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FACULDADE ÚNICA
MARIA DAS GRAÇAS PAULINO DA SILVA MIRANDA
SOLO LATERÍTICO PARA BASE EM PAVIMENTO RODOVIÁRIO E
URBANO
PARNAMIRIM - RN
2022
FACULDADE ÚNICA
MARIA DAS GRAÇAS PAULINO DA SILVA MIRANDA
SOLO LATERÍTICO PARA BASE EM PAVIMENTO RODOVIÁRIO E
URBANO
Artigo Científico apresentado à Faculdade Única,
como parte das exigências para a obtenção do
título de Especialista em Engenharia Geotécnica.
PARNAMIRIM / RN
2022
SOLO LATERÍTICO PARA BASE EM PAVIMENTO RODOVIÁRIO E
URBANO
Maria das Graças Paulino da Silva Miranda
RESUMO
Trata-se de uma revisão bibliográfica sobre o estudo das características dos solos lateriticos como material
de sub-base em pavimentos de baixo custo em vias rodoviárias e urbanas na região tropical do Brasil. Este
artigo aborda a metodologia que é empregada nos estudos dos solos tropicais. Assim como o método de
investigação no âmbito geológico e geotécnico conhecido como sistemática MCT, e que foi desenvolvido
nos anos de 1981, sendo difundo dentro de órgãos de controle estaduais e federais, nesta fase foi possível
criar um mapa do Brasil com a indicação das regiões em que aparece ocorrências deste tipo de solo. E desde
os estudos iniciais observou-se que o uso deste tipo de solo favorecia principalmente o uso em pavimentos
de baixo custo, por ser um material em abundância nas regiões tropicais.
Palavras-chave: Geotecnia. Solos Lateríticos. Rodoviário. Pavimentação.
Introdução
O presente trabalho tem por objetivo apresentar um resumo dos ensaios que
devem ser realizados para a caracterização dos solos lateriticos, bem como procedimentos
e métodos de ensaios, apresentar as regiões onde são encontrados este tipo de material, e
a aplicação como material de base em pavimentação rodoviária.
Nesta perspectiva construiu-se questões que nortearam este trabalho:
• A difusão e utilização dos solos lateriticos no Brasil na década de 90,
sobre a utilização de solos tropicais.
• O comportamento deste tipo de solo na pavimentação rodoviária e em
vias urbanas.
• Os tipos de ensaios que devem ser realizados para a caracterização do
solo, como a sistemática MCT.
• As boas práticas a serem realizadas na utilização do pavimento
rodoviário.
Foi realizado uma revisão bibliográfica dos documentos dos autores NOGAMI E
VILIBOR, dentre outros, sobre o tema proposto.
DESENVOLVIMENTO
Nos tópicos que segue será abordado uma explanação sobre solos tropicais, solos
lateriticos, as ocorrências destes solos no território brasileiro, definição dos solos
lateriticos para uso na pavimentação e a sistemática MCT.
Solos Lateriticos
O uso de Solos tropicais faz parte de um processo geológico e/ou pedológico para
compor a sua formação, estes são facilmente encontrados em regiões tropicais e úmidas,
Villibor E Alves (2019).
Durante estudos realizados ao longo de décadas constatou-se a dificuldade de
classificar estes solos tropicais essencialmente por meio de conhecimento geológicos e
pedológicos.
Contudo no Brasil no ano de 1988 estudiosos sobre o assunto destacaram que
havia limitações no processo tradicional para avaliação dos solos tropicais e que diante
disto muitos solos eram utilizados de maneira equivocada.
Posteriormente no ano de 1995 Nogami e Villibor (1995) apresentaram conceitos
para uma classificação tecnológica, designada como classificação MCT, na qual veremos
mais adiante.
Para melhor entendimento de como ocorre a formação deste tipo de solo, podemos
observar de forma esquemática a figura 1 que representa de forma simplificada a estrutura
dos solos tropicais encontrados em sua formação pedogenética.
Figura 1 Esquema simplificado de formação do solo tropical
Fonte: VILLIBOR E ALVES (2019)
Ainda sobre a figura 1 podemos observar que os solos lateriticos ocupam as
camadas mais superficiais das rochas, e as camadas de solos sapróliticos ocupam a cama
sobre o substrato rochoso, ou seja, mais próximo a camada de rocha sã. Tal formação
ocorre com a ação do intemperismo físico e químico, atividade natural intrínseco a
formação dos solos.
Solos Lateriticos
Na formação dos solos lateriticos a o contato do solo único com a rocha
fragmentada, em algumas partes deste contato e com a atuação do intemperismo físico e
químico, que é natural do processo, com o passar do tempo da origem aos solos lateriticos.
