O documento discute os possíveis impactos das mudanças climáticas nos recursos pesqueiros. Ele explica que o aquecimento global pode modificar as correntes oceânicas e os padrões de vento, afetando a distribuição de espécies marinhas. Isso pode levar a uma redução da biomassa disponível para a pesca e ameaçar a sobrevivência de espécies menos tolerantes às alterações ambientais. O documento também sugere que as populações já sob forte pressão pesqueira seriam mais vulneráveis aos efeitos das mudanças clim
Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
Aquecimento Global e Pesca
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2. Mudanças climáticas fazem parte de um processo natural. O planeta passa por etapas contínuas de esfriamento e aquecimento desde a sua criação e que estariam associadas ao afastamento ou à aproximação do Sol. Discute-se muito na atualidade se as ações promovidas pelo Homem poderiam acelerar ou não o aquecimento global. Épocas mais frias ou mais quentes sempre acompanharam a história do Homem. E essas oscilações, em escala temporal ou espacial, fazem parte do equilíbrio natural do planeta, ainda que nem tenham sido relatadas pela história.
3. As correntes marinhas e os ventos são forças que promovem o balanceamento térmico do planeta. Circulação em larga escala no Atlântico Sul (Peterson & Stramma, 1991)
4. O acompanhamento das medidas de temperatura é uma das principais formas de avaliar o equilíbrio do planeta. TSM apontando (retângulos) vórtices da Corrente do Brasil, que podem ser traduzidos como áreas de interesse pesqueiro para espécies pelágicas (atuns e afins) (Imagem: www.gsfc.nasa.gov)
5. Aquecimento das águas do mar Nova acomodação do planeta Busca de um novo equilíbrio térmico, Promovendo modificações nos padrões de distribuição de ventos e correntes melhor distribuição da energia para regulação térmica.
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7. As populações marinhas são mais numerosas apresentam maior fecundidade, possuem elevada dispersão de ovos e larvas, apresentam maior dependência das condições ambientais para efetuar essa dispersão (correntes oceânicas).
8. Cushing (1982, 1997): “ a produtividade na pesca regulada é pela produtividade do oceano ”.
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11. Daniel Pauly (da Universidade de Columbia Britânica, no Canadá) Polêmica : “ ... se não nos cuidarmos, em breve estaremos comendo sopa de algas com águas-vivas ”. A pressão pesqueira tem reduzido a população dos grandes predadores e a pesca tem se voltado a espécies de menores dimensões. Essas espécies dependem mais diretamente de organismos planctônicos e da distribuição dos nutrientes pelas massas d´água.
12. Abundâncias e biomassas de diversas espécies de interesse pesqueiro associadas às variações de condições ambientais. Essas interações garantem melhores (ou piores) épocas de pesca. Dificuldade em identificar quando são as condições ambientais ou a pressão pesqueira afetando a pesca. Em geral efeitos são aditivos
13. Alguns autores sugerem que a sensibilidade de populações sob forte pressão pesqueira seria maior frente a variações climáticas. Fenômeno ENOS ( El Niño -Oscilação Sul): Aquecimento (EN) ou esfriamento (LN) anômalos das águas do Pacífico ação de ventos em alta atmosfera reflexos em todo hemisfério sul e mesmo no hemisfério norte
15. La Niña - fenômeno antagônico ao El Niño : na costa sul brasileira reduz ação de frentes frias no inverno ampliando possibilidade de ressurgências de águas frias, que são mais comuns no verão, geram: - maior produtividade primária - melhor recrutamento de peixes e moluscos - maior produtividade na pesca no Sudeste e Sul do Brasil. Situações assemelhadas ocorrem no hemisfério norte com a nominada Oscilação do Atlântico Norte como também decorrentes de mudanças de escala deceniais ou mesmo seculares.
17. Aquecimento global poderá ampliar zonas oceânicas com menor taxa de oxigenação redução do alimento disponível cadeia alimentar A modificação na distribuição de energia nos oceanos ampliará a magnitude de fenômenos naturais. Impacto na distribuição dos organismos, Possível extinção de espécies menos tolerantes.
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19. Mudanças na distribuição de energia poderão trazer até a superfície águas quase que anóxicas, ações danosas aos recursos pesqueiros, atividade pesqueira poderá ser drasticamente reduzida. P Fotossíntese R Respiração D c Profundidade de compensação D cr Profundidade crítica Penetração da Luz Fotossíntese e Respiração Planctônica
20. Estuários: aquecimento influenciar migrações de espécies estuarino-dependentes menor oxigênio dissolvido para larvas. aumento do nível do mar: mudanças na linha de costa e perda de habitats
21. Embranquecimento dos corais: aumento gradual da temperatura da água reduz disponibilidade de alimento aos corais, permanece somente estrutura calcárea. J. Hoogesteger, in Buccheim. J. http://www.marinebiology.org/coralbleaching.htm
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23. Revista Science: estudo apontando colapso da pesca até 2050. fim da pesca não será devido às mudanças climáticas. Virá pela sede pelo lucro rápido. Situação atual piorará com aquecimento de apenas 2 o C (IPCC estima que pode ser de até 7 o C): drásticas modificações nas populações dos principais recursos pesqueiros, afetando taxas reprodutivas, causando migrações, reduzindo a biomassa disponível para captura.
25. Soma-se aos possíveis impactos do aquecimento global: que o atual modelo de gestão da atividade pesqueira não é adequado Pesca-se mais do que o ambiente pode repor. Uma possível saída seria o incentivo à aquacultura.
26. O nosso planeta já passou por diversas mudanças climáticas última década desaceleração no processo de aquecimento. Energia queimada tende a elevar a temperatura, reduzindo a camada de ozônio.