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18 Boa Vista, 23 de dezembro de 2014
Seu inventor foi São
Bonifácio, apóstolo dos
germanos. Nascido na
Inglaterra em 672, fa-
leceu martirizado em
754. Sem preocupações
ambientais ou costumes
locais, em 723 ele der-
rubou enorme carvalho
dedicado ao deus Thor,
perto da cidade de Frit-
zlar, na Alemanha. Para
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guns dias na estrada, quase
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pequena comunidade cujo
nome homenageava o in-
fortúnio ocorrido numa
noite natalina em plena
floresta. Eis aí o berço do
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Do francês traîneau,
o veículo que se locomove
sobre neve ou gelo. Dotado
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as e cargas. No Natal, faz
parte da tradição de Papai
Noel. Segundo ela, o bom
velhinho conduz o trenó
e até o faz voar, puxando
quatro duplas de renas, en-
quanto distribui presentes
às crianças do mundo in-
teiro – uma das mais lin-
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E sabe quais os nomes das
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1822? Ei-los: Daster (cor-
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Donder (trovão), e Blitzen
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rena apareceu em 1936,
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funcionário da loja de de-
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fletir: o que seria da alegria
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ceu na Áustria em 1918.
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  • 1. 18 Boa Vista, 23 de dezembro de 2014 Seu inventor foi São Bonifácio, apóstolo dos germanos. Nascido na Inglaterra em 672, fa- leceu martirizado em 754. Sem preocupações ambientais ou costumes locais, em 723 ele der- rubou enorme carvalho dedicado ao deus Thor, perto da cidade de Frit- zlar, na Alemanha. Para convencer o povo de que não era uma árvo- re sagrada, ele a abateu, fato que é considerado o início formal da cristia- nização da nação alemã. Deu-se que na queda, o carvalho destruiu tudo à sua volta, menos um pe- queno pinheiro. Segun- do a tradição, Bonifácio interpretou o episódio casual como um milagre. Era o período do Adven- to e, como ele pregava sobre o Natal, declarou: “Doravante, nós cha- maremos esta árvore de Árvore do Menino Je- sus”. O hábito de plantar pequenos pinheiros para celebrar o nascimento de Cristo estendeu-se por todo o país e daí para o mundo. Hoje, no Oci- dente, raro é o lar que não tenha seu pinheiri- nho adornado com bo- las e outros enfeites que fazem a alegria da garo- tada na expectativa da chegada de Papai Noel, que virá cheio de brin- quedos e presentes para as crianças bem compor- tadas. As outras também ganharão, mas só depois de um pito dado pelo ve- lhinho. O mais carinhoso pito do mundo... FELIZ NATAL Não se trata, como pode parecer, de uma an- tecipada saudação ao ad- vento do Menino Jesus. Trata-se do nome de uma cidade brasileira. Fica em Mato Grosso, foi funda- da em 17 de novembro de 1989, possui cerca de 11 mil habitantes e teve sua área territorial desmem- brada do vizinho municí- pio de Vera. Sua coloniza- ção deu-se praticamente de famílias que vieram da região sul do Brasil. Mas, por que esse nome? Ele se refere ao rio Feliz Na- tal, pequeno curso d’água que corta o território mu- nicipal. A cidade surgiu a partir da penetração de famílias sulistas na flores- ta amazônica à procura de madeiras e terras férteis. Chuvas torrenciais de final de ano pegaram de sur- presa alguns funcionários de uma agropecuária, que pretendiam voltar para a casa a fim de participar dos festejos natalinos com seus familiares. Depois de al- guns dias na estrada, quase intransitável e com poucos víveres, depararam-se com um riacho transbordando e quase intransponível. No entardecer de 24 de dezem- bro e no decorrer da noite choveu muito mais, impe- dindo o prosseguimento da viagem. Conformados com a situação e saudosos dos familiares por ser vés- pera de Natal, saudaram-se mutuamente e alguém no grupo sugeriu que o nome do riacho fosse chamado de Feliz Natal, logo aceito por todos. Ali surgiu uma pequena comunidade cujo nome homenageava o in- fortúnio ocorrido numa noite natalina em plena floresta. Eis aí o berço do nome que serviu de inspira- ção para o progresso de que até hoje a cidade desfruta... TRENÓ Do francês traîneau, o veículo que se locomove sobre neve ou gelo. Dotado de trilhos deslizantes, não tem rodas e nos países frios serve para conduzir pesso- as e cargas. No Natal, faz parte da tradição de Papai Noel. Segundo ela, o bom velhinho conduz o trenó e até o faz voar, puxando quatro duplas de renas, en- quanto distribui presentes às crianças do mundo in- teiro – uma das mais lin- das quimeras já inventadas pela criatividade humana. E sabe quais os nomes das renas, que surgiram em 1822? Ei-los: Daster (cor- redora), Dancer (dançari- na), Prancer (empinado- ra), Vixen (raposa), Comet (cometa), Cupid (cupido), Donder (trovão), e Blitzen (relâmpago). Uma nona rena apareceu em 1936, sugerida por Robert May, funcionário da loja de de- partamentos Ward. Cha- ma-se Rudolph, tem na- riz vermelho e brilhante, e puxa o comboio. Nestes dias pré-natalinos, cabe re- fletir: o que seria da alegria dos pimpolhos se o trenó de Papai Noel não viesse carregado de presentes? NOITE FELIZ Peça musical mais popular do Natal, ela nas- ceu na Áustria em 1918. Na cidade de Arnsdorf, ratos entraram no órgão da igreja e roeram os fo- les. Preocupado, o padre Joseph Mohr saiu atrás de um instrumento que subs- tituísse o antigo. Durante a busca, imaginou como te- ria sido a noite sagrada de Belém. Fez suas anotações e procurou o compositor Franz Gruber para que ele a transformasse em músi- ca, e aí surgiu a mais linda canção natalina, até hoje entoada por todos aqueles em cujo coração palpita sentimento... ÁRVORE DE NATAL Variedade