Estes tipos de solo são resultantes da atuação dos processos chamados de
laterização, de partes bem drenadas em regiões tropicais úmidas. São compostos por
partes finas, em especial a argila, óxidos e hidróxidos de férreo e/ou alumínio, e a
permanência argilo-mineral caulinita, quase que exclusivo, possui uma microestrutura em
forma de “pipoca”. sua fração é composta de areia fina, grossa, é constituída, geralmente,
de quartzo, sendo a porcentagem dessa fração responsável pela ocorrência de solos, desde
arenosos até argilosos, VILLIBOR E ALVES (2019.
Ocorrências de solos tropicais no Brasil
Segundo VILLIBOR e ALVES, em estudos granulométricos os solos lateriticos
apresentam 100% de material passando na peneira de 2,00mm, chamados de solos
lateriticos finos, e os solos lateriticos concrecionados passam um percentual menor que
50%, e são chamados na geotecnia como lateritas.
A figura 2 traz um mapeamento da distribuição deste tipo de solo no território
brasileiro.
Figura 2 – mapa da distribuição de solos tropicais no Brasil
Fonte: adaptado, VILLIBOR E ALVES (2019)
Podemos observar que em torno de 60% do território é encontrado solo Laterítico
o que é um fator positivo para a construção e pavimentação da malha viária no Brasil.
Definição dos solos arenosos lateriticos para utilização em pavimentos.
Os solos distribuídos no Brasil constituem jazidas naturais de solos arenosos finos
lateriticos, em que são denominados de SAFL. Eles pertencem ao um dos grupos LA,
LA´E LG. Segundo a classificação MCT, devem conter menos de 50% passante na
peneira de número 200 e no mínimo 90% passante na peneira de número 10.
Estudos realizados demostraram que os critérios tradicionais utilizados para o
emprego na caracterização dos materiais levavam a inconsistência e dificuldade em
classificar corretamente os solos e consequentemente a sua aplicação, onerando as obras.
Para suprir as dificuldades de classificação dos solos, Villigor e Nogami,
desenvolveram a sistemática MCT em que o solo é reconhecido através de sua
granulometria e propriedades tecnológicas mecânicas e hídricas.
Espera-se que o solo apresente características de 5 a 10% de material retido na
peneira de 2mm, a curva granulométrica se apresente continua e se enquadre na faixa
recomendada, ver figura 3, deve pertencer a classe dos solos de comportamento Laterítico
segundo a classificação MCT (LA, LA’ ou LG’) possuir, quando compactado na energia
do Proctor Intermediário do ensaio mini-Proctor, as propriedades tecnológicas indicadas
nos conjuntos de ensaios a serem realizados.
O quadro 1 abaixo apresenta as especificações necessárias e desejáveis para solos
arenoso fino Laterítico utilizado em base de pavimentos.
Quadro 1 - especificações necessárias e desejáveis para solos arenoso fino Laterítico
A seguir na figura 3, apresentamos a faixa granulométrica recomendada para
aplicação em base de pavimentos de baixo custo.
Figura 3 – faixa granulométrica recomendada para base SAFL
Fonte: VILLIBOR E ALVES (2019)
Os dados obtidos se correlacionam entre si e pode ser estudado o comportamento
proveniente dos ensaios e os fatos de graduação, forma, grãos, mineralogia e outros. A
figura abaixo é um gráfico em que representa esta correlação de análise MCT.
Figura 4 – gráfico de classificação de solos MCT
Fonte: VILLIBOR E ALVES (2019)
Sistemática MCT
Na década de 80, NOGAMI E VILLIBOR, propuseram uma sistemática para o
estudo dos solos tropicais, que foi denominada de MTC, sendo o M de miniatura, pelo
falo de utilizarem o corpo de prova de dimensões reduzidas, C por utilizar estes corpos
de prova compactados em forma cilíndricas e T por trata-se de uso de solos tropicais.
Este método de ensaio permitiu um avanço de uma seria de procedimentos para a
aplicação de práticas no estudo dos solos.
A sistemática foi disseminada no DER-SP, nos laboratórios da escola de São
Carlos e da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
No quadro a seguir é apresentado um resumo dos ensaios a serem realizados pelo
método MCT, tipo 1º conjunto de ensaios.
Quadro 2 - 1º conjunto de ensaios MCT
Fonte: VILLIBOR E ALVES (2019)
Além dos ensaios citados acima também existe os ensaios de caráter tradicionais
que estão sendo apresentados no quadro 3.
