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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
ESPECIALIZAÇÃO EM EJA PARA A JUVENTUDE
FÁBIO RIBEIRO DE SOUZA
O PERFIL DOS ADOLESCENTES MATRICULADOS NA EDUCAÇÃO
DE JOVENS E ADULTOS EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DO
MUNICÍPIO DE MIRASSOL D’OESTE-MT
MIRASSOL D’OESTE – MT
2015
FÁBIO RIBEIRO DE SOUZA
O PERFIL DOS ADOLESCENTES MATRICULADOS NA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM DUAS ESCOLAS
PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE MIRASSOL D’OESTE-MT
Trabalho de Conclusão de Curso,
apresentado ao Instituto de
Ciências Exatas e da Terra –
Cuiabá – UFMT, como requisito
para obtenção do título de
Especialista em Educação de
Jovens e Adultos para a
Juventude.
Orientador: Prof. Me. Amasílio dos Santos Vaz
Co-orientadora: Profa. Esp. Andreia Vieira Neto
MIRASSOL D’OESTE – MT
2015
Dedico este trabalho aos meus pais
Constância e Samuel, as minhas irmãs
Fabiana, Eliane e Cleidiane e a minha
esposa Bruna, por se constituírem
diferentemente enquanto pessoas,
igualmente belas e admiráveis em
essência, estímulos que me impulsionam
a buscar vida nova a cada dia.
AGRADECIMENTO
A Deus pela oportunidade e pelo privilégio que nos foram dados em
compartilhar tamanha experiência e frequentar o curso de Geografia,
principalmente por colocar em meu caminho pessoas maravilhosas que me
ajudaram para que meu estudo fosse concluído.
Aos meus pais e irmãs, pela compreensão e apoio que me deram no
decorrer dos meus estudos por terem aceito se privar da minha companhia,
concedendo-me oportunidade de me realizar ainda mais.
A minha esposa Bruna e a sua família, pela compreensão e apoio que
me deram no decorrer da minha especialização.
Aos meus colegas que direta ou indiretamente contribuíram para a
realização deste trabalho.
Ao meu orientador Profº Me. Amasílio dos Santos Vaz e Co-orientadora:
Profa. Esp. Andreia Vieira Neto, pelo incentivo, simpatia e presteza no auxílio
às atividades e discussões sobre o desenvolvimento deste trabalho
monográfico.
“Quem mata o tempo não é assassino, é suicida,
pois mata a si mesmo”
Millôr Fernandes
RESUMO
Esta pesquisa em nível de especialização ofertada pela Universidade
Federal do Estado de Mato Grosso na Modalidade de Universidade Aberta do
Brasil- UAB apresenta como objetivo conhecer a dinâmica da Educação de
Jovens e Adultos-EJA do município de Mirassol D’Oeste. Visto que a referida
modalidade vem passando por um processo de juvenilização, Desse modo,
coube a esta investigação cientifica traçar o perfil dos adolescentes
mirassolense entre 15 a 17 que estão matriculados no Ensino Fundamental da
EJA. Para alcançar os objetivos propostos, fora necessários identificar o perfil
dos alunos dessa modalidade de ensino, verificar os principais motivos que
levaram os adolescentes ao abandono e a não concluir o ensino fundamental
no regular e refletir sobre o que estão buscando para a sua formação na EJA.
A investigação fora executada nas turmas da I e II fase do 2º seguimento da
EJA. As Escolas selecionadas compõem a esfera Estadual, são elas: Padre
José de Anchieta e Benedito Cesário da Cruz. Para a coleta de dados optou-se
pelo método de entrevista. Logo, responderam questões e deixaram seus
depoimentos por escrito. Diante das respostas verificamos que os adolescentes
em sua maioria são do sexo masculino, trabalhadores, chefes de famílias.
Percebe-se que os adolescentes têm a plena consciência de que sem estudo
não se consegue colocação satisfatória no mercado de trabalho e reconhece
que a escola apresenta-se como possibilidade de promoção social.
Palavras Chave: Dinâmica, Educação de Jovens e Adultos,
Adolescentes, Juvenilização.
ABSTRACT
The Youth and Adult Education-EJA Mirassol D'Oeste has been
undergoing a juvenilisation process, it fell to this scientific research profile the
mirassolense adolescents aged 15-17 who are enrolled in primary education of
adult education. To achieve the proposed goals, out needed to identify the
profile of the students of this teaching mode, check the main reasons teenagers
to abandon and not completing elementary school in regular and reflect on what
they are seeking for their training in adult education . Research carried out in
the classes I and II phase of the 2nd following the EJA. The selected schools
make up the State level, they are: Father José de Anchieta and Cesario
Benedito da Cruz. To collect data we opted for the interview method. Soon, they
answered questions and left their testimony in writing. Faced with the answers
we find that teenagers are mostly male, workers, heads of households. It is
noticed that teenagers have the full knowledge that no study can not
satisfactory placement in the labor market and recognizes that the school
presents itself as a possibility of social promotion.
Keywords : Dynamics, Youth and Adult Education , Teens , juvenilisation .
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Escola Estadual Padre José de Anchieta.......................................... 25
Figura 2: Entrada da Escola Pe. José de Anchieta. ......................................... 25
Figura 3: Escola Estadual Benedito Cesário da Cruz....................................... 30
Figura 4: Entrada da Escola Benedito Cesário da Cruz.. ................................. 30
Figura 5: Mirassol D'Oeste............................................................................... 32
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Dados dos alunos............................................................................. 38
Tabela 2: Nível de escolaridade dos pais......................................................... 40
Tabela 3: Numero de trabalhadores e atividade que desempenham............... 41
Tabela 4: O que o motiva a estudar na EJA do ensino fundamental?.............. 42
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11
1 HISTÓRICO DA EJA NO BRASIL................................................................. 13
2 FUNDAMENTOS DA PESQUISA QUALITATIVA ......................................... 21
2.1 Objetivo Geral: ...................................................................................................................... 24
2.2 Objetivos específicos:............................................................................................................ 24
2.3ESCOLA ESTADUAL PADRE JOSÉ DE ANCHIETA...................................................................... 24
2.4 ESCOLA ESTADUAL BENEDITO CESARIO DA CRUZ –BCC ....................................................... 29
2.4.1Caracterização socioeconômica dos educandos da Escola Benedito Cesário da Cruz ....... 31
2.5 Descrição geográfica e histórica do Município de Mirassol D’Oeste.................................... 31
2.6 METODOLOGIA...................................................................................................................... 33
2.6.1 Pesquisa Qualitativa........................................................................................................... 34
2.6.2 Entrevista ........................................................................................................................... 35
2.7 SUJEITOS DA PESQUISA......................................................................................................... 37
3 ANALISE DE DADOS.................................................................................... 38
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 46
5 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 48
11
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa objetiva identificar o perfil dos adolescentes
mirassolense entre 15 - 17 anos que cursam a Educação de Jovens e Adultos-
EJA do Ensino Fundamental, queremos conhecê-los, saber o que eles trazem
de conhecimento adquirido ao longo de sua história e o que os motivam a se
matricular nesta modalidade de ensino e porque não concluiu o curso no
ensino regular e a partir desses questionamentos poder identificar os motivos
de estarem frequentando esta modalidade de ensino mesmo tendo tão pouca
idade. Tais indagações nos levam a refletir sobre esta realidade e ao mesmo
tempo conhecer a trajetória destes jovens, podendo assim repensar o nosso
planejamento e propor atividades e/ou projetos de intervenções para que estes
adolescentes possam atingir suas expectativas e reduzir o número de alunos
que evadem ou provoquem evasões devido a conflitos de ideias em
consequência da diversidade de idades em que se encontram os estudantes da
a EJA. Logo, como professor desta modalidade de ensino tenho a oportunidade
de trabalhar com adolescentes de 15 anos e adultos acima 40 anos de idade
na mesma sala de aula, no mesmo ambiente, sujeitos que divergem em
pensamentos e objetivos de vida.
O plano de investigação limita-se o perfil dos adolescentes na educação
de jovens e adultos de Mirassol d’oeste-MT entre 15 -17 , visto que esta é uma
modalidade de ensino em que se espera um numero maior de alunos adultos,
no entanto, na atualidade os adolescentes representam a maior porcentagem
de matriculas.
Para o desenvolvimento da pesquisa faz-se necessário a aplicação de
questionários em duas Escolas Estaduais de Mirassol D’Oeste-MT que
atendem na modalidade de Educação de Jovens e Adultos - EJA no período
noturno e num segundo momentos será realizado a análise dos dados
coletados a luz das teorias estudadas ao longo do curso. Para melhor
compreensão dos resultados será confeccionados gráficos e tabelas que serão
inseridas no texto com o objetivo de proporcionar ao leitor maior possibilidade
de entendimento sobre o assunto proposto no decorrer deste estudo.
12
O referido trabalho será organizado em três capítulos que se
apresentam da seguinte forma, a saber:
No primeiro capitulo, apresentaremos um panorama do percurso
histórico da Educação de Jovens e Adultos no Brasil e no Mato Grosso,
conforme leituras realizadas no decorrer do curso de especialização em
Educação de Jovens e Adultos para a juventude,
No segundo capitulo, apresentaremos a metodologia utilizada para
desenvolvimento deste estudo, descrevendo os procedimentos de análise dos
dados coletados e suas relações com as teorias que dão suporte à pesquisa
qualitativa. Para o desenvolvimento da análise, propomos quatro critérios:
referencial bibliográfico, visita as escolas, coleta de dados, analise do banco de
dados registrado.
No terceiro capitulo, faremos a sistematização de dados, analisando e
refletindo sobre o modelo de ensino aplicado na EJA nas Escolas Estaduais de
Mirassol D’Oeste-MT apresentando a visão de alguns autores que discutem a
Educação de Jovens e Adultos em nosso pais.
O presente trabalho está fundamentado nos teóricos, AMORIM, Wilma
Regina de; RIBEIRO, Marcel Thiago (2015), AMARAL, Suely & FERRARI,
Shirley Costa (2005), BRUNEL, C (2004), CARRANO, Paulo César R (2007),
RODRIGUES, Delminda J. F (2010), e documentos oficiais como a Lei nº.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e a Resolução CNE/CEB nº
1, de 5 de julho de 2000.
13
CAPITULO 01
1 HISTÓRICO DA EJA NO BRASIL
Diferente do que se imaginava a educação de jovens e adultos não é
algo recente, a preocupação em levar o ensino a esta categoria vem desde o
inicio de nossa colonização com a necessidade de catequisar os índios e
ensiná-los os “bons costumes” europeus. E ganha maior ênfase somente anos
depois no período de Republica visto que o país passava por transformações
no campo politico e econômico, isso exigia pessoas qualificadas para atender a
demandas das indústrias, e índices tão altos de analfabetismos não era bem
visto perante as grandes potências da época, o que levou os governos de cada
período a criar propostas e projetos para levar o ensino a todos.
O “Panorama Histórico Educação de Jovens e Adultos no Brasil e Mato
Grosso: Fundamentos, Concepções e Princípios da EJA” de autoria de Amorim
e Ribeiro (2015) destaca em sua primeira unidade as principais conquista e
embates políticos travados na história da educação de jovens e adultos no
Brasil e apresenta informações valiosas e enriquecedoras para a aquisição de
conhecimento, sobretudo na educação de Jovens e Adultos.
Este artigo esta dividido em duas partes: a primeira deixa bem claro que
nas três primeiras formulações da Constituição Brasileira 1824, 1934 e 1937,
nunca se pensou em uma educação para formar cidadãos críticos, até por que
não interessava ao governo educar pessoas que fossem capazes de
questioná-los de maneira crítica e consciente e sim formar pessoas capazes de
ler manuais a fim de atender a necessidade da indústria.
Dez anos depois da terceira reformulação da Constituição Brasileira-
1947- surgiu a primeira Campanha de Educação de Adultos com a
14
responsabilidade de alfabetização num período de três meses, condensada ao
curso primário em dois períodos de sete meses, conforme descreve os autores:
Duas outras campanhas ainda foram organizadas pelo Ministério da
Educação e Cultura: uma em 1952- a Campanha de Educação Rural-
e outra, em 1958-, a Campanha Nacional de Erradicação do
Analfabetismo, ambas tiveram vida curta e pouco realizaram.
(AMORIM; RIBEIRO, 2015, p. 11).
Apesar dos esforços observa-se que as referidas campanhas não
conseguiram se efetivar na prática, porém, serviram como ponto de partida
para os avanços ocorridos ao longo dos anos. Os autores destacam que em
1958 no II Congresso Nacional de Educação de Adultos no Rio de Janeiro foi
discutido um dos pontos chaves do sistema EJA: a metodologia de ensino.
Naquele momento já se discutia uma prática errônea de tentar alfabetizar o
aluno da EJA nos mesmos moldes que alfabetizamos crianças e adolescentes.
Deixando de aproveitar o conhecimento que o aluno adquiriu ao longo de sua
trajetória, considerando que este conhecimento se bem aproveitado enriquece
de forma significativa as aulas e pode torná-las mais atrativas.
É neste cenário que ganha destaque as ideologias do professor Paulo
Freire ao lançar um novo olhar sobre as dificuldades do analfabetismo e assim
nasce uma nova proposta pedagógica para a educação de jovens e adultos
que propunha “[...] a renovação dos métodos e processos educativos,
substituindo o discurso pela discussão e utilizando as modernas técnicas de
educação de grupos com a ajuda de recursos audiovisuais”. (Paiva, 1973 apud
AMORIM; RIBEIRO, 2015, p.11-12) Através de tais métodos o professor
pretendia levar os alunos a ter uma visão global de onde vive para entender a
realidade local e a partir desse momento se posicionar como ser transformador
e capaz de influenciar nas decisões politicas.
De acordo com Amorim e Ribeiro (2015) a partir de 1964 todos os
movimentos de educação e cultura foram reprimidos pelo regime militar que
coincidi com a apreensão das lideranças e de materiais didáticos, pois não
representavam os interesses dos lideres do golpe militar.
15
Em supressão aos movimentos de educação e cultura que foram
dizimados ou reprimidos pelos militares foram criados novos projetos que
representavam as ideologias a serem implantadas: o Mobral -1967 e o Ensino
Supletivo-1971.
Segundo Amorim e Ribeiro (2015) em 1967 o projeto Movimento
Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL foi criado com o objetivo de alfabetizar a
população com idade entre 15 e 30 anos incialmente e ao logo de sua trajetória
foram inseridos novos projetos tentando afirmar-se perante a sociedade. Dois
anos depois de sua implantação, mais precisamnete-1969 - o projeto MOBRAL
se desvinculou de sua proposta inicial que tinha como cunho educar o cidadão;
e fora utilizado para implantar as ideologias militares e vigiar de perto a
população a fim de coibir e/ou reprimir qualquer movimento contra o Estado
autoritário.
O sistema MOBRAL dentro de sala de aula tornou-se uma educação
“bancaria”, diferente do que propunha Paulo Freire antes da ditadura militar. O
mencionado educador ensinava uma educação de diálogo entre educando e o
educador que juntos buscavam meio para modificar a realidade vivida.
Dos movimentos em vigor antes do golpe militar a Cruzada de Ação
Básica Cristã (ABC), Nascido em Recife sobre supervisão de evangélicos
norte-americanos foi um dos poucos projetos que perduraram, mas o mesmo
após varias criticas foi extinto nos anos de 1970 a 1971.
Logo em 1971 nasce o Ensino Supletivo, consolidado na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional de número 5.692 de 11 de agosto de
1971, junto com a Lei nascia à esperança de alavancar o ensino no Brasil,
diminuir os índices de analfabetos e inserir os estudantes no mercado de
trabalho, a Lei veio com objetivo de recuperar o atraso dos que não puderam
concluir a sua escolarização na idade certa e mantê-los atualizados.
Este novo sistema agora bem mais completo e organizado com a
proposta de uma educação mais aberta, foi organizado com quatro funções:
Suplência, Suprimento, Aprendizagem e Qualificação, sobre as quais
apresento uma breve descrição.
16
- Suplência: Suprir a escolarização regular para os adolescentes e
adultos que não a tiveram na idade própria através de cursos e exames
amparados pela Lei 5.692/71
- Suprimento: Proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos
de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino
regular ou em o parte Lei 5.692/71.
- Aprendizagem corresponde à formação, metódica no trabalho, e fica a
cargo basicamente do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial-SENAI e
do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial-SENAC.
- Qualificação: função encarregada da profissionalização que, sem
ocupar-se com a educação geral, atenderia ao objetivo prioritário de formação
de recursos humanos para o trabalho.
Baseando-se nestes pilares este modelo demostra ser bem mais eficaz
na proposta de prepara o Brasil para que se torne um “Grande país” de
maneira que ocorresse crescimento não só no campo econômico e politico
mais também no social, diferente da proposta anterior de alfabetização - o
MOBRAL.
Observa-se que o chama atenção neste modelo de ensino é a
preocupação em preparar profissionais capazes de atender grupo de pessoas,
tornando esse modelo de educação diferente, o qual possuía e possui alunos
com características únicas e pessoas que necessitam de uma modelo de
aprendizagem diferente, pois já saem de casa com uma “bagagem” de
conhecimento adquirido pelas experiências vivenciadas na prática diferente do
que se pensa das crianças e por isto não havia como educa-los utilizando a
mesma didática.
