1. A bem da Nação
Publicado em 2009-01-09
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A acção passa-se em Caminha, verdejante rincão do Portugal autárquico. A maioria
camarária é do PSD, o que, desde logo, promete. Só que é de apenas 4 eleitos contra 3,
o que promete ainda mais.
Entretanto, a presidente demite o vice, e a coisa torna-se, se possível, ainda mais
prometedora, sobretudo para os amantes do estimado género comédia. Na política, ao
contrário do futebol, não há épocas de "abertura do mercado" e as transferências (como
acontece com os "profissionais" da AR) podem fazer-se a todo o tempo.
Previsivelmente, o demitido, eleito pelo PSD, passa a votar com o PS que, com o novo
reforço, averba vitórias sobre vitórias. Chega o dia da Supertaça, o da votação do
Orçamento mais de um empréstimo de (pouca coisa) 4,4 milhões, e o PSD não hesita: o
vereador foi eleito?, o PSD "deselege-o"! Acusa-o de "parcialidade" (pois o PSD, apesar
de ser um "partido", não é "parcial"…), impede-o de votar e vai ao banco buscar alguém
que vote "imparcialmente".
A sugestão de suspensão da democracia da líder do PSD era, afinal, uma grande ideia, e
Caminha é já a primeira zona libertada do país.