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Este trabalho foi realizado com recursos do Fundo de Estruturação de Projetos do
 BNDES (BNDES FEP), no âmbito da Chamada Pública BNDES FEP. nº 01/2010,
                     disponível em http://www.bndes.gov.br


                                     Ministério do
                               Desenvolvimento, Indústria
                                  e Comércio Exterior




           Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
                    (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)


        Análise e Avaliação da Organização Institucional e da Eficiência de Gestão
        do Setor Portuário Brasileiro. -- São Paulo: Booz & Company, 2012.


        Bibliografia.


        1. Brasil - Comércio exterior; 2. Brasil - Setor portuário - Diagnóstico;
        3. Desenvolvimento econômico; 4. Desenvolvimento social; 5. Portos -
        Administração; 6. Portos - Brasil


        12-14785                                                       CDD-387.10981


      Índices para catálogo sistemático:
      1. Brasil: Gestão portuária 387.10981
      2. Brasil: Setor portuário: Gestão 387.10981



   O conteúdo desta publicação é de exclusiva responsabilidade dos autores,
não refletindo, necessariamente, a opinião do BNDES. É permitida a reprodução
     total ou parcial dos artigos desta publicação, desde que citada a fonte.




                                                               Relatório Consolidado · Volume II

                                                                                           1ª Edição
                                                                                    Dezembro de 2012
 

Análise e Avaliação da Organização Institucional e da Eficiência
de Gestão do Setor Portuário Brasileiro

Relatório Consolidado




Autoria e Edição da Booz & Company do Brasil Consultores Ltda
Trabalho realizado em conjunto com:
Verax Consultoria e Projetos Ltda.
Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados
Logit Engenharia Consultiva Ltda.




Autores




     Luiz Francisco Modenese     Marcos Mendes de Oliveira       Wagner Colombini Martins  José Virgilio Lopes Enei
      Vieira                       Pinto
                                                                   Fernando Howat Rodrigues  Mauro Bardawil Penteado
     Arthur Eduardo Budri        Emerson Carlos Colin
      Ramos                                                        Rubens Augusto de              Roberta Danelon Leonhardt
                                  David Joshua Krepel              Almeida Jr.
     Carlos Eduardo Naegeli       Goldberg                                                        Rodrigo Seizo Takano
      Gondim                                                       Sergio Henrique Demarchi
                                  Tiago Maciel de Barros                                          André Luiz Freire
     Gabriel Antônio Clemente                                     Thiago Affonso Meira
                                  Thiago Matheus                                                  Daniela Stump
      dos Santos
                                                                   Mariana Calviello Meira
                                  Paulo Edson Cosmai de            Ramos                          Gabriel Abdallah Mundim
     Fábio Zveibil
                                   Oliveira
                                                                   Fabiana Takebayashi            Rafael Arsie Contin
     Felipe Camera Ruiz
                                  Luiz Fernando Soggia
                                                                   Diogo Barreto Martins          Mário Márcio Saadi Lima
     Marcelo Haddad Silva         Soares da Silva

                                                                   Diego Lopes da Silva           Leticia Oliveira Lins de
     Alexandre Vivo Rodrigues    Elizabete Harumi
                                                                    Ferrette                        Alencar
                                   Hamaguchi




________________________________
*O CD anexo contém a versão eletrônica dos Volumes 1, 2 e Anexo (Diagnóstico) do Estudo Técnico




 
 




CONSIDERAÇÕES


O BNDES, por meio da Chamada Pública BNDES FEP nº 01-2010, financiou, com recursos do Fundo
de Estruturação de Projetos – BNDES FEP, um estudo técnico destinado à análise e avaliação da
organização institucional e da eficiência da gestão do setor portuário brasileiro. O trabalho foi
desenvolvido por consórcio formado pelas empresas Booz & Company do Brasil Consultores Ltda.,
Verax Consultoria e Projetos Ltda., Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados e Logit Engenharia
Consultiva Ltda.

O BNDES FEP foi criado no intuito de apoiar estudos técnicos ou pesquisas científicas relacionadas ao
desenvolvimento econômico e social do Brasil e da América Latina e que possam orientar a
formulação de políticas públicas. Também são passíveis de apoio os estudos técnicos que propiciem,
direta ou indiretamente, a geração de projetos estruturantes de elevado retorno social, que possam
implicar significativos investimentos públicos ou privados.

Pelos portos nacionais passa a maior parte do comércio exterior brasileiro, o que demonstra a
importância de ações que visam aumentar o nível de eficiência do setor. Com este trabalho, pretende-
se apresentar a todos os agentes atuantes no setor portuário relevante ferramenta para o
desenvolvimento de políticas públicas, pesquisas acadêmicas e aperfeiçoamento das iniciativas de
investimento para suprimento da demanda atual e futura por este tipo de serviço.

Assim, o presente estudo apresenta extensivo diagnóstico do setor portuário brasileiro, seguido de
proposições de diretrizes voltadas à promoção da expansão de capacidade sistêmica de forma
planejada e integrada com os demais modais de transporte.

As propostas objetivam o aumento da competitividade e a melhoria dos padrões de eficiência
operacional e de qualidade na prestação de serviços, preservado o interesse público e a estabilidade
regulatória e institucional.

O trabalho também apresenta sugestões para o aperfeiçoamento da estrutura organizacional e da
gestão portuária com o objetivo de propor políticas públicas e ações de curto e longo prazo para o
desenvolvimento do setor.

O conteúdo deste estudo não reflete necessariamente as opiniões do BNDES. As informações
produzidas são públicas e têm por objetivo fomentar o debate sobre esses temas e permitir a avaliação
de alternativas para o desenvolvimento do setor portuário brasileiro.




                                                                   Comitê de Seleção do BNDES FEP




 
ÍNDICE


PREÂMBULO ..................................................................................................................................................7 
Sumário Executivo ........................................................................................................................................ 10 
     1.1       Demanda......................................................................................................................................... 10 
     1.2       Oferta de Capacidade Portuária .................................................................................................. 28 
     1.3       Perspectiva e Balanço da Demanda e Oferta Portuária ........................................................... 48 
     1.4       Perspectiva dos Gargalos Logísticos Decorrentes da Expansão da Capacidade Portuária 63 
     1.5       Conclusão ....................................................................................................................................... 64 
2      Análise da Evolução Histórica da Demanda Portuária ................................................................... 66 
     2.1       Análise da Demanda Portuária ................................................................................................... 66 
     2.2       Priorização dos Produtos para Análise do Setor....................................................................... 70 
     2.3       Abrangência do Modelo e Definição do Zoneamento de Transportes ................................ 127 
     2.4       Seleção dos Complexos Portuários ........................................................................................... 129 
     2.5       Análise dos Acessos .................................................................................................................... 131 
     2.6       Preparação da Rede Multimodal ............................................................................................... 171 
     2.7       Modelagem da Demanda e Alocação de Matrizes à Rede Multimodal .............................. 177 
3      Perspectivas de Evolução da Demanda Portuária .......................................................................... 201 
     3.1       Cenário de Infraestrutura terrestre ........................................................................................... 201 
     3.2       Cenário de Demanda .................................................................................................................. 210 
4      Avaliação da Oferta Portuária ........................................................................................................... 315 
     4.1       Perfil dos Principais Complexos Portuários ............................................................................ 315 
     4.2       Metodologia de Cálculo de Capacidade Portuária ................................................................. 433 
     4.3       Cálculo de Capacidade Portuária.............................................................................................. 470 
     4.4       Cadeias de Valor .......................................................................................................................... 578 
     4.5       Hidrovias ...................................................................................................................................... 616 
5      Perspectivas de Expansão da Oferta Portuária ............................................................................... 669 
     5.1       Alternativas para expansão da capacidade Portuária ............................................................ 669 
     5.2       Análise da expansão da capacidade ......................................................................................... 672 
6  Análises do balanço oferta versus demanda e necessidades de expansão da capacidade
portuária ....................................................................................................................................................... 706 
     6.1       Comentários preliminares .......................................................................................................... 706 
     6.2       Contêineres ................................................................................................................................... 706 
     6.3       Minério de ferro ........................................................................................................................... 709 
     6.4       Grãos ............................................................................................................................................. 711 




                                                                                               Preparado para BNDES               Novembro de 2012                5

  
6.5      Açúcar........................................................................................................................................... 712 
     6.6      Fertilizantes ................................................................................................................................. 713 
     6.7      Carvão mineral e coque de petróleo ........................................................................................ 714 
     6.8      Celulose ........................................................................................................................................ 714 
     6.9      Veículos ........................................................................................................................................ 715 
     6.10     Produtos Siderúrgicos e Carga Geral ....................................................................................... 716 
     6.11     Petróleo......................................................................................................................................... 717 
     6.12     Combustíveis ............................................................................................................................... 718 
     6.13     Bauxita .......................................................................................................................................... 719 
     6.14     Alumina........................................................................................................................................ 720 
     6.15     Ferro Gusa.................................................................................................................................... 720 
     6.16     Consolidação das necessidades de terminais para atender a demanda prevista .............. 721 
     6.17     Gargalos logísticos da expansão da capacidade portuária ................................................... 726 
7      Apêndices ............................................................................................................................................ 732 
     7.1      Apêndice I – Lista Preliminar de Projetos de Investimento em Infraestrutura ................. 732 
     7.2      Apêndice II – Mapas de Carregamentos ................................................................................. 767 
     7.3      Apêndice III – Terminais-Tipos ................................................................................................ 803 
     7.4      Apêndice IV - Descrição dos novos projetos mapeados ....................................................... 829 




                                                                                             Preparado para BNDES               Novembro de 2012                 6

  
PREÂMBULO	

O presente relatório apresenta, de forma consolidada, os resultados do Estudo Técnico “Análise e
Avaliação da Organização Institucional e da Eficiência de Gestão do Setor Portuário Brasileiro”.
Este trabalho foi realizado com recursos do Fundo de Estruturação de Projetos do BNDES (FEP),
no âmbito da Chamada Pública BNDES/FEP No. 01/2010, disponível com mais detalhes em
<http://www.bndes.gov.br.>.
O Estudo Técnico “Análise e Avaliação da Organização Institucional e da Eficiência de Gestão do
Setor Portuário Brasileiro” é fruto de uma avaliação independente que traz diagnósticos e
recomendações para o desenvolvimento do setor portuário. Ele foi elaborado pelo Consórcio
composto pela Booz & Company do Brasil Consultores Ltda. (líder do consórcio); Verax
Consultoria e Projetos Ltda.; Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados; e Logit Engenharia
Consultiva Ltda.




                     Figura 1 – Empresas consorciadas que desenvolveram o estudo


O BNDES apoia com recursos não reembolsáveis, provenientes do BNDES Fundo de Estruturação
de Projetos (BNDES FEP), estudos técnicos ou pesquisas que estejam relacionadas ao
desenvolvimento econômico e social do Brasil e da América Latina e que possam orientar a
formulação de políticas públicas. O presente estudo foi desenvolvido de forma independente,
tendo as etapas de coletas de dados e elaboração de proposições sido realizadas entre maio de 2011
e abril de 2012, abordando quatro principais temas:
        Marco Regulatório1 - identificação e resolução de inconsistências, conflitos ou lacunas no
         marco regulatório, além de proposições de alterações no arcabouço normativo do setor
         portuário e hidroviário para suportar as diretrizes propostas nos outros temas;
        Organização Institucional - elaboração de recomendações para promover a consolidação
         de uma organização institucional sólida e com clareza de responsabilidades atribuídas aos
         diferentes órgãos e entidades envolvidas no setor;
        Eficiência de Gestão - identificação de fatores que dificultam a operação integrada e
         eficiente do setor, e elaboração de recomendações que os atenuem ou os solucionem,
         considerando dois subtemas especiais:
          Análise dos processos relevantes no setor portuário e hidroviário;
          Análise das Autoridades Portuárias.
        Desenvolvimento da Oferta e da Demanda: avaliação da oferta de capacidade portuária,
         incluindo investimentos já entabulados e planejados, e da demanda por movimentação
         portuária, em função dos fluxos logísticos das cargas na malha de transportes intermodal
         do Brasil; e realização de projeções de oferta de capacidade e de demanda, definidas as
         necessidades de adição de capacidade e melhorias.




1O termo "marco regulatório" é empregado para designar o conjunto de atos normativos (leis, regulamentos,
etc.) aplicáveis a um setor.



                                                            Preparado para BNDES   Novembro de 2012    7

  
Marco Regulatório



                                   Organização         Eficiência de
                                   Institucional          Gestão


                                            Desenvolvimento
                                              da Oferta e
                                               Demanda



                         Figura 2 – Escopo do estudo técnico desenvolvido


Os estudos de Marco Regulatório, Organização Institucional e Eficiência de Gestão são
apresentados no Volume 1 do presente relatório. Já os estudos de Desenvolvimento da Oferta e
Demanda são expostos no Volume 2 (este documento).
As análises desenvolvidas nas duas partes estão relacionadas. Por meio do balanço entre oferta e
demanda portuária (Volume 2), tem-se uma dimensão do volume, qualidade e local de obras de
infraestrutura e melhorias a serem realizadas em um horizonte de 20 anos. Para que as mesmas
aconteçam, questões associadas aos aspectos regulatórios, institucionais e de gestão devem ser
equacionadas.
O conteúdo do estudo não reflete necessariamente as opiniões do BNDES. As informações
produzidas são públicas e têm por objetivo fomentar o debate sobre esses temas e permitir a
avaliação de alternativas para o desenvolvimento do setor portuário brasileiro.




                                                               Preparado para BNDES   Novembro de 2012   8

  
VOLUME	2:	SITUAÇÃO	ATUAL	E	PERSPECTIVAS	DA	DEMANDA	E	
                      OFERTA	PORTUÁRIA	




                                   Preparado para BNDES   Novembro de 2012   9

  
Sumário	Executivo	

1.1     DEMANDA
1.1.1     Visão Geral
O sistema portuário brasileiro é extremamente relevante na economia nacional. Pelos complexos e
terminais portuários brasileiros passam 95% do volume do comércio exterior, o que significa que,
em 2010, os complexos e terminais portuários movimentaram cerca de 834 milhões de toneladas de
carga. Esse volume apresentou aumento médio de 5,7% ao ano nos últimos 10 anos (CAGR2), com
um crescimento consistente ano a ano, exceto durante o ano de 2009, quando foi seriamente
impactado pela crise na economia mundial.
O volume movimentado pelos portos pode ser dividido entre comércio exterior, cabotagem e
navegação interior. Como mostra a Figura 3, praticamente três quartos de todo o volume que passa
pelos portos brasileiros é de comércio exterior, sendo que cerca de 59% do volume corresponde a
exportações (ex.: minério de ferro, soja, etc.) e 15% a importações (ex.: fertilizantes, carvão mineral,
etc.), resultando na maior participação do comércio exterior no total. Entretanto, é importante
ressaltar a relevância da movimentação de cabotagem, que hoje representa 22,5% do total (ex.:
derivados de petróleo), apesar da sua menor taxa de crescimento.


                                                                                                        CAGR
                                                                                                834     5,7%
                                                                                                29      3,6%
                                                                         768
                                                                 755
                                                                 27      33          733
                                                        693                          31         188     3,6%
                                                649     26
                                         621                     168     167
                                                26
                                         25                                          170
                                  571                   164
                           529    23            150                                             127     4,1%
                    506    21            148
      Navegação                                                  111      115
                    21                                                                92
         Interior                 137
                                                        90
                           137                   83
      Cabotagem     137
                                          95
                                   88
                            85
      Importação     89

                                                                                                490     7,3%
                                                                 448     454         440
                                                390     413
                                         352
                                  323
      Exportação    259    286




                    2001   2002   2003   2004   2005   2006     2007     2008        2009       2010

            Figura 3 – Evolução da Movimentação Portuária Anual por Tipo de Navegação [em Mt3]4


Com relação à natureza das cargas, pode-se observar que mais de 60% do volume movimentado
nos portos brasileiros em 2010 foi de granéis sólidos, como mostra a Figura 4. Em seguida vieram
os granéis líquidos, com 25% do total, e a carga geral, que teve a menor participação, com pouco
mais de 14% do total. Entretanto, a carga geral é o grupo que mais cresce, com uma taxa média de

2 Taxa média de crescimento anual cumulativo (CAGR – “Compound Annual Growth Rate”)
3 Mt: Milhões de toneladas
4 Fonte: ANTAQ.




                                                              Preparado para BNDES         Novembro de 2012    10

  
9,5% ao ano nos últimos 10 anos. Isso é explicado em grande parte pelo aumento na movimentação
de contêineres, que cresce devido ao aumento do volume de cargas movimentadas, assim como
por conta do avanço da “conteinerização” (cada vez mais cargas sendo transportadas dentro de
contêineres, ao invés de “carga solta”), como mostra a Figura 5.


