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MANUAL PARA A ELABORAÇÃO DO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
(TCC)
2010
Mariana
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
O que é o TCC? .................................................................................6
O que é uma monografia ...................................................................6
CAPÍTULO 2
Tipos de Pesquisa
Pesquisa Bibliográfica ........................................................................................9
Pesquisa Descritiva ............................................................................................ 9
Pesquisa Experimental ......................................................................................11
Pesquisa Exploratória .......................................................................................12
Roteiro para as pesquisas Descritiva e Experimental .......................12
CAPÍTULO 3
Metodologia da Pesquisa
Abordagem Quantitativa .................................................................................16
Abordagem Qualitativa ...................................................................................16
CAPÍTULO 4
As etapas da preparação de uma pesquisa
Escolha e delimitação do tema .........................................................................20
Seleção de métodos e técnicas .........................................................................22
- Levantamento bibliográfico ...................................................................23
- Apontamento e anotações ......................................................................25
Coleta e análise de dados – leitura e processos de leitura
- Pré-leitura ...............................................................................................27
- Leitura seletiva .......................................................................................27
- Leitura crítica ou reflexiva .....................................................................28
- Leitura interpretativa ..............................................................................29
Técnicas de coleta de dados
- Entrevista ......................................................................................................31
- Questionário .................................................................................................33
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3
- Formulário ....................................................................................................34
CAPÍTULO 5
Como elaborar um projeto de pesquisa?
- Título ..............................................................................................................36
- Introdução .......................................................................................................36
- Objetivos .........................................................................................................37
- Justificativa .....................................................................................................37
- Metodologia ....................................................................................................38
- Cronograma ....................................................................................................39
- Orçamento ......................................................................................................39
- Referências bibliográficas..............................................................................39
CAPÍTULO 6
As partes do relatório da pesquisa ......................................................41
CAPÍTULO 7
Como elaborar o conteúdo da Monografia
Elementos textuais: conteúdo do trabalho.........................................................46
- O uso da linguagem científica .........................................................................47
- Características da linguagem científica ...........................................................48
- Uso do vocabulário comum .............................................................................49
Como elaborar a introdução, o desenvolvimento e a conclusão da
Monografia
- Introdução ........................................................................................................50
- Desenvolvimento .............................................................................................53
- Conclusão ........................................................................................................57
CAPÍTULO 8
Elementos de apoio ao texto: Normas da “ABNT” ...........................61
CAPÍTULO 9
Exemplo prático de Monografia ........................................................95
CAPÍTULO 10
Informações NUPE/FEMAR..............................................................124
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CAPÍTULO 11
Referências bibliográficas ........................................................................126
CAPÍTULO 12
Bibliografia complementar .......................................................................127
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APRESENTAÇÃO
Estamos no século vinte e um e o mundo tem passado por mudanças muito
rápidas, como jamais vimos. O aumento da tecnologia, a ampliação cada vez mais
crescente dos meios de comunicação, o surgimento de novas formas de trabalho e de
estudo são resultados de uma geração que tem buscado cada vez mais a ampliação de
seus conhecimentos.
Essas mudanças ocorreram e têm ocorrido porque, justamente, em algum
momento da história, alguém se dispôs a pesquisar e a conhecer, para tentar
compreender o mundo que o cerca e nele interferir, contribuindo significativamente para
o desenvolvimento de novos saberes, novas tecnologias, novas formas de ver o mundo e
os fenômenos que nele ocorrem.
Sabemos que muitos desses conhecimentos produzidos e das novas técnicas
desenvolvidas trouxeram mudanças consideráveis para a vida no planeta, assim como
sabemos que também houve aqueles que produziram conhecimentos que resultaram em
problemas para a vida na terra.
Apesar de haver pontos negativos, o nosso foco é justamente sobre os benefícios
que o conhecimento pode trazer à vida em comunidade, ao ambiente de trabalho, à
sociedade como um todo. Para proporcionarmos mudanças na sociedade é preciso
conhecer e para conhecer é preciso pesquisar.
O conhecimento pressupõe a pesquisa e é justamente a pesquisa como fonte de
conhecimento e de interferência positiva na sociedade que é o nosso foco.
Esse Manual trata justamente da elaboração de pesquisa e, conseqüentemente,
da produção de conhecimento que possa ser positivo para o ambiente de trabalho, para
as relações humanas, para a sociedade em geral. E nada melhor que o ambiente
acadêmico para realizar tal intento, haja vista que é na academia que se produz o maior
número de pesquisas que tem proporcionado bons resultados à sociedade.
Desse modo, é na elaboração do seu projeto de pesquisa e na realização de sua
pesquisa que, você, prezado aluno, poderá contribuir com a sociedade brasileira, ao
compreender a realidade que o cerca e assim poder propor mudanças e melhorias, pois,
afinal, devemos sempre buscar melhorar o meio que nos cerca e aprimorar nossa visão
sobre ele.
Esperamos que esse Manual possa contribuir enormemente para a produção de
conhecimentos, que serão úteis para a academia enquanto produtora de conhecimentos,
mas, principalmente, para a nossa sociedade, que necessita de pessoas capacitadas e
com competência para analisá-la, compreendê-la e proporcionar mudanças
significativas.
Juçara Moreira Teixeira
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CAPÍTULO 1
I – O QUE É O TCC?
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é requisito necessário para a obtenção
do título de Bacharel em Administração e consiste na elaboração de uma Monografia,
resultante de uma pesquisa de caráter científico, que verse sobre algum tema estudado
por você durante a graduação e/ou de uma observação surgida durante o seu período de
estágio.
Por ser uma Monografia, esta deve obedecer a algumas regras instituídas quanto
à sua elaboração. Entretanto, antes de elaborar a Monografia propriamente dita – que
será entregue no 8° período –, você deverá apresentar um Projeto ou Plano de trabalho –
no 7° período – indicando qual é o tema que você objetiva pesquisar, de onde surgiu
esse tema, o que ele apresenta de novo em relação à bibliografia existente, qual a
relevância do estudo desse tema para a área da Administração, qual o procedimento de
pesquisa, quais dados serão analisados, a qual objetivo se pretende chegar, entre outras
questões que serão explicadas com mais profundidade ao longo desse Manual.
II – O QUE É UMA MONOGRAFIA?
De acordo com Oliveira (1999), a palavra Monografia, em sua origem, significa
“trabalho escrito sobre um único tema”(p.235). Isso quer dizer que, ao elaborar uma
Monografia, torna-se necessário delimitar um determinado tema com o qual se deseja
trabalhar.
Oliveira (1999) afirma que “uma pesquisa sobre a caracterização dos escritos
científicos mostra que Salvador (1977: 32) apresenta a conceituação de Monografia
segundo alguns autores:
A monografia é um estudo científico de uma questão bem determinada e
limitada, realizado com profundidade e de forma exaustiva. (Rafael Farina)
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É um trabalho sistemático e completo sobre um assunto particular, usualmente
pormenorizado no tratamento, mas não extenso no alcance. (American Library
Association)”
Pelos trechos citados acima podemos concluir, de modo simplificado, que a
monografia é o resultado de uma pesquisa sobre um determinado tema. Esse tema
deverá ser pesquisado exaustivamente, a fim de saber se já foi dito algo sobre ele, quais
posicionamentos que existem a respeito do assunto, quais dados podem auxiliar na
confirmação de sua hipótese. Também é um trabalho sistemático, isto é, um trabalho
bem organizado, com suas partes interdependentes, que exige um roteiro para ser
seguido passo a passo até a conclusão da pesquisa.
Para realizar tal feito não é necessário um “tratado enorme” sobre o tema
escolhido, mas apenas o necessário que mostre que a pesquisa é bem feita, fruto de um
trabalho cuidadoso de coleta e análise de dados relevantes. É exatamente por isso que
foi dito na citação acima que a monografia não é um trabalho extenso no alcance.
Portanto, não se deve confundir uma pesquisa bem organizada, que segue todo um
planejamento prévio e que faz uma análise científica cuidadosa, com uma extensão
desregrada, usada apenas para “embromar” o avaliador do trabalho.
A seguir, são expostas algumas considerações feitas por Oliveira (1999) sobre a
elaboração de uma monografia:
A - a monografia não é:
- repetir o que já foi dito por outro, sem se apresentar nada de novo ou em
relação ao enfoque, ao desenvolvimento ou às conclusões;
- responder a uma espécie de questionário; não é executar um trabalho
semelhante ao que se faz em um exame ou deveres escolares;
- manifestar meras opiniões pessoais, sem fundamentá-las com dados
comprobatórios logicamente correlacionados e embasados em raciocínio;
- expor idéias demasiado abstratas, alheias tanto aos pensamentos,
preocupações, conhecimentos ou desejos pessoais do autor da monografia
como de sua particular maturidade psicológica e intelectual;
- manifestar uma erudição livresca, citando frases irrelevantes, não
pertinentes e mal-assimiladas, ou desenvolver perífrases sem conteúdo ou
distanciadas da particular experiência de cada caso.
B - a monografia é:
- um trabalho que observa e acumula observações;
- organiza essas informações e observações;
- procura as relações e regularidades que podem haver entre elas;
- indaga sobre os seus porquês;
- utiliza de forma inteligente as leituras e experiências para comprovação;
- comunica aos demais seus resultados.
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C - as afirmações científicas componentes de uma monografia:
- expressam uma descoberta verdadeira;
- apresentam provas. Para muitos, é a comprovação que distingue o científico
daquele que não é. Em conseqüência, pode-se afirmar que a maior arte de
uma investigação científica consiste na procura de provas conclusivas;
- pretendem ser objetivas, ou seja, independentes do pesquisador que as
apresenta: qualquer outro investigador deve poder encontrar o mesmo
resultado, isto é, verificar as informações ou, com o seu trabalho, refutá-las
ou modificá-las;
- possuem uma formulação geral. A ciência procura, classifica e relaciona
fatos ou fenômenos com a intenção de encontrar os princípios gerais que os
governam;
- são, geralmente, sistemáticas, portanto ordenadas segundo princípios
lógicos;
- expõe interpretações e relações entre os fatos-fenômenos assim como suas
regularidades. (p.237-238)
Para proceder à elaboração de sua monografia você precisa escolher um
determinado assunto (tema) que será objeto de sua pesquisa. Tanto a escolha do tema
quanto o planejamento e a elaboração da pesquisa deverão seguir alguns passos, como
os explicitados a seguir, compilados de Marconi e Lakatos (2003) e Oliveira (1999).
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CAPÍTULO 2
1 – TIPOS DE PESQUISA1
1.1 - Pesquisa Bibliográfica
Você tem um problema a ser investigado (que é o tema da sua pesquisa) e, para
investigar e encontrar respostas para esse problema, você precisará de referências
teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses, que serão a sua pesquisa
bibliográfica.
A pesquisa bibliográfica pode ser realizada independentemente ou como parte da
pesquisa descritiva ou experimental.
Em ambos os casos, você irá pesquisar todo o material disponível que dê
contribuição para o assunto, tema ou problema do qual você está tratando.
Todo o procedimento da pesquisa bibliográfica está descrito no item
“Levantamento bibliográfico”.
1.2 - Pesquisa Descritiva
A pesquisa descritiva observa, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos
(variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir, com a maior precisão possível, a
freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua
natureza e suas características. Busca conhecer as diversas situações e relações que
ocorrem na vida social, política e demais aspectos do comportamento humano, tanto do
indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas.
A pesquisa descritiva desenvolve-se, principalmente, nas ciências humanas e
sociais, abordando aqueles dados e problemas que merecem ser estudados, mas cujo
registro não consta de documentos. Os dados, por ocorrerem em seu hábitat natural,
1
Texto retirado na íntegra de CERVO, Amado Luís; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto.
Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.p. 60-64.
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precisam ser coletados e registrados ordenadamente para seu estudo propriamente dito.
A pesquisa descritiva pode assumir diversas formas, entre as quais se destacam:
a) Estudos descritivos: trata-se do estudo e da descrição das características,
propriedades ou relações existentes na comunidade, grupo ou realidade pesquisada. Os
estudos descritivos, assim como os exploratórios, favorecem, na pesquisa mais ampla e
completa, as tarefas de formulação clara do problema e da hipótese como tentativa de
solução. Comumente se incluem nesta modalidade os estudos que visam a identificar as
representações sociais e o perfil de indivíduos e grupos, como também os que visam a
identificar estruturas, formas, funções e conteúdos.
b) Pesquisa de opinião: procura saber atitudes, pontos de vista e preferências das
pessoas a respeito de algum assunto com o objetivo de tomar decisões. A pesquisa de
opinião abrange uma faixa muito grande de investigações que visam a identificar falhas
ou erros, descrever procedimentos, descobrir tendências, reconhecer interesses e outros
comportamentos. Esta modalidade da pesquisa é a mais divulgada pelos meios de
comunicação, pois permite tratar de temas do cotidiano, como intenções de voto, de
compra e de consumo; verificar tendências de opinião pública; criar, por meio da
manipulação de dados, opiniões contra ou a favor de temas polêmicos, como aborto,
pena de morte, redução da idade penal etc.
c) Pesquisa de motivação: busca saber as razões inconscientes e ocultas que
levam, por exemplo, o consumidor a utilizar determinado produto ou que determinam
certos comportamentos e atitudes.
d) Estudo de caso: é a pesquisa sobre determinado indivíduo, família, grupo ou
comunidade que seja representativo de seu universo, para examinar aspectos variados de
sua vida.
e) Pesquisa documental: são investigados documentos com o propósito de
descrever e comparar usos e costumes, tendências, diferenças e outras características.
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As bases documentais permitem estudar tanto a realidade presente como o
passado, com a pesquisa histórica.
Em síntese, a pesquisa descritiva, em suas diversas formas, trabalha sobre
dados ou fatos colhidos da própria realidade.
A coleta de dados aparece como uma das tarefas características da pesquisa
descritiva. Para viabilizar essa importante operação de coleta de dados são utilizados
como principais instrumentos, a observação, a entrevista, o questionário e o formulário.
A coleta e o registro de dados, porém, com toda a sua significação, não constituem, por
si sós, uma pesquisa, mas sim técnicas específicas para a consecução dos objetivos da
pesquisa. Seja qual for seu tipo, a pesquisa resulta da execução de inúmeras tarefas,
desde a escolha do assunto até o relatório final, o que também implica a adoção
simultânea e consecutiva de variadas técnicas em uma pesquisa.
1.3 – Pesquisa Experimental
A pesquisa experimental caracteriza-se por manipular diretamente as variáveis
relacionadas com o objeto de estudo. Nesse tipo de pesquisa, a manipulação das
variáveis proporciona o estudo da relação entre as causas e os efeitos de determinado
fenômeno. Com a criação de situações de controle, procura-se evitar a interferência de
variáveis intervenientes. Interfere-se diretamente na realidade, manipulando-se a
variável independente a fim de observar o que acontece com a dependente.
Enquanto a pesquisa descritiva procura classificar, explicar e interpretar os
fenômenos que ocorrem, a pesquisa experimental pretende dizer de que modo ou por
que o fenômeno é produzido. Para atingir esses resultados, o pesquisador deve fazer uso
de aparelhos e instrumentos que a técnica moderna coloca a seu alcance ou de
procedimentos apropriados e capazes de tornar perceptíveis as relações existentes entre
as variáveis envolvidas no objeto de estudo.
Convém esclarecer que a pesquisa experimental não se resume a pesquisas
realizadas em laboratório, assim como a descritiva não se resume a pesquisas de campo.
Os termos de campo e de laboratório indicam apenas o contexto em que elas se
realizam. Uma pesquisa pode ser experimental tanto em contexto de campo quanto de
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laboratório. O mesmo acontece com a descritiva. Pode-se dizer que, no contexto de
laboratório, realizam-se mais pesquisas de natureza experimental.
1.4 – Pesquisa exploratória
A pesquisa exploratória, designada por alguns autores como pesquisa quase
científica ou não científica, é normalmente o passo inicial no processo de pesquisa pela
experiência e um auxílio que traz a formulação de hipóteses significativas para
posteriores pesquisas. A pesquisa exploratória não requer a elaboração de hipóteses a
serem testadas no trabalho, restringindo-se a definir objetivos e buscar mais
informações sobre determinado assunto de estudo. Tais estudos têm por objetivo
familiarizar-se com o fenômeno ou obter uma nova percepção dele e descobrir novas
idéias.
A pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir
as relações existentes entre seus elementos componentes. Esse tipo de pesquisa requer
um planejamento bastante flexível para possibilitar a consideração dos mais diversos
aspectos de um problema ou de uma situação. Recomenda-se a pesquisa exploratória
quando há pouco conhecimento sobre o problema a ser estudado.
2 – ROTEIRO PARA AS PESQUISAS DESCRITIVA E
EXPERIMENTAL
Obs.: Muitas indicações presentes nesse roteiro poderão ser usadas na confecção do
projeto e na apresentação do relatório final.
As pesquisas descritiva e experimental, embora percorram as diversas fases da
pesquisa bibliográfica, apresentam algumas características próprias. O roteiro abaixo,
que pretende adaptar os passos das pesquisas descritiva e experimental as fases da
pesquisa bibliográfica, poderá servir de orientação para a execução de trabalhos dessa
natureza.
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a) Escolha do tema: deve-se escolher um tema que seja significativo e
adequado ao interesse, ao nível de formação e às reais condições de
trabalho do pesquisador. Constitui dificuldade adicional para o
estudante pretender trabalhar com temas com os quais não tenha
afinidade ou que não despertem motivação ou interesse.
b) Delimitação do tema: dentro de um mesmo tema, deve-se selecionar
um tópico para ser estudado e analisado em profundidade, tornando-o
viável de ser pesquisado. Evite temas amplos que resultem em
trabalhos superficiais.
c) Justificativa da escolha: o aluno deve mostrar as razões da preferência
pelo assunto escolhido e sua importância diante de outros temas.
(No relatório de pesquisa, os itens descritos acima constam da
introdução.)
d) Revisão da literatura especializada: é a realização de uma pesquisa
bibliográfica que visa a identificar, localizar, ler, analisar e anotar os
principais tópicos da literatura especializada sobre a questão
delimitada. Tal estudo preliminar e sintético trará informações sobre a
situação atual do problema, sobre os trabalhos já realizados a respeito
e sobre opiniões existentes, o que constitui o estado da arte sobre a
questão. Esses conhecimentos prévios auxiliarão o investigador nos
demais passos para o planejamento do projeto de pesquisa.
e) Formulação do problema: deve-se redigir, de forma interrogativa,
clara, precisa e objetiva, o tópico que se tornará o objeto de estudo da
pesquisa. O problema levantado deve expressar uma relação entre duas
ou mais variáveis. A elaboração clara do problema é fruto de revisão
da literatura e de reflexão pessoal.
f) Enunciado da hipótese: a hipótese, como resposta e explicação
provisória, relaciona as duas ou mais variáveis do problema levantado.
A hipótese deve ser testável e responder ao problema, ainda que de
forma provisória. Nos trabalhos escolares e acadêmicos, é conveniente
que o número de hipóteses seja reduzido.
