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L´gica proposicional
   o                                                                           1/28




                               L´gica proposicional
                                o



A l´gica ´ a ciˆncia do racioc´
   o     e     e              ınio.
    Socrates ´ um homem. Todos os homens s˜o mortais. Logo Socrates ´
             e                            a                         e
    mortal.
A(s) l´gica(s) promove(m) um modelo formal do racioc´
      o                                             ınio.




  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                              DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
   o                                                                                      2/28




                                      Motiva¸˜o
                                            ca



A l´gica ´ um dos fundamentos da Ciˆncia da Computa¸˜o (software e hardware):
   o     e                         e               ca
 • projeto de circuitos digitais:
    – circuitos s˜o basicamente uma rede de unidades de memoriza¸˜o
                 a                                                  ca
      interconectados eletricamente atrav´s e de portas l´gicas (dispositivos f´
                                         e               o                     ısicos
      que implementam operadores l´gicos).
                                    o
    – requisitos sobre a interface de um circuito s˜o descritos atrav´s de diagramas
                                                   a                 e
      temporais, que podem ser vistos como express˜es numa l´gica temporal
                                                      o           o
 • desenvolvimento de software:
    – condi¸˜es l´gicas permeam programas de computadores,
           co o
    – descri¸˜o do papel de um componente de software (contrato),
            ca
    – especifica¸˜o dos requisitos de um sistema;
               ca
 • verifica¸˜o: sistemas de dedu¸˜o, ou procedimento de decis˜o, corretos e,
          ca                   ca                           a
   possivelmente completos.


  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                                         DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
   o                                                                                    3/28




                                 L´gica ou l´gicas?
                                  o         o



Existem v´rios modelos para o racioc´
         a                          ınio, correspondendo a v´rios tipos de l´gica:
                                                            a               o
 • L´gica proposicional,
    o
 • L´gica da primeira ordem (l´gica dos predicados),
    o                         o
 • L´gica de ordem superior,
    o
 • L´gica difusa;
    o
 • L´gica intuicionista.
    o
E ainda:
 • L´gicas modais,
    o
 • L´gicais temporais,
    o
 • etc.
Focaremos na l´gica cl´ssica proposicional e da primeira ordem.
              o       a


  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                                       DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
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                                Express˜es booleanas
                                       o



Existem dois valores booleanos:
 • verdadeiro (V, true, T, 1,         , ...);
 • falso (F, false, F, 0, ⊥, ...).
Uma express˜o booleana ´ composta por
           a           e
 • variaveis l´gicas (que s˜o nomes representandos algum valor booleano);
              o            a
 • operadores l´gicos (e, ou, n˜o, implica, etc.)a
               o               a
    – sintaxe: denota¸˜o, aridade
                     ca
    – semˆntica: tabelas verdade
         a
Uma express˜o booleana possui valor booleano.
           a
Uma express˜o booleana ´ chamada de f´rmula.
           a           e             o
  a Algumas   l´gicas possuem outros operadores.
               o




  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                                  DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
   o                                                                                  5/28




                                  Vari´veis l´gicas
                                      a      o



S˜o tamb´m conhecidas como proposi¸˜es, ou proposi¸˜es atˆmicas.
 a      e                         co              co     o
Uma proposi¸˜o ´ identificada por um nome e representa algum fato:
           ca e
    p: A velocidade do vento est´ maior que 50km/hora.
                                a
    q: O banho est´ autorizado.
                  a
A f´rmula p → ¬q modela a asser¸˜o:
   o                           ca
    Quando a velocidade do vento ultrapassa os 50km/hora, ´ prohibido entrar
                                                          e
    na agua.
       ´
Nota¸˜o: Letras min´sculas (p, q, etc.) representam vari´veis (proposi¸˜es),
     ca              u                                   a             co
enquanto que letras mai´sculas (E, E1 , etc.) representam f´rmulas (p → q).
                       u                                   o




  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                                     DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
 o                                                                                   6/28




               O operador de nega¸˜o ¬ (not, !, ˜ , )
                                 ca



• O operador ¬ representa a nega¸˜o.
                                ca
  ´
• E um operador un´rio.
                  a
• A nega¸˜o de verdadeiro ´ falso, e a nega¸˜o de falso ´ verdadeiro.
        ca                e                ca           e
• Tabela verdade da nega¸˜o:
                        ca
   E           ¬E
               ⊥
   ⊥
   – Operadores l´gicos s˜o fun¸˜es que associam um valor booleano a um (ou
                  o       a    co
     mais) valor(es) booleano(s).
   – A tabela verdade ´ uma nota¸˜o usada para definir essas fun¸˜es por
                      e         ca                             co
     enumera¸˜o dos casos.
             ca



David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
       e               c                                                      DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
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                           Propriedades da nega¸˜o
                                               ca



Seja E uma f´rmula. Qualquer que seja o valor de suas vari´veis, temos
            o                                             a
 • Exatamente um de E e de ¬E ´ verdadeiro.
                              e
 • Exatamente um de E e de ¬E ´ falso.
                              e
 • Princ´                  ıdo: Um entre E e de ¬E ´ verdadeiro.
        ıpio de ter¸o exclu´
                   c                               e
 • Princ´
        ıpio de n˜o-contradi¸˜o: E e ¬E n˜o podem ser simultaneamente
                 a          ca           a
   verdadeiros.
Prova(s): direto da tabela-verdade da nega¸˜o.
                                          ca
Verifique que ¬(¬E) = E.