                                                                                                                                             CAGR
                                                                                                                                     834     5,7%

                                                                                                      755       768
                                                                                                                          733
                                                                                         693
                                                                            649
                                                              621
                                               571                                                                                   506     6,4%
                                529                                                                             460
                 506                                                                                  457                 433
                                                                                         416
                                                                            393
                                                              370
                                               336
     Granéis                    302
                 289
     Sólidos



                                                                                                                196                  208     2,7%
                                                                                         176          195                 198
                                                              167           164
      Granéis                   163            162
                 164
     Líquidos
       Carga                                                                             102          103       113       102        120     9,5%
                                 64             73            85            93
       Geral     53

                 2001           2002           2003          2004          2005       2006         2007        2008      2009        2010

                   Figura 4 – Evolução da Movimentação Portuária por Natureza de Carga [Mt]3


                                                                                               66,0%
                                                                                                            65,0%     64,1%
                                                                                  61,5%                                          62,4%
                                                      59,7%         59,2%
                                       57,4%                                                                7,204
         56,1%                                                                                                                    6,823
                       55,1%                                                                   6,554
                                                                                  6,195                               6,108                 CAGR
                                                                    5,658                                                                   9,9%

                                                      4,999

                                       4,170
                        3,492
         2,925




         2001           2002           2003           2004          2005          2006         2007         2008      2009        2010
                                                       Contêineres (TEUs)                 % Contêineres/Carga Geral

                                        Figura 5 – Evolução da Movimentação de Contêineres3


Também é importante analisar a relevância do sistema portuário brasileiro em termos econômicos.
A corrente de comércio brasileira em 2010 foi de R$ 675 bilhões, sendo que aproximadamente 79%




                                                                                                 Preparado para BNDES           Novembro de 2012    11

  
deste montante foi movimentado nos portos5. Este valor representou 18,4% do produto interno
bruto de 2010, percentual ligeiramente inferior ao patamar de 20-25% observado entre 2001 e 2008,
porém já indicando uma recuperação com relação ao fraco ano de 2009. Essa queda de patamar
deve-se principalmente à crise econômica mundial iniciada no final de 2008, que afetou os fluxos
globais de comércio. A Figura 6 mostra a evolução histórica da corrente de comércio exterior
brasileira e sua representatividade no PIB.


                                         24,0%
                            21,9%                                                             22,5%
                   21,3%                              21,7%          21,0%
          20,6%                                                                   20,6%
                                                                                                                 18,4%
                                                                                                      17,6%



                                                                                              682,0                        CAGR
                                                                                                                 674,8
                                                                                                                           10,8%

                                                                                  548,0               559,5
                                                                     498,3
                                          465,9       467,0

                            372,8
                   315,4
          267,9




          2001     2002     2003          2004        2005           2006          2007        2008   2009       2010
                                    Comércio Exterior (R$ bilhões)           Comércio Exterior/PIB

                                      Figura 6 – Comércio Exterior x PIB no Brasil6


Ao analisar os valores do comércio exterior divididos entre exportações e importações, como
detalha a Figura 7, pode-se observar que as exportações cresceram um pouco mais que as
importações nos últimos 10 anos, porém as taxas variaram ao longo dos anos, fazendo o saldo da
balança comercial crescer até 2005 e cair para R$ 35,6 bilhões em 2010.
Apesar do saldo financeiro da balança comercial brasileira ser relativamente baixo, a mesma
conclusão não pode ser tirada quando se analisa o saldo em toneladas. Neste caso, o volume
exportado é significativamente maior que o volume importado, conforme discutido anteriormente.
Isso se deve à diferença entre o valor médio das exportações e importações, ou seja, os produtos da
pauta brasileira de exportação são de menor valor agregado que os da pauta de importação. A
maior parte do volume exportado consiste em commodities minerais e agrícolas, enquanto as
importações incluem percentual maior de produtos de maior valor agregado. A Figura 8, a seguir,
mostra a evolução destes valores médios nos últimos anos, destacando ainda a diferença no valor
das exportações causado pelo baixo valor do minério de ferro, que representa a maior parte do
volume exportado.




5    12% foram movimentados por via aérea, 6% por via terrestre e 3% por outras vias.
6    Fontes: Secex, IBGE.



                                                                                    Preparado para BNDES      Novembro de 2012     12

  
98,6        109,0      100,3
                          76,2                                         78,0
                                                                                      45,5          50,5
                 38,5                                                                                           35,6
          6,2




                                                                                  363,7                        355,2       11,2%
                                   282,3        288,0      299,3      313,0                         305,0
                          224,5
                 176,9
         137,1


        -130,8   -138,5   -148,3
                                   -183,7      -179,0      -199,0
                                                                      -235,0                        -254,5
                                                                                  -318,2                       -319,6      10,4%




         2001    2002     2003      2004        2005       2006        2007        2008             2009        2010       CAGR
                                           Importações       Exportações         Saldo

                             Figura 7 – Comércio Exterior Brasileiro [R$ bilhões]7


     1,500

                                                                                                              Importação
     1,200



        900                                                                                                   Exportação
                                                                                                              (sem Minério de Ferro)


        600

                                                                                                              Exportação
        300



         0
         2001    2002     2003     2004       2005       2006       2007       2008          2009       2010


                 Figura 8 – Valor Médio das Exportações e Importações Brasileiras (US$/t)7



1.1.2     Complexos Portuários e Produtos
Tomando-se por base especificamente a movimentação do ano de 2010 (dados mais recentes
disponíveis à época da elaboração deste Estudo), é possível observar que os 12 principais complexos
portuários8 do país movimentam mais de 80% do volume total do setor. Destes, dois
movimentaram mais de 100 milhões de toneladas no ano, sendo que os demais 10 movimentaram
pelo menos 10 milhões de toneladas em 2010. A Figura 9 ilustra a movimentação dos principais
portos por tipo de navegação, e sua representatividade na movimentação total.

7Fonte: Secex.
8Complexos portuários abrangem o porto organizado e os TUPs de sua região – “compartilhando” acessos e
eventualmente algumas infraestruturas.



                                                                           Preparado para BNDES              Novembro de 2012          13

  
100%




                                                                                                               81,6%     83,4%
                                                                                                       79,3%
                                                                                              77,1%
                                                                                      74,6%
                                                                         71,3%
                                                                67,7%
                                                        63,4%
                                                58,6%                                                                             136,9
         132,4
          3,5                        52,8%                                                                                          16,3
                   118,1
                   10,5     41,8%


                   30,4%     93,8     90,5                                                                                          43,3

                             12,0     0,4

         16,1%

         129,0

                   107,5                         47,7
                                      90,1               39,7
                             81,8                                36,0
                                                                                                                                    77,3
                                                                 2,0     29,4
                                                         19,1                          26,9
                                                 39,5
                                                                                3,8            20,6    18,6     18,5
                                                                                       2,2
                                                                 34,0    20,5                                             14,8
                                                                                               10,5     7,9     7,5
                                                         20,6                          21,0                               5,7
                                                 8,2                      9,0                  10,1    10,7     10,8      5,5 3,7

         Vitória   Itaqui   Santos   Itaguaí     São     Angra Paranaguá Aratu         Rio   Rio de    SF do   Vila do   Manaus   Outros
                                               Sebastião                              Grande Janeiro    Sul    Conde

                                        Navegação Interior        Cabotagem            Longo Curso       % Acumulado

                   Figura 9 – Movimentação dos Principais Complexos Portuários em 2010 [Mt] 9,10


Situação análoga pode ser observada na análise por tipo de produto. Como mostram a Tabela 1 e a
Figura 10, a movimentação concentra-se em um número relativamente pequeno de produtos.




9    Fonte: ANTAQ.
10    Outros inclui aproximadamente 25 portos e 15 TUPs fora dos portos.



                                                                                      Preparado para BNDES       Novembro de 2012          14

  
Tabela 1 – Volumes Movimentados e Dinâmica dos Principais Produtos 11

                                Volume                                      Dinâmica Principal
                              Movimentado       % por
             Produto
                              em 2010 [mil     Produto          Navegação                        Sentido
                                  t]12

     Minério de Ferro            316.457         38%               Exterior                 Exportação

     Petróleo e Derivados        213.052         26%        Cabotagem e Exterior                 Todos

     Soja                         34.463         4%           Exterior e Interior           Exportação

     Bauxita                      32.688         4%         Cabotagem e Exterior        Interno e Exportação

     Açúcar                       28.169         3%                Exterior                 Exportação

     Carvão Mineral               19.864         2%                Exterior                 Importação

     Fertilizantes                17.995         2%                Exterior                 Importação

     Siderúrgicos                 16.930         2%         Exterior e Cabotagem                 Todos

     Farelo de Soja               14.453         2%                Exterior                 Exportação

     Milho                        11.543         1%                Exterior                 Exportação

     Celulose                     11.228         1%         Exterior e Cabotagem            Exportação

     Trigo                         8.282         1%         Exterior e Cabotagem            Importação

     Alumina                       6.824         1%                Exterior                 Exportação

     Coque de Petróleo             5.549         1%         Exterior e Cabotagem            Importação

     Outros13                     95.721         11%                Todas                        Todos

     TOTAL                       833.271        100%




11 Fonte: SECEX, ANTAQ.
12 Mil t: milhares de toneladas
13 Inclui contêineres, cujo volume soma 55-60 milhões de toneladas.




                                                              Preparado para BNDES      Novembro de 2012       15

  
100,0%



                                                                                                          87,8%   88,5%
                                                                                          86,0%   87,0%
                                                                                  84,7%
                                                                         83,3%
                                                                 81,6%
                                                        79,5%
                                                77,4%
                                       75,0%
                               71,6%
      316,5
                       67,7%
              63,5%




      38,0%
              213,1
                                                                                                                           95,7




                        34,5    32,7
                                        28,2
                                                19,9     18,0    16,9    14,5     11,5    11,2     8,3     6,8     5,5

     Minério Petróleo e Soja   Bauxita Açúcar Carvão Fertiliz. Siderúrg. Farelo   Milho Celulose Trigo    Alumina Coque Outros
     de FerroDerivados                        Mineral                   de Soja                                    de
                                                                                                                 Petróleo
                                                                Total     % Acumulado

                      Figura 10 – Volume Movimentado dos Principais Produtos em 2010 [Mt]


Além da concentração, estes produtos principais seguem algumas dinâmicas específicas, que
podem ser agrupadas para um entendimento abrangente da demanda.
O produto mais representativo do volume que passa pelos complexos portuários brasileiros é o
minério de ferro, responsável por expressivos 38% da movimentação total. Entretanto, sua
movimentação é altamente concentrada em apenas três complexos portuários – Vitória, Itaqui e
Itaguaí. De fato, a maior parte é transportada por meio de TUPs situados nas imediações dos
portos organizados, como Ilha Guaíba, Tubarão e Ponta da Madeira. Isso ocorre porque sua
produção é concentrada em poucos locais – Minas Gerais e Pará são responsáveis por quase 75% e
25%, respectivamente.
Outra dinâmica relevante é a do petróleo e dos combustíveis, que representam pouco mais de 25%
da movimentação portuária. Quase todo o volume é atualmente movimentado pela Transpetro,
subsidiária da Petrobras, principalmente por meio de terminais portuários privativos e navios
dedicados. Essa movimentação inclui a importação e exportação de matérias-primas e a cabotagem
de combustíveis.
Na sequência, pode-se analisar a dinâmica dos produtos agrícolas e seus insumos, que
representam quase 15% da movimentação portuária total, sendo a maior parte associada ao
complexo da soja (grãos, farelo e óleo). Com exceção do trigo, boa parte da movimentação
concentra-se em poucos complexos portuários, com destaque para Santos, Paranaguá e Rio
Grande. As zonas produtoras e consumidoras de fertilizantes estão situadas principalmente nas
regiões Centro-Oeste e Sul (soja) e Sudeste (açúcar). Em relação ao transporte terrestre, observa-se
que atualmente um volume relevante destes produtos é transportado pelo modal ferroviário: mais
de 40% do volume de soja, farelo de soja, milho, trigo e açúcar. Entretanto, somente 10% dos
fertilizantes utilizam este modal.



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Os produtos e insumos siderúrgicos são responsáveis por pouco mais de 5% da movimentação
total. Sua movimentação também é concentrada em alguns complexos portuários, devido à
importância da proximidade das usinas siderúrgicas. A maior parte da movimentação de carvão e
coque siderúrgicos ocorre entre o complexo portuário e as indústrias, utilizando a ferrovia. Já os
produtos siderúrgicos são movimentados em ambos os sentidos e em grande parte pelo modal
rodoviário, pois representam uma diversificada gama de produtos e têm característica de consumo
dispersa.
O segmento do alumínio, que inclui bauxita e alumina, também é responsável por
aproximadamente 5% do volume total movimentado nos portos. Sua logística de transporte
também é integrada entre o porto e as unidades de extração e processamento, utilizando os modais
hidroviário e dutoviário na região Norte e o ferroviário no Sudeste.


1.1.3   Modelagem de Fluxos e Cargas
Além da análise “estática” discutida até aqui, a modelagem dos fluxos de cargas através da rede de
simulação multimodal permite uma análise “dinâmica” da movimentação nos portos brasileiros, e
permitirá, na fase seguinte do Estudo, avaliar os impactos e principais necessidades do
crescimento da demanda portuária. Isso é feito por meio da comparação entre a movimentação
realizada e a movimentação potencial, baseada na alocação otimizada dos fluxos de transporte
interno, independentemente da capacidade ou viabilidade dos portos. Essa otimização é o que
determina o fluxo ou trajeto “mais natural” para uma dada carga.
O Complexo Portuário de Santos, por exemplo, apresenta tendência natural de atração de carga,
em especial por sua maior proximidade com os polos geradores de viagens, mas também pelo
desenvolvimento histórico da malha ferroviária nacional, que privilegia o eixo de acesso a este
porto. O resultado disso é a grande área de influência do porto, como mostra a Figura 11.




                   Figura 11 – Área de Influência do Complexo Portuário de Santos




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Porém, parte da movimentação de cargas não utiliza o trajeto terrestre “mais natural” entre uma
zona produtora e um porto de destino (ou entre um porto de origem e uma zona consumidora),
gerando custos operacionais maiores do que o ótimo calculado pelo modelo. Uma série de fatores
influencia esta discrepância entre o potencial de movimentação e o praticado, como:
 Falta de investimento em infraestrutura para a movimentação portuária em terminais e vias de
  acesso ao porto. Exemplo: Santarém, onde não há garantia de trafegabilidade em seu acesso
  rodoviário, além da falta de segurança alegada pelos transportadores;
 Falta de capacidade nos terminais de alguns portos. Exemplo: soja e açúcar em Santos;
 Oferta de rotas marítimas nos portos. Exemplo: o algodão produzido no oeste baiano, que é
  transportado por meio rodoviário até Santos;
 Estratégia logística das empresas, quando se envolvem nas diversas etapas do transporte e
  passam a utilizar terminais próprios, captando cargas fora de sua área natural de influência.
  Exemplo: soja exportada por São Francisco do Sul;
 Políticas tarifárias distintas das praticadas no restante da malha nacional. Exemplo: o Complexo
  Portuário de Vitória, onde o transporte terrestre é realizado utilizando a Estrada de Ferro
  Vitória-Minas, que pratica fretes muito competitivos em função da política da Vale, que inclui o
  custo portuário na negociação;
 Tarifas portuárias diferenciadas ou incentivadas. Exemplo: importação de carros por Vitória e
  importação de contêineres por meio dos complexos portuários de Santa Catarina.
Para ilustrar alguns destes pontos, a Figura 12 e a Figura 13 mostram as áreas atendidas
atualmente pelos complexos portuários de Vitória e São Francisco do Sul, que avançam até o
estado do Mato Grosso, cujos fluxos naturais se destinariam aos complexos portuários de Manaus,
Santarém, Paranaguá e Santos.




     Figura 12 – Área Atendida pelo Complexo         Figura 13 – Área Atendida pelo Complexo
                Portuário de Vitória                     Portuário de São Francisco do Sul



Nesse contexto, é necessário entender o potencial dos portos e os fatores que levam ao
desbalanceamento entre os fluxos atualmente operados. Para isso, foram estudados os custos de
transporte terrestre nos diversos modais, de modo a estimar a demanda potencial reprimida no
sistema portuário referente a cada produto. Produto este que, por suas características, poderia
estar sendo transportado por um determinado porto, mas que de fato é movimentado por outros.




