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A
PESQUISA DE CULTURA POLÍTICA



 A ESPECIFICIDADE POLÍTICA
  DE PORTO ALEGRE - 2012




Equipe responsável:

Prof. Dr. Benedito Tadeu César (cientista político) – Coordenador

Profa. Dra. Maria da Graça Pinto Bulhões (socióloga)

Profa. Ms. Roselaine Batista (estatística)

Flávio Saidelles Ferreira (sociólogo) – Coordenador de campo

Sabrina Leal (socióloga)



        Colaboradores:

        Profa. Ms. Irene Galeazzi (socióloga)

        Profa. Ms. Morgana Camargo da Fontoura (cientista política e economista)




                      Telefones: (051) 3085 6366 – 3085 6966 – 9915 3590

                      Rua dos Andradas, 1091 – CJ 43 – Porto Alegre - RS

                                                                                   2
Sumário

A Especificidade Política de Porto Alegre                                           4

Metodologia de pesquisa                                                             4

Caracterização da amostra                                                           5

Interesse por política e autoclassificação na escala direita-esquerda               6

Adesão aos valores democráticos                                                     8

Posicionamento político e ideológico e confiança em instituições político-sociais   10

Características de um bom governo e critérios para a escolha de governantes         13

Memória eleitoral, o julgamento do “mensalão” e a sua influência na decisão de voto 17




                                                                                         3
A Especificidade Política de Porto
Alegre - 20121
O presente relatório expõe os dados de pesquisa de opinião pública realizada no município de
Porto Alegre (RS) com o objetivo de identificar as características e os valores políticos dos seus
eleitores. O relatório contém os aspectos não eleitorais dos dados coletados e apresenta uma
análise inicial dos resultados obtidos.

Ele será distribuído à imprensa e aos partidos políticos, por ocasião do lançamento do Instituto
de Pesquisas e Projetos Sociais – InPro, no dia 24 de setembro de 2012. Os dados completos
da pesquisa, bem como análises complementares poderão ser solicitados ao InPro.

A pesquisa em pauta atualiza e aprofunda os dados de pesquisa realizada no ano 2000 no
mesmo município de Porto Alegre e na mesma época pré-eleitoral, por ocasião do lançamento
do Laboratório de Observação Social – Labors, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da
UFRGS. Ambas as pesquisas foram coordenadas pelo Prof. Dr. Benedito Tadeu César, que foi
um dos fundadores e o primeiro coordenador do Labors e é,hoje, o diretor presidente do
InPro.

Metodologia da Pesquisa

Pesquisa de opinião pública, tipo survey, realizada durante o período de 06 a 15 de setembro
de 2012, quando foram aplicados 552 questionários. A totalidade dos eleitores maiores de 16
anos inscritos no município foi tomada como o universo da pesquisa e a partir daí definida a
amostra que se constituiu em um levantamento aleatório estratificado (AEE) por cotas de
sexo, idade e renda distribuídas proporcionalmente entre os entrevistados.

A margem de erro estimada é de 4,2 pontos percentuais para mais ou para menos, no
intervalo de confiança de 95%. Isto significa que a variação total dos percentuais pode oscilar
no espaço de 8,4 pontos e que se forem realizadas 100 pesquisas iguais a esta (utilizando-se a
mesma metodologia), serão verificados semelhantes aos obtidos aqui em pelo menos 95 delas.

As variáveis de sexo, idade e renda e local de moradia consistiram os filtros utilizados pela
equipe de entrevistadores especialmente treinada e que teve 100% de seu trabalho
supervisionado in loco e ao menos 20% conferido posteriormente por meio de contato
telefônico com os entrevistados. Os dados foram processados eletronicamente em SPSS,
programa estatístico especial para a análise de dados.




1
 Pesquisa realizada pela equipe do InPro – Intituto de Pesquisas e Projetos Sociais. Equipe executora:
Prof. Dr. Benedito Tadeu César (cientista político – coordenador), Profa. Dra. Maria da Graça Pinto
Bulhões (socióloga), Profa. Ms. Roselaine Batista (estatística), Flávio Saidelles Ferreira (sociólogo –
coordenador de campo), Sabrina Leal (socióloga). Colaboradores: Profa. Ms. Irene Galeazzi (socióloga)
eProfa. Ms. Morgana Fontoura (cientista política e economista).

                                                                                                          4
Caracterização da amostra



Amostra (n=552)

               Sexo do entrevistado        f    %
Masculino                                 247    44,7
Feminino                                  305    55,3
                       Total              552   100,0


            Escolaridade em intervalos     f    %
Sem instrução a fundamental incompleto    120    21,6
Fundamental completo a Médio incompleto   109    19,8
Médio completo a Superior incompleto      228    41,3
Superior completo                         93     16,8
NR                                         2      0,4
                      Total               552   100,0


                  Renda familiar           f    %
Até 2 SM                                  221    40,0
De mais de 2 SM até 5 SM                  175    31,8
Mais de 5 SM até 10 SM                    110    19,9
Maisde 10 SM                              25      4,6
NS/NR                                     21      3,8
                       Total              552   100,0


                  Ocupação atual           f     %
Assalariado                               135   24,5
Aposentado/Inativo                        118   21,3
Autônomo                                  73    13,3
Dona de casa                              46    8,3
Desempregado                              45    8,1
Funcionário público                       40    7,2
Empresário/Empregador                     33    5,9
Estudante                                 25    4,5
Profissional liberal                      25    4,6
Outras ocupações profissionais            11    1,9
NS/SR                                      2    0,4
Total                                     552   100




                                                        5
Interesse por política e autoclassificação na escala direita -esquerda

O interesse pela política é elevado entre os porto-alegrenses. Ele já era grande no ano 2000,
quando 41,5% apresentavam grande ou médio interesse. Em 2012 este percentual chegou a
47,2%.

        Interesse por política - 2012           f              %
Nada                                           140            25,3
Muito pouco                                    150            27,1
Mais ou menos                                  160            29,1
Bastante/muito                                 100            18,1
NR                                              2              0,3
Total                                          552            100,0


 Interesse por política        2000       2012 Diferença
 Nada                           39,3    25,3          -14
 Muito pouco                    18,4    27,1          8,7
 Mais ou menos                  25,2    29,1          3,9
 Bastante/muito                 16,3    18,1          1,8
 NR                              0,8     0,3         -0,5
 Total                           100    100


Apesar do crescimento do interesse pela política, os porto-alegrenses demonstram uma
diminuição da importância atribuída ao direito de voto, pois ocorreu uma redução de
aproximadamente sete pontos percentuais na sua disposição de votarse o voto não fosse
obrigatório, entre os anos de 2000 e 2012.

Esta disposição mantém-se ainda alta, uma vez que 44% dispõem-se a votar, mesmo que o
voto não seja obrigatório. Índice semelhante ao observado em países com sistemas
democráticos consolidados e nos quais não existe a obrigatoriedade do voto.

Votaria se o voto não fosse obrigatório - 2012            f            %
Sim                                                     244           44,2
Depende das circunstâncias                               69           12,5
Não                                                     233           42,3
NS/indeciso                                               6            1,1
Total                                                   552           100,0


 Votaria se o voto não fosse obrigatório         2000          2012     Diferença
Sim                                                  51,1      44,2           -6,9
Depende das circunstâncias                            3,5      12,5              9
Não                                                  44,1      42,3           -1,8
NS/indeciso                                           1,2       1,1           -0,1
NR                                                    0,2        0            -0,2
Total                                                100        100




                                                                                                6
Os porto-alegrenses atribuem importância significativa aos partidos políticos, contradizendo,
assim, o mito amplamente difundido no país, do desprezo pelos partidos políticos. Quase 60%
dos eleitores consideram que os partidos têm importância mediana ou grande.

Ao mesmo tempo, expressando a mudança do padrão de representação política em curso no
mundo, constata-se uma redução da importância atribuída aos partidos políticos no município.
Entre os anos 2000 e 2012, diminuiu em aproximadamente 10 pontos percentuais o
contingente dos que consideram que os partidos são muito importantes para a democracia.

 Partidos políticos são importantes? - 2012        f               %
Nada                                              98              17,7
Muito pouco                                      113              20,5
Mais ou menos                                    157              28,5
Bastante/muito                                   172              31,1
NS/indeciso                                       10               1,7
NR                                                 2               0,4
Total                                            552             100,0


Partidos políticos são importantes?    2000      2012       Diferença
Nada                                   15,4       17,7           2,3
Muito pouco                            11,9       20,5           8,6
Mais ou menos                          30,5       28,5           -2
Bastante/muito                         40,8       31,1          -9,7
NS/Indeciso/NR                          1,3       2,1            0,8
Total                                  100        100



A diminuição da importância atribuída pelos porto-alegrenses aos partidos políticos se
manifesta também no percentual daqueles que declaram não ter simpatia por nenhum partido
político. Ainda que seja relativamente alta a simpatia partidária em Porto Alegre,
comparativamente a outros municípios do país, observa-se uma redução de mais de nove
pontos percentuais na declaração de simpatia dos porto-alegrenses por algum partido.

