Eletroquimica aplicada à Simulação do mundo físico-químico
Dimensionamento de pilares e realces
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Engenharia de Minas
LAVRA DE MINA
SUBTERRÂNEA:
Dimensionamento de Pilares e Realces
INTEGRANTES:
George Gomes
Leandro Henrique
Rafael Rosado
Sílvia Martins
Thiago Vassalo
Belo Horizonte
Junho de 2012
2. EXERCÍCIO 1 – Dimensionamento de Pilares:
Uma mina situada no estado de Santa Catarina pretende lavrar uma camada de carvão com uma potência de 4,0
m e localizada a uma profundidade de 120,0 m, utilizando o método de câmaras e pilares. Os equipamentos de
transporte determinam que a operação torna-se ineficiente para câmaras de larguras inferiores a 3,0 m e alturas
menores que 1,80 m. Estudos de geomecânica indicam que a abertura máxima das câmaras não deve ultrapassar
8,0 m e que uma camada de pelo menos 0,5 m de carvão deverá ser deixada para proteção do teto.
O seu trabalho é dimensionar os pilares e as câmaras (utilizando pilares de seção quadrada), que permitam a
maior recuperação de carvão. Utilize a equação proposta por Bienawski e a equação proposta por Salamon e
Munro para estimar a resistência dos pilares, comparando os resultados obtidos. Apresente a memória de cálculo
e os resultados, tabelas e gráficos relacionando recuperação x abertura das câmaras (para diferentes alturas) e
recuperação x altura de lavra (para diferentes aberturas de câmaras). Mostre também em um gráfico como a
concentração de tensão no pilar varia com a recuperação (normalize o esforço no pilar utilizando a concentração
de tensão anterior à escavação).
DADOS DO PROBLEMA:
3. METODOLOGIA:
Para determinar as dimensões das câmaras e dos pilares que proporcionam a maior recuperação,
adotaram-se as seguintes condições iniciais:
Peso específico do material acima da escavação (MN/m³) 0,027
Tensão in situ (MPa) 3,24
Fator de Segurança 1,6
Foi especificada, também, uma série de condições de altura e largura das câmaras entre as condições
limites mínima e máxima, para teste da melhor recuperação em função da largura do pilar.
Condições de Teste
Altura da câmara (m) Largura da câmara (m)
1,8 3,0
2,0 4,0
2,2 5,0
2,4 6,0
2,6 7,0
3,0 8,0
3,2
3,4
3,5
Inicialmente, determinou-se os valores de largura dos pilares para cada valor especificado de altura X
largura da câmara, através da Fórmula:
FS =
A resistência do pilar foi calculada por dois métodos:
Salamon: Bienawski:
R =σ1x R = σ2 x[0,64 + 0,36x ]
Em que:
σ1 = 7,2 MPa
σ2 = 6,2 MPa
4. A tensão de carregamento é dada por:
Rl = 3240000x Em que: w = largura do pilar
c = largura da câmara
A largura do pilar foi obtida caso a caso através de uma ferramenta do Excel denominada Teste de
hipóteses.
Obtida a largura do pilar, dadas as dimensões da câmara, foi possível obter a resistência pelos métodos
de Salamon e Bienawski e a tensão de carregamento do pilar.
A recuperação obtida por cada método foi calculada através do seguinte método:
R = x 100
RESULTADOS:
Utilizando a ferramenta de Teste de hipóteses do Excel para obter-se a largura do pilar através de
medidas fixas de altura e abertura da escavação, tem-se:
17. Para obter-se o gráfico de tensão no pilar versus recuperação, normalizou-se a tensão de acordo com a
tensão in situ, 3240000 Pa e plotou-se os gráficos mostrados abaixo:
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
75,00
1,5 1,7 1,9 2,1 2,3 2,5 2,7 2,9 3,1 3,3
Recuperação
Tensão normalizada
Tensão no pilar normalizada x Recuperação
Bienawski
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
75,00
1,5 1,7 1,9 2,1 2,3 2,5 2,7 2,9 3,1
Recuperação
Tensão normalizada
Tensão no pilar normalizada x Recuperação
Salamon
18. CONCLUSÃO:
De acordo com os resultados mostrados nos gráficos e tabelas, percebe-se que o aumento da altura da
câmera faz diminuir a recuperação do minério quando se compara as mesmas aberturas da câmera.
