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FICHA DE TRABALHO


NOME ____________________________________________________Nº ______TURMA _____



      Resuma o texto a seguir transcrito, constituído por 371 palavras, num texto de
100 a 140 palavras.



        Para sobreviver e vencer em espaços exíguos, o Homem urbano perdeu,
completamente, a noção das suas múltiplas relações de dependência do espaço envolvente. O
modo como a água que usamos dentro das nossas casas nos é colocada à disposição não nos
faz pensar no rio, na fonte ou na nascente donde vem. A canalização dos esgotos para a rede
de saneamento é suficientemente eficiente para não nos dar sequer tempo de apreciar as
profundas diferenças na composição química entre a água que nos sai da torneira e a que se
escoa pelo esgoto. E onde vai desaguar a intrincada rede de saneamento? É certamente
muito, muito longe, num lugar que, normalmente, evitaremos quando procurarmos descansar
“ao ar livre”. A cadeia trófica do cidadão urbano, como afirmam alguns autores, resume-se ao
percurso curto entre o supermercado e o balde do lixo.
        Quanto maiores são as cidades, mais o cidadão urbano está privado do contacto com o
meio ambiente, mais menospreza ou, simplesmente, ignora os outros elementos do
Ecossistema. Este torna-se cada vez mais hostil e os homens procuram refúgio, durante mais
tempo, dentro de ambientes artificiais. O edifício, de abrigo protector durante algumas
horas da noite ou na época, climaticamente, mais rigorosa do ano, passa a ser o único lugar
possível durante as 24 horas do dia.
        Apesar de tudo isto, continuam a afluir às cidades cada vez mais pessoas e a
tendência é para este ser o meio preferido pela maior parte da população do globo no século
XXI. A motivação que leva os homens a ultrapassarem a inércia de uma vida no campo, mais
calma e saudável, tem de ser, obviamente, a busca de “melhores condições de vida”. O que,
pelo que atrás se disse e todos conhecemos de cidades, parece profundamente contraditório.
Que tipo de oferta de qualidade de vida e bem-estar estarão a elas associados, que
justifiquem a preferência dos mais de 40% de pessoas do globo e que propicie uma tendência,
assustadoramente crescente, até ao final do século. Só uma grave perda da noção, por parte
do Homem, da sua real dimensão no mundo, pode justificar este tipo de opções contra-natura
que, além de agressivas para com os outros elementos, são sobretudo fatais para si próprio.


                                                        Ana Monteiro, O Clima Urbano do Porto

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  • 1. FICHA DE TRABALHO NOME ____________________________________________________Nº ______TURMA _____ Resuma o texto a seguir transcrito, constituído por 371 palavras, num texto de 100 a 140 palavras. Para sobreviver e vencer em espaços exíguos, o Homem urbano perdeu, completamente, a noção das suas múltiplas relações de dependência do espaço envolvente. O modo como a água que usamos dentro das nossas casas nos é colocada à disposição não nos faz pensar no rio, na fonte ou na nascente donde vem. A canalização dos esgotos para a rede de saneamento é suficientemente eficiente para não nos dar sequer tempo de apreciar as profundas diferenças na composição química entre a água que nos sai da torneira e a que se escoa pelo esgoto. E onde vai desaguar a intrincada rede de saneamento? É certamente muito, muito longe, num lugar que, normalmente, evitaremos quando procurarmos descansar “ao ar livre”. A cadeia trófica do cidadão urbano, como afirmam alguns autores, resume-se ao percurso curto entre o supermercado e o balde do lixo. Quanto maiores são as cidades, mais o cidadão urbano está privado do contacto com o meio ambiente, mais menospreza ou, simplesmente, ignora os outros elementos do Ecossistema. Este torna-se cada vez mais hostil e os homens procuram refúgio, durante mais tempo, dentro de ambientes artificiais. O edifício, de abrigo protector durante algumas horas da noite ou na época, climaticamente, mais rigorosa do ano, passa a ser o único lugar possível durante as 24 horas do dia. Apesar de tudo isto, continuam a afluir às cidades cada vez mais pessoas e a tendência é para este ser o meio preferido pela maior parte da população do globo no século XXI. A motivação que leva os homens a ultrapassarem a inércia de uma vida no campo, mais calma e saudável, tem de ser, obviamente, a busca de “melhores condições de vida”. O que, pelo que atrás se disse e todos conhecemos de cidades, parece profundamente contraditório. Que tipo de oferta de qualidade de vida e bem-estar estarão a elas associados, que justifiquem a preferência dos mais de 40% de pessoas do globo e que propicie uma tendência, assustadoramente crescente, até ao final do século. Só uma grave perda da noção, por parte do Homem, da sua real dimensão no mundo, pode justificar este tipo de opções contra-natura que, além de agressivas para com os outros elementos, são sobretudo fatais para si próprio. Ana Monteiro, O Clima Urbano do Porto