                                                        Preparado para BNDES   Novembro de 2012   18

  
Fatores como o dono da carga e a localização do seu terminal também influenciam a
movimentação realizada.
A comparação das cargas transportadas com o potencial “mais natural” indica desbalanceamento
importante, como pode ser observado na comparação entre a Figura 14 e a Figura 15.




       Figura 14 – Fluxos Atuais Modelados                Figura 15 – Fluxos Atuais Potenciais


Uma análise aprofundada aponta um maior desbalanceamento no que diz respeito às cargas
agrícolas. Deve-se ressaltar que esses potenciais teóricos partem do princípio de que, se necessário,
a capacidade portuária poderia ser desenvolvida para atender à demanda. Os principais exemplos
encontrados foram:
 Soja, cuja parte do fluxo atualmente direcionado aos complexos portuários de Santos e
  Paranaguá poderia ser escoada por meio do Complexo Portuário de Santarém;
 Farelo e Óleo de Soja, nos quais é observado um maior potencial teórico para Santos, sendo que
  atualmente o fluxo está direcionado para Paranaguá;
 Fertilizantes, cujo fluxo, atualmente direcionado para Paranaguá, tem maior potencial teórico
  para ser feito por Santos.
Já no caso dos produtos da extração mineral e combustíveis, essa diferença entre potencial e
realizado não se mostra tão relevante. Isso se deve principalmente à malha logística utilizada para
sua movimentação, que é totalmente interligada aos portos utilizados e, na maioria dos casos,
desenvolvida especificamente para atender a demanda destes produtos.
Um alinhamento entre fluxos realizados e potenciais também foi observado na movimentação de
contêineres, porém por motivos distintos. Neste caso, os centros produtores tendem a ser muito
mais dispersos, o que resulta em menores diferenças entre os fluxos. Além disso, observa-se um
significativo cruzamento de rotas terrestres das cargas, resultante da oferta de rotas marítimas e
das negociações de preços e rotas praticadas, onde o importador define em que porto deverá ser
entregue a mercadoria.




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1.1.4   Avaliação da Evolução da Demanda de Consumo e Movimentada por Serviços
        Portuários
A projeção da demanda foi dividida em duas etapas. Na primeira, foi projetada a demanda dos
produtos mais representativos da movimentação atual, localizando-a ao longo do país (centros de
produção e consumo para cada tipo de carga). Na segunda etapa, os fluxos de cargas projetados
foram alocados aos diferentes portos, com base na análise das rotas possíveis. As projeções são
apresentadas para três horizontes de tempo, com intervalos de oito anos, nos anos 2015, 2023 e
2031, já levando em consideração os investimentos na logística terrestre a serem realizados neste
período.
Mais especificamente, na primeira etapa foi estimada a demanda de consumo de 23 produtos
principais14, associados às diferentes microrregiões do país, conforme o perfil de produção e
consumo de cada produto. As projeções baseiam-se, principalmente, em dados históricos, índices
econômicos, estudos setoriais e informações de fontes oficiais (nacionais e internacionais),
conforme apresenta a Tabela 215.
Na segunda etapa, determinou-se a distribuição dos fluxos de carga excedente projetados, seja da
produção ou importação, entre os diferentes portos, a partir de análise baseada no custo de
escoamento de cada rota possível. Nesse sentido, foram traçados diferentes cenários de
desenvolvimento da malha de transportes do país (considerando-se o universo das disposições do
PNLT e de outros investimentos de grande porte anunciados). O cenário aqui considerado
pressupõe a execução dos investimentos já comprometidos e que ficarão prontos no curto e médio
prazo16 (até 2015), excluindo projetos em fase de maturação.
A análise permite traçar, portanto, a região de influência de cada porto ou complexo portuário, ou
seja, aquela para a qual o porto se mostra a melhor alternativa de escoamento de cargas do ponto
de vista de custo, desconsiderando-se qualquer limitação de capacidade, quer seja viária, quer seja
portuária. A Figura 16 apresenta as zonas de influência associadas ao Cenário 2.




14 Os produtos restantes foram divididos em quatro grupos de cargas, em função das características de
movimentação.
15 A relação completa para todos os 23 produtos pode ser encontrada na seção 3.2.1.

16 Cenário 2. O detalhamento deste e dos demais cenários avaliados (quatro ao todo) podem ser encontrados

na seção 3.2.2 deste Estudo.



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Tabela 2 – Principais Drivers e Fontes para as Projeções de Demanda por Produto

       Produto                Produção                    Consumo                   Mercado Externo           Fontes17

                        Expectativas de safras,                                   Cenário tendencial do
                                                                                                           MAPA, FAPRI,
                          crescimento do PIB          Instalação de novas         MAPA alinhado com
         Soja                                                                                             USDA, Pesquisas
                       agropecuário e expansão           esmagadoras                  expectativas
                                                                                                            de mercado
                         da fronteira agrícola                                       internacionais
                                                                                  Cenário tendencial do    MAPA, FAPRI,
                                                   Crescimento esperado do
      Farelo de          Instalação de novas                                      MAPA alinhado com         FAO, USDA,
                                                   consumo industrial, animal
        Soja                esmagadoras                                               expectativas         Pesquisas de
                                                          e humano
                                                                                     internacionais          mercado
                                                                                  Cenário tendencial do    MAPA, FAPRI,
                         Instalação de novas                                      MAPA alinhado com         FAO, USDA,
     Óleo de Soja                                   Consumo populacional
                            esmagadoras                                               expectativas         Pesquisas de
                                                                                     internacionais          mercado
                        Expectativa de safras,                                    Cenário tendencial do
                                                   Crescimento esperado do                                 MAPA, FAPRI,
                          crescimento do PIB                                      MAPA alinhado com
        Milho                                      consumo industrial, animal                             USDA, Pesquisas
                       agropecuário e expansão                                        expectativas
                                                          e humano                                          de mercado
                         da fronteira agrícola                                       internacionais
                                                                                  Cenário tendencial do    MAPA, FAPRI,
                                                   Crescimento populacional
                         Cenário tendencial do                                    MAPA alinhado com         FAO, USDA,
        Trigo                                         e mudança de perfil
                                MAPA                                                  expectativas         Pesquisas de
                                                          alimentar
                                                                                     internacionais          mercado
                                                    Modelo de consumo de
                        Expectativas do setor e                                  Importação do volume      DNPM, FAPRI,
                                                     nutrientes por cultura,
     Fertilizantes       novas implantações                                         necessário para       USDA, Pesquisas
                                                    atrelado à expansão da
                       anunciadas, por nutriente                                atendimento ao consumo      de mercado
                                                        fronteira agrícola
                         Cenário tendencial de                                    Cenário tendencial do
                           expansão do setor                                      MAPA alinhado com        MAPA, FAPRI,
       Açúcar                                       Consumo populacional
                            sucroalcooleiro e                                         expectativas        USDA, FAO, IBGE
                      instalação de novas usinas                                     internacionais
                         Cenário tendencial de                                    Cenário tendencial do   MME/EPE, MAPA,
                                                     Cenário tendencial da
                           expansão do setor                                      MAPA alinhado com        FAPRI, USDA,
        Etanol                                       EPE de consumo de
                            sucroalcooleiro e                                         expectativas         Pesquisas de
                                                        combustíveis
                      instalação de novas usinas                                     internacionais          mercado
                       Expectativas de extração       Instalação de novas         Cenário tendencial do
       Petróleo                                                                                              MME/EPE
                                 fóssil                     refinarias                    PDE

      Coque de          Implantação de novas         Cenário tendencial da        Cenário tendencial do
                                                                                                             MME/EPE
      Petróleo                refinarias                     EPE                          PDE
                         Instalação de novas        Cenário tendencial da
                                                                                  Cenário tendencial do
 Combustíveis             refinarias e cenário     EPE relativo ao consumo                                   MME/EPE
                                                                                          PDE
                          tendencial da FIPE          de combustíveis
      Minério de                                   Novas siderúrgicas e PIB       Cenário tendencial do
                         PNM e novas minas                                                                DNPM, Sinferbase
        Ferro                                             Industrial                      PNM
                       Expansão das unidades
                                                   Novas siderúrgicas e PIB       Cenário tendencial do
     Ferro Gusa        existentes e implantação                                                             DNPM, MME
                                                          Industrial                      PNM
                          de novas unidades




17MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; IBGE: Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística; MME: Ministério de Minas e Energia; EPE: Empresa de Pesquisa Energética; FAPRI:
Food and Agricultural Policy Research Institute; USDA: United States Department of Agriculture; FAO:
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação; PNM: Plano Nacional de Mineração 2030;
FIPE: Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas; MCT: Ministério de Ciência e Tecnologia; Sinferbase:
Sindicato Nacional da Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos; IBS: Instituto Aço Brasil; PDE: Plano
de Demanda Energética; DNPM: Departamento Nacional de Pesquisa Mineral; Abiclor: Associação
Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados; SECEX: Secretaria de Comércio Exterior; PNLT: Plano
Nacional de Logística e Transportes; ANTAQ: Agência Nacional de Transportes Aquaviários.



                                                                            Preparado para BNDES   Novembro de 2012      21

  
Produto              Produção                     Consumo                  Mercado Externo                Fontes17

       Carvão                                    Novas siderúrgicas e PIB       Cenário tendencial do
                                -                                                                              DNPM, IBS
       Mineral                                          Industrial                      PNM
                      Expansão das unidades
                                                                                Cenário tendencial do
     Siderúrgicos    existentes e implantação     PIB do setor siderúrgico                                  DNPM, FIPE, IBS
                                                                                        PNM
                       de novas siderúrgicas
                       Projetos de minas de      Projetos de novas fábricas
                                                                                Cenário tendencial do
       Bauxita       bauxita e projeção do PIB   e expansão de capacidade                                        DNPM
                                                                                        PNM
                              industrial          de produção de alumina
                    Projetos de novas fábricas   Projetos de novas fábricas
                                                                                Cenário tendencial do
       Alumina      e expansão de capacidade     e expansão de capacidade                                        DNPM
                                                                                        PNM
                      de produção de alumina      de produção de alumínio
                        Instalação de novas
                                                                                Cenário tendencial do
      Celulose      fábricas e projeção do PIB   Projeção do PIB industrial                                   MAPA, FIPE
                                                                                       MAPA
                              industrial

       Madeira         Crescimento do PIB                    -                  Crescimento do PIB                FIPE

                      Cenário tendencial da        Cenário tendencial da        Cenário tendencial da
         Sal                                                                                                 DNPM, Abiclor
                        indústria química            indústria química            indústria química
                                                                                   Expectativas de
                        Série histórica e                                      crescimento do consumo
       Suco de                                                                                                Pesquisas de
                    expectativas de evolução                 -                externo e mudança de mix
       Laranja                                                                                                  mercado
                            do setor                                          entre suco concentrado e
                                                                                        natural
                        Projeções FIPE e         Projeções de frota da EPE                                  FIPE, MME/EPE,
      Veículos
                      implantação de novas       e aplicação de modelo de          Série histórica          MCT, Pesquisas
       Leves
                             fábricas              sucateamento do MCT                                        de mercado
                    Crescimento do PIB e da      Crescimento do PIB e da      Crescimento do PIB e da         FIPE, PNLT,
     Contêineres
                    taxa de conteinerização      taxa de conteinerização      taxa de conteinerização        SECEX, ANTAQ




                                                                        Preparado para BNDES         Novembro de 2012      22

  
Figura 16 – Área de Influência dos Complexos Portuários no Cenário 2


Com base na demanda total projetada para cada microrregião e para as zonas de influência de
cada porto, é possível traçar os fluxos de demanda ao longo do tempo em toda a malha. A Figura
17 apresenta os resultados para cada horizonte de tempo e compara-os com o cenário atual.




                                                        Preparado para BNDES   Novembro de 2012   23

  
2010                                                2015




                     2023                                                2031

                  Figura 17 – Carregamentos Modelados nos Diferentes Horizontes


Os mapas da figura indicam que, além de um aumento generalizado dos fluxos de transporte,
resultado do crescimento global da demanda, algumas novas rotas passarão a ter destaque, como a
Hidrovia Tocantins-Araguaia e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste. A navegação de cabotagem
também apresentará crescimento significativo.




                                                       Preparado para BNDES     Novembro de 2012   24

  
1.1.4.1       Apresentação dos Resultados da Evolução de Demanda Movimentada por Serviços
              Portuários
Projeta-se uma evolução da demanda de movimentação portuária (marítima) no Brasil de 141% até
2031, com crescimento médio de 4,3% a.a. a partir de 2010, o que levará o total das atuais 760Mt18
para 1.840Mt, aproximadamente. A Figura 18 apresenta a demanda dos principais complexos
portuários analisados, para cada horizonte de tempo considerado nas análises.
É possível observar que o Complexo de Vitória continuará sendo o principal complexo portuário
do país em termos de carga movimentada, enquanto o Complexo de Itaqui/São Luís assumirá o
segundo posto, hoje praticamente compartilhado entre os complexos Santos/São Sebastião e
Itaguaí/Angra/Rio de Janeiro. Aqueles que apresentarão taxas de crescimento mais elevadas, por
sua vez, são os complexos de Ilhéus (em função da instalação da Ferrovia de Integração Oeste-
Leste e do Porto Bahia Sul), Pecém/Fortaleza (em função da instalação de uma refinaria de grande
porte) e Recife/Suape (em função da instalação de uma refinaria de grande porte, do início da
movimentação de minério de ferro e da expansão da movimentação de contêineres). O crescimento
médio anual da demanda nesses casos será de 13,6%, 10,3% e 9,5%, respectivamente.
A Figura 19, por sua vez, apresenta a evolução da demanda por tipo de produto, para cada
horizonte de tempo considerado nas análises.


            2.000                                           1.841
     [Mt]




            1.800

            1.600                              1.392                        Outros

            1.400                                                           Pecém/Fortaleza
                                                                            Ilhéus
            1.200                1.003                                      Paranaguá
            1.000                                                           Recife/Suape
                      764
             800                                                            Vila do Conde/Belém/Altamira
                                                                            Santos/São Sebastião
             600
                                                                            Itaguaí/Angra/Rio de Janeiro
             400                                                            Itaqui/São Luís
             200                                                            Vitória

               0
                      2010        2015         2023         2031

                      Figura 18 – Evolução da Demanda por Complexo Portuário [em Mt]




18   Dados de 2010.



                                                            Preparado para BNDES      Novembro de 2012   25

  
2.000                                                                1.841
     [Mt]


            1.800

            1.600                                              1.392                             Outros
                                                                                                 Alumina
            1.400
                                                                                                 Açúcar
            1.200                           1.003                                                Siderúrgicos
            1.000                                                                                Carvão Mineral
                             764
             800                                                                                 Bauxita
                                                                                                 Grãos agrícolas
             600
                                                                                                 Carga Conteinerizada
             400                                                                                 Petróleo e combustíveis
             200                                                                                 Minério de Ferro

                 0
                          2010              2015               2023              2031

                              Figura 19 – Evolução da Demanda por Tipo de Produto [em Mt]


O minério de ferro, principal carga movimentada atualmente, terá sua participação relativa na
movimentação total elevada de 40% para cerca de 50%. Da mesma forma, permanecerão
inalteradas as posições de petróleo e combustíveis (2º grupo de cargas mais relevantes) e de
contêineres (3º). As cargas que apresentarão taxas médias de crescimento mais significativas ao
longo do horizonte de projeção são etanol (12,1% a.a.), automóveis (6,2%), alumina e carvão
mineral (5,6%, ambas).
A Tabela 3 apresenta em detalhes os resultados das projeções de demanda de serviços portuários
em alguns dos principais complexos portuários do país19, para alguns exemplos de cargas. Os
resultados completos de todos os complexos portuários analisados podem ser consultados na
seção 3.2.3 deste Estudo.




      Tabela 3 – Demanda das Principais Cargas nos Portos Selecionados, para Cada Horizonte de Tempo20

                      Horizonte       Santos/                   Recife/     Itaguaí/                 Itaqui/São
        Cargas                                     Paranaguá                              Vitória                   Outros
                      de Tempo     São Sebastião                Suape      Angra/RJ                     Luís

                      Atual        2,6             0,5         0,3         0,4           0,2         -            2,3
      Contêiner
                 21
                      2015         3,0             0,7         0,4         0,8           0,5         -            2,9
     [M TEU/a]

                      2023         4,1             0,9         0,6         1,0           0,6         -            4,0


19 Seis dos sete maiores, tomando como base a representatividade estimada para 2031.
20 Fonte: SECEX
21 M TEU/a: Milhões de TEU por ano. TEU: twenty-foot equivalent unit ou unidade de 20 pés equivalente.

Unidade de mensuração de carga conteinerizada em contêineres de 20 pés equivalentes.