Além disso, com o aumento das dimensões da abertura da câmara consegue-se uma maior recuperação
do minério. Sendo assim, pode-se concluir que as dimensões que fornecem a maior recuperação será
aquela que apresenta maior abertura da câmara e menor altura. Portanto, analisando-se os valores
obtidos, tem-se que as dimensões da mina serão:
Altura da câmara: 1,8 metros
Abertura da câmara: 8,0 metros
Largura do pilar: 11,0 metros (Salamon) e 10,0 metros (Bienawski)
Recuperação: 65,4% (Salamon) e 68,7% (Bienawski)
Figura 11: Configuração final da escavação pelos métodos de bienawski e Salamon
19. EXERCÍCIO 2 – Dimensionamento de Realces:
Um novo realce deverá ser aberto em uma mina que utiliza o método de Sublevel Stope em um corpo com
atitude N30E 60SE. A largura do realce é igual a potência da camada (5,5 m) e para a definição de seu
comprimento e altura devemos utilizar os métodos propostos por Potvin et. al e Mathews et.al. A partir das
características abaixo proponha as dimensões máximas de um realce “estável”. Verifique as condições de
estabilidade do Hangwall, Footwall, Teto (horizontal), Piso (horizontal), Stope End (vertical) e Stope Begin
(vertical).
RQD = 80
Jn = 3
Jr = 2
Ja = 3
Resistência a compressão uniaxial = 180MPa
Tensão máxima ao redor da escavação esperada:
Hangwall = 85 MPa
Footwall = 55 MPa
Teto = 90 MPa
Piso = 50 MPa
Stope End e Stope Begin = 68 MPa
Descontinuidade crítica = N35E 48SE
DADOS:
Largura do realce 5,5 m
Comprimento do realce a
Altura do realce b
Q’ 17,8
20. METODOLOGIA:
O Índice de Estabilidade (N’) é obtido através da equação:
N’ = Q’xAxBxC = x xAxBxC
Os valores de RQD, Jn, Jr e Já são dados. Os valores de A, B e C são obtidos através de gráficos, sendo
que para cada face do realce corresponde determinados valores desses parâmetros. Os gráficos
utilizados são mostrados abaixo:
21. Dessa forma, obtido o valor de N’ para cada face do realce, obtém-se o raio hidráulico no ábaco de N’ X
raio hidráulico.
O raio hidráulico é dado pela área da face sobre o seu perímetro. Assim, para obter as dimensões do
realce, as informações calculadas para cada face são cruzadas a fim de se obter um valor para a altura e
o comprimento do realce.
RESULTADOS:
1- Fator A:
I) Hangwall: i/σc = 180/85 = 2,1
II) Footwall: σi/σc = 180/55 = 3,3
III) Teto: σi/σc = 180/90 = 2,0
IV) Piso: σi/σc = 180/50 = 3,6
V) Stope End = Stope Begin: σi/σc = 180/68 = 2,7
2 – Fator B (Obtido através do Autocad):
I) Hangwall = Footwall = 69º
II) Teto = Piso = 33º
III) Stope End = Stope Begin = 40º
3 – Fator C (Obtido através do Autocad):
23. A partir dos dados, obtém-se a tabela abaixo:
Face A B C Q' N'
Hangwall 0,12 0,85 8 17,8 15
Footwall 0,25 0,85 8 17,8 30
Teto 0,10 0,26 8 17,8 4
Piso 0,30 0,26 8 17,8 11
Stope End 0,19 0,40 8 17,8 11
Stope Begin 0,19 0,40 8 17,8 11
24. A partir dos valores de N’, obtém-se os valores de raio hidráulico de acordo com o gráfico abaixo:
A partir do ábaco acima, obtém-se o raio hidráulico para cada face:
Face Raio hidráulico
Hangwall 6,5
Footwall 9,0
Teto 4,0
Piso 6,0
Stope End 6,0
Stope Begin 6,0
Para determinar os valores de comprimento e altura do realce deve ser resolvido um sistema linear
envolvendo os raios hidráulicos acima, já que o Raio hidráulico é dado pela fórmula:
Raio Hidráulico =
25. Utilizando o solver do Excel para encontrar o melhor valor de comprimento e largura do realce a partir
do raio hidráulico do teto, que é o menor valor, chegou-se a um valor de 3,1 m para o comprimento e
5,4 m para a altura. Nessas condições o valor do raio hidráulico de todas as demais faces estaria ainda
dentro da zona de estabilidade.
Face Raio hidráulico Solver
Hangwall 6,5 4,0
Footwall 9,0 4,0
Teto 4,0 4,0
Piso 6,0 4,0
Stope End 6,0 5,4
Stope Begin 6,0 5,4
altura 5,4
comprimento 3,1