  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                               DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
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                                    Corre¸˜o
                                         ca



                               E        ¬E
                                        ¬⊥ =
                               ⊥        ¬    =⊥

• E e ¬(¬E) s˜o iguais se, e somente se, se igualam em todas as valora¸˜es
             a                                                        co
                       E        ¬(¬E)
      ıveis de E.
  poss´                         ¬(¬ ) = ¬⊥ =
                       ⊥        ¬(¬⊥) = ¬    =⊥




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L´gica proposicional
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                  O operador de disjun¸˜o: ∨ (+, or, |)
                                      ca



• O operador ∨ representa a escolha num sentido n˜o exclusivo.
                                                 a
       O aluno estudou regularmente ou recebeu ajuda (tamb´m pode ser que
                                                          e
       os dois sejam verdadeiros).
• E um operador bin´rio.
  ´                a
• A f´rmula E1 ∨ E2 ´ verdadeira se e somente se pelo menos um de E1 e de E2
      o             e
  for verdadeira.
• Tabela verdade da disjun¸˜o:
                          ca
   E1         E2         E1 ∨ E2
   ⊥          ⊥          ⊥
   ⊥
              ⊥




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       e               c                                                    DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
 o                                                                                     10/28




• Existe um outro operador para o ou exclusivo (usado no projeto de circuitos,
  n˜o no de programas).
   a
     A solu¸˜o ´ ´cida ou b´sica (a solu¸˜o n˜o pode ser ao mesmo tempo
           ca e a          a            ca a
     a
     ´cida e b´sica).
              a
• Na l´
      ıngua natural, os dois operadores s˜o representados pela mesma palavra¿
                                         a
• Fonte de ambig¨idade.
                u




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       e               c                                                         DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
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                          Propriedades da disjun¸˜o
                                                ca



 • A disjun¸˜o ´ associativa (verifique – com a tabela de verdade).
           ca e

                              (E1 ∨ E2 ) ∨ E3 = E1 ∨ (E2 ∨ E3 ).

 • A disjun¸˜o ´ comutativa (verifique – com a tabela de verdade).
           ca e

                                      (E1 ∨ E2 ) = (E2 ∨ E1 ).
                                 n
 • Logo podemos escrever         i=1   Ei = E1 ∨ E2 ∨ E3 ∨ . . . ∨ En sem ambig¨ idade.
                                                                               u
 • O falso ´ elemento neutro.
           e
 • O verdadeiro ´ elemento absorvente.
                e
Verifique que E ∨ E = E.




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         e               c                                                                DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
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                                    Corre¸˜o
                                         ca




                         (E1 ∨ E2 ) ∨ E3 = E1 ∨ (E2 ∨ E3 ).
• A f´rmula a provar depende de 3 valores: 23 = 8 casos diferentes.
     o
   E1      E2      E3     (E1 ∨ E2 ) ∨ E3           (E1 ∨ E2 ) ∨ E3
   ⊥       ⊥       ⊥      (⊥∨⊥)∨⊥ = ⊥∨⊥ = ⊥         ⊥∨(⊥∨⊥) = ⊥∨⊥ = ⊥
   ⊥               ⊥
           ⊥       ⊥
                   ⊥
   ⊥       ⊥
   ⊥
           ⊥




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       e               c                                                DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
 o                                                                                  13/28




       O operador de conjun¸˜o: ∧ (., and, juxtaposi¸˜o)
                           ca                       ca



• O operador ∧ representa a simultaneidade.
       O aluno ´ s´rio e ´ pontual na aula.
               e e       e
• E um operador bin´rio.
  ´                a
• A f´rmula E1 ∧ E2 ´ verdadeira se e somente se E1 e E2 forem verdadeiras.
     o              e
• Tabela verdade da conjun¸˜o:
                          ca
   E1         E2         E1 ∧ E2
   ⊥          ⊥          ⊥
   ⊥                     ⊥
              ⊥          ⊥




David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
       e               c                                                      DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
   o                                                                                            14/28




                          Propriedades da conjun¸˜o
                                                ca



 • A conjun¸˜o ´ associativa (verifique – com a tabela de verdade).
           ca e
 • A conjun¸˜o ´ comutativa (verifique – com a tabela de verdade).
           ca e
                                 n
 • Logo podemos escrever         i=1   Ei = E1 ∧ E2 ∧ E3 ∧ . . . ∧ En sem ambig¨ idade.
                                                                               u
 • O verdadeiro ´ elemento neutro.
                e
 • O falso ´ elemento absorvente.
           e
Verifique que E ∧ E = E.




