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E.E.”Dr JOAQUIM VILELA”
                            ATIVIDADE DE ESTUDOS ORIENTADOS DE LINGUA PORTUGUESA
                            DATA:__/__/__
                            ALUNO (A):___________________Nº___         SÉRIE: _______
                            PROFESSOR: _______________                 VALOR: _____
                            NOTA: _______
                                                  A CONSULTA
                                                                            (Domingos Pellegrini)
1. Doutor: Bom dia. (Examina rapidamente a ficha de Coitado, que uma secretária trouxe) Coitado de Tal – confere,
seu Coitado?
2. Coitado: Sou eu mesmo, doutor.
3. Doutor: Quarenta e dois anos, casado, rua 1º de Maio – confere?
4. Coitado: Confere, doutor, sou eu mesmo.
5. Doutor: Porque tem muito Coitado de Tal no fichário, pode confundir.
6. Coitado: Mas por falar em coitado, doutor, eu vim aqui porque…
7. Doutor: O senhor pode ficar à vontade. (Faz Coitado sentar ao lado de uma máquina registradora) Muito bem,
vamos com isso – o que é que o senhor sente, seu Coitado?
8. Coitado: Bom, doutor, eu sinto que estou morrendo.
9. Doutor: (Vai anotando na ficha) Muito bem, então o senhor sente que está morrendo. Todo dia, seu Coitado?
10. Coitado: Todo dia, doutor. Tem dia que eu acho até que já morri, de tanta dor e fraqueza.
11. Doutor: (Anotando) Acha que já morreu, muito bem. O senhor precisa ver um médico da cabeça, seu Coitado,
um psiquiatra. Vou dar o endereço de um para o senhor. (Aciona a manivela da caixa registradora, tira um cartão da
gaveta) O senhor entregue a ele este cartão, diga que fui eu quem mandei.
12. Coitado: Muito obrigado, doutor – mas o senhor acha que o caso é na cabeça?
13. Doutor: Não se incomode, seu Coitado, que o senhor já morreu. Mas me diga: e a urina?
14. Coitado: Pois é, doutor, a urina…
15. Doutor: Era o que eu pensava – vou indicar pro senhor um especialista em urina, um urologista. (Retira mais
um cartão da registradora, entrega a Coitado) E as tonturas, seu Coitado?
16. Coitado: Que tontura, doutor?
17. Doutor: O senhor não disse que sente umas tonturas?
18. Coitado: Deve ter sido outro coitado, eu não, doutor.
19. Doutor: O senhor não deve esconder nada do médico, eu estou aqui para ajudar o senhor.
20. Coitado: Pois é, doutor, mas…
21. Doutor: Se o senhor me sonega alguma informação eu não posso estruturar o quadro clínico simplesmente
porque foi solapada a anamnese, e o levantamento sindromático é base do quadro clínico. Toda a moderna
medicina está pautada no relacionamento médico-paciente, entre os quais a confiança é fundamental.
22. Coitado: O senhor tem razão, doutor, eu… eu não sabia que estava tão ruim.
23. Doutor: Então só me responda sim ou não, por favor.
24. Coitado: Tá certo, doutor, mas é que com tanta pergunta eu fico até meio tonto…
25. Doutor: Ah! Que tipo de tontura, seu Coitado?
26. Coitado: O senhor quem sabe, ué, doutor.
27. Doutor: Não, não sei, seu Coitado, isto requer um especialista – vou indicar para o senhor um ótimo
neurologista. (Retira um cartão da registradora, entrega a Coitado) E o apetite vai bem?
28. Coitado: O meu, doutor? Nem me fale…
29. Doutor: Não vou falar nada mesmo, seu Coitado, quem vai falar é um especialista – vou indicar um ótimo
apetitista para o senhor. (Outro cartão)
30. Coitado: Muito obrigado, doutor, mas o que eu sinto mesmo…
31. Doutor: Com um bom tratamento o senhor não vai sentir mais nada. (Rapidamente levanta a camisa de Coitado
e lhe ausculta as costas com o estetoscópio) Respire fundo. (Entra a enfermeira)
32. Enfermeira: Telefone da clínica, doutor.
33. Doutor: (Transfere o estetoscópio para o peito de Coitado) O senhor segura isto aqui no peito, assim, e vai
respirando fundo. (O doutor sai. Coitado fica segurando o estetoscópio no peito e respirando fundo. Depois de
algum tempo, o doutor volta, retira o estetoscópio)
34. Doutor: Muito bem, seu Coitado. (Anota na ficha) Abra a boca e os olhos bem abertos. (Examina boca e olhos
ao mesmo tempo) Deita. (Faz Coitado deitar rapidamente, lhe enfia o termômetro na boca, enquanto lhe apalpa a
barriga e lhe dá pancadinhas com os dedos e marteladas nos joelhos) Sente alguma coisa, seu Coitado? Dói aqui?
O que é que o senhor sente quando aperto aqui? E me diga uma coisa: o senhor bebe muito?
35. Coitado: Eu…
36. Doutor: Então o senhor controla a bebida, seu Coitado, controla para seu próprio bem. Pode levantar.
37. Enfermeira: (Entrando rapidamente de novo) Estão chamando da clínica, doutor.
38. Doutor: Vou receitar uns medicamentos (vai escrevendo a receita), mas o senhor não deve deixar de seguir as
outras orientações.
39. Coitado: Mas, doutor, eu queria saber…
40. Doutor: O senhor não se incomode que isso vai passar, na vida tudo passa. O senhor volte aqui me trazendo
um relatório de cada um dos especialistas que indiquei, e mais resulktados de raio-x e dos outros exames que eles
pedirem, de sangue, de urina, de fezes, eletroencefalograma, etc.
41. Coitado: Mas até lá eu posso estar morto, doutor…!
42. Doutor: O senhor já morreu demais, seu Coitado.

