Este documento apresenta resumos de sete projetos de pesquisa no âmbito do programa HABITARE que desenvolveram produtos utilizando resíduos como matérias-primas. Os projetos desenvolveram telhas, painéis e tijolos utilizando cinzas pesadas, escória de aciaria, lodos de esgoto e resíduos de construção, demonstrando uma metodologia para transformar resíduos em produtos sustentáveis. O documento também discute os desafios e avanços na área de pesquisa com resíduos no Bras
En castellano hay numerosas alternativas para traducción para la palabra lean o, más bien, para el concepto.
Es bastante común emplear el término esbelto, menos común el emplear el de austero. En cualquier caso, ambos
conceptos están conectados: el primero proporciona una imagen visual mientras que el segundo hace referencia
a una guía. Lean emplea numerosas guías o técnicas para conducir la actividad hacia un espacio en el que no haya
desperdicio y requiere de indicadores para transmitir el avance
Um espaço seguro e justo para a humanidadeOxfam Brasil
O desafio da humanidade no século 21 é erradicar a pobreza e alcançar a prosperidade para todos na medida das possibilidades dos recursos naturais limitados do planeta. Nos preparativos para a Rio+20, este texto para discussão apresenta uma estrutura visual – cuja forma é de um “donut” – que reúne as fronteiras planetárias com as fronteiras sociais, criando um espaço seguro e justo entre essas duas fronteiras, no qual a humanidade pode desenvolver-se. A mudança para este espaço exige uma equidade muito maior – dentro e entre os países – no uso dos recursos naturais, e muito mais eficiência para transformar estes recursos para atender às necessidades humanas.
Textos para Discussão da Oxfam
Os Textos para Discussão da Oxfam são escritos para contribuir para o debate público e estimular um feedback sobre questões de políticas de desenvolvimento e humanitárias. Eles são documentos que estão “em constante mudança”, e não necessariamente constituem publicações finais ou refletem posições de política da
Oxfam. As visões e recomendações expressas são do autor e não necessariamente da Oxfam.
Uma pesquisa do Idec levantou os preços de sete alimentos orgânicos em quatro capitais do país e concluiu que a diferença de preço de um mesmo produto pode chegar a 463%, dependendo do canal de venda (grandes supermercados, feiras de orgânicos e entregas em domicílio). Em 100% dos casos, os preços mais baixos foram os praticados por feirantes. Os supermercados, no outro extremo, apresentaram valores mais salgados em 68% dos casos.
Monografia sobre crowdsourcing + crowd testing + processo de teste de softwareMoisés Armani Ramírez
Esta é a monografia que deu origem ao meu artigo estendido intitulado "CROWD TESTING: O PODER DA MULTIDÃO EM PROL DA QUALIDADE DE SOFTWARE".
Aqui é possível ver a referência mais abrangente sobre Crowdsourcing e Processo de Teste de Software Tradicional.
Em terras alheias: A produção de soja e cana em áreas Guarani no Mato Grosso ...Oxfam Brasil
O Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis (CMA) da ONG Repórter Brasil retorna ao Mato Grosso do Sul para aprofundar os estudos dos intensos impactos socioambientais gerados por plantadores de soja e cana - duas das principais culturas agrícolas do Estado - nos territórios indígenas Guarani. Trata-se da continuidade de um trabalho iniciado há três anos com as pesquisas que resultaram no relatório “O Brasil dos Agrocombustíveis - Os Impactos das Lavouras sobre a Terra, o Meio e a Sociedade - Cana-de-açúcar - 2009”.
A decisão de voltar ao Mato Grosso do Sul explica-se por ser o Estado uma das principais fronteiras agrícolas do Brasil. Há naquela região uma crescente demanda por matéria-prima pelas usinas de açúcar, etanol e biodiesel, o que tem estimulado a expansão das áreas de soja e cana, inclusive dentro de terras indígenas em processo de reconhecimento pelo governo brasileiro. Se por um lado a morosidade desse processo serve de combustível para violentos conflitos, por outro também ajuda a atrair a atenção do público para a produção agrícola em terras indígenas.
Além da análise da expansão agrícola no Estado, este novo relatório apresenta estudos de caso de seis áreas indígenas em que há a presença de produtores de soja e cana.
