Ride the Storm: Navigating Through Unstable Periods / Katerina Rudko (Belka G...
Palestra – A arte do diálogo em Garcia de Orta
1. A Arte do Diálogo em
Garcia de Orta
Palmira Fontes da Costa
Universidade Nova de Lisboa
Garcia de Orta “450 anos dos Colóquios dos Simples”
Castelo de Vide, 4 de Maio de 2013
2. Homenagem a Garcia de Orta e a todos aqueles
—e foram muitos— que através dos seus estudos
permitiram conhecer melhor o significado da sua obra
Castelo de Vide, 4 de Maio de 2013
P. Fontes da Costa, Sinagoga de Castelo de Vide, Agosto 2012
5. Assinatura de Orta, 1538
In Augusto da Silva Carvalho
“Garcia de Orta”, 1934
Fernando ou Isaac de OrtaLeonor Gomes
CastelodeVide
Garcia de Orta ou Abraham de Orta
14. Alguns dos simples e drogas da Índia: pimenta,
cravo, gengibre, canela, nós moscada, açafrão, coco,
manga, maças da índia, árvore triste, ambar, marfim,
anacardo, cardomo, costo, predas preciosas, incenso
e mirra, datura, ópio, canabis, ………..
Beatriz da Costa (1974-2012) , “The Life Garden” as installed at Eyebeam C
The Life Garden is part of Beatriz’s Creative Capital-supported project, The
15. Colóquio nº 9, Benjoim
ORTA
E todas estas cousas me
custaram a saber o meu
dinheiro; porque quem foy
trazer estas folhas e estes páos
do mato foy muy bem paguo;
porque, alem do trabalho que
ha no mato de Malaca, ha
muyto perigo, por causa dos
tigres que andam nelle; e a
estes tigres chamam em
Malaca reimões (5)
Nota (5) FICALHO
Esta passagem é a mais
explicita de todo o livro, pelo
que diz respeito á feição
scientifica e botânica das
investigações de Garcia da
Orta. Vê-se que elle pagava a
collectores, os quaes lhe iam
procurar ao longe os
exemplares das plantas que
não podia observar
directamente. Procedia
exactamente como procederia
um botânico dos nossos dias,
reunindo e colleccionando
exemplares, que depois
estudava e classificava, quanto
então se podiam classificar.Castelo de Vide, 4 de Maio de 2013
16. Castelo de Vide, 4 de Maio de 2013
RUANO
Fazeyme tanta mercê que se este anno vos vier alguma
cousa nova de Malaca, em contrairo do que tendes dito,
que mo escrevais; e não vos pese de vos desdizer.
ORTA
Eu vos prometo que se Deos me der dias de vida, que
não deixo de escrever todos os annos hum corretorio, que
emende o que dixe, se ouver que emendar; e se fordes morar
a Gastella lá o podeis saber; porque a quem o eu escrever,
lhe escreverey que volo mande. (…)
Colóquio 9, Benjoim
17. “Cravos”, em Cristovão da Costa, Tratado delas drogas y
medicinas de las Indias Orientales, con sus plantas debuxadas al bivo
, 1578
18. Orta:
(...) muitos físicos Indianos fazem uns suadouros com cravo
e
noz, e maça e pimenta longa e preta, fazendo disto os
suadouros; e dizem que, com isto, se tira a sarna
castelhana.
Eu a vi também a físicos Portugueses, e não me parece
muito boa física. Algumas pessoas põem cá o cravo pisado
na testa, e dizem que se acham bem com ele para a dor
da cabeça, e que se lhe tira; e não é muito se a dor é de
causa fria. As mulheres prezam-se muito de mastigar cravo,
para lhe cheirar bem a boca, e não tão somente as
Indianas,
mas as Portuguesas.
CRAVO
19.
20. Ruano:
Começo, em nome de Deus, nas mezinhas e simples da índia não conhecidos nem
vistos de nós. Que é esta árvore que tão bem cheira desde que se põe o sol até que
sai? Me dizei se se usa dela em mezinha alguma ou em comer, porque para mim não
quero cheiro mais cordial, em especial quando de súbito entro onde está este árvore.
Orta:
Eu não vi esta planta em outros cabos da índia senão em Goa, e dizem que veio ela
de Malaca, e pôde ser que para se levar a outro cabo seja muito boa, e já daqui se
levou (mas foi perto de Goa) e prendeu bem; mas como digo não a vi pelo sertão
donde andei.
...
Orta
E porque vejais as parvoíces e fábulas desta gentilidade, dizem que esta árvore foi
filha de hum homem, grande senhor, chamado Parizataco; e que se namorou do sol, o
qual a deixou, depois de ter com ela conversação, por amores doutra; e ela se matou,
e foi queimada (como nesta terra se costuma) e da cinza se gerou este árvore, as
flores do qual esmorecem ao
sol, que em sua presença não parecem.
21. “Elefante”, em Cristovão da Costa, Tratado delas drogas y medicinas
de las Indias Orientales, con sus plantas debuxadas al bivo , 1578.
Rinoceronte oferecido ao Rei D. Sebastião
em 1577, no manuscrito Sumário dos Reis
de Portugal. (1579/ 2maravilha de Lisboa
1582: oferecida a Filipe II
24. Orta, Ruano, Antónia,
Servos,
Dr. Dimas Bosque, Dr.
Malupa
AUSÊNCIA REFERÊNCIA FAMÍLIA:
Mulher, duas filhas, outros membros
Castelo de Vide, 4 de Maio de 2013