                                                                          Preparado para BNDES      Novembro de 2012     26

  
Horizonte      Santos/                      Recife/     Itaguaí/                Itaqui/São
       Cargas                                    Paranaguá                                Vitória                  Outros
                     de Tempo    São Sebastião                   Suape      Angra/RJ                    Luís

                     2031        5,5             1,2         0,9            1,3         0,8          -            5,2

                     Atual       -               -           -              84,8        122,7        95,1         7,9

     Minério de      2015        -               -           7,6            116,2       175,3        135,2        53,9
       Ferro
        [M t/a]      2023        -               -           10,3           165,6       249,8        183,4        72,9

                     2031        -               -           14,2           222,8       335,8        253,9        103,5

                     Atual       17,8            14,6        0,6            0,6         5,2          2,2          21,8

       Grãos
               22
                     2015        28,8            12,9        1,4            1,4         0,4          2,4          20,2
     Agrícolas
        [M t/a]      2023        30,7            13,7        2,2            1,5         0,5          4,4          24,7

                     2031        35,5            15,3        4,1            1,6         0,6          7,2          30,0

                     Atual       20,1            4,9         1,0            -           0,1          -            1,9

       Açúcar        2015        17,1            2,5         2,4            -           0,5          0,3          4,7
        [M t/a]
                     2023        21,0            3,1         2,9            -           0,6          0,3          5,6

                     2031        27,0            3,9         3,6            -           0,7          0,4          7,1

                     Atual       2,2             6,6         -              -           1,2          0,5          5,1

     Fertilizantes   2015        5,9             2,6         -              -           0,3          0,6          3,9
        [M t/a]
                     2023        6,8             2,8         -              -           0,4          0,9          4,1

                     2031        7,8             3,0         -              -           0,4          1,3          4,6

                     Atual       0,4             0,2         -              0,2         0,3          -            0,3

      Veículos       2015        0,7             0,4         0,1            0,2         0,3          -            0,5
        [M t/a]
                     2023        1,2             0,6         0,1            0,3         0,4          -            0,7

                     2031        2,0             0,8         0,3            0,4         0,6          -            1,0

                     Atual       72,8            3,9         2,7            44,5        32,6         10,3         116,0

       Outros        2015        72,8            4,9         10,6           60,0        31,8         19,4         127,7
        [M t/a]
                     2023        86,4            6,0         14,0           76,7        47,6         54,9         183,7

                     2031        100,2           7,5         18,8           94,5        63,8         77,8         237,4




22   Soja, milho, trigo e farelo de soja.



                                                                           Preparado para BNDES     Novembro de 2012      27

  
Analisando-se os dados da tabela, é possível concluir que:
          Contêineres: a movimentação total de contêineres deverá crescer, em média, 4,2% a.a. ao
           longo do período de projeção (2010-2031). Dentre os portos analisados, destacam-se os
           complexos de Vitória, Recife/Suape e Itaguaí/Angra/Rio de Janeiro, que deverão
           apresentar crescimento acelerado, de 6,3% a.a., 6,0% a.a. e 6,0%a.a., respectivamente, no
           período;
          Minério de ferro: a movimentação total de minério de ferro deverá crescer a taxas anuais
           médias de 5,4% ao longo do período de projeção. Dentre os portos analisados, destacam-se
           os complexos de Vitória e de Itaguaí/Angra/Rio de Janeiro, que deverão apresentar
           crescimento, respectivamente, de 4,9% a.a. e 4,7% a.a. no período. Além destes, o complexo
           de Recife/Suape, que hoje não movimenta esse tipo de carga, deverá movimentar volumes
           próximos de 15Mt em 2031. Outros portos não analisados em profundidade neste Estudo,
           como o complexo de Ilhéus, responderão por parcelas importantes do acréscimo de
           volume;
          Grãos agrícolas: a movimentação total de grãos agrícolas deverá apresentar crescimento
           tímido ao longo do período de projeção, de cerca de 2% a.a. em média. Dentre os portos
           analisados, entretanto, dois complexos deverão ter expansão significativa na movimentação
           de tais tipos de carga, resultado da expansão das regiões produtoras e de investimentos em
           infraestrutura: Recife/Suape e Itaqui/São Luís, que apresentarão taxas médias de
           crescimento de 9,9% a.a. e 5,9% a.a., respectivamente, no período;
          Açúcar: a movimentação total de açúcar deverá crescer a taxas próximas de 2% a.a. ao
           longo do período de projeção. Dentre os portos analisados, destacam-se os complexos de
           Vitória e de Recife/Suape, que apresentarão, respectivamente, taxas médias de crescimento
           de 8,3% a.a. e 6,2% a.a. no período;
          Fertilizantes: a movimentação total de fertilizantes também apresentará crescimento
           bastante tímido ao longo do período de projeção, de 0,4% a.a. em média. Dentre os portos
           analisados, os complexos que apresentarão crescimento mais expressivo são os de
           Santos/São Sebastião e o de Itaqui/São Luís, este último como resultado do aumento da
           produção de grãos agrícolas em sua região de influência. Tais complexos apresentarão,
           respectivamente, taxas médias de crescimento de 6,3% a.a. e 4,6% a.a. no período; e
         Veículos: dentre as cargas analisadas em maior profundidade neste capítulo, a
          movimentação total de veículos é a que crescerá de forma mais significativa ao longo do
          período de projeção, 6,2% a.a. em média. Dentre os portos analisados, aqueles que mais
          contribuirão proporcionalmente para tal crescimento são os complexos de Recife/Suape23 e
          de Santos/São Sebastião, cuja movimentação desse tipo de carga deverá se expandir a taxas
          de 16,8% a.a. e 7,9% a.a., respectivamente, no período.



1.2       OFERTA DE CAPACIDADE PORTUÁRIA
1.2.1     Principais mensagens
Com o intuito de explicitar as principais mensagens, esta seção aborda três temas de grande
importância identificados ao longo da realização do trabalho. O primeiro tema trata da
importância de um processo com maior foco no planejamento e na tomada de decisões no setor
portuário.



23   Conforme esperado, em função da instalação de fábricas de automóveis no complexo industrial de Suape.



                                                              Preparado para BNDES   Novembro de 2012   28

  
No segundo item, são explicitadas as principais carências em termos de projetos. Embora haja, por
vezes, um número demasiado de projetos propostos para um complexo portuário específico,
alguns deles merecem atenção especial dado que não foram identificados projetos que
preencheriam suas lacunas. Em certos casos não foi encontrado nenhum projeto, e em outros não
parece haver um tratamento adequado para o item em questão. Nesse último caso, a ausência de
um censo com informações detalhadas sobre o setor implica em projetos em duplicidade (projetos
com a mesma proposta, mas divulgada por operadores diferentes) para um mesmo complexo
portuário.
Por fim, o último item sugere uma priorização de investimentos de ordem pública sob a ótica da
análise de capacidade portuária. A análise ideal deveria levar em conta outros elementos, como
questões orçamentárias, financeiras e estratégicas no contexto do setor portuário, que não foram
abordadas por estarem além do escopo deste Estudo. Por outro lado, seria uma grande perda de
oportunidade não oferecer a interpretação sob a ótica da capacidade portuária, considerando-se
todo o conhecimento gerado neste trabalho. Assim, os resultados devem ser observados com
cautela e devem ser usados em conjunto com análises adicionais para se definir quais são, de fato,
as prioridades de investimentos.


 Necessidade de planejamento mais centralizado
   Há uma grande variedade de empreendimentos portuários anunciados, tanto em execução
    quanto em fase de projeto ou licenciamento. Embora o nível de informações acessadas não
    seja uniforme entre os projetos, há um claro desbalanceamento entre a qualidade e a robustez
    dos mesmos.
   Os projetos mapeados não seguem uma ordem clara de prioridades no que diz respeito à
    escassez de capacidade e proposição de alternativas. Por exemplo, enquanto há
    aparentemente uma saturação de propostas de novos terminais de contêineres, com
    capacidades muito grandes, há poucas propostas para outros tipos de cargas, como açúcar a
    granel. O resultado é, até certo ponto, justificável, tendo-se em vista que a diretriz para a
    criação de novos terminais atualmente não parte de um processo de planejamento
    estratégico por parte do governo, mas sim de um grande número de iniciativas e interesses
    de desenvolvimento de projetos, na maioria das vezes privados. Muitas vezes, o proponente
    não possui os recursos necessários ou não estudou o caso com a profundidade adequada
    para propor o projeto.
   A pouca ordem no processo de desenvolvimento de capacidade pode gerar
    desbalanceamento, com investimentos excessivos em determinados projetos e/ou
    localidades, em detrimento de outras que carecem de recursos de forma mais urgente.
   Assim, considerando-se a escassez de recursos, tanto no que diz respeito à gestão das
    iniciativas e ao desenvolvimento de projetos quanto nos investimentos por parte do poder
    público, seria muito importante que houvesse um processo eficiente de expansão da
    capacidade, priorizando os projetos que sejam, de fato, fundamentais para a maior
    movimentação de cargas.
   Uma sugestão é o aprimoramento e a utilização, como referencial para novos investimentos,
    de processos centralizados de planejamento de capacidade, alinhados com o que alguns
    dos atuais instrumentos (ex.: PNLT, PNLP, PGO) vêm buscando desenvolver, porém ainda
    com importantes pontos de melhoria. Processos centralizados permitem visualizar e
    estimular mais facilmente a otimização do sistema como um todo, reduzindo o custo
    agregado logístico da economia e definindo as localidades prioritárias para expansão de
    capacidade.




                                                        Preparado para BNDES   Novembro de 2012   29

  
 Principais carências identificadas em termos de projetos
   Vitória: Carência de alternativas para escoamento de minério de ferro, carvão mineral e
     produtos líquidos.
   Santos: Não foram identificados projetos para o incremento do escoamento de açúcar.
     Afirmação similar pode ser feita no caso dos grãos, pois as propostas apresentadas não
     apresentam um nível de amadurecimento adequado, dado o nível de congestionamento e
     expectativas de movimentação no futuro.
   Itaqui: O grande volume a ser processado pela refinaria Premium I demandará um grande
     número de berços, e não há um projeto anunciado para tal expansão. Acredita-se que a
     Petrobras esteja analisando a situação, no entanto as alternativas parecem estar limitadas a
     Itaqui, Mearim ou outra localidade na região. Em Itaqui, em princípio e devido ao volume,
     parece não haver disponibilidade de espaço adicional para a movimentação, e o mesmo
     acontece com Mearim. Uma solução provavelmente exigiria múltiplas alternativas e
     múltiplas localidades.
   Com exceções pontuais em alguns tipos de carga, os complexos de Manaus, Santarém, Vila
     do Conde, Pecém, Suape, Salvador, Aratu-Candeias, Rio de Janeiro, Itaguaí, Paranaguá, São
     Francisco do Sul, Itajaí e Rio Grande não têm carência de projetos. Esta afirmação não
     implica na aprovação ou recomendação desses projetos – ela apenas indica que há propostas
     que possivelmente atenderiam às principais necessidades.
   Há vários projetos para o acesso ao porto de Santos, mas a grande maioria das análises não
     parece tratar de forma adequada e conjunta as questões dos acessos e da movimentação
     portuária. Considerando-se o alto nível de ocupação, tanto dos acessos ferroviário e
     rodoviário, e o grande número de projetos de expansão de capacidade portuária, os acessos
     possivelmente deverão se tornar, dentro de pouco tempo, o principal empecilho para o
     aumento da movimentação em Santos. Existem restrições logísticas em dois níveis: regional,
     particularmente na subida da Serra; e local, nos pontos mais restritivos das avenidas
     perimetrais.
   Nos portos envolvidos na malha urbana, a questão ganha uma dimensão ainda maior, dada
     a dificuldade de se dissociar o porto da cidade. Nos portos mapeados, as principais
     dificuldades estão em Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, Santos e Itajaí. Destes, talvez Santos
     seja o único complexo que, apesar da interferência urbana, possua áreas adequadas para a
     expansão. Nos outros casos, as forças mercadológicas e sociais já exercem sua influência,
     limitando a expansão. Em praticamente todos os casos há áreas mal utilizadas ou mal
     ocupadas que poderiam ter uso mais nobre, como a expansão de atividades dos terminais
     mais competitivos. São poucos os planos nesse sentido, e essa alternativa poderia ser
     considerada com mais atenção pelas autoridades portuárias24.


 Investimentos potenciais ou prováveis
     Detalhes dos investimentos em execução e necessários são oferecidos no capítulo que analisa o
     cruzamento das projeções de oferta com as projeções de demanda de movimentação portuária.
     Neste momento, são apresentados diversos investimentos que, sob a ótica do desenvolvimento
     da oferta, são relevantes. Diversos deles já se encontram em execução, enquanto outros estão
     sendo discutidos e planejados para o curto e médio prazos.




24Por exemplo, no Rio de Janeiro, apesar da maior parte do cais ter baixa produtividade, alguns terminais,
como os de contêineres, estão requerendo ou anunciando expansões. Idealmente, no longo prazo, os
terminais menos produtivos deveriam migrar progressivamente para atividades mais produtivas ou
adequadas à realidade local.



                                                              Preparado para BNDES   Novembro de 2012    30

  
 Possivelmente devido à atratividade financeira deste mercado, a movimentação portuária de
        contêineres conta com um grande número de projetos para aumento de capacidade, que
        contribuiriam, se implementados, para assegurar uma expansão que atenderia a demanda no
        curto prazo. Alguns dos principais problemas localizados e iminentes parecem ter sido
        sanados (ex.: a expansão Tecondi Santos, a aquisição de equipamentos no Teconvi, a
        expansão do TMUT com a construção de dois novos berços de contêineres em Pecém, etc.).
        Entretanto, diversos projetos poderão contribuir para a expansão da capacidade nos
        próximos anos, como por exemplo:

          Santos: construção de BTP e Embraport (TUP-M)
          São Francisco do Sul: realinhamento do berço 201 e ampliação do TESC
          Paranaguá: expansão do TCP
       A movimentação portuária de minério de ferro possui, em grande parte, uma lógica de
        desenvolvimento diretamente dependente das principais empresas produtoras no mercado.
        Apesar de serem identificados diversos projetos de alta qualidade, observa-se ainda carência
        de projetos que viabilizariam o acesso universal para empresas que não possuem terminais
        privativos. O estudo não explorou essa questão em especial, pois ela depende de uma
        avaliação sobre o modelo de negócios desejável para o desenvolvimento da mineração de
        ferro no Brasil, ou seja, se ele deveria buscar maior ou menor concentração de mercado.
       Movimentação portuária de grãos:
          Santos: O desafio de expansão da capacidade é bastante relevante, uma vez que, apesar
             de existirem projetos, estes apresentam incertezas e questionamentos, o que afeta a
             probabilidade de sua efetivação. Apesar de alguns dos projetos possuírem EIA/RIMA
             concluídos, não foi identificado nenhum em andamento.
          São Francisco do Sul: O projeto de readequação do COREX é considerado importante,
             para que não exista restrição de movimentação por falta de capacidade.
          Paranaguá: Os COREX “T” e “F” são importantes e têm o potencial de dar nova
             dinâmica às movimentações de Paranaguá, que atualmente se encontram em nível
             crítico. Estes projetos serão ainda mais importantes caso não sejam executados projetos
             de alta capacidade em Santos, porque além de resolverem problemas de superocupação
             em Paranaguá, eles podem se tornar uma alternativa para uma possível dificuldade de
             expansão de capacidade de grãos e fertilizantes em Santos.
          Itaqui: O projeto do Tegram em Itaqui terá impacto positivo, ao diminuir o nível de
             congestionamento atual de cargas e permitir que haja um incremento substancial de
             cargas oriundas de regiões remotas e capturadas pela FNS25 e pela EFC26. A licitação foi
             concluída em dezembro de 2011 e o desafio será garantir que o projeto seja efetivado de
             acordo com as previsões.
       Movimentação de açúcar:
          Santos: A movimentação portuária concentra-se atualmente em grandes traders e as
             opções para a exportação por empresas independentes são limitadas. Empresas
             independentes podem exportar usando a infraestrutura existente, porém em diversos
             casos são observados conflitos de interesse, que podem levar a situações de dificuldade
             de escoamento da produção. Dessa forma, podem ser benéficas para o setor a
             viabilização de novos terminais independentes, o que facilitaria o acesso uniforme à
             exportação por parte das empresas menores ou independentes. Embora não tenha sido
             feita uma análise mais detalhada neste trabalho, a alta ocupação, a inexistência de novos



25   FNS: Ferrovia Norte Sul.
26   EFC: Estrada de Ferro Carajás.



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projetos e a concentração da capacidade em poucas empresas, entre outros motivos,
           sugerem que tal medida possa ser favorável para o mercado como um todo.
         Paranaguá: A execução do COREX “F” provavelmente liberaria capacidade para o
           açúcar e outras cargas.
      Movimentação de fertilizantes:
         Santos: Um projeto anunciado recentemente pela Vale para a expansão da capacidade
           no terminal Ultrafértil geraria efeitos não só em Santos como em Paranaguá. Em ambos
           os casos, as movimentações de fertilizantes sugerem que a capacidade adicional é
           necessária.
         Paranaguá: Como no caso do açúcar, o COREX “F” certamente liberaria capacidade para
           a movimentação de fertilizantes.
      Para as movimentações de bauxita e alumina, não foram encontrados projetos de expansão
       dos atuais terminais (privativos – Alumar e Alunorte) que movimentam essas cargas,
       tampouco projetos de novos terminais. Presume-se que as próprias empresas produtoras de
       alumina estejam avaliando seus TUPs e suas necessidades para os planos futuros.