    Simpatia por algum partido político- 2012               f                %
Sim e informou o partido                                  187                 33,9
Nenhum                                                    346                 62,7
NS/Indeciso                                                19                  3,4
Total                                                     552                100,0


Simpatia por algum partido político   2000        2012          Diferença
Sim e informou o partido                43         33,9               -9,1
Nenhum                                 56,9        62,7                5,8
NS/Indeciso                            0,2         3,4                 3,2
Total                                  100         100


Entre as razões da simpatia por algum partido político, mantém-se a coincidência entre as
ideias dos eleitores e as do partido de preferência, ainda que a razão com maior crescimento
no período em análise tenha sido a tradição familiar.

                                                                                               7
Qual a razão da simpatia pelo partido político - 2102           f            %
Corresponde às suas ideias                                     83             44,4
Defende seus interesses                                        30             16,0
É tradição em sua família                                      32             17,1
Confia nos seus dirigentes                                     36             19,3
NR                                                              6              3,2
Total                                                         187            100,0



Qual a razão da simpatia pelo partido político      2000            2012    Diferença
         Corresponde às suas ideias                 45,8            44,4      -1,39
           Defende seus interesses                  16,8            16        -0,85
          É tradição em sua família                 12,8            17,1       4,28
          Confia nos seus dirigentes                17,9            19,3       1,35
                     NR                                 6,6         3,2       -3,39
                    Total                           100             100




Adesão aos valores democráticos



A afirmação da superioridade da democracia como sistema político se expressa no fato de que
mais da metade, ou seja, 53,4% dos eleitores de Porto Alegre, afirmam que ela é preferível à
ditadura, superando o contingente daqueles que defendem esta mesma posição no país. De
acordo com a pesquisa do Latino Barômetro de 2011, este contingente atinge 45% no Brasil.

Por outro lado, no entanto, entre 2000 e 2012 observa-se uma redução de seis pontos
percentuais na adesão dos porto-alegrenses à democracia. Ainda que também tenha
diminuído em 2,1 pontos percentuais o contingente dos que entendem que uma ditadura
pode ser melhor do que a democracia, cresceu significativamente, em 12 pontos percentuais,
o número dos que consideram democracia e ditadura equivalentes em valor.

Comparativamente à América Latina, no entanto, segundo os dados do Latino Barômetro,
Porto Alegre e o Brasil estão aquém do percentual de preferência pela democracia na América
Latina, que foi de 58% em 2011.



              Opinião sobre democracia - 2012                           f      %
A democracia é sempre preferível à ditadura                           295     53,4
Às vezes uma ditadura é melhor do que uma democracia                  113     20,6
Tanto faz se é uma democracia ou uma ditadura                         103     18,6
NS/Indeciso                                                            29      5,2
NR                                                                     12      2,2
Total                                                                 552    100,0




                                                                                             8
Atualmente no Brasil, fala-se muito em democracia e em ditadura.           Latino Barômetro 2011
Na sua opinião:
                                    2000      2012       Diferença          Brasil     América
                                                                                        Latina
A democracia é sempre                59,4        53,4          -6            45           58
preferível à ditadura
Tanto faz se é uma democracia        6,6         18,6          12            22           18
ou uma ditadura
As vezes, uma ditadura é             22,7        20,6         -2,1           19           17
melhor que uma democracia
NS/NR                                11,3        7,4          -3,9           13           7
Total                                100         100                         100         100


Não obstante a adesão à democracia supere a casa dos 50% entre os porto-alegrenses, o seu
funcionamento no Brasil é avaliado predominantemente como regular. O contingente dos que
consideram este funcionamento mal ou muito mal supera o daqueles que o consideram bom e
muito bom.

Entre 2000 e 2012, no entanto, cresceu em maior proporção o número daqueles que
consideram positivo o funcionamento da democracia no Brasil, comparativamente aos que o
consideram de forma negativa. Esta alteração indica um processo de consolidação da
democracia no país, de acordo com a avaliação dos porto-alegrenses.

    No Brasil, a democracia funciona - 2012               f            %
Muito bem                                                12            2,1
Bem                                                      83           15,0
Regular                                                 252           45,7
Mal                                                     111           20,1
Muito mal                                                69           12,5
NS/Indeciso                                              21            3,7
NR                                                        4            0,7
Total                                                   552          100,0


          Na sua opinião, a democracia, hoje, no Brasil funciona:
                                       2000         2012       Diferença
Muito bem                               1,7         2,1           0,4
Bem                                     9,3          15           5,7
Regular                                 55,4        45,7         -9,7
Ruim                                    12,4        20,1          7,7
Péssimo                                 16,7        12,5         -4,2
NS/Indeciso                             4,1         3,7          -0,4
NR                                      0,3         0,7           0,4
Total                                   100         100




                                                                                                 9
Posicionamento político e ideológico e confiança em instituições político-
sociais

Paralelamente ao crescimento do interesse pela política, diminuiu o número daqueles que
declaram não saber o que significam as expressões políticas direita e esquerda. Em 2012,
41,5% dos porto-alegrenses afirmam saber o que significam estes dois termos, enquanto no
ano 2000 este grupo era de apenas 32%.

  Sabe o que significamos termos direita e esquerda - 2012       f          %
Sim                                                             229        41,5
Não sabe                                                        321        58,2
NR                                                               2          0,3
Total                                                           552       100,0


      Sabe o que significam os termos direita e esquerda      2000       2012     Diferença
Sim                                                            32        41,5            9,5
Não sabe                                                       63,5      58,2           -5,3
NR                                                             4,5        0,3           -4,2
Total                                                          100        100



A autodefinição política dos porto-alegrenses indica o crescimento de uma tendência à direita
do espectro ideológico. No ano de 2000, o número dos que se definiam à esquerda superava a
casa dos 30%, enquanto os que se definiam como direita restringiam-se a aproximadamente
12% do total dos eleitores. Em 2012, reduziu-se em sete pontos percentuais o contingente que
se define à esquerda e cresceu em mais de 14 pontos o que se define à direita.

Como define sua posição política - 2012                           f         %
Extrema esquerda                                                  8         3,5
Esquerda                                                         46        20,1
Centro esquerda                                                  42        18,3
Centro                                                           32        14,0
Centro direita                                                   18         7,9
Direita                                                          59        25,8
Extrema direita                                                   2         0,9
Não sabe se definir                                              22         9,6
Total                                                           229       100,0


Como define sua posição política        2000        2012     Diferença
Esquerda                                30,5        23,5         -7
Centro                                  33,2        40,2          7
Direita                                 11,9        26,7        14,8
Não sabe ou não quis se definir         24,4         9,6       -14,8
Total                                   100          100




                                                                                           10
Ao mesmo tempo, chegou a 37,7% o total dos que expressam opinião positiva sobre o
capitalismo, frente aos 23,9% que expressam opinião negativa. Cumpre observar que somam
37% os não têm opinião formada sobre o assunto e os que não sabem o significado do
conceito.Entre 2000 e 2012 cresceu em quase 10 pontos percentuais os que têm opinião
positiva sobre o capitalismo e diminuiu em mais de seis pontos os que têm opinião negativa
sobre ele.

        Opinião sobre o capitalismo - 2012                  f                %
Muito positiva                                             20                  3,6
Positiva                                                  188                 34,1
Negativa                                                  107                 19,4
Muito negativa                                             25                  4,5
Não tem opinião formada                                   159                 28,8
Não sabe o que é                                           45                  8,2
NR                                                          8                  1,4
Total                                                     552                100,0


     Opinião sobre o capitalismo       2000       2012          Diferença
Muito positiva                          1,3        3,6                 2,3
Positiva                                27         34,1                7,1
Negativa                               21,9        19,4               -2,5
Muito negativa                          8,3        4,5                -3,8
Não tem opinião formada                23,1        28,8                5,7
Não sabe o que é                       17,6        8,2                -9,4
NR                                      0,8        1,4                 0,6
Total                                  100         100


Por outro lado, atinge 39,8% o total dos que consideram positivamente o socialismo, frente aos
20,8% que o avaliam negativamente. Quase 38% não têm opinião formada sobre o assunto ou
não sabem o que o conceito significa. A avaliação positiva do socialismo cresceu 6,3 pontos
percentuais entre os anos 2000 e 2012 e a avaliação negativa caiu 4,1 pontos.

A avaliação de capitalismo e socialismo indica a ocorrência de um empate na avaliação dos que
consideram positivamente cada um destes sistemas econômicos, já que somam 39,8% o
contingente dos que avaliam positivamente o socialismo e 37,7% dos que avaliam
positivamente o capitalismo. Ressalte-se, no entanto, que ocorreu um crescimento mais
acelerado entre 2000 e 2012 dos que avaliam positivamente o capitalismo.