Quatro delas - Guyraroka, Takuara, Jatayvary e Panambi-Loagoa Rica - estão em processo avançado de reconhecimento e demarcação, e duas - Laranjeira Nhanderu e Guayviry - são emblemáticas por seus históricos de conflito. Os dados apresentados se baseiam na leitura e sistematização de documentos oficiais e de depoimentos colhidos junto aos indígenas em visitas às seis aldeias.
É importante frisar que a questão da produção de commodities em áreas indígenas (ou terras por eles reivindicadas) vem sendo considerada irregular e de forte impacto socioambiental por um número crescente de instituições, tais como o Ministério Público Federal, a Funai e o Conselho Monetário Nacional, além de organizações internacionais indigenistas e ligadas à sustentabilidade do setor produtivo. Neste sentido, o presente relatório pode servir como insumo para negociações e ações de responsabilidade social dos vários atores e setores envolvidos na cadeia produtiva das duas culturas.
O CMA agradece o apoio logístico do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) ao trabalho de campo nas aldeias Guarani, e ao Ministério Público Federal pelo compartilhamento de informações. À Cordaid e ao Sigrid Rausing Trust pelo suporte financeiro que possibilitou a execução deste trabalho. E, em especial, a todos os Guarani que nos receberam em suas terras e dividiram conosco suas histórias.
Dla Milośnikow Kawy www.mlm-z-kawa-w-tle.bloog.plUla Ochocka
Sposoby na przygotowanie kawy oferowanej przez firmę Organo Gold - która nie tylko cudnie smakuje, zawiera Ganodermę ale i pięknie wygląda. Wpraw w osłupienie swoich przyjaciół i znajomych podając im tak przygotowaną kawę Organogold
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Es bastante común emplear el término esbelto, menos común el emplear el de austero. En cualquier caso, ambos
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a una guía. Lean emplea numerosas guías o técnicas para conducir la actividad hacia un espacio en el que no haya
desperdicio y requiere de indicadores para transmitir el avance
Um espaço seguro e justo para a humanidadeOxfam Brasil
O desafio da humanidade no século 21 é erradicar a pobreza e alcançar a prosperidade para todos na medida das possibilidades dos recursos naturais limitados do planeta. Nos preparativos para a Rio+20, este texto para discussão apresenta uma estrutura visual – cuja forma é de um “donut” – que reúne as fronteiras planetárias com as fronteiras sociais, criando um espaço seguro e justo entre essas duas fronteiras, no qual a humanidade pode desenvolver-se. A mudança para este espaço exige uma equidade muito maior – dentro e entre os países – no uso dos recursos naturais, e muito mais eficiência para transformar estes recursos para atender às necessidades humanas.
Textos para Discussão da Oxfam
Os Textos para Discussão da Oxfam são escritos para contribuir para o debate público e estimular um feedback sobre questões de políticas de desenvolvimento e humanitárias. Eles são documentos que estão “em constante mudança”, e não necessariamente constituem publicações finais ou refletem posições de política da
Oxfam. As visões e recomendações expressas são do autor e não necessariamente da Oxfam.
Uma pesquisa do Idec levantou os preços de sete alimentos orgânicos em quatro capitais do país e concluiu que a diferença de preço de um mesmo produto pode chegar a 463%, dependendo do canal de venda (grandes supermercados, feiras de orgânicos e entregas em domicílio). Em 100% dos casos, os preços mais baixos foram os praticados por feirantes. Os supermercados, no outro extremo, apresentaram valores mais salgados em 68% dos casos.
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A decisão de voltar ao Mato Grosso do Sul explica-se por ser o Estado uma das principais fronteiras agrícolas do Brasil. Há naquela região uma crescente demanda por matéria-prima pelas usinas de açúcar, etanol e biodiesel, o que tem estimulado a expansão das áreas de soja e cana, inclusive dentro de terras indígenas em processo de reconhecimento pelo governo brasileiro. Se por um lado a morosidade desse processo serve de combustível para violentos conflitos, por outro também ajuda a atrair a atenção do público para a produção agrícola em terras indígenas.
Além da análise da expansão agrícola no Estado, este novo relatório apresenta estudos de caso de seis áreas indígenas em que há a presença de produtores de soja e cana.
Quatro delas - Guyraroka, Takuara, Jatayvary e Panambi-Loagoa Rica - estão em processo avançado de reconhecimento e demarcação, e duas - Laranjeira Nhanderu e Guayviry - são emblemáticas por seus históricos de conflito. Os dados apresentados se baseiam na leitura e sistematização de documentos oficiais e de depoimentos colhidos junto aos indígenas em visitas às seis aldeias.
