SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
ACABAR EM PIZZA - Segundo o jornalista Eduardo Martins, autor do manual de
redação e estilo de O estado de S. Paulo, a expressão surgiu no Palmeiras, na década de
1950. Um dia, após uma grande e calorosa discussão entre o os diretores do clube, todos
foram para uma pizzaria, deixando as desavenças para trás.

CASA DA MÃE JOANA - A mulher que emprestou seu nome ao surgimento dessa
expressão foi Joana (1326-82), condessa de Provença e rainha de Nápoles. Em 1347, ela
regulamentou os bordeis de Avignon, onde vivia refugiada. “Casa-da-mãe-joana” virou
então sinônimo de prostíbulo, lugar de bagunça.

CUSPIDO E ESCARRADO - Significa que uma pessoa é muito parecida com outra. A
frase original, no entanto, é “esculpido em carrara”, uma alusão à perfeição das
esculturas de Michelangelo, pois carrara, um mármore italiano, era bastante utilizado
por ele. O uso popular foi modificado a frase.

DAR UMA COLHER DE CHÁ - Por ser uma bebida suave, o chá é muitas vezes
oferecido a doentes. A expressão “dar uma colher de chá”, portanto, passou a ser
empregada para definir uma manifestação de carinho, de ajuda a quem está de alguma
formafragilizado.

QUE BICHO TE MORDEU? - Expressão dita auma pessoa que muda repentinamente
de comportamento. Na frança do século XVII, era comum perguntar: “que mosca te
picou?”. Não se sabe exatamente quando a mosca foi trocada pelo bicho.

TÁ RUÇO! - Frase criada em Petrópolis, no Rio de Janeiro, que sugere que algo está
difícil, ruço é o nome dado ao nevoeiro que costuma baixar na cidade nas tardes de
inverno.

A VACA FOI PRO BREJO - Faz referência a tempos difíceis, de seca, quando o gado
parte em direção a brejos ou a terrenos pantanosos em busca de água.

MÃO DE VACA - É o nome que se dá a uma pessoa avarenta, sovina, pão-duro. A pata
da vaca lembra mesmo uma mão fechada, símbolo das pessoas que não gostam de
gastar dinheiro.

TIRAR O CAVALINHO DA CHUVA - Significa perder as esperanças de que algo
desejado vá acontecer imediatamente. Principal meio de transporte de tempos atrás, os
cavalos eram usados pelas pessoas quando elas visitavam amigos. Para indicar que a
visita seria breve, os cavalos eram amarrados na porta da casa. Quando,porém,
começava a chover, os animais eram tirados da chuva e levados para um galpão. “Tirar
o cavalo da chuva” era a frase dita pelo dono da casa ao visitante, dando a entender que
ele não precisava ter pressa, que podia se demorar. A expressão foi provavelmente
criada no Rio Grande do Sul.

DEU ZEBRA - Azebra não está entre os 25 animais que fazem parte do jogo do bicho,
uma loteria ilegal, por isso “dar zebra” significa acontecer algo improvável. A expressão
foi criada em 1964 pelo técnico de futebol Gentil Cardoso. “Acho que hoje vai dar
zebra”, disse ele momentos antes de um jogo entre a Portuguesa Carioca, pequeno time
treinamento por ele, e o poderoso Vasco, pelo Campeonato Carioca de 1964. A
portuguesa ganhou por 2 a 1 e a expressão se popularizou.

FICAR COM ÁGUA NA BOCA - É a sensação que temos ao sentir o cheiro de um
alimento de que gostamos ou ao ver algo muito apetitoso. Nessas ocasiões, o cérebro
estimula o organismo a pensar que a comida está prestes a ser ingerida. As glândulas
salivares são ativadas e começam a produzir saliva. Diariamente, cada pessoa produz de
200 a 350 mililitros de saliva.

