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A Universidade de Düsseldorf abriu um inquérito no caso
do doutoramento da actual ministra federal de Educação,
por suspeitas de plágio.
As suspeitas em relação à tese de Annette Schavan, 57
anos, colega de partido e de Governo de Angela Merkel,
avolumavam-se há meses. Agora, com 14 votos a favor e
uma abstenção, o conselho científico da faculdade
considerou que as alegações são suficientemente fortes
para uma possível retirada do título, e aprovou um
procedimento para determinar se as acusações têm ou não
fundamento.
Ninguém sabe quanto tempo demorará o processo, nota a
emissora alemã Deutsche Welle. Mas funcionará como
uma espécie de peso sobre uma coligação e num partido
que se prepara para eleições nacionais em Setembro.
A tese de 1980 e 351 páginas versa estudos sobre a
formação de carácter e de consciência. Foi defendida na
universidade que agora pretende esclarecer se houve ou
não má conduta da autora, que é uma figura de primeira
linha da CDU. Em 2004, Annette Schavan chegou a ser
dada como presidenciável, e antes disso tinha sido
ministra da Cultura, Juventude e Desporto no estado de
Baden-Württemberg. Tentou chefiar o governo regional,
mas perdeu a corrida interna na CDU.
A propósito das suspeitas de plágio, a ministra de Merkel
está sob fogo da oposição, mas também é defendida por
alguns académicos que consideram aquelas alegações
“absurdas”.
As primeiras dúvidas foram publicadas em 2012 por via
anónima na Internet, na sequência de uma série de
“caçadores de plágios” que surgiram na Alemanha depois
3. de se ter descoberto o plágio envolvendo o antigo ministro
da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, no ano anterior, e
também relacionado com o doutoramento do governante.
Este último viu-se forçado a abdicar do cargo devido a esse
escândalo.
No início de Maio de 2012, a própria ministra reagiu,
dizendo que estaria disponível para prestar contas sobre a
redacção da tese, criticando, porém, a divulgação anónima
de suspeitas. Um primeiro parecer – elaborado por um
especialista – foi divulgado pela revista Spiegel, sem antes
ter sido visto pela ministra.
Uma série de académicos vieram em defesa de Schavan,
dizendo que as acusações não pareciam tão graves e que
era inaceitável que um parecer saísse primeiro na
imprensa. A universidade decidiu assim que um
organismo, e não uma só pessoa, faria uma avaliação da
tese, e foi essa avaliação que chegou ao fim nesta quarta-
feira. Os próximos passos no processo serão anunciados
depois da próxima reunião do conselho científico, a 5 de
Fevereiro.