Na segunda parte do documento deixa claro que as alterações
realizadas na construção da nova Constituição -1988 dando início a uma nova
República foram importantíssimas para o ensino da EJA, pois ampliou o dever
do Estado para que ele pudesse garantir o ensino fundamental obrigatório e
17
gratuito para todos. O MOBRAL que perdurara até 1985 foi substituído pela
Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos – Educar.
De acordo com Amorim e Ribeiro (2015) a partir desse momento a
educação é descentralizada e os municípios passam a ser responsável por
articular a política nacional de EJA. No âmbito federal a Educar passa a ser
responsável somente por apoiar, financiar e fiscalizar a políticas nacionais da
EJA a serem desenvolvidas nos municípios, o que passa a ser um ponto
interessante já que os municípios e estados tem em suas mãos a chance de
trabalhar os conteúdos dentro da realidade local de cada Estado ou municípios.
Os programas educacionais vão ganhar maior apoio quando os mesmos
ganham reconhecimento internacional e a ajuda da Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura-UNESCO, criada pela
Organização das Nações Unidas- ONU e responsabilizada por incrementar a
educação nos pais em desenvolvimento. Com o apoio dos órgãos
internacionais os grupos e segmentos envolvimento na alfabetização de jovens
e adultos começam a traçar novas metas e a pensar na possibilidade de
oferecer ao educando uma educação de qualidade para deixar de ser apenas
uma certificadora.
Essa intensa mobilização incentivada pelo MEC e pela UNESCO,
serviu pra estimular a preparação da V CONFITEA, que acabou
elaborando plano de ação com diagnósticos, princípios e
compromissos que serviram de referencias para o país todo. Estes
marcaram o ressurgimento da EJA em nível nacional, ”(AMORIM;
RIBEIRO, 2015 p.19)
O reconhecimento foi importante para o sistema que agora alcançou um
número maior de educando, o que aumentou a responsabilidade dos
organizadores do projeto, e a necessidade de abrir mais vagas; e a partir deste
momento era necessário pensar em projetos que realmente fosse capaz de
provocar intervenções no modo de vida dessas pessoas, não só para elas
alcançar um bom emprego nas novas indústrias; mas que interferisse de forma
positiva na vida desses educandos, e que a partir dos conhecimentos
18
adquiridos os alunos pudessem exercer o direito de cidadão e que através da
educação criassem uma consciência participava nas atividades em sociedade.
Neste momento de consolidação da EJA os Fóruns se tornaram
elementos essenciais na composição desse sistema, pois através deles foram
possíveis as trocas de ideias e experiências que contribuíram para a melhoria
desse modelo de ensino.
Com o surgimento dos Fóruns, a partir de 1997, a história da EJA
passa a ser registrada num Boletim da Ação Educativa, que socializa
uma agenda dos Fóruns e os relatórios dos ENEJAS. De 1999 a
2000, assim, os Fóruns passam a marcar presença nas audiências do
Conselho Nacional de Educação para discutir as diretrizes
curriculares para a EJA. (AMORIM; RIBEIRO, 2015, p.20)
Diante deste contexto vale lembrar as palavras de Eduardo Galeano:
“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta
dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a
utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar”
(GALEANO, 2006. p.167)
Que os Fóruns seja para a EJA a utopia de Eduardo Galeno, que
sempre haja algo a ser alcançado e melhorado nesse modelo de educação e
que as ações a serem discutidas sejam colocadas em práticas na busca de
atingir uma meta. Esse movimento traz consigo uma carga de enorme
responsabilidade ao se propor a resgatar as pessoas que por algum motivo se
distanciaram da educação e que em alguns casos sequer tiveram contanto com
a mesma. Que o sistema EJA não mais permita que as pessoas sintam
vergonha por não terem estudado ou que sejam ignoradas por não serem
alfabetizadas.
As discussões apresentadas acima nos repostam as bases legais da
EJA, pois no Brasil, o principal documento que orienta as ações sobre a EJA é
o Parecer 11/2000 do Conselho Nacional de Educação (CNE) e Câmara de
Educação Básica (CEB), que apresenta as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a EJA. O Parecer CNE/CEB nº 11/2000, relatado por Carlos Roberto Jamil
19
Cury, ao Tratar das Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e
Adultos, propõe-se a orientar a concretização das Ações da EJA no Brasil,
envolvendo os poderes públicos e a iniciativas da sociedade civil. Define as
funções da EJA, tomando como referência os documentos resultantes dos
grandes eventos internacionais sobre educação do período, tais como: A
Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em Jomtien na
Tailândia e a V Conferência Internacional de Educação de Jovens e Adultos.
De acordo com a CNE/CEB nº 11/2000, a EJA apresenta três funções
principais:
- A função Reparadora: constitui-se na restauração do direito a uma
escola de qualidade.
- A função Equalizadora: aplica-se àqueles que antes foram
desfavorecidos quanto ao acesso e permanência na escola.
- A função Qualificadora: mais do que função, é o próprio sentido da
EJA, tem como base o caráter incompleto do ser humano que busca
atualização em quadros escolares e não escolares.
As funções atribuídas à EJA constituem-se em tarefas abrangentes, em
uma sociedade em que as diferenças sociais não decorrem da situação
educacional dos indivíduos e sim, da propriedade privada dos meios de
produção. A EJA torna-se uma promessa de inclusão escolar e social,
mediante investimento pessoal na educação.
Enfim, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para
Educação de Jovens e Adultos, Parece CNE/CEB nº 11/2000 a EJA é
educação permanente, embora enfrente os desafios de uma situação sócia
educacional arcaica no diz respeito ao acesso próprio, universal e adequado às
crianças em idade escolar.
Os liames entre escolarização e idade podem até não terem
conseguido a melhor expressão legal, mas pretende apontar uma
democratização escolar em que o adjetivo todo, tal como posto junto
ao substantivo direito, seja uma realidade para cada um desses
conjuntos de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Contudo, a
efetivação do “direito de todos” somente existirá se houver escolas
em grande numero para melhor acolher todos os cidadãos brasileiros
20
e se dessa acessibilidade ninguém for excluído. (SOARES, 2002
apud AMORIM; RIBEIRO, 2015. p.23)
As palavras de Soares (2002) citadas pelos professores Wilma Regina
de Amorim e Marcel Thiago D. Ribeiro. Refletem com grande expressão os
anseios de todos os professores da EJA que esperam ansiosos que todas as
Leis que regulamentam e organizam este modelo de educação sejam
realmente colocadas em práticas de maneira que atinja a todos e não apenas
uma pequena parcela da sociedade, e que os Fóruns seja cada vez intensos
ao debater as angústias de todos os educadores e educandos envolvidos direta
ou indiretamente nessas ações e que se transformem cada vez mais em leis e
diretrizes regulamentando para que possamos cobrar dos nossos
representantes legais ações e atitudes que venham ter como resultado um país
“grande”, mas, que seja “grande” não só na economia, mas em saber, em
compartilhar um ensino de qualidade para que os nossos alunos não virem
mera estatísticas ao final de cada ano no momento em que ocorre a
apresentação dos índices de analfabetismo no Brasil.
21
CAPITULO 2
2 FUNDAMENTOS DA PESQUISA QUALITATIVA
A presença de adolescentes na Educação de Jovens e Adultos (EJA) no
Ensino Fundamental é preocupante: cerca de 30% dos matriculados têm de 15
a 17 anos. Segundo a ONG Educação para Todos em 2013, foram 466.196
adolescentes nessa fase do total de 1.551.438 de matrículas.
Segundo dados divulgados na Revista Nova Escola (Ed.244, 08/2011)
da editora Abril este fenômeno é resultado da soma de três grandes questões
sociais que fazem com que, todos os anos, muitos estudantes desistem de
estudar ou então deixam as salas de aula temporariamente, são eles:
Vulnerabilidade, Trabalho e a Gravidez precoce. Nos parágrafos que seguem
discorrerei de forma sucinta sobre cada um deles:
Vulnerabilidade: Muitos estudantes enfrentam problemas como a
pobreza extrema, o uso de drogas, a exploração juvenil e a violência. "A
instabilidade na vida deles não permite que tenham a Educação como
prioridade, o que os leva a abandonar a escola diversas vezes. Quando voltam,
anos depois, só resta a EJA", diz Maria Clara Di Pierro, docente da Faculdade
de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Trabalho: A necessidade de compor a renda familiar faz com que
muitos alunos abandonam o Ensino Fundamental regular antes de concluí-lo.
Os estudos publicado este ano na série Cadernos de Reflexões, do MEC,
revela que 29% dos Jovens de 15 a 17 anos abandonam o Ensino
Fundamental e este público que está matriculado do 1º ao 9º ano já exerce
alguma atividade remunerada, sendo que 71% ganham menos de um salário
mínimo. A dificuldade de conciliar os estudos com o trabalho faz com que
mudar para as turmas da EJA, sobretudo no período noturno, seja a única
opção.
22
Gravidez precoce: A chegada do primeiro filho ainda na adolescência
afasta muitos da sala de aula, principalmente as meninas, que param de
estudar para cuidar dos bebês e, quando conseguem, retornam à escola
tempos depois, para a EJA. Assim, não estudam com colegas bem mais novos
e concluem o curso em um tempo menor. Segundo a Fundação Perseu
Abramo, 20% dos meninos que largaram os estudos tiveram o primeiro filho
antes dos 18 anos. Entre as mulheres, esse percentual é de quase 50%.
Dessas, 13% se tornaram mães antes dos 15 anos, 15% aos 16 anos e 19%
aos 17 anos.
Segundo Ferrari (2005, p.2), o jovem de EJA deve ser visto como uma
pessoa, cujas condições de existência, remetem à dupla exclusão, de seu
grupo de pares da mesma idade e do sistema regular de ensino, por evasão
ou retenção.
são jovens que, por uma série de motivos, precisaram abandonar a
escola; vivem em periferias, favelas, vilas e bairros pobres,
principalmente nas grandes cidades; são majoritariamente negros;
circulam no espaço escolar um “incansável” número de vezes, com
entradas, saídas e retornos, após o período estabelecido como o
próprio para a vida escolar (de 7 a 14 anos).( ANDRADE, 2002 apud
RODRIGUES, 2010, p.106)
Com base no exposto acima é possível verificar que dentro de sala de
aula estes adolescente tem se destacado e corriqueiramente de forma
negativa, quando equiparado os mesmos aos sujeitos adultos, e preciso
entender que esta disparidade entre os adolescentes e adultos estarão sempre
presentes na EJA, visto que esta modalidade fora desenvolvida para atender
este publico que não foram excluídos do regular ou convidados a se matricular
na EJA por serem alunos repetentes, maior de 15 anos ou por não atenderem
os padrões de comportamentos desejáveis para o regular.
Ferrari (2005, p.1) em seu artigo para a revista “Alfabetização solidária”
deixa claro que:
Quanto se trata de adolescentes, entretanto, as inquietações são
muitas: evidencia-se a dificuldade de lidar com a disciplina com a falta
de motivação e de envolvimento do aluno nas tarefas escolares -
23
conversam demais, se movimentam demais, não prestam atenção
às aulas, não fazem tarefas são as queixas mais
frequentes.(FERRARI, 2005. pag.1)
Partindo destes pressupostos cabe a nós professores buscar
alternativas para que estes adolescentes concluam as fases e superem suas
dificuldades, visto que para estes alunos, por mais que tenham todas estas
dificuldades para superar, a escola ainda faz parte dos seus objetivos em seu
projeto de vida.
Para Carrano (2007), é preciso “educar para que os sujeitos reconheçam
a si mesmos e aos outros em esferas públicas democráticas. Isso, talvez, seja
mais significativo do que ensinar conteúdos que podem ser aprendidos em
muitos outros espaços e tempos”.
Conforme o Art. 2º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de
liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Portanto a responsabilidade da educação não deve pesar somente nos
ombros de professores e estudantes, cabe aos responsáveis e ao Estado dar
condições físicas, estruturais, psicológicas para que aluno continue sempre
motivado a estudar. De forma que se desenvolva o sentimento de cidadania e
de participação social e que não sirva apenas de mão de obra barata para o
mercado de trabalho, sendo critico perante a sociedade e ao sistema capitalista
e dar o real valor a sua força de trabalho e defender os direitos diante do
Estado democrático.
24
2.1 Objetivo Geral:
Identificar os motivos que levam os adolescentes mirassolense entre 15
17 anos a cursar o EJA do Ensino Fundamental e as possíveis consequências
da juvenilização da EJA para os sujeitos e para a modalidade de ensino.
2.2 Objetivos específicos:
Identificar o perfil dos alunos dessa modalidade de ensino;
Conhecer os motivos pelos quais os adolescentes estão se matriculando
a EJA do Ensino Fundamental do noturno;
Verificar se a modalidade da Educação de Jovens e Adultos atende as
expectativas dos adolescentes.
Analisar e refletir sobre o que os estudantes buscam para a sua
formação na EJA.
2.3 ESCOLA ESTADUAL PADRE JOSÉ DE ANCHIETA
A Escola Estadual “Padre José de Anchieta”, situada à Rua XV de
Novembro, n.º 1151, bairro Cidade Tamandaré no município de Mirassol D’
Oeste, é mantida pela rede Oficial de Ensino do Estado de Mato Grosso,
através da Secretaria do Estado de Educação, criada através do decreto n.º
1289 de 12 de abril de 1985 com credenciamento na Educação Básica
concedida pelo CEB nº 072/2009 , Diário Oficial 03.04.2009 e autorização para
Ensino Fundamental, Ensino Médio e EJA Fundamental através do Ato nº
189/2013 CEE/MT Diário Oficial 19/09/2013. Com validade compreendida entre
01/01/2014 a 31/12/2018. Cabe ressaltar que a Autorização é validada a cada
4 anos.
25
Figura 1: Escola Estadual Padre José de Anchieta.
Fonte: Google Earth, 2015.
Inaugurada aos 12 de Abril de 1985 na gestão do governo estadual de
Júlio José de Campos e no governo municipal de Ataíde Pereira Leite, a qual
era denominada Escola Estadual de Primeiro Grau Padre José de Anchieta e
Figura 2: Entrada da Escola Pe. José de Anchieta.
Fonte: Souza, 2015.
26
tendo sido nomeada a sua primeira diretora a Geni Vidoti Flores e como
primeira Secretária Iracema Ferrari Anzolin.
Os principais objetivos da unidade escolar é atingir a mete do IDEB de
5.1 para a 2ª Fase 2º Ciclo e de 3.9 para a 3ª Fase 3º Ciclo em 2013, reduzir a
evasão escolar, principalmente no período noturno e promover maior
integração escola-comunidade.
A mencionada instituição iniciou a oferta da Educação de Jovens e
Adultos de V a VIII, conforme Resolução 259/00 e desativada a partir de 2002.
A Escola voltou a oferta da modalidade de Educação de Jovens e
Adultos em 2005, porém somente em 2006 obteve a autorização, validando o
ano de 2005 e a autorização por mais três (3) anos de oferta conforme
Resolução nº 312/06-CEE/MT,
Art. 1º Autorizar a etapa do ensino fundamental (I e II segmento),
Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. do Nível da Educação
de Básica ofertada pela Escola Estadual Pe José de Anchieta,
sediado a Rua XV de Novembro nº 1151. Bairro Jardim São Paulo, no
Município de Mirassol D’Oeste, mantida pelo Estado.
Neste período a modalidade EJA no estado de Mato Grosso estava
regulamentada pela Resolução n. 180/00-CEE/MT, com a seguinte estrutura:
duração mínima de 03 (três) fases para cada segmento (I e II) do ensino
fundamental e 03(três) fases para a etapa de ensino médio, sendo. Sendo cada
fase deve observar o cumprimento de, no mínimo 800 horas e 200 dias letivos.
No entanto no ano de 2011 a EJA passou a ser regulamentada pela
Resolução CNE n. 03/2010. Alterando a estrutura da organização de
fundamental e a idade para ingresso, logo que na resolução 180/00 o aluno
poderia ingressar na EJA em qualquer período do ano quando atingisse 15
anos de idade, para a resolução 03/2010 o aluno precisa ter 15 anos completo
no ato da matricula.
Segundo o secretario da instituição Antônio Osvaldo França, as
principais alterações ocorridas na troca de resolução foram realizadas na
estrutura da organização da modalidade de EJA, deixando de ser oferta em I e
27
II segmento com 03 (três) fases para I e II seguimento com apenas (02) duas
fases e na idade de ingresso, segundo o secretario a escola passou a ofertar
EJA do ensino fundamental no período noturno em atendimento aos anseios da
comunidade em que esta inserida, pois os alunos em sua maioria adultos são
trabalhadores da usina canavieira, frigorifico e da extinta fabrica de
refrigerantes.
No Regimento Escola da instituição os artigos 84, 85 e 86 do dispõem
sobre a organização da EJA conforme Resolução 03/2010 CEEE/MT:
Artigo 84 – A Educação de Jovens e Adultos, modalidade da
Educação Básica, constitui-se no Sistema Estadual de Ensino oferta de
educação regular, com características adequadas às necessidades e
disponibilidade dos jovens e adultos que não tiveram acesso à
escolarização na idade própria ou cujos estudos não tiveram
continuidade nas etapas de ensino fundamental.