 COM O RABO ENTRE AS PERNAS - É como os animais ficam quando estão com
medo de alguma coisa; a expressão passou a indicar aqueles que recuam humilhados ou
amedrontados. Seu uso é bem antigo, pois Francisco Manuel de Melo a mencionou em
Feira dos Anexins, de 1666.

COM UNHAS E DENTES - Agarrar algo “com unhas e dentes”é pegar alguma coisa e
fazer de tudo para não largá-la, enquanto lutar “com unhas e entes” é usar de todos os
meios à disposição para obter algo. Ainda na época dos romanos, unhas e dentes eram
tidos como as primeiras armas do homem, e o português Gil Vicente usou a expressão
no Auto da barca do Purgatório, de 1518.

CHEGAR DE MÃOS ABANANDO - Há muito tempo, aqui no Brasil, era comum
exigir que os imigrantes que chegassem para trabalhar nas terras trouxessem suas
próprias ferramentas. Caso viessem de mãos vazias, era sinal de que não estavam
dispostos ao trabalho. Portanto, chegar de mãos abanando é não carregar nada.



 SEM EIRA NEM BEIRA - Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes
que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de
cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.

QUEBRAR O GALHO - Duas histórias explicam a origem da expressão:

Quando alguém nos ajuda a resolver um problema, dizemos que essa pessoa nos
"quebrou um galho". Existem duas versões diferentes para explicar a origem desse re-
gionalismo tão usado no Brasil. Um dos significados da palavra galho é "conjunto de
riachos que se reúnem para formar um rio". Assim, para os viajantes, "quebrar um
galho" significa abrir um caminho em um afluente de rio para desembocar de forma
mais rápida no rio principal.

A segunda versão está ligada a Exu Quebra-Galho, entidade da umbanda que, acredita-
se, exercer forte domínio sobre as mulheres. Exu é procurado por muitos homens para
"quebrar galhos" amorosos com trabalhos de amarração.
RODAR A BAIANA - Quando alguém ameaça com um "pare com isso ou eu vou rodar
a baiana", qualquer pessoa discreta para na hora ou, pelo menos, toma cuidado. A
ameaça, na verdade, consiste em dar um escândalo público.Diferentemente do que possa
parecer, essa expressão não tem sua origem relacionada à Bahia, e sim ao Rio de
Janeiro. A região era palco, já no início do século 20, de famosos desfiles dos blocos de
Carnaval.No meio desses blocos, alguns espertinhos tascavam beliscões nas nádegas
das moças que desfilavam. Para acabar com o problema, alguns capoeiristas passaram a
se fantasiar de baianas, com direito a saia rodada e turbante na cabeça. Assim, ao
primeiro sinal de desrespeito, aplicavam um golpe de capoeira. As pessoas que
assistiam aos desfiles não entendiam nada: só viam a baiana rodar - e começar toda a
confusão.

UMA ANDORINHA SÓ NÃO FAZ VERÃO – A frase vem dolivro de filósofo
Aristóteles.

Geralmente, as expressões idiomáticas têm origem popular. Não é este o caso. A
primeira menção conhecida ao ditado está no livro Ética a Nicômano, de Aristóteles
(384-322 a.C.). Na obra, o filósofo grego escreve que "uma andorinha só não faz
primavera", no sentido de que um indivíduo não deve ser julgado por um ato isolado.

A escolha da andorinha não é casual. Na busca por calor, essas aves sempre voam
juntas, em grupos de até 200 mil animais. As maiores aglomerações de andorinhas são
vistas nas Américas. Em outubro, quando começa a esfriar no norte, elas percorrem 8
mil quilômetros até a América do Sul, de onde voltam em abril.

ENFIAR O PÉ NA JACA - Expressão popular ganha contornos pitorescos na pesquisa
por sua origem.

Quem enfia o pé numa jaca vai ter dificuldade em romper a casca da fruta. Se conseguir
e chegar à polpa, pode saboreá-la, como muita gente faz, livrando-se dos caroços em
cada gomo. Essa opção alimentar, porém, nada tem a ver com a expressão enfiar o pé na
jaca. A história seria bem outra.