Quadro 3 - 1º ensaios tradicionais de estudo dos solos de granulação grossa
Fonte: VILLIBOR E ALVES (2019)
As aplicações da sistemática MCT foram desenvolvidas inicialmente para o
estudo de solos tropicais finos para bases de pavimentos econômicos, porém foi ampliada
ao longo dos anos para outras aplicações práticas, na área viária como implantação de
vias e pavimentos urbanos.
Estas aplicações fornecem dados suficientes que são correlacionados e
empiricamente associados a finalidade que se pretende utilizar. Tais como classificação
geotécnica, estudos geotécnicos de subleitos e jazidas, tecnologia do uso de solo
Laterítico-agregado de granulação fina e grossa para bases e sub-bases, utilização em
erosão de bordo dos pavimentos e em cortes.
Conclusão
Em estudos realizados ao longo dos anos verificou-se que a utilização de solos
arenosos finos como bases de pavimentos econômicos, além da capacidade de suporte,
outras características têm se mostrado decisivas para seu sucesso, pois estas camadas
praticamente não são confinadas, recebendo sobre ela apenas uma delgada camada de
revestimento.
Com a utilização de solos lateriticos é possível garantir uma boa qualidade no
material de base utilizados em vias e áreas urbanas.
REFERÊNCIAS
BERNUCCI, Liedi Légi Bariani. Considerações sobre o dimensionamento de
pavimentos utilizando solos Lateríticos para rodovias de baixo volume de tráfego. Tese
(Doutorado em Engenharia Civil) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 1995.
BASTOS, Cezar Augusto Burkert & FELTEN, Débora. Solos arenosos finos
Lateríticos para emprego em pavimentação econômica na Planície Costeira Sul do RS.
Disponível em: https://repositorio.furg.br/handle/1/1467
VILLIBOR, Douglas Fadul; NOGAMI, Job Shuji.- Pavimentação de Baixo Custo com
Solos Lateríticos, Editora Villibor: São Paulo, 1995, 213p. 1995. Disponivel em:
https://repositorio.usp.br/item/000892151
SANTOS, E. F. (2006). Estudo comparativo de diferentes sistemas de classificações
geotécnicas aplicadas a solos tropicais. Tese (Mestrado). Escola de Engenharia de São
Carlos, Universidade de são Paulo, São Carlos.
VIILIBOR, Douglas e ALVES, Driely Mariane Lancarovici (2019). Pavimentação de
baixo custo em solos tropicais. Solos lateriticos em rodovias – experiencia brasileira.
Disponível em: https://portaldetecnologia.com.br/

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TCC GEOTECNIA V01_Aprovado.docx

  • 1. FACULDADE ÚNICA MARIA DAS GRAÇAS PAULINO DA SILVA MIRANDA SOLO LATERÍTICO PARA BASE EM PAVIMENTO RODOVIÁRIO E URBANO PARNAMIRIM - RN 2022
  • 2. FACULDADE ÚNICA MARIA DAS GRAÇAS PAULINO DA SILVA MIRANDA SOLO LATERÍTICO PARA BASE EM PAVIMENTO RODOVIÁRIO E URBANO Artigo Científico apresentado à Faculdade Única, como parte das exigências para a obtenção do título de Especialista em Engenharia Geotécnica. PARNAMIRIM / RN 2022
  • 3. SOLO LATERÍTICO PARA BASE EM PAVIMENTO RODOVIÁRIO E URBANO Maria das Graças Paulino da Silva Miranda RESUMO Trata-se de uma revisão bibliográfica sobre o estudo das características dos solos lateriticos como material de sub-base em pavimentos de baixo custo em vias rodoviárias e urbanas na região tropical do Brasil. Este artigo aborda a metodologia que é empregada nos estudos dos solos tropicais. Assim como o método de investigação no âmbito geológico e geotécnico conhecido como sistemática MCT, e que foi desenvolvido nos anos de 1981, sendo difundo dentro de órgãos de controle estaduais e federais, nesta fase foi possível criar um mapa do Brasil com a indicação das regiões em que aparece ocorrências deste tipo de solo. E desde os estudos iniciais observou-se que o uso deste tipo de solo favorecia principalmente o uso em pavimentos de baixo custo, por ser um material em abundância nas regiões tropicais. Palavras-chave: Geotecnia. Solos Lateríticos. Rodoviário. Pavimentação. Introdução O presente trabalho tem por objetivo apresentar um resumo dos ensaios que devem ser realizados para a caracterização dos solos lateriticos, bem como procedimentos e métodos de ensaios, apresentar as regiões onde são encontrados este tipo de material, e a aplicação como material de base em pavimentação rodoviária. Nesta perspectiva construiu-se questões que nortearam este trabalho: • A difusão e utilização dos solos lateriticos no Brasil na década de 90, sobre a utilização de solos tropicais. • O comportamento deste tipo de solo na pavimentação rodoviária e em vias urbanas. • Os tipos de ensaios que devem ser realizados para a caracterização do solo, como a sistemática MCT. • As boas práticas a serem realizadas na utilização do pavimento rodoviário. Foi realizado uma revisão bibliográfica dos documentos dos autores NOGAMI E