1.2.2    Resultados Agregados dos Cálculos de Capacidade Portuária – Perspectiva dos Portos
A análise realizada para o presente Estudo foi bastante abrangente e considerou 16 dos complexos
portuários (portos públicos ou organizados, bem como os terminais de uso privativo instalados em
suas proximidades) de maior movimentação no Brasil, além de terminais privativos de Vale,
Petrobras/Transpetro e Fibria não localizadas nestes ou nas proximidades destes complexos.
Segundo a base de dados da ANTAQ, o total de cargas movimentadas pelo sistema portuário
brasileiro em 2010 foi de 834Mt, incluindo as navegações de longo curso, cabotagem e interior, nos
portos públicos e terminais de uso privativo, tanto marítimos como fluviais. Os complexos
portuários e terminais privativos mencionados anteriormente representam cerca de 754Mt, ou seja,
mais de 90% do total.
As capacidades estimadas destes portos ou terminais foram definidas pelo valor mais restritivo
entre as capacidades de cais e de armazenagem. Vale mencionar que a capacidade de cais não é
definida considerando-se uma ocupação de 100% (teórico) do berço, mas sim por uma ocupação
que considera um nível de serviço desejado27, sendo que o nível atual de utilização do cais é,
portanto, calculado levando-se em consideração o valor dessa capacidade “ideal”. O somatório das
capacidades das instalações de um determinado complexo portuário define o que é chamado de
capacidade do complexo.
A Figura 20, a seguir, apresenta os resultados do cálculo de capacidade dos complexos portuários e
empresas avaliados no estudo. O eixo horizontal (eixo x) demonstra a capacidade anual de cada
complexo ou empresa em volume (milhões de toneladas por ano, ou Mt/a), enquanto o eixo
vertical (eixo y) mostra o índice de utilização desta capacidade em 2010, com base na
movimentação realizada.
Considerando-se todo o conjunto de complexos portuários e terminais privativos analisados, a
capacidade agregada foi estimada em 796Mt/a. Esta capacidade permitiria a operação dentro de
níveis de serviço tradicionalmente considerados adequados para cada tipo de carga movimentada.
Dessa forma, uma vez que a movimentação total observada em 2010 foi de 754Mt/a, isso significa
que os portos brasileiros estão operando, de forma agregada, muito próximos (cerca de apenas 5%

27Um berço 100% ocupado implica em uma fila infinita de navios aguardando atendimento, o que causa
prejuízos para os operadores portuários em geral. Uma taxa de ocupação para um nível de serviço desejado
(menor que 100%) busca um ponto de equilíbrio entre o uso dos ativos de cais e o tamanho da fila de navios.
Essa taxa de ocupação para nível de serviço adequado varia de acordo com a configuração do cais e da carga
movimentada. Mais informações no item 4.2.2



