2. Sula, Nana e Nina eram irmãs e
moravam juntas na velha casa de
seus pais que já estavam mortos a
anos, eram já bem passadas na
idade e também de mão em mão,
porque homens era o que elas mais
gostavam e como gostar é uma
coisa e conseguir é outra, as três
eram solteiras e mal faladas.
3. O esporte preferido da cidade de Beira
Rio era vigiar e comentar os casos
amorosos das irmãs e quando o assunto
envolvia homem casado, os fofoqueiros
se sentiam premiados; as moças não
eram de briga, pelo contrario eram da
paz e do amor e por isso os falatórios
nunca davam em nada,
4. Mas chega um dia em que as
coisas são passadas a limpo e
para elas também chegou e a
briga se deu por motivos
estranhos a amores ou maridos
extraviados e sim por causa de
uma galinhada; Sá Dora morava
em frente a casa das alegres
moçoilas e estava sempre de olho
em Zé seu marido, porque é
melhor prevenir, que remediar.
5. Naquele dia ela não estava
preocupada com isso, queria
mesmo era preparar uma galinhada
no capricho, daquelas de se comer
rezando; a galinhada foi preparada e
seu cheiro delicioso se espalhou
pela vizinhança e os passantes
quase se afogavam de tanta água
na boca
6. Zé chegou do trabalho e ao ver o
maravilhoso prato, resolveu ir ao
boteco da esquina para abrir o
apetite com uma pinga das grandes
e esse foi o problema, porque uma
pinga puxa outra e o Zè demorou
demais, Sá Dora perdeu a paciência
e da porta de sua casa , berrou: Zé
vem jantá, que a galinhada tá
esperano.
7. Sula, Nana e Nina que estavam na
janela se exibindo enfeitadas como
prendas de leilão, entenderam o grito
de Sá Dora como um insulto dirigido a
elas e berraram em troca: galinha é
ocê sua bruaca e seu marido não
janta mais aqui porque é um frouxo; a
briga ferveu resultando em enorme
pancadaria.
8. Elas eram três, mas as vizinhas
se juntaram a Sá Dora e o pau
quebrou feio, acudindo a gritaria
os maridos das guerreiras
apareceram e foi aquele pega pra
capar, o cabo e dois soldados do
destacamento de policia do lugar
chegaram, apanharam também e
atiraram para o alto com suas
armas, para acabar com o
tumulto
9. Depois de curadas as feridas, o
mulherio da cidadezinha se sentiu
realizado e comentavam: bendita
galinhada de Sá Dora, estamos
desagravadas, benza Deus e os
maridos resmungavam: maldita
galinhada de Sá Dora, perdemos
nossos ajantarados e perderam
mesmo, porque depois da surra que
levaram, Sula, Nana e Nina fecharam
o restaurante.
10. CRÉDITOS
TEXTO DE VÓ FIA
FORMATADO POR VÓ FIA
MÚSICA-ACCORDÉON
TEXTO REGISTRADO NO EDA
NEPOMUCENO MG
3/1/09