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g) Amostragem: a pesquisa procura estabelecer generalizações a partir de
observações em grupos ou conjuntos de indivíduos chamados de
população ou universo. População pode referir-se a um conjunto de
pessoas, de animais ou de objetos que representem a totalidade de
indivíduos que possuam as mesmas características definidas para um
estudo. A pesquisa, porém, é feita com uma parte representativa da
população, denominada amostra, e não com a totalidade dos
indivíduos. Amostragem é, pois, a coleta de dados de uma parte da
população, selecionada segundo critérios que garantam sua
representatividade (SELLTIZ, 1976, p.571).
h) Instrumentos: no projeto de pesquisa, devem-se indicar as técnicas a
serem usadas para a coleta de dados, como a entrevista, o questionário
e o formulário, anexando-se ao projeto um modelo do instrumento a
ser utilizado. Quando se tratar de pesquisa experimental, devem ser
descritos os instrumentos e materiais ou as técnicas a serem usadas.
i) Procedimentos: em pesquisas descritivas faz-se a descrição detalhada
de todos os passos da coleta e do registro dos dados (quem? quando?
onde? como?). Descrevem-se ainda as dificuldades, as preocupações, a
supervisão e o controle. Na pesquisa experimental, é detalhada a forma
usada para fazer a observação, a manipulação da variável
independente, o tipo de experimento, o uso ou não de grupo de
controle e a maneira do registro dos resultados. No relatório, os dados
são apresentados depois de classificados sob forma descritiva e, de
preferência, em tabelas, quadros ou gráficos. Os dados devem
explicar-se por si mesmos a fim de não exigirem do leitor exames
exaustivos que o obriguem a um grande esforço interpretativo.
j) Análise dos dados: depois de coletados e tabulados os dados e
expostos em tabelas de forma sintética, eles devem ser submetidos ou
não, conforme o caso, ao tratamento estatístico. (MARINHO, 1980,
p.66). Todas as informações reunidas nos passos anteriores devem ser
comparadas entre si e analisadas. A análise, a partir da classificação
ordenada dos dados, do confronto dos resultados das tabelas e das
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provas estatísticas, quando empregadas, procura verificar a
comprovação ou não das hipóteses de estudo.
k) Discussão dos resultados: é a generalização dos resultados obtidos
pela análise. Na discussão, o pesquisador deve fazer as inferências e
generalizações cabíveis, com base nos resultados alcançados. Os
resultados também devem ser discutidos e comparados com
afirmações e posições de outros autores. Finalmente, aspectos
paralelos revelados pela pesquisa devem ser abordados e comentados.
l) Conclusão: deve apresentar um resumo dos resultados mais
significativos da pesquisa e sintetizar os resultados que conduzirão à
comprovação ou à rejeição da hipótese de estudo; deve fazer as
inferências que os dados alcançados permitem e indicar os aspectos
que mereçam mais estudo e aprofundamento.
m) Referência bibliográfica: são as referências bibliográficas que
serviram de embasamento teórico e que serão apresentadas segundo as
normas da ABNT, conforme será visto mais adiante.
n) Anexos: são constituídos de elementos complementares, como
questionários e outras fichas de observação e registro utilizadas no
trabalho, que auxiliam a análise do leitor da pesquisa. 2
2
O item 2 foi retirado na íntegra de: CERVO, Amado Luís; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto.
Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p.65-67.
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CAPÍTULO 3
2 – METODOLOGIA DA PESQUISA
2.1 – Abordagem Quantitativa
A abordagem quantitativa e a qualitativa são dois métodos diferentes pela sua
sistemática, e, principalmente, pela forma de abordagem do problema que está sendo
objeto de estudo, precisando, dessa maneira, estar adequado ao tipo de pesquisa que se
deseja desenvolver. Entretanto, é a natureza do problema ou seu nível de
aprofundamento que irá determinar a escolha do método.
O quantitativo, conforme o próprio termo indica, significa quantificar opiniões,
dados, nas formas de coleta de informações, assim como também com o emprego de
recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples, como percentagem, média, moda,
mediana e desvio padrão, até as de uso mais complexo, como coeficiente de correlação,
análise de regressão etc., normalmente usadas em defesas de teses.
O método quantitativo também é empregado no desenvolvimento das pesquisas
de âmbito social, econômico, de comunicação, mercadológicas, de opinião, de
administração, representando, em linhas gerais, uma forma de garantir a precisão dos
resultados, e evitando com isso distorções de análise e interpretações.
2.2 – Abordagem Qualitativa
Com relação ao emprego do método ou abordagem qualitativa esta difere do
quantitativo pelo fato de não empregar dados estatísticos como centro do processo de
análise de um problema. A diferença está no fato de que o método qualitativo não tem a
pretensão de numerar e medir unidades ou categorias homogêneas.
São vários os autores que não estabelecem qualquer distinção entre os métodos
quantitativo e qualitativo, tendo em vista que a pesquisa quantitativa também é
qualitativa.
(...) A pesquisa qualitativa tem como objetivo situações complexas ou
estritamente particulares.
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As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de
poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a
interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos
experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança,
criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de
profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos
indivíduos.
Existem situações de pesquisas que envolvem conotações qualitativas, na
opinião de vários cientistas sociais, em pelo menos três aspectos:
1. Situações em que se evidencia a necessidade de substituir uma
simples informação estatística por dados qualitativos. Isto se aplica,
principalmente, quando se trata de investigação sobre fatos do
passado ou estudos referentes a grupos dos quais se dispõe de pouca
informação.
2. Situações em que observações qualitativas são usadas como
indicadores do funcionamento de estruturas sociais.
3. Situações em que se manifesta a importância de uma abordagem
qualitativa para efeito de compreender aspectos psicológicos, cujos
dados não podem ser coletados de modo completo por outros
métodos devido à complexidade que envolve a pesquisa. Neste caso,
temos estudos dirigidos à análise de atitudes, motivações,
expectativas, valores, opinião etc. (ver Parte IV)
A abordagem qualitativa nos leva, entretanto, a uma série de leituras sobre o
assunto da pesquisa, para efeito da apresentação de resenhas, ou seja, descrever
pormenorizada ou relatar minuciosamente o que os diferentes autores ou especialistas
escrevem sobre o assunto e, a partir daí, estabelecer uma série de correlações para, ao
final, darmos nosso ponto de vista conclusivo.3
3- Texto retirado na íntegra de: OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Tratado de Metodologia Científica – Projetos
de Pesquisas, TGI, TCC, Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,
2002. p. 114 – 117.
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Veja abaixo uma breve comparação entre o método quantitativo e o método
qualitativo, conforme exposto pela empresa Opinião Consultoria (2006)4
.
Método Quantitativo
Nos estudos quantitativos o principal objetivo é a avaliação de uma população, do
ambiente de mercado ou de um fenômeno. Os resultados obtidos são indicadores
numéricos que refletem a realidade do universo em questão. Esses resultados são
expressos por meio de números absolutos, proporções ou taxas. Por exemplo: a
distribuição de consumo de energia elétrica de uma população, a renda média dos
moradores de um bairro, a proporção de eleitores de um candidato, o número de
compradores de celular num determinado período de tempo, a população que deseja
adquirir determinado produto ou serviço, etc. Entre suas características destacam-se:
» Definição de amostras representativas do universo;
» Utilização de questionários estruturados com questões abertas e/ou fechadas;
» Utilização de métodos de coleta por meio de entrevista pessoal, por telefone, mala-
direta (correio e/ou internet) ou domiciliar;
» Possibilita análises estatísticas.
Método Qualitativo
O método qualitativo busca responder os "porquês", investigar conceitos, motivações e
sentimentos que antecedem ou estão presentes no comportamento do indivíduo e na
formação das representações sociais. Tem como características:
» Relatórios analíticos elaborados a partir do discurso produzido pelos entrevistados;
» Propiciar um estudo mais aprofundado de determinadas variáveis que a técnica
quantitativa não consegue captar;
» Utiliza técnica de Grupo de Discussão, Grupo Focal e Entrevistas em Profundidade;
» Cliente Secreto / Mistery Shopper: caracteriza-se por uma simulação na qual o
analista se passa por um consumidor para avaliar/testar produtos ou serviços da
empresa.
4
A partir desse parágrafo até o final desse capítulo, todo o conteúdo exposto foi retirado de: Opinião
Consultoria. Métodos de Pesquisa. Disponível em: <www.opiniaoconsultoria.com.br>. Acesso em: 06
agosto 2007.
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Quadro Comparativo
... Quantitativa ... Qualitativo
Objetivo Subjetivo
Testa a Teoria Desenvolve a teoria
Redução, Controle e Precisão
Descoberta, descrição, compreensão,
interpretação partilha
Mecanicista: partes são iguais ao todo
Organicista: o todo é mais do que as
partes
Possibilita análises estatísticas
Possibilita narrativas ricas,
interpretações individuais
Os elementos básicos da análise são os
números
Os elementos básicos da análise são
palavras e idéias
O pesquisador mantém distância do
processo
O pesquisador participa do processo
Independe do contexto Depende do contexto
Teste de hipóteses Gera idéias e questões para pesquisa
O raciocínio é lógico e dedutivo O raciocínio é dialético e indutivo
Estabelece relações, causas Descreve os significados, descoberta
Busca generalizações Busca particularidades
Preocupa-se com a quantidade
Preocupa-se com a quantidade das
informações e respostas
Utiliza instrumentos específicos Utiliza a comunicação e observação
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CAPÍTULO 4
4 - AS ETAPAS DA PREPARAÇÃO DE UMA PESQUISA
Antes de iniciar o seu projeto de pesquisa e de realizar a pesquisa propriamente
dita, você deverá adotar alguns procedimentos, tais como:
1) Primeiramente, a escolha e a delimitação do tema.
2) Após a escolha do tema, você irá indicar quais os objetivos que você pretende
atingir e quais os métodos e as técnicas que serão utilizadas na pesquisa para atingir os
seus objetivos e responder ao tema da pesquisa, para só então partir para o próximo
passo: a elaboração do seu projeto de pesquisa.
Isso porque, para proceder à elaboração do projeto, você precisa ter em mente o
que deseja pesquisar (o tema e a delimitação do tema), para quê (objetivos), por quê
(justificativa) e como deseja pesquisar esse tema (métodos a serem utilizados).
Veja abaixo a explicação dos tópicos acima:
4.1 – ESCOLHA E DELIMITAÇÃO DO TEMA:
O tema da pesquisa é a designação do problema (prático) e da área do
conhecimento a serem observados.
A escolha do tema poderá se dar a partir de uma análise de um assunto já
estudado, mas que precisa de maiores explicações, ou que ainda não foi abordado pela
área do conhecimento na que você deseja pesquisar.
Por exemplo, podemos imaginar uma pesquisa sobre o tema: “Os acidentes de
trabalho nas indústrias de São Paulo”.
Esse tema poderá ser estudado por vários ângulos:
1) Qual o tipo de empresa que será analisada?(De alimentos? De calçados? De
minério?)
2) Qual o tipo de acidente? (em uma única empresa, vários tipos poderão ser
identificados)
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3) Qual o tipo de abordagem que será dada? (No exemplo acima, poderão ser
feitas pesquisas nas mais diversas áreas do conhecimento como, por exemplo, nas áreas
de psicologia do trabalho, tecnologia, ergonomia e direito trabalhista).
4) O que se busca com a pesquisa? (Apenas compreender os motivos e a
gravidade dos acidentes ou propor formas de redução dos acidentes?)
Como se pode ver, a respeito de um mesmo tema podem ser identificadas várias
possibilidades de pesquisa. Assim, ao escolher um tema, você deverá delimitá-lo, isto é,
definir de modo bem preciso quais os aspectos que você irá abordar, qual o enfoque que
será dado (por exemplo, na área da Administração, qual campo dessa área será utilizado
para a abordagem que se propõe?) e os resultados que você deseja alcançar.
Você poderá formular o problema de modo a fazer uma pesquisa descritiva, isto
é, fazer uma análise sobre as condições de trabalho na empresa x, a partir de estudos de
campo, entrevistas, etc., a fim de buscar explicações para as causas dos acidentes, assim
como poderá ser uma pesquisa normativa, ou seja, você poderá propor uma pesquisa
que tenha como objetivo analisar as condições de trabalho, mas com o intuito de propor
formas de melhoria e redução dos problemas detectados.
Poderá também juntar as duas perspectivas, a descritiva e a normativa,
dependendo da complexidade do assunto a ser abordado.
Após essa etapa, é feita a escolha de uma teoria para embasar a pesquisa, dentre
as diversas existentes na área que se pretende pesquisar. Para isso, deverá ser feita uma
pesquisa sobre a bibliografia existente sobre o tema, procurando enquadrar a sua
pesquisa na teoria e no método de abordagem mais apropriado para a pesquisa proposta
e que seja condizente com seu interesse.
Na pesquisa bibliográfica você poderá contar com o auxílio de um professor
orientador e também deverá estar munido de conhecimentos básicos necessários à
iniciação da pesquisa.
A escolha do tema responde à pergunta: “O que será explorado?”
Ao delimitar o tema a ser pesquisado, você se deparará com um problema (ou
vários) a ser investigado. Esse problema requer alguns procedimentos que são
necessários para a boa execução da pesquisa. Para isso deverão ser adotados alguns
procedimentos, conforme transcrito de Oliveira (1999: p.107):
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Procedimentos para avaliar o problema:
Escolher um problema que chame a atenção e precise de resposta.
Recompilar as informações relacionadas ao problema.
Analisar a relevância das informações.
Estudar possíveis relações entre as informações que possam contribuir e
esclarecer o problema.
Propor diversas explicações – hipóteses – para as causas do problema.
Estabelecer a relevância das aplicações, utilizando como método a
observação e a análise.
Procurar relações entre as explicações que procuram contribuir para
solucionar o problema.
Procurar relações entre os dados e as explicações.
Analisar.
As respostas ou explicações vêm por intermédio da observação, do experimento
e da pesquisa de campo com o emprego de entrevistas e questionários, quando se trata
de uma pesquisa de opinião (abordagem quantitativa).
Responde às perguntas: O que? Como? (Marconi & Lakatos, 2003: p.160)
4.2 – SELEÇÃO DE MÉTODOS E TÉCNICAS
Após a delimitação do tema e a verificação de um problema (ou mais problemas)
a ser investigado, você deverá partir para o levantamento de bibliografia e de dados para
embasar a sua pesquisa. Além disso, você deverá indicar quais as técnicas de pesquisa
que você utilizará: pesquisa bibliográfica, questionários, análise de documentos, etc.
Marconi e Lakatos assim observam:
A seleção do instrumental metodológico está, portanto, diretamente
relacionada com o problema a ser estudado; a escolha dependerá dos vários
fatores relacionados com a pesquisa, ou seja, a natureza dos fenômenos, o
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objeto da pesquisa, os recursos financeiros, a equipe humana e outros
elementos que possam surgir no campo da investigação.
Tanto os métodos quanto as técnicas devem adequar-se ao problema a ser
estudado, às hipóteses levantadas e que se queira confirmar, ao tipo de
informantes com que se vai entrar em contato.
Nas investigações, em geral, nunca se utiliza apenas um método ou uma
técnica, e nem somente aqueles que se conhece, mas todos os que forem
necessários ou apropriados para determinado caso. Na maioria das vezes, há
uma combinação de dois ou mais deles, usados concomitantemente. (2003, p.
163)
O primeiro passo é fazer a pesquisa bibliográfica para te orientar na escolha dos
outros métodos. Essa pesquisa bibliográfica deverá seguir os seguintes passos,
conforme Cervo, Bervian e Silva (2007):
4.2.1 - Levantamento bibliográfico5
Praticamente todo o conhecimento humano pode ser acessado nos livros ou em
impressos que se encontram nas bibliotecas. A pesquisa bibliográfica tem como
objetivo encontrar respostas aos problemas formulados, e o recurso utilizado para isso é
a consulta dos documentos bibliográficos. (...)
Na pesquisa bibliográfica, a fonte de informações, por excelência, estará sempre
na forma de documentos escritos, estejam eles impressos ou depositados em meios
magnéticos ou eletrônicos. (...)
Quanto à sua natureza, os documentos bibliográficos podem ser:
a) Primários: quando coletados em primeira mão, como pesquisa de
campo, testemunho oral, depoimentos, entrevistas, questionários,
laboratórios.
b) Secundários: quando colhidos em relatórios, livros, revistas, jornais e
outras fontes impressas, magnéticas ou eletrônicas.
c) Terciários: quando citados por outra pessoa.
5 - A partir desse tópico até o tópico 4.3.4, o texto foi retirado na íntegra de: CERVO, Amado Luís;
BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2006. p.79-86.
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Quanto às formas de apresentação e de armazenamento, os documentos escritos
podem ser:
a) Impressos: atas de reuniões, atlas, Bíblias, biografias, bulas (remédios,
cartões-postais, coleções, constituições, convênios, fac-símiles, decisões
judiciais, dicionários, dissertações e teses, enciclopédias, fascículos, fotografias,
jornais, leis e decretos, livros, mapas e globos, microfichas, monografias,
relatórios oficiais, relatórios técnico-científicos, resenhas, revistas, etc.
b) Meios magnéticos e eletrônicos: arquivos em disquete, bases de dados
em CD-ROM, boletins eletrônicos (BBS), e-mails, FTPs, discos, discos
compactos (CD – compact disc), fitas gravadas, homepages, filmes e vídeos,
listas de discussões, microfilmes, slides (dispositivos) etc.
c) Reuniões científicas: congressos, jornadas, reuniões, conferências,
workshops etc.
d) Notas de aula.
(...)
Nos primeiros passos da consulta o pesquisador necessita de informações gerais
sobre o assunto que deve desenvolver. Essas informações podem ser encontradas em
verbetes de dicionários especializados, enciclopédias e em manuais. Estes o remeterão
aos tratados completos, isto é, às obras que abordam e desenvolvem amplamente o
assunto. Se necessitar de um estudo atualizado e recente, o estudante deve preferir
procurar artigos em revistas especializadas. Se necessitar de notícias ou crônicas da
atualidade deve privilegiar as seções especializadas dos jornais e das revistas semanais.
Após localizar a bibliografia necessária à sua pesquisa, o estudante deve proceder à
leitura de reconhecimento, examinado a capa, a contracapa, as orelhas, a folha de rosto,
o sumário, a bibliografia, a introdução e o prefácio dos livros. Esses elementos
fornecem uma idéia sobre o tema, o autor e o contexto em que foi produzida a obra que
serão a matéria-prima da pesquisa. Não se trata, pois, no início, de um estudo exaustivo
da documentação, mas apenas de um rápido exame.
Nessa fase do levantamento, deve-se fazer, pelo menos, a identificação e localização
de toda a bibliografia necessária para o trabalho, até para saber o que há disponível na
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biblioteca de sua instituição, o que precisa ser adquirido, o que precisa ser fotocopiado e
o que o estudante tem em seu próprio acervo. A medida que os documentos que
interessam ao assunto são identificados e localizados pela leitura de reconhecimento,
deve-se anotar as referências bibliográficas. Em outros termos, procede-se à elaboração
preliminar da bibliografia do próprio trabalho. A bibliografia para uso do pesquisador
deve estar relacionada com o plano de assunto, de sorte que corresponda às suas partes
constitutivas. Faz-se, pois, a seleção desse material com vistas ao tema ou ao aspecto
que se quer focalizar.
Chega então o momento da leitura, análise e interpretação dos documentos. Antes,
porém, convém saber como se há de registrar cuidadosamente os dados selecionados
para maior eficiência.
4.2.2 – Apontamentos e anotações
Uma vez selecionado o material, o estudante deve anotar as idéias principais e
secundárias, os dados e as informações ou afirmações que os documentos podem
fornecer. Trata-se dos procedimentos de apontamentos e anotações que constituirão a
matéria-prima para a fundamentação científica de seu trabalho e para as citações.
É preciso assegurar a retenção daquilo que se quer conservar, pois a memória
interna é frágil. Não há diferenças entre apontamentos e anotações, mas o estudante
deve estar atento para dois aspectos desses procedimentos: um é quanto à transcrição do
que lhe interessa, que será usada posteriormente como citações; outro se refere às idéias
e reflexões que ele tem durante a leitura; geralmente são idéias e reflexões originais, que
merecem ser anotadas, para posterior desenvolvimento (MICHAELIS, 2000). As
anotações e os apontamentos são como uma memória exterior. Bem organizados,
podem se constituir em uma minibiblioteca para uso pessoal.
O apontamento pode ser formal, quando se transcrevem as palavras textuais
extraídas de um documento, ou conceptual, quando se traduzem as idéias de outrem
com as próprias palavras. Registre somente os dados, fatos ou proposições mais
importantes. (...)
Como assegurar a eficiência de um apontamento? Observe as seguintes normas
práticas:
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a) Ter sempre em vista os objetivos do trabalho, procurando anotar somente os
dados suscetíveis de fornecer alguma luz sobre o problema formulado.
b) Percorrer antes todo o texto para evitar anotações de dados que são
desenvolvidos adiante.
c) Sublinhar com lápis os pontos principais se o livro é próprio. Caso contrário,
registrar as anotações em folhas numeradas, colocando a página do livro em
cada nova afirmação ou pensamento do autor.
d) Transcrever as anotações em fichas, cadernos ou folhas, colocando entre
aspas as citações textuais e anotando em folhas separadas ou no verso as
idéias próprias que surgirem.
Portanto, em uma pesquisa bibliográfica, um bom apontamento deve ser feito em
duas etapas:
I) Em um primeiro momento, registre os dados sobre folhas de papel, com o
cuidado de colocar, no alto de cada folha, as referências bibliográficas da
obra consultada, à margem esquerda as respectivas páginas e, no verso, as
idéias pessoais que surgirem durante a leitura. A ordem dos apontamentos é
simplesmente cronológica: os dados são registrados à medida que a leitura
avança.