Artigo 85 - A Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental
está organizada em:
I – Segmentos – as partes do ensino fundamental, ou seja, o 1º
segmento, que corresponde aos anos iniciais, e o 2º segmento, que
corresponde aos anos finais.
II – Anos – a distribuição das habilidades e competências de cada
segmento do ensino fundamental.
I – A duração mínima de 02 (dois) anos para cada segmento do Ensino
Fundamental;
II - Para cada ano, o cumprimento de, no mínimo, 800 horas e 200 dias
letivos;
III – A frequência de 75 % (setenta e cinco) para aprovação em cada
ano;
IV – O curso de Educação para Jovens e Adultos do Ensino
Fundamental é ofertado de forma presencial;
V – Considera-se como idade mínima de acesso a qualquer fase, na
educação de jovens e adultos - ensino fundamental é de 15 (quinze)
anos completos, no ato da matrícula, que poderá ser realizada a
qualquer momento do ano letivo.
VI – O resultado final será expresso por relatório descritivo com
resultado anual por área de conhecimento.
VII – Constarão os seguintes resultados finais por área de
conhecimento:
a) Aprovado: utilizar o termo para o estudante que apresentar
desenvolvimento satisfatório na construção do seu conhecimento, de
acordo com os objetivos propostos no planejamento das áreas, na fase
cursada;
28
b) Retido: da mesma forma que deverão utilizar o termo para aquele
que não apresentar desenvolvimento satisfatório na construção do
conhecimento das áreas, na fase cursada;
c) Em construção: termo utilizado para apontar um resultado parcial. O
termo será utilizado para designar que o relatório está sendo
construído para o aluno transferido antes do término do semestre ou
final do ano letivo;
d) Desistente: para designar o aluno evadido;
Artigo 86 – Sistemática de equivalência para circulação de estudos no
ensino fundamental – EJA:
O quadro acima foi elaborado seguindo a orientação das Regras de
Orientação Pedagógica – ROPS, da Secretaria do Estado de Educação do
Mato Grosso – SEDUC/MT, a circulação dos alunos matriculados no ensino
fundamental para ingresso na Educação de Jovens e Adultos ocorrera:
quando o aluno é oriundo da própria escola ou recebido por
transferência será matriculado no 2º Ano do 1º Segmento do Ensino
Fundamental o aluno que apresentar Histórico Escolar que comprove
a 1ª série/fase/ano concluída com êxito, independente de apresentar
desistência ou reprovação na 2ª série ou 2º ano ou 2ª e 3ª fase/1º
Ciclo;
será matriculado no 2º Ano do 2º Segmento do Ensino Fundamental o
aluno apresentar a 5ª série, 6º ou 3ª fase/2º Ciclo concluídas com
êxito, independente de apresentar desistência ou reprovação na 6ª
série ou 7º ano ou 1ª fase/3º Ciclo.
Matricula no
Ensino Fundamental
modalidade EJA
Alunos
oriundos da
Educação de
Jovens e
Adultos –
Res.03/2010
Alunos
oriundos do
Ensino
Fundamental
seriado
Alunos
oriundos do
Ensino
Fundamental
de 09 anos
Alunos oriundos do Ensino
Fundamental Ciclo de
Formação Humana
1º Segmento Anos iniciais Anos
iniciais
Anos
iniciais
Anos iniciais
1ª Ano 1ª Fase 1ª e 2ª série 1º,2º e 3º ano 1ª,2ª e 3ª fases/1º Ciclo
2ª Ano 2ª Fase 3ª e 4ª série 4º e 5º ano 1ª e 2ª fases/ 2º Ciclo
2º Segmento Anos finais Anos finais Anos finais Anos finais
1ª Ano 1ª Fase 5ª e 6ª 6º e 7º ano 3ª fase 2º Ciclo e 1ª
fase 3º Ciclo
2ª Ano 2ª Fase 7ª e 8ª série 8º e 9º ano 2ª e 3ª fases 3º Ciclo
29
Há outra forma de ingresso que esta amparada pela Resolução 02/09 CEE/MT
no inciso III do art. 66. Resolve que:
Art. 66 – poderá ocorrer por classificação do educando, em qualquer
etapa, série, ano ou fase, exceto a primeira do Ensino Fundamental,
será feita:
III. por avaliação, independentemente de escolarização formal
anterior ou quando for comprovadamente impossível a recuperação
dos registros escolares, realizada pela instituição receptora, para
situá-lo na etapa, série, ano, ciclo, período ou fase adequada.
Estas informações foram possíveis de serem coletadas graças a
colaboram do secretario da escola que de imediato colaborou com informações
e registros.
2.4 ESCOLA ESTADUAL BENEDITO CESARIO DA CRUZ –BCC
A Escola Estadual “Benedito Cesário da Cruz” atualmente oferece o
Ensino fundamental regular, Ensino Fundamental e Médio na modalidade
Educação de Jovens e Adultos, construída no perímetro urbano no Município
de Mirassol D’Oeste, localizada na rua Miguel Botelho de Carvalho nº 3430,
CEP:78.280.000.
A imagem 3 mostra a área ocupada pela Escola Benedito Cesário da
Cruz por meio de um ângulo aéreo, a escola é identificada pela população
apenas pelas siglas BCC. A linha azul foi traçada na imagem com o objetivo de
identificar esta escola, visto de cima, para apresentar a sua extensão territorial.
A escola não é periférica, pois está localizado na região central de Mirassol D’
Oeste. O lugar que aponta a seta azul é a entrada da escola.
30
Está autorizada a funcionar pelo decreto de Criação nº 2.495 de
11/03/1975, publicado no Diário Oficial de 13/03/1975. Autorização 01/76, e o
Reconhecimento do Estabelecimento se efetivou pela portaria Nº 3277 de
15/12/1992 e Autorizada pela Renovação de Reconhecimento do Ensino
Figura 3: Escola Estadual Benedito Cesário da
Cruz. Fonte: Google Earth, 2015.
Figura 4: Entrada da Escola Benedito Cesário da Cruz.
Fonte: Souza,2015.
31
Fundamental através da Portaria Nº 018/04-CEE/MT; Recredenciamento
através da Portaria Nº 222/2008-CEE/MT de 11/08/2008 p. 19 e CNPJ Nº
02.039.092/0001-49. Implantação da Educação de Jovens e Adultos com a
Resolução Nº 017/01 – D. O. de 13/02/2001.
2.4.1 Caracterização socioeconômica dos educandos da
Escola Benedito Cesário da Cruz
Conforme analise do Projeto Politico Pedagógico (PPP) da escola
contatou-se, que a maioria dos alunos pertence a um nível socioeconômico
baixo e médio baixo, predominando uma renda familiar que não chega a 03
salários mínimos por família. Entre os pais prevalece o Ensino Fundamental
Incompleto como grau de instrução educacional. Parte dos alunos são filhos de
mães solteiras e residem com os avos ou parentes próximos, outros com pais
separados ou pai e mãe. A religião predominante é a católica, em seguidas
evangélicas e espiritas.
2.5 Descrição geográfica e histórica do Município de Mirassol
D’Oeste
O município de Mirassol D’Oeste esta localizado a Sudoeste do Estado
de Mato Grosso na depressão do Rio Paraguai, calha do Rio Jauru.
Sua altitude é de 260 m acima do nível do mar, tendo sua latitude Sul
15º45’30” e longitude Oeste 58º16’36” e contado com a superfície de 1.038,83
km², esta a 282 km de distancia Capital Mato-grossense, Cuiabá.
32
Limita-se a Leste com o Município de Cáceres, ao Norte com o
município de São Jose dos Quatro Marcos, ao Noroeste com o Município de
Lambari D’Oeste e ao Oeste com o Município de Gloria D’Oeste.
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas –
IBGE- de 2010, Mirassol D’Oeste conta com uma população de 26.188.00
habitantes sendo em sua maioria residentes na área urbana.
Mirassol D’Oeste desenvolveu um perfil econômico, baseado
principalmente na agropecuária voltada para as atividades bovinocultura de
leite e corte, culturas perenes e de subsistência, a piscicultura e a avicultura,
paralelamente as atividades indústrias de pequeno porte como: fabrica de
moveis, laticínios, industrias gráficas, canavieira e frigoríficos.
O clima da região é tropical, com características: quente e sub-umido.
Apresenta vegetação de pastagens com predomínio de campo de cerrado.
A região é banhada pelos córregos: Pitas, Barreirão, Caeté, Macacos,
etc.
Mirassol D’Oeste foi colonizada por pioneiros paulistas que migraram
para a região 1958 quando o patrono Antônio Lopes Morlon, interessou-se
pelas terras devolutas que até o momento encontrava-se em Áreas de
Segurança Nacional, com sua morte em 1962, o senhor Benedito Cesário da
Cruz liderou a comunidade dando continuidade ao seu trabalho conseguindo
Figura 5: Mirassol D'Oeste. Fonte: Google Earth
33
que no dia 28/10/1964, Mirassol D´Oeste fosse oficialmente fundada pelo
lançamento da pedra fundamental da 1ª igreja da futura cidade. No entanto
somente em 19/12/1985, Mirassol D’Oeste deixou de ser Área de Segurança
Nacional com a criação do decreto nº 2.183 da mesma data, concedendo a
população mirassolense a liberdade de escolher seus representantes por
eleições diretas.
2.6 METODOLOGIA
A referida pesquisa foi realizada nas turmas da primeira e segunda fase
do segundo seguimento da EJA. As Escolas selecionadas compõem a esfera
Estadual, são elas: Escola Padre José de Anchieta e Escola Benedito Cesário
da Cruz, com a finalidade de coletar os dados necessários para conclusão da
pesquisa cientifica. Para a coleta dos dados serão entrevistados os alunos com
idade entre 15 e 17 anos que, por meio de um questionário aberto registram
seus depoimentos acerca das seguintes questões:
1- Com que idade começou a estudar?
2- Que profissão exerce atualmente?
3- Você iniciou seus estudos em escolas localizadas na zona rural
ou urbana?
4- Em algum momento você interrompeu seus estudos? Por qual
motivo?
5- Qual o grau de escolaridade de seus pais?
6 - Quantas pessoas trabalham em sua casa? E que tipo de atividade
desempenha?
7 - O que o motiva a estudar na EJA do ensino fundamental?
8. A modalidade EJA atende suas as expectativas? Justifique.
9- As atividades propostas e desenvolvidas pela escola tem alguma
relação com a sua vida cotidiana?
34
10 - Você iniciou seus estudos na modalidade EJA em outro
momento? Caso tenha iniciado o que o levou a desistir?
Foram entrevistados 14 estudantes no total, em uma faixa etária entre
15 até 17 anos, sendo 5 mulheres e 9 homens. Os alunos foram selecionados
aleatoriamente, os mesmos serão nomeados por um conjunto de siglas para
preservar sua identidade.
2.6.1 Pesquisa Qualitativa
A escolha deste modelo de pesquisa se justifica pelo fato de se
adequarem à metodologia e aos objetivos propostos neste estudo. Ludke e
André (1986) em um seus artigos com o titulo “Pesquisa em Educação:
abordagens qualitativas” trazem as cinco características básicas da pesquisa
qualitativa:
1. A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte
direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento[...];
2. Os dados coletados são predominantemente descritivos [...];
3. A preocupação com o processo é muito maior do que com o
produto [...];
4. O significado que as pessoas dão as coisas e a sua vida são focos
de atenção especial pelo pesquisador[...];
5) A analise dos dados tende a seguir um processo indutivo[...].
(LUDKEE; ANDRÉ, 1986. pg. 11-13)
Por se constituir com estas cinco características básicas a pesquisa
qualitativa se apresentou como o método ideal para a realização deste estudo.
Por permitir o contato face a face com os entrevistados, criar vínculos através
do diálogo e da escrita. Ouvir suas angústias e conhecer os seus anseios e
esperanças.
A pesquisa qualitativa pode assumir varias formas, dentre elas a forma
etnográfica e estudo de caso. Este estudo optou pela forma etnográfica onde:
35
geralmente, o pesquisador trabalha passando por três etapas: a)
exploração: a seleção e definição de problemas, a escolha do lugar
onde será realizado o estudo e o estabelecimento de contatos para a
entrada em campo; b) decisão: a seleção dos dados necessários para
compreender e interpretar o fenômeno estudado; e c) descoberta: a
explicação da realidade, ou a tentativa de encontrar os principais
subjacentes ao fenômeno estudado e de situar as varias descobertas
num contexto mais amplo.(LUKDE; ANDRE,1986. p.44)
E por ultimo este estudo recorrera as três (3) aparelhagem instrumental
da pesquisa qualitativa: a observação, a entrevista e a analise documental.
Quanto observação ela se constitui um dos principais instrumentos de
coleta de dados nas abordagens qualitativas (LUKDE; ANDRE,1986), por
permitir que o “observador recorra aos conhecimentos e experiências pessoas
como complemento no processo de compreensão e interpretação do fenômeno
estudado (LUKDE; ANDRE,1986)”.
Sou professor nas salas em que selecionei para participar da pesquisa
na Escola Pe José de Anchieta e tal fato me permitiu observar os alunos
durante a pesquisa nas minhas aulas de Geografia.
Na Escola Benedito Cesário da Cruz, a observação foi realizada a partir
de visitas técnicas autorizadas pela diretora da instituição, que me autorizou
observa-los durante os intervalos (recreio) e durante as aulas de ciência, a
escolha da aula de ciência se deu pelo fato de serem os dias que tenho aulas
vagas na Escola em que leciono (EE Pe Anchieta).
2.6.2 Entrevista
Para a realização da pesquisa qualitativa optou-se pelo método de
entrevista, pois uma das grandes vantagens deste instrumento é que
estabelece uma interação entre pesquisador e pesquisado (LUKDE E
ANDRE,1986), Neste processo de interação, as condições emocionais e
sentimentais e, portanto, subjetivas, ficam mais evidentes, sendo
36
praticamente presentes em todas as atividades de relações humanas, portanto,
sociais (ARAUJO,2014).
A esse respeito, é importante ter clareza de que a entrevista em
pesquisa qualitativa visa a compreensão parcial de uma realidade
multifacetada concernente a um tempo e contexto sócio-hitórico
específicos. Isto não significa, no entanto, defender um relativismo
subjetivista, de acordo com o qual cada um tem a sua ‘verdade’, mas
reconhecer que as visões de mundo de grupos humanos se
sustentam nos níveis de compartilhamento vivenciados por eles:
época, lugar, processos de socialização, nível de desenvolvimento da
ciência e da sociedade, hábitos e costumes culturais, língua,-
ambiente etc , (FRASER; GONDIM, 2004.p.147).
Portanto Fraser e Gondim, (2004), esclarece que se pode ter diferentes
visões sobre o mesmo problema, por isto as informações, concepções e
visões, precisão estar expostas de maneira simples, para que o leitor possa
entender com facilidade as suas conclusões a respeito do tema pesquisado.
Isto é que permitirá àquele que não participou da pesquisa refletir e criticar os
resultados à luz da compressão do contexto em que as conclusões foram
extraídas.
Para a realização da entrevista os alunos tiveram que responder 10
questões por escrito, elaboradas para atender os objetivos gerais e específicos
desta pesquisa para definir o perfil dos alunos adolescentes que buscam a EJA
para concluir seu ensino fundamental.
Na fase de análise documental, foram revisados: os Projetos Políticos
Pedagógicos- PPPs das duas escolas, o Regimento Escolar, Leis e Normas da
EJA na Resolução 180/00 e 03/2010, a LDB-9694/96, artigos, etc. No primeiro
momento a análise foi realizada junto com os secretários das duas Escolas, no
segundo momento a análise foi realizada com a releitura dos documentos de
forma individual durante a construção deste trabalho.
37
2.7 SUJEITOS DA PESQUISA
Os sujeitos desta pesquisa são alunos de quatro escolas de EJA, da I e
II fase do II segmento do ensino fundamental, cujas aulas acontecem de
segunda a sexta no período noturno.
No que se refere ao critério de seleção dos sujeitos, é importante dizer
que a participação de alunos na pesquisa se deu de livre e espontânea
vontade.
Para o desenvolvimento deste estudo foram eleitas as Escolas: Escola
Estadual Padre José de Anchieta e Escola Estadual Benedito Cesário da Cruz,
localizado na cidade de Mirassol D’Oeste, Estado de Mato Grosso. A seleção
desta escola se justifica pelo fato de serem consideradas referências na
Educação de Jovens e Adultos em Mirassol D’Oeste, localizada na região leste
e central da cidade, de fácil acesso e serem dentre as demais EJAs, o que tem
maior número de alunos jovens e adultos matriculados no ensino fundamental.
38
CAPITULO 03
3 ANALISE DE DADOS
Foram entrevistados 14(quatorze) estudantes no total, em uma faixa
etária entre 15(quinze) até 17(dezessete) anos, sendo 5(cinco) mulheres e
9(nove) homens. Os alunos foram selecionados aleatoriamente, os mesmos
serão nomeados por um conjunto de siglas para preservar sua identidade, as
que siglas utilizadas serão as primeiras letras de cada nome, como acordado
em sala nos inicio das entrevistas com os sujeitos da pesquisa, como pode ser
visto na tabela 1(Um).