É importante frisar que a questão da produção de commodities em áreas indígenas (ou terras por eles reivindicadas) vem sendo considerada irregular e de forte impacto socioambiental por um número crescente de instituições, tais como o Ministério Público Federal, a Funai e o Conselho Monetário Nacional, além de organizações internacionais indigenistas e ligadas à sustentabilidade do setor produtivo. Neste sentido, o presente relatório pode servir como insumo para negociações e ações de responsabilidade social dos vários atores e setores envolvidos na cadeia produtiva das duas culturas.
O CMA agradece o apoio logístico do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) ao trabalho de campo nas aldeias Guarani, e ao Ministério Público Federal pelo compartilhamento de informações. À Cordaid e ao Sigrid Rausing Trust pelo suporte financeiro que possibilitou a execução deste trabalho. E, em especial, a todos os Guarani que nos receberam em suas terras e dividiram conosco suas histórias.
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Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.
AE02 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...Consultoria Acadêmica
A interação face a face acontece em um contexto de copresença: os participantes estão imediatamente
presentes e partilham um mesmo espaço e tempo. As interações face a face têm um caráter dialógico, no
sentido de que implicam ida e volta no fluxo de informação e comunicação. Além disso, os participantes
podem empregar uma multiplicidade de deixas simbólicas para transmitir mensagens, como sorrisos,
franzimento de sobrancelhas e mudanças na entonação da voz. Esse tipo de interação permite que os
participantes comparem a mensagem que foi passada com as várias deixas simbólicas para melhorar a
compreensão da mensagem.
Fonte: Krieser, Deise Stolf. Estudo Contemporâneo e Transversal - Comunicação Assertiva e Interpessoal.
Indaial, SC: Arqué, 2023.
Considerando as características da interação face a face descritas no texto, analise as seguintes afirmações:
I. A interação face a face ocorre em um contexto de copresença, no qual os participantes compartilham o
mesmo espaço e tempo, o que facilita a comunicação direta e imediata.
II. As interações face a face são predominantemente unidirecionais, com uma única pessoa transmitindo
informações e a outra apenas recebendo, sem um fluxo de comunicação bidirecional.
III. Durante as interações face a face, os participantes podem utilizar uma variedade de sinais simbólicos,
como expressões faciais e mudanças na entonação da voz, para transmitir mensagens e melhorar a
compreensão mútua.
É correto o que se afirma em:
ALTERNATIVAS
I, apenas.
III, apenas.
I e III, apenas.
II e III, apenas.
I, II e III.
Entre em contato conosco
54 99956-3050
Experiência da EDP na monitorização de vibrações de grupos hídricosCarlosAroeira1
Apresentaçao sobre a experiencia da EDP na
monitorização de grupos geradores hídricos apresentada pelo Eng. Ludovico Morais durante a Reunião do Vibration Institute realizada em Lisboa no dia 24 de maio de 2024
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...Consultoria Acadêmica
Ingedore Koch (1996, p. 17) propõe que a linguagem deve ser compreendida como forma de ação, isto é,
“ação sobre o mundo dotada de intencionalidade, veiculadora de ideologia, caracterizando-se, portanto,
pela argumentatividade”. Com base nessa afirmação, todas as relações, opiniões, interações que são
construídas via linguagem são feitas não apenas para expressar algo, mas também para provocar alguma
reação no outro. Dessa forma, fica explícito que tudo é intencional, mesmo que não tenhamos consciência
disso.
Fonte: FASCINA, Diego L. M. Linguagem, Comunicação e Interação. Formação Sociocultural e Ética I.
Maringá - Pr.: Unicesumar, 2023.
Com base no texto fornecido sobre linguagem como forma de ação e suas implicações, avalie as afirmações
a seguir:
I. De acordo com Ingedore Koch, a linguagem é uma forma de ação que possui intencionalidade e
argumentatividade, sendo capaz de provocar reações no outro.
II. Segundo o texto, todas as interações construídas por meio da linguagem são feitas apenas para expressar
algo, sem a intenção de provocar qualquer reação no interlocutor.
III. O texto sugere que, mesmo que não tenhamos consciência disso, todas as ações linguísticas são
intencionais e visam provocar algum tipo de reação no outro.