  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                                                DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
   o                                                                     15/28




                         Algumas propriedades adicionais



Leis de De Morgan


                             ¬(E1 ∨ E2 ) = (¬E1 ) ∧ (¬E2 )
                             ¬(E1 ∧ E2 ) = (¬E1 ) ∨ (¬E2 )

Distributividade


                          E ∧ (E1 ∨ E2 ) = (E ∧ E1 ) ∨ (E ∧ E2 )
                          E ∨ (E1 ∧ E2 ) = (E ∨ E1 ) ∧ (E ∨ E2 )



Note a dualidade entre a conjun¸˜o e a disjun¸˜o.
                               ca            ca
Verifique a validade dessas leis com tabelas verdade.


  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                         DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
 o                                                                                      16/28




                             An´lise de f´rmulas
                               a         o



• Para uma determinada atribui¸˜o das suas vari´veis, uma f´rmula pode ter o
                              ca               a           o
  valor verdadeiro ou falso.
• Esse valor ´ calculado a partir dos valores das sub-f´rmulas e das
             e                                         o
  tabelas-verdade apresentadas anteriormente.
  Exemplo, determinar o valor de ¬(p ∧ q) ∨ (r ∧ ¬q), para p = q =     e r = ⊥:
  ¬q = ⊥
  p∧q =
  r ∧ ¬q = ⊥
  ¬(p ∧ q) = ⊥
  ¬(p ∧ q) ∨ (r ∧ ¬q) = ⊥




David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
       e               c                                                          DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
   o                                                                                  17/28




    Tautologia, contradi¸˜o, contingˆncia e satisfatibilidade
                        ca          e



Defini¸˜o: Um modelo de uma express˜o booleana E ´ uma atribui¸˜o das
       ca                               a           e        ca
vari´veis de E que torna essa express˜o verdadeira.
    a                                a
 • Uma express˜o booleana ´ satisfat´ se possui um modelo.
              a           e         ıvel
 • Uma express˜o booleana ´ uma tautologia, ou v´lida, quando qualquer
                a            e                  a
   atribui¸˜o das suas vari´veis ´ um modelo.
          ca               a     e
 • Uma express˜o booleana ´ uma contradi¸˜o se n˜o possui modelo.
              a           e             ca      a
 • Uma express˜o booleana ´ uma contingˆncia quando ´ num uma tautologia,
              a           e            e            e
   nem uma contradi¸˜o.
                   ca
Quest˜o: Se ¬E ´ uma contradi¸˜o (´ satisfat´
      a         e            ca e           ıvel, ´ uma tautologia), que podemos
                                                  e
concluir sobre E?
Quest˜o: Como utilizar a tabela verdade para determinar a classifica¸˜o de uma
      a                                                            ca
express˜o booleana?
        a


  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                                      DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
   o                                                                               18/28




                               Conseq¨ˆncia l´gica
                                     ue      o



Dado Γ = {E1 , . . . , En } um conjunto de f´rmulas.
                                            o
 • Γ ´ chamada de teoria.
     e
 • Um modelo de Γ ´ uma atribui¸˜o das vari´veis de E1 , ... En que ´ modelo de
                    e          ca          a                        e
   cada E1 ,...En .
 • Uma express˜o E ´ conseq¨ˆncia l´gica de Γ se qualquer modelo de Γ ´ um
              a    e       ue      o                                  e
   modelo de E.
 • E notado Γ |= E.
   ´

 • Se Γ = {}, ent˜o notamos |= E.
                 a
 • |= E quando E ´ uma tautologia.
                 e




  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                                   DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
   o                                                                                  19/28




          T´cnicas de verifica¸˜o de express˜es booleanas:
           e                 ca            o



Tabelas verdade: Pr´tico para provas manuais;
                   a
C´lculo proposicional: Aplica¸˜o das leis;
 a                           ca
Sistemas dedutivos: Dedu¸˜o natural, tableaux anal´
                        ca                        ıticos, axiomatiza¸˜es;
                                                                    co
Davis e Putnam: procedimento de decis˜o da satisfatibilidade,
                                     a
   implementa¸˜es modernas tratam express˜es com at´ milhares de vari´veis;
             co                          o         e                 a
Diagramas de decis˜o bin´ria: estrutura de dados canˆnica para representar
                    a    a                          o
   express˜es booleanas,
          o
   v´rias opera¸˜es adicionais (quantifica¸˜o, substitui¸˜o),
    a          co                        ca            ca
   implementa¸˜es tratam express˜es com at´ centenas de vari´veis.
             co                 o         e                 a
Como um procedimento de decis˜o de satisfatibilidade pode ser utilizado em um
                               a
procedimento de decis˜o de tautologia?
                     a