Antigamente, os tropeiros paravam nas vendinhas do caminho para molhar a garganta
com uma pinga. Quando se excediam e enchiam a cara, já bebuns, na hora de pegar o
cavalo para ir embora às vezes acontecia, ao subir no animal e jogar a perna esquerda
para montá-lo, errava e pisar no jacá - o cesto que levava as mercadorias - e, não raro,
esborrachar-se de cara no chão.

Daí teria nascido a expressão: quando alguém bebia demais, dizia-se que enfiara o pé no
jacá - no jacá! Jaca, a fruta, não tem nada com isso.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Lendas_ o negrinho do pastoreiro & a cuca
Lendas_ o negrinho do pastoreiro & a cuca Lendas_ o negrinho do pastoreiro & a cuca
Lendas_ o negrinho do pastoreiro & a cuca vitoria Figueiredo
 
Estude em casa 5 ano lp 11 e 12
Estude em casa 5 ano lp 11 e 12Estude em casa 5 ano lp 11 e 12
Estude em casa 5 ano lp 11 e 12kelymota
 
Folclore brasileiro.
Folclore brasileiro.Folclore brasileiro.
Folclore brasileiro.pratesclaudio
 
Lendas 4ª série B e 4ª série C
Lendas 4ª série B e 4ª série CLendas 4ª série B e 4ª série C
Lendas 4ª série B e 4ª série Cemefjardel1
 
LENDAS DO FOLCLORE BRASILEIRO.
LENDAS DO FOLCLORE BRASILEIRO.LENDAS DO FOLCLORE BRASILEIRO.
LENDAS DO FOLCLORE BRASILEIRO.franmunizluz
 
Lendas de origem Africanas - A Mula Sem Cabeça
Lendas de origem Africanas - A Mula Sem CabeçaLendas de origem Africanas - A Mula Sem Cabeça
Lendas de origem Africanas - A Mula Sem CabeçaEmef25
 
Aula capoeira processo histórico
Aula capoeira   processo históricoAula capoeira   processo histórico
Aula capoeira processo históricoJunior Oliveira
 
Lenda da Matinta Perera
Lenda da Matinta PereraLenda da Matinta Perera
Lenda da Matinta PereraSheyla Tasso
 

Mais procurados (20)

O que é o folclore
O que é o folcloreO que é o folclore
O que é o folclore
 
Lendas_ o negrinho do pastoreiro & a cuca
Lendas_ o negrinho do pastoreiro & a cuca Lendas_ o negrinho do pastoreiro & a cuca
Lendas_ o negrinho do pastoreiro & a cuca
 
Estude em casa 5 ano lp 11 e 12
Estude em casa 5 ano lp 11 e 12Estude em casa 5 ano lp 11 e 12
Estude em casa 5 ano lp 11 e 12
 
Folclore brasileiro.
Folclore brasileiro.Folclore brasileiro.
Folclore brasileiro.
 
Lendas Folcloricas Adriano e Gabriel
Lendas Folcloricas Adriano e GabrielLendas Folcloricas Adriano e Gabriel
Lendas Folcloricas Adriano e Gabriel
 
Lendas 4ª série B e 4ª série C
Lendas 4ª série B e 4ª série CLendas 4ª série B e 4ª série C
Lendas 4ª série B e 4ª série C
 
LENDAS DO FOLCLORE BRASILEIRO.
LENDAS DO FOLCLORE BRASILEIRO.LENDAS DO FOLCLORE BRASILEIRO.
LENDAS DO FOLCLORE BRASILEIRO.
 
