O documento discute a crescente popularidade da tecnologia 3D para filmagem de eventos como casamentos. Empresas no Brasil e em São Paulo oferecem esse serviço, mas os preços ainda são altos, variando de R$5 mil a R$9 mil. Um fotógrafo em Brasília planeja começar a oferecer o serviço em 3D no próximo ano após encontrar parceiros para dividir os custos significativos dos equipamentos necessários.
1. C M Y K
CMYK
UNIVERSO 3D < CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, quinta-feira, 4 de novembro de 2010 > 16
» BRUNA TORRES
ESPECIAL PARA O CCOORRRREEIIOO
P
oder assistir nos cinemas a filmes
com os personagens preferidos
em 3D, como o Shrek, os seres de
Avatar e até os bonecos de Toy
Story, causa emoção em muitas pessoas.
Emoção mesmo. Mas melhor ainda seria
se o espectador fosse o personagem prin-
cipal de uma filmagem tridimensional,
não é verdade? E isso já é possível, pois al-
gumas empresas filmam e fotografam
eventos em três dimensões — a grande
maioria, casamentos. No entanto, o preço
do serviço ainda é alto.
Em São Paulo, a Foto Studio Equipe
realiza desde a década de 1970 fotos e ví-
deos de eventos em 3D, utilizando os ócu-
los com lentes coloridas (azul e verme-
lho). Há dois anos, implementou o 3D nas
gravações com o uso de óculos eletrôni-
cos, como os do cinema.
Segundo Reynaldo Cavalcanti, dono da
empresa, é fundamental estar sempre em
evolução. “Nosso objetivo é produzir um
material que seja, daqui a 10 décadas,
emocionante e, certamente, um registro
histórico”, ressalta.
Apesar da experiência ser diferenciada,
o preço não é nada acessível. Por um pa-
cote básico de fotos, que inclui tanto o 3D
como a convencional, é cobrado um valor
a partir de R$ 5 mil. Para os vídeos, a em-
presa cobra a partir de R$ 9 mil, enquanto
o tradicional sai por R$ 5 mil.
Reynaldo salienta que há público em
todo o Brasil que busca a empresa para re-
gistrarcasamentos.“Onossoprincipalalvo
é quem realmente sonha em eternizar o
evento da melhor forma possível e que,
sem sombra de dúvidas, saiba valorizar o
que é uma boa imagem”, explica.
Os equipamentos utilizados na empre-
sa são câmeras específicas para captação
de imagens em 3D. E quem solicita o ser-
viço precisa ter, necessariamente, uma TV
com a tecnologia embutida, um aparelho
que rode blu-ray 3D e óculos eletrônicos
— que, na maioria das vezes, acompanha
o televisor. No caso de fotos, são necessá-
rios apenas os óculos especiais.
Para ele, que vive de imagens, o traba-
lho feito em 3D é muito recompensador
e há sempre elogios por parte dos consu-
midores.“Todos os clientes que aderem a
essa tecnologia ficam encantados com o
resultado. Nunca houve feedback negati-
vo. Apenas recomendamos que gestantes
evitem assistir ao vídeo em 3D por muito
tempo”, explica.
Equipamento
Em Brasília, não existe estúdio — pelo
menos conhecido no mercado de eventos
— que realize trabalhos de foto e filma-
gem em 3D. Mas há quem se movimente
para a tecnologia. O fotógrafo e empresá-
rio Alan Nogueira da Gama, 36 anos, dono
da Sétima Produções, é um deles. Há 10
anos trabalha profissionalmente na área
de filmagem e fotografia de eventos e pre-
tende trazer a novidade em janeiro do ano
que vem. Só está à procura de parceiros
para garantir recursos.
Uma câmera profissional para iniciar o
trabalho em 3D custa em torno de US$ 20
mil — e o ideal para uma empresa é que se
tenha pelo menos três delas em um casa-
mento. “Você pode colocar quase R$ 200 mil
de investimento para filmar um grande
evento em 3D”, diz Gama.
Ele quer trabalhar com a tecnologia
por ser o mais próximo que se pode che-
gar a uma viagem no tempo. “Imagine-se
em um livro de H.G.Wells (escritor britâ-
nico, autor de A máquina do tempo).Você
será inserido novamente naquele local.
Poder ver aqueles entes queridos que já se
foram, estar ao lado deles! É incrível. To-
mara que a cada dia que passe tudo isso
se torne mais acessível”, afirma.
Alan sabe que o 3D é mais um produto
a oferecer aos clientes, mas também tem
noção de que grande parte das pessoas
ainda não conhece nem o blu-ray. “Tem
gente que pede cotação e quer um sim-
ples DVD. A grande dificuldade é vender
todos estes novos conceitos”, ressalta.
As celebridades são as primeiras a ade-
rir às novidades. O ex-nadador Fernando
Scherer, 36 anos, o Xuxa, que se casou em
julho com a ex-dançarina do grupo de
dança É o Tchan Scheila Mello, de 32, foi
um dos primeiros a ter o casamento fil-
mado em 3D.
Ele conta que escolheu a tecnologia
para ser utilizada na filmagem do casa-
mento por ser a mais moderna que se tem
no mercado. “Como as novas TVs vêm
com o 3D, e essa tecnologia vai ficar cada
vez mais acessível, pensamos em filmar
dessa forma já pensando no futuro”, expli-
ca. Xuxa acha a tecnologia incrível, e tanto
ele quanto Scheila adoram ir ao cinema
para assistir a filmes em 3D.
PRODUTORAS DE VÍDEOS E FOTOS PARA EVENTOS CORREM CONTRA
O TEMPO EM BUSCA DO 3D. NO ENTANTO, O PREÇO DE UMA
PRODUÇÃO COM A TECNOLOGIA PODE PASSAR DOS R$ 9 MIL
Glamour
tridimensional
Equipefilmacasamentoem
Brasília:donoprocura
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usartecnologia3D
Alan da Gama/Divulgação
Compactae
profissional
Lançada oficialmente no
Japão, a filmadora HDC-
SDT750, da Panasonic, deve
atender ao mercado dos
profissionais — e, por que
não, dos amadores. O grande
diferencial do aparelho é a
lente de conversão 3D
acoplada ao modelo, que faz
vídeo em alta definição
(1080p) e possui estabilizador
de imagem.
A filmadora também
funciona sem as lentes de
conversão 3D, o que
proporciona economia para
os profissionais, que podem
adquirir dois produtos em
um. O preço estimado é
de US$ 1.399, mas ainda
não há previsão para o
produto chegar ao Brasil.
Onossoprincipal
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ReynaldoCavalcanti,
dono de empresa que trabalha
com filmagens de eventos em 3D