Tabela 1: Dados dos alunos
ALUNO IDADE SEXO PROFISSÃO
YU 17 F BABÁ
GA 15 M VENDAS E OFFICE BOY
NA 15 M ESTUDANTE
VI 16 F ESTUDANTE
DE 15 M ESTUDANTE
NA 15 F ESTUDANTE
VA 15 M AUXILIAR ADMINISTRATIVO
KL 15 M PINTURA RESIDÊNCIA
DO 15 M OFFICE BOY
DA 15 F ESTUDANTE
AS 15 F ATENDENTE
DI 15 M MECÂNICO
JO 15 M VENDEDOR
AL 15 M AUXILIAR DE BOMBAS INJETORAS
Fonte: Elaborada por SOUZA (2015)
A partir das informações expressas no quadro acima foi possível
evidenciar que os adolescentes do sexo masculino no ensino regular são
minoria diferente do que ocorre com os alunos que procuram a EJA para
concluir o Ensino Fundamental nas Escolas Estaduais de Mirassol D’Oeste
logo é, maioria do sexo masculino. Para entender por que isto ocorre, busquei
39
apoio em outra pergunta: Que profissão exerce atualmente percebemos que o
adolescente está indo primeiro para o mercado de trabalho, em quanto que as
adolescentes em sua maioria declaram ser estudante e não possuírem uma
profissão.
Ao serem questionados se em algum momento interrompeu seus
estudos? Por qual motivo? Apenas três discentes responderam que sim e
todos eles do sexo feminino, duas devido a troca de cidade e uma por gravidez
aos 14 anos de idade. Conforme respostas:
1. “Sim, porque mudei de cidade” (Yr,17 anos)
2. “Sim, por mudar de cidade, e ocorrer ocasiões particulares” (As,15
anos)
Lembrando que nossa cidade recebe migrantes de vários estados
brasileiros, principalmente da Região Nordeste, em busca de uma vaga para
trabalhar nas usinas circunvizinhas de álcool e frigoríficos. Algumas destas
famílias vêm para Mirassol D’Oeste fugindo da fome e da seca do sertão
nordestino, pois veem em Mirassol D’Oeste a chance de recomeçar suas vidas,
logo que chegam matriculam seus filhos e em alguns casos vem juntos para as
salas de aulas na esperança de recuperar a defasagem escolar.
3. “Sim. Quando engravidei”(Nt,15 anos).
A gravides na adolescência não é problema somente para a cidade de
Mirassol D’Oeste, segundo o site, g1.com(2014):
em 2013, a Organização Mundial de Saúde e a ONU lançaram um
relatório sobre gravidez na adolescência. Ao todo são 7,3 milhões de
adolescentes grávidas. Entre elas, dois milhões têm menos de 15
anos. A previsão é de que, se nada for feito nos próximos anos, esse
número salte para três milhões em 2030.
Ainda sobre o assunto os dados referentes ao Brasil são alarmantes,
pois o mesmo site anuncia que:
40
no Brasil, em 2011, 25 mil meninas entre 10 e 14 anos deram à luz, e
440 mil jovens entre 15 e 19 anos tiveram gestações não planejadas.
Além disso, 21,5% dos partos no país são feitos em mulheres com
menos de 20 anos.(G1.COM, 2014)
Diante do exposto fica evidente a necessidade de rever nossas matrizes
curriculares interdisciplinares e levar de fato para dentro das escolas
discussões sobre a temática, orientando alunas (os), pais e professores. Afim
que possamos evitar que estes números aumentem ou pelo menos retarde a
gravidez, para que não se coloque em risco a vida de bebês e mães
“prematuras”.
A tabela 2(dois) indica o grau de escolaridade dos pais dos alunos que
participaram da pesquisa, observa-se que 1(um) pai possui Ensino Médio
completo, 1(um) pai e mãe Ensino Médio incompleto, 5(cinco) dos pais
possuem Ensino Fundamental completo, 5(cinco) pais não concluíram o Ensino
Fundamental, 2(dois) não souberam informar o nível de escolaridade do pai e
3(três) não souberam informar a escolaridade dos pais. Nota-se que uma
pequena porcentagem chegou até o ensino médio, enquanto que quase na
totalidade concluíram apenas o ensino fundamental.
Tabela 2: Nível de escolaridade dos pais.
ALUNO GRAU DE ESCOLARIDADE DOS PAIS.
YU PAI EMÃE: ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO.
GA PAI: NÃO SOUBE INFORMAR.
MAE: ENSINO MÉDIO INCOMPLETO.
NA NÃO SOUBE INFORMAR.
VI NÃO SOUBE INFORMAR.
DE PAI: ENSINO MÉDIO INCOMPLETO.
MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO.
NA PAI: ENSINO MÉDIO COMPLETO.
MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO.
VA PAI E MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO
KL PAI E MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO
DO PAI E MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO
DA PAI: NÃO SOUBE INFORMAR.
MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO.
AS PAI E MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO.
DI NÃO SOUBE INFORMAR.
41
JO PAI E MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO.
AL PAI E MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO.
Fonte: Elaborada por SOUZA (2015)
Antes de comentar os dados acima gostaria de apresentar as respostas
da próxima questão: Quantas pessoas trabalham em sua casa? E que tipo de
atividade desempenha? Pois acredito ser um complemento à questão.
Tabela 3: Numero de trabalhadores e atividade que desempenham
ALUNO
NÚMEROS DE
TRABALHADORES
ATIVIDADE QUE DESEMPENHAM:
YU 1 Musico (esposo)
GA 1 Domestica (mãe)
NA 1 Serralheiro (pai)
VI 0 Não informou
DE 2 Domestica (mãe),vaqueiro(irmão)
NA 1 Comerciante (mãe)
VA 2 Domestica (mãe), motorista (padrasto)
KL 4 Domestica (mãe), mestre de obra(pai)
DO 2 Pedreiro (pai), faxineira (mãe)
DA 1 Domestica (mãe)
AS 2 Motorista(tio), operadora de caldeira(tia)
DI 3 Pecuaristas(pai, mãe, irmão)
JO 2 Domestica (mãe), serralheiro (pai)
AL 2 Domestica (mãe), mecânico (pai)
Fonte: Elaborada por Souza (2015).
A tabela 2(dois) e 3(três) dialogam entre si, visto que a maioria dos pais
dos alunos pesquisados possuem apenas o ensino fundamental completo e
isto reflete na atividade econômica exercida por pais e mães. Por terem baixa
escolaridade, principalmente as mães acabam encontrando dificuldade para
entrar para o mercado de trabalho e por isso precisam desempenhar atividades
autônomas domestica na informalidade sem ter o mínimo de acesso aos
benefícios garantidos pela legislação trabalhista.
Segundo a Federação dos Bancários de São Paulo (fetecsp.org.br)
quando relaciona a escolaridade e emprego no Brasil e possível afirmar que:
42
Do ponto de vista da renda também as vantagens da escolaridade no
Brasil são óbvias. A remuneração média cresce à medida que cresce
a escolaridade. A diferença do salário médio entre os trabalhadores
analfabetos, e aqueles que têm curso superior completo, é de 4,5
vezes entre os admitidos no mercado de carteira assinada no Brasil.
Entre os desligados do emprego essa diferença é ainda maior (5,3), o
que também revela que as empresas estão substituindo, no processo
de rotatividade, mão-de-obra mais cara por mais barata.
( FETECSP.ORG,2015)
Analisando os dados do site da fetecsp possível dizer que os pais
poderiam estar vivendo uma realidade de emprego diferente caso os mesmos
estivessem recebidos às mesmas oportunidades na educação ou concluídos
seus estudos. Como citado acima “a remuneração média cresce à medida que
cresce a escolaridade” (fetecsp.org). Permitindo que se tenha uma vida mais
digna perante o sistema capitalista a qual herdamos.
Dos 14(quatorze) alunos entrevistados 11(onze) responderam que
começaram a estudar na EJA no período noturno para poder trabalhar durante
o dia. Três deram respostas bem distintas; a primeira, o aluno “Ad”(15 anos)
respondeu que se matriculou por recomendação do secretario por ter 15 anos,
o mesmo não poderia estudar no sexto ano do ensino fundamental regular
junto com os alunos de menor idade; já a aluna “Vv” (16 anos) matriculou-se
apenas por recomendação dos pais para que acompanha-se a irmã que cursa
o 1º ano do ensino médio para que a mesma não venha sozinha para a escola;
a terceira, “Nt”(15 anos) informou que ficou gravida aos 14 anos idade e agora
voltou a estudar no período noturno pois precisa cuidar da filha durante o dia,
por não ter com quem deixar para pode estudar.
Tabela 4: O que o motiva a estudar na EJA do ensino fundamental?
ALUNO MOTIVO
YU TRABALHO
GA TRABALHO
NA TER 15 ANOS
VI ACOMPANHAR A IRMÃ
DE TRABALHO
NA TER QUE CUIDAR DA FILHA DURANTE O DIA
VA TRABALHO
KL TRABALHO
43
DO TRABALHO
DA TRABALHO
AS TRABALHO
DI TRABALHO
JO TRABALHO
AL TRABALHO
Fonte: Elaborada por Souza (2015).
Para os alunos do Ensino Fundamental da EJA da I e II fase do segundo
seguimento das duas escolas pesquisadas, a modalidade atende suas
expectativas, como se verifica em alguns depoimentos:
“Sim. Por que estou aprendendo tudo que queria.”(Nt.,15 anos)
“Ajuda, e “bão” estudar a noite algumas coisas e a mesma que nos
outros horários”. (Dn.,15anos).
“Sim. Atende minhas expectativas, consigo apreender”. (Gb., 15 anos)
Outros dois alunos justificaram:
“Sim, por que os professores nos ajudam muito nas atividades”.(Ax.,16
anos)
“Atende sim, consigo acompanhar e aprender.”(Dn.,15)
Apenas uma aluna quando questionado se a modalidade atende suas
expectativas demostrou pensar diferente dos demais. Logo, quando
questionada a mesma respondeu:
“Comecei há pouco tempo, mas é um pouco mais lento que o normal”.
(As., 15 anos)
Havia poucos dias que a aluna “As”(15 anos) se ingressara na EJA e a
mesma acredita que o método de ensino seja “mais lento” que o método do
ensino regular. O que acredito ser compreensivo, em uma rápida observação
percebesse que vários colegas adultos que não possuem o mesmo ritmo de
aprendizagem que os alunos mais novos. Isto nos faz refletir sobre a
necessidade de plano de aulas que consiga atender aos sujeitos adolescentes,
jovens e adultos de forma que motive a todos a participarem da aula.
44
Os planos de aulas e projetos executados dentro das salas de aulas e
extraclasse são pensados na formação e no cotidiano do aluno, claro que pelo
diverso que há dentro de uma sala de aula certamente não será possível atingir
os cem por cento, este fato ficou bem claro no gráfico seguinte que foi editado
a partir da seguinte questão: as atividades propostas e desenvolvidas pela
escola tem alguma relação com a sua vida cotidiana? 10(Dez) dos alunos
entrevistados responderam que “sim”, 2(dois) responderam que “não” e 2(dois)
alunos disseram que “às vezes”.
Durante a entrevista os alunos que responderam que “não” na questão
citada no paragrafo acima se justificam que isto ocorre por que os mesmos não
exercem atividades remuneradas. Percebe que quando os discentes pensam
nas atividades desenvolvidas e na aprendizagem adquirida em sala, eles só
estabelecem relação com trabalho/serviço e não com outras atividades do
cotidiano, penso que isto se justifica pelo fato que vivermos em uma estrutura
moldada pelo sistema capitalista, que exige que estejamos preparados para
atender o mercado do trabalho, enquanto que o ensino não se limita apenas as
exigências do mercado. Acredito que seja preciso mudar este pensamento
tecnicista. Logo, por que os mesmos utilizam o que aprendem na escola no seu
dia-a-dia quando vão aos supermercados (matemática), ou recorrem a mapas
e GPS para se locomoverem ou apenas para encontrar endereços (geografia),
porém isto passa despercebidos quando entendem que o que aprender iram
utilizar somente quando estiverem empregados.
45
Fonte: elaborada por Souza (2015).
Para finalizar a entrevista os alunos tiveram que responder a seguinte
questão: Você iniciou seus estudos na modalidade EJA em outro momento?
Caso tenha iniciado o que o levou a desistir? E todos responderam que “não”,
pois são alunos que ingressaram em 2014 e 2015. E por esta razão não há
dados de desistência da EJA neste grupo de alunos.
0
2
4
6
8
10
12
Número de
alunos.
Sim
Não
As vezes
Figura 6: as atividades propostas e desenvolvidas pela escola
tem alguma relação com a sua vida cotidiana?
46
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As escolas estaduais Padre José de Anchieta e Benedito Cesário da Cruz
de Mirassol D’Oeste, ofertam o ensino fundamental na EJA no período noturno
são compostas por adolescentes trabalhadores que muito cedo tiveram que
entrar para o mercado de trabalho para ajudar no sustento da família e
construir sua identidade, nesta fase de transição entre o infantil e o
adolescente, outro fator a observar é que estes alunos não são desistentes,
não fazem parte da porcentagem de alunos que evadiram, no entanto alguns
não são alunos repetentes mas que por terem 15 anos não puderam continuar
na estudando no ciclo de formação humana – a Escola Clicada.
As meninas do grupo: são adolescentes em menor número no grupo
pesquisado, trabalhadoras autônomas, que em algum momento tiveram que
interromper os estudos por gravides ou para acompanhar os pais na troca de
cidade na procura de melhores condições para se viver.
A maioria destes adolescentes são filhos de domésticas e trabalhadores
autônomos, migrantes, que em maior número não superaram o ensino
fundamental e colocam nos filhos as esperanças da conclusão do ensino
superior, em busca de melhorar a qualidade de vida e para sai da pobreza.
Mesmo perante as dificuldades os alunos já trabalhadores, migrantes,
pais e mães de família, veem a EJA como solução para terminar seus estudos
e seguir em frentes com seus objetivos de vida. Alguns justificam que nas salas
de EJA eles se sentem motivados a terminar e justificam que os professores da
EJA são mais flexíveis para ensinar e estão mais dispostos a entender suas
dificuldades pedagógicas e as dificuldades imposta pelas atividades extra
curriculares desempenhadas ao logo do dia. No entanto ainda se queixam do
modelo curricular de conteúdos quando comparado com o modelo do regular,
ainda não entendem que a EJA é diferenciada para atender a jovens e também
adultos e por isto um currículo e metodologia diferente.
Contudo são alunos que num primeiro momento esta a procura de se
qualificar para o mercado de trabalho para responder aos anseios da
47
sociedade de consumo e em outro momento sonham com um curso de nível
superior, que de preferência seja na modalidade de Educação a Distância-
EAD.
Mediante aos fatos vejo que este documento se faz necessário para os
educadores, devido às reflexões que nos leva a fazer sobre o nossas práticas
pedagógicas, currículos formais muitas vezes dado como inacabado que vem
sendo utilizado a décadas. É preciso se pensar numa escola que seja capaz de
dialogar com estes adolescentes que apesar da pouca idade traz para sala de
aula experiências previas na perspectiva de encontrar uma escola flexível que
de fato os levem a sentirem parte desse sistema e agente capazes modificar a
sua realidade e que tire dos mesmos o sentimento de incapacidade que fora
adquirido com as repetências e por se sentirem e serem classificados como de
uma classe social e principalmente econômica inferior a outras.
48
5 REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Gustavo Cunha de. O Ensino de Arte na Educação de Jovens e
Adultos: Uma Experiência em Cuiaba-MT,2014.
AMORIM, Wilma Regina de; RIBEIRO, Marcel Thiago. O “Panorama Histórico
Educação de Jovens e Adultos no Brasil e Mato Grosso: Fundamentos,
Concepções e Princípios da EJA”, Cuiabá, UFMT, 2015.
AMARAL, Suely & FERRARI, Shirley Costa. O aluno de EJA: jovem ou
adolescente? (2005), In. Revista Educação Solidaria v.05.
BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional:
nº 9394/96. Brasília: 1996.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e
Adultos. Parecer 11/2000. Brasilia. 2000.
BRASIL. MEC. Proposta Curricular Para a Educação de Jovens e Adultos:
Segundo Segmento – Artes. v. 3. Brasília: Ministério da Educação:
MEC/SECAD. p. 135-189. 2002.
Disponível em :
<http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja/propostacurricular/segundosegmento/vol3_arte.pdf>.
Acesso em: 12 de out. de 2015.
BRASIL. MEC. Resolução CNE/CEB n.º 1, de 5 de julho de 2000.
Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de
Jovens e Adultos. Brasília: MEC, 2000a.
BRUNEL, C. Jovens cada vez mais jovens na educação de jovens e
adultos. Porto Alegre: Mediação, 2004.
CARRANO, Paulo César R. Educação de Jovens e Adultos e Juventude: o
desafio de compreender os sentidos da presença dos jovens na escola da
“segunda chance”. In: Revista de Educação de Jovens e Adultos, v. 1, n. 0, p.
1-108, ago. 2007.
49
FRASER, M. T. D.; GONDIM, S. M. G. Da fala do outro ao texto negociado:
discussões sobre a entrevista na pesquisa qualitativa. Paideia, [S.l], v. 14,
n. 28, p. 139-152, 2004.
