Jarbas Vasconcelos escreve uma carta para Cristovam comentando um documento sobre uma nova presidência e rumo para o Senado. Ele concorda com os termos gerais, mas sugere focar mais em impedir enxertos em Medidas Provisórias e ressaltar a degradação pela qual o Senado vem passando com escândalos e má administração, levando a uma imagem arranhada.

1. Recife, 17 de Janeiro de 2013.
Amigo Cristovam,
No aspecto geral, gostei dos termos e da abordagem do
documento “Uma nova presidência e um novo rumo para o Senado”, que
você me enviou.
Gostaria, no entanto, de fazer algumas ponderações.
A primeira delas trata da questão das Medidas Provisórias. Não
basta apenas definir a votação das MPs. Isso é importante, mas é
necessário também impedir a aprovação dos chamados enxertos,
“propostas-jabutis” que são incluídas nos textos das MPs – sempre
oriundas da Câmara dos Deputados – que nada têm a ver com o objeto
original da MP. É inadmissível que isso continue a ocorrer.
Outra questão que defendo ser ressaltada no texto é o registro da
degradação pela qual passa o Senado Federal, já há alguns anos, numa
sequência de escândalos, desacertos políticos e má administração que
levaram ao chão a imagem combalida da instituição. O plenário do
Senado – para a minha indignação – tem funcionado pior do que a mais
esculhambada Câmara Municipal do Brasil.
A cada nova eleição para a Mesa Diretora da Casa, a imagem que
passamos é que não existe a preocupação com o que realmente interessa
aos cidadãos e cidadãs. O que resta, infelizmente, é apenas uma rasteira
briga política por espaços de poder, sem conteúdo e nem compromissos –
via de regra, comandada pelo senador José Sarney.
Com estima e admiração,
Jarbas Vasconcelos