    Após a leitura do texto teatral, responda a estas questões:

    1. Que diferença há entre doutor e médico?

    2. Nas frases abaixo foi usada a palavra “simpatia” com significados diferentes. Dê o significado da palavra
    usada em cada frase.
    a) A simpatia dessa mulher me faz esquecer que ela é muito feia.
    b) Tomara que dê certo a simpatia que ela ensinou.

    3. No texto teatral, há dois instrumentos médicos: estetoscópio e termômetro. Para serve cada um deles?

    4. O paciente não entendeu a fala do médico (parágrafo 21) e supôs que, pelo palavreado, estivesse muito
    mal. Como você daria essa mesma explicação de modo que o paciente entendesse?

    5. A medicina atual é altamente especializada e, por isso, muita gente se atrapalha na escolha de médico.
    Complete as lacunas com a palavra correta da especialidade médica a que se refere a frase:
    a) Eu tive uns problemas de urina e fui a um _________________
    b) Minha prima teve umas complicações próprias de mulher e procurou um _____________________
    c) Meu sobrinho teve uns problemas nos pulmões e consultou um ________
    d) Eu estou com uns problemas de vista. Vou ao ______________
    e) Estou com meu coração batendo muito depressa e sempre me dá falta de ar. Que você aconselha? Vá
    a um ________
    f) Estou com problemas de falta de dinheiro. O que eu faço? Ora, vá… (trabalhar!)

    6. Podemos afirmar que o paciente procurou o médico tão logo percebeu sintomas de doença? Explique.

    7. Dando ao paciente o nome de Coitado de Tal, o autor pretendeu:
    a. ( ) demonstrar que as tentativas de cura fora da medicina maltratam as pessoas.
    b. ( ) fazê-lo representar qualquer pessoa, sem lhe atribuir individualidade.
    c. ( ) evitar que o nome coincidisse com o de qualquer outra pessoa e a melindrasse.
    d. ( ) deixar claro que todos os doentes são iguais e merecem tratamentos iguais.

    8. Que especialistas o médico indicou ao paciente?

    9. No Parágrafo 22, Coitado de Tal disse: “eu não sabia que estava tão ruim”. O que o fez pensar assim?

    10. A enfermeira interrompeu a consulta duas vezes para anunciar chamado da clínica. O modo de agir do
    médico nas duas ocasiões insinua que ele:
    a. ( ) resolvia os casos de sua clínica por telefone, em horário de atendimento aos pacientes.
    b. ( ) dava prioridade a quem o procurava pessoalmente.
    c. ( ) considerava inoportunos os telefonemas da clínica.
    d. ( ) se preocupava muito mais com sua clínica particular.