LUKDE, Menga e André, Marli E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens
qualitativas. São Paulo, Editora Pedagógica e Universitária,1986.
MATO GROSSO (Estado). Secretaria de Estado da Educação. Programa
Estadual de Educação de Jovens e Adultos. Cuiabá: SEDUC/CEE, 2002.
PROJETO POLITICO PEDAGOGICO. Escola Estadual Benedito Cesário da
Cruz: 2015.
PROJETO POLITICO PEDAGOGICO. Escola Estadual Padre José de
Anchieta: 2015.
RODRIGUES, Delminda J. F. A juvenilização dos alunos da EJA e do
PROEJA, Rio de Janeiro. 2010.
REGIMENTO ESCOLAR. Escola Estadual Padre José de Anchieta: 2015.
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=290&It
emid=816
http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-na midia/indice /30380/
adolescentes -trocam-o-ensino-regular-pelo-acelerado/
http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/jovens-15-17-anos-estao-eja-
639052.shtml
http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2014/09/numero-de-adolescentes-
gravidas-chega-73-milhoes-aponta-onu.html - visto: 09/10/2015.
http://www.fetecsp.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=141:
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O PERFIL DOS ADOLESCENTES MATRICULADOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE MIRASSOL D’OESTE-MT

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA ESPECIALIZAÇÃO EM EJA PARA A JUVENTUDE FÁBIO RIBEIRO DE SOUZA O PERFIL DOS ADOLESCENTES MATRICULADOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE MIRASSOL D’OESTE-MT MIRASSOL D’OESTE – MT 2015
  • 2. FÁBIO RIBEIRO DE SOUZA O PERFIL DOS ADOLESCENTES MATRICULADOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE MIRASSOL D’OESTE-MT Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Instituto de Ciências Exatas e da Terra – Cuiabá – UFMT, como requisito para obtenção do título de Especialista em Educação de Jovens e Adultos para a Juventude. Orientador: Prof. Me. Amasílio dos Santos Vaz Co-orientadora: Profa. Esp. Andreia Vieira Neto MIRASSOL D’OESTE – MT 2015
  • 3. Dedico este trabalho aos meus pais Constância e Samuel, as minhas irmãs Fabiana, Eliane e Cleidiane e a minha esposa Bruna, por se constituírem diferentemente enquanto pessoas, igualmente belas e admiráveis em essência, estímulos que me impulsionam a buscar vida nova a cada dia.
  • 4. AGRADECIMENTO A Deus pela oportunidade e pelo privilégio que nos foram dados em compartilhar tamanha experiência e frequentar o curso de Geografia, principalmente por colocar em meu caminho pessoas maravilhosas que me ajudaram para que meu estudo fosse concluído. Aos meus pais e irmãs, pela compreensão e apoio que me deram no decorrer dos meus estudos por terem aceito se privar da minha companhia, concedendo-me oportunidade de me realizar ainda mais. A minha esposa Bruna e a sua família, pela compreensão e apoio que me deram no decorrer da minha especialização. Aos meus colegas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho. Ao meu orientador Profº Me. Amasílio dos Santos Vaz e Co-orientadora: Profa. Esp. Andreia Vieira Neto, pelo incentivo, simpatia e presteza no auxílio às atividades e discussões sobre o desenvolvimento deste trabalho monográfico.
  • 5. “Quem mata o tempo não é assassino, é suicida, pois mata a si mesmo” Millôr Fernandes
  • 6. RESUMO Esta pesquisa em nível de especialização ofertada pela Universidade Federal do Estado de Mato Grosso na Modalidade de Universidade Aberta do Brasil- UAB apresenta como objetivo conhecer a dinâmica da Educação de Jovens e Adultos-EJA do município de Mirassol D’Oeste. Visto que a referida modalidade vem passando por um processo de juvenilização, Desse modo, coube a esta investigação cientifica traçar o perfil dos adolescentes mirassolense entre 15 a 17 que estão matriculados no Ensino Fundamental da EJA. Para alcançar os objetivos propostos, fora necessários identificar o perfil dos alunos dessa modalidade de ensino, verificar os principais motivos que levaram os adolescentes ao abandono e a não concluir o ensino fundamental no regular e refletir sobre o que estão buscando para a sua formação na EJA. A investigação fora executada nas turmas da I e II fase do 2º seguimento da EJA. As Escolas selecionadas compõem a esfera Estadual, são elas: Padre José de Anchieta e Benedito Cesário da Cruz. Para a coleta de dados optou-se pelo método de entrevista. Logo, responderam questões e deixaram seus depoimentos por escrito. Diante das respostas verificamos que os adolescentes em sua maioria são do sexo masculino, trabalhadores, chefes de famílias. Percebe-se que os adolescentes têm a plena consciência de que sem estudo não se consegue colocação satisfatória no mercado de trabalho e reconhece que a escola apresenta-se como possibilidade de promoção social. Palavras Chave: Dinâmica, Educação de Jovens e Adultos, Adolescentes, Juvenilização.
  • 7. ABSTRACT The Youth and Adult Education-EJA Mirassol D'Oeste has been undergoing a juvenilisation process, it fell to this scientific research profile the mirassolense adolescents aged 15-17 who are enrolled in primary education of adult education. To achieve the proposed goals, out needed to identify the profile of the students of this teaching mode, check the main reasons teenagers to abandon and not completing elementary school in regular and reflect on what they are seeking for their training in adult education . Research carried out in the classes I and II phase of the 2nd following the EJA. The selected schools make up the State level, they are: Father José de Anchieta and Cesario Benedito da Cruz. To collect data we opted for the interview method. Soon, they answered questions and left their testimony in writing. Faced with the answers we find that teenagers are mostly male, workers, heads of households. It is noticed that teenagers have the full knowledge that no study can not satisfactory placement in the labor market and recognizes that the school presents itself as a possibility of social promotion. Keywords : Dynamics, Youth and Adult Education , Teens , juvenilisation .
  • 8. ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Escola Estadual Padre José de Anchieta.......................................... 25 Figura 2: Entrada da Escola Pe. José de Anchieta. ......................................... 25 Figura 3: Escola Estadual Benedito Cesário da Cruz....................................... 30 Figura 4: Entrada da Escola Benedito Cesário da Cruz.. ................................. 30 Figura 5: Mirassol D'Oeste............................................................................... 32
  • 9. LISTA DE TABELAS Tabela 1: Dados dos alunos............................................................................. 38 Tabela 2: Nível de escolaridade dos pais......................................................... 40 Tabela 3: Numero de trabalhadores e atividade que desempenham............... 41 Tabela 4: O que o motiva a estudar na EJA do ensino fundamental?.............. 42
  • 10. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11 1 HISTÓRICO DA EJA NO BRASIL................................................................. 13 2 FUNDAMENTOS DA PESQUISA QUALITATIVA ......................................... 21 2.1 Objetivo Geral: ...................................................................................................................... 24 2.2 Objetivos específicos:............................................................................................................ 24 2.3ESCOLA ESTADUAL PADRE JOSÉ DE ANCHIETA...................................................................... 24 2.4 ESCOLA ESTADUAL BENEDITO CESARIO DA CRUZ –BCC ....................................................... 29 2.4.1Caracterização socioeconômica dos educandos da Escola Benedito Cesário da Cruz ....... 31 2.5 Descrição geográfica e histórica do Município de Mirassol D’Oeste.................................... 31 2.6 METODOLOGIA...................................................................................................................... 33 2.6.1 Pesquisa Qualitativa........................................................................................................... 34 2.6.2 Entrevista ........................................................................................................................... 35 2.7 SUJEITOS DA PESQUISA......................................................................................................... 37 3 ANALISE DE DADOS.................................................................................... 38 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 46 5 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 48
  • 11. 11 INTRODUÇÃO A presente pesquisa objetiva identificar o perfil dos adolescentes mirassolense entre 15 - 17 anos que cursam a Educação de Jovens e Adultos- EJA do Ensino Fundamental, queremos conhecê-los, saber o que eles trazem de conhecimento adquirido ao longo de sua história e o que os motivam a se matricular nesta modalidade de ensino e porque não concluiu o curso no ensino regular e a partir desses questionamentos poder identificar os motivos de estarem frequentando esta modalidade de ensino mesmo tendo tão pouca idade. Tais indagações nos levam a refletir sobre esta realidade e ao mesmo tempo conhecer a trajetória destes jovens, podendo assim repensar o nosso planejamento e propor atividades e/ou projetos de intervenções para que estes adolescentes possam atingir suas expectativas e reduzir o número de alunos que evadem ou provoquem evasões devido a conflitos de ideias em consequência da diversidade de idades em que se encontram os estudantes da a EJA. Logo, como professor desta modalidade de ensino tenho a oportunidade de trabalhar com adolescentes de 15 anos e adultos acima 40 anos de idade na mesma sala de aula, no mesmo ambiente, sujeitos que divergem em pensamentos e objetivos de vida. O plano de investigação limita-se o perfil dos adolescentes na educação de jovens e adultos de Mirassol d’oeste-MT entre 15 -17 , visto que esta é uma modalidade de ensino em que se espera um numero maior de alunos adultos, no entanto, na atualidade os adolescentes representam a maior porcentagem de matriculas. Para o desenvolvimento da pesquisa faz-se necessário a aplicação de questionários em duas Escolas Estaduais de Mirassol D’Oeste-MT que atendem na modalidade de Educação de Jovens e Adultos - EJA no período noturno e num segundo momentos será realizado a análise dos dados coletados a luz das teorias estudadas ao longo do curso. Para melhor compreensão dos resultados será confeccionados gráficos e tabelas que serão inseridas no texto com o objetivo de proporcionar ao leitor maior possibilidade de entendimento sobre o assunto proposto no decorrer deste estudo.
  • 12. 12 O referido trabalho será organizado em três capítulos que se apresentam da seguinte forma, a saber: No primeiro capitulo, apresentaremos um panorama do percurso histórico da Educação de Jovens e Adultos no Brasil e no Mato Grosso, conforme leituras realizadas no decorrer do curso de especialização em Educação de Jovens e Adultos para a juventude, No segundo capitulo, apresentaremos a metodologia utilizada para desenvolvimento deste estudo, descrevendo os procedimentos de análise dos dados coletados e suas relações com as teorias que dão suporte à pesquisa qualitativa. Para o desenvolvimento da análise, propomos quatro critérios: referencial bibliográfico, visita as escolas, coleta de dados, analise do banco de dados registrado. No terceiro capitulo, faremos a sistematização de dados, analisando e refletindo sobre o modelo de ensino aplicado na EJA nas Escolas Estaduais de Mirassol D’Oeste-MT apresentando a visão de alguns autores que discutem a Educação de Jovens e Adultos em nosso pais. O presente trabalho está fundamentado nos teóricos, AMORIM, Wilma Regina de; RIBEIRO, Marcel Thiago (2015), AMARAL, Suely & FERRARI, Shirley Costa (2005), BRUNEL, C (2004), CARRANO, Paulo César R (2007), RODRIGUES, Delminda J. F (2010), e documentos oficiais como a Lei nº. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e a Resolução CNE/CEB nº 1, de 5 de julho de 2000.
  • 13. 13 CAPITULO 01 1 HISTÓRICO DA EJA NO BRASIL Diferente do que se imaginava a educação de jovens e adultos não é algo recente, a preocupação em levar o ensino a esta categoria vem desde o inicio de nossa colonização com a necessidade de catequisar os índios e ensiná-los os “bons costumes” europeus. E ganha maior ênfase somente anos depois no período de Republica visto que o país passava por transformações no campo politico e econômico, isso exigia pessoas qualificadas para atender a demandas das indústrias, e índices tão altos de analfabetismos não era bem visto perante as grandes potências da época, o que levou os governos de cada período a criar propostas e projetos para levar o ensino a todos. O “Panorama Histórico Educação de Jovens e Adultos no Brasil e Mato Grosso: Fundamentos, Concepções e Princípios da EJA” de autoria de Amorim e Ribeiro (2015) destaca em sua primeira unidade as principais conquista e embates políticos travados na história da educação de jovens e adultos no Brasil e apresenta informações valiosas e enriquecedoras para a aquisição de conhecimento, sobretudo na educação de Jovens e Adultos. Este artigo esta dividido em duas partes: a primeira deixa bem claro que nas três primeiras formulações da Constituição Brasileira 1824, 1934 e 1937, nunca se pensou em uma educação para formar cidadãos críticos, até por que não interessava ao governo educar pessoas que fossem capazes de questioná-los de maneira crítica e consciente e sim formar pessoas capazes de ler manuais a fim de atender a necessidade da indústria. Dez anos depois da terceira reformulação da Constituição Brasileira- 1947- surgiu a primeira Campanha de Educação de Adultos com a
  • 14. 14 responsabilidade de alfabetização num período de três meses, condensada ao curso primário em dois períodos de sete meses, conforme descreve os autores: Duas outras campanhas ainda foram organizadas pelo Ministério da Educação e Cultura: uma em 1952- a Campanha de Educação Rural- e outra, em 1958-, a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo, ambas tiveram vida curta e pouco realizaram. (AMORIM; RIBEIRO, 2015, p. 11). Apesar dos esforços observa-se que as referidas campanhas não conseguiram se efetivar na prática, porém, serviram como ponto de partida para os avanços ocorridos ao longo dos anos. Os autores destacam que em 1958 no II Congresso Nacional de Educação de Adultos no Rio de Janeiro foi discutido um dos pontos chaves do sistema EJA: a metodologia de ensino. Naquele momento já se discutia uma prática errônea de tentar alfabetizar o aluno da EJA nos mesmos moldes que alfabetizamos crianças e adolescentes. Deixando de aproveitar o conhecimento que o aluno adquiriu ao longo de sua trajetória, considerando que este conhecimento se bem aproveitado enriquece de forma significativa as aulas e pode torná-las mais atrativas. É neste cenário que ganha destaque as ideologias do professor Paulo Freire ao lançar um novo olhar sobre as dificuldades do analfabetismo e assim nasce uma nova proposta pedagógica para a educação de jovens e adultos que propunha “[...] a renovação dos métodos e processos educativos, substituindo o discurso pela discussão e utilizando as modernas técnicas de educação de grupos com a ajuda de recursos audiovisuais”. (Paiva, 1973 apud AMORIM; RIBEIRO, 2015, p.11-12) Através de tais métodos o professor pretendia levar os alunos a ter uma visão global de onde vive para entender a realidade local e a partir desse momento se posicionar como ser transformador e capaz de influenciar nas decisões politicas. De acordo com Amorim e Ribeiro (2015) a partir de 1964 todos os movimentos de educação e cultura foram reprimidos pelo regime militar que coincidi com a apreensão das lideranças e de materiais didáticos, pois não representavam os interesses dos lideres do golpe militar.
  • 15. 15 Em supressão aos movimentos de educação e cultura que foram dizimados ou reprimidos pelos militares foram criados novos projetos que representavam as ideologias a serem implantadas: o Mobral -1967 e o Ensino Supletivo-1971. Segundo Amorim e Ribeiro (2015) em 1967 o projeto Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL foi criado com o objetivo de alfabetizar a população com idade entre 15 e 30 anos incialmente e ao logo de sua trajetória foram inseridos novos projetos tentando afirmar-se perante a sociedade. Dois anos depois de sua implantação, mais precisamnete-1969 - o projeto MOBRAL se desvinculou de sua proposta inicial que tinha como cunho educar o cidadão; e fora utilizado para implantar as ideologias militares e vigiar de perto a população a fim de coibir e/ou reprimir qualquer movimento contra o Estado autoritário. O sistema MOBRAL dentro de sala de aula tornou-se uma educação “bancaria”, diferente do que propunha Paulo Freire antes da ditadura militar. O mencionado educador ensinava uma educação de diálogo entre educando e o educador que juntos buscavam meio para modificar a realidade vivida. Dos movimentos em vigor antes do golpe militar a Cruzada de Ação Básica Cristã (ABC), Nascido em Recife sobre supervisão de evangélicos norte-americanos foi um dos poucos projetos que perduraram, mas o mesmo após varias criticas foi extinto nos anos de 1970 a 1971. Logo em 1971 nasce o Ensino Supletivo, consolidado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de número 5.692 de 11 de agosto de 1971, junto com a Lei nascia à esperança de alavancar o ensino no Brasil, diminuir os índices de analfabetos e inserir os estudantes no mercado de trabalho, a Lei veio com objetivo de recuperar o atraso dos que não puderam concluir a sua escolarização na idade certa e mantê-los atualizados. Este novo sistema agora bem mais completo e organizado com a proposta de uma educação mais aberta, foi organizado com quatro funções: Suplência, Suprimento, Aprendizagem e Qualificação, sobre as quais apresento uma breve descrição.