II) Em um segundo momento, registre os dados sobre fichas. O tipo ou modelo
da ficha é questão de preferência (...). A experiência mostra que entre os
pesquisadores existe grande liberdade neste particular. O que todos
observam, entretanto, é que as fichas são organizadas em função dos
assuntos. A ordem dos apontamentos registrados sobre as fichas não é mais
uma ordem cronológica, mas lógica. O conteúdo da ficha deve ser
identificado por meio de um termo ou dois, em seu cabeçalho. Em geral,
esses cabeçalhos correspondem ao sumário do trabalho. Devem figurar em
uma ficha outros elementos indispensáveis, como as referências
bibliográficas e a respectiva página da obra de onde se extraiu o
apontamento.
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4.3 – COLETA E ANÁLISE DE DADOS: LEITURA E PROCESSOS DE
LEITURA
O pesquisador entra, nesse momento, em uma das fases decisivas da elaboração do
trabalho científico. Trata-se da coleta e do registro de informações, em primeiro lugar,
da análise e da interpretação dos dados reunidos e, finalmente, da classificação deles.
(...)
4.3.1 – Pré-leitura
Nessa fase inicial da leitura informativa, o estudante deve certificar-se da existência
das informações que procura, além de obter uma visão global delas. São duas, pois, as
finalidades dessa leitura: em primeiro lugar, permitirá ao estudante selecionar os
documentos bibliográficos que contêm dados ou informações suscetíveis de serem
aproveitados na fundamentação de seu trabalho; em segundo lugar, dará ao estudante
uma visão global do assunto focalizado, visão indeterminada, mas indispensável para
poder progredir no conhecimento.
Faz-se a leitura de reconhecimento ou a pré-leitura examinando a folha de rosto, o
sumário, os índices, as referências bibliográficas, as notas ao pé da página, o prefácio, a
introdução e a conclusão. Em se tratando de livros, deve-se percorrer o capítulo
introdutório e o final; para o conhecimento de um capítulo deve-se ler o primeiro e o
último parágrafo. Em se tratando de artigos de revistas semanais ou jornais,
normalmente a idéia está contida no título do artigo e das partes. Os primeiros
parágrafos trazem geralmente o conjunto dos dados mais importantes, mas artigos
científicos precisam ser lidos integralmente para uma compreensão geral do assunto.
4.3.2 – Leitura seletiva
Localizadas as informações nos textos, procede-se à escolha do que for mais
adequado de acordo com os propósitos do trabalho. Selecionar é eliminar o dispensável
para fixar-se no que realmente é de interesse. Dá-se o primeiro passo de uma leitura
mais séria, embora não se trate ainda de um estudo exaustivo e minucioso. Para
selecionar os dados e as informações é necessário definir os critérios. Não pode haver
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seleção sem critérios de seleção. Os critérios de leitura seletiva são os propósitos do
trabalho: o problema formulado, as perguntas elaboradas quando se questionou o
assunto ou, em outros termos, os objetivos intrínsecos do trabalho. Somente os dados
que possam fornecer alguma luz sobre o problema, constituindo um elemento de
resposta ou de solução, é que serão selecionados. Pode-se voltar várias vezes a um
mesmo texto com propósitos distintos. São estes que determinam a importância e a
significação dos documentos bibliográficos.
4.3.3 – Leitura crítica ou reflexiva
Feita a seleção do material útil para o trabalho, o pesquisador ingressa no estudo
propriamente dito dos textos com a finalidade de saber o que o autor afirma sobre o
assunto. Nessa fase são necessárias certas atitudes, como culto desinteressado da
verdade e ausência de preconceitos. Simultaneamente o estudante deve ter sempre
presente diante de si os problemas que se dispõe a resolver por meio do estudo. É uma
fase de estudos, isto é, de reflexão deliberada e consciente (processo de aprendizagem);
de percepção dos significados, o que envolve um esforço reflexivo que se manifesta por
meio das operações de análise, comparação, diferenciação, síntese e julgamento
(processo de apreensão); de apropriação dos dados referentes ao assunto ou problema
(processo de assimilação). O estudo de um texto passa pelas mesmas fases do
pensamento reflexivo: de uma visão global, passa-se à análise das partes dos elementos
constitutivos para se chegar a uma síntese integradora.
A leitura crítica supõe a capacidade de escolher as idéias principais e de diferenciá-
las entre si e das secundárias.
(...)
A análise de documentos desdobra-se, portanto, em certo número de operações
muito precisas:
identificação e escolha da idéia diretriz e das idéias secundárias;
diferenciação ou comparação das idéias entre si a fim de determinar a
importância relativa de cada uma no conjunto das idéias;
compreensão do significado exato dos termos ou dos conceitos que
expressam;
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julgamento do material, após a escolha, diferenciação e compreensão. O
julgamento dos dados fornecidos pela análise corresponde a uma fase
decisiva da leitura científica. Faz-se por meio da leitura interpretativa.
4.3.4 – Leitura interpretativa
A leitura interpretativa é a última etapa da leitura de um texto e a aplicação deste aos
fins particulares da pesquisa. Essa fase implica um tríplice julgamento:
I) Partindo das intenções do autor e do tema do texto, o pesquisador procura saber o
que o autor realmente afirma, quais os dados que oferece e as informações que
transmite, qual o seu problema, suas hipóteses, suas teses, suas provas e suas
conclusões. Essa crítica objetiva é de grande importância: o pesquisador não pode
incorporar em seu trabalho conclusões alheias que não repousem sobre provas
convincentes.
II) O pesquisador relaciona, em seguida, o que o autor afirma e os problemas para os
quais está procurando uma solução. O julgamento das idéias se fazia antes em função
dos propósitos do autor; agora se faz em função dos propósitos do pesquisador, e é
aplicado na solução dos problemas formulados na pesquisa. Antes, um dado ou
informação tinha valor, utilidade ou importância se concorresse para resolver o
problema do autor. Agora, esse mesmo dado terá valor, utilidade ou importância se
concorrer para solucionar o problema do pesquisador.
III)Finalmente, o material coletado é julgado em função do critério verdade. O
pesquisador deve duvidar da realidade de toda e qualquer proposição (dúvida metódica).
Uma afirmação sem provas terá apenas valor provisório, servindo como ponto de
referência, nunca como conclusão, por maior que seja a autoridade do autor no assunto.
4.4 – TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS6
6
A partir desse item até o item 4.4.3, todas as informações foram coletadas na íntegra de: CERVO,
Amado Luís; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2006. p. 50-54.
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Toda pesquisa, em especial a pesquisa descritiva, deve ser bem planejada se
quiser oferecer resultados úteis e fidedignos. Esse planejamento envolve também a
tarefa de coleta de dados, que corresponde a uma fase intermediária da pesquisa
descritiva.
A coleta de dados ocorre após a escolha e a delimitação do assunto, a revisão
bibliográfica, a definição dos objetivos, a formulação do problema e das hipóteses, o
agrupamento dos dados em categorias e a identificação das variáveis (essas duas últimas
tarefas são mais bem desenvolvidas com a assistência de um estatístico ou de um
analista de sistemas). Realizada a coleta de dados, seguem-se as tarefas da análise e
discussão dos dados e depois a conclusão e o relatório do trabalho.
A coleta de dados, tarefa importante na pesquisa, envolve diversos passos como
a determinação da população a ser estudada, a elaboração do instrumento de coleta, a
programação da coleta e também o tipo de dados e de coleta. Há diversas formas de
coleta de dados, todas com suas vantagens e desvantagens. Na decisão do uso de uma
forma ou de outra, o pesquisador levará em conta a que menos desvantagens oferecer,
respeitados os objetivos da pesquisa.
Os instrumentos de coleta de dados, de largo uso, são a entrevista, o questionário
e o formulário. Na aplicação da entrevista e do formulário, o informante conta com a
presença do pesquisador ou seu auxiliar, que registra as informações. O questionário,
sem a presença do investigador, é preenchido pela pessoa que fornece as informações.
Além do instrumento usado, o tipo de pergunta, que pode ser fechada por um
número limitado de opções ou aberta, sem restrições, determina a maior ou menor
exatidão dos dados e o grau de dificuldade na tabulação e análise das informações.
Esses aspectos e a disponibilidade de tempo e de recursos devem ser levados em
consideração ao ser fixado o instrumento de coleta de dados. Somente depois de ter sido
definido o objetivo da pesquisa e depois de levantadas as hipóteses e as variáveis é que
o pesquisador vai elaborar as questões do instrumento de coleta de dados.
A preocupação básica ao elaborar as perguntas deve ser, além da validade, a
finalidade e a relação das questões com o objetivo da pesquisa. As perguntas, em maior
ou menor número, devem sempre colher informações a respeito das variáveis e das
hipóteses de trabalho. Em geral, as questões alheias aos objetivos da pesquisa não se
justificam.
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Trataremos, em tópicos distintos, das técnicas de aplicação do formulário e do
questionário, mas podemos antecipar os diversos passos a serem observados na
elaboração das perguntas:
identificar os dados ou as variáveis sobre os quais serão feitas as
questões;
selecionar o tipo de pergunta a ser utilizado diante das vantagens e
desvantagens de cada tipo, com vistas ao tempo a ser consumido para
obter os dados e a maneira de tabulá-los e analisá-los;
elaborar uma ou mais perguntas referentes a cada dado a ser levantado;
analisar as questões elaboradas quanto à clareza da redação, classificação
e sua real necessidade;
codificar as questões para a posterior tabulação e análise com a inclusão
dos códigos no próprio instrumento;
elaborar instruções claras e precisas para o preenchimento do
instrumento;
submeter as questões a outros técnicos para sanar possíveis deficiências;
revisar o instrumento para dar ordem e seqüência às questões;
submeter o instrumento a um pré-teste para detectar possíveis
reformulações ou correções, antes de sua aplicação.
Outros instrumentos usados em pesquisas descritivas, como a entrevista e a
observação, embora não percorram rigorosamente os passos descritos, devem cercar-se
das devidas precauções para evitar prejuízos à pesquisa decorrentes de falhas na coleta
de dados.
4.4.1 – Entrevista
A entrevista não é uma simples conversa. É uma conversa orientada para um
objetivo definido: recolher, por meio do interrogatório do informante, dados para a
pesquisa.
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A entrevista tornou-se, nos últimos anos, um instrumento do qual se servem
constantemente os pesquisadores em ciências sociais. Eles recorrem à entrevista sempre
que têm necessidade de obter dados que não podem ser encontrados em registros e
fontes documentais e que podem ser fornecidos por certas pessoas. Esses dados serão
utilizados tanto para o estudo de fatos como de casos ou de opiniões. Devem-se adotar
os seguintes critérios para o preparo e a realização da entrevista:
planejar a entrevista, delineando cuidadosamente o objetivo a ser
alcançado;
obter, sempre que possível, algum conhecimento prévio acerca do
entrevistado;
marcar com antecedência o local e o horário da entrevista; qualquer
transtorno poderá comprometer os resultados da pesquisa;
criar condições, isto é, uma situação discreta, para a entrevista, pois será
mais fácil obter informações espontâneas e confidenciais de uma pessoa
isolada do que de uma pessoa acompanhada ou em grupo;
escolher o entrevistado de acordo com a sua familiaridade ou autoridade
em relação ao assunto escolhido;
fazer uma lista das questões, destacando as mais importantes;
assegurar um número suficiente de entrevistados, o que dependerá da
viabilidade da informação a ser obtida.
O entrevistado deve ser sempre previamente informado do motivo da entrevista
e de sua escolha. O entrevistador deve obter e manter a confiança do entrevistado,
evitando ser inoportuno, não interrompendo outras atividades de seu interesse nem o
entrevistando quando estiver irritado, fatigado ou impaciente. Convém dispor-se a ouvir
mais do que falar. O que interessa é o que o informante tem a dizer. Deve-se dar o
tempo necessário para que o entrevistado discorra satisfatoriamente sobre o assunto.
O entrevistador deve controlar a entrevista, reconduzindo, se necessário, o
entrevistado ao objeto da entrevista. Deve-se evitar perguntas diretas que precipitariam
as informações, deixando-a incompletas. É conveniente apresentar primeiramente as
perguntas que tenham menores probabilidades de provocar recusa ou produzir qualquer
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forma de negativismo, uma após outra, a fim de não confundir o entrevistado. Sempre
que possível, conferir as respostas, mantendo-se alerta a eventuais contradições.
Finalmente, o entrevistador não deve confiar demasiadamente em sua memória.
Deve anotar, cuidadosamente, os dados, registrando-os sumariamente durante a
entrevista e completando suas anotações logo em seguida ou o mais breve possível.
Deve registrar também aqueles dados fornecidos após a entrevista, quando
considerados de importância.
Quando se há de recorrer à entrevista? Recorre-se à entrevista quando não
houver fontes mais seguras para as informações desejadas ou quando se quiser
completar dados extraídos de outras fontes. A entrevista possibilita registrar, além disso,
observações sobre a aparência, o comportamento e as atitudes do entrevistado. Daí sua
vantagem sobre o questionário. Deve-se evitar recorrer à entrevista para obter dados de
valor incerto ou para obter informações precisas, cuja validade dependeria de pesquisas
ou de observações controladas, tais como datas, relações numéricas etc.
4.4..2 – Questionário
O questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir
com mais exatidão o que se deseja. Em geral, a palavra questionário refere-se a um
meio de obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante
preenche. Assim, qualquer pessoa que preencheu um pedido de trabalho teve a
experiência de responder a um questionário. Ele contém um conjunto de questões, todas
logicamente relacionadas com um problema central.
Todo questionário deve ter natureza impessoal para assegurar uniformidade na
avaliação de uma situação para outra. Possui vantagem de os respondentes se sentirem
mais confiantes, dado o anonimato, o que possibilita coletar informações e respostas
mais reais (o que pode não acontecer na entrevista). Deve, ainda, ser limitado em sua
extensão e finalidade.
É necessário estabelecer, com critério, as questões mais importantes a serem
propostas e que interessam ser conhecidas, de acordo com os objetivos. Devem ser
propostas perguntas que conduzam facilmente às respostas de forma a não insinuarem
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outras colocações. Se o questionário for respondido na ausência do investigador, deverá
ser acompanhado de instruções minuciosas e específicas.
O uso de perguntas abertas permite obter respostas livres. Exemplo: Do que você
mais gosta na cidade? Já as perguntas fechadas permitem obter respostas mais precisas.
Exemplo: Seu nível de escolaridade é:
( ) ensino fundamental ( ) graduação
( ) ensino médio ( ) pós-graduação
As perguntas fechadas são padronizadas, de fácil aplicação, simples de codificar
e analisar. As perguntas abertas, destinadas à obtenção de respostas livres, embora
possibilitem recolher dados ou informações mais ricos e variados, são codificadas e
analisadas com mais facilidade.
4.4.3 – Formulário
O formulário é uma lista informal, catálogo ou inventário, destinado à coleta de
dados resultantes quer de observações quer de interrogações, e seu preenchimento é
feito pelo próprio investigador.
Entre as vantagens que o formulário apresenta, podemos destacar a assistência
direta do investigador, a possibilidade de comportar perguntas mais complexas e a
garantia da uniformidade na interpretação dos dados e dos critérios pelos quais são
fornecidos. O formulário pode ser aplicado a grupos heterogêneos, inclusive a
analfabetos, o que não ocorra com o questionário.
Uma vez colhidos os dados cientificamente, isto é, por meio de técnicas da
observação controlada, passa-se à sua codificação e tabulação (gráficos, mapas, quadros
estatísticos). Somente então os dados são analisados e interpretados em função das
perguntas formuladas no início ou das hipóteses levantadas.
A maioria das pessoas tem familiaridade com o formulário, pois órgãos públicos,
empresas privadas e bancos utilizam-se sistematicamente para cadastramento inicial de
seus clientes, e esse instrumento de coleta de dados passa a ser a principal fonte de
alimentação de seus bancos de dados.
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OBS: Neste item foram dadas as coordenadas que você utilizará tanto para citar em seu
projeto como será o seu método de pesquisa quanto para utilizar esses procedimentos na
execução de sua pesquisa e na elaboração do relatório final.
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CAPÍTULO 5
5 - COMO ELABORAR UM PROJETO DE PESQUISA?
Antes de iniciar sua pesquisa, você deverá traçar o percurso que você fará
durante a sua pesquisa, o que será feito por meio do seu projeto de pesquisa, a ser
entregue no sétimo período.
A elaboração do projeto é de extrema importância, pois é a ele que você irá
recorrer durante a sua pesquisa, para se orientar em relação aos passos a serem seguidos
durante a pesquisa.
O seu projeto deverá ter os seguintes tópicos:
1)TÍTULO DO TRABALHO
2) INTRODUÇÃO
3) OBJETIVOS
4) JUSTIFICATIVA
5) METODOLOGIA
6) CRONOGRAMA
7) ORÇAMENTO (se for o caso)
8) BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Tais tópicos estão explicitados abaixo. Observe:
1 – TÍTULO
Corresponde ao tema e deve obedecer aos critérios de relevância, viabilidade e
originalidade. Deve resumir, de forma sucinta, o tema da pesquisa.
2–INTRODUÇÃO
Você deverá determinar o tipo de enfoque, bem como sua extensão e profundidade,
ou seja, deverá delimitar o assunto de sua pesquisa.
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2.1 - O QUE FAZER?
Contextualizar o assunto (problema a ser investigado) tratado.
Formular o problema.
Enunciar as hipóteses.
Definir os termos do problema e da hipótese.
Estabelecer as bases teóricas, isto é, a relação que existe entre a teoria, a
formulação do problema e o enunciado da hipótese.
3– OBJETIVOS:
3.1 – Objetivo geral da pesquisa:
Definir, de modo geral, o que se pretende alcançar com a execução da pesquisa
(visão global e abrangente).
3.2 – Objetivos específicos da pesquisa:
Fazer aplicação dos objetivos gerais a situações particulares.
Definir passo a passo o que você fará em sua pesquisa, isto é, quais tópicos você irá
pesquisar para testar e responder a sua hipótese; resolver o problema que você se propôs
a pesquisar.
Nota: para formular os objetivos, usam-se verbos no infinitivo, tais como: pesquisar,
descrever, esclarecer, comparar, contribuir para, promover etc. Para a descrição da
metodologia, os verbos são empregados no tempo futuro.
4– JUSTIFICATIVA DA PESQUISA:
4.1 - POR QUÊ? PARA QUÊ? E PARA QUEM FAZER?
– Motivos que justificam a pesquisa: motivos de ordem teórica e de ordem prática.
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– Explicar por que foi escolhido o tema, por que é relevante realizar tal pesquisa em
que ela pode contribuir para a área a que se destina.)
5– METODOLOGIA
Você deverá dizer quais métodos e técnicas que serão utilizados na pesquisa.
Também deverá citar quais os teóricos que você utilizará para embasar a sua pesquisa
É aconselhável incluir um roteiro com as principais etapas da pesquisa.
5.1– ONDE? COMO?
Descrever o campo de observação com suas unidades de observação e variáveis que
interessam à pesquisa:
- População com suas características.
- Se for utilizar amostra, justificar, dando os motivos, e apresentar o modo como a
amostra será selecionada e suas características.
-Local.
-Unidades.
-Quais as variáveis que serão e como serão controladas. Qual o plano de experimento
que será utilizado.
5.2 - COM QUÊ?
– Descrever o instrumento de pesquisa que vai ser utilizado.
– Que informações se pretende obter com eles.
– Como o instrumento será usado ou aplicado para obter estas informações.
5.3 – QUANTO? (utilização de provas estatísticas)
– Quais as hipóteses estatísticas enunciadas.
– Como os dados obtidos serão codificados.
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– Que tabelas serão feitas e como serão feitas.
– Que provas estatísticas serão utilizadas para verificar as hipóteses.
– Em que nível de significância.
– Revisão sobre a interpretação dos dados.
6–CRONOGRAMA
6.1 – QUANDO?
Definir o tempo que será necessário para executar o projeto, isto é, para realizar
a pesquisa, dividindo o processo em etapas e indicando que tempo é necessário para a
realização de cada etapa.
Por exemplo:
Leitura bibliográfica: março, abril, maio
Coleta de dados: abril e maio
E assim sucessivamente.
7 – ORÇAMENTO
7.1 - COM QUANTO FAZER E COMO PAGAR? (Plano de custos da pesquisa, se for
o caso):
Prever os gastos que serão feitos com a realização da pesquisa, especificando cada um
deles.