    11. A caixa registradora é um elemento estranho a um consultório médico. Por que o autor a incluiu no
    cenário?

    12. Na sua opinião, a medicina é um comércio ou apenas há médicos que fazem da medicina um
    comércio? Explique.
Gabarito
Questão 1.
Doutor – aquele que se formou numa universidade e recebeu a mais alta graduação após haver defendido
uma tese (doutorado).
Médico – aquele que estudou qualquer área da medicina e a exerce.
Questão 2.
a)    atitude amável no trato com as pessoas, tendência instintiva de aceitação entre as pessoas.
b)    Ritual para prevenir ou curar enfermidades ou atrair objeto de desejo.
Questão 3.
Estetoscópio – serve para ampliar e ouvir sons internos do corpo humano como batidas do coração e a
entrada e saída do ar nos pulmões.
Termômetro – serve para medir a temperatura interno do corpo humano.
Questão 4. Resposta pessoal. A resposta mais óbvia é que se empregaria linguagem menos técnica e
mais acessível à compreensão do paciente.
Questão 5.
a) urologista    b) ginecologista    c) pneumologista* d) oftalmologista e) cardiologista
(*não confundir com pneumatologista=aquele que estuda os seres que fazem ligação entre Deus e os
homens)
Questão 6.
Não. Porque o seu Coitado afirmou que sentia que estava morrendo e todo dia sentia dor e fraqueza, sinal
que esses sintomas já aconteciam a algum tempo.
Questão 7. Alternativa b.
Questão 8. Um psiquiatra, um urologista, um neurologista, um apetitista.
Questão 9. A linguagem muito técnica usada pelo médico, a qual o paciente não entendia. A explicação
muito longa e confusa levou o paciente a achar que estava muito doente.
Questão 10. Alternativa a
Questão 11. Para indicar que a prioridade do médico era financeira e não a saúde dos pacientes.
Questão 12. Resposta pessoal. Qualquer que seja a resposta, deverá apresentar argumentos plausíveis à
afirmação, isto é, situações que comprovam a afirmação.

