O documento descreve a vida como uma longa viagem com origem e destino desconhecidos. Algumas pessoas aproveitam a viagem para crescer, enquanto outras apenas sobrevivem sem aprender. A autora vê a vida como uma oportunidade para aprender com experiências ruins e observa os outros, focando na alma e não nas aparências. Ela encerra agradecendo pelas oportunidades e convidando o leitor a melhorar a si mesmo e aos outros.

1. Magaly Reinaldo

2. Tenho e sempre tive a convicção
de que esta vida aqui
é uma estação de uma longa viagem
de origem e destino desconhecidos.

3. Mas todas as vidas, a minha, a sua, a de todos,
passam pelo mesmo caminho que leva
ao crescimento humano e espiritual.
Tem quem queira prosseguir a viagem.
Tem quem queira passar voando pela estrada.
Tem quem queira interrompê-la abruptamente.
Tem quem passe alheio a tudo, até mesmo à vida.

4. Esse aí não vive na verdade… passa o tempo inteiro da viagem
sentado a beira do caminho.
Sem aprender, sem progredir… sem crescer.
Não viaja, nem vive… só sobrevive.
Pra alguns a viagem é curta… nem chega a desembarcar, embarca
de volta.
Pra outros a viagem é loooonga!

5. Há quem leve na bagagem experiências ruins e aprenda com elas.
N’outras bagagens as experiências ruins
se transformam em peso…
pesam muito, viram mágoa e se transformam em doença.
Na minha bagagem, as experiências ruins
transformo em aprendizado.
Isso as tornam leves.

6. Na minha estrada observo cada pedrinha do caminho.
O sol, a chuva, as folhas, as plantas, animais.
Sou feliz por viver, por respirar, andar, enxergar,
poder falar, ter corpo perfeito, cérebro que funciona,
mente que trabalha.

7. Observo especialmente o ser humano e suas diversas vestes.
Não as do corpo… porque são irrelevantes.
Mas as da alma.
A veste da cultura pode encobrir uma personalidade bronca,
rude, vazia, egoísta.
O ouro, a riqueza…
podem encobrir a pobreza extrema do espírito

8. Em contrapartida a veste da simplicidade pode encobrir um
espírito de um estado de nobreza irretocável, sutil, de uma
elevação indescritível.
Fim de ano é tempo de repensar.
Reavaliar o que foi feito durante um ano inteiro e
sobre o que se pretende mudar.
Ano novo é hora de novos sonhos, novas auto–propostas.

9. Não adianta sonhar, ter um reveillon maravilhoso,
se não houver um reveillon íntimo.
Roupas não vão vestir nem o meu nem o seu futuro.
Não importa se vou passar de branco, de prata, numa festa em
família, vendo a queima de fogos... com champanhe, num lugar
chiquérrimo, na montanha, à beira da praia
ou num barracãozinho.

10. Nem o cenário nem o figurino são essenciais... são meros detalhes.
Não importa se vou virar o ano dormindo.
Só não posso dormir por mais um ano.
Fechar os olhos aos meus objetivos,
às minhas metas, ao meu melhoramento.
Se eu fizer isso não será um ano novo.
Não será nada além de “mais um novo ano velho”.

11. Fecho o ano agradecendo.
Agradecendo a chance de existir, de respirar, andar, enxergar.
Ter tido o privilégio de ser trazida a terra pelos meus anjos:
pai e mãe.
Ter uma família especial, ter tido uma infância de sonhos e
oportunidade de aprendizado de vida, de valor imensurável.
Oportunidade de ter saúde bastante para dar vida à outra vida.
Oportunidade de trabalho, sob todos os ângulos.
Pela oportunidade da queda que ensina a levantar...
pela oportunidade dos enganos, pra aprimorar escolhas.

12. Pela tentativa constante e incansável de manter mãos e coração
limpos. Pela presença de pessoas que me amam e a quem amo
também.
E o presente de amigos “presentes”, os mais distantes, os de
sempre e os que chegaram de surpresa.
Estou pronta pra me revisar... me reavaliar.
Estou de malas prontas.

13. Faça as malas você também...
deixe pra traz o que você não conseguiu melhorar.
Melhore-se, melhore a vida de quem puder...
melhore o seu jeito de olhar e
agir com o outro, com o mundo.
Siga em frente e boa viagem!