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ARQUITETURA 
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94 SETEMBRO DE 2014
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AGOSTO DE 2014 95 
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Compartilhando um pe-culiar 
apreço pela ar-quitetura 
hospitalar, 
o casal Fábio Cardoso 
e Moema Falci Lores, no início do ano, 
começou a caçar espaços na agenda e le-vantar 
recursos próprios para um novo e 
ortodoxo investimento: deixar para trás 
suas merecidas férias e visitar mais de 25 
hospitais na Europa. 
E foi assim que, em 20 de março, o en-genheiro 
e a arquiteta zarparam para a 
Holanda, com duas passagens aéreas, 
adquiridas em programa de milhagem, 
rumo a um intercâmbio de 40 dias entre 
o que há de mais novo no Velho Mundo 
quando se trata de design hospitalar. “A 
motivação foi a gente estar nesse mercado 
e a vontade de buscar coisas novas”, disse 
Fábio, que, junto com sua esposa Moema, 
possuem um escritório de arquitetura, o 
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móveis hospitalares, a Imma. 
O objetivo da experiência, claro, seria 
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centros médicos da Europa. Mas, como 
toda jornada em busca de conhecimento, 
esse tour europeu serviu como uma ver-dadeira 
motivação pessoal e, por que não, 
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Com um custo total entre 20 mil e 25 
mil reais, eles visitaram, além da Holanda, 
a Inglaterra e a França, com direito a uma 
folga de sete dias na Bélgica para descan-so, 
porque ninguém é tem design de ferro. 
A hospedagem deu-se mediante arran-jos 
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o roteiro e agendando as reuniões, embarcaram 
cia de buscar novos conhecimentos.", disse
Centro Hospitalar Lagny Marne-la-Vallée, França 
tas da refeições incluíram a boa e barata 
culinária hospitalar europeia, ao custo 
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viagem de luxo, mas isso tampouco im-portava 
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momento a gente pensou 
que não valia a pena”, af ir-mou 
Fábio. 
Eles agora buscam maneiras 
de colocar em prática o que 
analisaram de perto. “Vamos 
trazer um pouco dessa ex-periência 
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um pouco os horizontes”, 
segundo Fábio. 
“A gente tem uma possibili-dade 
até de uma parceria lá da Holanda 
para uma possível interação com aqui 
no Brasil. A gente foi buscando uma 
experiência, e talvez no médio e longo 
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mas não foi o objetivo principal”, disse 
Fábio. 
A meta principal foi ver o 
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hospitalar contemporânea, 
novos desenvolvimentos de 
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tudo indica que o escritório 
está pronto para novos em-preendimentos, 
talvez ainda 
mais ousados. “O que vimos 
são construções bem planejadas e pro-jetadas, 
com custos semelhantes com 
a realidade do Brasil”, escreveu a ar- 
96 SETEMBRO DE 2014 
“O que vimos são 
construções bem 
planejadas e pro-jetadas, 
com cus-tos 
semelhantes 
com a realidade 
do Brasil” 
- Moema Falci Lores 
ARQUITETURA 
nós pensamos 
Nós estamos estudando a possibilidade 
Loures 
de uma parceria entre a Holanda e o Brasil, 
junto com alguns contatos que estabele-cemos. 
Buscamos principalmente adquirir 
voltamos com a possibili-dade 
de uma interação entre os dois países.", 
disse Fábio Cardoso.
quiteta em um artigo sobre a viagem. 
!"#$%&$'%$'($%)*$+&$ 
Apesar de todos os países terem agre-gado 
muitas coisas para a experiência 
do casal, não é necessário investigar 
muito para saber qual foi o mais im-pressionante. 
“A Holanda certamente é 
um dos principais pontos de arquitetura 
hospitalar de alta qualidade na Europa, 
talvez no mundo”, disse Cardoso, acres-centando 
que eles visitaram nada menos 
do que 15 hospitais em 20 dias por lá. 
Eles citaram como exemplos bastante 
notáveis o Orbis Medisch Centrum, 
na cidade de Sittard, considerado por 
muitos como o “hospital do futuro”, o 
Martini Hospital, com sua construção 
flexível e grande incidência de ilumi-nação 
natural, e o Den Bosch, o maior 
hospital não universitário do país. 