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  • 1. E.E.”Dr JOAQUIM VILELA” ATIVIDADE DE ESTUDOS ORIENTADOS DE LINGUA PORTUGUESA DATA:__/__/__ ALUNO (A):___________________Nº___ SÉRIE: _______ PROFESSOR: _______________ VALOR: _____ NOTA: _______ A CONSULTA (Domingos Pellegrini) 1. Doutor: Bom dia. (Examina rapidamente a ficha de Coitado, que uma secretária trouxe) Coitado de Tal – confere, seu Coitado? 2. Coitado: Sou eu mesmo, doutor. 3. Doutor: Quarenta e dois anos, casado, rua 1º de Maio – confere? 4. Coitado: Confere, doutor, sou eu mesmo. 5. Doutor: Porque tem muito Coitado de Tal no fichário, pode confundir. 6. Coitado: Mas por falar em coitado, doutor, eu vim aqui porque… 7. Doutor: O senhor pode ficar à vontade. (Faz Coitado sentar ao lado de uma máquina registradora) Muito bem, vamos com isso – o que é que o senhor sente, seu Coitado? 8. Coitado: Bom, doutor, eu sinto que estou morrendo. 9. Doutor: (Vai anotando na ficha) Muito bem, então o senhor sente que está morrendo. Todo dia, seu Coitado? 10. Coitado: Todo dia, doutor. Tem dia que eu acho até que já morri, de tanta dor e fraqueza. 11. Doutor: (Anotando) Acha que já morreu, muito bem. O senhor precisa ver um médico da cabeça, seu Coitado, um psiquiatra. Vou dar o endereço de um para o senhor. (Aciona a manivela da caixa registradora, tira um cartão da gaveta) O senhor entregue a ele este cartão, diga que fui eu quem mandei. 12. Coitado: Muito obrigado, doutor – mas o senhor acha que o caso é na cabeça? 13. Doutor: Não se incomode, seu Coitado, que o senhor já morreu. Mas me diga: e a urina? 14. Coitado: Pois é, doutor, a urina… 15. Doutor: Era o que eu pensava – vou indicar pro senhor um especialista em urina, um urologista. (Retira mais um cartão da registradora, entrega a Coitado) E as tonturas, seu Coitado? 16. Coitado: Que tontura, doutor? 17. Doutor: O senhor não disse que sente umas tonturas? 18. Coitado: Deve ter sido outro coitado, eu não, doutor. 19. Doutor: O senhor não deve esconder nada do médico, eu estou aqui para ajudar o senhor. 20. Coitado: Pois é, doutor, mas… 21. Doutor: Se o senhor me sonega alguma informação eu não posso estruturar o quadro clínico simplesmente porque foi solapada a anamnese, e o levantamento sindromático é base do quadro clínico. Toda a moderna medicina está pautada no relacionamento médico-paciente, entre os quais a confiança é fundamental. 22. Coitado: O senhor tem razão, doutor, eu… eu não sabia que estava tão ruim. 23. Doutor: Então só me responda sim ou não, por favor. 24. Coitado: Tá certo, doutor, mas é que com tanta pergunta eu fico até meio tonto… 25. Doutor: Ah! Que tipo de tontura, seu Coitado? 26. Coitado: O senhor quem sabe, ué, doutor. 27. Doutor: Não, não sei, seu Coitado, isto requer um especialista – vou indicar para o senhor um ótimo neurologista. (Retira um cartão da registradora, entrega a Coitado) E o apetite vai bem? 28. Coitado: O meu, doutor? Nem me fale… 29. Doutor: Não vou falar nada mesmo, seu Coitado, quem vai falar é um especialista – vou indicar um ótimo apetitista para o senhor. (Outro cartão) 30. Coitado: Muito obrigado, doutor, mas o que eu sinto mesmo… 31. Doutor: Com um bom tratamento o senhor não vai sentir mais nada. (Rapidamente levanta a camisa de Coitado e lhe ausculta as costas com o estetoscópio) Respire fundo. (Entra a enfermeira) 32. Enfermeira: Telefone da clínica, doutor. 33. Doutor: (Transfere o estetoscópio para o peito de Coitado) O senhor segura isto aqui no peito, assim, e vai respirando fundo. (O doutor sai. Coitado fica segurando o estetoscópio no peito e respirando fundo. Depois de algum tempo, o doutor volta, retira o estetoscópio) 34. Doutor: Muito bem, seu Coitado. (Anota na ficha) Abra a boca e os olhos bem abertos. (Examina boca e olhos ao mesmo tempo) Deita. (Faz Coitado deitar rapidamente, lhe enfia o termômetro na boca, enquanto lhe apalpa a barriga e lhe dá pancadinhas com os dedos e marteladas nos joelhos) Sente alguma coisa, seu Coitado? Dói aqui? O que é que o senhor sente quando aperto aqui? E me diga uma coisa: o senhor bebe muito? 35. Coitado: Eu…