         Opinião sobre o socialismo - 2012                  f                %
Muito positiva                                             26                  4,7
Positiva                                                  194                 35,1
Negativa                                                  104                 18,8
Muito negativa                                             11                  2,0
Não tem opinião formada                                   165                 29,9
Não sabe o que é                                           44                  8,0
NR                                                          8                  1,4
Total                                                     552                100,0



                                                                                           11
Opinião sobre o socialismo        2000         2012       Diferença
Muito positiva                          1,8          4,7              2,9
Positiva                                31,7         35,1             3,4
Negativa                                20,1         18,8            -1,3
Muito negativa                          4,8           2              -2,8
Não tem opinião formada                 23,2         29,9             6,7
Não sabe o que é                        17,7          8              -9,7
NR                                      0,7          1,4              0,7
Total                                   100          100



No que diz respeito à confiança nas instituições sociais e políticas, a Família continua ocupando
a primeira posição, com 81,6%, seguida da Universidade, com 44,2%, e das Forças Armadas,
com 26,1% de indicações de muita confiança.

O grau de confiança depositado em grande parte das instituições reduziu-se, no entanto, de
forma expressiva no decorrer do período em análise. Considerando-se a somatória das
avaliações muito positivas e mais ou menos, as instituições que mais perderam confiança entre
2000 e 2012 foram as Igrejas (- 21,5 pontos percentuais), seguidas pelos Sindicatos (- 16,8
pontos percentuais) e pela Oposição ao governo Federal (- 11,7 pontos percentuais).

Por outro lado, as instituições que tiveram crescimento de confiança mais acentuado no
período foram o governo Federal ( + 22,6 pontos percentuais), seguido da Oposição ao
governo Municipal (+ 11,3 pontos percentuais) e da Oposição ao governo Estadual (+ 6,3
pontos percentuais).

 Confiança nas instituições políticas sociais e       Muito       Mais ou     Pouco       Não       NS/NR
                políticas - 2012                                  menos                  confia
Confiança nos empresários                              11,6%        36,0%      25,3%      22,9%      4,2%
Confiança na família                                   81,6%        12,8%       2,8%       1,8%      1,1%
Confiança na imprensa                                  16,6%        39,0%      22,6%      20,2%      1,5%
Confiança nas Igrejas                                  24,0%        29,4%      19,9%      24,9%      1,8%
Confiança nos sindicatos                               15,1%        32,7%      23,9%      23,6%      4,7%
Confiança nos partidos políticos                        5,7%        28,0%      30,9%      32,7%      2,6%
Confiança no Parlamento/Congresso                       6,5%        25,8%      26,7%      36,1%      4,8%
Confiança no Judiciário                                17,9%        36,0%      24,7%      19,3%      2,1%
Confiança na polícia                                   15,1%        41,5%      23,8%      18,0%      1,7%
Confiança nos militares/Forças Armadas                 26,1%        42,3%      17,8%      10,3%      3,5%
Confiança na universidade                              44,2%        34,4%       9,1%       5,0%      7,3%
Confiança no Governo Federal                           17,9%        38,3%      26,0%      14,9%      3,0%
Confiança na oposição ao Governo Federal               10,0%        25,4%      28,5%      29,8%      6,3%
Confiança no Governo Estadual                          13,9%        37,0%      25,0%      20,5%      3,5%
Confiança na oposição ao Governo Estadual               8,5%        32,1%      24,8%      27,9%      6,7%
Confiança no governo Municipal                         18,7%        38,5%      23,0%      16,6%      3,2%
Confiança na oposição ao governo Municipal             10,2%        31,9%      27,3%      23,5%      7,1%


Comparativamente aos dados obtidos pelo Latino Barômetro em 2011 para a América Latina, a
confiança depositada pelos porto-alegrenses nas instituições sociais e políticas é, de forma


                                                                                              12
geral, maior do que a depositada pelos latino-americanos. Destaca-se a confiança muito maior
no Poder Judiciário, na Polícia e nas Forças Armadas, todas com avaliação superior em 20
pontos percentuais. O Parlamento recebe confiança semelhante em Porto Alegre e na América
Latina e os Partidos Políticos detém 11 pontos percentuais a mais em Porto Alegre frente à
América Latina.



    Confiança nas instituições sociais e                  Muito + Mais ou menos
                políticas                             Porto Alegre           América Latina
                                              2000       2012      Diferença      2011
Confiança nos empresários                      48,6      47,6          -1           38
Confiança na família                           95,2      94,4         -0,8      nãoconsta
Confiança na imprensa                          64,6      55,6          -9       nãoconsta
Confiança nas Igrejas                          74,9      53,4        -21,5          64
Confiança nos sindicatos                       64,6      47,8        -16,8          28
Confiança nos partidos políticos               32,5      33,7         1,2           22
Confiança no Parlamento/Congresso              27,8      32,3         4,5           32
Confiança no Judiciário                         50       53,9         3,9           29
Confiança na Polícia                           50,8      56,6         5,8           33
Confiança nos Militares/Forças Armadas         67,7      68,4         0,7           39
Confiança na Universidade                      85,4      78,6         -6,8      não consta
Confiança no Governo Federal                   33,6      56,2         22,6      não consta
Confiança na oposição ao Governo               47,1      35,4        -11,7      não consta
Federal
Confiança no Governo Estadual                  47,1       50,9        3,8         não consta
Confiança na oposição ao Governo               34,3       40,6        6,3         não consta
Estadual
Confiança no governo Municipal                 53,4       57,2        3,8            37
Confiança na oposição ao governo               30,8       42,1        11,3        nãoconsta
Municipal


Características de um bom governo e critérios para a escolha de
governantes

Administrar eficientemente e ser honesto são as principais características apontadas como
características de um bom governo municipal pelos porto-alegrenses, cada um destes
atributos recebendo pouco mais de 35% das menções dos eleitores.

 Qual a principal característica de um bom governo municipal - 2012           f         %
Administrar de forma eficiente                                              206        37,3
Ser honesto                                                                 200        36,2
Realizar obras                                                               67        12,1
Valorizar a cidadania                                                        55        10,0
Ser democrático                                                              18         3,3
NS/NR                                                                         6         1,1
Total                                                                       552       100,0



                                                                                            13
Ampliar e melhorar o atendimento médico-hospitalar, melhorar a qualidade das escolas
públicas de ensino fundamental, ser honesto, criar escolas técnicas de qualificação profissional
e impedir a corrupção são, pela ordem, os atributos mais lembrados pelos eleitores porto-
alegrenses para caracterizar um bom governo municipal, todos eles recebendo mais de 93%
das menções. No extremo oposto, aparecem as preocupações com a promoção do turismo e
com a realização de obras para embelezar a cidade, ambas sendo valorizadas por menos de
50% dos eleitores.

 Importância atribuída a características de     Muito    Mais ou     Pouco      Nada        NR
    um bom governo municipal - 2012                      menos
 Ampliar e melhorar o atendimento médico-       96,7%       2,2%       0,3%       0,2%       0,6%
hospitalar
Melhorar a qualidade das escolas públicas       96,5%       2,4%       0,6%                  0,5%
de primeiro grau
Ser honesto                                     95,7%       2,8%       1,0%       0,2%       0,3%
Criar escolas técnicas para qualificação        94,9%       3,4%       1,2%       0,1%       0,3%
profissional
Impedir a corrupção no governo                  93,1%       3,3%       1,9%       1,2%       0,5%
 Realizar obras de infraestrutura: água,        92,8%       5,3%       1,3%       0,2%       0,5%
esgoto, iluminação pública
Instalar creches (escola infantis) de           91,9%       5,8%       1,6%       0,1%       0,5%
qualidade
Ter uma equipe de governo competente            91,8%       5,6%       1,2%       1,0%       0,5%
 Desenvolver ações contra o tráfico de          90,9%       5,6%       1,7%       1,4%       0,5%
drogas e a violência
Mater a cidade limpa, com ruas, calçadas,       90,7%       6,7%       2,0%       0,2%       0,3%
parques e locais públicos bem conservados
Não gastar mais do que a prefeitura             86,8%       8,5%       2,9%       1,1%       0,7%
arrecada
 Conseguir mais recursos financeiros para       86,7%      10,1%       2,3%       0,3%       0,7%
a cidade
Realizar obras nas áreas mais carentes da       83,4%      11,5%       4,0%       0,3%       0,8%
cidade
 Conseguir o apoio dos governos estadual        81,9%      11,2%       4,3%       1,0%       1,6%
e federal
 Consultar a população para definir as          77,9%      15,4%       4,4%       1,5%       0,7%
prioridades de governo
Promover o desenvolvimento de empresas          77,6%      15,0%       4,1%       2,0%       1,2%
locais
Atrair indústrias e empresas de fora            73,0%      17,7%       5,1%       2,7%       1,6%
 Promover atividades culturais e de lazer       70,8%      19,9%       8,0%       1,1%       0,3%
 Promover o turismo                             47,6%      31,8%      17,1%       2,7%       0,9%
 Realizar obras para embelezar a cidade         41,8%      31,8%      21,0%       5,0%       0,4%


Considerando-se a somatória das menções muito e mais ou menos,são as ideias defendidas
pelos candidatos, com 91,7%, a experiência de governo, com 88,2%, e as qualidades pessoais
do candidato, com 78,9%, os atributos mais citados pelos eleitores de Porto Alegre como os
mais valorizados no momento da escolha de seus candidatos a Prefeito. O apoio dos amigos,
colegas e familiares sobre o candidato, com 43,6%, e o apoio de pessoas do meio religioso
(padres, pastores e pais de santo), com 27,4%% são os que menos pesam na escolha. As
posições praticamente não se alteram quando se solicita que sejam indicados os critériosmais



                                                                                             14
valorizados pelo eleitor para escolher seu candidato a Prefeito, como se pode conferir na
segunda tabela abaixo.