  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                                      DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
  o                                                                                     20/28




                        Prova e conseq¨ˆncia l´gica
                                      ue      o



Considerando um sistema de prova σ (por exemplo dedu¸˜o natural).
                                                    ca
Se, aplicando σ a partir de um conjunto de f´rmulas Γ, conseguimos derivar uma
                                            o
   f´rmula E, escrevemos:
    o
                                      Γ σE

Um sistema de prova σ ´ correto quando, cada vez que Γ
                      e                                  σ   E ent˜o Γ |= E.
                                                                  a
Um sistema de prova σ ´ completo quando, cada vez que Γ |= E ent˜o Γ
                      e                                         a        σ   E.




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        e               c                                                         DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
   o                                                                                21/28




                               Equivalˆncia (↔, ⇔)
                                      e



 • O operador ↔ ´ chamado equivalˆncia.
                e                e
         Se o aluno estuda regularmente, ser´ aprovado, caso contr´rio ser´
                                            a                     a       a
         reprovado.
 • E um operador bin´rio.
   ´                a
 • E1 ↔ E2 ´ verdadeira quando E1 e E2 tem o mesmo valor.
           e
 • Tabela verdade da eq¨ivalˆncia:
                       u    e
     E1         E2         E1 ↔ E2
     ⊥          ⊥
     ⊥                     ⊥
                ⊥          ⊥


E1 : o aluno estuda regularmente; E2 : o aluno ser´ aprovado.
                                                  a


  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                                    DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
 o                                                                                  22/28




                       Propriedades da eq¨ ivalˆncia
                                         u     e



• Comutativa: E1 ↔ E2 = E2 ↔ E1 .
• Sim´trica: E1 ↔ E1 .
     e
• E1 = E2 se e somente se E1 ↔ E1 .
• Duas f´rmulas E e E2 s˜o iguais (ou eq¨ivalentes) se e somente se E1 ↔ E2 for
        o               a               u
  uma tautologia.
• Princ´
       ıpio de substitui¸˜o de iguais: se E1 ↔ E2 ´ uma tautologia, e E1 ocorre
                        ca                        e
  em E, E ´ equivalente a E , formado por substitui¸˜o de E1 por E2 em E.
            e                                       ca
• Por exemplo: (p ∧ (¬(¬q))) ↔ (p ∧ q) pois q ↔ (¬(¬q)) ´ uma tautologia.
                                                        e




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       e               c                                                      DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
 o                                                                               23/28




               Operadores l´gicos: implica¸˜o (→, ⇒)
                           o              ca



• O operador → ´ chamado implica¸˜o.
               e                ca
     Quando um aluno estuda regularmente, ele ´ aprovado.
                                              e
• Implicitamente, estamos entendendo que alunos que n˜o estudam regularmente
                                                     a
  acabam sendo reprovados. O operador → n˜o modela essa informa¸˜o.
                                           a                     ca
• Tabela verdade da implica¸˜o:
                           ca
                                       E1 : o aluno estuda regularmente;
     E1         E2        E1 → E2      E2 : o aluno ´ aprovado. Como
                                                      e
     ⊥          ⊥                      interpretar as duas primeiras li-
                                       nhas da tabela com essas pro-
     ⊥
                                       posi¸˜es ?
                                            co
                ⊥         ⊥




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       e               c                                                   DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
   o                                                                            24/28




                         Propriedades da implica¸˜o
                                                ca



 • E1 → E2 = (¬E1 ) ∨ E2 .
 • ¬E1 → ¬E2 = E2 → E1 ;
 • E1 ↔ E2 = E1 → E2 ∧ E2 → E1 .
 • Γ |= E1 → E2 se e somente se Γ ∪ {E1 } |= E2 .
Na express˜o E1 → E2 , E1 ´ chamado o antecedente (ou premissa), e E2 o
          a                e
consequente (ou conclus˜o).
                       a




  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                                DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
   o                                                                              25/28




                                      Exerc´
                                           ıcio



    p: A velocidade do vento est´ maior que 50km/hora.
                                a
    q: O banho est´ autorizado.
                  a
A express˜o p → ¬q modela a asser¸˜o:
         a                       ca
    Quando a velocidade do vento ultrapassa os 50km/hora, est´ prohibido
                                                             a
    entrar na agua.
              ´
O que modelam as asser¸˜es: (p ∧ (p → ¬q)) → ¬q e ((¬p) ∧ (p → ¬q)) → q ?
                      co
Verifique se s˜o tautologias.
             a




  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                                  DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
   o                                                                                   26/28




                             Conven¸˜es de nota¸˜o
                                   co          ca



H´ uma conven¸˜o sobre a precedˆncia dos operadores l´gicos: ¬ ´ o operador de
 a            ca                 e                   o         e
maior precedˆncia, seguido de ∧ e ∨, seguido de → e ↔.
            e
 • ((¬p) ∧ (p → q)) → (¬q) pode ser escrito ¬p ∧ (p → q) → ¬q.