Tal dinamismo na arquitetura hos-pitalar, 
no entanto, é um cenário que 
destoa de grande parte da realidade 
brasileira, apesar de alguns empreendi-mentos 
pontuais no país. “No Brasil, 
você ainda tem pouca inovação na ar-quitetura 
hospitalar e em design de 
móveis para saúde, apesar de ter bons 
hospitais e bons projetos.” 
Ele citou como caso a pouca atenção 
dada à destinação orçamentária para o 
projeto arquitetônico de um novo hos-pital, 
em comparação aos grandes gas-tos 
como equipamentos e outros itens 
mais diretamente ligados ao funciona-mento 
de um centro de saúde. 
Segundo Moema, no entanto, a questão 
da saúde está tão ligada ao design do 
SETEMBRO DE 2014 97 
disse Moema
Foram 40 dias de intercâmbio na 
Europa, mais de 25 hospitais 
referência em Arquitetura Hospitalar 
na Holanda, Inglaterra e França
TI 
ARQUITETURA 
ambiente quanto aos equipamentos e 
funcionalidades disponibilizados. “A 
arquitetura possui vários artifícios que 
podem diminuir o estresse do ambiente 
hospitalar, ajudar na recuperação mais 
rápida do paciente, além de 
criar um espaço de trabalho 
que estimule enfermeiros, mé-dicos 
“No Brasil, você 
ainda tem pouca 
inovação na ar-quitetura 
hospi-talar 
e em design 
de móveis para 
saúde, apesar de 
ter bons hospitais 
e bons projetos.” 
- Fábio Cardoso 
e funcionários”. 
Apesar de os Países Baixos 
estarem à frente do Brasil 
em termos de design, há 
um quesito no qual ambos 
os países são bastante equi-paráveis: 
o contato de pessoas 
de fora do meio médico. “A 
gente começou tentando mar-car 
direto com os hospitais, e 
foi um fracasso, a gente não 
teve retorno, era difícil ter uma área es-pecífica 
que recebia pessoas de fora. No 
Brasil é muito difícil também visitar um 
hospital”, afirmou Cardoso. 
Um problema, o qual, segundo eles, 
foi resolvido da forma mais proveitosa 
possível. ”A gente começou a entrar em 
contato com os escritórios de 
arquitetura responsáveis pe-los 
grandes projetos hospital-ares… 
e fomos muito bem re-cebidos”, 
disse o engenheiro. 
Um tipo de contato que 
não apenas foi satisfatório 
para conhecer as instalações 
na Holanda, como também 
gerou bastante interesse das 
contrapartes europeias nos 
trabalhos dos brasileiros. 
Já na Inglaterra, o casal 
teve um contato maior com fabri-cantes 
de diversos produtos para hospi-tais, 
inclusive mobiliário, uma área de 
100 SETEMBRO DE 2014 
hospita-lares 
Fábio. 
´
bastante interesse do casal. “Na Ingla-terra 
havia poucos hospitais novos… 
o principal de lá eram de 
inovações 
em produtos e mobiliários para área 
de saúde”, disse ele. Um dos destaques 
foi o Wilhelmina Children Hospital, 
que tem um caráter organizacional e 
f ísico bastante inovador. 
focamos em visitar centros A França também teve um gosto espe-cial, 
especialmente por conta do Centro 
Hospitalar Lagny Marne-la-Vallée, no 
centro do país, cujas fachadas mudam 
de cor de acordo com a intensidade da 
luz do sol, o que, segundo Fábio, dá um 
tom de humanização à natureza hospi-talar, 
geralmente vista pelos pacientes 
como asséptica. 
“Não foi nem o principal projeto que 
fomos ver, mas o trabalho que ele tem na 
fachada, com os painéis de cor, em um 
momento do dia quando aquela luz bate 
e você vendo de todo o hospital… aqui-lo 
dão uma sensação muito agradável.” 
Foi uma visita ao conhecido Velho 
Mundo, mas poderia muito bem ter sido 
um tour pelo futuro. 
SETEMBRO DE 2014 101 
!"#$%$&%'()(&%)(*+% 
,"-(%.*/0-+ 
segundo Moema 
Ficamos bastante sensibilizados com o 
trabalho das fachadas, com painéis que mudam 
de cor de acordo com a variação da luz solar… 
é possível ver estas variações em diversas 
perspectivas do hospital.", afirmou Moema.

