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Minha trombada com a tecnologia
     Meu nome é Liomar e pretendo aqui descrever como foi a minha trombada
com a tal tecnologia.
     Nasci na cidade de Galvão, municipio do interior de Santa Catarina. Pra dizer
bem a verdade um ovinho perdido no meio de montão de morros entre São
Lourenço do Oeste e Xanxerê.
      Pois bem, ao que me lembro eu a tecnologia fomos apresentados a muito
tempo atrás, ainda vivendo numa comunidade por nome Jupiá-SC, hoje tornada
municipio com um pouquinho mais de 600 habitantes na cidade. Meu pai possuia um
moinho de descascar arroz e moer milho, que para a época era uma baita tecnologia
pois até então lá no interior as pessoas descascavam arroz no pilão.
       Algum tempo depois, não me recordo a data pois era muito novo, meu pai
conseguiu comprar uma televisão em preto e branco, que pra nós na época era o
“oh!”. Lembro até hoje que passava horas na frente daquele caixote monstruoso
vendo desenho e um seriado que nunca me esqueço, “rim tim tim”.
       Em 1984 mudamos para Mato Grosso, a terra das onças para os que ficaram
e até hoje eles pensam assim. Estabelecemos residência na Agrovila Minuano e ai
me afastei da tecnologia televisão porque não tinha energia no local, e a tal energia
só viria ser instalada na vila no final do ano de 1989. Durante esse período todo a
tecnologia televisão ficou guardada em cima de uma móvel que chamavamos de
bidê, esperando a energia ser instalada para voltar a ativa.
      De 1984 até 1989 nada de tecnologias eletrônicas, as tecnologias que
usavamos eram a enxada, a foice, o matraca para plantar o arroz e o milho e na
época da colheita podia ver em ação a triladeira de um vizinho que passava em via
sacra trilhado os grãos dos produtores da vila.
      No ano de 1992 já havendo concluido a 8 série, fui estudar do colégio dos
padres em Itaúba, onde concluí o segundo grau como se dizia na época. Neste novo
ambiente pude ter mias acesso a tecnologias antes não conhecidas por mim.
Tinhamos no seminário uma sala de datilografia que era a sensação, pois nunca
tinha visto uma máquina que pudesse escrever. Tinhamos muitas outras máquinas
que nos facilitavam o trabalho. Conheci no seminário um tal de video cassete que
nos permitia gravar os filmes que passavam durante a semana para que
pudessemos vê-los no sábado. Outra tecnologia que me marcou bastante foi o
aparelho de som, toda manhã acordavamos às 6:00 ao som de músicas sacras o
que me ajudava bastante a preparar o espírito para o decorrer do dia. Tinhamos
também instrumentos musicais como violão, guitarra, contra-baixo, teclado e uma
harmônica, e pude aprender a tocar alguns deles.
      No meio do ano de 1994 instalaram o telefone convencional o que gerou
bastante confusão no inicio pois todos queriam atendê-lo quando tocava, o trupé era
grande.
      Já quase no final do ano de 1994, ano em que deixei o seminário, foi
comprado um computador, o que gerou grande alvorosso entre nós. A curuisidade
para ver aquele bichinho funcionando era quase incontrolável. Mas a decepsão foi
grande, pois nem todos podiam ver o tal computador em funcionamento por que
somente um dos padres o utilizava para serviços internos e era impossivel torná-lo
ascessivel a todos.
Em 1997 já cursando faculdade na Unemat de Sinop, fazia-se necessário que
para continuar os estudos eu arranjasse um emprego. Depois de ter visto o tal
computador no seminário e não ter podido aprender a lidar com ele, meu desejo era
aprender para poder trabalhar com um, foi ai que iniciei na faculdade um curso de
computação básica no laboratório de informatica do próprio campus universitário.
       Logo que concluí o curso, por intermédio de amigos, consegui uma chance de
fazer um teste no mais conceituado escritório contábil da cidade. Na entrevista ao
ser perguntado se já havia trabalhado com o tal computador, arrisquei dizer que já
havia domado um bichinho igual ao que eles tinham no escritório, foi ai que me
deram uma semana de prazo para provar que podia domar aquele também.
Consegui ficar no emprego e ali trabalhei por três anos e quatro meses, todos os
dias lidando com o computador. Depois daquele emprego os outros que tive sempre
foram trabalhos em que se fazia necessário utilizar a tecnologia da informática. E
hoje aqui na escola é uma ferramenta muito usada no meu dia-a-dia para poder
aprender para conseguir ensinar.