Lendas 9o. b
Lendas 9o. bLendas 9o. b
Lendas 9o. b
 
Lendas de origem Africanas - A Mula Sem Cabeça
Lendas de origem Africanas - A Mula Sem CabeçaLendas de origem Africanas - A Mula Sem Cabeça
Lendas de origem Africanas - A Mula Sem Cabeça
 
Folclore
FolcloreFolclore
Folclore
 
O Boto
O BotoO Boto
O Boto
 
Lendas
LendasLendas
Lendas
 
Aula capoeira processo histórico
Aula capoeira   processo históricoAula capoeira   processo histórico
Aula capoeira processo histórico
 
A origem das lendas ppt
A origem das lendas pptA origem das lendas ppt
A origem das lendas ppt
 
Lendas e mitos região centro oeste
Lendas e mitos região centro oesteLendas e mitos região centro oeste
Lendas e mitos região centro oeste
 
Lendas
LendasLendas
Lendas
 
Sexta cultural
Sexta culturalSexta cultural
Sexta cultural
 
Sexta cultural
Sexta culturalSexta cultural
Sexta cultural
 
Lenda da Matinta Perera
Lenda da Matinta PereraLenda da Matinta Perera
Lenda da Matinta Perera
 
Língua Portuguesa
Língua PortuguesaLíngua Portuguesa
Língua Portuguesa
 

Semelhante a Origens de expressões

Semelhante a Origens de expressões (20)

Expr
ExprExpr
Expr
 
Rec tec
Rec tecRec tec
Rec tec
 
Dificuldades Da LíNgua Portuguesa
Dificuldades Da LíNgua PortuguesaDificuldades Da LíNgua Portuguesa
Dificuldades Da LíNgua Portuguesa
 
Buquê de Casamento
Buquê de CasamentoBuquê de Casamento
Buquê de Casamento
 
Buque das noivas
Buque das noivasBuque das noivas
Buque das noivas
 
Vivendo e aprendendo
Vivendo e aprendendoVivendo e aprendendo
Vivendo e aprendendo
 
Os fedorentos reis e rainhas da França
Os fedorentos reis e rainhas da FrançaOs fedorentos reis e rainhas da França
Os fedorentos reis e rainhas da França
 
Buquê de
 Buquê de Buquê de
Buquê de
 
Buquê de
 Buquê de Buquê de
Buquê de
 
Vivendo e aprendendo
Vivendo e aprendendoVivendo e aprendendo
Vivendo e aprendendo
 
VIVÁ CÓLTURA 1
VIVÁ CÓLTURA 1VIVÁ CÓLTURA 1
VIVÁ CÓLTURA 1
 
Buquê de casamento
Buquê de casamentoBuquê de casamento
Buquê de casamento
 
Buquê de casamento...
Buquê de casamento...Buquê de casamento...
Buquê de casamento...
 
Os fedorentos reis e rainhas da França
Os fedorentos reis e rainhas da FrançaOs fedorentos reis e rainhas da França
Os fedorentos reis e rainhas da França
 
Higiene buque historia
Higiene buque historiaHigiene buque historia
Higiene buque historia
 
Vivendo e aprendendo
Vivendo e aprendendoVivendo e aprendendo
Vivendo e aprendendo
 
Vivendo e aprendendo...!
Vivendo e aprendendo...!Vivendo e aprendendo...!
Vivendo e aprendendo...!
 
Curiosidades de Paris
Curiosidades de ParisCuriosidades de Paris
Curiosidades de Paris
 
Higiene pessoal na_idade_media
Higiene pessoal na_idade_mediaHigiene pessoal na_idade_media
Higiene pessoal na_idade_media
 
Drôles Curiosités Hygièniques du Moyen Âge
Drôles Curiosités Hygièniques du Moyen ÂgeDrôles Curiosités Hygièniques du Moyen Âge
Drôles Curiosités Hygièniques du Moyen Âge
 

