1) Uma competição de carrinhos de rolimã foi realizada na USP, reunindo 110 participantes de diferentes idades.
2) O evento anual promove a diversão e a integração entre estudantes, familiares e amigos ao redor da brincadeira clássica.
3) Além da competição, o evento conta também com atrações para o público como praça de alimentação.
1. IV – São Paulo, 120 (99) Diário Oficial Poder Executivo - Seção II quinta-feira, 27 de maio de 2010
Brincadeira de criança reúne gerações
em competição de carrinho de rolimã
Competidores encararam
FOTOS: GENIVALDO CARVALHO
em alta velocidade a
ladeira da Rua Matão
e se divertiram em
evento organizado pelos
estudantes da Poli/USP
A
s primeiras quatro rodinhas a gente
nunca esquece. Na vida do garoto
Victor Arevalo, de 14 anos, também
foi assim. Ele e mais 110 corredores, par-
ticiparam do 48º Grande Prêmio Poli-NSK
de Carros de Rolimã, realizado na Rua do
Matão na Universidade de São Paulo (USP).
A corrida reuniu participantes de várias gera-
ções do brinquedo, que durante as décadas
de 1970 e 1980 era mania entre crianças e
adolescentes. Há dez anos, o GP faz parte do
calendário de atividades extracurriculares da
instituição, que acontece duas vezes a cada
ano, e é organizado pelo Centro Acadêmico
de Mecânica (CAM) da Escola Politécnica
Poli/USP.
Victor não ficou entre os primeiros colo- Pilotos em ação, a 70 km/hora; à direita, o pai (Juvenal) e o filho (André) e um amigo
cados, mas realizou um sonho: pilotar um
carrinho de rolimã numa competição pela pri- dade, Domingos Vicente, de 61 anos, assistia
meira vez. Porém, antes de estrear nesse tipo às disputas como se estivesse voltando ao
de corrida, ouviu várias negativas da mãe. Só passado, quase meio século atrás, mais pre-
depois de insistir muito conseguiu convencer cisamente quando tinha 13 anos de idade.
os pais de que poderia começar. Para montar “No meu tempo a gente não atingia uma Estudo vira diversão
o carro contou com a ajuda do primo que velocidade tão grande. Seu eu fosse andar O GP surgiu em 1982, como uma brin-
também participa do mesmo evento. Tudo nesses carros confesso que teria um pouco cadeira entre colegas de turma. Na época,
observado bem de perto pela mãe que cuida- de medo”, avaliou Domingos, que todos os os alunos tinham uma disciplina do curso
va de cada detalhe. “Ele é muito corajoso! No anos comparece ao câmpus para prestigiar de Engenharia Mecânica que exigia a cons-
começo, não queria que entrasse no carrinho, Mônica e Aline, superando o medo
o evento. trução de um carrinho de rolimã. A partir
tinha medo que ele se machucasse. Afinal de daí, o estudo virou diversão. Hoje, a corrida
contas, o coração de mãe sempre teme pela tindo”. Além de construir e correr de car- Presença feminina – Para quem é popular. Segundo o presidente do Centro
saúde dos filhos”, recordou. rinho de rolimã, ele também ajuda o filho pensa que carrinho de rolimã é coisa de Acadêmico de Mecânica, Rafael Sanches
Victor, por sua vez, já esqueceu os André, de 20 anos, a criar alguns modelos. menino, as amigas Aline Saito, de 20 anos, Souza, a competição tem o objetivo de unir
embates que teve com a mãe para pilotar o Mas antes Juvenal também precisou prome- e Mônica Lopes, de 21, ambas estudan- as pessoas que gostam desse tipo de corri-
carrinho: “Agora, sim, estou feliz!”, disse, ter para a esposa que traria o filho de volta tes de Enfermagem, provam o contrário. da. “Este evento é apenas para nos divertir.
