O poema descreve a vida de um cavalo idoso que já não pode mais puxar carroças e foi abandonado por seu dono. Antes, o cavalo trabalhava alegremente e tinha uma égua como companheira, mas agora se encontra sozinho e esquecido. O autor expressa revolta contra o mau tratamento e abandono de animais domésticos em seu velhice.

2. Muitas mil vezes eu te vi... Suponho,
Tão alegre a puxar uma carroça.
Dono orgulhoso, de chicote em punho,
Nem escutava da criançada, a troça.

3. À tardinha eu te via na palhoça,
Ainda fogoso a relinchar risonho,
Pra égua preta que pastava a roça,
Com teu rebento, a realizar teu sonho.

4. Hoje estás velho, não puxas mais nada.
Fugiu-te até aquela namorada.
Já não te zela como antes, teu dono.

5. Melhor morreres logo de um infarto,
Sem ter ninguém pra presenciar o fato,
Pois não mereces tamanho abandono.

6. Este é o meu grito de revolta contra
os maus tratos e o abandono
dos animais domésticos.
João Pessoa, PB. 31/07/2010.

7. Imagens: Internet
Música: Los Sonidos del Silencio-
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