8 – BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Fazer uma lista bibliográfica que contenha obras referentes aos pressupostos
teóricos do tema ou ao seu embasamento teórico. Esta bibliografia não precisa ser
exaustiva, pois isso será exigido no relatório, mas deverá ser organizada de acordo com
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as normas da ABNT. Deverá, também, ser coerente com o tema, a justificativa, os
objetivos e a metodologia e o cronograma de seu projeto.
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CAPÍTULO 6
6 – AS PARTES DO RELATÓRIO DA PESQUISA
Essa é a fase final de todo esse processo da pesquisa. O relatório deverá conter
as suas considerações sobre os resultados da pesquisa realizada, dando em detalhes os
objetivos, a justificativa, a metodologia usada, os dados obtidos, a análise desses dados,
as conclusões a que você chegou etc.
Seguindo a atual nomenclatura proposta pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), na norma brasileira (NBR) nº 14724, de 2005, a estrutura do trabalho
acadêmico (relatório) é dividida da seguinte forma:7
a) Elementos pré-textuais: “elementos que antecedem o texto com
informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho”.
b) Elementos textuais: “parte do trabalho em que é exposta a matéria.
Deve ter três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento e
conclusão. A parte textual comporta também os elementos de apoio,
constituídos por notas, citações, tabelas, quadros e ilustrações,
inseridos no corpo do texto.
c) Elementos pós-textuais: “elementos que complementam o trabalho”
(item 3.9) e que se dividem em obrigatórios, como as referências
bibliográficas, e opcionais, como os glossários, os apêndices, os
anexos e os índices.
Os elementos precisam ser considerados em suas duas dimensões: uma que diz
respeito à estética do trabalho (aspectos gráficos) e outra que se refere à divisão
estrutural das partes do trabalho.
7
A partir desse parágrafo até o final desse capítulo, todas as informações foram retiradas na íntegra de:
CERVO, Amado Luís; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6ª ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p. 91-95 e p. 102 - 106.
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a) Aspectos gráficos do trabalho acadêmico:
papel;
impressão do texto;
formatação (margens e espaços);
numeração;
títulos, subtítulos, divisões e parágrafos.
b) Estrutura do trabalho acadêmico:
capa (obrigatório);
folha de rosto (obrigatório);
folha de dedicatória (opcional);
folha de agradecimentos (opcional);
epígrafe (opcional);
resumo em língua vernácula (obrigatório);
lista de ilustrações (opcional);
lista de tabelas (opcional);
lista de abreviaturas e siglas(opcional);
sumário (obrigatório);
introdução (obrigatório);
desenvolvimento (obrigatório);
conclusão (obrigatório);
referências bibliográficas (obrigatório);
apêndices (opcional);
anexos (opcional);
índices (opcional);
glossários (opcional).
c) Impressão do texto:
Os programas de editoração de textos apresentam grande número de fontes, para
as mais variadas aplicações. Para a apresentação de trabalhos escolares e acadêmicos,
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entretanto, deve-se optar por aquelas que melhor se assemelham à chamada letra de
forma.
(...)
Prefira sempre o tamanho 12 para a parte textual, no modo normal. Quando
precisar de variações, para reforçar a estética e a formatação do texto, adote os
seguintes procedimentos:
para as citações até três linhas, use sempre a forma normal da mesma
fonte e deixe sempre entre aspas “..”;
para grifar, use sempre a mesma fonte na forma negrito ou itálico, sem
aspas;
para títulos, use forma negrito, no tamanho 14 da mesma fonte;
para subtítulos, use a forma negrito, no tamanho 12 da mesma fonte;
para notas de rodapé e comentários acima de três linhas, utilize o
tamanho 10 da mesma fonte.
MODELO DE CAPA PARA TRABALHOS ACADÊMICOS
Nome da instituição de ensino
Nome da faculdade ou instituto
Nome do departamento
Nome do autor do trabalho
Título do trabalho: subtítulo (se houver)
Local e data de aprovação
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MODELO DE FOLHA DE ROSTO PARA TRABALHOS ACADÊMICOS
Nome do autor do trabalho
Título do trabalho: subtítulo (se houver)
Monografia apresentada à Faculdade de Administração de
Mariana como pré-requisito para a obtenção do título de Bacharel
em Administração, com Habilitação em Administração de Empresas
sob a orientação do (a) Prof(a). (Ms. ou Dr.) (Nome).
Nome do orientador (e do co-orientador, se houver)
Prof (a). Ms/ Dr(a).
Local e data de apresentação do trabalho
MODELO DE FOLHA DE APROVAÇÃO PARA TRABALHOS ACADÊMICOS
Nome do autor do trabalho
Título do trabalho: subtítulo (se houver)
Monografia apresentada à Faculdade de Administração de
Mariana como pré-requisito para a obtenção do título de Bacharel
em Administração, com Habilitação em Administração de Empresas
sob a orientação do (a) Prof(a). (Ms. ou Dr.) (Nome).
Banca Examinadora
Prof(a). Ms./ Dr(a). ______________________________
Nome da instituição de origem
Prof(a). Ms./ Dr(a). ______________________________
Nome da instituição de origem
Prof(a). Ms./ Dr(a). ______________________________
Nome da instituição de origem
Local e data de apresentação do trabalho
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MODELO DE FOLHA DE DEDICATÓRIA PARA TRABALHOS ACADÊMICOS
Aos meus pais.
MODELO DE FOLHA DE AGRADECIMENTOS PARA TRABALHOS ACADÊMICOS
Agradeço aos professores do (ano, disciplina e curso), que
com seus ensinamentos forneceram os estímulos e as orientações
necessárias para a elaboração deste trabalho.
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CAPÍTULO 7
7 - COMO ELABORAR O CONTEÚDO DA MONOGRAFIA
7.1 – ELEMENTOS TEXTUAIS: CONTEÚDO DO TRABALHO8
Os elementos textuais constituem a parte escrita, chamada corpo, que na verdade é a
alma do trabalho acadêmico, cujo conteúdo é distribuído conforme a seguir:
introdução;
desenvolvimento;
conclusão.
Assim como a apresentação visual do trabalho requer cuidados por parte do aluno, a
seleção, distribuição e tratamento do conteúdo deve se orientar por certos procedimentos
capazes de expor e articular com clareza as idéias de seu autor.
É natural que, depois do levantamento bibliográfico, das leituras e das anotações, o
aluno tenha dúvidas quanto à melhor maneira de distribuir esse conteúdo ao longo da
monografia. O que é importante? Em que ordem colocar os assuntos? Como utilizar as
anotações efetuadas para melhor valorizar o texto com opiniões e pareceres que
evidenciem autoridade científica? Como dar à monografia alguma fundamentação
científica para que ela não fique parecendo um mero apanhado de idéias desconexas?
Nas seções a seguir, veremos, passo a passo, os seguintes tópicos:
como usar a linguagem científica na redação acadêmica;
como lidar, na redação, com as idéias de senso comum;
a estrutura e o conteúdo da introdução;
8
A partir desse item até o item 7.1.3 todo o conteúdo foi retirado de: CERVO, Amado Luís; BERVIAN,
Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p.
91-95 e p. 108 -111.
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como ordenar o conteúdo no desenvolvimento, que é a parte mais extensa da
monografia;
como utilizar a conclusão para assumir posturas diante do tema estudado e
afirmar sua posição de independência e autonomia intelectual.
7.1.1 – O USO DA LINGUAGEM CIENTÍFICA
O autor, ao redigir o trabalho final, para apresentar os resultados de seu trabalho
de pesquisa, precisa ter em mente que está escrevendo para dois públicos distintos. Um
pode ser chamado de público interno, pertencente às comunidades técnicas, acadêmicas
e científicas, composto de pessoas que também fazem pesquisa e que também escrevem.
O outro é o público externo, composto, não necessariamente, mas inclusive, de leigos,
que podem ter interesse pelo assunto ou necessidade de leituras do gênero, mas que não
dominam ou nem precisam dominar a linguagem técnica, acadêmica e científica. Ter
isso em mente pode facilitar muito a escolha dos termos apropriados e a forma de
apresentá-los, como veremos a seguir.
a) Impessoalidade: todo trabalho acadêmico, técnico ou científico deve ter caráter
impessoal. Ele é redigido na terceira pessoa, evitando-se referências pessoais, como meu
trabalho, meus estudos, minha tese. Utilizam-se, em tais casos, expressões como o
presente trabalho, o presente estudo, mas não deixe de assumir a autoria das idéias
originais, argumentos inovadores ou teses polêmicas, quando necessário. O uso de nós,
pretendendo indicar impessoalidade, é igualmente desaconselhável, embora tal
construção possa aparecer quando se trata de marcar os resultados obtidos pessoalmente
com uma pesquisa: somos de opinião que ..., julgamos que ..., chegamos à conclusão
que ..., deduzimos que ... etc.
b) Objetividade: o caráter objetivo da linguagem que veicula conhecimentos científicos
resulta da própria natureza da ciência. Por isso, essa linguagem impessoal e objetiva
deve afastar do campo científico pontos de vista pessoais que deixem transparecer
impressões subjetivas, não fundadas, sobre dados concretos. Expressões como eu penso,
parece-me, parece ser e outras violam freqüentemente o princípio da objetividade,
indicando raciocínio subjetivo.
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48
Grande número de vocábulos e expressões dá margem a interpretações subjetivas; sua
utilização compromete o valor do trabalho. Veja alguns exemplos de comparação entre
linguagem subjetiva e linguagem objetiva em pesquisa social:
linguagem subjetiva: a sala estava suja;
linguagem objetiva: o entrevistado, enquanto falava, deixou cair as cinzas do
cigarro no chão. Viam-se os restos de cigarros apagados e fragmentos de papel
pelo chão;
linguagem subjetiva: a sala era grande e espaçosa;
linguagem objetiva: a sala media 12m de comprimento por 8m de largura.
A linguagem científica deve, portanto, ser objetiva, precisa, isenta de qualquer
ambigüidade. Contrasta, nesse sentido, com a linguagem subjetiva, apreciativa,
adequada a outros fins.
c) Modéstia e cortesia: os resultados de um estudo ou pesquisa, quando cientificamente
alcançados, impõem-se por si mesmos. O pesquisador não deve, portanto, insinuar que
os resultados de outros estudos ou pesquisas anteriores estejam cobertos de erros e
incorreções. O próprio trabalho, por mais perfeito que seja, nem sempre está isento de
erros. A cortesia é traço importante de todo trabalho, sobretudo quando se trata de
discordar dos resultados de outras pesquisas.
À cortesia sucede a modéstia, quando o pesquisador se torna especialista em seu ramo.
Ao adquirir conhecimentos profundos no setor de seu estudo específico, o pesquisador
não deve transmiti-los com ares absolutos de autoridade absoluta. Sua pesquisa impõe-
se por si mesma. A linguagem que a reveste limita-se à descrição de seus passos e à
transmissão de seus resultados, testemunhando intrinsecamente a modéstia e a cortesia
essenciais a um bom trabalho. Sua finalidade é expressar, e não impressionar.
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49
7.1.2 – CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM CIENTÍFICA
A linguagem, como instrumento de comunicação, pode desempenhar funções
distintas. Convém indicá-las aqui, pelo menos as principais, para que se tenha presente a
função característica da linguagem científica. Salvador (1970, p.141) assim classifica as
funções principais da linguagem- comunicação.
função expressiva, adequada à comunicação ou expressão de emoções,
sentimentos ou vivências psicológicas;
função persuasiva, adequada ao discurso (retórico) que pretende usar
sobre a vontade para dirigir a conduta dos homens, como na propaganda;
função informativa, adequada à transmissão de conhecimentos e
informações.
Com respeito às formas de expressão, a linguagem-comunicação pode revestir-se de
caráter:
coloquial, próprio da linguagem comum;
literário, enquanto tem em vista objetivos estéticos;
técnico, característico da linguagem científica.
A linguagem científica nada tem de persuasiva ou de expressiva no sentido indicado;
ela é essencialmente informativa.
Em suma, a linguagem científica é informativa e técnica, de ordem cognoscitiva e
racional, firmada em dados concretos, a partir dos quais analisa, compara e sintetiza,
argumenta, induz ou deduz e conclui. Distingue-se, portanto, da linguagem literária.
Enquanto esta deve impressionar, agradando pela elegância e pela evocação de valores
estéticos, aquela deve esclarecer pela força dos argumentos; enquanto esta tem por nota
distinta a subjetividade (estilo literário), aquela tem por nota distintiva a objetividade
(estilo científico).
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50
7.1.3 – USO DO VOCABULÁRIO COMUM
Idéias claras e precisas exprimem-se por meio de símbolos que as representem.
Os símbolos convencionalmente aceitos e agrupados em um sistema constituem a
linguagem. Tratando-se de linguagem científica, os símbolos empregados são aqueles que
representam idéias. Ocorre, entretanto, que nem todo símbolo ou palavra designa uma
única coisa ou corresponde a uma idéia apenas. Cumpre por isso, para que a linguagem
científica seja clara e precisa, escolher os termos mais adequados às idéias que se quer
exprimir e determinar sua significância exata.
O redator com pretensões técnicas, acadêmicas ou científicas deve conhecer, em
primeiro lugar, a significação exata dos termos empregados, conforme se encontra nos
dicionários, e determinar, em segundo lugar, a significação que recebe no contexto. Em
uma redação científica, não se admite o uso dos termos em sentido figurado: devem ser
empregados unicamente em sentido próprio, concreto e objetivo. Assim, o botânico se
serviria do termo “rosa” para designar a flor da roseira, planta da família das rosáceas,
enquanto o poeta poderia utilizar o mesmo termo, em sentido figurado, para designar uma
mulher formosa.
7.2 – COMO ELABORAR A INTRODUÇÃO, O DESENVOLVIMENTO E
A CONCLUSÃO DA MONOGRAFIA9
7.2.1 – INTRODUÇÃO: CONCEITO E REQUISITOS NECESSÁRIOS
A parte introdutória abre o trabalho propriamente dito, anunciando o assunto, e
supõe a compreensão dele quanto a seu alcance, suas implicações e seus limites. O leitor,
quando se propõe à leitura de um texto, quer antes de tudo saber do que se trata. Satisfeita
essa exigência, ele deseja ser encaminhado para a compreensão exata do assunto
focalizado.
Deduzem-se dessas necessidades os requisitos imprescindíveis a uma boa
introdução:
9
A partir desse tópico até o final desse capítulo, todas as informações foram retiradas de: CERVO,
Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2007.
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51
a definição do tema;
a indicação do problema e da hipótese;
a indicação da metodologia de trabalho a ser seguida;
a estrutura interna do trabalho, com indicação de como estão distribuídos
e organizados seus argumentos.
O método para a elaboração da introdução busca mostrar como, na prática, serão
preenchidas essas exigências fundamentais.
7.2.1.1. – Sobre o tema
Definir o tema consiste em anunciar sua idéia geral e precisa. Isso será feito logo
no início da introdução, tendo-se o cuidado de escolher bem os termos que envolvem a
definição.
Esquema da Introdução:
a) Anunciar o assunto: 1. Idéia geral;
2. Delimitar;
3. Situar;
4. Mostrar a importância;
5. Justificar;
6. Definir os termos;
7. Documentação
8. Metodologia
b) ... e como será desenvolvido: 9. Idéias-mestras do desenvolvimento;
10. Plano do desenvolvimento
Uma vez anunciado o tema, torna-se freqüentemente necessário delimitá-lo, isto
é, indicar o aspecto específico que será focalizado (delimitação do assunto). Por vezes, o
assunto é anunciado e delimitado sob forma de problema ou pergunta. Levanta-se, nesse
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52
caso, uma ou mais hipóteses que serão demonstradas posteriormente. Aos poucos, o leitor
é habilitado a penetrar na problemática que o autor levanta ao anunciar o tema central ou
um de seus aspectos.
Quando se busca delimitar o tema, percebe-se a necessidade de situá-lo no
tempo e no espaço, na discussão teórica ou na teórica ou na prática. Situar o assunto
consiste em indicar os pressupostos ou postulados indispensáveis à sua compreensão. O
assunto deve ser situado no conjunto dos conhecimentos ou das atividades já
desenvolvidas e com as quais se relaciona.
À medida que se anuncia, delimita-se e situa-se o tema que será desenvolvido,
deve-se mostrar sua importância, a fim de despertar o interesse do leitor. Tal interesse
será canalizado para a leitura de um texto científico unicamente por meio da força dos
argumentos racionais. Em uma exposição oral, pode-se recorrer igualmente a outros
recursos, que tendem a tornar o assunto sugestivo.
Se a importância do tema for assim demonstrada, tanto a do conjunto como a dos
aspectos a serem focalizados, a justificação da escolha e sua delimitação tornam-se tarefa
fácil.
7.2.1.2 – Sobre as idéias e os conceitos utilizados
A introdução pode conter também a definição dos termos empregados, caso isso
se faça necessário para maior clareza e entendimento. A definição dos termos da
pesquisa pode tanto indicar seu grau de domínio sobre o tema como a linha teórica que
você seguirá no desenvolvimento.
7.2.1.3 – Sobre a Metodologia
Em trabalhos poucos extensos, como os exigidos em aula, a introdução deve
conter a indicação da documentação e dos dados utilizados. Indique as fontes de
pesquisa utilizadas, os instrumentos empregados e, se for o caso, o universo ou a
amostra que serviu de base para sua coleta de dados. Em pesquisa de campo ou de
laboratório, deve-se indicar sempre a metodologia empregada, tanto para a aquisição de
dados como para sua interpretação. Em trabalhos mais extensos, como memórias ou
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teses, exigidos para obtenção de um grau universitário, a apresentação desses elementos
constituirá capítulo à parte.
7.2.1.4 – Sobre o Desenvolvimento
Uma vez conhecido o assunto, o leitor quer conhecer igualmente o caminho que
há de seguir na leitura e compreensão do tema exposto. Anuncie as idéias-mestras do
desenvolvimento: os pontos principais, as deduções mais importantes, os resultados
mais significativos. Tem-se dessa forma uma visão global (sincrética) do assunto,
embora de certa maneira indeterminada.
Depois de tudo feito, no fim da introdução deve-se anunciar, com ênfase e
clareza, o plano adotado para o desenvolvimento. Esse passo cabe unicamente no fim da
introdução, porquanto supõe que o leitor já tenha uma idéia exata do assunto. O plano
do desenvolvimento, que arremata solenemente a parte introdutória, deve conter
unicamente os tópicos principais, ordenados em razão da pesquisa.
Em trabalhos mais extensos e de maior profundidade, é conveniente que a
introdução seja o último capítulo a ser escrito, pois somente após o término da redação
você terá uma visão geral de sua estrutura. Tome o cuidado de não antecipar, na
introdução, os resultados e as conclusões de sua pesquisa. Reserve-os para o final do
trabalho.
7.2.2 – DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento corresponde à parte mais extensa do trabalho, chamada
também de corpo do assunto. Visa a comunicar os resultados da pesquisa.
Deve ser sempre dividido em partes, refletindo o escalonamento das dificuldades
encontradas ou ainda em função das parcelas que comporta cada dificuldade. À medida
que se progride na investigação, recolhem-se muitas idéias que serão selecionadas e
ordenadas do mais simples ao mais complexo. A decomposição do assunto em suas partes
constitutivas é condição indispensável para sua compreensão. É bem mais fácil
compreender o assunto quando este estiver dividido, pois sem divisão não se pode
identificar claramente o tema central, tampouco distinguir o que se quer atribuir ao todo
ou somente a uma ou outra de suas partes.
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Deve-se ordenar sistematicamente as diversas partes que compõem a matéria de
estudo, sem esquecer que a elaboração do plano não equivale a propor uma organização
arbitrária e sem nexo das partes em um todo. Trata-se, muito ao contrário, de submeter os
conceitos a uma ordem dentro da hierarquia real ou lógica das questões, descobrindo a
estrutura real ou lógica do assunto, em que as partes estejam vinculadas entre si e
naturalmente integradas no conjunto.
A construção do plano do desenvolvimento supõe a capacidade de distinguir o
fundamental do acessório, a idéia principal da secundária, o mais importante do menos
importante, além de requerer a inteligência necessária para distribuir eqüitativamente as
partes desproporcionais, de sorte que o todo resulte equilibrado e proporcionado, fazendo
salientar o fundamental e o essencial.
Importante: não obstante a NBR 14724:2005 denominar introdução,
desenvolvimento e conclusão os elementos constituintes da parte textual, no trabalho não
se deve intitular desenvolvimento o miolo do trabalho. As partes primárias, secundárias e
terciárias, isto é, os capítulos e seções, devem receber títulos e subtítulos que expressem o
real conteúdo do texto.