  • 4. VILIBOR, dentre outros, sobre o tema proposto. DESENVOLVIMENTO Nos tópicos que segue será abordado uma explanação sobre solos tropicais, solos lateriticos, as ocorrências destes solos no território brasileiro, definição dos solos lateriticos para uso na pavimentação e a sistemática MCT. Solos Lateriticos O uso de Solos tropicais faz parte de um processo geológico e/ou pedológico para compor a sua formação, estes são facilmente encontrados em regiões tropicais e úmidas, Villibor E Alves (2019). Durante estudos realizados ao longo de décadas constatou-se a dificuldade de classificar estes solos tropicais essencialmente por meio de conhecimento geológicos e pedológicos. Contudo no Brasil no ano de 1988 estudiosos sobre o assunto destacaram que havia limitações no processo tradicional para avaliação dos solos tropicais e que diante disto muitos solos eram utilizados de maneira equivocada. Posteriormente no ano de 1995 Nogami e Villibor (1995) apresentaram conceitos para uma classificação tecnológica, designada como classificação MCT, na qual veremos mais adiante. Para melhor entendimento de como ocorre a formação deste tipo de solo, podemos observar de forma esquemática a figura 1 que representa de forma simplificada a estrutura dos solos tropicais encontrados em sua formação pedogenética.
  • 5. Figura 1 Esquema simplificado de formação do solo tropical Fonte: VILLIBOR E ALVES (2019) Ainda sobre a figura 1 podemos observar que os solos lateriticos ocupam as camadas mais superficiais das rochas, e as camadas de solos sapróliticos ocupam a cama sobre o substrato rochoso, ou seja, mais próximo a camada de rocha sã. Tal formação ocorre com a ação do intemperismo físico e químico, atividade natural intrínseco a formação dos solos. Solos Lateriticos Na formação dos solos lateriticos a o contato do solo único com a rocha fragmentada, em algumas partes deste contato e com a atuação do intemperismo físico e químico, que é natural do processo, com o passar do tempo da origem aos solos lateriticos. Estes tipos de solo são resultantes da atuação dos processos chamados de laterização, de partes bem drenadas em regiões tropicais úmidas. São compostos por partes finas, em especial a argila, óxidos e hidróxidos de férreo e/ou alumínio, e a permanência argilo-mineral caulinita, quase que exclusivo, possui uma microestrutura em forma de “pipoca”. sua fração é composta de areia fina, grossa, é constituída, geralmente, de quartzo, sendo a porcentagem dessa fração responsável pela ocorrência de solos, desde arenosos até argilosos, VILLIBOR E ALVES (2019.
  • 6. Ocorrências de solos tropicais no Brasil Segundo VILLIBOR e ALVES, em estudos granulométricos os solos lateriticos apresentam 100% de material passando na peneira de 2,00mm, chamados de solos lateriticos finos, e os solos lateriticos concrecionados passam um percentual menor que 50%, e são chamados na geotecnia como lateritas. A figura 2 traz um mapeamento da distribuição deste tipo de solo no território brasileiro. Figura 2 – mapa da distribuição de solos tropicais no Brasil Fonte: adaptado, VILLIBOR E ALVES (2019) Podemos observar que em torno de 60% do território é encontrado solo Laterítico o que é um fator positivo para a construção e pavimentação da malha viária no Brasil.
  • 7. Definição dos solos arenosos lateriticos para utilização em pavimentos. Os solos distribuídos no Brasil constituem jazidas naturais de solos arenosos finos lateriticos, em que são denominados de SAFL. Eles pertencem ao um dos grupos LA, LA´E LG. Segundo a classificação MCT, devem conter menos de 50% passante na peneira de número 200 e no mínimo 90% passante na peneira de número 10. Estudos realizados demostraram que os critérios tradicionais utilizados para o emprego na caracterização dos materiais levavam a inconsistência e dificuldade em classificar corretamente os solos e consequentemente a sua aplicação, onerando as obras. Para suprir as dificuldades de classificação dos solos, Villigor e Nogami, desenvolveram a sistemática MCT em que o solo é reconhecido através de sua granulometria e propriedades tecnológicas mecânicas e hídricas. Espera-se que o solo apresente características de 5 a 10% de material retido na peneira de 2mm, a curva granulométrica se apresente continua e se enquadre na faixa recomendada, ver figura 3, deve pertencer a classe dos solos de comportamento Laterítico segundo a classificação MCT (LA, LA’ ou LG’) possuir, quando compactado na energia do Proctor Intermediário do ensaio mini-Proctor, as propriedades tecnológicas indicadas nos conjuntos de ensaios a serem realizados. O quadro 1 abaixo apresenta as especificações necessárias e desejáveis para solos arenoso fino Laterítico utilizado em base de pavimentos. Quadro 1 - especificações necessárias e desejáveis para solos arenoso fino Laterítico A seguir na figura 3, apresentamos a faixa granulométrica recomendada para aplicação em base de pavimentos de baixo custo.