  David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
         e               c                                                       DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
 o                                                                              27/28




                                    Conclus˜es
                                           o



• L´gica proposicional: sintaxe e semˆntica;
   o                                 a
• operadores l´gicos cl´ssicos;
              o        a
• l´gica ´ um modelo matem´tico do racioc´
   o     e                a              ınio.
• Socrates ´ um homem. Todos os homens s˜o mortais. Logo Socrates ´ mortal.
           e                            a                         e
   – p: Socrates ´ um homem.
                 e
   – q: Todos os homens s˜o mortais.
                         a
   – r: Socrates ´ mortal.
                 e
   – Na l´gica proposicional, p ∧ q → r n˜o ´ uma tautologia.
         o                               a e
   – Conclus˜o: o modelo fornecido pela l´gica proposicional n˜o ´
             a                           o                    a e
     suficientemente expressivo.




David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
       e               c                                                  DIMAp/UFRN
L´gica proposicional
 o                                                                                      28/28




                                    Bibliografia



• L´gica para Computa¸˜o, Cap´
   o                   ca       ıtulo 1. Fl´vio Soares Corrˆa da Silva, Marcelo
                                           a               e
  Finger, Ana Cristina Vieira de Melo. Editora Thomson Learning, 2006.
• Introdu¸˜o ` L´gica para a Ciˆncia da Computa¸˜o. Abe, Jair Minoro. [[[
         ca a o                e               ca
  BCZM ]]]




David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007
       e               c                                                          DIMAp/UFRN

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Lógica proposicional fundamentos

