1. Quando provei os teus lábios quis comê-los e
quando senti o teu abraço, estremeci.
Quando encostei a minha cabeça ao teu peito, encontrei
a paz.
Roubaste-me o pensamento e o corpo,
querendo ancorar o meu amor.
Pobre ilusionista, julgas-me refém da tua vontade.
A realidade marca o compasso dos dias,
hoje é domingo e o silêncio tomou conta do fim.
Não sabes que acabou e estranhas serem secos os
meus beijos.
Voltaremos as costas em silêncio,
não olharás para trás porque ignoras que não voltas.
2. Eu não olharei para a frente para não ver a falta que me
fazes
e volto a deitar-me.
É muda a dor quando não se pode amar.
Mas, este cheiro ecoa nos lençóis que ainda
desenham a teu vulto,
roçam o deleite no meu corpo que ainda sente o teu,
exalam o arrebatamento que surveram.
Nunca me encontrei para me entregar,
dói-me o que te quero e o que não te sei dar.
Amanhã, serei inteiramente tua!
Amanhã... prometo sempre, amanhã...