A poema critica o líder político por deixar o povo sem moradia e esperança, questionando como ele consegue dormir à noite sabendo das dificuldades do povo e das vidas perdidas sob seu governo. O poeta convida o líder para uma conversa, mas sabe que ele não aceitaria para evitar responder perguntas incômodas.

1. Você Aí No Poder
Ei, você aí no poder.
Venha dar uma volta comigo
Podemos fingir ser bons amigos
E se der
Tento não lhe estranhar.
Finja
Ao menos desta vez
Que não é melhor que eu
Para que eu possa lhe perguntar.
Ei, você aí do Poder.
Gostaria de entender
O que sente ao saber
Do teu povo sem ter onde morar.
Que tipo de pai tu és
Dessa grande nação
Que deixa teus filhos
Sem esperança no olhar?
Ei, você aí no Poder.
Você poderia olhar em meus olhos?
Eu represento sonhos
Que são difíceis de realizar.

2. Deixe-me dizer
Eu conheço o trabalho duro
Que não se compara
Aos problemas que precisa lidar.
Eu conheço os cacos
E todos os estragos
Nas bombas que jogou
Para nos maltratar.
Ei, você aí no Poder.
Como andas de cabeça erguida
Com tantas vidas
Tão rápidas em suas partidas?
Lembrei-me também:
Esqueça o pão e o circo
Pois não é mais bonito
Tuas doces formas de nos driblar.
Ei, você aí no Poder.
Você nunca daria uma volta comigo
Pois as minhas perguntas
Seriam apenas para lhe torturar.