  • 16. 16 - Suplência: Suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que não a tiveram na idade própria através de cursos e exames amparados pela Lei 5.692/71 - Suprimento: Proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino regular ou em o parte Lei 5.692/71. - Aprendizagem corresponde à formação, metódica no trabalho, e fica a cargo basicamente do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial-SENAI e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial-SENAC. - Qualificação: função encarregada da profissionalização que, sem ocupar-se com a educação geral, atenderia ao objetivo prioritário de formação de recursos humanos para o trabalho. Baseando-se nestes pilares este modelo demostra ser bem mais eficaz na proposta de prepara o Brasil para que se torne um “Grande país” de maneira que ocorresse crescimento não só no campo econômico e politico mais também no social, diferente da proposta anterior de alfabetização - o MOBRAL. Observa-se que o chama atenção neste modelo de ensino é a preocupação em preparar profissionais capazes de atender grupo de pessoas, tornando esse modelo de educação diferente, o qual possuía e possui alunos com características únicas e pessoas que necessitam de uma modelo de aprendizagem diferente, pois já saem de casa com uma “bagagem” de conhecimento adquirido pelas experiências vivenciadas na prática diferente do que se pensa das crianças e por isto não havia como educa-los utilizando a mesma didática. Na segunda parte do documento deixa claro que as alterações realizadas na construção da nova Constituição -1988 dando início a uma nova República foram importantíssimas para o ensino da EJA, pois ampliou o dever do Estado para que ele pudesse garantir o ensino fundamental obrigatório e
  • 17. 17 gratuito para todos. O MOBRAL que perdurara até 1985 foi substituído pela Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos – Educar. De acordo com Amorim e Ribeiro (2015) a partir desse momento a educação é descentralizada e os municípios passam a ser responsável por articular a política nacional de EJA. No âmbito federal a Educar passa a ser responsável somente por apoiar, financiar e fiscalizar a políticas nacionais da EJA a serem desenvolvidas nos municípios, o que passa a ser um ponto interessante já que os municípios e estados tem em suas mãos a chance de trabalhar os conteúdos dentro da realidade local de cada Estado ou municípios. Os programas educacionais vão ganhar maior apoio quando os mesmos ganham reconhecimento internacional e a ajuda da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura-UNESCO, criada pela Organização das Nações Unidas- ONU e responsabilizada por incrementar a educação nos pais em desenvolvimento. Com o apoio dos órgãos internacionais os grupos e segmentos envolvimento na alfabetização de jovens e adultos começam a traçar novas metas e a pensar na possibilidade de oferecer ao educando uma educação de qualidade para deixar de ser apenas uma certificadora. Essa intensa mobilização incentivada pelo MEC e pela UNESCO, serviu pra estimular a preparação da V CONFITEA, que acabou elaborando plano de ação com diagnósticos, princípios e compromissos que serviram de referencias para o país todo. Estes marcaram o ressurgimento da EJA em nível nacional, ”(AMORIM; RIBEIRO, 2015 p.19) O reconhecimento foi importante para o sistema que agora alcançou um número maior de educando, o que aumentou a responsabilidade dos organizadores do projeto, e a necessidade de abrir mais vagas; e a partir deste momento era necessário pensar em projetos que realmente fosse capaz de provocar intervenções no modo de vida dessas pessoas, não só para elas alcançar um bom emprego nas novas indústrias; mas que interferisse de forma positiva na vida desses educandos, e que a partir dos conhecimentos
  • 18. 18 adquiridos os alunos pudessem exercer o direito de cidadão e que através da educação criassem uma consciência participava nas atividades em sociedade. Neste momento de consolidação da EJA os Fóruns se tornaram elementos essenciais na composição desse sistema, pois através deles foram possíveis as trocas de ideias e experiências que contribuíram para a melhoria desse modelo de ensino. Com o surgimento dos Fóruns, a partir de 1997, a história da EJA passa a ser registrada num Boletim da Ação Educativa, que socializa uma agenda dos Fóruns e os relatórios dos ENEJAS. De 1999 a 2000, assim, os Fóruns passam a marcar presença nas audiências do Conselho Nacional de Educação para discutir as diretrizes curriculares para a EJA. (AMORIM; RIBEIRO, 2015, p.20) Diante deste contexto vale lembrar as palavras de Eduardo Galeano: “A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar” (GALEANO, 2006. p.167) Que os Fóruns seja para a EJA a utopia de Eduardo Galeno, que sempre haja algo a ser alcançado e melhorado nesse modelo de educação e que as ações a serem discutidas sejam colocadas em práticas na busca de atingir uma meta. Esse movimento traz consigo uma carga de enorme responsabilidade ao se propor a resgatar as pessoas que por algum motivo se distanciaram da educação e que em alguns casos sequer tiveram contanto com a mesma. Que o sistema EJA não mais permita que as pessoas sintam vergonha por não terem estudado ou que sejam ignoradas por não serem alfabetizadas. As discussões apresentadas acima nos repostam as bases legais da EJA, pois no Brasil, o principal documento que orienta as ações sobre a EJA é o Parecer 11/2000 do Conselho Nacional de Educação (CNE) e Câmara de Educação Básica (CEB), que apresenta as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA. O Parecer CNE/CEB nº 11/2000, relatado por Carlos Roberto Jamil
  • 19. 19 Cury, ao Tratar das Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, propõe-se a orientar a concretização das Ações da EJA no Brasil, envolvendo os poderes públicos e a iniciativas da sociedade civil. Define as funções da EJA, tomando como referência os documentos resultantes dos grandes eventos internacionais sobre educação do período, tais como: A Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em Jomtien na Tailândia e a V Conferência Internacional de Educação de Jovens e Adultos. De acordo com a CNE/CEB nº 11/2000, a EJA apresenta três funções principais: - A função Reparadora: constitui-se na restauração do direito a uma escola de qualidade. - A função Equalizadora: aplica-se àqueles que antes foram desfavorecidos quanto ao acesso e permanência na escola. - A função Qualificadora: mais do que função, é o próprio sentido da EJA, tem como base o caráter incompleto do ser humano que busca atualização em quadros escolares e não escolares. As funções atribuídas à EJA constituem-se em tarefas abrangentes, em uma sociedade em que as diferenças sociais não decorrem da situação educacional dos indivíduos e sim, da propriedade privada dos meios de produção. A EJA torna-se uma promessa de inclusão escolar e social, mediante investimento pessoal na educação. Enfim, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos, Parece CNE/CEB nº 11/2000 a EJA é educação permanente, embora enfrente os desafios de uma situação sócia educacional arcaica no diz respeito ao acesso próprio, universal e adequado às crianças em idade escolar. Os liames entre escolarização e idade podem até não terem conseguido a melhor expressão legal, mas pretende apontar uma democratização escolar em que o adjetivo todo, tal como posto junto ao substantivo direito, seja uma realidade para cada um desses conjuntos de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Contudo, a efetivação do “direito de todos” somente existirá se houver escolas em grande numero para melhor acolher todos os cidadãos brasileiros
  • 20. 20 e se dessa acessibilidade ninguém for excluído. (SOARES, 2002 apud AMORIM; RIBEIRO, 2015. p.23) As palavras de Soares (2002) citadas pelos professores Wilma Regina de Amorim e Marcel Thiago D. Ribeiro. Refletem com grande expressão os anseios de todos os professores da EJA que esperam ansiosos que todas as Leis que regulamentam e organizam este modelo de educação sejam realmente colocadas em práticas de maneira que atinja a todos e não apenas uma pequena parcela da sociedade, e que os Fóruns seja cada vez intensos ao debater as angústias de todos os educadores e educandos envolvidos direta ou indiretamente nessas ações e que se transformem cada vez mais em leis e diretrizes regulamentando para que possamos cobrar dos nossos representantes legais ações e atitudes que venham ter como resultado um país “grande”, mas, que seja “grande” não só na economia, mas em saber, em compartilhar um ensino de qualidade para que os nossos alunos não virem mera estatísticas ao final de cada ano no momento em que ocorre a apresentação dos índices de analfabetismo no Brasil.
  • 21. 21 CAPITULO 2 2 FUNDAMENTOS DA PESQUISA QUALITATIVA A presença de adolescentes na Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Ensino Fundamental é preocupante: cerca de 30% dos matriculados têm de 15 a 17 anos. Segundo a ONG Educação para Todos em 2013, foram 466.196 adolescentes nessa fase do total de 1.551.438 de matrículas. Segundo dados divulgados na Revista Nova Escola (Ed.244, 08/2011) da editora Abril este fenômeno é resultado da soma de três grandes questões sociais que fazem com que, todos os anos, muitos estudantes desistem de estudar ou então deixam as salas de aula temporariamente, são eles: Vulnerabilidade, Trabalho e a Gravidez precoce. Nos parágrafos que seguem discorrerei de forma sucinta sobre cada um deles: Vulnerabilidade: Muitos estudantes enfrentam problemas como a pobreza extrema, o uso de drogas, a exploração juvenil e a violência. "A instabilidade na vida deles não permite que tenham a Educação como prioridade, o que os leva a abandonar a escola diversas vezes. Quando voltam, anos depois, só resta a EJA", diz Maria Clara Di Pierro, docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Trabalho: A necessidade de compor a renda familiar faz com que muitos alunos abandonam o Ensino Fundamental regular antes de concluí-lo. Os estudos publicado este ano na série Cadernos de Reflexões, do MEC, revela que 29% dos Jovens de 15 a 17 anos abandonam o Ensino Fundamental e este público que está matriculado do 1º ao 9º ano já exerce alguma atividade remunerada, sendo que 71% ganham menos de um salário mínimo. A dificuldade de conciliar os estudos com o trabalho faz com que mudar para as turmas da EJA, sobretudo no período noturno, seja a única opção.
  • 22. 22 Gravidez precoce: A chegada do primeiro filho ainda na adolescência afasta muitos da sala de aula, principalmente as meninas, que param de estudar para cuidar dos bebês e, quando conseguem, retornam à escola tempos depois, para a EJA. Assim, não estudam com colegas bem mais novos e concluem o curso em um tempo menor. Segundo a Fundação Perseu Abramo, 20% dos meninos que largaram os estudos tiveram o primeiro filho antes dos 18 anos. Entre as mulheres, esse percentual é de quase 50%. Dessas, 13% se tornaram mães antes dos 15 anos, 15% aos 16 anos e 19% aos 17 anos. Segundo Ferrari (2005, p.2), o jovem de EJA deve ser visto como uma pessoa, cujas condições de existência, remetem à dupla exclusão, de seu grupo de pares da mesma idade e do sistema regular de ensino, por evasão ou retenção. são jovens que, por uma série de motivos, precisaram abandonar a escola; vivem em periferias, favelas, vilas e bairros pobres, principalmente nas grandes cidades; são majoritariamente negros; circulam no espaço escolar um “incansável” número de vezes, com entradas, saídas e retornos, após o período estabelecido como o próprio para a vida escolar (de 7 a 14 anos).( ANDRADE, 2002 apud RODRIGUES, 2010, p.106) Com base no exposto acima é possível verificar que dentro de sala de aula estes adolescente tem se destacado e corriqueiramente de forma negativa, quando equiparado os mesmos aos sujeitos adultos, e preciso entender que esta disparidade entre os adolescentes e adultos estarão sempre presentes na EJA, visto que esta modalidade fora desenvolvida para atender este publico que não foram excluídos do regular ou convidados a se matricular na EJA por serem alunos repetentes, maior de 15 anos ou por não atenderem os padrões de comportamentos desejáveis para o regular. Ferrari (2005, p.1) em seu artigo para a revista “Alfabetização solidária” deixa claro que: Quanto se trata de adolescentes, entretanto, as inquietações são muitas: evidencia-se a dificuldade de lidar com a disciplina com a falta de motivação e de envolvimento do aluno nas tarefas escolares -
  • 23. 23 conversam demais, se movimentam demais, não prestam atenção às aulas, não fazem tarefas são as queixas mais frequentes.(FERRARI, 2005. pag.1) Partindo destes pressupostos cabe a nós professores buscar alternativas para que estes adolescentes concluam as fases e superem suas dificuldades, visto que para estes alunos, por mais que tenham todas estas dificuldades para superar, a escola ainda faz parte dos seus objetivos em seu projeto de vida. Para Carrano (2007), é preciso “educar para que os sujeitos reconheçam a si mesmos e aos outros em esferas públicas democráticas. Isso, talvez, seja mais significativo do que ensinar conteúdos que podem ser aprendidos em muitos outros espaços e tempos”. Conforme o Art. 2º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Portanto a responsabilidade da educação não deve pesar somente nos ombros de professores e estudantes, cabe aos responsáveis e ao Estado dar condições físicas, estruturais, psicológicas para que aluno continue sempre motivado a estudar. De forma que se desenvolva o sentimento de cidadania e de participação social e que não sirva apenas de mão de obra barata para o mercado de trabalho, sendo critico perante a sociedade e ao sistema capitalista e dar o real valor a sua força de trabalho e defender os direitos diante do Estado democrático.
  • 24. 24 2.1 Objetivo Geral: Identificar os motivos que levam os adolescentes mirassolense entre 15 17 anos a cursar o EJA do Ensino Fundamental e as possíveis consequências da juvenilização da EJA para os sujeitos e para a modalidade de ensino. 2.2 Objetivos específicos: Identificar o perfil dos alunos dessa modalidade de ensino; Conhecer os motivos pelos quais os adolescentes estão se matriculando a EJA do Ensino Fundamental do noturno; Verificar se a modalidade da Educação de Jovens e Adultos atende as expectativas dos adolescentes. Analisar e refletir sobre o que os estudantes buscam para a sua formação na EJA. 2.3 ESCOLA ESTADUAL PADRE JOSÉ DE ANCHIETA A Escola Estadual “Padre José de Anchieta”, situada à Rua XV de Novembro, n.º 1151, bairro Cidade Tamandaré no município de Mirassol D’ Oeste, é mantida pela rede Oficial de Ensino do Estado de Mato Grosso, através da Secretaria do Estado de Educação, criada através do decreto n.º 1289 de 12 de abril de 1985 com credenciamento na Educação Básica concedida pelo CEB nº 072/2009 , Diário Oficial 03.04.2009 e autorização para Ensino Fundamental, Ensino Médio e EJA Fundamental através do Ato nº 189/2013 CEE/MT Diário Oficial 19/09/2013. Com validade compreendida entre 01/01/2014 a 31/12/2018. Cabe ressaltar que a Autorização é validada a cada 4 anos.
  • 25. 25 Figura 1: Escola Estadual Padre José de Anchieta. Fonte: Google Earth, 2015. Inaugurada aos 12 de Abril de 1985 na gestão do governo estadual de Júlio José de Campos e no governo municipal de Ataíde Pereira Leite, a qual era denominada Escola Estadual de Primeiro Grau Padre José de Anchieta e Figura 2: Entrada da Escola Pe. José de Anchieta. Fonte: Souza, 2015.