Importância atribuída a situações no       Muita      Mais ou    Pouca     Nenhuma          NS           NR
momento de escolha do candidato a                     menos
Prefeito– 2012
 As ideias que ele defende                 83,1%       8,6%       4,1%         2,4%         0,9%         0,9%
 Ter uma experiência boa de governo        72,7%      15,5%       5,4%         4,2%         1,5%         0,7%
As qualidades pessoais do candidato        62,9%      16,0%      13,1%         5,9%         1,5%         0,6%
O apoio de lideranças ou políticos que     37,3%      19,4%      15,7%        24,7%         1,3%         1,7%
você respeita
 O partido a que ele/ela pertence          34,9%      19,3%      16,4%        27,5%         1,0%         0,9%
 Ser um candidato novo, que proponha       33,4%      25,2%      23,8%        14,1%         2,4%         1,1%
Renovar o governo municipal
 A proximidade, amizade ou relação         31,2%      16,5%      19,2%        30,7%         1,4%         1,0%
com o candidato
 O desempenho no horário eleitoral de      26,2%      19,1%      18,5%        34,1%         1,3%         0,8%
rádio e TV
A opinião dos amigos, colegas e            24,5%      19,1%      20,7%        33,5%         1,2%         0,9%
familiares sobre o candidato
 O apoio de pessoas do meio religioso      18,7%       8,7%      15,4%        55,7%         0,7%         0,9%



Características maisimportantepara a escolha do candidato a Prefeito - 2012          f             %
As ideias que ele defende                                                          227            41,1
Ter uma experiência boa de governo                                                  94            17,0
As qualidades pessoais do candidato                                                 70            12,7
Ser um candidato novo, que proponha renovar o governo municipal                     27             4,9
A proximidade, amizade ou relação com o candidato                                   24             4,3
O desempenho no horário eleitoral de rádio e TV                                     17             3,1
O partido a que ele/ela pertence                                                    16             3,0
O apoio de pessoas do meio religioso                                                11             2,0
A opinião dos amigos, colegas e familiares sobre o candidato                         8             1,4
O apoio de lideranças ou políticos que você respeita                                 5             0,9
NS                                                                                  22             3,9
NR                                                                                  31             5,7
Total                                                                              552           100,0


De acordo com o mesmo critério, os porto-alegrense declaram que levam em maior
consideração as ideias que os candidatos a Vereador defendem, com 87,6%, o seu bom
desempenho profissional, com 85,5%, e as qualidades pessoais do candidato, com 77,2%, para
a escolha de seus candidatos. Morar no mesmo bairro do eleitor, com 38,6%, e ter apoio de
pessoas do meio religioso, com 24%, são as características menos valorizadas.

Estas posições apresentam algumas pequenas alterações, no entanto, quando se solicita que o
entrevistado indique diretamente aquele atributo/situação que ele mais valoriza no momento
da escola de seu candidato a Vereador. Segundo este critério, a vizinhança (morar no mesmo
bairro) passa a figurar com uma importância mais elevada e o bom desempenho profissional
passa a ser pouco valorizado.




                                                                                              15
Características desejáveis para a escolha   Muita     Mais ou     Pouca    Nenhuma      NS            NR
    do candidato a Vereador– 2012                     menos
 As ideias que ele defende                  79,2%       8,4%       3,9%         4,6%    2,2%          1,7%
Ter um bom desempenho profissional          72,8%      12,7%       4,1%         6,4%    2,4%          1,6%
 As qualidades pessoais do candidato        60,5%      16,7%      11,7%         7,9%    2,0%          1,2%
Participar de associações e movimentos      51,4%      19,4%      12,3%        12,9%    2,5%          1,4%
de comunidades
Ser um político experiente, que já          48,8%      19,8%      10,9%        16,2%    2,9%          1,4%
exerceu um bom mandato de vereador
 O apoio de lideranças ou políticos que     34,9%      18,4%      17,3%        25,2%    2,8%          1,4%
você respeita
 A proximidade, amizade ou relação com      33,5%      16,1%      20,2%        27,2%    2,0%          1,2%
o candidato
 O partido a que ele/ela pertence           33,1%      16,0%      17,3%        28,4%    2,6%          2,6%
Ser um candidato que nunca teve             27,5%      23,9%      20,1%        23,6%    3,7%          1,2%
mandato de vereador e que se proponha
renovar a Câmara Municipal
 O desempenho no horário eleitoral de       25,6%      16,2%      19,2%        34,4%    2,9%          1,7%
rádio e TV
A opinião dos amigos, colegas e             25,4%      18,3%      19,5%        33,3%    2,1%          1,3%
familiares sobre o candidato
Ser morador do seu bairro/morar próximo     24,1%      14,5%      15,5%        42,2%    2,2%          1,6%
à sua casa
 O apoio de pessoas do meio religioso       15,5%      8,5%       14,7%        58,0%    2,1%          1,2%




Característica mais importante para a escolha do candidato a Vereador - 2012        f           %
As ideias que ele defende                                                         195          35,3
O partido a que ele/ela pertence                                                   62          11,2
Participar de associações e movimentos de comunidades                              61          11,1
As qualidades pessoais do candidato                                                54           9,8
Ser morador do seu bairro/morar próximo à sua casa                                 33           6,0
A proximidade, amizade ou relação com o candidato                                  27           4,9
de ser um candidato que nunca teve mandato de vereador e que se proponha           25           4,5
renovar a Câmara Municipal
O apoio de lideranças ou políticos que você respeita                               15          2,7
O desempenho no horário eleitoral de rádio e TV                                    15          2,7
Ser um político experiente, que já exerceu um bom mandato de vereador              12          2,2
A opinião dos amigos, colegas e familiares sobre o candidato                        9          1,6
O apoio de pessoas do meio religioso                                                5          0,9
Ter um bom desempenho profissional                                                  1          0,2
NS                                                                                 25          4,5
NR                                                                                 13          2,4
Total                                                                             552         100,0




                                                                                         16
Memória eleitoral, o julgamento do “mensalão” e a sua influência na
decisão de voto

Reproduzindo o que se verifica no conjunto do país, número expressivo de porto-alegrenses
não se recorda em quem votou nas últimas eleições. Constata-se que, quanto mais alto o
cargo, mais o eleitor se lembra em quem votou e, quanto mais próximo de si o cargo, menos
ele recorda em quem votou.

Desta forma, o número de eleitores que se lembram e indicam o candidato em quem votaram
para a presidente da República em 2012 é maior do que o número dos que se lembram em
quem votaram para Governador do Estado e maior também do que o número dos que se
recordam em quem votaram para a prefeito e para vereador.

    Em quem votou para Presidente da
      República no 2º Turno de 2010              f        %
Lembra e informou em quem votou                356       64,5
Não lembra                                     114       20,7
Nenhum                                          66       12,0
Não informou                                    16        2,9
Total                                          552      100,0


   Em quem votou para Governador do
        Estado na eleição de 2010                f        %
Lembra e informou em quem votou                277       50,3
Não se lembra                                  200       36,2
Nenhum                                          58       10,5
NS                                               7        1,3
NR                                               9        1,6
Total                                          552      100,0


Em quem votou para Prefeito de Porto
Alegre no 1º Turno de 2008                       f        %
Lembra e informou em quem votou                214       38,8
Não se lembra                                  245       44,4
Nenhum                                          70       12,7
Não informou                                    13        2,4
NR                                              10        1,8
Total                                          552      100,0


Em quem votou paraVereador em 2008               f        %
Lembra e informouem quem votou                 109       19,7
Nenhum                                          70       12,7
Não se lembra                                  353       63,9
NR                                              20        3,6
Total                                          552      100,0


Até o período da realização da coleta de dados desta pesquisa, a grande maioria dos eleitores
de Porto Alegre, superior a 85% do total, não foi influenciada pelo julgamento da Ação Penal
470, conhecida como “Processo do Mensalão”, em sua decisão de voto para vereador e/ou


                                                                                            17
para prefeito. Dentre os 11,2% que se declararam influenciados, mais de 80% afirmam
terdiminuído sua vontade de votar em candidatos do PT, 33,9% ter diminuído sua a vontade de
votar em candidatos do PTB e outros 30,6% ter diminuído sua a vontade de votar em
candidatos do PSDB. De outro lado, ainda que os percentuais totais sejam baixos, foi o PSDB o
partido que obteve o maior ganho de opinião pública com o julgamento do caso do
“mensalão”. Enquanto apenas 1,6% dos eleitores declararam que aumentou sua vontade de
votar em candidatos do PT e do PTB em decorrência desse julgamento, 6,5% dos eleitores
porto-alegrenses afirmaram que aumentou sua vontade de votar em candidatos do PSDB em
virtude do mesmo julgamento.

