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O CAFÉ TINHA UMA PEDRA NO SEU CAMINHO
J.B. Matiello –Eng Agr Fundação Procafé e Lucas Franco e J.R. Dias- Engs Agrs Fdas Sertãozinho
No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho, assim diz o
poema de Carlos Drummond de Andrade.
A natureza, com sua sabedoria, traz verdade a esse escrito. Um cafeeiro cresceu onde
existia uma grande dificuldade, numa fresta de uma pedra. Ali nasceu e está se desenvolvendo,
mostrando que a adaptação faz parte da sobrevivência da espécie.
Nós, técnicos, ficamos surpresos com este cafeeiro, sobrevivendo do quase nada, pois
conhecemos que a planta precisa de solo, profundo e fértil. Ali víamos, justamente, o contrário.
Pra nós foi um exemplo. Temos, no dia a dia, de adaptarmos nossas ideias. Somos, no
geral, conservadores, pois nos baseamos na tradição e resistimos às novidades.
Assim tem sido na adoção de novas variedades, na aceitação de critérios de suficiência
nutricional do solo, como forma de reduzir a aplicação de nutrientes disponíveis em bons níveis,
no uso de novos sistemas de mudas e de plantio e em outras tantas tecnologias inovadoras.
As recomendações precisam, logicamente, serem bem testadas. A pesquisa cafeeira está ai
pra isso. Pra transmitir, aos Técnicos de AT e aos produtores, indicações de produtos e praticas
seguras.
Vamos, então, tratar as dificuldades, os problemas que aparecem, com adoção e adaptação
de novos conhecimentos. Vamos fazer como nosso valente cafeeiro, que ao encontrar uma pedra
no seu caminho, procurou o melhor caminho.
Cafeeiro, da variedade Catuai, crescido em uma fresta de pedra, que tem mais de 3 m de espessura, na parte
alta da Fda Sertãozinho, em Botelhos-MG.