2. Se havia coisa que provocava a ira do
delegado Zurico, era uma senhora
principalmente mãe de família ser
maltratada por uma mulher de vida alegre;
Luiza era bonita, muito bonita mesmo e
podia-se dizer sem medo de errar que era
linda: tinha o rosto ovalado, doces olhos
castanhos, dentes claros e brilhantes e
lindos cabelos lisos e negros, em contraste
com tudo isso tinha uma pele clara e
aveludada e um corpo que no dizer da
época era um perfeito violão; o pedreiro
Alonso trouxe Luiza de uma povoação
vizinha, chamada Vila do Rato
3. Ao traze-la Alonso pensava estar trazendo amor e
divertimento, mas se esqueceu que era casado e pai de
cinco filhos e o pior, se esqueceu que era pobre;
morando na casa da Marrequinha Luiza pisava no luxo
e com isso a esposa e filhos do pedreiro passavam
privações, as privações dona Dora a esposa do pedreiro
ia suportando, mas quando começou a ser insultada
pela moça ela não agüentou mais, porque todas as
tardes a vagabunda passeava sua beleza e seu chic
diante da casa de dona Dora, zombava dela e dizia
desaforos a seus filhos, era preciso acabar com aquilo e
o único jeito era dar queixa ao delegado Zurico.
4. Ao ser informado do que acontecia Zurico
acalmou as lagrimas da boa senhora com
a promessa de que tomaria providencias;
apanhou no prego da parede sua tala,
respeitável tira de couro cru dobrada em
duas, com pesada argola de ferro servindo
de punho e se dirigiu a casa da
Marrequinha, foi recebido com os
costumeiros e amedrontados rapapés e
mandou chamar Luiza, a moça era
desabusada e perguntou: o que o senhor
quer, eu não fiz nada errado.
5. Delegado Zurico disse com aparência de
muita calma, que queria apenas que ela
pegasse a estrada, porque ele não gostava
nada de saber que uma respeitável senhora
estava sofrendo por causa de uma vadia
como ela, mas ele não ia bater nela não, só
lhe daria uma pequena amostra da surra que
ia levar se dentro de vinte e quatro horas
fosse vista nos limites da Vila de São João e
acabando de falar com toda pachorra,
aplicou dois golpes de tala nas costas da
infeliz que caiu no chão aos berros.
6. Preveniu a Marrequinha que voltaria em
vinte e quatro horas e não queria
encontrar aquela mulher, caso contrario
todos que estivessem presentes na casa
no momenta levariam as sobras da
prometida surra; assim que o delegado
virou as costas a dona da casa atirou
mulher e mala na rua, mandando que
desse o fora, porque não ia se expor a ira
do delegado por causa dela.
7. Vencidas as vinte e quatro horas Zurico
voltou como prometera. e foi informado que
Luiza se fora, a amostra da surra foi
suficiente, nunca mais aquela moça voltou
a aparecer em São João e adjacências e o
caso estaria encerrado , não fosse a revolta
do pedreiro Alonso que fez o caso render
mais um pouco; Alonso triste e zangado
com a partida de Luiza, resolveu promover
falatórios contra o delegado Zurico .
8. Tanto falou que alguém acabou
contando ao atacado o que Alonso
dizia dele; o linguarudo foi
convidado a comparecer na
delegacia e foi avisado
amavelmente por Zurico nos
mesmos termos do aviso dado a
bela Luiza, sobre o que aconteceria
se ele não encurtasse a língua e não
voltasse a cuidar com carinho de
dona Dora e dos meninos; o
pedreiro se tornou mudo como um
peixe e se transformou em um
marido exemplar e exemplado; de
Luiza a Bela ninguém mais falou ou
ouviu falar e o assunto morreu.
9. CREDITOS
TEXTO DE VÓ FIA
FORMATADO POR VÓ FIA
MÚSICA-SONS DE CARRILHÕES
DILERMANDO REIS
NEPOMUCENO MG
TEXTO REGISTRADO NO EDA
19/04/08
10. CREDITOS
TEXTO DE VÓ FIA
FORMATADO POR VÓ FIA
MÚSICA-SONS DE CARRILHÕES
DILERMANDO REIS
NEPOMUCENO MG
TEXTO REGISTRADO NO EDA
19/04/08