Origens de expressões

  • 1. ACABAR EM PIZZA - Segundo o jornalista Eduardo Martins, autor do manual de redação e estilo de O estado de S. Paulo, a expressão surgiu no Palmeiras, na década de 1950. Um dia, após uma grande e calorosa discussão entre o os diretores do clube, todos foram para uma pizzaria, deixando as desavenças para trás. CASA DA MÃE JOANA - A mulher que emprestou seu nome ao surgimento dessa expressão foi Joana (1326-82), condessa de Provença e rainha de Nápoles. Em 1347, ela regulamentou os bordeis de Avignon, onde vivia refugiada. “Casa-da-mãe-joana” virou então sinônimo de prostíbulo, lugar de bagunça. CUSPIDO E ESCARRADO - Significa que uma pessoa é muito parecida com outra. A frase original, no entanto, é “esculpido em carrara”, uma alusão à perfeição das esculturas de Michelangelo, pois carrara, um mármore italiano, era bastante utilizado por ele. O uso popular foi modificado a frase. DAR UMA COLHER DE CHÁ - Por ser uma bebida suave, o chá é muitas vezes oferecido a doentes. A expressão “dar uma colher de chá”, portanto, passou a ser empregada para definir uma manifestação de carinho, de ajuda a quem está de alguma formafragilizado. QUE BICHO TE MORDEU? - Expressão dita auma pessoa que muda repentinamente de comportamento. Na frança do século XVII, era comum perguntar: “que mosca te picou?”. Não se sabe exatamente quando a mosca foi trocada pelo bicho. TÁ RUÇO! - Frase criada em Petrópolis, no Rio de Janeiro, que sugere que algo está difícil, ruço é o nome dado ao nevoeiro que costuma baixar na cidade nas tardes de inverno. A VACA FOI PRO BREJO - Faz referência a tempos difíceis, de seca, quando o gado parte em direção a brejos ou a terrenos pantanosos em busca de água. MÃO DE VACA - É o nome que se dá a uma pessoa avarenta, sovina, pão-duro. A pata da vaca lembra mesmo uma mão fechada, símbolo das pessoas que não gostam de gastar dinheiro. TIRAR O CAVALINHO DA CHUVA - Significa perder as esperanças de que algo desejado vá acontecer imediatamente. Principal meio de transporte de tempos atrás, os cavalos eram usados pelas pessoas quando elas visitavam amigos. Para indicar que a visita seria breve, os cavalos eram amarrados na porta da casa. Quando,porém, começava a chover, os animais eram tirados da chuva e levados para um galpão. “Tirar o cavalo da chuva” era a frase dita pelo dono da casa ao visitante, dando a entender que ele não precisava ter pressa, que podia se demorar. A expressão foi provavelmente criada no Rio Grande do Sul. DEU ZEBRA - Azebra não está entre os 25 animais que fazem parte do jogo do bicho, uma loteria ilegal, por isso “dar zebra” significa acontecer algo improvável. A expressão foi criada em 1964 pelo técnico de futebol Gentil Cardoso. “Acho que hoje vai dar
  • 2. zebra”, disse ele momentos antes de um jogo entre a Portuguesa Carioca, pequeno time treinamento por ele, e o poderoso Vasco, pelo Campeonato Carioca de 1964. A portuguesa ganhou por 2 a 1 e a expressão se popularizou. FICAR COM ÁGUA NA BOCA - É a sensação que temos ao sentir o cheiro de um alimento de que gostamos ou ao ver algo muito apetitoso. Nessas ocasiões, o cérebro estimula o organismo a pensar que a comida está prestes a ser ingerida. As glândulas salivares são ativadas e começam a produzir saliva. Diariamente, cada pessoa produz de 200 a 350 mililitros de saliva. COM O RABO ENTRE AS PERNAS - É como os animais ficam quando estão com medo de alguma coisa; a expressão passou a indicar aqueles que recuam humilhados ou amedrontados. Seu uso é bem antigo, pois Francisco Manuel de Melo a mencionou em Feira dos Anexins, de 1666. COM UNHAS E DENTES - Agarrar algo “com unhas e dentes”é pegar alguma coisa e fazer de tudo para não largá-la, enquanto lutar “com unhas e entes” é usar de todos os