Vê-se, portanto, que o plano envolve um processo deliberado e sistemático de
reflexão. Da mente que reflete surge o plano, como sua criação original. Constrói-se,
geralmente de início, um plano provisório. Este será muitas vezes modificado e
reestruturado no curso do trabalho, sob efeito de novas pesquisas e reflexões. O plano
provisório é, pois, a primeira etapa. O plano definitivo surgirá no término da investigação,
dependendo diretamente dos resultados dos estudos, da análise dos documentos e dados
reunidos e do esforço pessoal da reflexão. Tanto é verdade que um mesmo assunto
possibilita, por vezes, vários planos.
Como se procede à divisão? Essa questão envolve duas outras que serão
sucessivamente tratadas: dividir o assunto em quantas partes? Como dividir as partes?
7.2.2.1 – Divisão em três partes
A divisão do texto em três partes (...) privilegia a divisão (...) por unidades
temáticas, que visam a agrupar os assuntos segundo sua própria natureza e que constituem
momentos diferentes do esforço da pesquisa:
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  • 1. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 1 MANUAL PARA A ELABORAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) 2010 Mariana
  • 2. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 2 SUMÁRIO CAPÍTULO 1 O que é o TCC? .................................................................................6 O que é uma monografia ...................................................................6 CAPÍTULO 2 Tipos de Pesquisa Pesquisa Bibliográfica ........................................................................................9 Pesquisa Descritiva ............................................................................................ 9 Pesquisa Experimental ......................................................................................11 Pesquisa Exploratória .......................................................................................12 Roteiro para as pesquisas Descritiva e Experimental .......................12 CAPÍTULO 3 Metodologia da Pesquisa Abordagem Quantitativa .................................................................................16 Abordagem Qualitativa ...................................................................................16 CAPÍTULO 4 As etapas da preparação de uma pesquisa Escolha e delimitação do tema .........................................................................20 Seleção de métodos e técnicas .........................................................................22 - Levantamento bibliográfico ...................................................................23 - Apontamento e anotações ......................................................................25 Coleta e análise de dados – leitura e processos de leitura - Pré-leitura ...............................................................................................27 - Leitura seletiva .......................................................................................27 - Leitura crítica ou reflexiva .....................................................................28 - Leitura interpretativa ..............................................................................29 Técnicas de coleta de dados - Entrevista ......................................................................................................31 - Questionário .................................................................................................33
  • 3. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 3 - Formulário ....................................................................................................34 CAPÍTULO 5 Como elaborar um projeto de pesquisa? - Título ..............................................................................................................36 - Introdução .......................................................................................................36 - Objetivos .........................................................................................................37 - Justificativa .....................................................................................................37 - Metodologia ....................................................................................................38 - Cronograma ....................................................................................................39 - Orçamento ......................................................................................................39 - Referências bibliográficas..............................................................................39 CAPÍTULO 6 As partes do relatório da pesquisa ......................................................41 CAPÍTULO 7 Como elaborar o conteúdo da Monografia Elementos textuais: conteúdo do trabalho.........................................................46 - O uso da linguagem científica .........................................................................47 - Características da linguagem científica ...........................................................48 - Uso do vocabulário comum .............................................................................49 Como elaborar a introdução, o desenvolvimento e a conclusão da Monografia - Introdução ........................................................................................................50 - Desenvolvimento .............................................................................................53 - Conclusão ........................................................................................................57 CAPÍTULO 8 Elementos de apoio ao texto: Normas da “ABNT” ...........................61 CAPÍTULO 9 Exemplo prático de Monografia ........................................................95 CAPÍTULO 10 Informações NUPE/FEMAR..............................................................124
  • 4. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 4 CAPÍTULO 11 Referências bibliográficas ........................................................................126 CAPÍTULO 12 Bibliografia complementar .......................................................................127
  • 5. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 5 APRESENTAÇÃO Estamos no século vinte e um e o mundo tem passado por mudanças muito rápidas, como jamais vimos. O aumento da tecnologia, a ampliação cada vez mais crescente dos meios de comunicação, o surgimento de novas formas de trabalho e de estudo são resultados de uma geração que tem buscado cada vez mais a ampliação de seus conhecimentos. Essas mudanças ocorreram e têm ocorrido porque, justamente, em algum momento da história, alguém se dispôs a pesquisar e a conhecer, para tentar compreender o mundo que o cerca e nele interferir, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de novos saberes, novas tecnologias, novas formas de ver o mundo e os fenômenos que nele ocorrem. Sabemos que muitos desses conhecimentos produzidos e das novas técnicas desenvolvidas trouxeram mudanças consideráveis para a vida no planeta, assim como sabemos que também houve aqueles que produziram conhecimentos que resultaram em problemas para a vida na terra. Apesar de haver pontos negativos, o nosso foco é justamente sobre os benefícios que o conhecimento pode trazer à vida em comunidade, ao ambiente de trabalho, à sociedade como um todo. Para proporcionarmos mudanças na sociedade é preciso conhecer e para conhecer é preciso pesquisar. O conhecimento pressupõe a pesquisa e é justamente a pesquisa como fonte de conhecimento e de interferência positiva na sociedade que é o nosso foco. Esse Manual trata justamente da elaboração de pesquisa e, conseqüentemente, da produção de conhecimento que possa ser positivo para o ambiente de trabalho, para as relações humanas, para a sociedade em geral. E nada melhor que o ambiente acadêmico para realizar tal intento, haja vista que é na academia que se produz o maior número de pesquisas que tem proporcionado bons resultados à sociedade. Desse modo, é na elaboração do seu projeto de pesquisa e na realização de sua pesquisa que, você, prezado aluno, poderá contribuir com a sociedade brasileira, ao compreender a realidade que o cerca e assim poder propor mudanças e melhorias, pois, afinal, devemos sempre buscar melhorar o meio que nos cerca e aprimorar nossa visão sobre ele. Esperamos que esse Manual possa contribuir enormemente para a produção de conhecimentos, que serão úteis para a academia enquanto produtora de conhecimentos, mas, principalmente, para a nossa sociedade, que necessita de pessoas capacitadas e com competência para analisá-la, compreendê-la e proporcionar mudanças significativas. Juçara Moreira Teixeira
  • 6. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 6 CAPÍTULO 1 I – O QUE É O TCC? O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é requisito necessário para a obtenção do título de Bacharel em Administração e consiste na elaboração de uma Monografia, resultante de uma pesquisa de caráter científico, que verse sobre algum tema estudado por você durante a graduação e/ou de uma observação surgida durante o seu período de estágio. Por ser uma Monografia, esta deve obedecer a algumas regras instituídas quanto à sua elaboração. Entretanto, antes de elaborar a Monografia propriamente dita – que será entregue no 8° período –, você deverá apresentar um Projeto ou Plano de trabalho – no 7° período – indicando qual é o tema que você objetiva pesquisar, de onde surgiu esse tema, o que ele apresenta de novo em relação à bibliografia existente, qual a relevância do estudo desse tema para a área da Administração, qual o procedimento de pesquisa, quais dados serão analisados, a qual objetivo se pretende chegar, entre outras questões que serão explicadas com mais profundidade ao longo desse Manual. II – O QUE É UMA MONOGRAFIA? De acordo com Oliveira (1999), a palavra Monografia, em sua origem, significa “trabalho escrito sobre um único tema”(p.235). Isso quer dizer que, ao elaborar uma Monografia, torna-se necessário delimitar um determinado tema com o qual se deseja trabalhar. Oliveira (1999) afirma que “uma pesquisa sobre a caracterização dos escritos científicos mostra que Salvador (1977: 32) apresenta a conceituação de Monografia segundo alguns autores: A monografia é um estudo científico de uma questão bem determinada e limitada, realizado com profundidade e de forma exaustiva. (Rafael Farina)
  • 7. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 7 É um trabalho sistemático e completo sobre um assunto particular, usualmente pormenorizado no tratamento, mas não extenso no alcance. (American Library Association)” Pelos trechos citados acima podemos concluir, de modo simplificado, que a monografia é o resultado de uma pesquisa sobre um determinado tema. Esse tema deverá ser pesquisado exaustivamente, a fim de saber se já foi dito algo sobre ele, quais posicionamentos que existem a respeito do assunto, quais dados podem auxiliar na confirmação de sua hipótese. Também é um trabalho sistemático, isto é, um trabalho bem organizado, com suas partes interdependentes, que exige um roteiro para ser seguido passo a passo até a conclusão da pesquisa. Para realizar tal feito não é necessário um “tratado enorme” sobre o tema escolhido, mas apenas o necessário que mostre que a pesquisa é bem feita, fruto de um trabalho cuidadoso de coleta e análise de dados relevantes. É exatamente por isso que foi dito na citação acima que a monografia não é um trabalho extenso no alcance. Portanto, não se deve confundir uma pesquisa bem organizada, que segue todo um planejamento prévio e que faz uma análise científica cuidadosa, com uma extensão desregrada, usada apenas para “embromar” o avaliador do trabalho. A seguir, são expostas algumas considerações feitas por Oliveira (1999) sobre a elaboração de uma monografia: A - a monografia não é: - repetir o que já foi dito por outro, sem se apresentar nada de novo ou em relação ao enfoque, ao desenvolvimento ou às conclusões; - responder a uma espécie de questionário; não é executar um trabalho semelhante ao que se faz em um exame ou deveres escolares; - manifestar meras opiniões pessoais, sem fundamentá-las com dados comprobatórios logicamente correlacionados e embasados em raciocínio; - expor idéias demasiado abstratas, alheias tanto aos pensamentos, preocupações, conhecimentos ou desejos pessoais do autor da monografia como de sua particular maturidade psicológica e intelectual; - manifestar uma erudição livresca, citando frases irrelevantes, não pertinentes e mal-assimiladas, ou desenvolver perífrases sem conteúdo ou distanciadas da particular experiência de cada caso. B - a monografia é: - um trabalho que observa e acumula observações; - organiza essas informações e observações; - procura as relações e regularidades que podem haver entre elas; - indaga sobre os seus porquês; - utiliza de forma inteligente as leituras e experiências para comprovação; - comunica aos demais seus resultados.
  • 8. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 8 C - as afirmações científicas componentes de uma monografia: - expressam uma descoberta verdadeira; - apresentam provas. Para muitos, é a comprovação que distingue o científico daquele que não é. Em conseqüência, pode-se afirmar que a maior arte de uma investigação científica consiste na procura de provas conclusivas; - pretendem ser objetivas, ou seja, independentes do pesquisador que as apresenta: qualquer outro investigador deve poder encontrar o mesmo resultado, isto é, verificar as informações ou, com o seu trabalho, refutá-las ou modificá-las; - possuem uma formulação geral. A ciência procura, classifica e relaciona fatos ou fenômenos com a intenção de encontrar os princípios gerais que os governam; - são, geralmente, sistemáticas, portanto ordenadas segundo princípios lógicos; - expõe interpretações e relações entre os fatos-fenômenos assim como suas regularidades. (p.237-238) Para proceder à elaboração de sua monografia você precisa escolher um determinado assunto (tema) que será objeto de sua pesquisa. Tanto a escolha do tema quanto o planejamento e a elaboração da pesquisa deverão seguir alguns passos, como os explicitados a seguir, compilados de Marconi e Lakatos (2003) e Oliveira (1999).
  • 9. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 9 CAPÍTULO 2 1 – TIPOS DE PESQUISA1 1.1 - Pesquisa Bibliográfica Você tem um problema a ser investigado (que é o tema da sua pesquisa) e, para investigar e encontrar respostas para esse problema, você precisará de referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses, que serão a sua pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, você irá pesquisar todo o material disponível que dê contribuição para o assunto, tema ou problema do qual você está tratando. Todo o procedimento da pesquisa bibliográfica está descrito no item “Levantamento bibliográfico”. 1.2 - Pesquisa Descritiva A pesquisa descritiva observa, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir, com a maior precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e suas características. Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política e demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas. A pesquisa descritiva desenvolve-se, principalmente, nas ciências humanas e sociais, abordando aqueles dados e problemas que merecem ser estudados, mas cujo registro não consta de documentos. Os dados, por ocorrerem em seu hábitat natural, 1 Texto retirado na íntegra de CERVO, Amado Luís; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.p. 60-64.
  • 10. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 10 precisam ser coletados e registrados ordenadamente para seu estudo propriamente dito. A pesquisa descritiva pode assumir diversas formas, entre as quais se destacam: a) Estudos descritivos: trata-se do estudo e da descrição das características, propriedades ou relações existentes na comunidade, grupo ou realidade pesquisada. Os estudos descritivos, assim como os exploratórios, favorecem, na pesquisa mais ampla e completa, as tarefas de formulação clara do problema e da hipótese como tentativa de solução. Comumente se incluem nesta modalidade os estudos que visam a identificar as representações sociais e o perfil de indivíduos e grupos, como também os que visam a identificar estruturas, formas, funções e conteúdos. b) Pesquisa de opinião: procura saber atitudes, pontos de vista e preferências das pessoas a respeito de algum assunto com o objetivo de tomar decisões. A pesquisa de opinião abrange uma faixa muito grande de investigações que visam a identificar falhas ou erros, descrever procedimentos, descobrir tendências, reconhecer interesses e outros comportamentos. Esta modalidade da pesquisa é a mais divulgada pelos meios de comunicação, pois permite tratar de temas do cotidiano, como intenções de voto, de compra e de consumo; verificar tendências de opinião pública; criar, por meio da manipulação de dados, opiniões contra ou a favor de temas polêmicos, como aborto, pena de morte, redução da idade penal etc. c) Pesquisa de motivação: busca saber as razões inconscientes e ocultas que levam, por exemplo, o consumidor a utilizar determinado produto ou que determinam certos comportamentos e atitudes. d) Estudo de caso: é a pesquisa sobre determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade que seja representativo de seu universo, para examinar aspectos variados de sua vida. e) Pesquisa documental: são investigados documentos com o propósito de descrever e comparar usos e costumes, tendências, diferenças e outras características.
  • 11. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 11 As bases documentais permitem estudar tanto a realidade presente como o passado, com a pesquisa histórica. Em síntese, a pesquisa descritiva, em suas diversas formas, trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria realidade. A coleta de dados aparece como uma das tarefas características da pesquisa descritiva. Para viabilizar essa importante operação de coleta de dados são utilizados como principais instrumentos, a observação, a entrevista, o questionário e o formulário. A coleta e o registro de dados, porém, com toda a sua significação, não constituem, por si sós, uma pesquisa, mas sim técnicas específicas para a consecução dos objetivos da pesquisa. Seja qual for seu tipo, a pesquisa resulta da execução de inúmeras tarefas, desde a escolha do assunto até o relatório final, o que também implica a adoção simultânea e consecutiva de variadas técnicas em uma pesquisa. 1.3 – Pesquisa Experimental A pesquisa experimental caracteriza-se por manipular diretamente as variáveis relacionadas com o objeto de estudo. Nesse tipo de pesquisa, a manipulação das variáveis proporciona o estudo da relação entre as causas e os efeitos de determinado fenômeno. Com a criação de situações de controle, procura-se evitar a interferência de variáveis intervenientes. Interfere-se diretamente na realidade, manipulando-se a variável independente a fim de observar o que acontece com a dependente. Enquanto a pesquisa descritiva procura classificar, explicar e interpretar os fenômenos que ocorrem, a pesquisa experimental pretende dizer de que modo ou por que o fenômeno é produzido. Para atingir esses resultados, o pesquisador deve fazer uso de aparelhos e instrumentos que a técnica moderna coloca a seu alcance ou de procedimentos apropriados e capazes de tornar perceptíveis as relações existentes entre as variáveis envolvidas no objeto de estudo. Convém esclarecer que a pesquisa experimental não se resume a pesquisas realizadas em laboratório, assim como a descritiva não se resume a pesquisas de campo. Os termos de campo e de laboratório indicam apenas o contexto em que elas se realizam. Uma pesquisa pode ser experimental tanto em contexto de campo quanto de
  • 12. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 12 laboratório. O mesmo acontece com a descritiva. Pode-se dizer que, no contexto de laboratório, realizam-se mais pesquisas de natureza experimental. 1.4 – Pesquisa exploratória A pesquisa exploratória, designada por alguns autores como pesquisa quase científica ou não científica, é normalmente o passo inicial no processo de pesquisa pela experiência e um auxílio que traz a formulação de hipóteses significativas para posteriores pesquisas. A pesquisa exploratória não requer a elaboração de hipóteses a serem testadas no trabalho, restringindo-se a definir objetivos e buscar mais informações sobre determinado assunto de estudo. Tais estudos têm por objetivo familiarizar-se com o fenômeno ou obter uma nova percepção dele e descobrir novas idéias. A pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre seus elementos componentes. Esse tipo de pesquisa requer um planejamento bastante flexível para possibilitar a consideração dos mais diversos aspectos de um problema ou de uma situação. Recomenda-se a pesquisa exploratória quando há pouco conhecimento sobre o problema a ser estudado. 2 – ROTEIRO PARA AS PESQUISAS DESCRITIVA E EXPERIMENTAL Obs.: Muitas indicações presentes nesse roteiro poderão ser usadas na confecção do projeto e na apresentação do relatório final. As pesquisas descritiva e experimental, embora percorram as diversas fases da pesquisa bibliográfica, apresentam algumas características próprias. O roteiro abaixo, que pretende adaptar os passos das pesquisas descritiva e experimental as fases da pesquisa bibliográfica, poderá servir de orientação para a execução de trabalhos dessa natureza.
  • 13. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 13 a) Escolha do tema: deve-se escolher um tema que seja significativo e adequado ao interesse, ao nível de formação e às reais condições de trabalho do pesquisador. Constitui dificuldade adicional para o estudante pretender trabalhar com temas com os quais não tenha afinidade ou que não despertem motivação ou interesse. b) Delimitação do tema: dentro de um mesmo tema, deve-se selecionar um tópico para ser estudado e analisado em profundidade, tornando-o viável de ser pesquisado. Evite temas amplos que resultem em trabalhos superficiais. c) Justificativa da escolha: o aluno deve mostrar as razões da preferência pelo assunto escolhido e sua importância diante de outros temas. (No relatório de pesquisa, os itens descritos acima constam da introdução.) d) Revisão da literatura especializada: é a realização de uma pesquisa bibliográfica que visa a identificar, localizar, ler, analisar e anotar os principais tópicos da literatura especializada sobre a questão delimitada. Tal estudo preliminar e sintético trará informações sobre a situação atual do problema, sobre os trabalhos já realizados a respeito e sobre opiniões existentes, o que constitui o estado da arte sobre a questão. Esses conhecimentos prévios auxiliarão o investigador nos demais passos para o planejamento do projeto de pesquisa. e) Formulação do problema: deve-se redigir, de forma interrogativa, clara, precisa e objetiva, o tópico que se tornará o objeto de estudo da pesquisa. O problema levantado deve expressar uma relação entre duas ou mais variáveis. A elaboração clara do problema é fruto de revisão da literatura e de reflexão pessoal. f) Enunciado da hipótese: a hipótese, como resposta e explicação provisória, relaciona as duas ou mais variáveis do problema levantado. A hipótese deve ser testável e responder ao problema, ainda que de forma provisória. Nos trabalhos escolares e acadêmicos, é conveniente que o número de hipóteses seja reduzido.
