Este documento apresenta um seminário internacional sobre cartografia e geosedia, com foco na avaliação e gestão de perigosidades e risco ambiental. O seminário aborda tópicos como catástrofes naturais e ordenamento do território, modelo conceitual de risco, avaliação de risco, risco geomorfológico e gestão de risco. Métodos como inventários, identificação de fatores de predisposição e modelos preditivos são discutidos no contexto da avaliação de risco e cartografia de risco.
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Cabo verde 2011_jlz_1
1. 1º Seminário Internacional de Cartografia e Geosedia
CEG – IGOT – UL www.riskam.org
Perigosidades e Risco Ambiental
Praia, Cabo Verde, 1-2 Março 2011
Avaliação e Gestão de
Métodos de Elaboração de Cartografia
de Risco
José Luís Zêzere
RISKam – Centro de Estudos Geográficos
Instituto de Geografia e Ordenamento do Território
Universidade de Lisboa
(zezere@campus.ul.pt)
2. Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
ÍNDICE
1. Catástrofes Naturais e (des)Ordenamento do Território
2. Modelo Conceptual do Risco
3. Avaliação do Risco
4. O Caso do Risco Geomorfológico
5. A Gestão do Risco
3. 1. Catástrofes Naturais e
(des)Ordenamento do Território Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
Catástrofe natural - interrupção séria da funcionalidade de uma comunidade [na sequência
de um evento natural perigoso], causando perdas humanas, materiais ou ambientais
significativas, que excedem a capacidade da comunidade afectada em recuperar com base nos
seus próprios recursos (Década Internacional para a Redução das Catástrofes Naturais;
Organização das Nações Unidas)
4. Evolução do número de catástrofes
naturais no mundo Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
600
600
Nº catástrofes naturais 500
500
Nº catástrofes naturais
400
400
300
300
y = 3.2866e0.0452x
200
200 R2 = 0.9141
100
100
00
1900
1905
1910
1915
1920
1925
1930
1935
1940
1945
1950
1955
1960
1965
1970
1975
1980
1985
1990
1995
2000
2005
1900
1905
1910
1915
1920
1925
1930
1935
1940
1945
1950
1955
1960
1965
1970
1975
1980
1985
1990
1995
2000
2005
Catástrofe: EM-DAT (Emergency Events Database), 2007
Relato de 10 ou mais mortes
Relato de 100 ou mais pessoas afectadas
Pedido de assistência internacional
Declaração de estado de emergência
5. Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
PROJECÇÕES DA MUNICH RE (2001)
PARA 2050:
100.000 mortos / ano
300 biliões de dólares /ano
... Devido a perigos naturais
6. Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
Os fenómenos naturais com potencial
destruidor estão a aumentar de intensidade
e de frequência ?
O suporte físico do território, e o seu
funcionamento, estão a ser devidamente
considerados nos processos de
ordenamento do território e planeamento
urbano ?
7. PERIGOSIDADE NATURAL
“Fenómenos naturais potencialmente danosos para o
Homem e para as suas actividades”
Agravamento
VULNERABILIDADE
Interferência
PASSIVA
directa/indirecta na
(expansão da população
actividade dos processos
e das actividades
de instabilidade natural
económicas para zonas
naturalmente expostas a
perigos naturais)
ACTIVIDADE HUMANA NO TERRITÓRIO
Situações de Risco mais frequentes e de maior magnitude
8. Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
INEVITÁVEL ?
SIM !
Lacoma (Pirinéus)
9. Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
Las Colinas 2001
INEVITÁVEL ?
NÃO !
É possível identificar as manifestações de perigo no
território e prever (com uma margem de incerteza
controlada) a sua incidência espacial e temporal.
10. 2. Modelo Conceptual do Risco (adaptado de UNDRO, 1979;
Varnes, 1984; Panniza, 1990) Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
Processos e Acções Perigosos Elementos Expostos
naturais (e.g., sismos, tsunamis, população
movimentos de massa, cheias) construções
tecnológicos (e.g., indústrias e infra-estruturas
mercadorias perigosas) actividades económicas
valores culturais e paisagísticos
ambientais (mistos) (e.g.,incêndios
organização social
florestais, contaminação de
programas de expansão e
aquíferos)
potencialidades do território
Perigosidade (Hazard) (P) Vulnerabilidade (V) Valor (E)
(f = Susceptibilidade; Probabilidade)
RISCO
R = f (P,V,E) R = P*V*E
11. EQUAÇÃO BÁSICA DO RISCO
Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
VARNES (1984) - Landslide hazard zonation: a review of principles and
practice. UNESCO, Paris.