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  • 1.
  • 2. Este trabalho foi realizado com recursos do Fundo de Estruturação de Projetos do BNDES (BNDES FEP), no âmbito da Chamada Pública BNDES FEP. nº 01/2010, disponível em http://www.bndes.gov.br Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Análise e Avaliação da Organização Institucional e da Eficiência de Gestão do Setor Portuário Brasileiro. -- São Paulo: Booz & Company, 2012. Bibliografia. 1. Brasil - Comércio exterior; 2. Brasil - Setor portuário - Diagnóstico; 3. Desenvolvimento econômico; 4. Desenvolvimento social; 5. Portos - Administração; 6. Portos - Brasil 12-14785 CDD-387.10981 Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil: Gestão portuária 387.10981 2. Brasil: Setor portuário: Gestão 387.10981 O conteúdo desta publicação é de exclusiva responsabilidade dos autores, não refletindo, necessariamente, a opinião do BNDES. É permitida a reprodução total ou parcial dos artigos desta publicação, desde que citada a fonte. Relatório Consolidado · Volume II 1ª Edição Dezembro de 2012
  • 3.   Análise e Avaliação da Organização Institucional e da Eficiência de Gestão do Setor Portuário Brasileiro Relatório Consolidado Autoria e Edição da Booz & Company do Brasil Consultores Ltda Trabalho realizado em conjunto com: Verax Consultoria e Projetos Ltda. Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados Logit Engenharia Consultiva Ltda. Autores  Luiz Francisco Modenese  Marcos Mendes de Oliveira  Wagner Colombini Martins  José Virgilio Lopes Enei Vieira Pinto  Fernando Howat Rodrigues  Mauro Bardawil Penteado  Arthur Eduardo Budri  Emerson Carlos Colin Ramos  Rubens Augusto de  Roberta Danelon Leonhardt  David Joshua Krepel Almeida Jr.  Carlos Eduardo Naegeli Goldberg  Rodrigo Seizo Takano Gondim  Sergio Henrique Demarchi  Tiago Maciel de Barros  André Luiz Freire  Gabriel Antônio Clemente  Thiago Affonso Meira  Thiago Matheus  Daniela Stump dos Santos  Mariana Calviello Meira  Paulo Edson Cosmai de Ramos  Gabriel Abdallah Mundim  Fábio Zveibil Oliveira  Fabiana Takebayashi  Rafael Arsie Contin  Felipe Camera Ruiz  Luiz Fernando Soggia  Diogo Barreto Martins  Mário Márcio Saadi Lima  Marcelo Haddad Silva Soares da Silva  Diego Lopes da Silva  Leticia Oliveira Lins de  Alexandre Vivo Rodrigues  Elizabete Harumi Ferrette Alencar Hamaguchi ________________________________ *O CD anexo contém a versão eletrônica dos Volumes 1, 2 e Anexo (Diagnóstico) do Estudo Técnico  
  • 4.   CONSIDERAÇÕES O BNDES, por meio da Chamada Pública BNDES FEP nº 01-2010, financiou, com recursos do Fundo de Estruturação de Projetos – BNDES FEP, um estudo técnico destinado à análise e avaliação da organização institucional e da eficiência da gestão do setor portuário brasileiro. O trabalho foi desenvolvido por consórcio formado pelas empresas Booz & Company do Brasil Consultores Ltda., Verax Consultoria e Projetos Ltda., Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados e Logit Engenharia Consultiva Ltda. O BNDES FEP foi criado no intuito de apoiar estudos técnicos ou pesquisas científicas relacionadas ao desenvolvimento econômico e social do Brasil e da América Latina e que possam orientar a formulação de políticas públicas. Também são passíveis de apoio os estudos técnicos que propiciem, direta ou indiretamente, a geração de projetos estruturantes de elevado retorno social, que possam implicar significativos investimentos públicos ou privados. Pelos portos nacionais passa a maior parte do comércio exterior brasileiro, o que demonstra a importância de ações que visam aumentar o nível de eficiência do setor. Com este trabalho, pretende- se apresentar a todos os agentes atuantes no setor portuário relevante ferramenta para o desenvolvimento de políticas públicas, pesquisas acadêmicas e aperfeiçoamento das iniciativas de investimento para suprimento da demanda atual e futura por este tipo de serviço. Assim, o presente estudo apresenta extensivo diagnóstico do setor portuário brasileiro, seguido de proposições de diretrizes voltadas à promoção da expansão de capacidade sistêmica de forma planejada e integrada com os demais modais de transporte. As propostas objetivam o aumento da competitividade e a melhoria dos padrões de eficiência operacional e de qualidade na prestação de serviços, preservado o interesse público e a estabilidade regulatória e institucional. O trabalho também apresenta sugestões para o aperfeiçoamento da estrutura organizacional e da gestão portuária com o objetivo de propor políticas públicas e ações de curto e longo prazo para o desenvolvimento do setor. O conteúdo deste estudo não reflete necessariamente as opiniões do BNDES. As informações produzidas são públicas e têm por objetivo fomentar o debate sobre esses temas e permitir a avaliação de alternativas para o desenvolvimento do setor portuário brasileiro. Comitê de Seleção do BNDES FEP  
  • 5. ÍNDICE PREÂMBULO ..................................................................................................................................................7  Sumário Executivo ........................................................................................................................................ 10  1.1  Demanda......................................................................................................................................... 10  1.2  Oferta de Capacidade Portuária .................................................................................................. 28  1.3  Perspectiva e Balanço da Demanda e Oferta Portuária ........................................................... 48  1.4  Perspectiva dos Gargalos Logísticos Decorrentes da Expansão da Capacidade Portuária 63  1.5  Conclusão ....................................................................................................................................... 64  2  Análise da Evolução Histórica da Demanda Portuária ................................................................... 66  2.1  Análise da Demanda Portuária ................................................................................................... 66  2.2  Priorização dos Produtos para Análise do Setor....................................................................... 70  2.3  Abrangência do Modelo e Definição do Zoneamento de Transportes ................................ 127  2.4  Seleção dos Complexos Portuários ........................................................................................... 129  2.5  Análise dos Acessos .................................................................................................................... 131  2.6  Preparação da Rede Multimodal ............................................................................................... 171  2.7  Modelagem da Demanda e Alocação de Matrizes à Rede Multimodal .............................. 177  3  Perspectivas de Evolução da Demanda Portuária .......................................................................... 201  3.1  Cenário de Infraestrutura terrestre ........................................................................................... 201  3.2  Cenário de Demanda .................................................................................................................. 210  4  Avaliação da Oferta Portuária ........................................................................................................... 315  4.1  Perfil dos Principais Complexos Portuários ............................................................................ 315  4.2  Metodologia de Cálculo de Capacidade Portuária ................................................................. 433  4.3  Cálculo de Capacidade Portuária.............................................................................................. 470  4.4  Cadeias de Valor .......................................................................................................................... 578  4.5  Hidrovias ...................................................................................................................................... 616  5  Perspectivas de Expansão da Oferta Portuária ............................................................................... 669  5.1  Alternativas para expansão da capacidade Portuária ............................................................ 669  5.2  Análise da expansão da capacidade ......................................................................................... 672  6  Análises do balanço oferta versus demanda e necessidades de expansão da capacidade portuária ....................................................................................................................................................... 706  6.1  Comentários preliminares .......................................................................................................... 706  6.2  Contêineres ................................................................................................................................... 706  6.3  Minério de ferro ........................................................................................................................... 709  6.4  Grãos ............................................................................................................................................. 711  Preparado para BNDES Novembro de 2012 5   
  • 6. 6.5  Açúcar........................................................................................................................................... 712  6.6  Fertilizantes ................................................................................................................................. 713  6.7  Carvão mineral e coque de petróleo ........................................................................................ 714  6.8  Celulose ........................................................................................................................................ 714  6.9  Veículos ........................................................................................................................................ 715  6.10  Produtos Siderúrgicos e Carga Geral ....................................................................................... 716  6.11  Petróleo......................................................................................................................................... 717  6.12  Combustíveis ............................................................................................................................... 718  6.13  Bauxita .......................................................................................................................................... 719  6.14  Alumina........................................................................................................................................ 720  6.15  Ferro Gusa.................................................................................................................................... 720  6.16  Consolidação das necessidades de terminais para atender a demanda prevista .............. 721  6.17  Gargalos logísticos da expansão da capacidade portuária ................................................... 726  7  Apêndices ............................................................................................................................................ 732  7.1  Apêndice I – Lista Preliminar de Projetos de Investimento em Infraestrutura ................. 732  7.2  Apêndice II – Mapas de Carregamentos ................................................................................. 767  7.3  Apêndice III – Terminais-Tipos ................................................................................................ 803  7.4  Apêndice IV - Descrição dos novos projetos mapeados ....................................................... 829  Preparado para BNDES Novembro de 2012 6   
  • 7. PREÂMBULO O presente relatório apresenta, de forma consolidada, os resultados do Estudo Técnico “Análise e Avaliação da Organização Institucional e da Eficiência de Gestão do Setor Portuário Brasileiro”. Este trabalho foi realizado com recursos do Fundo de Estruturação de Projetos do BNDES (FEP), no âmbito da Chamada Pública BNDES/FEP No. 01/2010, disponível com mais detalhes em <http://www.bndes.gov.br.>. O Estudo Técnico “Análise e Avaliação da Organização Institucional e da Eficiência de Gestão do Setor Portuário Brasileiro” é fruto de uma avaliação independente que traz diagnósticos e recomendações para o desenvolvimento do setor portuário. Ele foi elaborado pelo Consórcio composto pela Booz & Company do Brasil Consultores Ltda. (líder do consórcio); Verax Consultoria e Projetos Ltda.; Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados; e Logit Engenharia Consultiva Ltda. Figura 1 – Empresas consorciadas que desenvolveram o estudo O BNDES apoia com recursos não reembolsáveis, provenientes do BNDES Fundo de Estruturação de Projetos (BNDES FEP), estudos técnicos ou pesquisas que estejam relacionadas ao desenvolvimento econômico e social do Brasil e da América Latina e que possam orientar a formulação de políticas públicas. O presente estudo foi desenvolvido de forma independente, tendo as etapas de coletas de dados e elaboração de proposições sido realizadas entre maio de 2011 e abril de 2012, abordando quatro principais temas:  Marco Regulatório1 - identificação e resolução de inconsistências, conflitos ou lacunas no marco regulatório, além de proposições de alterações no arcabouço normativo do setor portuário e hidroviário para suportar as diretrizes propostas nos outros temas;  Organização Institucional - elaboração de recomendações para promover a consolidação de uma organização institucional sólida e com clareza de responsabilidades atribuídas aos diferentes órgãos e entidades envolvidas no setor;  Eficiência de Gestão - identificação de fatores que dificultam a operação integrada e eficiente do setor, e elaboração de recomendações que os atenuem ou os solucionem, considerando dois subtemas especiais:  Análise dos processos relevantes no setor portuário e hidroviário;  Análise das Autoridades Portuárias.  Desenvolvimento da Oferta e da Demanda: avaliação da oferta de capacidade portuária, incluindo investimentos já entabulados e planejados, e da demanda por movimentação portuária, em função dos fluxos logísticos das cargas na malha de transportes intermodal do Brasil; e realização de projeções de oferta de capacidade e de demanda, definidas as necessidades de adição de capacidade e melhorias. 1O termo "marco regulatório" é empregado para designar o conjunto de atos normativos (leis, regulamentos, etc.) aplicáveis a um setor. Preparado para BNDES Novembro de 2012 7   
  • 8. Marco Regulatório Organização Eficiência de Institucional Gestão Desenvolvimento da Oferta e Demanda Figura 2 – Escopo do estudo técnico desenvolvido Os estudos de Marco Regulatório, Organização Institucional e Eficiência de Gestão são apresentados no Volume 1 do presente relatório. Já os estudos de Desenvolvimento da Oferta e Demanda são expostos no Volume 2 (este documento). As análises desenvolvidas nas duas partes estão relacionadas. Por meio do balanço entre oferta e demanda portuária (Volume 2), tem-se uma dimensão do volume, qualidade e local de obras de infraestrutura e melhorias a serem realizadas em um horizonte de 20 anos. Para que as mesmas aconteçam, questões associadas aos aspectos regulatórios, institucionais e de gestão devem ser equacionadas. O conteúdo do estudo não reflete necessariamente as opiniões do BNDES. As informações produzidas são públicas e têm por objetivo fomentar o debate sobre esses temas e permitir a avaliação de alternativas para o desenvolvimento do setor portuário brasileiro. Preparado para BNDES Novembro de 2012 8   
  • 9. VOLUME 2: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS DA DEMANDA E OFERTA PORTUÁRIA Preparado para BNDES Novembro de 2012 9   
  • 10. Sumário Executivo 1.1 DEMANDA 1.1.1 Visão Geral O sistema portuário brasileiro é extremamente relevante na economia nacional. Pelos complexos e terminais portuários brasileiros passam 95% do volume do comércio exterior, o que significa que, em 2010, os complexos e terminais portuários movimentaram cerca de 834 milhões de toneladas de carga. Esse volume apresentou aumento médio de 5,7% ao ano nos últimos 10 anos (CAGR2), com um crescimento consistente ano a ano, exceto durante o ano de 2009, quando foi seriamente impactado pela crise na economia mundial. O volume movimentado pelos portos pode ser dividido entre comércio exterior, cabotagem e navegação interior. Como mostra a Figura 3, praticamente três quartos de todo o volume que passa pelos portos brasileiros é de comércio exterior, sendo que cerca de 59% do volume corresponde a exportações (ex.: minério de ferro, soja, etc.) e 15% a importações (ex.: fertilizantes, carvão mineral, etc.), resultando na maior participação do comércio exterior no total. Entretanto, é importante ressaltar a relevância da movimentação de cabotagem, que hoje representa 22,5% do total (ex.: derivados de petróleo), apesar da sua menor taxa de crescimento. CAGR 834 5,7% 29 3,6% 768 755 27 33 733 693 31 188 3,6% 649 26 621 168 167 26 25 170 571 164 529 23 150 127 4,1% 506 21 148 Navegação 111 115 21 92 Interior 137 90 137 83 Cabotagem 137 95 88 85 Importação 89 490 7,3% 448 454 440 390 413 352 323 Exportação 259 286 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Figura 3 – Evolução da Movimentação Portuária Anual por Tipo de Navegação [em Mt3]4 Com relação à natureza das cargas, pode-se observar que mais de 60% do volume movimentado nos portos brasileiros em 2010 foi de granéis sólidos, como mostra a Figura 4. Em seguida vieram os granéis líquidos, com 25% do total, e a carga geral, que teve a menor participação, com pouco mais de 14% do total. Entretanto, a carga geral é o grupo que mais cresce, com uma taxa média de 2 Taxa média de crescimento anual cumulativo (CAGR – “Compound Annual Growth Rate”) 3 Mt: Milhões de toneladas 4 Fonte: ANTAQ. Preparado para BNDES Novembro de 2012 10   
  • 11. 9,5% ao ano nos últimos 10 anos. Isso é explicado em grande parte pelo aumento na movimentação de contêineres, que cresce devido ao aumento do volume de cargas movimentadas, assim como por conta do avanço da “conteinerização” (cada vez mais cargas sendo transportadas dentro de contêineres, ao invés de “carga solta”), como mostra a Figura 5. CAGR 834 5,7% 755 768 733 693 649 621 571 506 6,4% 529 460 506 457 433 416 393 370 336 Granéis 302 289 Sólidos 196 208 2,7% 176 195 198 167 164 Granéis 163 162 164 Líquidos Carga 102 103 113 102 120 9,5% 64 73 85 93 Geral 53 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Figura 4 – Evolução da Movimentação Portuária por Natureza de Carga [Mt]3 66,0% 65,0% 64,1% 61,5% 62,4% 59,7% 59,2% 57,4% 7,204 56,1% 6,823 55,1% 6,554 6,195 6,108 CAGR 5,658 9,9% 4,999 4,170 3,492 2,925 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Contêineres (TEUs) % Contêineres/Carga Geral Figura 5 – Evolução da Movimentação de Contêineres3 Também é importante analisar a relevância do sistema portuário brasileiro em termos econômicos. A corrente de comércio brasileira em 2010 foi de R$ 675 bilhões, sendo que aproximadamente 79% Preparado para BNDES Novembro de 2012 11   
  • 12. deste montante foi movimentado nos portos5. Este valor representou 18,4% do produto interno bruto de 2010, percentual ligeiramente inferior ao patamar de 20-25% observado entre 2001 e 2008, porém já indicando uma recuperação com relação ao fraco ano de 2009. Essa queda de patamar deve-se principalmente à crise econômica mundial iniciada no final de 2008, que afetou os fluxos globais de comércio. A Figura 6 mostra a evolução histórica da corrente de comércio exterior brasileira e sua representatividade no PIB. 24,0% 21,9% 22,5% 21,3% 21,7% 21,0% 20,6% 20,6% 18,4% 17,6% 682,0 CAGR 674,8 10,8% 548,0 559,5 498,3 465,9 467,0 372,8 315,4 267,9 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Comércio Exterior (R$ bilhões) Comércio Exterior/PIB Figura 6 – Comércio Exterior x PIB no Brasil6 Ao analisar os valores do comércio exterior divididos entre exportações e importações, como detalha a Figura 7, pode-se observar que as exportações cresceram um pouco mais que as importações nos últimos 10 anos, porém as taxas variaram ao longo dos anos, fazendo o saldo da balança comercial crescer até 2005 e cair para R$ 35,6 bilhões em 2010. Apesar do saldo financeiro da balança comercial brasileira ser relativamente baixo, a mesma conclusão não pode ser tirada quando se analisa o saldo em toneladas. Neste caso, o volume exportado é significativamente maior que o volume importado, conforme discutido anteriormente. Isso se deve à diferença entre o valor médio das exportações e importações, ou seja, os produtos da pauta brasileira de exportação são de menor valor agregado que os da pauta de importação. A maior parte do volume exportado consiste em commodities minerais e agrícolas, enquanto as importações incluem percentual maior de produtos de maior valor agregado. A Figura 8, a seguir, mostra a evolução destes valores médios nos últimos anos, destacando ainda a diferença no valor das exportações causado pelo baixo valor do minério de ferro, que representa a maior parte do volume exportado. 5 12% foram movimentados por via aérea, 6% por via terrestre e 3% por outras vias. 6 Fontes: Secex, IBGE. Preparado para BNDES Novembro de 2012 12   
