Os blogues têm grande importância pedagógica ao divulgar serviços da biblioteca, promover a literacia da informação e interagir com usuários. Um estudo analisou conteúdos de blogues de bibliotecas escolares e identificou indicadores-chave para orientar quem deseja criar um blogue. Embora as novas tecnologias possam distrair, o bibliotecário deve refletir sobre como usá-las para o bem.
1. Da importância pedagógica dos blogues
Os blogues apresentam uma manifesta importância pedagógica. A tese de João Paulo Proença
claramente o mostra. Ao fazer uma exaustiva análise de conteúdos de blogues de BE no mês
de Maio de 2011, construiu uma grelha de análise que cobriu diversos itens, que já por si
funcionam como excelentes indicadores para quem ainda não tenha – como é o meu caso –
um blogue de biblioteca: 1. Dados constantes no cabeçalho; 2. Dados constantes no rodapé; 3.
Dados constantes na(s) barra(s) lateral(ais) do blogue; 4. Dados constantes no corpo central do
blogue (post) no período. Este último, não desmerecendo os demais é particularmente
importante, mais uma vez pelo carácter sistematizador e orientador que proporciona: -
referência a dados institucionais; - divulgação de serviços prestados pela biblioteca; - ações de
familiarização com a Biblioteca Escolar; - ações sobre a internet; - ações sobre literacia da
informação; - ações sobre o livro e a leitura; - ações sobre TIC e Web 2.0; - ações de ligação ao
currículo; - marketing da biblioteca e divulgação de eventos; - ações para pais: sobre segurança
na Internet, leituras, …; - interação da biblioteca com os utilizadores.
Mostrando as falhas e as virtudes, aponta caminhos, como aliás o fazem os autores dos demais
artigos de referência consultados.
Não entrando aqui nas imprescindíveis questões teóricas que o advento da “sociedade de
informação” e a generalização da internet trouxeram e os debates que daqui decorrem sobre
conceitos como “tecnologia/ciência”, “inteligência coletiva”, “redes sociais”, “pensamento em
rede”, ou debates sobre “novo paradigma social”, “efeitos civilizacionais da invenção da
linguagem informática”, não entrando, repito nessas análises conceptuais ou debates, há
contudo que os manter sempre presentes.
Toda a prática política depende de um modelo pedagógico e este por sua vez depende uma
concepção filosófica de Homem. Isto é, a sociedade depende sempre de uma dada ideia de
Homem. As chamadas competências para o Séc. XXI definem o modelo de Homem e Sociedade
pretendida, com um enorme recurso às novas tecnologias.
Tudo o que é humana criação pode, como sabemos, ter um uso para o bem ou um uso para o
mal. O bibliotecário é por excelência um mediador, ao qual se exige o conhecimento da
diversidade de meios à sua disposição e a obrigatória reflexão sobre esses meios. Reflexão
obrigatória e necessária, de modo a não cair no discurso de aprisionante fascinação da sua
inteligência e embotamento dos seus sentidos, a que a velocidade das novas tecnologias pode
conduzir.
Todas as sugestões para criar um bom blogue… e não só, já estão escritas… tenho é que as pôr
em prática.
Como dizia Almada Negreiros, salvo o erro em “A Invenção do Dia Claro”, e citando de
memória “Quando eu vim a este mundo todas as palavras que existiam para o salvar já
estavam escritas… faltava salvar o mundo”. A Web 2.0, não virá “salvar o mundo “ – seja lá o
que se entenda por isso – mas que o pode melhorar…