meios à disposição para obter algo. Ainda na época dos romanos, unhas e dentes eram tidos como as primeiras armas do homem, e o português Gil Vicente usou a expressão no Auto da barca do Purgatório, de 1518. CHEGAR DE MÃOS ABANANDO - Há muito tempo, aqui no Brasil, era comum exigir que os imigrantes que chegassem para trabalhar nas terras trouxessem suas próprias ferramentas. Caso viessem de mãos vazias, era sinal de que não estavam dispostos ao trabalho. Portanto, chegar de mãos abanando é não carregar nada. SEM EIRA NEM BEIRA - Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana. QUEBRAR O GALHO - Duas histórias explicam a origem da expressão: Quando alguém nos ajuda a resolver um problema, dizemos que essa pessoa nos "quebrou um galho". Existem duas versões diferentes para explicar a origem desse re- gionalismo tão usado no Brasil. Um dos significados da palavra galho é "conjunto de riachos que se reúnem para formar um rio". Assim, para os viajantes, "quebrar um galho" significa abrir um caminho em um afluente de rio para desembocar de forma mais rápida no rio principal. A segunda versão está ligada a Exu Quebra-Galho, entidade da umbanda que, acredita- se, exercer forte domínio sobre as mulheres. Exu é procurado por muitos homens para "quebrar galhos" amorosos com trabalhos de amarração.
  • 3. RODAR A BAIANA - Quando alguém ameaça com um "pare com isso ou eu vou rodar a baiana", qualquer pessoa discreta para na hora ou, pelo menos, toma cuidado. A ameaça, na verdade, consiste em dar um escândalo público.Diferentemente do que possa parecer, essa expressão não tem sua origem relacionada à Bahia, e sim ao Rio de Janeiro. A região era palco, já no início do século 20, de famosos desfiles dos blocos de Carnaval.No meio desses blocos, alguns espertinhos tascavam beliscões nas nádegas das moças que desfilavam. Para acabar com o problema, alguns capoeiristas passaram a se fantasiar de baianas, com direito a saia rodada e turbante na cabeça. Assim, ao primeiro sinal de desrespeito, aplicavam um golpe de capoeira. As pessoas que assistiam aos desfiles não entendiam nada: só viam a baiana rodar - e começar toda a confusão. UMA ANDORINHA SÓ NÃO FAZ VERÃO – A frase vem dolivro de filósofo Aristóteles. Geralmente, as expressões idiomáticas têm origem popular. Não é este o caso. A primeira menção conhecida ao ditado está no livro Ética a Nicômano, de Aristóteles (384-322 a.C.). Na obra, o filósofo grego escreve que "uma andorinha só não faz primavera", no sentido de que um indivíduo não deve ser julgado por um ato isolado. A escolha da andorinha não é casual. Na busca por calor, essas aves sempre voam juntas, em grupos de até 200 mil animais. As maiores aglomerações de andorinhas são vistas nas Américas. Em outubro, quando começa a esfriar no norte, elas percorrem 8 mil quilômetros até a América do Sul, de onde voltam em abril. ENFIAR O PÉ NA JACA - Expressão popular ganha contornos pitorescos na pesquisa por sua origem. Quem enfia o pé numa jaca vai ter dificuldade em romper a casca da fruta. Se conseguir e chegar à polpa, pode saboreá-la, como muita gente faz, livrando-se dos caroços em cada gomo. Essa opção alimentar, porém, nada tem a ver com a expressão enfiar o pé na jaca. A história seria bem outra. Antigamente, os tropeiros paravam nas vendinhas do caminho para molhar a garganta com uma pinga. Quando se excediam e enchiam a cara, já bebuns, na hora de pegar o cavalo para ir embora às vezes acontecia, ao subir no animal e jogar a perna esquerda para montá-lo, errava e pisar no jacá - o cesto que levava as mercadorias - e, não raro, esborrachar-se de cara no chão. Daí teria nascido a expressão: quando alguém bebia demais, dizia-se que enfiara o pé no jacá - no jacá! Jaca, a fruta, não tem nada com isso.