Este documento é o informativo mensal da Diocese de Guanhães em Minas Gerais. O editorial comemora os 50 anos de falecimento do Servo de Deus Lafayette da Costa Coelho e celebra a fé na ressurreição. O mês é dedicado à Bíblia e reflete sobre a importância do conhecimento e aproximação do povo com a Palavra de Deus. O calendário diocesano lista os principais eventos do mês de setembro.
1. I N F O R M AT I V O D A D I O C E S E D E G U A N H Ã E S | MG | ANO XV | Nº 186 | Setembro de 2011
MÊS DA
2011
BÍBLIA
PASSO A
PASSO, O
CAMINHO
SE FAZ
“É o que eu digo, se for...
Existe é homem humano.
TRAVESSIA.”
(Grande Sertão: Veredas)
| Páginas 4 e 5 |
2. 2 FOLHADIOCESANA SETEMBRO2011
Editorial PalavradoAdministrador
Padre Marcello Romano - Administrador Diocesano
Servo de Deus Lafayette
da Costa Coelho
este mês, a diocese de Guanhães comemora 50 anos de
PARA NOSSA REFLEXÃO:
N falecimento do Servo de Deus Lafayette da Costa Coelho.
No dia 21 de setembro fiéis de todos os lugares celebram
a fé na ressurreição de uma pessoa cuja vida de santidade
se estende dentro e fora do Estado de Minas Gerais. Pare-
ce estranho celebrar a morte de uma pessoa. Comemorar por muitos
BÍBLIA - O LIVRO DA
PALAVRA DE DEUS
anos um acontecimento que quase
sempre gera tristeza sem fim. Mas
no caso da fé cristã há um quê
que nos cabe refletir. Quando se
Bíblia Jeremias tivesse mu-
A
celebra o falecimento de uma
pessoa se professa a fé na res- Sagrada dado de casa e a
surreição. Amigos e amigas, é um li- menina Rute, cresci-
vro que do. Ou mudamos
neste Mês da Bíblia, quando
fala. É a nós? Está faltando
nossos passos nos conduzem à Palavra de Deus pa- proximidade, co-
libertação, celebremos a morte ra seus filhos e fi- nhecimento, intimi-
e a ressurreição de um ho- lhas. Deus se dá a dade para com a Pa-
mem que permanece vi- conhecer e nos re- lavra de Deus. Per-
vo no coração do po- vela a sua vontade cebo um distancia-
vo de Santa Maria através da Escritura. mento das pessoas
do Suaçuí e, pelo É muito importante em relação à Pala-
testemunho de para a nossa vida de vra, embora a Bíblia
tantos homens fé o conhecimento esteja hoje muito
e mulheres, da Bíblia. Mas não mais acessível. Sei
vem nascen- podemos ler a Bí- que as pessoas con-
blia só para adquirirmos conheci- moça Rute. Até as crianças se ani- tinuam tendo contato com a Pala-
do no cora- mavam. E falavam sem medo ou
mento, nem para buscarmos fun- vra, mas de forma mais indireta:
ção de ou- damentos para nossos discursos acanhamento aquilo que refle- através de textos na catequese,
tros fiéis teológicos; é preciso ir à Bíblia co- tiam, partilhando com todos o das homilias, de livros de forma-
desta co- mo se vai à casa de um amigo. Pão da Palavra. Houve um “apo- ção, roteiros etc. Antes bebiam
munida- Pois a Palavra de Deus não é uma deramento”, uma “apropriação” água diretamente da fonte. Tinha
de dioce- “letra” ou uma “escrita” simples- da Palavra de Deus. O povo fez um outro sabor.
sana. mente; a Palavra de Deus é uma “sua” essa Palavra. Encontrava na Agradeço à Irmã Fátima e a to-
Pessoa que se chama Jesus Cris- Palavra força para resistir, se orga- dos que nos ajudaram a conhe-
to. É Jesus a “Palavra” que o Pai nizar, solidarizar-se, lutar, viver... cer mais a Palavra de Deus, apro-
dirige a todos nós, seus filhos e fi- O tempo se passou. Eu estaria ximando-nos da Bíblia. Muita coi-
lhas. Jesus nos revela com sua vi- sendo pessimista se dissesse que sa bonita acontecida em nossa
da tudo o que o Pai quer nos co- houve um retrocesso entre nós. diocese nesses 25 anos de cami-
municar. É como cantamos na Com certeza houve avanço em nhada evangelizadora é fruto
música: “Toda a Bíblia é comuni- muitas direções. Mas hoje, é co- também desse trabalho dedica-
cação de um Deus Amor...” mo se dona Ester não morasse do, desse esforço de aproximar o
Em nossa diocese de Gua- mais naquela rua, como se seu povo da Palavra de Deus.
nhães, houve um tempo em que
o povo estava mais “afiado” na
Palavra de Deus. A Irmã Fátima
Pimenta, Clarissa Franciscana,
CalendárioDiocesano
de morando lá em Paulistas (MG), Bimestral/2011
Mural verdadeira missionária a serviço
ados
da Palavra, com outros compa- Setembro 04 – Reunião da PASCOM
Rec
nheiros e companheiras de cami- 01 – Equipe Diocesana de Animação 04 – Núcleo CRB em Conceição do Ma-
nhada, fazia um trabalho muito Pastoral to Dentro (MG)
03 – Pastoral Carcerária no bispado 06 – Equipe Diocesana de Animação
bonito nesse sentido. Com seu 03 – Pastoral da Juventude no salão da Pastoral
amor por Jesus e pelos irmãos, Catedral em Guanhães (MG) 8-9 – CEBs – Encontro de preparação
com seu ardor missionário e ver- 06 – Reunião da PASCOM para o Advento e Natal na Catedral
dadeira paixão pela Palavra de 07 – Grito dos excluídos 08 – Encontro Diocesano de Cateque-
Como falar em público - III parte Deus, ela ia ajudando as pessoas, 12 a 21 – Cônego Lafayete se no bispado
13 – Reunião dos Agentes de Pastoral 12 – Festa de Nossa Senhora Apareci-
as comunidades a entenderem a 23 de set. a 2 de out. – Festa de São da
Orientações para ministros da Palavra pedagogia amorosa de Deus, Miguel 18 – Atualização dos agentes de Pas-
1 Pd 4, 10-11 através da Escritura. 26 – Formação para secretárias e co- toral - Eclesiologia
• “Ponde-vos, cada um conforme o dom recebido, a ser- O povo visitava a Bíblia, traba- municadores sobre mídia em Gua- 19 – Reunião dos agentes de Pastoral
viço uns dos outros, como bons administradores da graça de lhando os subsídios do CEBI nhães 22 – Reunião do Conselho Diocesano
Deus, tão variada em seus efeitos. (Centro de Estudos Bíblicos): o “li- de Pastoral
• Se alguém fala, faça-o para transmitir as palavras de Outubro 24 – Lazer dos servidores
vrinho de Rute”, o “livrinho de 01 e 02 – Juventude Missionária 30 – DNJ em Ferros
Deus; Ester”, o “livrinho de Jeremias”
• Se alguém atende ao serviço, faça-o com a força que etc. As pessoas citavam vários
vem de Deus, a fim de que, por Jesus Cristo, seja Deus total- exemplos em suas conversas tira-
mente glorificado.” dos daí, do conhecimento da his-
expediente
SEGUNDA CONDIÇÃO PARA QUE A PALAVRA tória do povo de Deus, sempre Conselho Editorial: Editora Folha Diocesana
DE DEUS PRODUZA FRUTOS tentando ligar fé e vida. As pes- Padre Adão Soares de Souza, padre de Guanhães Ltda
• COMPETÊNCIA soas conseguiam ver que a histó-
Saint-Clair Ferreira Filho, Luís Carlos CNPJ: 11.364.024/0001-46
Pinto, Mariza da Consolação www.diocesedeguanhaes.com.br
A pessoa que vai falar: Tem que estudar antes. Tem que se ria do povo da Bíblia com suas lu- Pimenta Dupim
preparar. tas não era diferente da sua histó-
Produção Gráfica:
Jornalista Responsável: Geração BHZ - 31 3243-3829
Poucos santos receberam o dom da ciência infusa (enten- ria e da sua vida hoje. Havia pro- Luiz Eduardo Braga - SJPMG 3883 Av. Francisco Sales, 40/906
de-se como ciência ou virtude que uma pessoa possui sem ximidade, intimidade entre o po- Endereço para correspondência: Floresta
necessidade de esforço para os obter). Rua Amável Nunes, 55 - Centro - Belo Horizonte - MG
vo e a Palavra, entre as comuni- Guanhães-MG - CEP: 39740-000 - E-mail: geracaobhz@gmail.com
Fonte: Do livro Como falar em público: orientações para ministros da dades e a Bíblia. E o povo fre- Fone:(33) 3421-3331
folhadiocesana@gmail.com
www.folhadafloresta.com.br
Impressão: Sempre Editora
Palavra, de dom João Bosco Óliver de Faria, arcebispo de Diamantina, quentava a Bíblia como se fre-
MG. Continua na próxima edição... quenta a casa do vizinho: da do- O jornal Folha Diocesana reserva-se o direito de condensar/editar as matérias
enviadas como colaboração.Os artigos assinados não refletem necessariamente
na Ester, do seu Jeremias, e da a opinião do jornal, sendo de total responsabilidade de seus autores.
3. SETEMBRO2011 FOLHADIOCESANA 3
Ospaisdevemsaber Permitir que o irmão maior auxilie o bebê
crédito: http://www.lanika.net
pode ser muito bom
Regina Coele Barroso Queiroz Santos
CIÚME: COMO POSSO AUXILIAR MEU FILHO?
ciúme nos adultos é balas. Se um segundo ou terceiro mais velha, seja ir para a escola
O uma emoção pode-
rosa; em uma crian-
ça também pode ser
tão amarga ao pon-
to de deformar toda a sua perso-
nalidade. Portanto, deve ser evita-
do ou diminuído sempre que pos-
filho recebe um pouco, haverá
menos para ele.
A preparação e o movimento
para a vinda do novo bebê po-
dem fazer com que uma criança
se sinta muito só e excluída dos
novos planos. Atualmente já há
maternal ou deixar sua caminha
ou seu quarto, como se fosse
uma “promoção” porque ela es-
tá crescendo. A pessoa que for
cuidar da criança enquanto a
mãe estiver no hospital deverá
ser afável e vir para casa da famí-
sível. muitos pais que compreendem lia com um pouco de antece-
Um recém-chegado na família como é importante fazer um es- dência. Sabinópolis (MG)
Do original em inglês publicado
é uma das causas mais comuns forço para dar ao filho mais ve- A chegada do hospital é um Contato:
pelo “DEPARTAMENT OF NATIO-
do ciúme. Se a criança souber, lho confiança no amor que lhe momento difícil para a criança butibarroso@yahoo.com.br
NAL HEALTH AND WELFARE”,
com bastante antecedência, que têm. Mas, frequentemente, há mais velha. Todos estão preocu- Continua na próxima edição...
OTTAWA, CANADA.
um bebê está para nascer pode- necessidade de um planejamen- pados em atender à mãe, ao be-
rá, gradualmente, acostumar-se à to para convencê-lo. Ajude-o a bê e à bagagem. Será melhor se
ideia. Um filho único, com menos ver que o bebê também é seu e, levarem a criança a algum lugar Celebrartodasasvocações
de seis anos de idade, achará dessa forma, desenvolva sua ca- onde ela possa brincar, então,
muito difícil dividir o amor de sua pacidade para aceitar novas si- quando tudo estiver mais calmo e NÓS, NOVO POVO DA TRAVESSIA
mãe, pois ainda não pode com- tuações. a mãe descansada, poderá voltar
tema do Mês da Bí- ná e codornizes são dados do céu
O
preender que seus pais amem Se houver necessidade de para casa e correr para os braços
duas ou mais crianças ao mesmo modificações no lar para acomo- maternos. É melhor não procurar blia deste ano nos diariamente, da pedra jorra água,
tempo; pensa que o amor é uma dar o novo bebê, faça isso com interessá-lo no bebê. Não a faça põe em sintonia com ao braço erguido de Moisés os
a caminhada do po- amalecitas são vencidos, e, na di-
coisa que pode ser limitada à antecedência. Apresente todas sentir que é obrigada a amá-lo e a
vo de Deus. Com o visão das funções, a vida do povo
quantidade, como um pacote de as situações em relação à criança compartilhar tudo com ele. tema “Travessia: passo a passo, o no deserto fica mais organizada.
caminho se faz” e o lema “Aproxi- Deus não recua na caminhada
Fé&Política mai-vos do Senhor”, a Igreja no que assume junto do povo.
Brasil nos pro-
põe uma refle-
Pe. Ismar Dias de Matos - p.ismar@pucminas.br xão profunda Também nossas comunidades fazem
sobre o trecho
do livro do Êxo- essa travessia. De repente surge a
do que narra a
Doutrina Social da Igreja travessia do po-
vo no deserto.
oportunidade de sairmos, guiados
urante noventa anos, a no, de Pio XI, em 1931, e pela Cen- católicos e todos os homens e mu- pela Palavra de Deus, de um ponto
D
O povo que
Inglaterra revolucionou tesimus Annus, de João Paulo II, lheres de boa vontade a realizar vive oprimido
a indústria têxtil, pas- de 14.05.1991. um discernimento para a ação em no Egito tem a
marcado por coisas que nos afastam
sando de uma produ- O que vem a ser a DSI? A pala- face dos acontecimentos tão rele- possibilidade de
ção artesanal e manu- vra Doutrina exprime a ideia de vantes para a convivência huma-
experimentar
d’Ele, e partirmos
fatureira para uma produção com um ensinamento estruturado, de na, que bem podem ser qualifica-
uso de maquinário específico. Era determinada validez permanente; dos como “sinais dos tempos”. uma liberdade
o início da RI - Revolução Indus- Social faz referência ao funciona- A DSI não surgiu para defender que não acontece ao acaso, mas Também nossas comunidades
trial (1760-1850). Essa revolução mento e à estrutura da sociedade, a propriedade privada nem para que precisa ser construída a cada fazem essa travessia. De repente
provocou muitas mudanças na so- onde existe relação de classes, de criticar e/ou condenar o capitalis- passo que se dá. As dificuldades surge a oportunidade de sairmos,
ciedade: crescimento acelerado setores e de sistemas ( econômico, mo ou o socialismo, mas surgiu co- que aparecem representam para guiados pela Palavra de Deus, de
do comércio, do mo expressão o povo grandes tropeços. O po- um ponto marcado por coisas
urbanismo, da
violência urbana A DSI não surgiu para defender a propriedade privada da tomada por consciência,
de vo, guiado por Moisés, sofre a fal- que nos afastam d’Ele, e partir-
ta de água, de comida, de forças mos. Enquanto fazemos este per-
etc. Eis, rapida-
mente, um flash nem para criticar e/ou condenar o capitalismo ou o parte de uma elite eclesial
militares e de organização políti- curso, continuamos fiéis cantan-
co-social. Sofre e murmura con- do com nossas comunidades:
do ambiente so- (leia-se primeiro
cial em que nas- socialismo, mas surgiu como expressão da tomada de mundo), da
tra Deus. Imaturo na fé e sem “Também sou teu povo, Senhor.
ceu um novo ra- “miséria imere- perspectiva na caminhada, o po- Estou nesta estrada”. Que o co-
mo de estudo – a consciência, por parte de uma elite eclesial (leia-se cida” dos prole- vo hebreu sente saudades do sis- nhecimento da Palavra de Deus,
Sociologia. A so- tários indus- tema de opressão do Egito. nos ajude, de fato, a nos aproxi-
ciedade pacata, primeiro mundo), da “miséria imerecida” dos triais, homens, Moisés é o ponto de interces- mar dele.
anterior à RI, era mulheres e são entre Deus
normal demais proletários industriais, homens, mulheres e crianças crianças a e os hebreus.
para ser conside- quem, segundo Fala das dores
rada objeto de o papa Leão do povo a Deus Cláudio
preocupação e de estudo. político etc.); Igreja refere-se dire- XIII, se havia imposto um jugo e da vontade Geraldo Silva
Os primeiros textos que anali- tamente ao magistério da Igreja: “pior do que a escravidão” (RN, 1). de Deus ao po- Seminarista
sam a primeira fase da RI são, res- concílios, sínodos, papa, assem- A razão de ser da DSI é a sua preo-
vo. Ao seu pe- Diocese de Caratinga (MG)
pectivamente, de Karl Marx e do bleias e conferências de bispos. cupação pelo destino histórico da
bispo alemão Emanuel von Ket- Quando se fala em DSI pensa-se pessoa humana, na dimensão pes- dido, o Senhor Contato:
tler: Manifesto Comunista, de 1848, espontaneamente nas grandes en- soal e social/comunitária. Junte- não se cala. pascom@diocesecaratinga.org.br
e As grandes questões sociais de nos- cíclicas sociais dos papas, no cor- mos a esse objetivo outros dois, Água amarga
so tempo, de 1850. Quanto ao ma- pus doutrinário do Magistério So- pois completam uma fica doce, ma-
gistério da Igreja, este só se pro- cial da Igreja. tríade: a solidariedade
nuncia sobre a problemática quan- A DSI alimenta-se do direito na- universal, que exclui to-
do a RI já está em sua segunda fa- tural e da filosofia social, bem co- das as formas de indivi-
se: o papa Leão XIII publica a en- mo da Bíblia e da tradição da Igre- dualismo social e políti-
cíclica Rerum Novarum (RN), em ja. Há uma pretensão de validade co; e o princípio de sub-
15.05.1891. A RN é, portanto, o da DSI, que lhe dá um caráter de sidiaridade, que prote-
texto inaugural do que ficou co- universalidade e obrigatoriedade ge a liberdade, a priva-
nhecido como Doutrina Social da vinculativa, pois existem princípios cidade e a criatividade
Igreja (DSI). Tão grande foi o im- gerais e absolutamente necessários das pessoas, das famílias
pacto da RN, que ela foi sempre ci- da ética, da justiça, aos quais as re- e das associações con-
tada e relembrada, dentre outras, lações sociais devem submeter-se. tra a intromissão indevi-
pela encíclica Quadragesimo An- O objetivo da DSI é chamar os fiéis da do Estado.
4. 4 FOLHADIOCESANA SETEMBRO2011 SETEMBRO2011 FOLHADIOCESANA 5
TRAVESSIA: PASSO A PASSO, O CAMINHO SE FAZ
As narrativas da fuga do povo de Deus de santidade” dos judeus
crédito (theartoncanvas.blogspot.com)
O trecho Bíblico proposto para estudo partilha e detesta a acumulação egoísta. Porém, ao longo da história, sempre
da escravidão do Egito mostram as várias - Expulsar os estrangeiros, especialmente neste mês da Bíblia (Êxodo 15,22-18,27) po- Uma dos ensinamentos deste texto é que houve vozes contrárias à centralização do
dificuldades que o povo viveu na caminha- as mulheres da terra (Ne 9,12; 10,2-3; de assim ser dividido: a partilha gera fartura e vida para o povo! poder, como alguns grupos proféticos. A
da e também quais foram as soluções que 13,23-27). narrativa em torno do conselho do sogro
Autor do texto:
encontraram. - Instituir o Tributo para o sustento dos 1. A água amarga (15,22-27) e a 3. Guerra contra Amalec (17,8-16) de Moisés para o seu genro também repre-
sacerdotes (Ne 10,33-40; 13,12) água da rocha (17,1-7) No antigo Oriente Médio, as guerras senta uma voz contrária à centralização do
Padre Jacy Diniz Rocha
Situando o contexto do texto - Reforçar a observância do Sábado (Ne As narrativas da travessia do deserto eram feitas em nome dos deuses de cada poder.
Virginópolis (MG)
Para compreender qualquer texto bíbli- 13, 15-22) descrevem a falta de água. Em 17,1-7: o po- povo. A Bíblia registra várias guerras sob a Uma das mensagens deste texto é que só
Contato:
co, é fundamental saber a época em que - Apresentar a Lei do Rei como Lei de vo murmura contra Moisés, que clama a proteção e o comando de Javé. E uma des- o poder partilhado pode gerar vida e com-
jacydinizrocha@yahoo.com.br
ele foi escrito e como foi o processo de re- Deus (Esd 7,26) Javé, e a falta de água é solucionada. Essa sas guerras é contra os amalecitas, descritos promisso comunitário!
dação. murmuração representa as muitas queixas como grupos nômades, que viviam no de-
O livro do Êxodo fala de acontecimentos Última redação do livro do Êxodo do povo por mais vida ao longo da história serto do Sinai. Para o povo de Israel, Javé ó (Fonte: Uma introdução ao Êxodo 15,22-
muito antigos, (mais ou menos ocorridos É neste tempo de Esdras que acontece a de Israel, especialmente no tempo pó-exíli- o único Deus e Israel é o seu único povo 18,27. Centro Bíblico Verbo, folheto Bíblia Gen-
no ano 1200 a.C.), mas grande parte dele redação final do livro do Êxodo. Assim, po- co, em torno do ano 400 a.C., quando o eleito e santo. De acordo com a mentalida- te, set. 2011)
foi escrito mais tarde, no período do pós- demos entender a causa da insistência na texto recebeu a sua forma final. de da época, os adoradores de ídolos – ou-
exílio, por volta do ano 400 a.C. Podemos observância da lei, de Deus poderoso ani- Nesse período, o povo era governado tras divindades – deveriam ser totalmente
afirmar isto porque o texto insiste muito nos quilando os inimigos de Israel, e a exclusão pelos sacerdotes através do templo e da eliminados, pois são infiéis e um perigo pa-
temas abaixo que são preocupações do das mulheres. Estes temas do pós-exílio fo- Lei. Os códigos de pureza e de santidade ra Israel (Veja Ex 17,14.16) Comentando o texto: Ex 17,8-16
tempo Pós-exílico, por volta do ano 400
a.C.
ram inseridos na história da caminhada no
deserto e atribuídos à vontade de Javé.
pregados pelos sacerdotes exigiam constan-
tes sacrifícios para a purificação. Tantos sa-
Uma dos ensinamentos deste texto é que
Javé protege e ampara seu povo na luta do
- A bandeira de Javé em mãos
- A Observância estrita da lei (Veja Êxo- Embora os redatores da época de Nee- crifícios e dízimos aumentaram a pobreza, dia a dia!
s conflitos com os amaleci- vos estrangeiros, que combatem em no-
O
do 15,26) mias e Esdras tenham acrescentado suas faz A travessia do Mar o endividamento, a discriminação e exclu-
1: inho se tas são registrados em vá- me de seus deuses. A adoração a outros
- A exigência de se guardar o sábado (Ex leis, seus interesses e sua maneira de pen-
BÍB LIA 201 a passo, o cam nhor (Ex 16,9) Vermelho em tela são, gerando muitas queixas no meio do 4. O sogro de Moisés, sua esposa
rios textos bíblicos (cf.1Sm deuses é considerada como rebeldia
16,28-29) sar, (por ação do Espírito Santo!) podemos MÊS DA essia: passo do Se povo, como as murmurações do povo por e filhos vão ao encontro de
Trav resença 15; 27, 8, 30,1-2) Uma das contra Javé, e os idólatras devem ser ex-
- O forte preconceito contra os estran- encontrar no texto a memória da partilha, Tema: i-vos da p ,27 falta de água e de vida. Nesse contexto é Moisés no deserto (18,1-22)
proxima -18 causas de constantes con- terminados. É a lei do anátema, cuja fun-
geiros que precisa ser destruído (Ex 17,8- da solidariedade e da experiência de um Lema: “A co: Êxodo 15,22 escrito Ex 17,1-7 para responder à dúvida Na sociedade do Antigo Israel, a unida-
16) Deus que caminha com o povo. Texto Bíbli do povo: “Está Javé no meio de nós, ou de básica era a família ampliada (clã), cons-
flitos com povos vizinhos é a escassez de ção é a purificação cultural e religiosa
pasto e de água imprescindíveis para a no tempo pós-exílico.
íblia
O êxodo é um acontecimento sempre vi- não?” tituída de duas ou mais famílias com várias
Mas o que é o Pós-exílio? vo. Deve ser lembrado sempre. É a his- sobrevivência. O nome “A bandeira de Javé em
Uma das lições deste texto é que Javé gerações. Uma casa chegava a ter entre
na B
Pós-exílio é o período que começa em tória de um povo a A última redação dos textos, mãos!” Ex 17, 9. 15, indica que ele é
está no meio do povo e sua lei transforma a cinquenta e oitenta pessoas. Todos os mem-
ilagre
539 a.C. com o fim da dominação persa, caminho. que narram a inimizade entre Israel e guerreiro e salvador na guerra contra os
vida amarga em água boa! bros participavam ativamente dos diferen-
a Amalec, aconteceu no templo exílico e amalecitas. Pois eles são acusados de
quando os judeus exilados na Babilônia re- Um ensina- tos d tes trabalhos. A luta pela sobrevivência era
amen a irão
Om
and pós-exílico, a partir da ótica de Javé co- não temerem um único Deus, por isso é
cebem a permissão do império para volta- mento que os m s nunc ive- 2. O maná e grande, e a mulher exercia um papel mais
rem, reconstruírem a cidade e o Templo de deve ser cele- erv ando eus, ele es que t . as codornizes ativo, especialmente no espaço doméstico,
mo o Deus único, e de Israel como o po- necessária a sua destruição enquanto
- s de D idad 5,26) vo eleito. Os povos como o de Amalec, povo, para não prejudicar Israel. A vitó-
Jerusalém. Para melhor controlar o povo brado de gera- m sigs- Lei as enferm ios (Ex 1 s Dez
er u s hi
(16,1-36) porém bem limitado
adoradores de ria sobre Amalec comprova a presença
que voltava à sua terra, os persas enviaram ção em gera- m t er a ter os egípc ação do ei de Nos momen- no espaço público.
tuma l o-
o governador Neemias e o Sacerdote e ção (Ex 13,8-9). ov o cosa gente a tudo p ram observ s da L enta
A mento erram o tos de sofrimen- No tempo do
outros deuses, de Javé no meio dos Israelitas. Um Deus
s do p obriga ois nem eram, por cer- que está em guerra, lutando junto com
doutor da Lei Esdras que logo se incumbi- Ao recordar a his- stóriao. Isto nção, p
s hi nd os
erem de M eus anda é uma f onstruçãa tos e angústias o pós-exílio, elas são
to, considera- seu povo eleito (14,14).
oje, a c nov
ram de: tória, cada um de- fu a ate e qu e na povo relembra as excluídas do cenário
Até h mais pro om muit letra. rece o quFrancisco vol- Dmportant ociedadeterna, dos idólatras e
- Reconstruir a cidade e organizar a eco- ve se sentir como do ac a la o na i as fra suas origens e faz social, político e reli-
nificas da Bíbli o ao pé d hoje esc sta de Sãos como um bu- e um usta e esso- deviam ser ex- (Fonte: “A caminhada no deserto. Centro
nomia de Judá (Neemias 2,7-8) alguém saído do ia omad to de oi à fe s outr caiu n ou!”. d ue seja j io da opr gito.
tór r t memória dos gioso. O poder está
terminados. O
fa ef ao to ur q ntrár o E de Bíblico Verbo, set 2011, p. 62-65.)
- Insistir na ideia de “povo eleito” e “Lei Egito. de se seguinte eiro, qu ntou par s do san Deus seg u: “co- co aó n tempos do deser- na mão dos sacerdo-
O m rom rá, co evoto não! rgunto lhou o a do Far Deus pe n- to. Quem fugiu tes, que governam a
objetivo do re-
.U ea ed ou pe
dizer ndé, no Co cheio d ão afund história romeiro assim:
o r i de name lato de Ex
A Le s relacio 20. (O do Egito foi se partir do templo e
Cani caminhã e: “mas n cutava a aste?”. Oe e disse isa!”. novoConf. Ex Bíblia: ajeitando como da Lei. É com este
17,8-16 é pro-
ta o . Ele diss e que es sou guinde piedad ito da coe. Nem tos. gre na a do var que Deus
raco estudant us fez? U olhar d u o espír da gent mos so- mila aminhad us”,
era possível, en- olhar que podemos
está com Is-
Um que De com um ão pego na vida e. Refleti os quer “A c de Derofi- frentando muitas ler Ex 18,1-12, per-
mo é o rapaz as você ntecendo acontec s quer n evela o povo cisco O los dificuldades e ali- cebendo que os ho-
rael, o povo
para culpe, m ão acon que nos Deus no z e nos r velar a Fran e Car I, mentando-se mens e a celebração
eleito que ani-
“des s fatos v demos o r o que e luz se façam a re vo de- no ers, CEB quilou seus ini-
O enten a sabe rão d come
re ar cla s om o po o pelo Mest e 22).
com o que en- cultual estão no centro, a mulher e os filhos
migos idólatras.
semp s fatos p nte, um a! Os fatonteceu c minhandtravam p. 21 contrava no de- aparecem em segundo plano.
bre o. De repe ai a fich que aco elho. Ca ó encon Moisés. Em Ex 17,8-16, o papel principal não
serto. Para mui- Uma das lições deste texto é que a famí-
dizer ficado. C m. Foi o ar Verm e, mas s ar com se uma tos o maná é a re- lia deve ser espaço de realização e prote-
está com Moisés, mas com a vara de
signi mensage ssia do Mcom sed a reclam ue jogas clo 38, Deus. Moisés assume a missão de con-
sua da trave ficaram eçaram andou q gua (cf. E . sina de uma ár- ção da vida!
duzir os israelitas na guerra santa.A vara
pois rto, eles as. Com Deus m eira na á ra o fato ificado: vore existente na
de Javé é o sinal de que a vitória não
dese s amarg a Deus. de mad oa. Este e seu sign ta ou o região central do Sinai, parecida com a se- 5. Descentralização do
água és orou pedaço ficou b briram o o; a plan Aí tudo mente de coentro. Colhido, ele era moído poder (18,13-27)
depende das proezas militares, mas da
Mois ta ou um e, a água to, desco a do pov e Deus. ando a no pilão, depois se cozinhava e se fazia o A centralização do poder se tornou mais
adoração a Deus, que dirige o povo em
plan e repent obre o fa liza a vid a Lei d eus: jog , a vida sua caminhada.
5). Defletido s a simbo epresenta elo de D da vida a. Ob- pão. As codornizes eram aves migratórias forte no período da dominação persa (538-
Israel aniquilou o povo de Amalec:
R amarg eira r u o ap água r vivid que cruzavam a região em certas épocas 333 a.C.), em que os sacerdotes e escribas
a e
a água o de mad aparece entos n vel de s do ano, que podiam facilmente ser captu- formaram uma classe que vivia à custa da
Josué pôs em fuga Amalec e seu povo
aç eceu e andam agradá
ped clar ao fio da espada (v.13). A crueldade da
zM oa, radas. Depois de muitos séculos, o povo re- exploração e da opressão do povo. Utiliza-
se es ta dos Deudável b guerra é santificada pelo caráter religio-
n
pla rnará sa vê sua caminhada e relê esses fatos como vam o nome de Deus todo-poderoso e vin-
so da guerra santa de Javé contra os po-
se to providência de Deus, que não abandonou gativo, o templo, o tributo religioso e as leis
o seu povo no deserto e que abençoa a para controlar o povo.
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5. 6 FOLHADIOCESANA SETEMBRO2011
Igreja matriz de
São Sebastião
Destaqueparoquial segue em reforma
SÃO SEBASTIÃO DO MARANHÃO
PARÓQUIA SÃO
SEBASTIÃO
história de nossa paró- vo: “Não pode haver sinal maior de aumento dos fiéis participantes vin-
A quia começou em 1943,
quando dom Serafim
Gomes Jardim, então
arcebispo de Diamanti-
na, MG, e o padre Lafayette da Cos-
ta Coelho, pároco de Santa Maria
do Suaçuí, perceberam a necessida-
progresso e civilização de um lugar
no sentido legítimo do termo do
que o espírito religioso e a sua con-
vivência com um ministro de Deus.
São Sebastião do Maranhão tem
motivos demais para se rejubilar em
toda expansão de uma Santa ale-
dos de toda a região e a necessida-
de de um espaço maior para as ce-
lebrações. Ficando claro que o po-
vo concordava com essa nova cons-
trução, apuraram-se 4.232 aprova-
ções para o início das obras. Com a
autorização do Excelentíssimo Arce-
de do povo aqui de São Sebastião gria.” bispo, em 23 de agosto de 1950, foi
do Maranhão, MG, e tendo em vis- Dava-se início então a caminha- feita uma celebração para a bênção
ta a maior glória de Deus e a salva- da do pastor para orientar o seu po- da pedra fundamental. tribuíram muito com o cresci- quética, do Batismo, Dízimo,
ção de todos foi criada e canonica- vo no caminho do Senhor, com A partir daí, todos os dias se tor- mento espiritual de nossa ci- Juventude, Pastoral da Crian-
mente instituída na Comarca Ecle- muito esforço e oração e com a in- naram uma luta financeira, ou por dade: Servo de Deus Lafayet- ça, Litúrgica, Apostolado da
siástica das Sete Dores, da arquidio- tercessão de São Sebastião, nosso falta de material ou devido ao tem- te da Costa Coelho, padre Ed- Oração, Vicentinos, RCC.
cese de Diamantina, a paróquia de amado padroeiro, nessa paróquia po, para colocar a casa do Senhor no Gandra, padre Leonardo Também contamos 23 co-
São Sebastião. que estaria nascendo. em ordem. Ficando a nova matriz de Miranda Pereira (dom Leo- munidades que integram nos-
Naquela época foi nomeado pá- Em 20 de setembro de 1949, pa- pronta e sendo abençoada no dia nardo, bispo de Paracatu, sa paróquia, estando sempre
roco o Reverendíssimo padre Jadir dre Jadir convocou um plebiscito 20 de junho de 1954. MG), que foi o fundador do presentes e participando de
Brandão Costa que, no seu primeiro para consultar o povo sobre a cons- Durante todos esses anos passa- Ginásio, hoje Escola Estadual todas as festas organizadas pe-
discurso como vigário, disse ao po- trução da nova igreja matriz, visto o ram por aqui vários padres que con- de São Sebastião do Mara- la comunidade paroquial.
nhão, padre Cyriac Vadakkan, Este é um resumo, mas
padre José Vazhappilly, padre muito mais consta na história
Coordenadores
da catequese Adão Soares, padre Ismar desta terra que adora a Deus
paroquial Dias de Matos, padre Marcel- e venera o glorioso mártir São
organizam
atividades lo Romano, padre José Apa- Sebastião.
para 2012 recido dos Santos, padre José
da Silva Filho e padre Valter Padre Valter
Guedes de Oliveira, atual Ad- Guedes de
ministrador Paroquial à frente Oliveira
do rebanho. Administra-
Há aqui várias pastorais e dor Paro-
movimentos que trabalham quial
auxiliando nos serviços de
nossa paróquia: Pastoral Cate-
SAPUCAIA DE GUANHÃES VIVENCIA SANTAS MISSÕES POPULARES
a semana do dia 23 mo a caminhada do terço lumi-
N a 30/07 deste ano, Aos pés do cruzeiro noso.
cinco bandeiras com
sob a coordenação as cores missionárias A celebração de encerramen-
do padre Jacy, o to foi presidida pelo administra-
distrito de Sapucaia dor diocesano padre Marcello
de Guanhães (MG) ficou conta- Romano. Logo após, todos os
giado pelo movimento das San- participantes seguiram em pro-
tas Missões Populares. O evento cissão junto ao cruzeiro das mis-
teve a participação de comuni- sões, entoando cantos específi-
dades de Virginópolis, Boa Vista cos, com instrumentos, palmas,
e regiões circunvizinhas. A aber- bastantes fogos e com uma em-
tura foi marcada pela primeira polgação digna de uma grande
missa do padre Wanderley, orde- festividade. O cruzeiro foi afixa-
nado no mesmo dia na Catedral do na entrada do distrito e está
São Miguel, na cidade de Gua- disposto com cinco bandeiras
nhães (MG), em celebração rea- com as cores missionárias. Apro-
lizada às 10h. A comunidade lo- veitando o ensejo a comunidade
cal se empenhou e participou de Sapucaia agradece a Deus
ativamente de toda programa- pelas bênçãos e graças derrama-
ção. Crianças, jovens e adultos das e a todos os participantes e
se uniram para realizar uma se- colaboradores locais e de outras
mana de muita comemoração. comunidades sem os quais seria
Ministérios visitantes e sacerdo- impossível a realização dos tra-
tes de outras paróquias ajuda- balhos. As Santas Missões foram
ram a abrilhantar a festa. A mis- um sucesso porque cada um
sa com bênção da saúde foi um realmente doou seu tempo, seu
dos marcos da semana, bem co- esforço e alma missionária.