É correto o que se afirma em:
ALTERNATIVAS
I, apenas.
II, apenas.
I e III, apenas.
II e III, apenas.
I, II e III
Entre em contato conosco
54 99956-3050
1. 4
Coletânea Habitare - vol. 4 - Utilização de Resíduos na Construção Habitacional
4
1.
Janaíde Cavalcante Rocha é engenheira civil pela Universidade Federal de Goiás – UFGO
(1988). É mestre em Ciências e Técnicas Ambientais pela Ecole Nationale des Ponts et
Chaussées – ENPC (1991), em Paris, França. Doutora em Engenharia Civil pelo Institut National
des Sciences Apliquées – INSA de Lyon, na França (1995). No período de 1997 a 2003, esteve
em diversas missões no URGC – Matériaux INSA de Lyon, como cooperação de pesquisa CAPES-
Coffecub. É professora da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, onde atua na
graduação e pós-graduação, na área de Materiais e Processos Construtivos. Coordena o
Laboratório ValoRes (Valorização de Resíduos na Construção Civil e Desenvolvimento de
Materiais) do Núcleo de Pesquisa em Construção – NPC. Tem diversos artigos publicados em
periódicos nacionais e internacionais e em congressos nacionais e internacionais, e publicação
de livro na área de Reaproveitamento de Resíduos.
E-mail: janaide@npc.ufsc.br
Vanderley M. John é engenheiro civil pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS
(1982). Mestre em Engenharia Civil (1987) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul –
UFRGS. É doutor em Engenharia (1995) e livre-docente (2000) pela Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo – USP. Fez pós-doutorado no Royal Institute of Technology na Suécia
(2000-2001). É professor associado do Departamento de Engenharia de Construção Civil da
Escola Politécnica da USP e possui bolsa CNPq de produtividade em pesquisa. Diretor do CB 02
da ABNT desde 1995, representa esta organização no conselho técnico do PBQP-H. Participou
diversas vezes da diretoria executiva da ANTAC, tendo sido seu presidente entre 1993 e 1995.
Foi pesquisador do IPT no período de 1988 a 1995 e professor da UNISINOS (1986-1988).
Atua nas áreas de Ciência de Materiais para Construção e Infra-estrutura, com ênfase em
Reciclagem de Resíduos e Aspectos Ambientais.
E-mail: john@poli.usp.br
Coletânea Habitare - vol. 4 - Utilização de Resíduos na Construção Habitacional
2. 5
Introdução
1.Introdução
Janaíde Cavalcante Rocha e Vanderley M. John
T
udo que nos cerca um dia será resíduo: casas, automóveis, móveis, pon-
tes, aviões. A este total, devemos somar todos os resíduos do processo
de extração de matérias-primas e de produção dos bens. Assim, em qual-
quer sociedade, a quantidade de resíduos gerados supera a quantidade de bens con-
sumidos. A sociedade industrial, ao multiplicar a produção de bens, agravou esse
processo.
Embora seja possível e prioritário reduzir a quantidade de resíduos durante a
produção e até o pós-consumo, eles sempre serão gerados. O desenvolvimento sus-
tentável requer uma redução do consumo de matérias-primas naturais não renováveis.
O fechamento do ciclo produtivo, gerando novos produtos a partir da reciclagem de
resíduos, é uma alternativa insubstituível. Assim, o desenvolvimento de tecnologias
para reciclagem de resíduos ambientalmente eficientes e seguras, que resultem em
produtos com desempenho técnico adequado e que sejam economicamente compe-
titivas nos diferentes mercados é um desafio técnico importante, inclusive do ponto
de vista metodológico. A idéia de incluir pesquisas na área de reciclagem de resíduos
esteve presente na primeira reunião em que representantes da ANTAC, MCT e
3. 6
Coletânea Habitare - vol. 4 - Utilização de Resíduos na Construção Habitacional
FINEP1
discutiram a criação do Programa de Tecnologia de Habitação, que veio a
ser o HABITARE.
