O documento discute o cultivo e uso econômico do maracujá no Brasil. O maracujá é uma fruta tropical cultivada principalmente no nordeste brasileiro e usada industrialmente para sucos e polpas. Sua casca e sementes também podem ser aproveitadas economicamente. O consórcio do maracujá com o café traz benefícios econômicos aos produtores.
1. MARACUJÁ: UMA OPÇÃO ECONÔMICA
O maracujá é uma fruta de clima tropical.
O Brasil é o maior produtor de maracujá do mundo,
sendo Ceará, Bahia e Santa Catarina, respectivamente,
os maiores produtores.
A polpa é, ainda, utilizada na preparação de sorvetes,
vinhos, licores ou doces.
Estudos buscam o aproveitamento dos resíduos da
industrialização de suco (casca e sementes), que são
normalmente descartados e utilizados como ração
animal ou adubo orgânico.
O maracujazeiro possui propriedades calmantes,
hipnóticas, analgésicas e anti-inflamatórias.
Quase a totalidade da produção brasileira é da
variedade amarelo ou azedo, que tem melhor
aproveitamento industrial.
O maracujá roxo, de origem australiana, é o mais
difundido no comércio internacional “in natura”. No
Brasil é considerado uma fruta exótica e por possui
menor acidez é menos interessante à indústria de
sucos.
O maracujá doce é originário do Brasil. A polpa é
adocicada com forte e agradável odor, mais enjoativa
se utilizada na forma de suco, por isso, é consumido
exclusivamente na forma fresca.
2. MARACUJÁ: UMA OPÇÃO ECONÔMICA
CULTIVO
O plantio do maracujá deve ser feito,
preferencialmente, em regiões de baixa umidade
relativa, fotoperíodo de luz superior a 11 horas
(favorece o florescimento), ausência de geadas e
ventos fortes.
O maracujazeiro precisa de uma estrutura que o
sustente, porque seu caule é sem lenhoso e não permite
auto sustentação.
Essa estrutura é construída com mourões de
madeira e arame liso e é denominada espaldeira. Um
sistema de condução adequado deve propiciar boa
distribuição dos ramos, facilitar os tratos culturais e
permitir melhor insolação dos ramos produtivos.
A produção comercial tem início a partir do décimo
mês do plantio.
A produtividade média do maracujá-amarelo
está entre 12 a 15 t/ha/ano, podendo chegar, em áreas
irrigadas, até 30 a 35 t/ha/ano.
Devido à redução gradual da produtividade nas
lavouras, o maracujazeiro é explorado por dois ou três
anos apenas, sendo recomendado após esse período o
arranque das plantas, limpeza da área e novo plantio.
3. MARACUJÁ: UMA OPÇÃO ECONÔMICA
USOS E MERCADO
O maracujá é utilizado para consumo fresco, mas sua
maior importância econômica está na utilização para
fins industriais Sucos e polpas.
O suco possui alto valor nutritivo e excelentes
características organolépticas. A polpa pode ser, ainda,
utilizada na preparação de sorvetes, vinhos, licores ou
doces.
A casca de maracujá, que representa 40% a 50% do
peso da fruta, é considerada resíduo industrial, assim
como as sementes.
Das sementes pode ser extraído óleo de
aproveitamento industrial.
As sementes representam cerca de 6% a 12%
do peso total do fruto e podem ser fontes de carboidratos,
proteínas e minerais.
O percentual de óleo na semente de maracujá alcança
cerca de 25,7% do peso do farelo seco obtido e possui
elevado teor de ácidos graxos insaturados.
Tem um bom potencial para aproveitamento tanto na
alimentação humana e animal, como em uso para
indústria de cosméticos.
4. MARACUJÁ: UMA OPÇÃO ECONÔMICA
CONSÓRCIO ENTRE MARACUJÁ E CAFÉ
A cultura do café sofre grandes oscilações no
preço do grão no mercado ao longo do ano devido a
questões naturais, como falta ou excesso de chuva por
exemplo.
Alternativa: Diversificar a produção na propriedade.
O maracujá se trata de uma alternativa viável
para o consórcio com o café pois se adapta perfeitamente
em regiões tropicais e possui floração quase o ano todo
(cerca de 10 a 11 meses).
Benefícios do Consórcio Café e Maracujá
• Não há problema com falta de mercado.
• Cultura de retorno rápido Após o plantio cerca de 6 a 9
meses para começar a produzir.
Tipos de Consórcio
O consórcio ocorre em meio a uma área de café
já implantada, os produtores tem realizado essa técnica em
locais onde o rendimento do café já não está no seu auge.
Quando assim ocorre o produtor implanta os pés de maracujá
e utiliza os pés de café como base de sustentação para o
primeiro se desenvolver, assim o maracujá se beneficia da
estrutura nutricional do cafezal em sua fase de atividade,
além de economizar custos com arame e mourões.
Um dado interessante é que a renda obtida nesse
tipo de sistema pode ser utilizada para a implantação de uma
nova lavora de café.
5. MARACUJÁ: UMA OPÇÃO ECONÔMICA
PERFIL DE NEGÓCIO (Sebrae)
• Plantio de maracujá em 1 há;
• Produção média de 30 toneladas por hectare
(aproximadamente 20 meses de produção).
Investimento inicial
• O plano prevê desembolso inicial de R$15.900,00;
• Um dos maiores investimentos necessários na
implantação do maracujá é na construção de
espaldeiras, que não serão necessárias em caso de
consórcio com o café.
Faturamento
Produção média de 30 ton/há
Valor médio de R$1,45/kg
Lucro operacional
• Levando em consideração o investimento inicial, o
lucro operacional é de R$: 27.600,00;
• Resultando em R$: 1.380,00 por mês;
• Apresentando lucratividade de 63,45%
Taxa de retorno
• O retorno do investimento se dará em 11,5 meses após
a implantação.
R$: 43.500,00/ha