  • 1. L´gica proposicional o 1/28 L´gica proposicional o A l´gica ´ a ciˆncia do racioc´ o e e ınio. Socrates ´ um homem. Todos os homens s˜o mortais. Logo Socrates ´ e a e mortal. A(s) l´gica(s) promove(m) um modelo formal do racioc´ o ınio. David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 2. L´gica proposicional o 2/28 Motiva¸˜o ca A l´gica ´ um dos fundamentos da Ciˆncia da Computa¸˜o (software e hardware): o e e ca • projeto de circuitos digitais: – circuitos s˜o basicamente uma rede de unidades de memoriza¸˜o a ca interconectados eletricamente atrav´s e de portas l´gicas (dispositivos f´ e o ısicos que implementam operadores l´gicos). o – requisitos sobre a interface de um circuito s˜o descritos atrav´s de diagramas a e temporais, que podem ser vistos como express˜es numa l´gica temporal o o • desenvolvimento de software: – condi¸˜es l´gicas permeam programas de computadores, co o – descri¸˜o do papel de um componente de software (contrato), ca – especifica¸˜o dos requisitos de um sistema; ca • verifica¸˜o: sistemas de dedu¸˜o, ou procedimento de decis˜o, corretos e, ca ca a possivelmente completos. David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 3. L´gica proposicional o 3/28 L´gica ou l´gicas? o o Existem v´rios modelos para o racioc´ a ınio, correspondendo a v´rios tipos de l´gica: a o • L´gica proposicional, o • L´gica da primeira ordem (l´gica dos predicados), o o • L´gica de ordem superior, o • L´gica difusa; o • L´gica intuicionista. o E ainda: • L´gicas modais, o • L´gicais temporais, o • etc. Focaremos na l´gica cl´ssica proposicional e da primeira ordem. o a David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 4. L´gica proposicional o 4/28 Express˜es booleanas o Existem dois valores booleanos: • verdadeiro (V, true, T, 1, , ...); • falso (F, false, F, 0, ⊥, ...). Uma express˜o booleana ´ composta por a e • variaveis l´gicas (que s˜o nomes representandos algum valor booleano); o a • operadores l´gicos (e, ou, n˜o, implica, etc.)a o a – sintaxe: denota¸˜o, aridade ca – semˆntica: tabelas verdade a Uma express˜o booleana possui valor booleano. a Uma express˜o booleana ´ chamada de f´rmula. a e o a Algumas l´gicas possuem outros operadores. o David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 5. L´gica proposicional o 5/28 Vari´veis l´gicas a o S˜o tamb´m conhecidas como proposi¸˜es, ou proposi¸˜es atˆmicas. a e co co o Uma proposi¸˜o ´ identificada por um nome e representa algum fato: ca e p: A velocidade do vento est´ maior que 50km/hora. a q: O banho est´ autorizado. a A f´rmula p → ¬q modela a asser¸˜o: o ca Quando a velocidade do vento ultrapassa os 50km/hora, ´ prohibido entrar e na agua. ´ Nota¸˜o: Letras min´sculas (p, q, etc.) representam vari´veis (proposi¸˜es), ca u a co enquanto que letras mai´sculas (E, E1 , etc.) representam f´rmulas (p → q). u o David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 6. L´gica proposicional o 6/28 O operador de nega¸˜o ¬ (not, !, ˜ , ) ca • O operador ¬ representa a nega¸˜o. ca ´ • E um operador un´rio. a • A nega¸˜o de verdadeiro ´ falso, e a nega¸˜o de falso ´ verdadeiro. ca e ca e • Tabela verdade da nega¸˜o: ca E ¬E ⊥ ⊥ – Operadores l´gicos s˜o fun¸˜es que associam um valor booleano a um (ou o a co mais) valor(es) booleano(s). – A tabela verdade ´ uma nota¸˜o usada para definir essas fun¸˜es por e ca co enumera¸˜o dos casos. ca David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 7. L´gica proposicional o 7/28 Propriedades da nega¸˜o ca Seja E uma f´rmula. Qualquer que seja o valor de suas vari´veis, temos o a • Exatamente um de E e de ¬E ´ verdadeiro. e • Exatamente um de E e de ¬E ´ falso. e • Princ´ ıdo: Um entre E e de ¬E ´ verdadeiro. ıpio de ter¸o exclu´ c e • Princ´ ıpio de n˜o-contradi¸˜o: E e ¬E n˜o podem ser simultaneamente a ca a verdadeiros. Prova(s): direto da tabela-verdade da nega¸˜o. ca Verifique que ¬(¬E) = E. David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 8. L´gica proposicional o 8/28 Corre¸˜o ca E ¬E ¬⊥ = ⊥ ¬ =⊥ • E e ¬(¬E) s˜o iguais se, e somente se, se igualam em todas as valora¸˜es a co E ¬(¬E) ıveis de E. poss´ ¬(¬ ) = ¬⊥ = ⊥ ¬(¬⊥) = ¬ =⊥ David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 9. L´gica proposicional o 9/28 O operador de disjun¸˜o: ∨ (+, or, |) ca • O operador ∨ representa a escolha num sentido n˜o exclusivo. a O aluno estudou regularmente ou recebeu ajuda (tamb´m pode ser que e os dois sejam verdadeiros). • E um operador bin´rio. ´ a • A f´rmula E1 ∨ E2 ´ verdadeira se e somente se pelo menos um de E1 e de E2 o e for verdadeira. • Tabela verdade da disjun¸˜o: ca E1 E2 E1 ∨ E2 ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 10. L´gica proposicional o 10/28 • Existe um outro operador para o ou exclusivo (usado no projeto de circuitos, n˜o no de programas). a A solu¸˜o ´ ´cida ou b´sica (a solu¸˜o n˜o pode ser ao mesmo tempo ca e a a ca a a ´cida e b´sica). a • Na l´ ıngua natural, os dois operadores s˜o representados pela mesma palavra¿ a • Fonte de ambig¨idade. u David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 11. L´gica proposicional o 11/28 Propriedades da disjun¸˜o ca • A disjun¸˜o ´ associativa (verifique – com a tabela de verdade). ca e (E1 ∨ E2 ) ∨ E3 = E1 ∨ (E2 ∨ E3 ). • A disjun¸˜o ´ comutativa (verifique – com a tabela de verdade). ca e (E1 ∨ E2 ) = (E2 ∨ E1 ). n • Logo podemos escrever i=1 Ei = E1 ∨ E2 ∨ E3 ∨ . . . ∨ En sem ambig¨ idade. u • O falso ´ elemento neutro. e • O verdadeiro ´ elemento absorvente. e Verifique que E ∨ E = E. David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 12. L´gica proposicional o 12/28 Corre¸˜o ca (E1 ∨ E2 ) ∨ E3 = E1 ∨ (E2 ∨ E3 ). • A f´rmula a provar depende de 3 valores: 23 = 8 casos diferentes. o E1 E2 E3 (E1 ∨ E2 ) ∨ E3 (E1 ∨ E2 ) ∨ E3 ⊥ ⊥ ⊥ (⊥∨⊥)∨⊥ = ⊥∨⊥ = ⊥ ⊥∨(⊥∨⊥) = ⊥∨⊥ = ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 13. L´gica proposicional o 13/28 O operador de conjun¸˜o: ∧ (., and, juxtaposi¸˜o) ca ca • O operador ∧ representa a simultaneidade. O aluno ´ s´rio e ´ pontual na aula. e e e • E um operador bin´rio. ´ a • A f´rmula E1 ∧ E2 ´ verdadeira se e somente se E1 e E2 forem verdadeiras. o e • Tabela verdade da conjun¸˜o: ca E1 E2 E1 ∧ E2 ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 14. L´gica proposicional o 14/28 Propriedades da conjun¸˜o ca • A conjun¸˜o ´ associativa (verifique – com a tabela de verdade). ca e • A conjun¸˜o ´ comutativa (verifique – com a tabela de verdade). ca e n • Logo podemos escrever i=1 Ei = E1 ∧ E2 ∧ E3 ∧ . . . ∧ En sem ambig¨ idade. u • O verdadeiro ´ elemento neutro. e • O falso ´ elemento absorvente. e Verifique que E ∧ E = E. David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 15. L´gica proposicional o 15/28 Algumas propriedades adicionais Leis de De Morgan ¬(E1 ∨ E2 ) = (¬E1 ) ∧ (¬E2 ) ¬(E1 ∧ E2 ) = (¬E1 ) ∨ (¬E2 ) Distributividade E ∧ (E1 ∨ E2 ) = (E ∧ E1 ) ∨ (E ∧ E2 ) E ∨ (E1 ∧ E2 ) = (E ∨ E1 ) ∧ (E ∨ E2 ) Note a dualidade entre a conjun¸˜o e a disjun¸˜o. ca ca Verifique a validade dessas leis com tabelas verdade. David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 16. L´gica proposicional o 16/28 An´lise de f´rmulas a o • Para uma determinada atribui¸˜o das suas vari´veis, uma f´rmula pode ter o ca a o valor verdadeiro ou falso. • Esse valor ´ calculado a partir dos valores das sub-f´rmulas e das e o tabelas-verdade apresentadas anteriormente. Exemplo, determinar o valor de ¬(p ∧ q) ∨ (r ∧ ¬q), para p = q = e r = ⊥: ¬q = ⊥ p∧q = r ∧ ¬q = ⊥ ¬(p ∧ q) = ⊥ ¬(p ∧ q) ∨ (r ∧ ¬q) = ⊥ David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 17. L´gica proposicional o 17/28 Tautologia, contradi¸˜o, contingˆncia e satisfatibilidade ca e Defini¸˜o: Um modelo de uma express˜o booleana E ´ uma atribui¸˜o das ca a e ca vari´veis de E que torna essa express˜o verdadeira. a a • Uma express˜o booleana ´ satisfat´ se possui um modelo. a e ıvel • Uma express˜o booleana ´ uma tautologia, ou v´lida, quando qualquer a e a atribui¸˜o das suas vari´veis ´ um modelo. ca a e • Uma express˜o booleana ´ uma contradi¸˜o se n˜o possui modelo. a e ca a • Uma express˜o booleana ´ uma contingˆncia quando ´ num uma tautologia, a e e e nem uma contradi¸˜o. ca Quest˜o: Se ¬E ´ uma contradi¸˜o (´ satisfat´ a e ca e ıvel, ´ uma tautologia), que podemos e concluir sobre E? Quest˜o: Como utilizar a tabela verdade para determinar a classifica¸˜o de uma a ca express˜o booleana? a David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 18. L´gica proposicional o 18/28 Conseq¨ˆncia l´gica ue o Dado Γ = {E1 , . . . , En } um conjunto de f´rmulas. o • Γ ´ chamada de teoria. e • Um modelo de Γ ´ uma atribui¸˜o das vari´veis de E1 , ... En que ´ modelo de e ca a e cada E1 ,...En . • Uma express˜o E ´ conseq¨ˆncia l´gica de Γ se qualquer modelo de Γ ´ um a e ue o e modelo de E. • E notado Γ |= E. ´ • Se Γ = {}, ent˜o notamos |= E. a • |= E quando E ´ uma tautologia. e David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 19. L´gica proposicional o 19/28 T´cnicas de verifica¸˜o de express˜es booleanas: e ca o Tabelas verdade: Pr´tico para provas manuais; a C´lculo proposicional: Aplica¸˜o das leis; a ca Sistemas dedutivos: Dedu¸˜o natural, tableaux anal´ ca ıticos, axiomatiza¸˜es; co Davis e Putnam: procedimento de decis˜o da satisfatibilidade, a implementa¸˜es