  • 13. 98,6 109,0 100,3 76,2 78,0 45,5 50,5 38,5 35,6 6,2 363,7 355,2 11,2% 282,3 288,0 299,3 313,0 305,0 224,5 176,9 137,1 -130,8 -138,5 -148,3 -183,7 -179,0 -199,0 -235,0 -254,5 -318,2 -319,6 10,4% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 CAGR Importações Exportações Saldo Figura 7 – Comércio Exterior Brasileiro [R$ bilhões]7 1,500 Importação 1,200 900 Exportação (sem Minério de Ferro) 600 Exportação 300 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Figura 8 – Valor Médio das Exportações e Importações Brasileiras (US$/t)7 1.1.2 Complexos Portuários e Produtos Tomando-se por base especificamente a movimentação do ano de 2010 (dados mais recentes disponíveis à época da elaboração deste Estudo), é possível observar que os 12 principais complexos portuários8 do país movimentam mais de 80% do volume total do setor. Destes, dois movimentaram mais de 100 milhões de toneladas no ano, sendo que os demais 10 movimentaram pelo menos 10 milhões de toneladas em 2010. A Figura 9 ilustra a movimentação dos principais portos por tipo de navegação, e sua representatividade na movimentação total. 7Fonte: Secex. 8Complexos portuários abrangem o porto organizado e os TUPs de sua região – “compartilhando” acessos e eventualmente algumas infraestruturas. Preparado para BNDES Novembro de 2012 13   
  • 14. 100% 81,6% 83,4% 79,3% 77,1% 74,6% 71,3% 67,7% 63,4% 58,6% 136,9 132,4 3,5 52,8% 16,3 118,1 10,5 41,8% 30,4% 93,8 90,5 43,3 12,0 0,4 16,1% 129,0 107,5 47,7 90,1 39,7 81,8 36,0 77,3 2,0 29,4 19,1 26,9 39,5 3,8 20,6 18,6 18,5 2,2 34,0 20,5 14,8 10,5 7,9 7,5 20,6 21,0 5,7 8,2 9,0 10,1 10,7 10,8 5,5 3,7 Vitória Itaqui Santos Itaguaí São Angra Paranaguá Aratu Rio Rio de SF do Vila do Manaus Outros Sebastião Grande Janeiro Sul Conde Navegação Interior Cabotagem Longo Curso % Acumulado Figura 9 – Movimentação dos Principais Complexos Portuários em 2010 [Mt] 9,10 Situação análoga pode ser observada na análise por tipo de produto. Como mostram a Tabela 1 e a Figura 10, a movimentação concentra-se em um número relativamente pequeno de produtos. 9 Fonte: ANTAQ. 10 Outros inclui aproximadamente 25 portos e 15 TUPs fora dos portos. Preparado para BNDES Novembro de 2012 14   
  • 15. Tabela 1 – Volumes Movimentados e Dinâmica dos Principais Produtos 11 Volume Dinâmica Principal Movimentado % por Produto em 2010 [mil Produto Navegação Sentido t]12 Minério de Ferro 316.457 38% Exterior Exportação Petróleo e Derivados 213.052 26% Cabotagem e Exterior Todos Soja 34.463 4% Exterior e Interior Exportação Bauxita 32.688 4% Cabotagem e Exterior Interno e Exportação Açúcar 28.169 3% Exterior Exportação Carvão Mineral 19.864 2% Exterior Importação Fertilizantes 17.995 2% Exterior Importação Siderúrgicos 16.930 2% Exterior e Cabotagem Todos Farelo de Soja 14.453 2% Exterior Exportação Milho 11.543 1% Exterior Exportação Celulose 11.228 1% Exterior e Cabotagem Exportação Trigo 8.282 1% Exterior e Cabotagem Importação Alumina 6.824 1% Exterior Exportação Coque de Petróleo 5.549 1% Exterior e Cabotagem Importação Outros13 95.721 11% Todas Todos TOTAL 833.271 100% 11 Fonte: SECEX, ANTAQ. 12 Mil t: milhares de toneladas 13 Inclui contêineres, cujo volume soma 55-60 milhões de toneladas. Preparado para BNDES Novembro de 2012 15   
  • 16. 100,0% 87,8% 88,5% 86,0% 87,0% 84,7% 83,3% 81,6% 79,5% 77,4% 75,0% 71,6% 316,5 67,7% 63,5% 38,0% 213,1 95,7 34,5 32,7 28,2 19,9 18,0 16,9 14,5 11,5 11,2 8,3 6,8 5,5 Minério Petróleo e Soja Bauxita Açúcar Carvão Fertiliz. Siderúrg. Farelo Milho Celulose Trigo Alumina Coque Outros de FerroDerivados Mineral de Soja de Petróleo Total % Acumulado Figura 10 – Volume Movimentado dos Principais Produtos em 2010 [Mt] Além da concentração, estes produtos principais seguem algumas dinâmicas específicas, que podem ser agrupadas para um entendimento abrangente da demanda. O produto mais representativo do volume que passa pelos complexos portuários brasileiros é o minério de ferro, responsável por expressivos 38% da movimentação total. Entretanto, sua movimentação é altamente concentrada em apenas três complexos portuários – Vitória, Itaqui e Itaguaí. De fato, a maior parte é transportada por meio de TUPs situados nas imediações dos portos organizados, como Ilha Guaíba, Tubarão e Ponta da Madeira. Isso ocorre porque sua produção é concentrada em poucos locais – Minas Gerais e Pará são responsáveis por quase 75% e 25%, respectivamente. Outra dinâmica relevante é a do petróleo e dos combustíveis, que representam pouco mais de 25% da movimentação portuária. Quase todo o volume é atualmente movimentado pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, principalmente por meio de terminais portuários privativos e navios dedicados. Essa movimentação inclui a importação e exportação de matérias-primas e a cabotagem de combustíveis. Na sequência, pode-se analisar a dinâmica dos produtos agrícolas e seus insumos, que representam quase 15% da movimentação portuária total, sendo a maior parte associada ao complexo da soja (grãos, farelo e óleo). Com exceção do trigo, boa parte da movimentação concentra-se em poucos complexos portuários, com destaque para Santos, Paranaguá e Rio Grande. As zonas produtoras e consumidoras de fertilizantes estão situadas principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sul (soja) e Sudeste (açúcar). Em relação ao transporte terrestre, observa-se que atualmente um volume relevante destes produtos é transportado pelo modal ferroviário: mais de 40% do volume de soja, farelo de soja, milho, trigo e açúcar. Entretanto, somente 10% dos fertilizantes utilizam este modal. Preparado para BNDES Novembro de 2012 16   
  • 17. Os produtos e insumos siderúrgicos são responsáveis por pouco mais de 5% da movimentação total. Sua movimentação também é concentrada em alguns complexos portuários, devido à importância da proximidade das usinas siderúrgicas. A maior parte da movimentação de carvão e coque siderúrgicos ocorre entre o complexo portuário e as indústrias, utilizando a ferrovia. Já os produtos siderúrgicos são movimentados em ambos os sentidos e em grande parte pelo modal rodoviário, pois representam uma diversificada gama de produtos e têm característica de consumo dispersa. O segmento do alumínio, que inclui bauxita e alumina, também é responsável por aproximadamente 5% do volume total movimentado nos portos. Sua logística de transporte também é integrada entre o porto e as unidades de extração e processamento, utilizando os modais hidroviário e dutoviário na região Norte e o ferroviário no Sudeste. 1.1.3 Modelagem de Fluxos e Cargas Além da análise “estática” discutida até aqui, a modelagem dos fluxos de cargas através da rede de simulação multimodal permite uma análise “dinâmica” da movimentação nos portos brasileiros, e permitirá, na fase seguinte do Estudo, avaliar os impactos e principais necessidades do crescimento da demanda portuária. Isso é feito por meio da comparação entre a movimentação realizada e a movimentação potencial, baseada na alocação otimizada dos fluxos de transporte interno, independentemente da capacidade ou viabilidade dos portos. Essa otimização é o que determina o fluxo ou trajeto “mais natural” para uma dada carga. O Complexo Portuário de Santos, por exemplo, apresenta tendência natural de atração de carga, em especial por sua maior proximidade com os polos geradores de viagens, mas também pelo desenvolvimento histórico da malha ferroviária nacional, que privilegia o eixo de acesso a este porto. O resultado disso é a grande área de influência do porto, como mostra a Figura 11. Figura 11 – Área de Influência do Complexo Portuário de Santos Preparado para BNDES Novembro de 2012 17   
  • 18. Porém, parte da movimentação de cargas não utiliza o trajeto terrestre “mais natural” entre uma zona produtora e um porto de destino (ou entre um porto de origem e uma zona consumidora), gerando custos operacionais maiores do que o ótimo calculado pelo modelo. Uma série de fatores influencia esta discrepância entre o potencial de movimentação e o praticado, como:  Falta de investimento em infraestrutura para a movimentação portuária em terminais e vias de acesso ao porto. Exemplo: Santarém, onde não há garantia de trafegabilidade em seu acesso rodoviário, além da falta de segurança alegada pelos transportadores;  Falta de capacidade nos terminais de alguns portos. Exemplo: soja e açúcar em Santos;  Oferta de rotas marítimas nos portos. Exemplo: o algodão produzido no oeste baiano, que é transportado por meio rodoviário até Santos;  Estratégia logística das empresas, quando se envolvem nas diversas etapas do transporte e passam a utilizar terminais próprios, captando cargas fora de sua área natural de influência. Exemplo: soja exportada por São Francisco do Sul;  Políticas tarifárias distintas das praticadas no restante da malha nacional. Exemplo: o Complexo Portuário de Vitória, onde o transporte terrestre é realizado utilizando a Estrada de Ferro Vitória-Minas, que pratica fretes muito competitivos em função da política da Vale, que inclui o custo portuário na negociação;  Tarifas portuárias diferenciadas ou incentivadas. Exemplo: importação de carros por Vitória e importação de contêineres por meio dos complexos portuários de Santa Catarina. Para ilustrar alguns destes pontos, a Figura 12 e a Figura 13 mostram as áreas atendidas atualmente pelos complexos portuários de Vitória e São Francisco do Sul, que avançam até o estado do Mato Grosso, cujos fluxos naturais se destinariam aos complexos portuários de Manaus, Santarém, Paranaguá e Santos. Figura 12 – Área Atendida pelo Complexo Figura 13 – Área Atendida pelo Complexo Portuário de Vitória Portuário de São Francisco do Sul Nesse contexto, é necessário entender o potencial dos portos e os fatores que levam ao desbalanceamento entre os fluxos atualmente operados. Para isso, foram estudados os custos de transporte terrestre nos diversos modais, de modo a estimar a demanda potencial reprimida no sistema portuário referente a cada produto. Produto este que, por suas características, poderia estar sendo transportado por um determinado porto, mas que de fato é movimentado por outros. Preparado para BNDES Novembro de 2012 18   
  • 19. Fatores como o dono da carga e a localização do seu terminal também influenciam a movimentação realizada. A comparação das cargas transportadas com o potencial “mais natural” indica desbalanceamento importante, como pode ser observado na comparação entre a Figura 14 e a Figura 15. Figura 14 – Fluxos Atuais Modelados Figura 15 – Fluxos Atuais Potenciais Uma análise aprofundada aponta um maior desbalanceamento no que diz respeito às cargas agrícolas. Deve-se ressaltar que esses potenciais teóricos partem do princípio de que, se necessário, a capacidade portuária poderia ser desenvolvida para atender à demanda. Os principais exemplos encontrados foram:  Soja, cuja parte do fluxo atualmente direcionado aos complexos portuários de Santos e Paranaguá poderia ser escoada por meio do Complexo Portuário de Santarém;  Farelo e Óleo de Soja, nos quais é observado um maior potencial teórico para Santos, sendo que atualmente o fluxo está direcionado para Paranaguá;  Fertilizantes, cujo fluxo, atualmente direcionado para Paranaguá, tem maior potencial teórico para ser feito por Santos. Já no caso dos produtos da extração mineral e combustíveis, essa diferença entre potencial e realizado não se mostra tão relevante. Isso se deve principalmente à malha logística utilizada para sua movimentação, que é totalmente interligada aos portos utilizados e, na maioria dos casos, desenvolvida especificamente para atender a demanda destes produtos. Um alinhamento entre fluxos realizados e potenciais também foi observado na movimentação de contêineres, porém por motivos distintos. Neste caso, os centros produtores tendem a ser muito mais dispersos, o que resulta em menores diferenças entre os fluxos. Além disso, observa-se um significativo cruzamento de rotas terrestres das cargas, resultante da oferta de rotas marítimas e das negociações de preços e rotas praticadas, onde o importador define em que porto deverá ser entregue a mercadoria. Preparado para BNDES Novembro de 2012 19   
  • 20. 1.1.4 Avaliação da Evolução da Demanda de Consumo e Movimentada por Serviços Portuários A projeção da demanda foi dividida em duas etapas. Na primeira, foi projetada a demanda dos produtos mais representativos da movimentação atual, localizando-a ao longo do país (centros de produção e consumo para cada tipo de carga). Na segunda etapa, os fluxos de cargas projetados foram alocados aos diferentes portos, com base na análise das rotas possíveis. As projeções são apresentadas para três horizontes de tempo, com intervalos de oito anos, nos anos 2015, 2023 e 2031, já levando em consideração os investimentos na logística terrestre a serem realizados neste período. Mais especificamente, na primeira etapa foi estimada a demanda de consumo de 23 produtos principais14, associados às diferentes microrregiões do país, conforme o perfil de produção e consumo de cada produto. As projeções baseiam-se, principalmente, em dados históricos, índices econômicos, estudos setoriais e informações de fontes oficiais (nacionais e internacionais), conforme apresenta a Tabela 215. Na segunda etapa, determinou-se a distribuição dos fluxos de carga excedente projetados, seja da produção ou importação, entre os diferentes portos, a partir de análise baseada no custo de escoamento de cada rota possível. Nesse sentido, foram traçados diferentes cenários de desenvolvimento da malha de transportes do país (considerando-se o universo das disposições do PNLT e de outros investimentos de grande porte anunciados). O cenário aqui considerado pressupõe a execução dos investimentos já comprometidos e que ficarão prontos no curto e médio prazo16 (até 2015), excluindo projetos em fase de maturação. A análise permite traçar, portanto, a região de influência de cada porto ou complexo portuário, ou seja, aquela para a qual o porto se mostra a melhor alternativa de escoamento de cargas do ponto de vista de custo, desconsiderando-se qualquer limitação de capacidade, quer seja viária, quer seja portuária. A Figura 16 apresenta as zonas de influência associadas ao Cenário 2. 14 Os produtos restantes foram divididos em quatro grupos de cargas, em função das características de movimentação. 15 A relação completa para todos os 23 produtos pode ser encontrada na seção 3.2.1. 16 Cenário 2. O detalhamento deste e dos demais cenários avaliados (quatro ao todo) podem ser encontrados na seção 3.2.2 deste Estudo. Preparado para BNDES Novembro de 2012 20   
  • 21. Tabela 2 – Principais Drivers e Fontes para as Projeções de Demanda por Produto Produto Produção Consumo Mercado Externo Fontes17 Expectativas de safras, Cenário tendencial do MAPA, FAPRI, crescimento do PIB Instalação de novas MAPA alinhado com Soja USDA, Pesquisas agropecuário e expansão esmagadoras expectativas de mercado da fronteira agrícola internacionais Cenário tendencial do MAPA, FAPRI, Crescimento esperado do Farelo de Instalação de novas MAPA alinhado com FAO, USDA, consumo industrial, animal Soja esmagadoras expectativas Pesquisas de e humano internacionais mercado Cenário tendencial do MAPA, FAPRI, Instalação de novas MAPA alinhado com FAO, USDA, Óleo de Soja Consumo populacional esmagadoras expectativas Pesquisas de internacionais mercado Expectativa de safras, Cenário tendencial do Crescimento esperado do MAPA, FAPRI, crescimento do PIB MAPA alinhado com Milho consumo industrial, animal USDA, Pesquisas agropecuário e expansão expectativas e humano de mercado da fronteira agrícola internacionais Cenário tendencial do MAPA, FAPRI, Crescimento populacional Cenário tendencial do MAPA alinhado com FAO, USDA, Trigo e mudança de perfil MAPA expectativas Pesquisas de alimentar internacionais mercado Modelo de consumo de Expectativas do setor e Importação do volume DNPM, FAPRI, nutrientes por cultura, Fertilizantes novas implantações necessário para USDA, Pesquisas atrelado à expansão da anunciadas, por nutriente atendimento ao consumo de mercado fronteira agrícola Cenário tendencial de Cenário tendencial do expansão do setor MAPA alinhado com MAPA, FAPRI, Açúcar Consumo populacional sucroalcooleiro e expectativas USDA, FAO, IBGE instalação de novas usinas internacionais Cenário tendencial de Cenário tendencial do MME/EPE, MAPA, Cenário tendencial da expansão do setor MAPA alinhado com FAPRI, USDA, Etanol EPE de consumo de sucroalcooleiro e expectativas Pesquisas de combustíveis instalação de novas usinas internacionais mercado Expectativas de extração Instalação de novas Cenário tendencial do Petróleo MME/EPE fóssil refinarias PDE Coque de Implantação de novas Cenário tendencial da Cenário tendencial do MME/EPE Petróleo refinarias EPE PDE Instalação de novas Cenário tendencial da Cenário tendencial do Combustíveis refinarias e cenário EPE relativo ao consumo MME/EPE PDE tendencial da FIPE de combustíveis Minério de Novas siderúrgicas e PIB Cenário tendencial do PNM e novas minas DNPM, Sinferbase Ferro Industrial PNM Expansão das unidades Novas siderúrgicas e PIB Cenário tendencial do Ferro Gusa existentes e implantação DNPM, MME Industrial PNM de novas unidades 17MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; IBGE: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; MME: Ministério de Minas e Energia; EPE: Empresa de Pesquisa Energética; FAPRI: Food and Agricultural Policy Research Institute; USDA: United States Department of Agriculture; FAO: Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação; PNM: Plano Nacional de Mineração 2030; FIPE: Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas; MCT: Ministério de Ciência e Tecnologia; Sinferbase: Sindicato Nacional da Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos; IBS: Instituto Aço Brasil; PDE: Plano de Demanda Energética; DNPM: Departamento Nacional de Pesquisa Mineral; Abiclor: Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados; SECEX: Secretaria de Comércio Exterior; PNLT: Plano Nacional de Logística e Transportes; ANTAQ: Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Preparado para BNDES Novembro de 2012 21   
  • 22. Produto Produção Consumo Mercado Externo Fontes17 Carvão Novas siderúrgicas e PIB Cenário tendencial do - DNPM, IBS Mineral Industrial PNM Expansão das unidades Cenário tendencial do Siderúrgicos existentes e implantação PIB do setor siderúrgico DNPM, FIPE, IBS PNM de novas siderúrgicas Projetos de minas de Projetos de novas fábricas Cenário tendencial do Bauxita bauxita e projeção do PIB e expansão de capacidade DNPM PNM industrial de produção de alumina Projetos de novas fábricas Projetos de novas fábricas Cenário tendencial do Alumina e expansão de capacidade e expansão de capacidade DNPM PNM de produção de alumina de produção de alumínio Instalação de novas Cenário tendencial do Celulose fábricas e projeção do PIB Projeção do PIB industrial MAPA, FIPE MAPA industrial Madeira Crescimento do PIB - Crescimento do PIB FIPE Cenário tendencial da Cenário tendencial da Cenário tendencial da Sal DNPM, Abiclor indústria química indústria química indústria química Expectativas de Série histórica e crescimento do consumo Suco de Pesquisas de expectativas de evolução - externo e mudança de mix Laranja mercado do setor entre suco concentrado e natural Projeções FIPE e Projeções de frota da EPE FIPE, MME/EPE, Veículos implantação de novas e aplicação de modelo de Série histórica MCT, Pesquisas Leves fábricas sucateamento do MCT de mercado Crescimento do PIB e da Crescimento do PIB e da Crescimento do PIB e da FIPE, PNLT, Contêineres taxa de conteinerização taxa de conteinerização taxa de conteinerização SECEX, ANTAQ Preparado para BNDES Novembro de 2012 22   
  • 23. Figura 16 – Área de Influência dos Complexos Portuários no Cenário 2 Com base na demanda total projetada para cada microrregião e para as zonas de influência de cada porto, é possível traçar os fluxos de demanda ao longo do tempo em toda a malha. A Figura 17 apresenta os resultados para cada horizonte de tempo e compara-os com o cenário atual. Preparado para BNDES Novembro de 2012 23   
  • 24. 2010 2015 2023 2031 Figura 17 – Carregamentos Modelados nos Diferentes Horizontes Os mapas da figura indicam que, além de um aumento generalizado dos fluxos de transporte, resultado do crescimento global da demanda, algumas novas rotas passarão a ter destaque, como a Hidrovia Tocantins-Araguaia e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste. A navegação de cabotagem também apresentará crescimento significativo. Preparado para BNDES Novembro de 2012 24   
  • 25. 1.1.4.1 Apresentação dos Resultados da Evolução de Demanda Movimentada por Serviços Portuários Projeta-se uma evolução da demanda de movimentação portuária (marítima) no Brasil de 141% até 2031, com crescimento médio de 4,3% a.a. a partir de 2010, o que levará o total das atuais 760Mt18 para 1.840Mt, aproximadamente. A Figura 18 apresenta a demanda dos principais complexos portuários analisados, para cada horizonte de tempo considerado nas análises. É possível observar que o Complexo de Vitória continuará sendo o principal complexo portuário do país em termos de carga movimentada, enquanto o Complexo de Itaqui/São Luís assumirá o segundo posto, hoje praticamente compartilhado entre os complexos Santos/São Sebastião e Itaguaí/Angra/Rio de Janeiro. Aqueles que apresentarão taxas de crescimento mais elevadas, por sua vez, são os complexos de Ilhéus (em função da instalação da Ferrovia de Integração Oeste- Leste e do Porto Bahia Sul), Pecém/Fortaleza (em função da instalação de uma refinaria de grande porte) e Recife/Suape (em função da instalação de uma refinaria de grande porte, do início da movimentação de minério de ferro e da expansão da movimentação de contêineres). O crescimento médio anual da demanda nesses casos será de 13,6%, 10,3% e 9,5%, respectivamente. A Figura 19, por sua vez, apresenta a evolução da demanda por tipo de produto, para cada horizonte de tempo considerado nas análises. 2.000 1.841 [Mt] 1.800 1.600 1.392 Outros 1.400 Pecém/Fortaleza Ilhéus 1.200 1.003 Paranaguá 1.000 Recife/Suape 764 800 Vila do Conde/Belém/Altamira Santos/São Sebastião 600 Itaguaí/Angra/Rio de Janeiro 400 Itaqui/São Luís 200 Vitória 0 2010 2015 2023 2031 Figura 18 – Evolução da Demanda por Complexo Portuário [em Mt] 18 Dados de 2010. Preparado para BNDES Novembro de 2012 25   