  • 2. 36. Doutor: Então o senhor controla a bebida, seu Coitado, controla para seu próprio bem. Pode levantar. 37. Enfermeira: (Entrando rapidamente de novo) Estão chamando da clínica, doutor. 38. Doutor: Vou receitar uns medicamentos (vai escrevendo a receita), mas o senhor não deve deixar de seguir as outras orientações. 39. Coitado: Mas, doutor, eu queria saber… 40. Doutor: O senhor não se incomode que isso vai passar, na vida tudo passa. O senhor volte aqui me trazendo um relatório de cada um dos especialistas que indiquei, e mais resulktados de raio-x e dos outros exames que eles pedirem, de sangue, de urina, de fezes, eletroencefalograma, etc. 41. Coitado: Mas até lá eu posso estar morto, doutor…! 42. Doutor: O senhor já morreu demais, seu Coitado. Após a leitura do texto teatral, responda a estas questões: 1. Que diferença há entre doutor e médico? 2. Nas frases abaixo foi usada a palavra “simpatia” com significados diferentes. Dê o significado da palavra usada em cada frase. a) A simpatia dessa mulher me faz esquecer que ela é muito feia. b) Tomara que dê certo a simpatia que ela ensinou. 3. No texto teatral, há dois instrumentos médicos: estetoscópio e termômetro. Para serve cada um deles? 4. O paciente não entendeu a fala do médico (parágrafo 21) e supôs que, pelo palavreado, estivesse muito mal. Como você daria essa mesma explicação de modo que o paciente entendesse? 5. A medicina atual é altamente especializada e, por isso, muita gente se atrapalha na escolha de médico. Complete as lacunas com a palavra correta da especialidade médica a que se refere a frase: a) Eu tive uns problemas de urina e fui a um _________________ b) Minha prima teve umas complicações próprias de mulher e procurou um _____________________ c) Meu sobrinho teve uns problemas nos pulmões e consultou um ________ d) Eu estou com uns problemas de vista. Vou ao ______________ e) Estou com meu coração batendo muito depressa e sempre me dá falta de ar. Que você aconselha? Vá a um ________ f) Estou com problemas de falta de dinheiro. O que eu faço? Ora, vá… (trabalhar!) 6. Podemos afirmar que o paciente procurou o médico tão logo percebeu sintomas de doença? Explique. 7. Dando ao paciente o nome de Coitado de Tal, o autor pretendeu: a. ( ) demonstrar que as tentativas de cura fora da medicina maltratam as pessoas. b. ( ) fazê-lo representar qualquer pessoa, sem lhe atribuir individualidade. c. ( ) evitar que o nome coincidisse com o de qualquer outra pessoa e a melindrasse. d. ( ) deixar claro que todos os doentes são iguais e merecem tratamentos iguais. 8. Que especialistas o médico indicou ao paciente? 9. No Parágrafo 22, Coitado de Tal disse: “eu não sabia que estava tão ruim”. O que o fez pensar assim? 10. A enfermeira interrompeu a consulta duas vezes para anunciar chamado da clínica. O modo de agir do médico nas duas ocasiões insinua que ele: a. ( ) resolvia os casos de sua clínica por telefone, em horário de atendimento aos pacientes. b. ( ) dava prioridade a quem o procurava pessoalmente. c. ( ) considerava inoportunos os telefonemas da clínica. d. ( ) se preocupava muito mais com sua clínica particular. 11. A caixa registradora é um elemento estranho a um consultório médico. Por que o autor a incluiu no cenário? 12. Na sua opinião, a medicina é um comércio ou apenas há médicos que fazem da medicina um comércio? Explique.
  • 3. Gabarito Questão 1. Doutor – aquele que se formou numa universidade e recebeu a mais alta graduação após haver defendido uma tese (doutorado). Médico – aquele que estudou qualquer área da medicina e a exerce. Questão 2. a) atitude amável no trato com as pessoas, tendência instintiva de aceitação entre as pessoas. b) Ritual para prevenir ou curar enfermidades ou atrair objeto de desejo. Questão 3. Estetoscópio – serve para ampliar e ouvir sons internos do corpo humano como batidas do coração e a entrada e saída do ar nos pulmões. Termômetro – serve para medir a temperatura interno do corpo humano. Questão 4. Resposta pessoal. A resposta mais óbvia é que se empregaria linguagem menos técnica e mais acessível à compreensão do paciente. Questão 5. a) urologista b) ginecologista c) pneumologista* d) oftalmologista e) cardiologista (*não confundir com pneumatologista=aquele que estuda os seres que fazem ligação entre Deus e os homens) Questão 6. Não. Porque o seu Coitado afirmou que sentia que estava morrendo e todo dia sentia dor e fraqueza, sinal que esses sintomas já aconteciam a algum tempo. Questão 7. Alternativa b. Questão 8. Um psiquiatra, um urologista, um neurologista, um apetitista. Questão 9. A linguagem muito técnica usada pelo médico, a qual o paciente não entendia. A explicação muito longa e confusa levou o paciente a achar que estava muito doente. Questão 10. Alternativa a Questão 11. Para indicar que a prioridade do médico era financeira e não a saúde dos pacientes. Questão 12. Resposta pessoal. Qualquer que seja a resposta, deverá apresentar argumentos plausíveis à afirmação, isto é, situações que comprovam a afirmação.