Este livro apresenta uma amostra do que foi desenvolvido no âmbito dos
editais do HABITARE até o momento. Nele está apresentado o desenvolvimento de
quatro produtos inovadores que utilizam resíduos como matérias-primas e, o que
não é menos importante, está esboçado em seu conjunto o delineamento de uma
metodologia de trabalho para este complexo tema, além de variados avanços no
conhecimento de resíduos importantes, como cinzas pesadas, escória de aciaria, lo-
dos de esgoto e resíduos de construção e demolição. Os projetos aqui apresentados
não se limitam apenas a ensaios de caracterização de materiais, realizados em condi-
ções laboratoriais, que foram regra por muito tempo, mas incorporam aspectos antes
ignorados pelos pesquisadores brasileiros que são fundamentais para o sucesso das
pesquisas: aspectos ambientais, de desempenho de produto, durabilidade no longo
prazo, interação com a indústria geradora e até mesmo aspectos sociais.
O conjunto de projetos aqui apresentado também significou grande avanço
no sempre lento processo de formação de recursos humanos capacitados a realizar
pesquisa na área, como pode ser visto pela intensa participação de alunos de gradu-
ação, mestrado e doutorado em alguns dos projetos.
É certo que, dadas a variedade enorme de resíduos existentes em diferentes
regiões do país e a complexidade do tema, muitas outras pesquisas serão necessárias
para enfrentar o problema de forma significativa. Mas também é certo que a difícil
fase inicial já se encontra superada.
O Capítulo 2 apresenta uma proposta de metodologia para transformação de
resíduos em produtos seguros e competitivos no mercado. Uma leitura mais atenta
vai revelar que ainda são desejáveis aprofundamentos da metodologia proposta, par-
ticularmente nos aspectos de avaliação ambiental e técnicas de desenvolvimento dos
componentes. Os leitores reconhecerão que todos os trabalhos apresentados nos
capítulos subseqüentes incorporam aspectos que integram a metodologia proposta.
1
Participaram desta reunião, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, o Prof. Luiz Bevilácqua (então vice-ministro)
e Maria Silvia Lauandos; pela FINEP, Maria Lucia Horta de Almeida; e pela ANTAC, os professores Carlos Torres
Formoso e Vanderley M. John.
4. 7
Introdução
O Capítulo 3, embora mais centrado na investigação sobre possíveis usos de
cinzas pesadas (ou de grelha) de carvão mineral, apresenta também evidente contri-
buição metodológica. A pesquisa contou com o apoio importante do gerador do
resíduo, o que certamente é um bom início de caminho para que a pesquisa não
acabe sendo conhecimento de prateleira, destino infelizmente comum na engenharia
brasileira.
O Capítulo 4 apresenta o desenvolvimento de uma telha de cimento reforçado
com fibras vegetais. Essa pesquisa é um exemplo de como um grupo de pesquisado-
res, mesmo pertencendo a diferentes unidades, ao investir de forma contínua – a
pesquisa se iniciou em meados da década de 80 no IPT, sob coordenação do Prof.
Vahan Agopyan e com participação da Prof.ª Maria Alba Cincotto na formulação de
cimentos – em uma linha de pesquisa, pode gerar produto final viável, apesar das
dificuldades e atrasos gerados pela falta de continuidade nos financiamentos.
Os Capítulos 5 e 6 também tratam de utilização de resíduos como reforço de
matrizes frágeis e adotam metodologias muito semelhantes. O Capítulo 5 resume o
processo de desenvolvimento de um resíduo da indústria de calçados – o contraforte
– em uma fibra de reforço para matrizes de gesso, com uso na fabricação de painéis
de construção civil. O Capítulo 6 também explora fibras de celulose obtidas pela
reciclagem de papel usado como reforço de matriz cimentícia na produção de painel
de forro. Aspectos como durabilidade, qualidade do ar ante a possibilidade de colo-
nização das superfícies por microorganismos e desempenho diante do fogo e demais
requisitos não foram esquecidos.
O Capítulo 7 apresenta o processo de desenvolvimento de um tijolo utilizan-
do-se de cinzas volantes da queima de carvão mineral em caldeiras de leito fluidizado,
cuja geração deve crescer substancialmente no próximo período, no Rio Grande do
Sul. O ponto de partida do projeto é um interessante diagnóstico do mercado atual
das cinzas, que diagnostica a necessidade de desenvolvimentos de novo mercado
para esse produto, tradicionalmente consumido pela indústria cimenteira.
Esperamos que estes sejam apenas os primeiros resultados que a sociedade
brasileira colhe com o Programa HABITARE nesta importante e nova área do co-
nhecimento.
Desejamos a todos uma boa leitura.