  • 14. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 14 g) Amostragem: a pesquisa procura estabelecer generalizações a partir de observações em grupos ou conjuntos de indivíduos chamados de população ou universo. População pode referir-se a um conjunto de pessoas, de animais ou de objetos que representem a totalidade de indivíduos que possuam as mesmas características definidas para um estudo. A pesquisa, porém, é feita com uma parte representativa da população, denominada amostra, e não com a totalidade dos indivíduos. Amostragem é, pois, a coleta de dados de uma parte da população, selecionada segundo critérios que garantam sua representatividade (SELLTIZ, 1976, p.571). h) Instrumentos: no projeto de pesquisa, devem-se indicar as técnicas a serem usadas para a coleta de dados, como a entrevista, o questionário e o formulário, anexando-se ao projeto um modelo do instrumento a ser utilizado. Quando se tratar de pesquisa experimental, devem ser descritos os instrumentos e materiais ou as técnicas a serem usadas. i) Procedimentos: em pesquisas descritivas faz-se a descrição detalhada de todos os passos da coleta e do registro dos dados (quem? quando? onde? como?). Descrevem-se ainda as dificuldades, as preocupações, a supervisão e o controle. Na pesquisa experimental, é detalhada a forma usada para fazer a observação, a manipulação da variável independente, o tipo de experimento, o uso ou não de grupo de controle e a maneira do registro dos resultados. No relatório, os dados são apresentados depois de classificados sob forma descritiva e, de preferência, em tabelas, quadros ou gráficos. Os dados devem explicar-se por si mesmos a fim de não exigirem do leitor exames exaustivos que o obriguem a um grande esforço interpretativo. j) Análise dos dados: depois de coletados e tabulados os dados e expostos em tabelas de forma sintética, eles devem ser submetidos ou não, conforme o caso, ao tratamento estatístico. (MARINHO, 1980, p.66). Todas as informações reunidas nos passos anteriores devem ser comparadas entre si e analisadas. A análise, a partir da classificação ordenada dos dados, do confronto dos resultados das tabelas e das
  • 15. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 15 provas estatísticas, quando empregadas, procura verificar a comprovação ou não das hipóteses de estudo. k) Discussão dos resultados: é a generalização dos resultados obtidos pela análise. Na discussão, o pesquisador deve fazer as inferências e generalizações cabíveis, com base nos resultados alcançados. Os resultados também devem ser discutidos e comparados com afirmações e posições de outros autores. Finalmente, aspectos paralelos revelados pela pesquisa devem ser abordados e comentados. l) Conclusão: deve apresentar um resumo dos resultados mais significativos da pesquisa e sintetizar os resultados que conduzirão à comprovação ou à rejeição da hipótese de estudo; deve fazer as inferências que os dados alcançados permitem e indicar os aspectos que mereçam mais estudo e aprofundamento. m) Referência bibliográfica: são as referências bibliográficas que serviram de embasamento teórico e que serão apresentadas segundo as normas da ABNT, conforme será visto mais adiante. n) Anexos: são constituídos de elementos complementares, como questionários e outras fichas de observação e registro utilizadas no trabalho, que auxiliam a análise do leitor da pesquisa. 2 2 O item 2 foi retirado na íntegra de: CERVO, Amado Luís; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p.65-67.
  • 16. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 16 CAPÍTULO 3 2 – METODOLOGIA DA PESQUISA 2.1 – Abordagem Quantitativa A abordagem quantitativa e a qualitativa são dois métodos diferentes pela sua sistemática, e, principalmente, pela forma de abordagem do problema que está sendo objeto de estudo, precisando, dessa maneira, estar adequado ao tipo de pesquisa que se deseja desenvolver. Entretanto, é a natureza do problema ou seu nível de aprofundamento que irá determinar a escolha do método. O quantitativo, conforme o próprio termo indica, significa quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como também com o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples, como percentagem, média, moda, mediana e desvio padrão, até as de uso mais complexo, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc., normalmente usadas em defesas de teses. O método quantitativo também é empregado no desenvolvimento das pesquisas de âmbito social, econômico, de comunicação, mercadológicas, de opinião, de administração, representando, em linhas gerais, uma forma de garantir a precisão dos resultados, e evitando com isso distorções de análise e interpretações. 2.2 – Abordagem Qualitativa Com relação ao emprego do método ou abordagem qualitativa esta difere do quantitativo pelo fato de não empregar dados estatísticos como centro do processo de análise de um problema. A diferença está no fato de que o método qualitativo não tem a pretensão de numerar e medir unidades ou categorias homogêneas. São vários os autores que não estabelecem qualquer distinção entre os métodos quantitativo e qualitativo, tendo em vista que a pesquisa quantitativa também é qualitativa. (...) A pesquisa qualitativa tem como objetivo situações complexas ou estritamente particulares.
  • 17. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 17 As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. Existem situações de pesquisas que envolvem conotações qualitativas, na opinião de vários cientistas sociais, em pelo menos três aspectos: 1. Situações em que se evidencia a necessidade de substituir uma simples informação estatística por dados qualitativos. Isto se aplica, principalmente, quando se trata de investigação sobre fatos do passado ou estudos referentes a grupos dos quais se dispõe de pouca informação. 2. Situações em que observações qualitativas são usadas como indicadores do funcionamento de estruturas sociais. 3. Situações em que se manifesta a importância de uma abordagem qualitativa para efeito de compreender aspectos psicológicos, cujos dados não podem ser coletados de modo completo por outros métodos devido à complexidade que envolve a pesquisa. Neste caso, temos estudos dirigidos à análise de atitudes, motivações, expectativas, valores, opinião etc. (ver Parte IV) A abordagem qualitativa nos leva, entretanto, a uma série de leituras sobre o assunto da pesquisa, para efeito da apresentação de resenhas, ou seja, descrever pormenorizada ou relatar minuciosamente o que os diferentes autores ou especialistas escrevem sobre o assunto e, a partir daí, estabelecer uma série de correlações para, ao final, darmos nosso ponto de vista conclusivo.3 3- Texto retirado na íntegra de: OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Tratado de Metodologia Científica – Projetos de Pesquisas, TGI, TCC, Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. p. 114 – 117.
  • 18. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 18 Veja abaixo uma breve comparação entre o método quantitativo e o método qualitativo, conforme exposto pela empresa Opinião Consultoria (2006)4 . Método Quantitativo Nos estudos quantitativos o principal objetivo é a avaliação de uma população, do ambiente de mercado ou de um fenômeno. Os resultados obtidos são indicadores numéricos que refletem a realidade do universo em questão. Esses resultados são expressos por meio de números absolutos, proporções ou taxas. Por exemplo: a distribuição de consumo de energia elétrica de uma população, a renda média dos moradores de um bairro, a proporção de eleitores de um candidato, o número de compradores de celular num determinado período de tempo, a população que deseja adquirir determinado produto ou serviço, etc. Entre suas características destacam-se: » Definição de amostras representativas do universo; » Utilização de questionários estruturados com questões abertas e/ou fechadas; » Utilização de métodos de coleta por meio de entrevista pessoal, por telefone, mala- direta (correio e/ou internet) ou domiciliar; » Possibilita análises estatísticas. Método Qualitativo O método qualitativo busca responder os "porquês", investigar conceitos, motivações e sentimentos que antecedem ou estão presentes no comportamento do indivíduo e na formação das representações sociais. Tem como características: » Relatórios analíticos elaborados a partir do discurso produzido pelos entrevistados; » Propiciar um estudo mais aprofundado de determinadas variáveis que a técnica quantitativa não consegue captar; » Utiliza técnica de Grupo de Discussão, Grupo Focal e Entrevistas em Profundidade; » Cliente Secreto / Mistery Shopper: caracteriza-se por uma simulação na qual o analista se passa por um consumidor para avaliar/testar produtos ou serviços da empresa. 4 A partir desse parágrafo até o final desse capítulo, todo o conteúdo exposto foi retirado de: Opinião Consultoria. Métodos de Pesquisa. Disponível em: <www.opiniaoconsultoria.com.br>. Acesso em: 06 agosto 2007.
  • 19. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 19 Quadro Comparativo ... Quantitativa ... Qualitativo Objetivo Subjetivo Testa a Teoria Desenvolve a teoria Redução, Controle e Precisão Descoberta, descrição, compreensão, interpretação partilha Mecanicista: partes são iguais ao todo Organicista: o todo é mais do que as partes Possibilita análises estatísticas Possibilita narrativas ricas, interpretações individuais Os elementos básicos da análise são os números Os elementos básicos da análise são palavras e idéias O pesquisador mantém distância do processo O pesquisador participa do processo Independe do contexto Depende do contexto Teste de hipóteses Gera idéias e questões para pesquisa O raciocínio é lógico e dedutivo O raciocínio é dialético e indutivo Estabelece relações, causas Descreve os significados, descoberta Busca generalizações Busca particularidades Preocupa-se com a quantidade Preocupa-se com a quantidade das informações e respostas Utiliza instrumentos específicos Utiliza a comunicação e observação
  • 20. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 20 CAPÍTULO 4 4 - AS ETAPAS DA PREPARAÇÃO DE UMA PESQUISA Antes de iniciar o seu projeto de pesquisa e de realizar a pesquisa propriamente dita, você deverá adotar alguns procedimentos, tais como: 1) Primeiramente, a escolha e a delimitação do tema. 2) Após a escolha do tema, você irá indicar quais os objetivos que você pretende atingir e quais os métodos e as técnicas que serão utilizadas na pesquisa para atingir os seus objetivos e responder ao tema da pesquisa, para só então partir para o próximo passo: a elaboração do seu projeto de pesquisa. Isso porque, para proceder à elaboração do projeto, você precisa ter em mente o que deseja pesquisar (o tema e a delimitação do tema), para quê (objetivos), por quê (justificativa) e como deseja pesquisar esse tema (métodos a serem utilizados). Veja abaixo a explicação dos tópicos acima: 4.1 – ESCOLHA E DELIMITAÇÃO DO TEMA: O tema da pesquisa é a designação do problema (prático) e da área do conhecimento a serem observados. A escolha do tema poderá se dar a partir de uma análise de um assunto já estudado, mas que precisa de maiores explicações, ou que ainda não foi abordado pela área do conhecimento na que você deseja pesquisar. Por exemplo, podemos imaginar uma pesquisa sobre o tema: “Os acidentes de trabalho nas indústrias de São Paulo”. Esse tema poderá ser estudado por vários ângulos: 1) Qual o tipo de empresa que será analisada?(De alimentos? De calçados? De minério?) 2) Qual o tipo de acidente? (em uma única empresa, vários tipos poderão ser identificados)
  • 21. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 21 3) Qual o tipo de abordagem que será dada? (No exemplo acima, poderão ser feitas pesquisas nas mais diversas áreas do conhecimento como, por exemplo, nas áreas de psicologia do trabalho, tecnologia, ergonomia e direito trabalhista). 4) O que se busca com a pesquisa? (Apenas compreender os motivos e a gravidade dos acidentes ou propor formas de redução dos acidentes?) Como se pode ver, a respeito de um mesmo tema podem ser identificadas várias possibilidades de pesquisa. Assim, ao escolher um tema, você deverá delimitá-lo, isto é, definir de modo bem preciso quais os aspectos que você irá abordar, qual o enfoque que será dado (por exemplo, na área da Administração, qual campo dessa área será utilizado para a abordagem que se propõe?) e os resultados que você deseja alcançar. Você poderá formular o problema de modo a fazer uma pesquisa descritiva, isto é, fazer uma análise sobre as condições de trabalho na empresa x, a partir de estudos de campo, entrevistas, etc., a fim de buscar explicações para as causas dos acidentes, assim como poderá ser uma pesquisa normativa, ou seja, você poderá propor uma pesquisa que tenha como objetivo analisar as condições de trabalho, mas com o intuito de propor formas de melhoria e redução dos problemas detectados. Poderá também juntar as duas perspectivas, a descritiva e a normativa, dependendo da complexidade do assunto a ser abordado. Após essa etapa, é feita a escolha de uma teoria para embasar a pesquisa, dentre as diversas existentes na área que se pretende pesquisar. Para isso, deverá ser feita uma pesquisa sobre a bibliografia existente sobre o tema, procurando enquadrar a sua pesquisa na teoria e no método de abordagem mais apropriado para a pesquisa proposta e que seja condizente com seu interesse. Na pesquisa bibliográfica você poderá contar com o auxílio de um professor orientador e também deverá estar munido de conhecimentos básicos necessários à iniciação da pesquisa. A escolha do tema responde à pergunta: “O que será explorado?” Ao delimitar o tema a ser pesquisado, você se deparará com um problema (ou vários) a ser investigado. Esse problema requer alguns procedimentos que são necessários para a boa execução da pesquisa. Para isso deverão ser adotados alguns procedimentos, conforme transcrito de Oliveira (1999: p.107):
  • 22. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 22 Procedimentos para avaliar o problema: Escolher um problema que chame a atenção e precise de resposta. Recompilar as informações relacionadas ao problema. Analisar a relevância das informações. Estudar possíveis relações entre as informações que possam contribuir e esclarecer o problema. Propor diversas explicações – hipóteses – para as causas do problema. Estabelecer a relevância das aplicações, utilizando como método a observação e a análise. Procurar relações entre as explicações que procuram contribuir para solucionar o problema. Procurar relações entre os dados e as explicações. Analisar. As respostas ou explicações vêm por intermédio da observação, do experimento e da pesquisa de campo com o emprego de entrevistas e questionários, quando se trata de uma pesquisa de opinião (abordagem quantitativa). Responde às perguntas: O que? Como? (Marconi & Lakatos, 2003: p.160) 4.2 – SELEÇÃO DE MÉTODOS E TÉCNICAS Após a delimitação do tema e a verificação de um problema (ou mais problemas) a ser investigado, você deverá partir para o levantamento de bibliografia e de dados para embasar a sua pesquisa. Além disso, você deverá indicar quais as técnicas de pesquisa que você utilizará: pesquisa bibliográfica, questionários, análise de documentos, etc. Marconi e Lakatos assim observam: A seleção do instrumental metodológico está, portanto, diretamente relacionada com o problema a ser estudado; a escolha dependerá dos vários fatores relacionados com a pesquisa, ou seja, a natureza dos fenômenos, o
  • 23. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 23 objeto da pesquisa, os recursos financeiros, a equipe humana e outros elementos que possam surgir no campo da investigação. Tanto os métodos quanto as técnicas devem adequar-se ao problema a ser estudado, às hipóteses levantadas e que se queira confirmar, ao tipo de informantes com que se vai entrar em contato. Nas investigações, em geral, nunca se utiliza apenas um método ou uma técnica, e nem somente aqueles que se conhece, mas todos os que forem necessários ou apropriados para determinado caso. Na maioria das vezes, há uma combinação de dois ou mais deles, usados concomitantemente. (2003, p. 163) O primeiro passo é fazer a pesquisa bibliográfica para te orientar na escolha dos outros métodos. Essa pesquisa bibliográfica deverá seguir os seguintes passos, conforme Cervo, Bervian e Silva (2007): 4.2.1 - Levantamento bibliográfico5 Praticamente todo o conhecimento humano pode ser acessado nos livros ou em impressos que se encontram nas bibliotecas. A pesquisa bibliográfica tem como objetivo encontrar respostas aos problemas formulados, e o recurso utilizado para isso é a consulta dos documentos bibliográficos. (...) Na pesquisa bibliográfica, a fonte de informações, por excelência, estará sempre na forma de documentos escritos, estejam eles impressos ou depositados em meios magnéticos ou eletrônicos. (...) Quanto à sua natureza, os documentos bibliográficos podem ser: a) Primários: quando coletados em primeira mão, como pesquisa de campo, testemunho oral, depoimentos, entrevistas, questionários, laboratórios. b) Secundários: quando colhidos em relatórios, livros, revistas, jornais e outras fontes impressas, magnéticas ou eletrônicas. c) Terciários: quando citados por outra pessoa. 5 - A partir desse tópico até o tópico 4.3.4, o texto foi retirado na íntegra de: CERVO, Amado Luís; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p.79-86.
  • 24. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 24 Quanto às formas de apresentação e de armazenamento, os documentos escritos podem ser: a) Impressos: atas de reuniões, atlas, Bíblias, biografias, bulas (remédios, cartões-postais, coleções, constituições, convênios, fac-símiles, decisões judiciais, dicionários, dissertações e teses, enciclopédias, fascículos, fotografias, jornais, leis e decretos, livros, mapas e globos, microfichas, monografias, relatórios oficiais, relatórios técnico-científicos, resenhas, revistas, etc. b) Meios magnéticos e eletrônicos: arquivos em disquete, bases de dados em CD-ROM, boletins eletrônicos (BBS), e-mails, FTPs, discos, discos compactos (CD – compact disc), fitas gravadas, homepages, filmes e vídeos, listas de discussões, microfilmes, slides (dispositivos) etc. c) Reuniões científicas: congressos, jornadas, reuniões, conferências, workshops etc. d) Notas de aula. (...) Nos primeiros passos da consulta o pesquisador necessita de informações gerais sobre o assunto que deve desenvolver. Essas informações podem ser encontradas em verbetes de dicionários especializados, enciclopédias e em manuais. Estes o remeterão aos tratados completos, isto é, às obras que abordam e desenvolvem amplamente o assunto. Se necessitar de um estudo atualizado e recente, o estudante deve preferir procurar artigos em revistas especializadas. Se necessitar de notícias ou crônicas da atualidade deve privilegiar as seções especializadas dos jornais e das revistas semanais. Após localizar a bibliografia necessária à sua pesquisa, o estudante deve proceder à leitura de reconhecimento, examinado a capa, a contracapa, as orelhas, a folha de rosto, o sumário, a bibliografia, a introdução e o prefácio dos livros. Esses elementos fornecem uma idéia sobre o tema, o autor e o contexto em que foi produzida a obra que serão a matéria-prima da pesquisa. Não se trata, pois, no início, de um estudo exaustivo da documentação, mas apenas de um rápido exame. Nessa fase do levantamento, deve-se fazer, pelo menos, a identificação e localização de toda a bibliografia necessária para o trabalho, até para saber o que há disponível na
  • 25. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 25 biblioteca de sua instituição, o que precisa ser adquirido, o que precisa ser fotocopiado e o que o estudante tem em seu próprio acervo. A medida que os documentos que interessam ao assunto são identificados e localizados pela leitura de reconhecimento, deve-se anotar as referências bibliográficas. Em outros termos, procede-se à elaboração preliminar da bibliografia do próprio trabalho. A bibliografia para uso do pesquisador deve estar relacionada com o plano de assunto, de sorte que corresponda às suas partes constitutivas. Faz-se, pois, a seleção desse material com vistas ao tema ou ao aspecto que se quer focalizar. Chega então o momento da leitura, análise e interpretação dos documentos. Antes, porém, convém saber como se há de registrar cuidadosamente os dados selecionados para maior eficiência. 4.2.2 – Apontamentos e anotações Uma vez selecionado o material, o estudante deve anotar as idéias principais e secundárias, os dados e as informações ou afirmações que os documentos podem fornecer. Trata-se dos procedimentos de apontamentos e anotações que constituirão a matéria-prima para a fundamentação científica de seu trabalho e para as citações. É preciso assegurar a retenção daquilo que se quer conservar, pois a memória interna é frágil. Não há diferenças entre apontamentos e anotações, mas o estudante deve estar atento para dois aspectos desses procedimentos: um é quanto à transcrição do que lhe interessa, que será usada posteriormente como citações; outro se refere às idéias e reflexões que ele tem durante a leitura; geralmente são idéias e reflexões originais, que merecem ser anotadas, para posterior desenvolvimento (MICHAELIS, 2000). As anotações e os apontamentos são como uma memória exterior. Bem organizados, podem se constituir em uma minibiblioteca para uso pessoal. O apontamento pode ser formal, quando se transcrevem as palavras textuais extraídas de um documento, ou conceptual, quando se traduzem as idéias de outrem com as próprias palavras. Registre somente os dados, fatos ou proposições mais importantes. (...) Como assegurar a eficiência de um apontamento? Observe as seguintes normas práticas:
  • 26. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 26 a) Ter sempre em vista os objetivos do trabalho, procurando anotar somente os dados suscetíveis de fornecer alguma luz sobre o problema formulado. b) Percorrer antes todo o texto para evitar anotações de dados que são desenvolvidos adiante. c) Sublinhar com lápis os pontos principais se o livro é próprio. Caso contrário, registrar as anotações em folhas numeradas, colocando a página do livro em cada nova afirmação ou pensamento do autor. d) Transcrever as anotações em fichas, cadernos ou folhas, colocando entre aspas as citações textuais e anotando em folhas separadas ou no verso as idéias próprias que surgirem. Portanto, em uma pesquisa bibliográfica, um bom apontamento deve ser feito em duas etapas: I) Em um primeiro momento, registre os dados sobre folhas de papel, com o cuidado de colocar, no alto de cada folha, as referências bibliográficas da obra consultada, à margem esquerda as respectivas páginas e, no verso, as idéias pessoais que surgirem durante a leitura. A ordem dos apontamentos é simplesmente cronológica: os dados são registrados à medida que a leitura avança. II) Em um segundo momento, registre os dados sobre fichas. O tipo ou modelo da ficha é questão de preferência (...). A experiência mostra que entre os pesquisadores existe grande liberdade neste particular. O que todos observam, entretanto, é que as fichas são organizadas em função dos assuntos. A ordem dos apontamentos registrados sobre as fichas não é mais uma ordem cronológica, mas lógica. O conteúdo da ficha deve ser identificado por meio de um termo ou dois, em seu cabeçalho. Em geral, esses cabeçalhos correspondem ao sumário do trabalho. Devem figurar em uma ficha outros elementos indispensáveis, como as referências bibliográficas e a respectiva página da obra de onde se extraiu o apontamento.