Rt = (E) (Re) = (E) (P x V)
P – Perigosidade (Hazard) (Probabilidade: 0-1)
V – Vulnerabilidade (0-1)
E – Valor dos Elementos Vulneráveis
Re – Risco Específico (P x V)
Dp – Dano Potencial (E x V)
Rt – Risco Total
12. Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
Rt = (E) (Re) = (E) (P x V)
P - Perigosidade natural (natural hazard)
Probabilidade de ocorrência de um fenómeno potencialmente
destruidor, num determinado período de tempo e numa dada
área.
Susceptibilidade (susceptibility)
Propensão de uma área para ser afectada por um
determinado perigo, em tempo indeterminado, sendo avaliada
através dos factores de predisposição para a ocorrência do
perigo, não contemplando o seu período de retorno ou
probabilidade.
13. Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
Rt = (E) (Re) = (E) (P x V)
E - Elementos em risco, Elementos expostos (elements
at risk, exposed elements)
População, equipamentos, propriedades, actividades
económicas, etc., expostos (potencialmente afectáveis) a um
processo perigoso num determinado território.
V – Vulnerabilidade (Vulnerability)
Grau de perda de um elemento em risco, em resultado da
ocorrência de um fenómeno natural de determinada
magnitude. Expressa numa escala de 0 (sem perda) a 1
(perda total).
14. Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
Rt = (E) (Re) = (E) (P x V)
Risco (Risk)
Probabilidade de ocorrência, e a respectiva quantificação em
termos de custos, de consequências gravosas, económicas e
para a segurança das pessoas, em resultado de um fenómeno
perigoso, natural ou induzido pela actividade antrópica, num
determinado período de tempo e numa dada área.
15. 3. Avaliação e Cartografia do Risco
Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
1 – Que fenómeno ? (adaptado de Leroi,1996, 1997)
2 - Onde ?
3 – Até onde ?
4 - Quando ? PERIGOSIDADE
5 - Quem ?
O quê ?
Como ? VULNERABILIDADE
Aumento da
Incerteza 6 - Quanto ?
VALOR DOS
EL.VULNERÁVEIS
Perigosidade * Vulnerabilidade * Valor = RISCO
16. 4. O Caso do Risco Geomorfológico
Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
CASCATA DE PROCEDIMENTOS DA AVALIAÇÃO DA SUSCEPTIBILIDADE
(Gueremy, 1984; Asté, 1991; Soeters & Van Westen, 1996; Guzzetti, 2005):
Inventário das ocorrências
do fenómeno
Identificação dos factores
de predisposição
Ponderação dos factores
de predisposição
Modelo Preditivo:
Classificação da
susceptibilidade
Avaliação do desempenho
do modelo preditivo
17. Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
Métodos de avaliação da susceptibilidade geomorfológica e sua
adequação às escalas de análise (adaptado de Soeters & Van Westen,
1996 e Guzzetti, 2005)
Aplicados sobre unidades de terreno pré-definidas
18. Métodos directos Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
Depressão da Abadia (Garcia, 2002) rg
rg
N 30
0
rg
t
rg
rg Z
t r
t t r
t e
e 25 0 t
rr
r r t 20
0
20 0
2 00
rg
2 50
300
r
r t
r t
r t
t t
t t
25 0
t t t
r;c
r 15
0 e rg
0 t t
20 t
rg r
t e t
t
t
r e r r
r r
t
r r t
15
0 r t
rg
t r i
S t
r t r
e
t r
r t e
e
1 50
r e
r t rg
r t
R r
t 20 0
r t r r;c
2 00 r rg
r r
10 0 i
r c 0
e r t
25
Classe de Susceptibilidade
t t r
15 0 t r
Reduzida ou Nula
t
rg Moderada com média a baixa probabilidade
r
r Moderada com elevada probabil idade
t
10
0
r rg
Forte com média a baixa proba bil idade
t 10 0
t
Forte com elevada probabilidade
t
0
15
r
t
r
t
r - deslizamento rotacional
r rg
e r 20
0 t - desliz amento translacional superfici al
e - desliza mento/desabamento por erosão lateral
t c - movimento complexo
rg
10 0
i - movimento indetermina do
15 0
r; c 0 200 m rg - retrogressão
t ; rg
r
21. Métodos estatísticos (I) Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
Construção de modelos preditivos
BASE DE DADOS Temas T1, T2,...,Tn Eventos
CARTOGRÁFICA (variáveis independentes) (movimentos do tipo Z)
Mapa de Eventos
COMPUTAÇÃO DE
FUNÇÕES DE
FAVORABILIDADE E p(T1j...Tnj) p(T1j) p(...) p(Tnj) p(ε|T1j p(ε|...) p(ε|Tnj) p(ε)
PONDERAÇÃO DAS
)
VARIÁVEIS
REGRA DE
INTEGRAÇÃO CARTOGRÁFICA
INTEGRAÇÃO
AVALIAÇÃO DA
SUSCEPTIBILIDADE MAPA DE SUSCEPTIBILIDADE [1]