  • 26. 2.000 1.841 [Mt] 1.800 1.600 1.392 Outros Alumina 1.400 Açúcar 1.200 1.003 Siderúrgicos 1.000 Carvão Mineral 764 800 Bauxita Grãos agrícolas 600 Carga Conteinerizada 400 Petróleo e combustíveis 200 Minério de Ferro 0 2010 2015 2023 2031 Figura 19 – Evolução da Demanda por Tipo de Produto [em Mt] O minério de ferro, principal carga movimentada atualmente, terá sua participação relativa na movimentação total elevada de 40% para cerca de 50%. Da mesma forma, permanecerão inalteradas as posições de petróleo e combustíveis (2º grupo de cargas mais relevantes) e de contêineres (3º). As cargas que apresentarão taxas médias de crescimento mais significativas ao longo do horizonte de projeção são etanol (12,1% a.a.), automóveis (6,2%), alumina e carvão mineral (5,6%, ambas). A Tabela 3 apresenta em detalhes os resultados das projeções de demanda de serviços portuários em alguns dos principais complexos portuários do país19, para alguns exemplos de cargas. Os resultados completos de todos os complexos portuários analisados podem ser consultados na seção 3.2.3 deste Estudo. Tabela 3 – Demanda das Principais Cargas nos Portos Selecionados, para Cada Horizonte de Tempo20 Horizonte Santos/ Recife/ Itaguaí/ Itaqui/São Cargas Paranaguá Vitória Outros de Tempo São Sebastião Suape Angra/RJ Luís Atual 2,6 0,5 0,3 0,4 0,2 - 2,3 Contêiner 21 2015 3,0 0,7 0,4 0,8 0,5 - 2,9 [M TEU/a] 2023 4,1 0,9 0,6 1,0 0,6 - 4,0 19 Seis dos sete maiores, tomando como base a representatividade estimada para 2031. 20 Fonte: SECEX 21 M TEU/a: Milhões de TEU por ano. TEU: twenty-foot equivalent unit ou unidade de 20 pés equivalente. Unidade de mensuração de carga conteinerizada em contêineres de 20 pés equivalentes. Preparado para BNDES Novembro de 2012 26   
  • 27. Horizonte Santos/ Recife/ Itaguaí/ Itaqui/São Cargas Paranaguá Vitória Outros de Tempo São Sebastião Suape Angra/RJ Luís 2031 5,5 1,2 0,9 1,3 0,8 - 5,2 Atual - - - 84,8 122,7 95,1 7,9 Minério de 2015 - - 7,6 116,2 175,3 135,2 53,9 Ferro [M t/a] 2023 - - 10,3 165,6 249,8 183,4 72,9 2031 - - 14,2 222,8 335,8 253,9 103,5 Atual 17,8 14,6 0,6 0,6 5,2 2,2 21,8 Grãos 22 2015 28,8 12,9 1,4 1,4 0,4 2,4 20,2 Agrícolas [M t/a] 2023 30,7 13,7 2,2 1,5 0,5 4,4 24,7 2031 35,5 15,3 4,1 1,6 0,6 7,2 30,0 Atual 20,1 4,9 1,0 - 0,1 - 1,9 Açúcar 2015 17,1 2,5 2,4 - 0,5 0,3 4,7 [M t/a] 2023 21,0 3,1 2,9 - 0,6 0,3 5,6 2031 27,0 3,9 3,6 - 0,7 0,4 7,1 Atual 2,2 6,6 - - 1,2 0,5 5,1 Fertilizantes 2015 5,9 2,6 - - 0,3 0,6 3,9 [M t/a] 2023 6,8 2,8 - - 0,4 0,9 4,1 2031 7,8 3,0 - - 0,4 1,3 4,6 Atual 0,4 0,2 - 0,2 0,3 - 0,3 Veículos 2015 0,7 0,4 0,1 0,2 0,3 - 0,5 [M t/a] 2023 1,2 0,6 0,1 0,3 0,4 - 0,7 2031 2,0 0,8 0,3 0,4 0,6 - 1,0 Atual 72,8 3,9 2,7 44,5 32,6 10,3 116,0 Outros 2015 72,8 4,9 10,6 60,0 31,8 19,4 127,7 [M t/a] 2023 86,4 6,0 14,0 76,7 47,6 54,9 183,7 2031 100,2 7,5 18,8 94,5 63,8 77,8 237,4 22 Soja, milho, trigo e farelo de soja. Preparado para BNDES Novembro de 2012 27   
  • 28. Analisando-se os dados da tabela, é possível concluir que:  Contêineres: a movimentação total de contêineres deverá crescer, em média, 4,2% a.a. ao longo do período de projeção (2010-2031). Dentre os portos analisados, destacam-se os complexos de Vitória, Recife/Suape e Itaguaí/Angra/Rio de Janeiro, que deverão apresentar crescimento acelerado, de 6,3% a.a., 6,0% a.a. e 6,0%a.a., respectivamente, no período;  Minério de ferro: a movimentação total de minério de ferro deverá crescer a taxas anuais médias de 5,4% ao longo do período de projeção. Dentre os portos analisados, destacam-se os complexos de Vitória e de Itaguaí/Angra/Rio de Janeiro, que deverão apresentar crescimento, respectivamente, de 4,9% a.a. e 4,7% a.a. no período. Além destes, o complexo de Recife/Suape, que hoje não movimenta esse tipo de carga, deverá movimentar volumes próximos de 15Mt em 2031. Outros portos não analisados em profundidade neste Estudo, como o complexo de Ilhéus, responderão por parcelas importantes do acréscimo de volume;  Grãos agrícolas: a movimentação total de grãos agrícolas deverá apresentar crescimento tímido ao longo do período de projeção, de cerca de 2% a.a. em média. Dentre os portos analisados, entretanto, dois complexos deverão ter expansão significativa na movimentação de tais tipos de carga, resultado da expansão das regiões produtoras e de investimentos em infraestrutura: Recife/Suape e Itaqui/São Luís, que apresentarão taxas médias de crescimento de 9,9% a.a. e 5,9% a.a., respectivamente, no período;  Açúcar: a movimentação total de açúcar deverá crescer a taxas próximas de 2% a.a. ao longo do período de projeção. Dentre os portos analisados, destacam-se os complexos de Vitória e de Recife/Suape, que apresentarão, respectivamente, taxas médias de crescimento de 8,3% a.a. e 6,2% a.a. no período;  Fertilizantes: a movimentação total de fertilizantes também apresentará crescimento bastante tímido ao longo do período de projeção, de 0,4% a.a. em média. Dentre os portos analisados, os complexos que apresentarão crescimento mais expressivo são os de Santos/São Sebastião e o de Itaqui/São Luís, este último como resultado do aumento da produção de grãos agrícolas em sua região de influência. Tais complexos apresentarão, respectivamente, taxas médias de crescimento de 6,3% a.a. e 4,6% a.a. no período; e  Veículos: dentre as cargas analisadas em maior profundidade neste capítulo, a movimentação total de veículos é a que crescerá de forma mais significativa ao longo do período de projeção, 6,2% a.a. em média. Dentre os portos analisados, aqueles que mais contribuirão proporcionalmente para tal crescimento são os complexos de Recife/Suape23 e de Santos/São Sebastião, cuja movimentação desse tipo de carga deverá se expandir a taxas de 16,8% a.a. e 7,9% a.a., respectivamente, no período. 1.2 OFERTA DE CAPACIDADE PORTUÁRIA 1.2.1 Principais mensagens Com o intuito de explicitar as principais mensagens, esta seção aborda três temas de grande importância identificados ao longo da realização do trabalho. O primeiro tema trata da importância de um processo com maior foco no planejamento e na tomada de decisões no setor portuário. 23 Conforme esperado, em função da instalação de fábricas de automóveis no complexo industrial de Suape. Preparado para BNDES Novembro de 2012 28   
  • 29. No segundo item, são explicitadas as principais carências em termos de projetos. Embora haja, por vezes, um número demasiado de projetos propostos para um complexo portuário específico, alguns deles merecem atenção especial dado que não foram identificados projetos que preencheriam suas lacunas. Em certos casos não foi encontrado nenhum projeto, e em outros não parece haver um tratamento adequado para o item em questão. Nesse último caso, a ausência de um censo com informações detalhadas sobre o setor implica em projetos em duplicidade (projetos com a mesma proposta, mas divulgada por operadores diferentes) para um mesmo complexo portuário. Por fim, o último item sugere uma priorização de investimentos de ordem pública sob a ótica da análise de capacidade portuária. A análise ideal deveria levar em conta outros elementos, como questões orçamentárias, financeiras e estratégicas no contexto do setor portuário, que não foram abordadas por estarem além do escopo deste Estudo. Por outro lado, seria uma grande perda de oportunidade não oferecer a interpretação sob a ótica da capacidade portuária, considerando-se todo o conhecimento gerado neste trabalho. Assim, os resultados devem ser observados com cautela e devem ser usados em conjunto com análises adicionais para se definir quais são, de fato, as prioridades de investimentos.  Necessidade de planejamento mais centralizado  Há uma grande variedade de empreendimentos portuários anunciados, tanto em execução quanto em fase de projeto ou licenciamento. Embora o nível de informações acessadas não seja uniforme entre os projetos, há um claro desbalanceamento entre a qualidade e a robustez dos mesmos.  Os projetos mapeados não seguem uma ordem clara de prioridades no que diz respeito à escassez de capacidade e proposição de alternativas. Por exemplo, enquanto há aparentemente uma saturação de propostas de novos terminais de contêineres, com capacidades muito grandes, há poucas propostas para outros tipos de cargas, como açúcar a granel. O resultado é, até certo ponto, justificável, tendo-se em vista que a diretriz para a criação de novos terminais atualmente não parte de um processo de planejamento estratégico por parte do governo, mas sim de um grande número de iniciativas e interesses de desenvolvimento de projetos, na maioria das vezes privados. Muitas vezes, o proponente não possui os recursos necessários ou não estudou o caso com a profundidade adequada para propor o projeto.  A pouca ordem no processo de desenvolvimento de capacidade pode gerar desbalanceamento, com investimentos excessivos em determinados projetos e/ou localidades, em detrimento de outras que carecem de recursos de forma mais urgente.  Assim, considerando-se a escassez de recursos, tanto no que diz respeito à gestão das iniciativas e ao desenvolvimento de projetos quanto nos investimentos por parte do poder público, seria muito importante que houvesse um processo eficiente de expansão da capacidade, priorizando os projetos que sejam, de fato, fundamentais para a maior movimentação de cargas.  Uma sugestão é o aprimoramento e a utilização, como referencial para novos investimentos, de processos centralizados de planejamento de capacidade, alinhados com o que alguns dos atuais instrumentos (ex.: PNLT, PNLP, PGO) vêm buscando desenvolver, porém ainda com importantes pontos de melhoria. Processos centralizados permitem visualizar e estimular mais facilmente a otimização do sistema como um todo, reduzindo o custo agregado logístico da economia e definindo as localidades prioritárias para expansão de capacidade. Preparado para BNDES Novembro de 2012 29   
  • 30.  Principais carências identificadas em termos de projetos  Vitória: Carência de alternativas para escoamento de minério de ferro, carvão mineral e produtos líquidos.  Santos: Não foram identificados projetos para o incremento do escoamento de açúcar. Afirmação similar pode ser feita no caso dos grãos, pois as propostas apresentadas não apresentam um nível de amadurecimento adequado, dado o nível de congestionamento e expectativas de movimentação no futuro.  Itaqui: O grande volume a ser processado pela refinaria Premium I demandará um grande número de berços, e não há um projeto anunciado para tal expansão. Acredita-se que a Petrobras esteja analisando a situação, no entanto as alternativas parecem estar limitadas a Itaqui, Mearim ou outra localidade na região. Em Itaqui, em princípio e devido ao volume, parece não haver disponibilidade de espaço adicional para a movimentação, e o mesmo acontece com Mearim. Uma solução provavelmente exigiria múltiplas alternativas e múltiplas localidades.  Com exceções pontuais em alguns tipos de carga, os complexos de Manaus, Santarém, Vila do Conde, Pecém, Suape, Salvador, Aratu-Candeias, Rio de Janeiro, Itaguaí, Paranaguá, São Francisco do Sul, Itajaí e Rio Grande não têm carência de projetos. Esta afirmação não implica na aprovação ou recomendação desses projetos – ela apenas indica que há propostas que possivelmente atenderiam às principais necessidades.  Há vários projetos para o acesso ao porto de Santos, mas a grande maioria das análises não parece tratar de forma adequada e conjunta as questões dos acessos e da movimentação portuária. Considerando-se o alto nível de ocupação, tanto dos acessos ferroviário e rodoviário, e o grande número de projetos de expansão de capacidade portuária, os acessos possivelmente deverão se tornar, dentro de pouco tempo, o principal empecilho para o aumento da movimentação em Santos. Existem restrições logísticas em dois níveis: regional, particularmente na subida da Serra; e local, nos pontos mais restritivos das avenidas perimetrais.  Nos portos envolvidos na malha urbana, a questão ganha uma dimensão ainda maior, dada a dificuldade de se dissociar o porto da cidade. Nos portos mapeados, as principais dificuldades estão em Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, Santos e Itajaí. Destes, talvez Santos seja o único complexo que, apesar da interferência urbana, possua áreas adequadas para a expansão. Nos outros casos, as forças mercadológicas e sociais já exercem sua influência, limitando a expansão. Em praticamente todos os casos há áreas mal utilizadas ou mal ocupadas que poderiam ter uso mais nobre, como a expansão de atividades dos terminais mais competitivos. São poucos os planos nesse sentido, e essa alternativa poderia ser considerada com mais atenção pelas autoridades portuárias24.  Investimentos potenciais ou prováveis Detalhes dos investimentos em execução e necessários são oferecidos no capítulo que analisa o cruzamento das projeções de oferta com as projeções de demanda de movimentação portuária. Neste momento, são apresentados diversos investimentos que, sob a ótica do desenvolvimento da oferta, são relevantes. Diversos deles já se encontram em execução, enquanto outros estão sendo discutidos e planejados para o curto e médio prazos. 24Por exemplo, no Rio de Janeiro, apesar da maior parte do cais ter baixa produtividade, alguns terminais, como os de contêineres, estão requerendo ou anunciando expansões. Idealmente, no longo prazo, os terminais menos produtivos deveriam migrar progressivamente para atividades mais produtivas ou adequadas à realidade local. Preparado para BNDES Novembro de 2012 30   
  • 31.  Possivelmente devido à atratividade financeira deste mercado, a movimentação portuária de contêineres conta com um grande número de projetos para aumento de capacidade, que contribuiriam, se implementados, para assegurar uma expansão que atenderia a demanda no curto prazo. Alguns dos principais problemas localizados e iminentes parecem ter sido sanados (ex.: a expansão Tecondi Santos, a aquisição de equipamentos no Teconvi, a expansão do TMUT com a construção de dois novos berços de contêineres em Pecém, etc.). Entretanto, diversos projetos poderão contribuir para a expansão da capacidade nos próximos anos, como por exemplo:  Santos: construção de BTP e Embraport (TUP-M)  São Francisco do Sul: realinhamento do berço 201 e ampliação do TESC  Paranaguá: expansão do TCP  A movimentação portuária de minério de ferro possui, em grande parte, uma lógica de desenvolvimento diretamente dependente das principais empresas produtoras no mercado. Apesar de serem identificados diversos projetos de alta qualidade, observa-se ainda carência de projetos que viabilizariam o acesso universal para empresas que não possuem terminais privativos. O estudo não explorou essa questão em especial, pois ela depende de uma avaliação sobre o modelo de negócios desejável para o desenvolvimento da mineração de ferro no Brasil, ou seja, se ele deveria buscar maior ou menor concentração de mercado.  Movimentação portuária de grãos:  Santos: O desafio de expansão da capacidade é bastante relevante, uma vez que, apesar de existirem projetos, estes apresentam incertezas e questionamentos, o que afeta a probabilidade de sua efetivação. Apesar de alguns dos projetos possuírem EIA/RIMA concluídos, não foi identificado nenhum em andamento.  São Francisco do Sul: O projeto de readequação do COREX é considerado importante, para que não exista restrição de movimentação por falta de capacidade.  Paranaguá: Os COREX “T” e “F” são importantes e têm o potencial de dar nova dinâmica às movimentações de Paranaguá, que atualmente se encontram em nível crítico. Estes projetos serão ainda mais importantes caso não sejam executados projetos de alta capacidade em Santos, porque além de resolverem problemas de superocupação em Paranaguá, eles podem se tornar uma alternativa para uma possível dificuldade de expansão de capacidade de grãos e fertilizantes em Santos.  Itaqui: O projeto do Tegram em Itaqui terá impacto positivo, ao diminuir o nível de congestionamento atual de cargas e permitir que haja um incremento substancial de cargas oriundas de regiões remotas e capturadas pela FNS25 e pela EFC26. A licitação foi concluída em dezembro de 2011 e o desafio será garantir que o projeto seja efetivado de acordo com as previsões.  Movimentação de açúcar:  Santos: A movimentação portuária concentra-se atualmente em grandes traders e as opções para a exportação por empresas independentes são limitadas. Empresas independentes podem exportar usando a infraestrutura existente, porém em diversos casos são observados conflitos de interesse, que podem levar a situações de dificuldade de escoamento da produção. Dessa forma, podem ser benéficas para o setor a viabilização de novos terminais independentes, o que facilitaria o acesso uniforme à exportação por parte das empresas menores ou independentes. Embora não tenha sido feita uma análise mais detalhada neste trabalho, a alta ocupação, a inexistência de novos 25 FNS: Ferrovia Norte Sul. 26 EFC: Estrada de Ferro Carajás. Preparado para BNDES Novembro de 2012 31   
  • 32. projetos e a concentração da capacidade em poucas empresas, entre outros motivos, sugerem que tal medida possa ser favorável para o mercado como um todo.  Paranaguá: A execução do COREX “F” provavelmente liberaria capacidade para o açúcar e outras cargas.  Movimentação de fertilizantes:  Santos: Um projeto anunciado recentemente pela Vale para a expansão da capacidade no terminal Ultrafértil geraria efeitos não só em Santos como em Paranaguá. Em ambos os casos, as movimentações de fertilizantes sugerem que a capacidade adicional é necessária.  Paranaguá: Como no caso do açúcar, o COREX “F” certamente liberaria capacidade para a movimentação de fertilizantes.  Para as movimentações de bauxita e alumina, não foram encontrados projetos de expansão dos atuais terminais (privativos – Alumar e Alunorte) que movimentam essas cargas, tampouco projetos de novos terminais. Presume-se que as próprias empresas produtoras de alumina estejam avaliando seus TUPs e suas necessidades para os planos futuros. 1.2.2 Resultados Agregados dos Cálculos de Capacidade Portuária – Perspectiva dos Portos A análise realizada para o presente Estudo foi bastante abrangente e considerou 16 dos complexos portuários (portos públicos ou organizados, bem como os terminais de uso privativo instalados em suas proximidades) de maior movimentação no Brasil, além de terminais privativos de Vale, Petrobras/Transpetro e Fibria não localizadas nestes ou nas proximidades destes complexos. Segundo a base de dados da ANTAQ, o total de cargas movimentadas pelo sistema portuário brasileiro em 2010 foi de 834Mt, incluindo as navegações de longo curso, cabotagem e interior, nos portos públicos e terminais de uso privativo, tanto marítimos como fluviais. Os complexos portuários e terminais privativos mencionados anteriormente representam cerca de 754Mt, ou seja, mais de 90% do total. As capacidades estimadas destes portos ou terminais foram definidas pelo valor mais restritivo entre as capacidades de cais e de armazenagem. Vale mencionar que a capacidade de cais não é definida considerando-se uma ocupação de 100% (teórico) do berço, mas sim por uma ocupação que considera um nível de serviço desejado27, sendo que o nível atual de utilização do cais é, portanto, calculado levando-se em consideração o valor dessa capacidade “ideal”. O somatório das capacidades das instalações de um determinado complexo portuário define o que é chamado de capacidade do complexo. A Figura 20, a seguir, apresenta os resultados do cálculo de capacidade dos complexos portuários e empresas avaliados no estudo. O eixo horizontal (eixo x) demonstra a capacidade anual de cada complexo ou empresa em volume (milhões de toneladas por ano, ou Mt/a), enquanto o eixo vertical (eixo y) mostra o índice de utilização desta capacidade em 2010, com base na movimentação realizada. Considerando-se todo o conjunto de complexos portuários e terminais privativos analisados, a capacidade agregada foi estimada em 796Mt/a. Esta capacidade permitiria a operação dentro de níveis de serviço tradicionalmente considerados adequados para cada tipo de carga movimentada. Dessa forma, uma vez que a movimentação total observada em 2010 foi de 754Mt/a, isso significa que os portos brasileiros estão operando, de forma agregada, muito próximos (cerca de apenas 5% 27Um berço 100% ocupado implica em uma fila infinita de navios aguardando atendimento, o que causa prejuízos para os operadores portuários em geral. Uma taxa de ocupação para um nível de serviço desejado (menor que 100%) busca um ponto de equilíbrio entre o uso dos ativos de cais e o tamanho da fila de navios. Essa taxa de ocupação para nível de serviço adequado varia de acordo com a configuração do cais e da carga movimentada. Mais informações no item 4.2.2 Preparado para BNDES Novembro de 2012 32