  • 27. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 27 4.3 – COLETA E ANÁLISE DE DADOS: LEITURA E PROCESSOS DE LEITURA O pesquisador entra, nesse momento, em uma das fases decisivas da elaboração do trabalho científico. Trata-se da coleta e do registro de informações, em primeiro lugar, da análise e da interpretação dos dados reunidos e, finalmente, da classificação deles. (...) 4.3.1 – Pré-leitura Nessa fase inicial da leitura informativa, o estudante deve certificar-se da existência das informações que procura, além de obter uma visão global delas. São duas, pois, as finalidades dessa leitura: em primeiro lugar, permitirá ao estudante selecionar os documentos bibliográficos que contêm dados ou informações suscetíveis de serem aproveitados na fundamentação de seu trabalho; em segundo lugar, dará ao estudante uma visão global do assunto focalizado, visão indeterminada, mas indispensável para poder progredir no conhecimento. Faz-se a leitura de reconhecimento ou a pré-leitura examinando a folha de rosto, o sumário, os índices, as referências bibliográficas, as notas ao pé da página, o prefácio, a introdução e a conclusão. Em se tratando de livros, deve-se percorrer o capítulo introdutório e o final; para o conhecimento de um capítulo deve-se ler o primeiro e o último parágrafo. Em se tratando de artigos de revistas semanais ou jornais, normalmente a idéia está contida no título do artigo e das partes. Os primeiros parágrafos trazem geralmente o conjunto dos dados mais importantes, mas artigos científicos precisam ser lidos integralmente para uma compreensão geral do assunto. 4.3.2 – Leitura seletiva Localizadas as informações nos textos, procede-se à escolha do que for mais adequado de acordo com os propósitos do trabalho. Selecionar é eliminar o dispensável para fixar-se no que realmente é de interesse. Dá-se o primeiro passo de uma leitura mais séria, embora não se trate ainda de um estudo exaustivo e minucioso. Para selecionar os dados e as informações é necessário definir os critérios. Não pode haver
  • 28. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 28 seleção sem critérios de seleção. Os critérios de leitura seletiva são os propósitos do trabalho: o problema formulado, as perguntas elaboradas quando se questionou o assunto ou, em outros termos, os objetivos intrínsecos do trabalho. Somente os dados que possam fornecer alguma luz sobre o problema, constituindo um elemento de resposta ou de solução, é que serão selecionados. Pode-se voltar várias vezes a um mesmo texto com propósitos distintos. São estes que determinam a importância e a significação dos documentos bibliográficos. 4.3.3 – Leitura crítica ou reflexiva Feita a seleção do material útil para o trabalho, o pesquisador ingressa no estudo propriamente dito dos textos com a finalidade de saber o que o autor afirma sobre o assunto. Nessa fase são necessárias certas atitudes, como culto desinteressado da verdade e ausência de preconceitos. Simultaneamente o estudante deve ter sempre presente diante de si os problemas que se dispõe a resolver por meio do estudo. É uma fase de estudos, isto é, de reflexão deliberada e consciente (processo de aprendizagem); de percepção dos significados, o que envolve um esforço reflexivo que se manifesta por meio das operações de análise, comparação, diferenciação, síntese e julgamento (processo de apreensão); de apropriação dos dados referentes ao assunto ou problema (processo de assimilação). O estudo de um texto passa pelas mesmas fases do pensamento reflexivo: de uma visão global, passa-se à análise das partes dos elementos constitutivos para se chegar a uma síntese integradora. A leitura crítica supõe a capacidade de escolher as idéias principais e de diferenciá- las entre si e das secundárias. (...) A análise de documentos desdobra-se, portanto, em certo número de operações muito precisas: identificação e escolha da idéia diretriz e das idéias secundárias; diferenciação ou comparação das idéias entre si a fim de determinar a importância relativa de cada uma no conjunto das idéias; compreensão do significado exato dos termos ou dos conceitos que expressam;
  • 29. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 29 julgamento do material, após a escolha, diferenciação e compreensão. O julgamento dos dados fornecidos pela análise corresponde a uma fase decisiva da leitura científica. Faz-se por meio da leitura interpretativa. 4.3.4 – Leitura interpretativa A leitura interpretativa é a última etapa da leitura de um texto e a aplicação deste aos fins particulares da pesquisa. Essa fase implica um tríplice julgamento: I) Partindo das intenções do autor e do tema do texto, o pesquisador procura saber o que o autor realmente afirma, quais os dados que oferece e as informações que transmite, qual o seu problema, suas hipóteses, suas teses, suas provas e suas conclusões. Essa crítica objetiva é de grande importância: o pesquisador não pode incorporar em seu trabalho conclusões alheias que não repousem sobre provas convincentes. II) O pesquisador relaciona, em seguida, o que o autor afirma e os problemas para os quais está procurando uma solução. O julgamento das idéias se fazia antes em função dos propósitos do autor; agora se faz em função dos propósitos do pesquisador, e é aplicado na solução dos problemas formulados na pesquisa. Antes, um dado ou informação tinha valor, utilidade ou importância se concorresse para resolver o problema do autor. Agora, esse mesmo dado terá valor, utilidade ou importância se concorrer para solucionar o problema do pesquisador. III)Finalmente, o material coletado é julgado em função do critério verdade. O pesquisador deve duvidar da realidade de toda e qualquer proposição (dúvida metódica). Uma afirmação sem provas terá apenas valor provisório, servindo como ponto de referência, nunca como conclusão, por maior que seja a autoridade do autor no assunto. 4.4 – TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS6 6 A partir desse item até o item 4.4.3, todas as informações foram coletadas na íntegra de: CERVO, Amado Luís; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p. 50-54.
  • 30. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 30 Toda pesquisa, em especial a pesquisa descritiva, deve ser bem planejada se quiser oferecer resultados úteis e fidedignos. Esse planejamento envolve também a tarefa de coleta de dados, que corresponde a uma fase intermediária da pesquisa descritiva. A coleta de dados ocorre após a escolha e a delimitação do assunto, a revisão bibliográfica, a definição dos objetivos, a formulação do problema e das hipóteses, o agrupamento dos dados em categorias e a identificação das variáveis (essas duas últimas tarefas são mais bem desenvolvidas com a assistência de um estatístico ou de um analista de sistemas). Realizada a coleta de dados, seguem-se as tarefas da análise e discussão dos dados e depois a conclusão e o relatório do trabalho. A coleta de dados, tarefa importante na pesquisa, envolve diversos passos como a determinação da população a ser estudada, a elaboração do instrumento de coleta, a programação da coleta e também o tipo de dados e de coleta. Há diversas formas de coleta de dados, todas com suas vantagens e desvantagens. Na decisão do uso de uma forma ou de outra, o pesquisador levará em conta a que menos desvantagens oferecer, respeitados os objetivos da pesquisa. Os instrumentos de coleta de dados, de largo uso, são a entrevista, o questionário e o formulário. Na aplicação da entrevista e do formulário, o informante conta com a presença do pesquisador ou seu auxiliar, que registra as informações. O questionário, sem a presença do investigador, é preenchido pela pessoa que fornece as informações. Além do instrumento usado, o tipo de pergunta, que pode ser fechada por um número limitado de opções ou aberta, sem restrições, determina a maior ou menor exatidão dos dados e o grau de dificuldade na tabulação e análise das informações. Esses aspectos e a disponibilidade de tempo e de recursos devem ser levados em consideração ao ser fixado o instrumento de coleta de dados. Somente depois de ter sido definido o objetivo da pesquisa e depois de levantadas as hipóteses e as variáveis é que o pesquisador vai elaborar as questões do instrumento de coleta de dados. A preocupação básica ao elaborar as perguntas deve ser, além da validade, a finalidade e a relação das questões com o objetivo da pesquisa. As perguntas, em maior ou menor número, devem sempre colher informações a respeito das variáveis e das hipóteses de trabalho. Em geral, as questões alheias aos objetivos da pesquisa não se justificam.
  • 31. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 31 Trataremos, em tópicos distintos, das técnicas de aplicação do formulário e do questionário, mas podemos antecipar os diversos passos a serem observados na elaboração das perguntas: identificar os dados ou as variáveis sobre os quais serão feitas as questões; selecionar o tipo de pergunta a ser utilizado diante das vantagens e desvantagens de cada tipo, com vistas ao tempo a ser consumido para obter os dados e a maneira de tabulá-los e analisá-los; elaborar uma ou mais perguntas referentes a cada dado a ser levantado; analisar as questões elaboradas quanto à clareza da redação, classificação e sua real necessidade; codificar as questões para a posterior tabulação e análise com a inclusão dos códigos no próprio instrumento; elaborar instruções claras e precisas para o preenchimento do instrumento; submeter as questões a outros técnicos para sanar possíveis deficiências; revisar o instrumento para dar ordem e seqüência às questões; submeter o instrumento a um pré-teste para detectar possíveis reformulações ou correções, antes de sua aplicação. Outros instrumentos usados em pesquisas descritivas, como a entrevista e a observação, embora não percorram rigorosamente os passos descritos, devem cercar-se das devidas precauções para evitar prejuízos à pesquisa decorrentes de falhas na coleta de dados. 4.4.1 – Entrevista A entrevista não é uma simples conversa. É uma conversa orientada para um objetivo definido: recolher, por meio do interrogatório do informante, dados para a pesquisa.
  • 32. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 32 A entrevista tornou-se, nos últimos anos, um instrumento do qual se servem constantemente os pesquisadores em ciências sociais. Eles recorrem à entrevista sempre que têm necessidade de obter dados que não podem ser encontrados em registros e fontes documentais e que podem ser fornecidos por certas pessoas. Esses dados serão utilizados tanto para o estudo de fatos como de casos ou de opiniões. Devem-se adotar os seguintes critérios para o preparo e a realização da entrevista: planejar a entrevista, delineando cuidadosamente o objetivo a ser alcançado; obter, sempre que possível, algum conhecimento prévio acerca do entrevistado; marcar com antecedência o local e o horário da entrevista; qualquer transtorno poderá comprometer os resultados da pesquisa; criar condições, isto é, uma situação discreta, para a entrevista, pois será mais fácil obter informações espontâneas e confidenciais de uma pessoa isolada do que de uma pessoa acompanhada ou em grupo; escolher o entrevistado de acordo com a sua familiaridade ou autoridade em relação ao assunto escolhido; fazer uma lista das questões, destacando as mais importantes; assegurar um número suficiente de entrevistados, o que dependerá da viabilidade da informação a ser obtida. O entrevistado deve ser sempre previamente informado do motivo da entrevista e de sua escolha. O entrevistador deve obter e manter a confiança do entrevistado, evitando ser inoportuno, não interrompendo outras atividades de seu interesse nem o entrevistando quando estiver irritado, fatigado ou impaciente. Convém dispor-se a ouvir mais do que falar. O que interessa é o que o informante tem a dizer. Deve-se dar o tempo necessário para que o entrevistado discorra satisfatoriamente sobre o assunto. O entrevistador deve controlar a entrevista, reconduzindo, se necessário, o entrevistado ao objeto da entrevista. Deve-se evitar perguntas diretas que precipitariam as informações, deixando-a incompletas. É conveniente apresentar primeiramente as perguntas que tenham menores probabilidades de provocar recusa ou produzir qualquer
  • 33. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 33 forma de negativismo, uma após outra, a fim de não confundir o entrevistado. Sempre que possível, conferir as respostas, mantendo-se alerta a eventuais contradições. Finalmente, o entrevistador não deve confiar demasiadamente em sua memória. Deve anotar, cuidadosamente, os dados, registrando-os sumariamente durante a entrevista e completando suas anotações logo em seguida ou o mais breve possível. Deve registrar também aqueles dados fornecidos após a entrevista, quando considerados de importância. Quando se há de recorrer à entrevista? Recorre-se à entrevista quando não houver fontes mais seguras para as informações desejadas ou quando se quiser completar dados extraídos de outras fontes. A entrevista possibilita registrar, além disso, observações sobre a aparência, o comportamento e as atitudes do entrevistado. Daí sua vantagem sobre o questionário. Deve-se evitar recorrer à entrevista para obter dados de valor incerto ou para obter informações precisas, cuja validade dependeria de pesquisas ou de observações controladas, tais como datas, relações numéricas etc. 4.4..2 – Questionário O questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com mais exatidão o que se deseja. Em geral, a palavra questionário refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante preenche. Assim, qualquer pessoa que preencheu um pedido de trabalho teve a experiência de responder a um questionário. Ele contém um conjunto de questões, todas logicamente relacionadas com um problema central. Todo questionário deve ter natureza impessoal para assegurar uniformidade na avaliação de uma situação para outra. Possui vantagem de os respondentes se sentirem mais confiantes, dado o anonimato, o que possibilita coletar informações e respostas mais reais (o que pode não acontecer na entrevista). Deve, ainda, ser limitado em sua extensão e finalidade. É necessário estabelecer, com critério, as questões mais importantes a serem propostas e que interessam ser conhecidas, de acordo com os objetivos. Devem ser propostas perguntas que conduzam facilmente às respostas de forma a não insinuarem
  • 34. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 34 outras colocações. Se o questionário for respondido na ausência do investigador, deverá ser acompanhado de instruções minuciosas e específicas. O uso de perguntas abertas permite obter respostas livres. Exemplo: Do que você mais gosta na cidade? Já as perguntas fechadas permitem obter respostas mais precisas. Exemplo: Seu nível de escolaridade é: ( ) ensino fundamental ( ) graduação ( ) ensino médio ( ) pós-graduação As perguntas fechadas são padronizadas, de fácil aplicação, simples de codificar e analisar. As perguntas abertas, destinadas à obtenção de respostas livres, embora possibilitem recolher dados ou informações mais ricos e variados, são codificadas e analisadas com mais facilidade. 4.4.3 – Formulário O formulário é uma lista informal, catálogo ou inventário, destinado à coleta de dados resultantes quer de observações quer de interrogações, e seu preenchimento é feito pelo próprio investigador. Entre as vantagens que o formulário apresenta, podemos destacar a assistência direta do investigador, a possibilidade de comportar perguntas mais complexas e a garantia da uniformidade na interpretação dos dados e dos critérios pelos quais são fornecidos. O formulário pode ser aplicado a grupos heterogêneos, inclusive a analfabetos, o que não ocorra com o questionário. Uma vez colhidos os dados cientificamente, isto é, por meio de técnicas da observação controlada, passa-se à sua codificação e tabulação (gráficos, mapas, quadros estatísticos). Somente então os dados são analisados e interpretados em função das perguntas formuladas no início ou das hipóteses levantadas. A maioria das pessoas tem familiaridade com o formulário, pois órgãos públicos, empresas privadas e bancos utilizam-se sistematicamente para cadastramento inicial de seus clientes, e esse instrumento de coleta de dados passa a ser a principal fonte de alimentação de seus bancos de dados.
  • 35. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 35 OBS: Neste item foram dadas as coordenadas que você utilizará tanto para citar em seu projeto como será o seu método de pesquisa quanto para utilizar esses procedimentos na execução de sua pesquisa e na elaboração do relatório final.
  • 36. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 36 CAPÍTULO 5 5 - COMO ELABORAR UM PROJETO DE PESQUISA? Antes de iniciar sua pesquisa, você deverá traçar o percurso que você fará durante a sua pesquisa, o que será feito por meio do seu projeto de pesquisa, a ser entregue no sétimo período. A elaboração do projeto é de extrema importância, pois é a ele que você irá recorrer durante a sua pesquisa, para se orientar em relação aos passos a serem seguidos durante a pesquisa. O seu projeto deverá ter os seguintes tópicos: 1)TÍTULO DO TRABALHO 2) INTRODUÇÃO 3) OBJETIVOS 4) JUSTIFICATIVA 5) METODOLOGIA 6) CRONOGRAMA 7) ORÇAMENTO (se for o caso) 8) BIBLIOGRAFIA BÁSICA Tais tópicos estão explicitados abaixo. Observe: 1 – TÍTULO Corresponde ao tema e deve obedecer aos critérios de relevância, viabilidade e originalidade. Deve resumir, de forma sucinta, o tema da pesquisa. 2–INTRODUÇÃO Você deverá determinar o tipo de enfoque, bem como sua extensão e profundidade, ou seja, deverá delimitar o assunto de sua pesquisa.
  • 37. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 37 2.1 - O QUE FAZER? Contextualizar o assunto (problema a ser investigado) tratado. Formular o problema. Enunciar as hipóteses. Definir os termos do problema e da hipótese. Estabelecer as bases teóricas, isto é, a relação que existe entre a teoria, a formulação do problema e o enunciado da hipótese. 3– OBJETIVOS: 3.1 – Objetivo geral da pesquisa: Definir, de modo geral, o que se pretende alcançar com a execução da pesquisa (visão global e abrangente). 3.2 – Objetivos específicos da pesquisa: Fazer aplicação dos objetivos gerais a situações particulares. Definir passo a passo o que você fará em sua pesquisa, isto é, quais tópicos você irá pesquisar para testar e responder a sua hipótese; resolver o problema que você se propôs a pesquisar. Nota: para formular os objetivos, usam-se verbos no infinitivo, tais como: pesquisar, descrever, esclarecer, comparar, contribuir para, promover etc. Para a descrição da metodologia, os verbos são empregados no tempo futuro. 4– JUSTIFICATIVA DA PESQUISA: 4.1 - POR QUÊ? PARA QUÊ? E PARA QUEM FAZER? – Motivos que justificam a pesquisa: motivos de ordem teórica e de ordem prática.
  • 38. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 38 – Explicar por que foi escolhido o tema, por que é relevante realizar tal pesquisa em que ela pode contribuir para a área a que se destina.) 5– METODOLOGIA Você deverá dizer quais métodos e técnicas que serão utilizados na pesquisa. Também deverá citar quais os teóricos que você utilizará para embasar a sua pesquisa É aconselhável incluir um roteiro com as principais etapas da pesquisa. 5.1– ONDE? COMO? Descrever o campo de observação com suas unidades de observação e variáveis que interessam à pesquisa: - População com suas características. - Se for utilizar amostra, justificar, dando os motivos, e apresentar o modo como a amostra será selecionada e suas características. -Local. -Unidades. -Quais as variáveis que serão e como serão controladas. Qual o plano de experimento que será utilizado. 5.2 - COM QUÊ? – Descrever o instrumento de pesquisa que vai ser utilizado. – Que informações se pretende obter com eles. – Como o instrumento será usado ou aplicado para obter estas informações. 5.3 – QUANTO? (utilização de provas estatísticas) – Quais as hipóteses estatísticas enunciadas. – Como os dados obtidos serão codificados.
  • 39. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 39 – Que tabelas serão feitas e como serão feitas. – Que provas estatísticas serão utilizadas para verificar as hipóteses. – Em que nível de significância. – Revisão sobre a interpretação dos dados. 6–CRONOGRAMA 6.1 – QUANDO? Definir o tempo que será necessário para executar o projeto, isto é, para realizar a pesquisa, dividindo o processo em etapas e indicando que tempo é necessário para a realização de cada etapa. Por exemplo: Leitura bibliográfica: março, abril, maio Coleta de dados: abril e maio E assim sucessivamente. 7 – ORÇAMENTO 7.1 - COM QUANTO FAZER E COMO PAGAR? (Plano de custos da pesquisa, se for o caso): Prever os gastos que serão feitos com a realização da pesquisa, especificando cada um deles. 8 – BIBLIOGRAFIA BÁSICA Fazer uma lista bibliográfica que contenha obras referentes aos pressupostos teóricos do tema ou ao seu embasamento teórico. Esta bibliografia não precisa ser exaustiva, pois isso será exigido no relatório, mas deverá ser organizada de acordo com
  • 40. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 40 as normas da ABNT. Deverá, também, ser coerente com o tema, a justificativa, os objetivos e a metodologia e o cronograma de seu projeto.