  • 26. 26 tendo sido nomeada a sua primeira diretora a Geni Vidoti Flores e como primeira Secretária Iracema Ferrari Anzolin. Os principais objetivos da unidade escolar é atingir a mete do IDEB de 5.1 para a 2ª Fase 2º Ciclo e de 3.9 para a 3ª Fase 3º Ciclo em 2013, reduzir a evasão escolar, principalmente no período noturno e promover maior integração escola-comunidade. A mencionada instituição iniciou a oferta da Educação de Jovens e Adultos de V a VIII, conforme Resolução 259/00 e desativada a partir de 2002. A Escola voltou a oferta da modalidade de Educação de Jovens e Adultos em 2005, porém somente em 2006 obteve a autorização, validando o ano de 2005 e a autorização por mais três (3) anos de oferta conforme Resolução nº 312/06-CEE/MT, Art. 1º Autorizar a etapa do ensino fundamental (I e II segmento), Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. do Nível da Educação de Básica ofertada pela Escola Estadual Pe José de Anchieta, sediado a Rua XV de Novembro nº 1151. Bairro Jardim São Paulo, no Município de Mirassol D’Oeste, mantida pelo Estado. Neste período a modalidade EJA no estado de Mato Grosso estava regulamentada pela Resolução n. 180/00-CEE/MT, com a seguinte estrutura: duração mínima de 03 (três) fases para cada segmento (I e II) do ensino fundamental e 03(três) fases para a etapa de ensino médio, sendo. Sendo cada fase deve observar o cumprimento de, no mínimo 800 horas e 200 dias letivos. No entanto no ano de 2011 a EJA passou a ser regulamentada pela Resolução CNE n. 03/2010. Alterando a estrutura da organização de fundamental e a idade para ingresso, logo que na resolução 180/00 o aluno poderia ingressar na EJA em qualquer período do ano quando atingisse 15 anos de idade, para a resolução 03/2010 o aluno precisa ter 15 anos completo no ato da matricula. Segundo o secretario da instituição Antônio Osvaldo França, as principais alterações ocorridas na troca de resolução foram realizadas na estrutura da organização da modalidade de EJA, deixando de ser oferta em I e
  • 27. 27 II segmento com 03 (três) fases para I e II seguimento com apenas (02) duas fases e na idade de ingresso, segundo o secretario a escola passou a ofertar EJA do ensino fundamental no período noturno em atendimento aos anseios da comunidade em que esta inserida, pois os alunos em sua maioria adultos são trabalhadores da usina canavieira, frigorifico e da extinta fabrica de refrigerantes. No Regimento Escola da instituição os artigos 84, 85 e 86 do dispõem sobre a organização da EJA conforme Resolução 03/2010 CEEE/MT: Artigo 84 – A Educação de Jovens e Adultos, modalidade da Educação Básica, constitui-se no Sistema Estadual de Ensino oferta de educação regular, com características adequadas às necessidades e disponibilidade dos jovens e adultos que não tiveram acesso à escolarização na idade própria ou cujos estudos não tiveram continuidade nas etapas de ensino fundamental. Artigo 85 - A Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental está organizada em: I – Segmentos – as partes do ensino fundamental, ou seja, o 1º segmento, que corresponde aos anos iniciais, e o 2º segmento, que corresponde aos anos finais. II – Anos – a distribuição das habilidades e competências de cada segmento do ensino fundamental. I – A duração mínima de 02 (dois) anos para cada segmento do Ensino Fundamental; II - Para cada ano, o cumprimento de, no mínimo, 800 horas e 200 dias letivos; III – A frequência de 75 % (setenta e cinco) para aprovação em cada ano; IV – O curso de Educação para Jovens e Adultos do Ensino Fundamental é ofertado de forma presencial; V – Considera-se como idade mínima de acesso a qualquer fase, na educação de jovens e adultos - ensino fundamental é de 15 (quinze) anos completos, no ato da matrícula, que poderá ser realizada a qualquer momento do ano letivo. VI – O resultado final será expresso por relatório descritivo com resultado anual por área de conhecimento. VII – Constarão os seguintes resultados finais por área de conhecimento: a) Aprovado: utilizar o termo para o estudante que apresentar desenvolvimento satisfatório na construção do seu conhecimento, de acordo com os objetivos propostos no planejamento das áreas, na fase cursada;
  • 28. 28 b) Retido: da mesma forma que deverão utilizar o termo para aquele que não apresentar desenvolvimento satisfatório na construção do conhecimento das áreas, na fase cursada; c) Em construção: termo utilizado para apontar um resultado parcial. O termo será utilizado para designar que o relatório está sendo construído para o aluno transferido antes do término do semestre ou final do ano letivo; d) Desistente: para designar o aluno evadido; Artigo 86 – Sistemática de equivalência para circulação de estudos no ensino fundamental – EJA: O quadro acima foi elaborado seguindo a orientação das Regras de Orientação Pedagógica – ROPS, da Secretaria do Estado de Educação do Mato Grosso – SEDUC/MT, a circulação dos alunos matriculados no ensino fundamental para ingresso na Educação de Jovens e Adultos ocorrera: quando o aluno é oriundo da própria escola ou recebido por transferência será matriculado no 2º Ano do 1º Segmento do Ensino Fundamental o aluno que apresentar Histórico Escolar que comprove a 1ª série/fase/ano concluída com êxito, independente de apresentar desistência ou reprovação na 2ª série ou 2º ano ou 2ª e 3ª fase/1º Ciclo; será matriculado no 2º Ano do 2º Segmento do Ensino Fundamental o aluno apresentar a 5ª série, 6º ou 3ª fase/2º Ciclo concluídas com êxito, independente de apresentar desistência ou reprovação na 6ª série ou 7º ano ou 1ª fase/3º Ciclo. Matricula no Ensino Fundamental modalidade EJA Alunos oriundos da Educação de Jovens e Adultos – Res.03/2010 Alunos oriundos do Ensino Fundamental seriado Alunos oriundos do Ensino Fundamental de 09 anos Alunos oriundos do Ensino Fundamental Ciclo de Formação Humana 1º Segmento Anos iniciais Anos iniciais Anos iniciais Anos iniciais 1ª Ano 1ª Fase 1ª e 2ª série 1º,2º e 3º ano 1ª,2ª e 3ª fases/1º Ciclo 2ª Ano 2ª Fase 3ª e 4ª série 4º e 5º ano 1ª e 2ª fases/ 2º Ciclo 2º Segmento Anos finais Anos finais Anos finais Anos finais 1ª Ano 1ª Fase 5ª e 6ª 6º e 7º ano 3ª fase 2º Ciclo e 1ª fase 3º Ciclo 2ª Ano 2ª Fase 7ª e 8ª série 8º e 9º ano 2ª e 3ª fases 3º Ciclo
  • 29. 29 Há outra forma de ingresso que esta amparada pela Resolução 02/09 CEE/MT no inciso III do art. 66. Resolve que: Art. 66 – poderá ocorrer por classificação do educando, em qualquer etapa, série, ano ou fase, exceto a primeira do Ensino Fundamental, será feita: III. por avaliação, independentemente de escolarização formal anterior ou quando for comprovadamente impossível a recuperação dos registros escolares, realizada pela instituição receptora, para situá-lo na etapa, série, ano, ciclo, período ou fase adequada. Estas informações foram possíveis de serem coletadas graças a colaboram do secretario da escola que de imediato colaborou com informações e registros. 2.4 ESCOLA ESTADUAL BENEDITO CESARIO DA CRUZ –BCC A Escola Estadual “Benedito Cesário da Cruz” atualmente oferece o Ensino fundamental regular, Ensino Fundamental e Médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos, construída no perímetro urbano no Município de Mirassol D’Oeste, localizada na rua Miguel Botelho de Carvalho nº 3430, CEP:78.280.000. A imagem 3 mostra a área ocupada pela Escola Benedito Cesário da Cruz por meio de um ângulo aéreo, a escola é identificada pela população apenas pelas siglas BCC. A linha azul foi traçada na imagem com o objetivo de identificar esta escola, visto de cima, para apresentar a sua extensão territorial. A escola não é periférica, pois está localizado na região central de Mirassol D’ Oeste. O lugar que aponta a seta azul é a entrada da escola.
  • 30. 30 Está autorizada a funcionar pelo decreto de Criação nº 2.495 de 11/03/1975, publicado no Diário Oficial de 13/03/1975. Autorização 01/76, e o Reconhecimento do Estabelecimento se efetivou pela portaria Nº 3277 de 15/12/1992 e Autorizada pela Renovação de Reconhecimento do Ensino Figura 3: Escola Estadual Benedito Cesário da Cruz. Fonte: Google Earth, 2015. Figura 4: Entrada da Escola Benedito Cesário da Cruz. Fonte: Souza,2015.
  • 31. 31 Fundamental através da Portaria Nº 018/04-CEE/MT; Recredenciamento através da Portaria Nº 222/2008-CEE/MT de 11/08/2008 p. 19 e CNPJ Nº 02.039.092/0001-49. Implantação da Educação de Jovens e Adultos com a Resolução Nº 017/01 – D. O. de 13/02/2001. 2.4.1 Caracterização socioeconômica dos educandos da Escola Benedito Cesário da Cruz Conforme analise do Projeto Politico Pedagógico (PPP) da escola contatou-se, que a maioria dos alunos pertence a um nível socioeconômico baixo e médio baixo, predominando uma renda familiar que não chega a 03 salários mínimos por família. Entre os pais prevalece o Ensino Fundamental Incompleto como grau de instrução educacional. Parte dos alunos são filhos de mães solteiras e residem com os avos ou parentes próximos, outros com pais separados ou pai e mãe. A religião predominante é a católica, em seguidas evangélicas e espiritas. 2.5 Descrição geográfica e histórica do Município de Mirassol D’Oeste O município de Mirassol D’Oeste esta localizado a Sudoeste do Estado de Mato Grosso na depressão do Rio Paraguai, calha do Rio Jauru. Sua altitude é de 260 m acima do nível do mar, tendo sua latitude Sul 15º45’30” e longitude Oeste 58º16’36” e contado com a superfície de 1.038,83 km², esta a 282 km de distancia Capital Mato-grossense, Cuiabá.
  • 32. 32 Limita-se a Leste com o Município de Cáceres, ao Norte com o município de São Jose dos Quatro Marcos, ao Noroeste com o Município de Lambari D’Oeste e ao Oeste com o Município de Gloria D’Oeste. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE- de 2010, Mirassol D’Oeste conta com uma população de 26.188.00 habitantes sendo em sua maioria residentes na área urbana. Mirassol D’Oeste desenvolveu um perfil econômico, baseado principalmente na agropecuária voltada para as atividades bovinocultura de leite e corte, culturas perenes e de subsistência, a piscicultura e a avicultura, paralelamente as atividades indústrias de pequeno porte como: fabrica de moveis, laticínios, industrias gráficas, canavieira e frigoríficos. O clima da região é tropical, com características: quente e sub-umido. Apresenta vegetação de pastagens com predomínio de campo de cerrado. A região é banhada pelos córregos: Pitas, Barreirão, Caeté, Macacos, etc. Mirassol D’Oeste foi colonizada por pioneiros paulistas que migraram para a região 1958 quando o patrono Antônio Lopes Morlon, interessou-se pelas terras devolutas que até o momento encontrava-se em Áreas de Segurança Nacional, com sua morte em 1962, o senhor Benedito Cesário da Cruz liderou a comunidade dando continuidade ao seu trabalho conseguindo Figura 5: Mirassol D'Oeste. Fonte: Google Earth
  • 33. 33 que no dia 28/10/1964, Mirassol D´Oeste fosse oficialmente fundada pelo lançamento da pedra fundamental da 1ª igreja da futura cidade. No entanto somente em 19/12/1985, Mirassol D’Oeste deixou de ser Área de Segurança Nacional com a criação do decreto nº 2.183 da mesma data, concedendo a população mirassolense a liberdade de escolher seus representantes por eleições diretas. 2.6 METODOLOGIA A referida pesquisa foi realizada nas turmas da primeira e segunda fase do segundo seguimento da EJA. As Escolas selecionadas compõem a esfera Estadual, são elas: Escola Padre José de Anchieta e Escola Benedito Cesário da Cruz, com a finalidade de coletar os dados necessários para conclusão da pesquisa cientifica. Para a coleta dos dados serão entrevistados os alunos com idade entre 15 e 17 anos que, por meio de um questionário aberto registram seus depoimentos acerca das seguintes questões: 1- Com que idade começou a estudar? 2- Que profissão exerce atualmente? 3- Você iniciou seus estudos em escolas localizadas na zona rural ou urbana? 4- Em algum momento você interrompeu seus estudos? Por qual motivo? 5- Qual o grau de escolaridade de seus pais? 6 - Quantas pessoas trabalham em sua casa? E que tipo de atividade desempenha? 7 - O que o motiva a estudar na EJA do ensino fundamental? 8. A modalidade EJA atende suas as expectativas? Justifique. 9- As atividades propostas e desenvolvidas pela escola tem alguma relação com a sua vida cotidiana?
  • 34. 34 10 - Você iniciou seus estudos na modalidade EJA em outro momento? Caso tenha iniciado o que o levou a desistir? Foram entrevistados 14 estudantes no total, em uma faixa etária entre 15 até 17 anos, sendo 5 mulheres e 9 homens. Os alunos foram selecionados aleatoriamente, os mesmos serão nomeados por um conjunto de siglas para preservar sua identidade. 2.6.1 Pesquisa Qualitativa A escolha deste modelo de pesquisa se justifica pelo fato de se adequarem à metodologia e aos objetivos propostos neste estudo. Ludke e André (1986) em um seus artigos com o titulo “Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas” trazem as cinco características básicas da pesquisa qualitativa: 1. A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento[...]; 2. Os dados coletados são predominantemente descritivos [...]; 3. A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto [...]; 4. O significado que as pessoas dão as coisas e a sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador[...]; 5) A analise dos dados tende a seguir um processo indutivo[...]. (LUDKEE; ANDRÉ, 1986. pg. 11-13) Por se constituir com estas cinco características básicas a pesquisa qualitativa se apresentou como o método ideal para a realização deste estudo. Por permitir o contato face a face com os entrevistados, criar vínculos através do diálogo e da escrita. Ouvir suas angústias e conhecer os seus anseios e esperanças. A pesquisa qualitativa pode assumir varias formas, dentre elas a forma etnográfica e estudo de caso. Este estudo optou pela forma etnográfica onde:
  • 35. 35 geralmente, o pesquisador trabalha passando por três etapas: a) exploração: a seleção e definição de problemas, a escolha do lugar onde será realizado o estudo e o estabelecimento de contatos para a entrada em campo; b) decisão: a seleção dos dados necessários para compreender e interpretar o fenômeno estudado; e c) descoberta: a explicação da realidade, ou a tentativa de encontrar os principais subjacentes ao fenômeno estudado e de situar as varias descobertas num contexto mais amplo.(LUKDE; ANDRE,1986. p.44) E por ultimo este estudo recorrera as três (3) aparelhagem instrumental da pesquisa qualitativa: a observação, a entrevista e a analise documental. Quanto observação ela se constitui um dos principais instrumentos de coleta de dados nas abordagens qualitativas (LUKDE; ANDRE,1986), por permitir que o “observador recorra aos conhecimentos e experiências pessoas como complemento no processo de compreensão e interpretação do fenômeno estudado (LUKDE; ANDRE,1986)”. Sou professor nas salas em que selecionei para participar da pesquisa na Escola Pe José de Anchieta e tal fato me permitiu observar os alunos durante a pesquisa nas minhas aulas de Geografia. Na Escola Benedito Cesário da Cruz, a observação foi realizada a partir de visitas técnicas autorizadas pela diretora da instituição, que me autorizou observa-los durante os intervalos (recreio) e durante as aulas de ciência, a escolha da aula de ciência se deu pelo fato de serem os dias que tenho aulas vagas na Escola em que leciono (EE Pe Anchieta). 2.6.2 Entrevista Para a realização da pesquisa qualitativa optou-se pelo método de entrevista, pois uma das grandes vantagens deste instrumento é que estabelece uma interação entre pesquisador e pesquisado (LUKDE E ANDRE,1986), Neste processo de interação, as condições emocionais e sentimentais e, portanto, subjetivas, ficam mais evidentes, sendo
  • 36. 36 praticamente presentes em todas as atividades de relações humanas, portanto, sociais (ARAUJO,2014). A esse respeito, é importante ter clareza de que a entrevista em pesquisa qualitativa visa a compreensão parcial de uma realidade multifacetada concernente a um tempo e contexto sócio-hitórico específicos. Isto não significa, no entanto, defender um relativismo subjetivista, de acordo com o qual cada um tem a sua ‘verdade’, mas reconhecer que as visões de mundo de grupos humanos se sustentam nos níveis de compartilhamento vivenciados por eles: época, lugar, processos de socialização, nível de desenvolvimento da ciência e da sociedade, hábitos e costumes culturais, língua,- ambiente etc , (FRASER; GONDIM, 2004.p.147). Portanto Fraser e Gondim, (2004), esclarece que se pode ter diferentes visões sobre o mesmo problema, por isto as informações, concepções e visões, precisão estar expostas de maneira simples, para que o leitor possa entender com facilidade as suas conclusões a respeito do tema pesquisado. Isto é que permitirá àquele que não participou da pesquisa refletir e criticar os resultados à luz da compressão do contexto em que as conclusões foram extraídas. Para a realização da entrevista os alunos tiveram que responder 10 questões por escrito, elaboradas para atender os objetivos gerais e específicos desta pesquisa para definir o perfil dos alunos adolescentes que buscam a EJA para concluir seu ensino fundamental. Na fase de análise documental, foram revisados: os Projetos Políticos Pedagógicos- PPPs das duas escolas, o Regimento Escolar, Leis e Normas da EJA na Resolução 180/00 e 03/2010, a LDB-9694/96, artigos, etc. No primeiro momento a análise foi realizada junto com os secretários das duas Escolas, no segundo momento a análise foi realizada com a releitura dos documentos de forma individual durante a construção deste trabalho.
  • 37. 37 2.7 SUJEITOS DA PESQUISA Os sujeitos desta pesquisa são alunos de quatro escolas de EJA, da I e II fase do II segmento do ensino fundamental, cujas aulas acontecem de segunda a sexta no período noturno. No que se refere ao critério de seleção dos sujeitos, é importante dizer que a participação de alunos na pesquisa se deu de livre e espontânea vontade. Para o desenvolvimento deste estudo foram eleitas as Escolas: Escola Estadual Padre José de Anchieta e Escola Estadual Benedito Cesário da Cruz, localizado na cidade de Mirassol D’Oeste, Estado de Mato Grosso. A seleção desta escola se justifica pelo fato de serem consideradas referências na Educação de Jovens e Adultos em Mirassol D’Oeste, localizada na região leste e central da cidade, de fácil acesso e serem dentre as demais EJAs, o que tem maior número de alunos jovens e adultos matriculados no ensino fundamental.