Influência do julgamento do “mensalão” na escolha de            f         %
candidato a prefeito e vereador
Sim                                                            62       11,2
Não                                                           473       85,7
NS / NR                                                        17        3,1
Total                                                         552       100,0


Influência do julgamento do “mensalão” na vontade de
votar nos candidatos do PT                                      f         %
Diminuiu a vontade de votar em candidatos do PT                50        80,6
Aumentou a vontade de votar em candidatos do PT                 1         1,6
Não interferiu                                                 11        17,7
Total                                                          62       100,0


Influência do julgamento do “mensalão” na vontade de
votar nos candidatos do PTB                                     f         %
Diminuiu a vontade de votar em candidatos do PTB               21        33,9
Aumentou a vontade de votar em candidatos do PTB                1         1,6
Não interferiu                                                 38        61,3
NS / NR                                                         2         3,2
Total                                                          62       100,0


Influência do julgamento do “mensalão” na vontade de
votar nos candidatos do PSDB                                    f         %
Diminuiu a vontade de votar em candidatos do PSDB              19        30,6
Aumentou a vontade de votar em candidatos do PSDB               4         6,5
Não interferiu                                                 38        61,3
Ns / NR                                                         1         1,6
Total                                                          62       100,0




                                                                                          18

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A especificidade política de Porto Alegre 2012