  • 41. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 41 CAPÍTULO 6 6 – AS PARTES DO RELATÓRIO DA PESQUISA Essa é a fase final de todo esse processo da pesquisa. O relatório deverá conter as suas considerações sobre os resultados da pesquisa realizada, dando em detalhes os objetivos, a justificativa, a metodologia usada, os dados obtidos, a análise desses dados, as conclusões a que você chegou etc. Seguindo a atual nomenclatura proposta pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na norma brasileira (NBR) nº 14724, de 2005, a estrutura do trabalho acadêmico (relatório) é dividida da seguinte forma:7 a) Elementos pré-textuais: “elementos que antecedem o texto com informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho”. b) Elementos textuais: “parte do trabalho em que é exposta a matéria. Deve ter três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento e conclusão. A parte textual comporta também os elementos de apoio, constituídos por notas, citações, tabelas, quadros e ilustrações, inseridos no corpo do texto. c) Elementos pós-textuais: “elementos que complementam o trabalho” (item 3.9) e que se dividem em obrigatórios, como as referências bibliográficas, e opcionais, como os glossários, os apêndices, os anexos e os índices. Os elementos precisam ser considerados em suas duas dimensões: uma que diz respeito à estética do trabalho (aspectos gráficos) e outra que se refere à divisão estrutural das partes do trabalho. 7 A partir desse parágrafo até o final desse capítulo, todas as informações foram retiradas na íntegra de: CERVO, Amado Luís; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p. 91-95 e p. 102 - 106.
  • 42. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 42 a) Aspectos gráficos do trabalho acadêmico: papel; impressão do texto; formatação (margens e espaços); numeração; títulos, subtítulos, divisões e parágrafos. b) Estrutura do trabalho acadêmico: capa (obrigatório); folha de rosto (obrigatório); folha de dedicatória (opcional); folha de agradecimentos (opcional); epígrafe (opcional); resumo em língua vernácula (obrigatório); lista de ilustrações (opcional); lista de tabelas (opcional); lista de abreviaturas e siglas(opcional); sumário (obrigatório); introdução (obrigatório); desenvolvimento (obrigatório); conclusão (obrigatório); referências bibliográficas (obrigatório); apêndices (opcional); anexos (opcional); índices (opcional); glossários (opcional). c) Impressão do texto: Os programas de editoração de textos apresentam grande número de fontes, para as mais variadas aplicações. Para a apresentação de trabalhos escolares e acadêmicos,
  • 43. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 43 entretanto, deve-se optar por aquelas que melhor se assemelham à chamada letra de forma. (...) Prefira sempre o tamanho 12 para a parte textual, no modo normal. Quando precisar de variações, para reforçar a estética e a formatação do texto, adote os seguintes procedimentos: para as citações até três linhas, use sempre a forma normal da mesma fonte e deixe sempre entre aspas “..”; para grifar, use sempre a mesma fonte na forma negrito ou itálico, sem aspas; para títulos, use forma negrito, no tamanho 14 da mesma fonte; para subtítulos, use a forma negrito, no tamanho 12 da mesma fonte; para notas de rodapé e comentários acima de três linhas, utilize o tamanho 10 da mesma fonte. MODELO DE CAPA PARA TRABALHOS ACADÊMICOS Nome da instituição de ensino Nome da faculdade ou instituto Nome do departamento Nome do autor do trabalho Título do trabalho: subtítulo (se houver) Local e data de aprovação
  • 44. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 44 MODELO DE FOLHA DE ROSTO PARA TRABALHOS ACADÊMICOS Nome do autor do trabalho Título do trabalho: subtítulo (se houver) Monografia apresentada à Faculdade de Administração de Mariana como pré-requisito para a obtenção do título de Bacharel em Administração, com Habilitação em Administração de Empresas sob a orientação do (a) Prof(a). (Ms. ou Dr.) (Nome). Nome do orientador (e do co-orientador, se houver) Prof (a). Ms/ Dr(a). Local e data de apresentação do trabalho MODELO DE FOLHA DE APROVAÇÃO PARA TRABALHOS ACADÊMICOS Nome do autor do trabalho Título do trabalho: subtítulo (se houver) Monografia apresentada à Faculdade de Administração de Mariana como pré-requisito para a obtenção do título de Bacharel em Administração, com Habilitação em Administração de Empresas sob a orientação do (a) Prof(a). (Ms. ou Dr.) (Nome). Banca Examinadora Prof(a). Ms./ Dr(a). ______________________________ Nome da instituição de origem Prof(a). Ms./ Dr(a). ______________________________ Nome da instituição de origem Prof(a). Ms./ Dr(a). ______________________________ Nome da instituição de origem Local e data de apresentação do trabalho
  • 45. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 45 MODELO DE FOLHA DE DEDICATÓRIA PARA TRABALHOS ACADÊMICOS Aos meus pais. MODELO DE FOLHA DE AGRADECIMENTOS PARA TRABALHOS ACADÊMICOS Agradeço aos professores do (ano, disciplina e curso), que com seus ensinamentos forneceram os estímulos e as orientações necessárias para a elaboração deste trabalho.
  • 46. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 46 CAPÍTULO 7 7 - COMO ELABORAR O CONTEÚDO DA MONOGRAFIA 7.1 – ELEMENTOS TEXTUAIS: CONTEÚDO DO TRABALHO8 Os elementos textuais constituem a parte escrita, chamada corpo, que na verdade é a alma do trabalho acadêmico, cujo conteúdo é distribuído conforme a seguir: introdução; desenvolvimento; conclusão. Assim como a apresentação visual do trabalho requer cuidados por parte do aluno, a seleção, distribuição e tratamento do conteúdo deve se orientar por certos procedimentos capazes de expor e articular com clareza as idéias de seu autor. É natural que, depois do levantamento bibliográfico, das leituras e das anotações, o aluno tenha dúvidas quanto à melhor maneira de distribuir esse conteúdo ao longo da monografia. O que é importante? Em que ordem colocar os assuntos? Como utilizar as anotações efetuadas para melhor valorizar o texto com opiniões e pareceres que evidenciem autoridade científica? Como dar à monografia alguma fundamentação científica para que ela não fique parecendo um mero apanhado de idéias desconexas? Nas seções a seguir, veremos, passo a passo, os seguintes tópicos: como usar a linguagem científica na redação acadêmica; como lidar, na redação, com as idéias de senso comum; a estrutura e o conteúdo da introdução; 8 A partir desse item até o item 7.1.3 todo o conteúdo foi retirado de: CERVO, Amado Luís; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p. 91-95 e p. 108 -111.
  • 47. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 47 como ordenar o conteúdo no desenvolvimento, que é a parte mais extensa da monografia; como utilizar a conclusão para assumir posturas diante do tema estudado e afirmar sua posição de independência e autonomia intelectual. 7.1.1 – O USO DA LINGUAGEM CIENTÍFICA O autor, ao redigir o trabalho final, para apresentar os resultados de seu trabalho de pesquisa, precisa ter em mente que está escrevendo para dois públicos distintos. Um pode ser chamado de público interno, pertencente às comunidades técnicas, acadêmicas e científicas, composto de pessoas que também fazem pesquisa e que também escrevem. O outro é o público externo, composto, não necessariamente, mas inclusive, de leigos, que podem ter interesse pelo assunto ou necessidade de leituras do gênero, mas que não dominam ou nem precisam dominar a linguagem técnica, acadêmica e científica. Ter isso em mente pode facilitar muito a escolha dos termos apropriados e a forma de apresentá-los, como veremos a seguir. a) Impessoalidade: todo trabalho acadêmico, técnico ou científico deve ter caráter impessoal. Ele é redigido na terceira pessoa, evitando-se referências pessoais, como meu trabalho, meus estudos, minha tese. Utilizam-se, em tais casos, expressões como o presente trabalho, o presente estudo, mas não deixe de assumir a autoria das idéias originais, argumentos inovadores ou teses polêmicas, quando necessário. O uso de nós, pretendendo indicar impessoalidade, é igualmente desaconselhável, embora tal construção possa aparecer quando se trata de marcar os resultados obtidos pessoalmente com uma pesquisa: somos de opinião que ..., julgamos que ..., chegamos à conclusão que ..., deduzimos que ... etc. b) Objetividade: o caráter objetivo da linguagem que veicula conhecimentos científicos resulta da própria natureza da ciência. Por isso, essa linguagem impessoal e objetiva deve afastar do campo científico pontos de vista pessoais que deixem transparecer impressões subjetivas, não fundadas, sobre dados concretos. Expressões como eu penso, parece-me, parece ser e outras violam freqüentemente o princípio da objetividade, indicando raciocínio subjetivo.
  • 48. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 48 Grande número de vocábulos e expressões dá margem a interpretações subjetivas; sua utilização compromete o valor do trabalho. Veja alguns exemplos de comparação entre linguagem subjetiva e linguagem objetiva em pesquisa social: linguagem subjetiva: a sala estava suja; linguagem objetiva: o entrevistado, enquanto falava, deixou cair as cinzas do cigarro no chão. Viam-se os restos de cigarros apagados e fragmentos de papel pelo chão; linguagem subjetiva: a sala era grande e espaçosa; linguagem objetiva: a sala media 12m de comprimento por 8m de largura. A linguagem científica deve, portanto, ser objetiva, precisa, isenta de qualquer ambigüidade. Contrasta, nesse sentido, com a linguagem subjetiva, apreciativa, adequada a outros fins. c) Modéstia e cortesia: os resultados de um estudo ou pesquisa, quando cientificamente alcançados, impõem-se por si mesmos. O pesquisador não deve, portanto, insinuar que os resultados de outros estudos ou pesquisas anteriores estejam cobertos de erros e incorreções. O próprio trabalho, por mais perfeito que seja, nem sempre está isento de erros. A cortesia é traço importante de todo trabalho, sobretudo quando se trata de discordar dos resultados de outras pesquisas. À cortesia sucede a modéstia, quando o pesquisador se torna especialista em seu ramo. Ao adquirir conhecimentos profundos no setor de seu estudo específico, o pesquisador não deve transmiti-los com ares absolutos de autoridade absoluta. Sua pesquisa impõe- se por si mesma. A linguagem que a reveste limita-se à descrição de seus passos e à transmissão de seus resultados, testemunhando intrinsecamente a modéstia e a cortesia essenciais a um bom trabalho. Sua finalidade é expressar, e não impressionar.
  • 49. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 49 7.1.2 – CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM CIENTÍFICA A linguagem, como instrumento de comunicação, pode desempenhar funções distintas. Convém indicá-las aqui, pelo menos as principais, para que se tenha presente a função característica da linguagem científica. Salvador (1970, p.141) assim classifica as funções principais da linguagem- comunicação. função expressiva, adequada à comunicação ou expressão de emoções, sentimentos ou vivências psicológicas; função persuasiva, adequada ao discurso (retórico) que pretende usar sobre a vontade para dirigir a conduta dos homens, como na propaganda; função informativa, adequada à transmissão de conhecimentos e informações. Com respeito às formas de expressão, a linguagem-comunicação pode revestir-se de caráter: coloquial, próprio da linguagem comum; literário, enquanto tem em vista objetivos estéticos; técnico, característico da linguagem científica. A linguagem científica nada tem de persuasiva ou de expressiva no sentido indicado; ela é essencialmente informativa. Em suma, a linguagem científica é informativa e técnica, de ordem cognoscitiva e racional, firmada em dados concretos, a partir dos quais analisa, compara e sintetiza, argumenta, induz ou deduz e conclui. Distingue-se, portanto, da linguagem literária. Enquanto esta deve impressionar, agradando pela elegância e pela evocação de valores estéticos, aquela deve esclarecer pela força dos argumentos; enquanto esta tem por nota distinta a subjetividade (estilo literário), aquela tem por nota distintiva a objetividade (estilo científico).
  • 50. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 50 7.1.3 – USO DO VOCABULÁRIO COMUM Idéias claras e precisas exprimem-se por meio de símbolos que as representem. Os símbolos convencionalmente aceitos e agrupados em um sistema constituem a linguagem. Tratando-se de linguagem científica, os símbolos empregados são aqueles que representam idéias. Ocorre, entretanto, que nem todo símbolo ou palavra designa uma única coisa ou corresponde a uma idéia apenas. Cumpre por isso, para que a linguagem científica seja clara e precisa, escolher os termos mais adequados às idéias que se quer exprimir e determinar sua significância exata. O redator com pretensões técnicas, acadêmicas ou científicas deve conhecer, em primeiro lugar, a significação exata dos termos empregados, conforme se encontra nos dicionários, e determinar, em segundo lugar, a significação que recebe no contexto. Em uma redação científica, não se admite o uso dos termos em sentido figurado: devem ser empregados unicamente em sentido próprio, concreto e objetivo. Assim, o botânico se serviria do termo “rosa” para designar a flor da roseira, planta da família das rosáceas, enquanto o poeta poderia utilizar o mesmo termo, em sentido figurado, para designar uma mulher formosa. 7.2 – COMO ELABORAR A INTRODUÇÃO, O DESENVOLVIMENTO E A CONCLUSÃO DA MONOGRAFIA9 7.2.1 – INTRODUÇÃO: CONCEITO E REQUISITOS NECESSÁRIOS A parte introdutória abre o trabalho propriamente dito, anunciando o assunto, e supõe a compreensão dele quanto a seu alcance, suas implicações e seus limites. O leitor, quando se propõe à leitura de um texto, quer antes de tudo saber do que se trata. Satisfeita essa exigência, ele deseja ser encaminhado para a compreensão exata do assunto focalizado. Deduzem-se dessas necessidades os requisitos imprescindíveis a uma boa introdução: 9 A partir desse tópico até o final desse capítulo, todas as informações foram retiradas de: CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
  • 51. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 51 a definição do tema; a indicação do problema e da hipótese; a indicação da metodologia de trabalho a ser seguida; a estrutura interna do trabalho, com indicação de como estão distribuídos e organizados seus argumentos. O método para a elaboração da introdução busca mostrar como, na prática, serão preenchidas essas exigências fundamentais. 7.2.1.1. – Sobre o tema Definir o tema consiste em anunciar sua idéia geral e precisa. Isso será feito logo no início da introdução, tendo-se o cuidado de escolher bem os termos que envolvem a definição. Esquema da Introdução: a) Anunciar o assunto: 1. Idéia geral; 2. Delimitar; 3. Situar; 4. Mostrar a importância; 5. Justificar; 6. Definir os termos; 7. Documentação 8. Metodologia b) ... e como será desenvolvido: 9. Idéias-mestras do desenvolvimento; 10. Plano do desenvolvimento Uma vez anunciado o tema, torna-se freqüentemente necessário delimitá-lo, isto é, indicar o aspecto específico que será focalizado (delimitação do assunto). Por vezes, o assunto é anunciado e delimitado sob forma de problema ou pergunta. Levanta-se, nesse
  • 52. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 52 caso, uma ou mais hipóteses que serão demonstradas posteriormente. Aos poucos, o leitor é habilitado a penetrar na problemática que o autor levanta ao anunciar o tema central ou um de seus aspectos. Quando se busca delimitar o tema, percebe-se a necessidade de situá-lo no tempo e no espaço, na discussão teórica ou na teórica ou na prática. Situar o assunto consiste em indicar os pressupostos ou postulados indispensáveis à sua compreensão. O assunto deve ser situado no conjunto dos conhecimentos ou das atividades já desenvolvidas e com as quais se relaciona. À medida que se anuncia, delimita-se e situa-se o tema que será desenvolvido, deve-se mostrar sua importância, a fim de despertar o interesse do leitor. Tal interesse será canalizado para a leitura de um texto científico unicamente por meio da força dos argumentos racionais. Em uma exposição oral, pode-se recorrer igualmente a outros recursos, que tendem a tornar o assunto sugestivo. Se a importância do tema for assim demonstrada, tanto a do conjunto como a dos aspectos a serem focalizados, a justificação da escolha e sua delimitação tornam-se tarefa fácil. 7.2.1.2 – Sobre as idéias e os conceitos utilizados A introdução pode conter também a definição dos termos empregados, caso isso se faça necessário para maior clareza e entendimento. A definição dos termos da pesquisa pode tanto indicar seu grau de domínio sobre o tema como a linha teórica que você seguirá no desenvolvimento. 7.2.1.3 – Sobre a Metodologia Em trabalhos poucos extensos, como os exigidos em aula, a introdução deve conter a indicação da documentação e dos dados utilizados. Indique as fontes de pesquisa utilizadas, os instrumentos empregados e, se for o caso, o universo ou a amostra que serviu de base para sua coleta de dados. Em pesquisa de campo ou de laboratório, deve-se indicar sempre a metodologia empregada, tanto para a aquisição de dados como para sua interpretação. Em trabalhos mais extensos, como memórias ou
  • 53. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 53 teses, exigidos para obtenção de um grau universitário, a apresentação desses elementos constituirá capítulo à parte. 7.2.1.4 – Sobre o Desenvolvimento Uma vez conhecido o assunto, o leitor quer conhecer igualmente o caminho que há de seguir na leitura e compreensão do tema exposto. Anuncie as idéias-mestras do desenvolvimento: os pontos principais, as deduções mais importantes, os resultados mais significativos. Tem-se dessa forma uma visão global (sincrética) do assunto, embora de certa maneira indeterminada. Depois de tudo feito, no fim da introdução deve-se anunciar, com ênfase e clareza, o plano adotado para o desenvolvimento. Esse passo cabe unicamente no fim da introdução, porquanto supõe que o leitor já tenha uma idéia exata do assunto. O plano do desenvolvimento, que arremata solenemente a parte introdutória, deve conter unicamente os tópicos principais, ordenados em razão da pesquisa. Em trabalhos mais extensos e de maior profundidade, é conveniente que a introdução seja o último capítulo a ser escrito, pois somente após o término da redação você terá uma visão geral de sua estrutura. Tome o cuidado de não antecipar, na introdução, os resultados e as conclusões de sua pesquisa. Reserve-os para o final do trabalho. 7.2.2 – DESENVOLVIMENTO O desenvolvimento corresponde à parte mais extensa do trabalho, chamada também de corpo do assunto. Visa a comunicar os resultados da pesquisa. Deve ser sempre dividido em partes, refletindo o escalonamento das dificuldades encontradas ou ainda em função das parcelas que comporta cada dificuldade. À medida que se progride na investigação, recolhem-se muitas idéias que serão selecionadas e ordenadas do mais simples ao mais complexo. A decomposição do assunto em suas partes constitutivas é condição indispensável para sua compreensão. É bem mais fácil compreender o assunto quando este estiver dividido, pois sem divisão não se pode identificar claramente o tema central, tampouco distinguir o que se quer atribuir ao todo ou somente a uma ou outra de suas partes.
  • 54. FEMAR - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DE MARIANA Rua Dom Silvério, 161 - Centro - Mariana - MG - Tel.(31)3558-2673 secretaria.faculdade@bol.com.br 54 Deve-se ordenar sistematicamente as diversas partes que compõem a matéria de estudo, sem esquecer que a elaboração do plano não equivale a propor uma organização arbitrária e sem nexo das partes em um todo. Trata-se, muito ao contrário, de submeter os conceitos a uma ordem dentro da hierarquia real ou lógica das questões, descobrindo a estrutura real ou lógica do assunto, em que as partes estejam vinculadas entre si e naturalmente integradas no conjunto. A construção do plano do desenvolvimento supõe a capacidade de distinguir o fundamental do acessório, a idéia principal da secundária, o mais importante do menos importante, além de requerer a inteligência necessária para distribuir eqüitativamente as partes desproporcionais, de sorte que o todo resulte equilibrado e proporcionado, fazendo salientar o fundamental e o essencial. Importante: não obstante a NBR 14724:2005 denominar introdução, desenvolvimento e conclusão os elementos constituintes da parte textual, no trabalho não se deve intitular desenvolvimento o miolo do trabalho. As partes primárias, secundárias e terciárias, isto é, os capítulos e seções, devem receber títulos e subtítulos que expressem o real conteúdo do texto. Vê-se, portanto, que o plano envolve um processo deliberado e sistemático de reflexão. Da mente que reflete surge o plano, como sua criação original. Constrói-se, geralmente de início, um plano provisório. Este será muitas vezes modificado e reestruturado no curso do trabalho, sob efeito de novas pesquisas e reflexões. O plano provisório é, pois, a primeira etapa. O plano definitivo surgirá no término da investigação, dependendo diretamente dos resultados dos estudos, da análise dos documentos e dados reunidos e do esforço pessoal da reflexão. Tanto é verdade que um mesmo assunto possibilita, por vezes, vários planos. Como se procede à divisão? Essa questão envolve duas outras que serão sucessivamente tratadas: dividir o assunto em quantas partes? Como dividir as partes? 7.2.2.1 – Divisão em três partes A divisão do texto em três partes (...) privilegia a divisão (...) por unidades temáticas, que visam a agrupar os assuntos segundo sua própria natureza e que constituem momentos diferentes do esforço da pesquisa: