O documento descreve o papel do avançado no Porto 2010/11 na organização defensiva da equipe. O avançado se distanciava da linha média no início das jogadas adversárias para condicionar o lado de saída e permitir que a linha média pressionasse mais. Individualmente, o avançado só se juntava à pressão quando as linhas de passe laterais estavam fechadas. Falcao teve um papel fundamental nessa estratégia na Supertaça contra o Benfica.
1. Ora bem, se o Porto 2010/11 foi uma equipa competente em termos de
organização defensiva, muito desse sucesso se deve à percepção das
prioridades colectivas que os jogadores revelaram.
Papel do avançado (“cortina” lateral)
Recorrentemente, no inicio das situações de construção adversárias, foi
perceptível o distanciamento do avançado em relação à linha média. Este
posicionamento não implica um isolamento do elemento mais adiantado na
missão de pressionar, mas, antes sim, a intenção de lhe confiar um papel
estratégico no inicio dessa acção colectiva.
A ideia passa por fazer do avançado um elemento orientador da pressão. A
sua primeira missão é condicionar o lado de saída do adversário, permitindo
que a linha média suba e passe efectivamente a uma atitude mais
pressionante.
Individualmente, o avançado só se junta no papel activamente pressionante
num segundo instante, quando as linhas de passe para a mudança de flanco
se fecham e a pressão colectiva já está a ser feita sobre a zona da bola.
No jogo da Supertaça, frente ao Benfica, Falcao teve um papel fundamental para o
sucesso defensivo da equipa, condicionando o lado de saída em construção do
adversário.
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2. “Cortina” lateral feita pelo
avançado
A figura ilustra a dinâmica
característica de pressão sobre a
construção, por parte do bloco portista.
A pressão é feita em bloco, com um
médio a assumir normalmente a
contenção sobre o portador da bola,
mas só depois do avançado ter
garantido a impossibilidade da bola
circular lateralmente por zonas mais
baixas.
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