer de 1-6 semanas em local fresco e umedecido também com espátula ou colher (vários tamanhos) água do mar já esterilizada, para observação. etiqueta Para fungos que atacam raizes de plantas, cortam-se 20 pedaços destas, de 2-3mm de compri- pinça mento. Cada 2-3 pedaços devem ser colocados em frasco com 20ml de água do mar esterilizada. Agi- Ver - INSTRUÇÕES GERAIS ta-se violentamente por um minuto. Despreza-se essa água e acrescentam-se mais 20ml de água do mar repetindo-se o processo por mais 20 vezes. Os pedaços de raízes serão transferidos para placas-de-petri b. Isolamento com papel de filtro esterilizados, permanecendo durante 24 horas para secagem à temperatura ambien- te. Após este tempo, lotes de cinco pedaços serão transferidos para meio apropriado (BOA ou Czapek água destilada esterilizada modificado - ver capo 6). antibióticos: sstreptomicina e rosa-de-bengala Este método também é utilizado para fragmentos de folhas e madeira, com ligeira modificação bico-de-Bunsen ou lamparina na preparação das amostras. Pedaços de folhas e madeira em decomposição deverão ser triturados em bisturi ou lâmina de barbear (Fig. 6) liqüidificador, com água do mar esterilizada, por dois minutos. Após este tempo, o conteúdo deverá cristalizador ou recipiente grande de-vidro ser vertido sobre duas peneiras de diferentes dimensões de malha. A peneira maior deverá ser colocada estante para tubo de ensaio sobre a menor para melhor retenção dos pedaços. Os fragmentos resultantes deverão ser transferidos estiíete para vidros, contendo 20ml de água do mar esterilizada e dar inrcio às sucessivas lavagens conforme já lâmina para microscopia descrito. laminula Quanto a fungos que crescem em areia, coletar amostras de solo da praia em sacos plásticos. De meio de cultura solidificado: BDA Ou Czapek (ver capo 6) cada amostra. três colheres de chá deverão ser colocadas em placa-de-petri e completadas com água do meio de cultura: Czapek, com antibióticos (ver capo 6) mar esterilizada. Sobre este conjunto, colocar pedaços de celofane e grãos de pólen, como iscas. Após microscópio astereoscópico três dias poderão ser iniciadas as observações microscópicas. Esses exames poderão ser feitos de 3-30 papel alurrunio ou pano de algodão limpo dias após a iscagem das amostras. Os espécimes isolados poderão ser inoculados em meio de cultura papel de filtro ou outro papel absorvente MHU com antibiótico (ver capo 6). pinça (vários tamanhos) pipeta de 0,5-1 ,Oml esterilizada placa de petri esterilizada tubo de ensaio com 9ml de água destilada cada um, fechado com tampão de gaze e al- 2.4.2. Preservação godão hidrófobo esterilizado B - Métodos A - Materiais As amostras de solo, para análise, devem ser coletadas com uma espátula ou colher, tomanco-se lactofenol com azul de algodão (ver capo 6) o cuidado de esterilizá-Ia parcialmente com algodão embebido em álcool, antes de cada coleta. Colo- lâmina para microscopia cam-se cinco ou mais colheres de solo em sacos plásticos de 25 x 12cm. larnínula As. amostras devem ser guardadas em geladeira, se a utilização não for imediata, mas, exigem tubo de ensaio com meio de cultura BDA ou outros meios de cultura (ver capo 6) tratamento mais rápido possrvel, devido à perda da viabilidade ó de hifas e esporas. . A coleta de substratos orgânicos como folhas, frutos. raizes, troncos. em diferentes estágios de B - Métodos decomposição ou não, insetos e outros pequenos animais é feita com a mão usando-se os saquinhos de plástico pelo avesso como luva ou com auxilio de uma pinça. Utilizam-se saquinhos plásticos indivi- Para manter os organismos vivos, deve-se çuardá-tos em tubos de ensaio inclinados (Fig. 7), duais para cada tipo de substrato. As regras de assepsia parcial e colocação de etiquetas, tal como des- com BDA ou outro meio que atenda às necessidades básicas do fungo. crito para coleta de solo, são idênticas para toda e qualquer coleta. o. material poderá ser preservado morto em lâminas semipermanentes (ver (tem 2.2.3). 22 21