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  • 1. Minha trombada com a tecnologia Meu nome é Liomar e pretendo aqui descrever como foi a minha trombada com a tal tecnologia. Nasci na cidade de Galvão, municipio do interior de Santa Catarina. Pra dizer bem a verdade um ovinho perdido no meio de montão de morros entre São Lourenço do Oeste e Xanxerê. Pois bem, ao que me lembro eu a tecnologia fomos apresentados a muito tempo atrás, ainda vivendo numa comunidade por nome Jupiá-SC, hoje tornada municipio com um pouquinho mais de 600 habitantes na cidade. Meu pai possuia um moinho de descascar arroz e moer milho, que para a época era uma baita tecnologia pois até então lá no interior as pessoas descascavam arroz no pilão. Algum tempo depois, não me recordo a data pois era muito novo, meu pai conseguiu comprar uma televisão em preto e branco, que pra nós na época era o “oh!”. Lembro até hoje que passava horas na frente daquele caixote monstruoso vendo desenho e um seriado que nunca me esqueço, “rim tim tim”. Em 1984 mudamos para Mato Grosso, a terra das onças para os que ficaram e até hoje eles pensam assim. Estabelecemos residência na Agrovila Minuano e ai me afastei da tecnologia televisão porque não tinha energia no local, e a tal energia só viria ser instalada na vila no final do ano de 1989. Durante esse período todo a tecnologia televisão ficou guardada em cima de uma móvel que chamavamos de bidê, esperando a energia ser instalada para voltar a ativa. De 1984 até 1989 nada de tecnologias eletrônicas, as tecnologias que usavamos eram a enxada, a foice, o matraca para plantar o arroz e o milho e na época da colheita podia ver em ação a triladeira de um vizinho que passava em via sacra trilhado os grãos dos produtores da vila. No ano de 1992 já havendo concluido a 8 série, fui estudar do colégio dos padres em Itaúba, onde concluí o segundo grau como se dizia na época. Neste novo ambiente pude ter mias acesso a tecnologias antes não conhecidas por mim. Tinhamos no seminário uma sala de datilografia que era a sensação, pois nunca tinha visto uma máquina que pudesse escrever. Tinhamos muitas outras máquinas que nos facilitavam o trabalho. Conheci no seminário um tal de video cassete que nos permitia gravar os filmes que passavam durante a semana para que pudessemos vê-los no sábado. Outra tecnologia que me marcou bastante foi o aparelho de som, toda manhã acordavamos às 6:00 ao som de músicas sacras o que me ajudava bastante a preparar o espírito para o decorrer do dia. Tinhamos também instrumentos musicais como violão, guitarra, contra-baixo, teclado e uma harmônica, e pude aprender a tocar alguns deles. No meio do ano de 1994 instalaram o telefone convencional o que gerou bastante confusão no inicio pois todos queriam atendê-lo quando tocava, o trupé era grande. Já quase no final do ano de 1994, ano em que deixei o seminário, foi comprado um computador, o que gerou grande alvorosso entre nós. A curuisidade para ver aquele bichinho funcionando era quase incontrolável. Mas a decepsão foi grande, pois nem todos podiam ver o tal computador em funcionamento por que somente um dos padres o utilizava para serviços internos e era impossivel torná-lo ascessivel a todos.
  • 2. Em 1997 já cursando faculdade na Unemat de Sinop, fazia-se necessário que para continuar os estudos eu arranjasse um emprego. Depois de ter visto o tal computador no seminário e não ter podido aprender a lidar com ele, meu desejo era aprender para poder trabalhar com um, foi ai que iniciei na faculdade um curso de computação básica no laboratório de informatica do próprio campus universitário. Logo que concluí o curso, por intermédio de amigos, consegui uma chance de fazer um teste no mais conceituado escritório contábil da cidade. Na entrevista ao ser perguntado se já havia trabalhado com o tal computador, arrisquei dizer que já havia domado um bichinho igual ao que eles tinham no escritório, foi ai que me deram uma semana de prazo para provar que podia domar aquele também. Consegui ficar no emprego e ali trabalhei por três anos e quatro meses, todos os dias lidando com o computador. Depois daquele emprego os outros que tive sempre foram trabalhos em que se fazia necessário utilizar a tecnologia da informática. E hoje aqui na escola é uma ferramenta muito usada no meu dia-a-dia para poder aprender para conseguir ensinar.