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Foram 40 dias de intercâmbio na Europa, mais de 25 hospitais referência em Arquitetura Hospitalar na Holanda, Inglaterra e França

  • 1. !"#$%&'()*)+,)*) #-,.#+*"#',)/0#+*)$ !!!"#$%&'#$()"*+,"-( ARQUITETURA !"#$%&'()%*'+*(%,-)').+*)%* !"#$%&'()*% 94 SETEMBRO DE 2014
  • 2. !"#$%&'()*+#,"-&"./"-#01"-&"2*"&$3&$4&#',"&"2*0 0'52#%&%0"6,'"4,16#%0#1"-&"'&7&'8$(#0"-0"92',60 AGOSTO DE 2014 95 !"#$%&'!()$*+&,& Compartilhando um pe-culiar apreço pela ar-quitetura hospitalar, o casal Fábio Cardoso e Moema Falci Lores, no início do ano, começou a caçar espaços na agenda e le-vantar recursos próprios para um novo e ortodoxo investimento: deixar para trás suas merecidas férias e visitar mais de 25 hospitais na Europa. E foi assim que, em 20 de março, o en-genheiro e a arquiteta zarparam para a Holanda, com duas passagens aéreas, adquiridas em programa de milhagem, rumo a um intercâmbio de 40 dias entre o que há de mais novo no Velho Mundo quando se trata de design hospitalar. “A motivação foi a gente estar nesse mercado e a vontade de buscar coisas novas”, disse Fábio, que, junto com sua esposa Moema, possuem um escritório de arquitetura, o IMAginal, e uma empresa de design de móveis hospitalares, a Imma. O objetivo da experiência, claro, seria ver de perto alguns dos mais avançados centros médicos da Europa. Mas, como toda jornada em busca de conhecimento, esse tour europeu serviu como uma ver-dadeira motivação pessoal e, por que não, como uma abertura de “novos horizontes”. Com um custo total entre 20 mil e 25 mil reais, eles visitaram, além da Holanda, a Inglaterra e a França, com direito a uma folga de sete dias na Bélgica para descan-so, porque ninguém é tem design de ferro. A hospedagem deu-se mediante arran-jos feitos plataforma online de aluguéis Airbnb, que acabam saindo mais em con-ta do que hotéis, e as passagens aéreas, da-lhe classe econômica. Além disso, mui- Loures . Depois de dois meses planejando por acreditarmos na importân-o IMMA Design. de ferro. três Ao longo da viagem, o casal ficou hospedado em apartamentos alugados através do website da e permite tembém o con-tato com moradores do país. viajaram o roteiro e agendando as reuniões, embarcaram cia de buscar novos conhecimentos.", disse
  • 3. Centro Hospitalar Lagny Marne-la-Vallée, França tas da refeições incluíram a boa e barata culinária hospitalar europeia, ao custo estimado de 5 euros. Pode não ser uma viagem de luxo, mas isso tampouco im-portava para eles. “É um in-vestimento que em nenhum momento a gente pensou que não valia a pena”, af ir-mou Fábio. Eles agora buscam maneiras de colocar em prática o que analisaram de perto. “Vamos trazer um pouco dessa ex-periência para o Brasil, e abrir um pouco os horizontes”, segundo Fábio. “A gente tem uma possibili-dade até de uma parceria lá da Holanda para uma possível interação com aqui no Brasil. A gente foi buscando uma experiência, e talvez no médio e longo prazo possa trazer frutos disso tudo, mas não foi o objetivo principal”, disse Fábio. A meta principal foi ver o florescimento da arquitetura hospitalar contemporânea, novos desenvolvimentos de tecnologia e, claro, analisar aplicações no Brasil. O IMAginal já trabalha em um projeto inovador na Santa Casa de Juiz de Fora, mas tudo indica que o escritório está pronto para novos em-preendimentos, talvez ainda mais ousados. “O que vimos são construções bem planejadas e pro-jetadas, com custos semelhantes com a realidade do Brasil”, escreveu a ar- 96 SETEMBRO DE 2014 “O que vimos são construções bem planejadas e pro-jetadas, com cus-tos semelhantes com a realidade do Brasil” - Moema Falci Lores ARQUITETURA nós pensamos Nós estamos estudando a possibilidade Loures de uma parceria entre a Holanda e o Brasil, junto com alguns contatos que estabele-cemos. Buscamos principalmente adquirir voltamos com a possibili-dade de uma interação entre os dois países.", disse Fábio Cardoso.