  • 1. A
  • 2. PESQUISA DE CULTURA POLÍTICA A ESPECIFICIDADE POLÍTICA DE PORTO ALEGRE - 2012 Equipe responsável: Prof. Dr. Benedito Tadeu César (cientista político) – Coordenador Profa. Dra. Maria da Graça Pinto Bulhões (socióloga) Profa. Ms. Roselaine Batista (estatística) Flávio Saidelles Ferreira (sociólogo) – Coordenador de campo Sabrina Leal (socióloga) Colaboradores: Profa. Ms. Irene Galeazzi (socióloga) Profa. Ms. Morgana Camargo da Fontoura (cientista política e economista) Telefones: (051) 3085 6366 – 3085 6966 – 9915 3590 Rua dos Andradas, 1091 – CJ 43 – Porto Alegre - RS 2
  • 3. Sumário A Especificidade Política de Porto Alegre 4 Metodologia de pesquisa 4 Caracterização da amostra 5 Interesse por política e autoclassificação na escala direita-esquerda 6 Adesão aos valores democráticos 8 Posicionamento político e ideológico e confiança em instituições político-sociais 10 Características de um bom governo e critérios para a escolha de governantes 13 Memória eleitoral, o julgamento do “mensalão” e a sua influência na decisão de voto 17 3
  • 4. A Especificidade Política de Porto Alegre - 20121 O presente relatório expõe os dados de pesquisa de opinião pública realizada no município de Porto Alegre (RS) com o objetivo de identificar as características e os valores políticos dos seus eleitores. O relatório contém os aspectos não eleitorais dos dados coletados e apresenta uma análise inicial dos resultados obtidos. Ele será distribuído à imprensa e aos partidos políticos, por ocasião do lançamento do Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais – InPro, no dia 24 de setembro de 2012. Os dados completos da pesquisa, bem como análises complementares poderão ser solicitados ao InPro. A pesquisa em pauta atualiza e aprofunda os dados de pesquisa realizada no ano 2000 no mesmo município de Porto Alegre e na mesma época pré-eleitoral, por ocasião do lançamento do Laboratório de Observação Social – Labors, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS. Ambas as pesquisas foram coordenadas pelo Prof. Dr. Benedito Tadeu César, que foi um dos fundadores e o primeiro coordenador do Labors e é,hoje, o diretor presidente do InPro. Metodologia da Pesquisa Pesquisa de opinião pública, tipo survey, realizada durante o período de 06 a 15 de setembro de 2012, quando foram aplicados 552 questionários. A totalidade dos eleitores maiores de 16 anos inscritos no município foi tomada como o universo da pesquisa e a partir daí definida a amostra que se constituiu em um levantamento aleatório estratificado (AEE) por cotas de sexo, idade e renda distribuídas proporcionalmente entre os entrevistados. A margem de erro estimada é de 4,2 pontos percentuais para mais ou para menos, no intervalo de confiança de 95%. Isto significa que a variação total dos percentuais pode oscilar no espaço de 8,4 pontos e que se forem realizadas 100 pesquisas iguais a esta (utilizando-se a mesma metodologia), serão verificados semelhantes aos obtidos aqui em pelo menos 95 delas. As variáveis de sexo, idade e renda e local de moradia consistiram os filtros utilizados pela equipe de entrevistadores especialmente treinada e que teve 100% de seu trabalho supervisionado in loco e ao menos 20% conferido posteriormente por meio de contato telefônico com os entrevistados. Os dados foram processados eletronicamente em SPSS, programa estatístico especial para a análise de dados. 1 Pesquisa realizada pela equipe do InPro – Intituto de Pesquisas e Projetos Sociais. Equipe executora: Prof. Dr. Benedito Tadeu César (cientista político – coordenador), Profa. Dra. Maria da Graça Pinto Bulhões (socióloga), Profa. Ms. Roselaine Batista (estatística), Flávio Saidelles Ferreira (sociólogo – coordenador de campo), Sabrina Leal (socióloga). Colaboradores: Profa. Ms. Irene Galeazzi (socióloga) eProfa. Ms. Morgana Fontoura (cientista política e economista). 4
  • 5. Caracterização da amostra Amostra (n=552) Sexo do entrevistado f % Masculino 247 44,7 Feminino 305 55,3 Total 552 100,0 Escolaridade em intervalos f % Sem instrução a fundamental incompleto 120 21,6 Fundamental completo a Médio incompleto 109 19,8 Médio completo a Superior incompleto 228 41,3 Superior completo 93 16,8 NR 2 0,4 Total 552 100,0 Renda familiar f % Até 2 SM 221 40,0 De mais de 2 SM até 5 SM 175 31,8 Mais de 5 SM até 10 SM 110 19,9 Maisde 10 SM 25 4,6 NS/NR 21 3,8 Total 552 100,0 Ocupação atual f % Assalariado 135 24,5 Aposentado/Inativo 118 21,3 Autônomo 73 13,3 Dona de casa 46 8,3 Desempregado 45 8,1 Funcionário público 40 7,2 Empresário/Empregador 33 5,9 Estudante 25 4,5 Profissional liberal 25 4,6 Outras ocupações profissionais 11 1,9 NS/SR 2 0,4 Total 552 100 5
  • 6. Interesse por política e autoclassificação na escala direita -esquerda O interesse pela política é elevado entre os porto-alegrenses. Ele já era grande no ano 2000, quando 41,5% apresentavam grande ou médio interesse. Em 2012 este percentual chegou a 47,2%. Interesse por política - 2012 f % Nada 140 25,3 Muito pouco 150 27,1 Mais ou menos 160 29,1 Bastante/muito 100 18,1 NR 2 0,3 Total 552 100,0 Interesse por política 2000 2012 Diferença Nada 39,3 25,3 -14 Muito pouco 18,4 27,1 8,7 Mais ou menos 25,2 29,1 3,9 Bastante/muito 16,3 18,1 1,8 NR 0,8 0,3 -0,5 Total 100 100 Apesar do crescimento do interesse pela política, os porto-alegrenses demonstram uma diminuição da importância atribuída ao direito de voto, pois ocorreu uma redução de aproximadamente sete pontos percentuais na sua disposição de votarse o voto não fosse obrigatório, entre os anos de 2000 e 2012. Esta disposição mantém-se ainda alta, uma vez que 44% dispõem-se a votar, mesmo que o voto não seja obrigatório. Índice semelhante ao observado em países com sistemas democráticos consolidados e nos quais não existe a obrigatoriedade do voto. Votaria se o voto não fosse obrigatório - 2012 f % Sim 244 44,2 Depende das circunstâncias 69 12,5 Não 233 42,3 NS/indeciso 6 1,1 Total 552 100,0 Votaria se o voto não fosse obrigatório 2000 2012 Diferença Sim 51,1 44,2 -6,9 Depende das circunstâncias 3,5 12,5 9 Não 44,1 42,3 -1,8 NS/indeciso 1,2 1,1 -0,1 NR 0,2 0 -0,2 Total 100 100 6
  • 7. Os porto-alegrenses atribuem importância significativa aos partidos políticos, contradizendo, assim, o mito amplamente difundido no país, do desprezo pelos partidos políticos. Quase 60% dos eleitores consideram que os partidos têm importância mediana ou grande. Ao mesmo tempo, expressando a mudança do padrão de representação política em curso no mundo, constata-se uma redução da importância atribuída aos partidos políticos no município. Entre os anos 2000 e 2012, diminuiu em aproximadamente 10 pontos percentuais o contingente dos que consideram que os partidos são muito importantes para a democracia. Partidos políticos são importantes? - 2012 f % Nada 98 17,7 Muito pouco 113 20,5 Mais ou menos 157 28,5 Bastante/muito 172 31,1 NS/indeciso 10 1,7 NR 2 0,4 Total 552 100,0 Partidos políticos são importantes? 2000 2012 Diferença Nada 15,4 17,7 2,3 Muito pouco 11,9 20,5 8,6 Mais ou menos 30,5 28,5 -2 Bastante/muito 40,8 31,1 -9,7 NS/Indeciso/NR 1,3 2,1 0,8 Total 100 100 A diminuição da importância atribuída pelos porto-alegrenses aos partidos políticos se manifesta também no percentual daqueles que declaram não ter simpatia por nenhum partido político. Ainda que seja relativamente alta a simpatia partidária em Porto Alegre, comparativamente a outros municípios do país, observa-se uma redução de mais de nove pontos percentuais na declaração de simpatia dos porto-alegrenses por algum partido. Simpatia por algum partido político- 2012 f % Sim e informou o partido 187 33,9 Nenhum 346 62,7 NS/Indeciso 19 3,4 Total 552 100,0 Simpatia por algum partido político 2000 2012 Diferença Sim e informou o partido 43 33,9 -9,1 Nenhum 56,9 62,7 5,8 NS/Indeciso 0,2 3,4 3,2 Total 100 100 Entre as razões da simpatia por algum partido político, mantém-se a coincidência entre as ideias dos eleitores e as do partido de preferência, ainda que a razão com maior crescimento no período em análise tenha sido a tradição familiar. 7
  • 8. Qual a razão da simpatia pelo partido político - 2102 f % Corresponde às suas ideias 83 44,4 Defende seus interesses 30 16,0 É tradição em sua família 32 17,1 Confia nos seus dirigentes 36 19,3 NR 6 3,2 Total 187 100,0 Qual a razão da simpatia pelo partido político 2000 2012 Diferença Corresponde às suas ideias 45,8 44,4 -1,39 Defende seus interesses 16,8 16 -0,85 É tradição em sua família 12,8 17,1 4,28 Confia nos seus dirigentes 17,9 19,3 1,35 NR 6,6 3,2 -3,39 Total 100 100 Adesão aos valores democráticos A afirmação da superioridade da democracia como sistema político se expressa no fato de que mais da metade, ou seja, 53,4% dos eleitores de Porto Alegre, afirmam que ela é preferível à ditadura, superando o contingente daqueles que defendem esta mesma posição no país. De acordo com a pesquisa do Latino Barômetro de 2011, este contingente atinge 45% no Brasil. Por outro lado, no entanto, entre 2000 e 2012 observa-se uma redução de seis pontos percentuais na adesão dos porto-alegrenses à democracia. Ainda que também tenha diminuído em 2,1 pontos percentuais o contingente dos que entendem que uma ditadura pode ser melhor do que a democracia, cresceu significativamente, em 12 pontos percentuais, o número dos que consideram democracia e ditadura equivalentes em valor. Comparativamente à América Latina, no entanto, segundo os dados do Latino Barômetro, Porto Alegre e o Brasil estão aquém do percentual de preferência pela democracia na América Latina, que foi de 58% em 2011. Opinião sobre democracia - 2012 f % A democracia é sempre preferível à ditadura 295 53,4 Às vezes uma ditadura é melhor do que uma democracia 113 20,6 Tanto faz se é uma democracia ou uma ditadura 103 18,6 NS/Indeciso 29 5,2 NR 12 2,2 Total 552 100,0 8