modernas tratam express˜es com at´ milhares de vari´veis; co o e a Diagramas de decis˜o bin´ria: estrutura de dados canˆnica para representar a a o express˜es booleanas, o v´rias opera¸˜es adicionais (quantifica¸˜o, substitui¸˜o), a co ca ca implementa¸˜es tratam express˜es com at´ centenas de vari´veis. co o e a Como um procedimento de decis˜o de satisfatibilidade pode ser utilizado em um a procedimento de decis˜o de tautologia? a David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 20. L´gica proposicional o 20/28 Prova e conseq¨ˆncia l´gica ue o Considerando um sistema de prova σ (por exemplo dedu¸˜o natural). ca Se, aplicando σ a partir de um conjunto de f´rmulas Γ, conseguimos derivar uma o f´rmula E, escrevemos: o Γ σE Um sistema de prova σ ´ correto quando, cada vez que Γ e σ E ent˜o Γ |= E. a Um sistema de prova σ ´ completo quando, cada vez que Γ |= E ent˜o Γ e a σ E. David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 21. L´gica proposicional o 21/28 Equivalˆncia (↔, ⇔) e • O operador ↔ ´ chamado equivalˆncia. e e Se o aluno estuda regularmente, ser´ aprovado, caso contr´rio ser´ a a a reprovado. • E um operador bin´rio. ´ a • E1 ↔ E2 ´ verdadeira quando E1 e E2 tem o mesmo valor. e • Tabela verdade da eq¨ivalˆncia: u e E1 E2 E1 ↔ E2 ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ E1 : o aluno estuda regularmente; E2 : o aluno ser´ aprovado. a David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 22. L´gica proposicional o 22/28 Propriedades da eq¨ ivalˆncia u e • Comutativa: E1 ↔ E2 = E2 ↔ E1 . • Sim´trica: E1 ↔ E1 . e • E1 = E2 se e somente se E1 ↔ E1 . • Duas f´rmulas E e E2 s˜o iguais (ou eq¨ivalentes) se e somente se E1 ↔ E2 for o a u uma tautologia. • Princ´ ıpio de substitui¸˜o de iguais: se E1 ↔ E2 ´ uma tautologia, e E1 ocorre ca e em E, E ´ equivalente a E , formado por substitui¸˜o de E1 por E2 em E. e ca • Por exemplo: (p ∧ (¬(¬q))) ↔ (p ∧ q) pois q ↔ (¬(¬q)) ´ uma tautologia. e David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 23. L´gica proposicional o 23/28 Operadores l´gicos: implica¸˜o (→, ⇒) o ca • O operador → ´ chamado implica¸˜o. e ca Quando um aluno estuda regularmente, ele ´ aprovado. e • Implicitamente, estamos entendendo que alunos que n˜o estudam regularmente a acabam sendo reprovados. O operador → n˜o modela essa informa¸˜o. a ca • Tabela verdade da implica¸˜o: ca E1 : o aluno estuda regularmente; E1 E2 E1 → E2 E2 : o aluno ´ aprovado. Como e ⊥ ⊥ interpretar as duas primeiras li- nhas da tabela com essas pro- ⊥ posi¸˜es ? co ⊥ ⊥ David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 24. L´gica proposicional o 24/28 Propriedades da implica¸˜o ca • E1 → E2 = (¬E1 ) ∨ E2 . • ¬E1 → ¬E2 = E2 → E1 ; • E1 ↔ E2 = E1 → E2 ∧ E2 → E1 . • Γ |= E1 → E2 se e somente se Γ ∪ {E1 } |= E2 . Na express˜o E1 → E2 , E1 ´ chamado o antecedente (ou premissa), e E2 o a e consequente (ou conclus˜o). a David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 25. L´gica proposicional o 25/28 Exerc´ ıcio p: A velocidade do vento est´ maior que 50km/hora. a q: O banho est´ autorizado. a A express˜o p → ¬q modela a asser¸˜o: a ca Quando a velocidade do vento ultrapassa os 50km/hora, est´ prohibido a entrar na agua. ´ O que modelam as asser¸˜es: (p ∧ (p → ¬q)) → ¬q e ((¬p) ∧ (p → ¬q)) → q ? co Verifique se s˜o tautologias. a David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 26. L´gica proposicional o 26/28 Conven¸˜es de nota¸˜o co ca H´ uma conven¸˜o sobre a precedˆncia dos operadores l´gicos: ¬ ´ o operador de a ca e o e maior precedˆncia, seguido de ∧ e ∨, seguido de → e ↔. e • ((¬p) ∧ (p → q)) → (¬q) pode ser escrito ¬p ∧ (p → q) → ¬q. David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 27. L´gica proposicional o 27/28 Conclus˜es o • L´gica proposicional: sintaxe e semˆntica; o a • operadores l´gicos cl´ssicos; o a • l´gica ´ um modelo matem´tico do racioc´ o e a ınio. • Socrates ´ um homem. Todos os homens s˜o mortais. Logo Socrates ´ mortal. e a e – p: Socrates ´ um homem. e – q: Todos os homens s˜o mortais. a – r: Socrates ´ mortal. e – Na l´gica proposicional, p ∧ q → r n˜o ´ uma tautologia. o a e – Conclus˜o: o modelo fornecido pela l´gica proposicional n˜o ´ a o a e suficientemente expressivo. David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN
  • 28. L´gica proposicional o 28/28 Bibliografia • L´gica para Computa¸˜o, Cap´ o ca ıtulo 1. Fl´vio Soares Corrˆa da Silva, Marcelo a e Finger, Ana Cristina Vieira de Melo. Editora Thomson Learning, 2006. • Introdu¸˜o ` L´gica para a Ciˆncia da Computa¸˜o. Abe, Jair Minoro. [[[ ca a o e ca BCZM ]]] David D´harbe, 2 de mar¸o de 2007 e c DIMAp/UFRN