  • 8. Figura 3 – faixa granulométrica recomendada para base SAFL Fonte: VILLIBOR E ALVES (2019) Os dados obtidos se correlacionam entre si e pode ser estudado o comportamento proveniente dos ensaios e os fatos de graduação, forma, grãos, mineralogia e outros. A figura abaixo é um gráfico em que representa esta correlação de análise MCT. Figura 4 – gráfico de classificação de solos MCT Fonte: VILLIBOR E ALVES (2019) Sistemática MCT Na década de 80, NOGAMI E VILLIBOR, propuseram uma sistemática para o estudo dos solos tropicais, que foi denominada de MTC, sendo o M de miniatura, pelo falo de utilizarem o corpo de prova de dimensões reduzidas, C por utilizar estes corpos de prova compactados em forma cilíndricas e T por trata-se de uso de solos tropicais.
  • 9. Este método de ensaio permitiu um avanço de uma seria de procedimentos para a aplicação de práticas no estudo dos solos. A sistemática foi disseminada no DER-SP, nos laboratórios da escola de São Carlos e da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. No quadro a seguir é apresentado um resumo dos ensaios a serem realizados pelo método MCT, tipo 1º conjunto de ensaios. Quadro 2 - 1º conjunto de ensaios MCT Fonte: VILLIBOR E ALVES (2019) Além dos ensaios citados acima também existe os ensaios de caráter tradicionais que estão sendo apresentados no quadro 3.
  • 10. Quadro 3 - 1º ensaios tradicionais de estudo dos solos de granulação grossa Fonte: VILLIBOR E ALVES (2019) As aplicações da sistemática MCT foram desenvolvidas inicialmente para o estudo de solos tropicais finos para bases de pavimentos econômicos, porém foi ampliada ao longo dos anos para outras aplicações práticas, na área viária como implantação de vias e pavimentos urbanos. Estas aplicações fornecem dados suficientes que são correlacionados e empiricamente associados a finalidade que se pretende utilizar. Tais como classificação geotécnica, estudos geotécnicos de subleitos e jazidas, tecnologia do uso de solo Laterítico-agregado de granulação fina e grossa para bases e sub-bases, utilização em erosão de bordo dos pavimentos e em cortes. Conclusão Em estudos realizados ao longo dos anos verificou-se que a utilização de solos arenosos finos como bases de pavimentos econômicos, além da capacidade de suporte, outras características têm se mostrado decisivas para seu sucesso, pois estas camadas praticamente não são confinadas, recebendo sobre ela apenas uma delgada camada de revestimento. Com a utilização de solos lateriticos é possível garantir uma boa qualidade no material de base utilizados em vias e áreas urbanas.
  • 11. REFERÊNCIAS BERNUCCI, Liedi Légi Bariani. Considerações sobre o dimensionamento de pavimentos utilizando solos Lateríticos para rodovias de baixo volume de tráfego. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995. BASTOS, Cezar Augusto Burkert & FELTEN, Débora. Solos arenosos finos Lateríticos para emprego em pavimentação econômica na Planície Costeira Sul do RS. Disponível em: https://repositorio.furg.br/handle/1/1467 VILLIBOR, Douglas Fadul; NOGAMI, Job Shuji.- Pavimentação de Baixo Custo com Solos Lateríticos, Editora Villibor: São Paulo, 1995, 213p. 1995. Disponivel em: https://repositorio.usp.br/item/000892151 SANTOS, E. F. (2006). Estudo comparativo de diferentes sistemas de classificações geotécnicas aplicadas a solos tropicais. Tese (Mestrado). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de são Paulo, São Carlos. VIILIBOR, Douglas e ALVES, Driely Mariane Lancarovici (2019). Pavimentação de baixo custo em solos tropicais. Solos lateriticos em rodovias – experiencia brasileira. Disponível em: https://portaldetecnologia.com.br/