  • 38. 38 CAPITULO 03 3 ANALISE DE DADOS Foram entrevistados 14(quatorze) estudantes no total, em uma faixa etária entre 15(quinze) até 17(dezessete) anos, sendo 5(cinco) mulheres e 9(nove) homens. Os alunos foram selecionados aleatoriamente, os mesmos serão nomeados por um conjunto de siglas para preservar sua identidade, as que siglas utilizadas serão as primeiras letras de cada nome, como acordado em sala nos inicio das entrevistas com os sujeitos da pesquisa, como pode ser visto na tabela 1(Um). Tabela 1: Dados dos alunos ALUNO IDADE SEXO PROFISSÃO YU 17 F BABÁ GA 15 M VENDAS E OFFICE BOY NA 15 M ESTUDANTE VI 16 F ESTUDANTE DE 15 M ESTUDANTE NA 15 F ESTUDANTE VA 15 M AUXILIAR ADMINISTRATIVO KL 15 M PINTURA RESIDÊNCIA DO 15 M OFFICE BOY DA 15 F ESTUDANTE AS 15 F ATENDENTE DI 15 M MECÂNICO JO 15 M VENDEDOR AL 15 M AUXILIAR DE BOMBAS INJETORAS Fonte: Elaborada por SOUZA (2015) A partir das informações expressas no quadro acima foi possível evidenciar que os adolescentes do sexo masculino no ensino regular são minoria diferente do que ocorre com os alunos que procuram a EJA para concluir o Ensino Fundamental nas Escolas Estaduais de Mirassol D’Oeste logo é, maioria do sexo masculino. Para entender por que isto ocorre, busquei
  • 39. 39 apoio em outra pergunta: Que profissão exerce atualmente percebemos que o adolescente está indo primeiro para o mercado de trabalho, em quanto que as adolescentes em sua maioria declaram ser estudante e não possuírem uma profissão. Ao serem questionados se em algum momento interrompeu seus estudos? Por qual motivo? Apenas três discentes responderam que sim e todos eles do sexo feminino, duas devido a troca de cidade e uma por gravidez aos 14 anos de idade. Conforme respostas: 1. “Sim, porque mudei de cidade” (Yr,17 anos) 2. “Sim, por mudar de cidade, e ocorrer ocasiões particulares” (As,15 anos) Lembrando que nossa cidade recebe migrantes de vários estados brasileiros, principalmente da Região Nordeste, em busca de uma vaga para trabalhar nas usinas circunvizinhas de álcool e frigoríficos. Algumas destas famílias vêm para Mirassol D’Oeste fugindo da fome e da seca do sertão nordestino, pois veem em Mirassol D’Oeste a chance de recomeçar suas vidas, logo que chegam matriculam seus filhos e em alguns casos vem juntos para as salas de aulas na esperança de recuperar a defasagem escolar. 3. “Sim. Quando engravidei”(Nt,15 anos). A gravides na adolescência não é problema somente para a cidade de Mirassol D’Oeste, segundo o site, g1.com(2014): em 2013, a Organização Mundial de Saúde e a ONU lançaram um relatório sobre gravidez na adolescência. Ao todo são 7,3 milhões de adolescentes grávidas. Entre elas, dois milhões têm menos de 15 anos. A previsão é de que, se nada for feito nos próximos anos, esse número salte para três milhões em 2030. Ainda sobre o assunto os dados referentes ao Brasil são alarmantes, pois o mesmo site anuncia que:
  • 40. 40 no Brasil, em 2011, 25 mil meninas entre 10 e 14 anos deram à luz, e 440 mil jovens entre 15 e 19 anos tiveram gestações não planejadas. Além disso, 21,5% dos partos no país são feitos em mulheres com menos de 20 anos.(G1.COM, 2014) Diante do exposto fica evidente a necessidade de rever nossas matrizes curriculares interdisciplinares e levar de fato para dentro das escolas discussões sobre a temática, orientando alunas (os), pais e professores. Afim que possamos evitar que estes números aumentem ou pelo menos retarde a gravidez, para que não se coloque em risco a vida de bebês e mães “prematuras”. A tabela 2(dois) indica o grau de escolaridade dos pais dos alunos que participaram da pesquisa, observa-se que 1(um) pai possui Ensino Médio completo, 1(um) pai e mãe Ensino Médio incompleto, 5(cinco) dos pais possuem Ensino Fundamental completo, 5(cinco) pais não concluíram o Ensino Fundamental, 2(dois) não souberam informar o nível de escolaridade do pai e 3(três) não souberam informar a escolaridade dos pais. Nota-se que uma pequena porcentagem chegou até o ensino médio, enquanto que quase na totalidade concluíram apenas o ensino fundamental. Tabela 2: Nível de escolaridade dos pais. ALUNO GRAU DE ESCOLARIDADE DOS PAIS. YU PAI EMÃE: ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO. GA PAI: NÃO SOUBE INFORMAR. MAE: ENSINO MÉDIO INCOMPLETO. NA NÃO SOUBE INFORMAR. VI NÃO SOUBE INFORMAR. DE PAI: ENSINO MÉDIO INCOMPLETO. MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO. NA PAI: ENSINO MÉDIO COMPLETO. MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO. VA PAI E MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO KL PAI E MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO DO PAI E MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO DA PAI: NÃO SOUBE INFORMAR. MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO. AS PAI E MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO. DI NÃO SOUBE INFORMAR.
  • 41. 41 JO PAI E MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO. AL PAI E MÃE: ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO. Fonte: Elaborada por SOUZA (2015) Antes de comentar os dados acima gostaria de apresentar as respostas da próxima questão: Quantas pessoas trabalham em sua casa? E que tipo de atividade desempenha? Pois acredito ser um complemento à questão. Tabela 3: Numero de trabalhadores e atividade que desempenham ALUNO NÚMEROS DE TRABALHADORES ATIVIDADE QUE DESEMPENHAM: YU 1 Musico (esposo) GA 1 Domestica (mãe) NA 1 Serralheiro (pai) VI 0 Não informou DE 2 Domestica (mãe),vaqueiro(irmão) NA 1 Comerciante (mãe) VA 2 Domestica (mãe), motorista (padrasto) KL 4 Domestica (mãe), mestre de obra(pai) DO 2 Pedreiro (pai), faxineira (mãe) DA 1 Domestica (mãe) AS 2 Motorista(tio), operadora de caldeira(tia) DI 3 Pecuaristas(pai, mãe, irmão) JO 2 Domestica (mãe), serralheiro (pai) AL 2 Domestica (mãe), mecânico (pai) Fonte: Elaborada por Souza (2015). A tabela 2(dois) e 3(três) dialogam entre si, visto que a maioria dos pais dos alunos pesquisados possuem apenas o ensino fundamental completo e isto reflete na atividade econômica exercida por pais e mães. Por terem baixa escolaridade, principalmente as mães acabam encontrando dificuldade para entrar para o mercado de trabalho e por isso precisam desempenhar atividades autônomas domestica na informalidade sem ter o mínimo de acesso aos benefícios garantidos pela legislação trabalhista. Segundo a Federação dos Bancários de São Paulo (fetecsp.org.br) quando relaciona a escolaridade e emprego no Brasil e possível afirmar que:
  • 42. 42 Do ponto de vista da renda também as vantagens da escolaridade no Brasil são óbvias. A remuneração média cresce à medida que cresce a escolaridade. A diferença do salário médio entre os trabalhadores analfabetos, e aqueles que têm curso superior completo, é de 4,5 vezes entre os admitidos no mercado de carteira assinada no Brasil. Entre os desligados do emprego essa diferença é ainda maior (5,3), o que também revela que as empresas estão substituindo, no processo de rotatividade, mão-de-obra mais cara por mais barata. ( FETECSP.ORG,2015) Analisando os dados do site da fetecsp possível dizer que os pais poderiam estar vivendo uma realidade de emprego diferente caso os mesmos estivessem recebidos às mesmas oportunidades na educação ou concluídos seus estudos. Como citado acima “a remuneração média cresce à medida que cresce a escolaridade” (fetecsp.org). Permitindo que se tenha uma vida mais digna perante o sistema capitalista a qual herdamos. Dos 14(quatorze) alunos entrevistados 11(onze) responderam que começaram a estudar na EJA no período noturno para poder trabalhar durante o dia. Três deram respostas bem distintas; a primeira, o aluno “Ad”(15 anos) respondeu que se matriculou por recomendação do secretario por ter 15 anos, o mesmo não poderia estudar no sexto ano do ensino fundamental regular junto com os alunos de menor idade; já a aluna “Vv” (16 anos) matriculou-se apenas por recomendação dos pais para que acompanha-se a irmã que cursa o 1º ano do ensino médio para que a mesma não venha sozinha para a escola; a terceira, “Nt”(15 anos) informou que ficou gravida aos 14 anos idade e agora voltou a estudar no período noturno pois precisa cuidar da filha durante o dia, por não ter com quem deixar para pode estudar. Tabela 4: O que o motiva a estudar na EJA do ensino fundamental? ALUNO MOTIVO YU TRABALHO GA TRABALHO NA TER 15 ANOS VI ACOMPANHAR A IRMÃ DE TRABALHO NA TER QUE CUIDAR DA FILHA DURANTE O DIA VA TRABALHO KL TRABALHO
  • 43. 43 DO TRABALHO DA TRABALHO AS TRABALHO DI TRABALHO JO TRABALHO AL TRABALHO Fonte: Elaborada por Souza (2015). Para os alunos do Ensino Fundamental da EJA da I e II fase do segundo seguimento das duas escolas pesquisadas, a modalidade atende suas expectativas, como se verifica em alguns depoimentos: “Sim. Por que estou aprendendo tudo que queria.”(Nt.,15 anos) “Ajuda, e “bão” estudar a noite algumas coisas e a mesma que nos outros horários”. (Dn.,15anos). “Sim. Atende minhas expectativas, consigo apreender”. (Gb., 15 anos) Outros dois alunos justificaram: “Sim, por que os professores nos ajudam muito nas atividades”.(Ax.,16 anos) “Atende sim, consigo acompanhar e aprender.”(Dn.,15) Apenas uma aluna quando questionado se a modalidade atende suas expectativas demostrou pensar diferente dos demais. Logo, quando questionada a mesma respondeu: “Comecei há pouco tempo, mas é um pouco mais lento que o normal”. (As., 15 anos) Havia poucos dias que a aluna “As”(15 anos) se ingressara na EJA e a mesma acredita que o método de ensino seja “mais lento” que o método do ensino regular. O que acredito ser compreensivo, em uma rápida observação percebesse que vários colegas adultos que não possuem o mesmo ritmo de aprendizagem que os alunos mais novos. Isto nos faz refletir sobre a necessidade de plano de aulas que consiga atender aos sujeitos adolescentes, jovens e adultos de forma que motive a todos a participarem da aula.
  • 44. 44 Os planos de aulas e projetos executados dentro das salas de aulas e extraclasse são pensados na formação e no cotidiano do aluno, claro que pelo diverso que há dentro de uma sala de aula certamente não será possível atingir os cem por cento, este fato ficou bem claro no gráfico seguinte que foi editado a partir da seguinte questão: as atividades propostas e desenvolvidas pela escola tem alguma relação com a sua vida cotidiana? 10(Dez) dos alunos entrevistados responderam que “sim”, 2(dois) responderam que “não” e 2(dois) alunos disseram que “às vezes”. Durante a entrevista os alunos que responderam que “não” na questão citada no paragrafo acima se justificam que isto ocorre por que os mesmos não exercem atividades remuneradas. Percebe que quando os discentes pensam nas atividades desenvolvidas e na aprendizagem adquirida em sala, eles só estabelecem relação com trabalho/serviço e não com outras atividades do cotidiano, penso que isto se justifica pelo fato que vivermos em uma estrutura moldada pelo sistema capitalista, que exige que estejamos preparados para atender o mercado do trabalho, enquanto que o ensino não se limita apenas as exigências do mercado. Acredito que seja preciso mudar este pensamento tecnicista. Logo, por que os mesmos utilizam o que aprendem na escola no seu dia-a-dia quando vão aos supermercados (matemática), ou recorrem a mapas e GPS para se locomoverem ou apenas para encontrar endereços (geografia), porém isto passa despercebidos quando entendem que o que aprender iram utilizar somente quando estiverem empregados.
  • 45. 45 Fonte: elaborada por Souza (2015). Para finalizar a entrevista os alunos tiveram que responder a seguinte questão: Você iniciou seus estudos na modalidade EJA em outro momento? Caso tenha iniciado o que o levou a desistir? E todos responderam que “não”, pois são alunos que ingressaram em 2014 e 2015. E por esta razão não há dados de desistência da EJA neste grupo de alunos. 0 2 4 6 8 10 12 Número de alunos. Sim Não As vezes Figura 6: as atividades propostas e desenvolvidas pela escola tem alguma relação com a sua vida cotidiana?
  • 46. 46 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS As escolas estaduais Padre José de Anchieta e Benedito Cesário da Cruz de Mirassol D’Oeste, ofertam o ensino fundamental na EJA no período noturno são compostas por adolescentes trabalhadores que muito cedo tiveram que entrar para o mercado de trabalho para ajudar no sustento da família e construir sua identidade, nesta fase de transição entre o infantil e o adolescente, outro fator a observar é que estes alunos não são desistentes, não fazem parte da porcentagem de alunos que evadiram, no entanto alguns não são alunos repetentes mas que por terem 15 anos não puderam continuar na estudando no ciclo de formação humana – a Escola Clicada. As meninas do grupo: são adolescentes em menor número no grupo pesquisado, trabalhadoras autônomas, que em algum momento tiveram que interromper os estudos por gravides ou para acompanhar os pais na troca de cidade na procura de melhores condições para se viver. A maioria destes adolescentes são filhos de domésticas e trabalhadores autônomos, migrantes, que em maior número não superaram o ensino fundamental e colocam nos filhos as esperanças da conclusão do ensino superior, em busca de melhorar a qualidade de vida e para sai da pobreza. Mesmo perante as dificuldades os alunos já trabalhadores, migrantes, pais e mães de família, veem a EJA como solução para terminar seus estudos e seguir em frentes com seus objetivos de vida. Alguns justificam que nas salas de EJA eles se sentem motivados a terminar e justificam que os professores da EJA são mais flexíveis para ensinar e estão mais dispostos a entender suas dificuldades pedagógicas e as dificuldades imposta pelas atividades extra curriculares desempenhadas ao logo do dia. No entanto ainda se queixam do modelo curricular de conteúdos quando comparado com o modelo do regular, ainda não entendem que a EJA é diferenciada para atender a jovens e também adultos e por isto um currículo e metodologia diferente. Contudo são alunos que num primeiro momento esta a procura de se qualificar para o mercado de trabalho para responder aos anseios da
  • 47. 47 sociedade de consumo e em outro momento sonham com um curso de nível superior, que de preferência seja na modalidade de Educação a Distância- EAD. Mediante aos fatos vejo que este documento se faz necessário para os educadores, devido às reflexões que nos leva a fazer sobre o nossas práticas pedagógicas, currículos formais muitas vezes dado como inacabado que vem sendo utilizado a décadas. É preciso se pensar numa escola que seja capaz de dialogar com estes adolescentes que apesar da pouca idade traz para sala de aula experiências previas na perspectiva de encontrar uma escola flexível que de fato os levem a sentirem parte desse sistema e agente capazes modificar a sua realidade e que tire dos mesmos o sentimento de incapacidade que fora adquirido com as repetências e por se sentirem e serem classificados como de uma classe social e principalmente econômica inferior a outras.
  • 48. 48 5 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Gustavo Cunha de. O Ensino de Arte na Educação de Jovens e Adultos: Uma Experiência em Cuiaba-MT,2014. AMORIM, Wilma Regina de; RIBEIRO, Marcel Thiago. O “Panorama Histórico Educação de Jovens e Adultos no Brasil e Mato Grosso: Fundamentos, Concepções e Princípios da EJA”, Cuiabá, UFMT, 2015. AMARAL, Suely & FERRARI, Shirley Costa. O aluno de EJA: jovem ou adolescente? (2005), In. Revista Educação Solidaria v.05. BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996. BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Parecer 11/2000. Brasilia. 2000. BRASIL. MEC. Proposta Curricular Para a Educação de Jovens e Adultos: Segundo Segmento – Artes. v. 3. Brasília: Ministério da Educação: MEC/SECAD. p. 135-189. 2002. Disponível em : <http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja/propostacurricular/segundosegmento/vol3_arte.pdf>. Acesso em: 12 de out. de 2015. BRASIL. MEC. Resolução CNE/CEB n.º 1, de 5 de julho de 2000. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília: MEC, 2000a. BRUNEL, C. Jovens cada vez mais jovens na educação de jovens e adultos. Porto Alegre: Mediação, 2004. CARRANO, Paulo César R. Educação de Jovens e Adultos e Juventude: o desafio de compreender os sentidos da presença dos jovens na escola da “segunda chance”. In: Revista de Educação de Jovens e Adultos, v. 1, n. 0, p. 1-108, ago. 2007.
  • 49. 49 FRASER, M. T. D.; GONDIM, S. M. G. Da fala do outro ao texto negociado: discussões sobre a entrevista na pesquisa qualitativa. Paideia, [S.l], v. 14, n. 28, p. 139-152, 2004. LUKDE, Menga e André, Marli E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo, Editora Pedagógica e Universitária,1986. MATO GROSSO (Estado). Secretaria de Estado da Educação. Programa Estadual de Educação de Jovens e Adultos. Cuiabá: SEDUC/CEE, 2002. PROJETO POLITICO PEDAGOGICO. Escola Estadual Benedito Cesário da Cruz: 2015. PROJETO POLITICO PEDAGOGICO. Escola Estadual Padre José de Anchieta: 2015. RODRIGUES, Delminda J. F. A juvenilização dos alunos da EJA e do PROEJA, Rio de Janeiro. 2010. REGIMENTO ESCOLAR. Escola Estadual Padre José de Anchieta: 2015. http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=290&It emid=816 http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-na midia/indice /30380/ adolescentes -trocam-o-ensino-regular-pelo-acelerado/ http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/jovens-15-17-anos-estao-eja- 639052.shtml http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2014/09/numero-de-adolescentes- gravidas-chega-73-milhoes-aponta-onu.html - visto: 09/10/2015. http://www.fetecsp.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=141: escolaridade-e-emprego-no-brasil&catid=47:bandeira-de-luta&Itemid=78 – visto 15/10/2015