  • 4. quiteta em um artigo sobre a viagem. !"#$%&$'%$'($%)*$+&$ Apesar de todos os países terem agre-gado muitas coisas para a experiência do casal, não é necessário investigar muito para saber qual foi o mais im-pressionante. “A Holanda certamente é um dos principais pontos de arquitetura hospitalar de alta qualidade na Europa, talvez no mundo”, disse Cardoso, acres-centando que eles visitaram nada menos do que 15 hospitais em 20 dias por lá. Eles citaram como exemplos bastante notáveis o Orbis Medisch Centrum, na cidade de Sittard, considerado por muitos como o “hospital do futuro”, o Martini Hospital, com sua construção flexível e grande incidência de ilumi-nação natural, e o Den Bosch, o maior hospital não universitário do país. Tal dinamismo na arquitetura hos-pitalar, no entanto, é um cenário que destoa de grande parte da realidade brasileira, apesar de alguns empreendi-mentos pontuais no país. “No Brasil, você ainda tem pouca inovação na ar-quitetura hospitalar e em design de móveis para saúde, apesar de ter bons hospitais e bons projetos.” Ele citou como caso a pouca atenção dada à destinação orçamentária para o projeto arquitetônico de um novo hos-pital, em comparação aos grandes gas-tos como equipamentos e outros itens mais diretamente ligados ao funciona-mento de um centro de saúde. Segundo Moema, no entanto, a questão da saúde está tão ligada ao design do SETEMBRO DE 2014 97 disse Moema
  • 5. Foram 40 dias de intercâmbio na Europa, mais de 25 hospitais referência em Arquitetura Hospitalar na Holanda, Inglaterra e França
  • 6.
  • 7. TI ARQUITETURA ambiente quanto aos equipamentos e funcionalidades disponibilizados. “A arquitetura possui vários artifícios que podem diminuir o estresse do ambiente hospitalar, ajudar na recuperação mais rápida do paciente, além de criar um espaço de trabalho que estimule enfermeiros, mé-dicos “No Brasil, você ainda tem pouca inovação na ar-quitetura hospi-talar e em design de móveis para saúde, apesar de ter bons hospitais e bons projetos.” - Fábio Cardoso e funcionários”. Apesar de os Países Baixos estarem à frente do Brasil em termos de design, há um quesito no qual ambos os países são bastante equi-paráveis: o contato de pessoas de fora do meio médico. “A gente começou tentando mar-car direto com os hospitais, e foi um fracasso, a gente não teve retorno, era difícil ter uma área es-pecífica que recebia pessoas de fora. No Brasil é muito difícil também visitar um hospital”, afirmou Cardoso. Um problema, o qual, segundo eles, foi resolvido da forma mais proveitosa possível. ”A gente começou a entrar em contato com os escritórios de arquitetura responsáveis pe-los grandes projetos hospital-ares… e fomos muito bem re-cebidos”, disse o engenheiro. Um tipo de contato que não apenas foi satisfatório para conhecer as instalações na Holanda, como também gerou bastante interesse das contrapartes europeias nos trabalhos dos brasileiros. Já na Inglaterra, o casal teve um contato maior com fabri-cantes de diversos produtos para hospi-tais, inclusive mobiliário, uma área de 100 SETEMBRO DE 2014 hospita-lares Fábio. ´
  • 8. bastante interesse do casal. “Na Ingla-terra havia poucos hospitais novos… o principal de lá eram de inovações em produtos e mobiliários para área de saúde”, disse ele. Um dos destaques foi o Wilhelmina Children Hospital, que tem um caráter organizacional e f ísico bastante inovador. focamos em visitar centros A França também teve um gosto espe-cial, especialmente por conta do Centro Hospitalar Lagny Marne-la-Vallée, no centro do país, cujas fachadas mudam de cor de acordo com a intensidade da luz do sol, o que, segundo Fábio, dá um tom de humanização à natureza hospi-talar, geralmente vista pelos pacientes como asséptica. “Não foi nem o principal projeto que fomos ver, mas o trabalho que ele tem na fachada, com os painéis de cor, em um momento do dia quando aquela luz bate e você vendo de todo o hospital… aqui-lo dão uma sensação muito agradável.” Foi uma visita ao conhecido Velho Mundo, mas poderia muito bem ter sido um tour pelo futuro. SETEMBRO DE 2014 101 !"#$%$&%'()(&%)(*+% ,"-(%.*/0-+ segundo Moema Ficamos bastante sensibilizados com o trabalho das fachadas, com painéis que mudam de cor de acordo com a variação da luz solar… é possível ver estas variações em diversas perspectivas do hospital.", afirmou Moema.