sorridente, ao deixar a pista, sem arranhões. para casa sem ferimentos. “Ainda bem que Incentivadas por um amigo, toparam o desa- Para o bom andamento é preciso também
A disputa foi dividida em quatro catego- nunca houve qualquer perigo nessa brinca- fio de correr pela primeira vez. Tudo sem dei- que tudo esteja organizado e estruturado
rias: tradicional, feminino, infantil e alegórico. deira. Mas sempre há alguma tensão. Ela xar de lado o charme feminino. “Na verda- com praça de alimentação e atendimento
Os competidores precisavam construir seus fica ligando a todo o momento para saber de, estou com um pouco de medo, por isso de emergência, para quem compete ou
próprios carros usando a criatividade e com se tudo está bem”, comentou Juvenal. vou descer devagar para não me machu- apenas passeia pelo local”, ressaltou.
kits de rolamentos cedidos pelo patrocinador No tempo de Juvenal, para fazer um car”, disse Mônica. De acordo com Aline,
do evento. Diante dessas exigências, observar carrinho de rolimã era preciso força física e o desafio é uma chance para quem nunca
o limite de peso e tamanho era imprescindível. saber usar bem as ferramentas, mais alguma teve contato com o brinquedo. “Ouvia histó-
Além, é claro, de passarem por vistoria para engenhosidade. Hoje, André utiliza canos de rias do meu pai sobre algumas corridas, mas Especialização em
verificar a originalidade dos projetos. aço, eixos, entre outras tecnologias. Além nunca tive interesse em participar. No próxi-
de equipamento de segurança como capa- mo evento, quero correr e também ajudar a Ciência e Tecnologia
Pai e filho – Fazer um carrinho de roli- cete, luvas e freios modernos. “Com a ajuda construir o carrinho”. de Alimentos
mã nunca foi tarefa simples. Pois além de da engenharia, os modelos atuais ficaram Neste ano, o vencedor do GP foi Paulo
encontrar pedaços de tábuas, sarrafos, pre- mais velozes. Além do piso asfaltado que Ciampa, presenteado com uma camisa oficial Interessados no curso de pós-gradua-
gos, porcas, parafusos, serrote, e rolamen- contribui para o aumento da velocidade, e o da Seleção Brasileira. Os demais ganharam ção lato sensu em Ciência e Tecnologia de
tos adequados, era preciso saber construí-lo. risco também. Mas no final tudo fica bem”, caixas de ferramentas, mala de viagem, api- Alimentos têm até o dia 11 de junho para
Tarefa que quase sempre ficava nas mãos de afirmou André, que também é aluno de tos e cornetas para torcer pela Seleção. A realizar sua inscrição. O curso é oferecido
muitos pais. Juvenal Dominicis, de 55 anos, Engenharia da Poli. próxima edição do evento será no mês de pela Faculdade de Ciências Agronômicas da
é um desses que passou a infância descen- Os modelos que desceram a ladeira novembro. Universidade Estadual Paulista (Unesp), câm-
do ladeiras e colecionando arranhões pelo da Rua do Matão dispõem de carenagem, pus de Botucatu, e formou sua primeira turma
corpo. “Era a minha brincadeira preferida proteções laterais e atingem cerca de 70 qui- Anderson Moriel Mattos em junho de 2009. Tem como público-alvo
quando criança. Eu passava horas me diver- lômetros por hora. Espantado com a veloci- Da Agência Imprensa Oficial profissionais com nível superior completo, atu-
antes na área de alimentos ou em áreas afins.
Os docentes são pesquisadores ligados
a diversas unidades da Unesp e profissionais
liberais com experiência reconhecida. Como
curso de especialização, seu objetivo é capa-
citar os participantes para atividades que
abrangem manipulação, processamento, con-
servação e qualidade dos alimentos, visando à
nutrição e à manutenção da saúde humana.
As aulas estão articuladas em torno de três
eixos fundamentais: tecnologia de alimentos;
agroindustrialização; nutrição e saúde. A taxa
de inscrição custa R$ 100. Mais informações e
inscrições pelo telefone (14) 3811-7132.
Victor Arevalo, 14 anos, pela primeira vez numa pista de corrida Pouco antes da largada, competidores ajustam as últimas peças Da Agência Imprensa Oficial