22. Deslizamentos trans. superf.
Área: Fanhões-Trancão
Função de probabilidade
condicional conjunta
Mapa de
susceptibilidade
não classificado
(baseado na série completa
de deslizamentos -100
casos).
0.0767
23. Taxa de sucesso da avaliação da susceptibilidade
baseada na série completa de deslizamentos translacionais superficiais
24. Métodos estatísticos (II) Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
Validação de modelos preditivos
25. Partição da base de
dados de deslizamentos
com critério temporal
ANO DE REFERÊNCIA:
1979
Grupo de Modelação
Número Área Afectada (m2)
46 88.457
Grupo de Validação
Número Área Afectada (m2)
54 53.719
26. Deslizamentos trans. superf.
Área: Fanhões-Trancão
Função de probabilidade
condicional conjunta
Mapa de susceptibilidade
não classificado
(baseado no grupo de
deslizamentos de estimação
(idade 1979, 46 casos)
0.0634
27. Taxa de predição da avaliação de susceptibilidade baseada no grupo de
deslizamentos de estimação (idade 1979, 46 casos) e comparada com o
grupo de deslizamentos de validação (idade > 1979, 54 casos).
Shallow translational slides
100 20
90 18
V
Percentage of predicted validation
IV
80 16
Estimated probability (%)
70 35%; 86% 14
III
group landslides
60 84%; 100% 12
50 18%; 70% Estimated probability for 10
II susceptibility classes
40 8
I Success-rate
30 8%; 41% 6
20 Prediction-rate 4
10 2
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Percentage of study area predicted as susceptible using estimation group
landslides
28. Deslizamentos trans. superf.
Área: Fanhões-Trancão
Função de probabilidade
condicional conjunta
Mapa de
susceptibilidade
Classificado de acordo com
a taxa de predição
(temporal)
Capacidade preditiva das
classes de susceptibilidade
29. Relação quantidade - duração da precipitação antecedente
Deslizamentos translacionais superficiais Deslizamentos rotacionais
Movimentos desencadeados por erosão Deslizamentos translacionais
lateral Movimentos complexos e compósitos
900
y = 7,4296x + 107,17
800 R2 = 0,9437
700
Rainfall (mm)
600
500
400
C
300 B
200 A
100
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
consecutive days
No landslides Shallow landslides Deep landslides Trend (landslides)
30. Deslizamentos trans. superf.
Área: Fanhões-Trancão
Função de probabilidade
condicional conjunta
Mapa de
Perigosidade
Cenário desencadeante [1]
(128 mm / 3 dias)
Período de retorno = 8,5 anos
32. 5. A Gestão do Risco Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental CEG-IGOT-UL
Susceptibilidade Elementos vulneráveis
Frequência
temporal Causas Efeitos Tipologia Valor
Perigosidade Intensidade Vulnerabilidade
Risco Específico Perda potencial
RISCO TOTAL
GESTÃO DO RISCO
ESQUEMA OPERACIONAL PARA A
Risco aceitável
AVALIAÇÃO E GESTÃO DO RISCO
33. Decisões GESTÃO DO RISCO Monitorização
1. ACEITAR O RISCO
2. MITIGAR O RISCO
a) Reduzindo a perigosidade
b) Reduzindo o valor do elemento em risco
c) Reduzindo a vulnerabilidade
medidas estruturais defensivas e de reforço
sistemas de alerta
planos de emergência e de socorro
3. EVITAR O RISCO
a) Evacuação das áreas perigosas e procura de
localizações alternativas ZONAMENTO DA
ORDENAMENTO
b) Interdição ou limitação à expansão urbanística em SUSCEPTIBILIDADE
zonas perigosas DO
TERRITÓRIO
c) Definição de utilizações dos terrenos consentâneas
com o grau de perigosidade que os caracteriza