  • 9. Atualmente no Brasil, fala-se muito em democracia e em ditadura. Latino Barômetro 2011 Na sua opinião: 2000 2012 Diferença Brasil América Latina A democracia é sempre 59,4 53,4 -6 45 58 preferível à ditadura Tanto faz se é uma democracia 6,6 18,6 12 22 18 ou uma ditadura As vezes, uma ditadura é 22,7 20,6 -2,1 19 17 melhor que uma democracia NS/NR 11,3 7,4 -3,9 13 7 Total 100 100 100 100 Não obstante a adesão à democracia supere a casa dos 50% entre os porto-alegrenses, o seu funcionamento no Brasil é avaliado predominantemente como regular. O contingente dos que consideram este funcionamento mal ou muito mal supera o daqueles que o consideram bom e muito bom. Entre 2000 e 2012, no entanto, cresceu em maior proporção o número daqueles que consideram positivo o funcionamento da democracia no Brasil, comparativamente aos que o consideram de forma negativa. Esta alteração indica um processo de consolidação da democracia no país, de acordo com a avaliação dos porto-alegrenses. No Brasil, a democracia funciona - 2012 f % Muito bem 12 2,1 Bem 83 15,0 Regular 252 45,7 Mal 111 20,1 Muito mal 69 12,5 NS/Indeciso 21 3,7 NR 4 0,7 Total 552 100,0 Na sua opinião, a democracia, hoje, no Brasil funciona: 2000 2012 Diferença Muito bem 1,7 2,1 0,4 Bem 9,3 15 5,7 Regular 55,4 45,7 -9,7 Ruim 12,4 20,1 7,7 Péssimo 16,7 12,5 -4,2 NS/Indeciso 4,1 3,7 -0,4 NR 0,3 0,7 0,4 Total 100 100 9
  • 10. Posicionamento político e ideológico e confiança em instituições político- sociais Paralelamente ao crescimento do interesse pela política, diminuiu o número daqueles que declaram não saber o que significam as expressões políticas direita e esquerda. Em 2012, 41,5% dos porto-alegrenses afirmam saber o que significam estes dois termos, enquanto no ano 2000 este grupo era de apenas 32%. Sabe o que significamos termos direita e esquerda - 2012 f % Sim 229 41,5 Não sabe 321 58,2 NR 2 0,3 Total 552 100,0 Sabe o que significam os termos direita e esquerda 2000 2012 Diferença Sim 32 41,5 9,5 Não sabe 63,5 58,2 -5,3 NR 4,5 0,3 -4,2 Total 100 100 A autodefinição política dos porto-alegrenses indica o crescimento de uma tendência à direita do espectro ideológico. No ano de 2000, o número dos que se definiam à esquerda superava a casa dos 30%, enquanto os que se definiam como direita restringiam-se a aproximadamente 12% do total dos eleitores. Em 2012, reduziu-se em sete pontos percentuais o contingente que se define à esquerda e cresceu em mais de 14 pontos o que se define à direita. Como define sua posição política - 2012 f % Extrema esquerda 8 3,5 Esquerda 46 20,1 Centro esquerda 42 18,3 Centro 32 14,0 Centro direita 18 7,9 Direita 59 25,8 Extrema direita 2 0,9 Não sabe se definir 22 9,6 Total 229 100,0 Como define sua posição política 2000 2012 Diferença Esquerda 30,5 23,5 -7 Centro 33,2 40,2 7 Direita 11,9 26,7 14,8 Não sabe ou não quis se definir 24,4 9,6 -14,8 Total 100 100 10
  • 11. Ao mesmo tempo, chegou a 37,7% o total dos que expressam opinião positiva sobre o capitalismo, frente aos 23,9% que expressam opinião negativa. Cumpre observar que somam 37% os não têm opinião formada sobre o assunto e os que não sabem o significado do conceito.Entre 2000 e 2012 cresceu em quase 10 pontos percentuais os que têm opinião positiva sobre o capitalismo e diminuiu em mais de seis pontos os que têm opinião negativa sobre ele. Opinião sobre o capitalismo - 2012 f % Muito positiva 20 3,6 Positiva 188 34,1 Negativa 107 19,4 Muito negativa 25 4,5 Não tem opinião formada 159 28,8 Não sabe o que é 45 8,2 NR 8 1,4 Total 552 100,0 Opinião sobre o capitalismo 2000 2012 Diferença Muito positiva 1,3 3,6 2,3 Positiva 27 34,1 7,1 Negativa 21,9 19,4 -2,5 Muito negativa 8,3 4,5 -3,8 Não tem opinião formada 23,1 28,8 5,7 Não sabe o que é 17,6 8,2 -9,4 NR 0,8 1,4 0,6 Total 100 100 Por outro lado, atinge 39,8% o total dos que consideram positivamente o socialismo, frente aos 20,8% que o avaliam negativamente. Quase 38% não têm opinião formada sobre o assunto ou não sabem o que o conceito significa. A avaliação positiva do socialismo cresceu 6,3 pontos percentuais entre os anos 2000 e 2012 e a avaliação negativa caiu 4,1 pontos. A avaliação de capitalismo e socialismo indica a ocorrência de um empate na avaliação dos que consideram positivamente cada um destes sistemas econômicos, já que somam 39,8% o contingente dos que avaliam positivamente o socialismo e 37,7% dos que avaliam positivamente o capitalismo. Ressalte-se, no entanto, que ocorreu um crescimento mais acelerado entre 2000 e 2012 dos que avaliam positivamente o capitalismo. Opinião sobre o socialismo - 2012 f % Muito positiva 26 4,7 Positiva 194 35,1 Negativa 104 18,8 Muito negativa 11 2,0 Não tem opinião formada 165 29,9 Não sabe o que é 44 8,0 NR 8 1,4 Total 552 100,0 11
  • 12. Opinião sobre o socialismo 2000 2012 Diferença Muito positiva 1,8 4,7 2,9 Positiva 31,7 35,1 3,4 Negativa 20,1 18,8 -1,3 Muito negativa 4,8 2 -2,8 Não tem opinião formada 23,2 29,9 6,7 Não sabe o que é 17,7 8 -9,7 NR 0,7 1,4 0,7 Total 100 100 No que diz respeito à confiança nas instituições sociais e políticas, a Família continua ocupando a primeira posição, com 81,6%, seguida da Universidade, com 44,2%, e das Forças Armadas, com 26,1% de indicações de muita confiança. O grau de confiança depositado em grande parte das instituições reduziu-se, no entanto, de forma expressiva no decorrer do período em análise. Considerando-se a somatória das avaliações muito positivas e mais ou menos, as instituições que mais perderam confiança entre 2000 e 2012 foram as Igrejas (- 21,5 pontos percentuais), seguidas pelos Sindicatos (- 16,8 pontos percentuais) e pela Oposição ao governo Federal (- 11,7 pontos percentuais). Por outro lado, as instituições que tiveram crescimento de confiança mais acentuado no período foram o governo Federal ( + 22,6 pontos percentuais), seguido da Oposição ao governo Municipal (+ 11,3 pontos percentuais) e da Oposição ao governo Estadual (+ 6,3 pontos percentuais). Confiança nas instituições políticas sociais e Muito Mais ou Pouco Não NS/NR políticas - 2012 menos confia Confiança nos empresários 11,6% 36,0% 25,3% 22,9% 4,2% Confiança na família 81,6% 12,8% 2,8% 1,8% 1,1% Confiança na imprensa 16,6% 39,0% 22,6% 20,2% 1,5% Confiança nas Igrejas 24,0% 29,4% 19,9% 24,9% 1,8% Confiança nos sindicatos 15,1% 32,7% 23,9% 23,6% 4,7% Confiança nos partidos políticos 5,7% 28,0% 30,9% 32,7% 2,6% Confiança no Parlamento/Congresso 6,5% 25,8% 26,7% 36,1% 4,8% Confiança no Judiciário 17,9% 36,0% 24,7% 19,3% 2,1% Confiança na polícia 15,1% 41,5% 23,8% 18,0% 1,7% Confiança nos militares/Forças Armadas 26,1% 42,3% 17,8% 10,3% 3,5% Confiança na universidade 44,2% 34,4% 9,1% 5,0% 7,3% Confiança no Governo Federal 17,9% 38,3% 26,0% 14,9% 3,0% Confiança na oposição ao Governo Federal 10,0% 25,4% 28,5% 29,8% 6,3% Confiança no Governo Estadual 13,9% 37,0% 25,0% 20,5% 3,5% Confiança na oposição ao Governo Estadual 8,5% 32,1% 24,8% 27,9% 6,7% Confiança no governo Municipal 18,7% 38,5% 23,0% 16,6% 3,2% Confiança na oposição ao governo Municipal 10,2% 31,9% 27,3% 23,5% 7,1% Comparativamente aos dados obtidos pelo Latino Barômetro em 2011 para a América Latina, a confiança depositada pelos porto-alegrenses nas instituições sociais e políticas é, de forma 12
  • 13. geral, maior do que a depositada pelos latino-americanos. Destaca-se a confiança muito maior no Poder Judiciário, na Polícia e nas Forças Armadas, todas com avaliação superior em 20 pontos percentuais. O Parlamento recebe confiança semelhante em Porto Alegre e na América Latina e os Partidos Políticos detém 11 pontos percentuais a mais em Porto Alegre frente à América Latina. Confiança nas instituições sociais e Muito + Mais ou menos políticas Porto Alegre América Latina 2000 2012 Diferença 2011 Confiança nos empresários 48,6 47,6 -1 38 Confiança na família 95,2 94,4 -0,8 nãoconsta Confiança na imprensa 64,6 55,6 -9 nãoconsta Confiança nas Igrejas 74,9 53,4 -21,5 64 Confiança nos sindicatos 64,6 47,8 -16,8 28 Confiança nos partidos políticos 32,5 33,7 1,2 22 Confiança no Parlamento/Congresso 27,8 32,3 4,5 32 Confiança no Judiciário 50 53,9 3,9 29 Confiança na Polícia 50,8 56,6 5,8 33 Confiança nos Militares/Forças Armadas 67,7 68,4 0,7 39 Confiança na Universidade 85,4 78,6 -6,8 não consta Confiança no Governo Federal 33,6 56,2 22,6 não consta Confiança na oposição ao Governo 47,1 35,4 -11,7 não consta Federal Confiança no Governo Estadual 47,1 50,9 3,8 não consta Confiança na oposição ao Governo 34,3 40,6 6,3 não consta Estadual Confiança no governo Municipal 53,4 57,2 3,8 37 Confiança na oposição ao governo 30,8 42,1 11,3 nãoconsta Municipal Características de um bom governo e critérios para a escolha de governantes Administrar eficientemente e ser honesto são as principais características apontadas como características de um bom governo municipal pelos porto-alegrenses, cada um destes atributos recebendo pouco mais de 35% das menções dos eleitores. Qual a principal característica de um bom governo municipal - 2012 f % Administrar de forma eficiente 206 37,3 Ser honesto 200 36,2 Realizar obras 67 12,1 Valorizar a cidadania 55 10,0 Ser democrático 18 3,3 NS/NR 6 1,1 Total 552 100,0 13
