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Desigualdade, alienação e conflito:
Análise e interpretação do texto
"Condições de vida e trabalho
dos operários da construção
civil, no Brasil contemporâneo" e
da canção "Cidadão", do cantor e
compositor Zé Ramalho.
Profª Karoline Rodrigues de Melo
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Condições de vida e trabalho dos operários da
construção civil, no Brasil contemporâneo.
A construção Civil se constitui na porta de
entrada, ou melhor, na encruzilhada entre o
campo e a cidade, entre a classe operária
industrial e o subproletariado que habita as
periferias das grandes cidades.
(...) É um fato que os trabalhadores da
construção, me sua maioria, habitam as favelas
e periferiadas das grandes cidades. Seus
bairros são carentes de saneamento básico.
Suas casas, modestamente construídas ou
eternamente em construção, refletem os baixos
salários que recebem. Poucos móveis,
alimentação escassa, pouca acessibilidade ao
comércio e aos equipamentos urbanos:
escolas, hospitais e transporte. Nos
alojamentos, mesmo nos mais equipados, há a
aglomeração e a vigilância constante dos
seguranças das obras, que os tornam
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Condições de vida e trabalho dos operários da
construção civil, no Brasil contemporâneo.
A maioria se constitui em lugares anti-
higiênicos povoados por pulgas, percevejos e
ratos, onde os trabalhadores cansados dividem
o espaço com materiais de construção. Já é do
conhecimento público, pela divulgação da
imprensa, que os alojamentos e as cantinas
são os principais locais onde se expressa a
revolta contida em épocas de greve ou de
qualquer conflito com a empresa. É que eles
são o símbolo da superexploração a que estão
submetidos os trabalhadores.
MINAYO, Maria C. de Sousa. Olhando através dos andaimes
e tapumes. Proposta; experiências em educação popular,
Rio de Janeiro, (33): 27, fev. 1987.
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Page 4
Cidadão – Zé Ramalho
Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?“
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular”
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar“
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...
Tá vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse: "Rapaz deixe de
tolice / Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra/ Enchi o rio, fiz a
serra/ Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa/ E na maioria das
casas / Eu também não posso entrar
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Trabalhando com os textos...
1. Que semelhanças sociais são possíveis entre o texto
sobre o trabalhador da construção civil e a canção de
Zé Ramalho? Quais os versos que expressam o
problema urbano da insegurança pública e desconfiança
nas pessoas?
2. Descreva a relação existente entre as condições de
trabalho dos operários da construção civil com o modo
de produção capitalista.
3. Identifique na canção “Cidadão” os versos que
podem ser associados ao conceito de alienação
apresentado por Marx.
4. Na música, por que o cidadão diz que a criança não
pode estudar na escola?
5. Qual a profissão do nortista antes de ser pedreiro?
Que verso revela isso?
6. Cristo consola o nortista, mas faz uma crítica aos
homens. De que se trata?
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Trabalhando com os textos...
1. Que semelhanças sociais são possíveis entre o texto
sobre o trabalhador da construção civil e a canção de
Zé Ramalho? Quais os versos que expressam o
problema urbano da insegurança pública e desconfiança
nas pessoas?
2. Descreva a relação existente entre as condições de
trabalho dos operários da construção civil com o modo
de produção capitalista.
3. Identifique na canção “Cidadão” os versos que
podem ser associados ao conceito de alienação
apresentado por Marx.
4. Na música, por que o cidadão diz que a criança não
pode estudar na escola?
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Que verso revela isso?
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  • 3. Free Powerpoint Templates Page 3 Condições de vida e trabalho dos operários da construção civil, no Brasil contemporâneo. A maioria se constitui em lugares anti- higiênicos povoados por pulgas, percevejos e ratos, onde os trabalhadores cansados dividem o espaço com materiais de construção. Já é do conhecimento público, pela divulgação da imprensa, que os alojamentos e as cantinas são os principais locais onde se expressa a revolta contida em épocas de greve ou de qualquer conflito com a empresa. É que eles são o símbolo da superexploração a que estão submetidos os trabalhadores. MINAYO, Maria C. de Sousa. Olhando através dos andaimes e tapumes. Proposta; experiências em educação popular, Rio de Janeiro, (33): 27, fev. 1987.
  • 4. Free Powerpoint Templates Page 4 Cidadão – Zé Ramalho Tá vendo aquele edifício moço Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição Eram quatro condução Duas prá ir, duas prá voltar Hoje depois dele pronto Olho prá cima e fico tonto Mas me vem um cidadão E me diz desconfiado "Tu tá aí admirado? Ou tá querendo roubar?“ Meu domingo tá perdido Vou prá casa entristecido Dá vontade de beber E prá aumentar meu tédio Eu nem posso olhar pro prédio Que eu ajudei a fazer... Tá vendo aquele colégio moço Eu também trabalhei lá Lá eu quase me arrebento Fiz a massa, pus cimento Ajudei a rebocar Minha filha inocente Vem prá mim toda contente "Pai vou me matricular” Mas me diz um cidadão: "Criança de pé no chão Aqui não pode estudar“ Essa dor doeu mais forte Por que é que eu deixei o norte Eu me pus a me dizer Lá a seca castigava Mas o pouco que eu plantava Tinha direito a comer... Tá vendo aquela igreja moço Onde o padre diz amém Pus o sino e o badalo Enchi minha mão de calo Lá eu trabalhei também Lá foi que valeu a pena Tem quermesse, tem novena E o padre me deixa entrar Foi lá que Cristo me disse: "Rapaz deixe de tolice / Não se deixe amedrontar Fui eu quem criou a terra/ Enchi o rio, fiz a serra/ Não deixei nada faltar Hoje o homem criou asa/ E na maioria das casas / Eu também não posso entrar
  • 5. Free Powerpoint Templates Page 5 Trabalhando com os textos... 1. Que semelhanças sociais são possíveis entre o texto sobre o trabalhador da construção civil e a canção de Zé Ramalho? Quais os versos que expressam o problema urbano da insegurança pública e desconfiança nas pessoas? 2. Descreva a relação existente entre as condições de trabalho dos operários da construção civil com o modo de produção capitalista. 3. Identifique na canção “Cidadão” os versos que podem ser associados ao conceito de alienação apresentado por Marx. 4. Na música, por que o cidadão diz que a criança não pode estudar na escola? 5. Qual a profissão do nortista antes de ser pedreiro? Que verso revela isso? 6. Cristo consola o nortista, mas faz uma crítica aos homens. De que se trata?
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