Miriam Makeba foi uma cantora sul-africana que se tornou uma importante ativista contra o apartheid. Ela começou sua carreira nos anos 50 cantando uma mistura de blues americanos e ritmos tradicionais sul-africanos. Após testemunhar contra o apartheid na ONU em 1963, seu passaporte foi revogado e ela se tornou apátrida. Makeba continuou sua carreira e ativismo nos EUA, Guiné e Europa até sua morte em 2008 durante um show na Itália.
2. Miriam Makeba
Nome completo
Apelido
Nascimento
Data de morte
Gênero(s)
Período em atividade
Afiliação(ões)
Página oficial
Informação geral
Zenzile Miriam Makeba
Mama África
4 de março de 1932
Joanesburgo, Gauteng
África do Sul
10 de novembro de 2008 (76 anos)
Castel Volturno, Campânia
Itália
World Music
1954 - 2008
Harry Belafonte
Página oficial
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Makeba começou a carreira em grupos vocais nos anos 50, interpretando uma mistura de blues
americanos e ritmos tradicionais da África do Sul. No fim da década, apesar de vender bastante discos
no país, recebia muito pouco pelas gravações e nem um cêntimo de royalties, o que lhe despertou a
vontade de emigrar para os Estados Unidos a fim de poder viver profissionalmente como cantora.
O seu momento decisivo aconteceu em 1960, quando participou no documentário antiapartheid Come
Back, África, a cuja apresentação compareceu, no Festival de Veneza daquele ano. A recepção que teve
na Europa e as condições que enfrentava na África do Sul fizeram com que Miriam resolvesse não
regressar ao país, o que causou a anulação do seu passaporte sul-africano.
Foi então para Londres, onde se encontrou com o cantor e ator negro norte-americano Harry Belafonte,
no auge do sucesso e prestígio e que seria o responsável pela entrada de Miriam no mercado
americano. Através de Belafonte, também um grande ativista pelos direitos civis nos Estados Unidos,
Miriam gravou vários discos de grande popularidade naquele país. A sua canção Pata Pata tornou-se um
enorme sucesso mundial. Em 1966, os dois ganharam o Prêmio Grammy na categoria de música folk,
pelo disco An Evening with Belafonte/Makeba.[1]
Em 1963, depois de um testemunho veemente sobre as condições dos negros na África do Sul, perante
o Comitê das Nações Unidas contra o Apartheid, os seus discos foram banidos do país pelo governo
racista; o seu direito de regresso ao lar e a sua nacionalidade sul-africana foram cassados, tornando-se
apátrida.
Os problemas nos Estados Unidos começaram em 1968, quando se casou com o ativista político Stokely
Carmichael, um dos idealizadores do chamado Black Power e porta-voz dos Panteras Negras, levando ao
cancelamento dos seus contratos de gravação e das suas digressões artísticas. Por este motivo, o casal
mudou-se para a Guiné, onde se tornaram amigos do presidente Ahmed Sékou Touré. Nos anos 80,
Makeba chegou a servir como delegada da Guiné junto da ONU, que lhe atribuiu o Prêmio da Paz Dag
Hammarskjöld. Separada de Carmichael em 1973, continuou a vender discos e a fazer espetáculos em
África, América do Sul e Europa.
Em 1975, participou nas cerimónias da independência de Moçambique, onde lançou a canção "A Luta
Continua" (slogan da Frelimo), apreciada até aos nossos dias.
4. • A morte da sua filha única em 1985 levou-a a mudar-se para a
Bélgica, onde se estabeleceu. Dois anos depois, voltaria
triunfalmente ao mercado norte-americano, participando no disco
de Paul Simon Graceland e na digressão que se lhe seguiu.
• Com o fim do apartheid e a revogação das respectivas leis, Miriam
Makeba regressou finalmente à sua pátria em 1990, a pedido do
presidente Nelson Mandela, que a recebeu pessoalmente à
chegada. Na África do Sul, participou em dois filmes de sucesso
sobre a época do apartheid e do levantamento de Soweto,
ocorrido em 1976.
• Agraciada em 2001 com a Medalha de Ouro da Paz Otto Hahn,
outorgada pela Associação da Alemanha nas Nações Unidas "por
relevantes serviços pela paz e pelo entendimento mundial",
Miriam continuou a fazer shows em todo mundo e anunciou uma
digressão de despedida, com dezoito meses de duração.
• Em 9 de novembro de 2008, apresentou-se num concerto a favor
de Roberto Saviano, em Castel Volturno (Itália). No palco, sofreu
um ataque cardíaco e morreu no hospital na madrugada do dia 10
de novembro.