  • 14. Ampliar e melhorar o atendimento médico-hospitalar, melhorar a qualidade das escolas públicas de ensino fundamental, ser honesto, criar escolas técnicas de qualificação profissional e impedir a corrupção são, pela ordem, os atributos mais lembrados pelos eleitores porto- alegrenses para caracterizar um bom governo municipal, todos eles recebendo mais de 93% das menções. No extremo oposto, aparecem as preocupações com a promoção do turismo e com a realização de obras para embelezar a cidade, ambas sendo valorizadas por menos de 50% dos eleitores. Importância atribuída a características de Muito Mais ou Pouco Nada NR um bom governo municipal - 2012 menos Ampliar e melhorar o atendimento médico- 96,7% 2,2% 0,3% 0,2% 0,6% hospitalar Melhorar a qualidade das escolas públicas 96,5% 2,4% 0,6% 0,5% de primeiro grau Ser honesto 95,7% 2,8% 1,0% 0,2% 0,3% Criar escolas técnicas para qualificação 94,9% 3,4% 1,2% 0,1% 0,3% profissional Impedir a corrupção no governo 93,1% 3,3% 1,9% 1,2% 0,5% Realizar obras de infraestrutura: água, 92,8% 5,3% 1,3% 0,2% 0,5% esgoto, iluminação pública Instalar creches (escola infantis) de 91,9% 5,8% 1,6% 0,1% 0,5% qualidade Ter uma equipe de governo competente 91,8% 5,6% 1,2% 1,0% 0,5% Desenvolver ações contra o tráfico de 90,9% 5,6% 1,7% 1,4% 0,5% drogas e a violência Mater a cidade limpa, com ruas, calçadas, 90,7% 6,7% 2,0% 0,2% 0,3% parques e locais públicos bem conservados Não gastar mais do que a prefeitura 86,8% 8,5% 2,9% 1,1% 0,7% arrecada Conseguir mais recursos financeiros para 86,7% 10,1% 2,3% 0,3% 0,7% a cidade Realizar obras nas áreas mais carentes da 83,4% 11,5% 4,0% 0,3% 0,8% cidade Conseguir o apoio dos governos estadual 81,9% 11,2% 4,3% 1,0% 1,6% e federal Consultar a população para definir as 77,9% 15,4% 4,4% 1,5% 0,7% prioridades de governo Promover o desenvolvimento de empresas 77,6% 15,0% 4,1% 2,0% 1,2% locais Atrair indústrias e empresas de fora 73,0% 17,7% 5,1% 2,7% 1,6% Promover atividades culturais e de lazer 70,8% 19,9% 8,0% 1,1% 0,3% Promover o turismo 47,6% 31,8% 17,1% 2,7% 0,9% Realizar obras para embelezar a cidade 41,8% 31,8% 21,0% 5,0% 0,4% Considerando-se a somatória das menções muito e mais ou menos,são as ideias defendidas pelos candidatos, com 91,7%, a experiência de governo, com 88,2%, e as qualidades pessoais do candidato, com 78,9%, os atributos mais citados pelos eleitores de Porto Alegre como os mais valorizados no momento da escolha de seus candidatos a Prefeito. O apoio dos amigos, colegas e familiares sobre o candidato, com 43,6%, e o apoio de pessoas do meio religioso (padres, pastores e pais de santo), com 27,4%% são os que menos pesam na escolha. As posições praticamente não se alteram quando se solicita que sejam indicados os critériosmais 14
  • 15. valorizados pelo eleitor para escolher seu candidato a Prefeito, como se pode conferir na segunda tabela abaixo. Importância atribuída a situações no Muita Mais ou Pouca Nenhuma NS NR momento de escolha do candidato a menos Prefeito– 2012 As ideias que ele defende 83,1% 8,6% 4,1% 2,4% 0,9% 0,9% Ter uma experiência boa de governo 72,7% 15,5% 5,4% 4,2% 1,5% 0,7% As qualidades pessoais do candidato 62,9% 16,0% 13,1% 5,9% 1,5% 0,6% O apoio de lideranças ou políticos que 37,3% 19,4% 15,7% 24,7% 1,3% 1,7% você respeita O partido a que ele/ela pertence 34,9% 19,3% 16,4% 27,5% 1,0% 0,9% Ser um candidato novo, que proponha 33,4% 25,2% 23,8% 14,1% 2,4% 1,1% Renovar o governo municipal A proximidade, amizade ou relação 31,2% 16,5% 19,2% 30,7% 1,4% 1,0% com o candidato O desempenho no horário eleitoral de 26,2% 19,1% 18,5% 34,1% 1,3% 0,8% rádio e TV A opinião dos amigos, colegas e 24,5% 19,1% 20,7% 33,5% 1,2% 0,9% familiares sobre o candidato O apoio de pessoas do meio religioso 18,7% 8,7% 15,4% 55,7% 0,7% 0,9% Características maisimportantepara a escolha do candidato a Prefeito - 2012 f % As ideias que ele defende 227 41,1 Ter uma experiência boa de governo 94 17,0 As qualidades pessoais do candidato 70 12,7 Ser um candidato novo, que proponha renovar o governo municipal 27 4,9 A proximidade, amizade ou relação com o candidato 24 4,3 O desempenho no horário eleitoral de rádio e TV 17 3,1 O partido a que ele/ela pertence 16 3,0 O apoio de pessoas do meio religioso 11 2,0 A opinião dos amigos, colegas e familiares sobre o candidato 8 1,4 O apoio de lideranças ou políticos que você respeita 5 0,9 NS 22 3,9 NR 31 5,7 Total 552 100,0 De acordo com o mesmo critério, os porto-alegrense declaram que levam em maior consideração as ideias que os candidatos a Vereador defendem, com 87,6%, o seu bom desempenho profissional, com 85,5%, e as qualidades pessoais do candidato, com 77,2%, para a escolha de seus candidatos. Morar no mesmo bairro do eleitor, com 38,6%, e ter apoio de pessoas do meio religioso, com 24%, são as características menos valorizadas. Estas posições apresentam algumas pequenas alterações, no entanto, quando se solicita que o entrevistado indique diretamente aquele atributo/situação que ele mais valoriza no momento da escola de seu candidato a Vereador. Segundo este critério, a vizinhança (morar no mesmo bairro) passa a figurar com uma importância mais elevada e o bom desempenho profissional passa a ser pouco valorizado. 15
  • 16. Características desejáveis para a escolha Muita Mais ou Pouca Nenhuma NS NR do candidato a Vereador– 2012 menos As ideias que ele defende 79,2% 8,4% 3,9% 4,6% 2,2% 1,7% Ter um bom desempenho profissional 72,8% 12,7% 4,1% 6,4% 2,4% 1,6% As qualidades pessoais do candidato 60,5% 16,7% 11,7% 7,9% 2,0% 1,2% Participar de associações e movimentos 51,4% 19,4% 12,3% 12,9% 2,5% 1,4% de comunidades Ser um político experiente, que já 48,8% 19,8% 10,9% 16,2% 2,9% 1,4% exerceu um bom mandato de vereador O apoio de lideranças ou políticos que 34,9% 18,4% 17,3% 25,2% 2,8% 1,4% você respeita A proximidade, amizade ou relação com 33,5% 16,1% 20,2% 27,2% 2,0% 1,2% o candidato O partido a que ele/ela pertence 33,1% 16,0% 17,3% 28,4% 2,6% 2,6% Ser um candidato que nunca teve 27,5% 23,9% 20,1% 23,6% 3,7% 1,2% mandato de vereador e que se proponha renovar a Câmara Municipal O desempenho no horário eleitoral de 25,6% 16,2% 19,2% 34,4% 2,9% 1,7% rádio e TV A opinião dos amigos, colegas e 25,4% 18,3% 19,5% 33,3% 2,1% 1,3% familiares sobre o candidato Ser morador do seu bairro/morar próximo 24,1% 14,5% 15,5% 42,2% 2,2% 1,6% à sua casa O apoio de pessoas do meio religioso 15,5% 8,5% 14,7% 58,0% 2,1% 1,2% Característica mais importante para a escolha do candidato a Vereador - 2012 f % As ideias que ele defende 195 35,3 O partido a que ele/ela pertence 62 11,2 Participar de associações e movimentos de comunidades 61 11,1 As qualidades pessoais do candidato 54 9,8 Ser morador do seu bairro/morar próximo à sua casa 33 6,0 A proximidade, amizade ou relação com o candidato 27 4,9 de ser um candidato que nunca teve mandato de vereador e que se proponha 25 4,5 renovar a Câmara Municipal O apoio de lideranças ou políticos que você respeita 15 2,7 O desempenho no horário eleitoral de rádio e TV 15 2,7 Ser um político experiente, que já exerceu um bom mandato de vereador 12 2,2 A opinião dos amigos, colegas e familiares sobre o candidato 9 1,6 O apoio de pessoas do meio religioso 5 0,9 Ter um bom desempenho profissional 1 0,2 NS 25 4,5 NR 13 2,4 Total 552 100,0 16
  • 17. Memória eleitoral, o julgamento do “mensalão” e a sua influência na decisão de voto Reproduzindo o que se verifica no conjunto do país, número expressivo de porto-alegrenses não se recorda em quem votou nas últimas eleições. Constata-se que, quanto mais alto o cargo, mais o eleitor se lembra em quem votou e, quanto mais próximo de si o cargo, menos ele recorda em quem votou. Desta forma, o número de eleitores que se lembram e indicam o candidato em quem votaram para a presidente da República em 2012 é maior do que o número dos que se lembram em quem votaram para Governador do Estado e maior também do que o número dos que se recordam em quem votaram para a prefeito e para vereador. Em quem votou para Presidente da República no 2º Turno de 2010 f % Lembra e informou em quem votou 356 64,5 Não lembra 114 20,7 Nenhum 66 12,0 Não informou 16 2,9 Total 552 100,0 Em quem votou para Governador do Estado na eleição de 2010 f % Lembra e informou em quem votou 277 50,3 Não se lembra 200 36,2 Nenhum 58 10,5 NS 7 1,3 NR 9 1,6 Total 552 100,0 Em quem votou para Prefeito de Porto Alegre no 1º Turno de 2008 f % Lembra e informou em quem votou 214 38,8 Não se lembra 245 44,4 Nenhum 70 12,7 Não informou 13 2,4 NR 10 1,8 Total 552 100,0 Em quem votou paraVereador em 2008 f % Lembra e informouem quem votou 109 19,7 Nenhum 70 12,7 Não se lembra 353 63,9 NR 20 3,6 Total 552 100,0 Até o período da realização da coleta de dados desta pesquisa, a grande maioria dos eleitores de Porto Alegre, superior a 85% do total, não foi influenciada pelo julgamento da Ação Penal 470, conhecida como “Processo do Mensalão”, em sua decisão de voto para vereador e/ou 17
  • 18. para prefeito. Dentre os 11,2% que se declararam influenciados, mais de 80% afirmam terdiminuído sua vontade de votar em candidatos do PT, 33,9% ter diminuído sua a vontade de votar em candidatos do PTB e outros 30,6% ter diminuído sua a vontade de votar em candidatos do PSDB. De outro lado, ainda que os percentuais totais sejam baixos, foi o PSDB o partido que obteve o maior ganho de opinião pública com o julgamento do caso do “mensalão”. Enquanto apenas 1,6% dos eleitores declararam que aumentou sua vontade de votar em candidatos do PT e do PTB em decorrência desse julgamento, 6,5% dos eleitores porto-alegrenses afirmaram que aumentou sua vontade de votar em candidatos do PSDB em virtude do mesmo julgamento. Influência do julgamento do “mensalão” na escolha de f % candidato a prefeito e vereador Sim 62 11,2 Não 473 85,7 NS / NR 17 3,1 Total 552 100,0 Influência do julgamento do “mensalão” na vontade de votar nos candidatos do PT f % Diminuiu a vontade de votar em candidatos do PT 50 80,6 Aumentou a vontade de votar em candidatos do PT 1 1,6 Não interferiu 11 17,7 Total 62 100,0 Influência do julgamento do “mensalão” na vontade de votar nos candidatos do PTB f % Diminuiu a vontade de votar em candidatos do PTB 21 33,9 Aumentou a vontade de votar em candidatos do PTB 1 1,6 Não interferiu 38 61,3 NS / NR 2 3,2 Total 62 100,0 Influência do julgamento do “mensalão” na vontade de votar nos candidatos do PSDB f % Diminuiu a vontade de votar em candidatos do PSDB 19 30,6 Aumentou a vontade de votar em candidatos do PSDB 4 6,5 Não interferiu 38 61,3 Ns / NR 1 1,6 Total 62 100,0 18