Este documento discute a qualidade da energia elétrica, abordando tópicos como:
1) Definição de qualidade de energia e seus impactos econômicos
2) Indicadores para análise da qualidade como tensão, fator de potência, harmônicos, entre outros
3) Normas relacionadas à qualidade de energia como PRODIST, IEEE 1159 e IEC 61000
4) Aspectos da qualidade do produto como tensão permanente, fator de potência e harmônicos
Pesquisa Condicionamento de Energia e Grupos Geradores [Revista O Setor Elétr...
Energia: qualidade, eficiência e indicadores
1. Gera¸c˜ao, Transmiss˜ao e Distribui¸c˜ao de Energia
Daniel Simi˜ao Nunes Oliveira
Gustavo Jos´e Gon¸calves Freire
Eficiˆencia Energ´etica
Qualidade de Energia
22 de agosto de 2016
GTD (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 1 / 48 22 de agosto de 2016 1 / 48
2. Sum´ario
1 Introdu¸c˜ao
O que ´e Qualidade de Energia?
Apresenta¸c˜ao
Qualidade do Produto
2 Qualidade do Produto
Classifica¸c˜ao dos N´ıveis de Tens˜ao
Indicadores Para An´alise
Fator de Potˆencia
Harmˆonicos
Desequil´ıbrio de Tens˜ao
Flutua¸c˜ao de Tens˜ao
Varia¸c˜ao de Tens˜ao de Curta Dura¸c˜ao
Varia¸c˜ao de Frequˆencia
3 Qualidade do Servi¸co e Distribui¸c˜ao
4 Estudos de Caso
Equipamento Analisador de Energia
5 Corre¸c˜ao do Fator de Potˆencia
Dimensionamento
Escolha dos Equipamentos
6 An´alise da Qualidade de Energia
GTD (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 2 / 48 22 de agosto de 2016 2 / 48
4. Introdu¸c˜ao
A Energia El´etrica ´e uma das formas de energia que a humanidade mais utiliza, gra¸cas a sua
facilidade de transporte, baixo ´ındice de perda energ´etica durante convers˜oes.
Figura 1 : Energia El´etrica
Daniel Simi˜ao (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 4 / 48 22 de agosto de 2016 4 / 48
5. Introdu¸c˜ao
O que ´e Qualidade de Energia?
´E uma medi¸c˜ao de vari´aveis el´etricas cujo intuito ´e analisar o comportamento de um sistema
el´etrico em opera¸c˜ao e as cargas a ele conectado.
Est´a associada a uma grande variedade de fenˆomenos eletromagn´eticos que caracterizam a
tens˜ao e corrente num determinado instante, num determinado local, num sistema de
potˆencia(*)
Qualquer problema no suprimento da energia, verificado por desvios de tens˜ao, corrente ou
frequˆencia, que resulta em falha ou m´a opera¸c˜ao da carga/equipamento alimentado (**)
(*) IEEE Std1159
(**)Adapta¸c˜ao de Dugan e outros
Figura 2 : Qualidade de Energia
Daniel Simi˜ao (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 5 / 48 22 de agosto de 2016 5 / 48
6. Introdu¸c˜ao
Qualidade de Energia
Qualidade de energia = produtividade
Impactos econˆomicos
Setor comercial US$57,0 BI/Ano
Setor industrial US$20,0 BI/Ano
Setor residencial US$1,5 BI/Ano
Nos EUA as perdas est˜ao na faixa de US$80,0 BI/Ano (fonte: dpto. de energia)
No Brasil podemos estimar perdas na faixa de US$13,0 BI/Ano (por proporcionalidade)
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7. Introdu¸c˜ao
H´a muitas formas de mensurar a gravidade de um blecaute: a magnitude da demanda
interrompida, a sua dura¸c˜ao, o seu impacto econˆomico, o n´umero de consumidores afetados.
Figura 3 : Maiores blecautes no mundo por popula¸c˜ao afetada
Daniel Simi˜ao (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 7 / 48 22 de agosto de 2016 7 / 48
8. Introdu¸c˜ao
A revis˜ao dos diversos indicadores de qualidade ao longo das trˆes dimens˜oes (confiabilidade,
conformidade e atendimento comercial) indica que houve melhoras substanciais na qualidade do
fornecimento de energia el´etrica no Brasil nas ´ultimas d´ecadas.
Figura 4 : Qualidade do Servi¸co P´ublico
Daniel Simi˜ao (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 8 / 48 22 de agosto de 2016 8 / 48
9. Introdu¸c˜ao
Segundo o Instituto Acende Brasil, a frequˆencia de interrup¸c˜oes est´a associada principalmente `as
condi¸c˜oes f´ısicas dos ativos da distribuidora: a configura¸c˜ao da rede, o grau de redundˆancia e o
estado dos equipamentos (idade dos equipamentos e qualidade de sua manuten¸c˜ao).
Figura 5 : Pertuba¸c˜oes na rede el´etrica
Daniel Simi˜ao (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 9 / 48 22 de agosto de 2016 9 / 48
10. Introdu¸c˜ao
A preocupa¸c˜ao com a qualidade da energia ´e algo que deve ser estudado de forma integrada
entre gerador e fornecedor de energia, fabricante de equipamentos, projetista das instala¸c˜oes
e o usu´ario da energia el´etrica
Outra tendˆencia ´e a necessidade de se estudar os dist´urbios de forma correlata e n˜ao mais
isolados.
Qualidade
de Energia
Varia¸c˜ao de
frequˆencia
Afunda-
mento e
eleva¸c˜ao
de tens˜ao
Harmˆonica
e inter-
harmˆonicas
Surto e
Transit´orios
Dese-
quil´ıbrio
de tens˜ao
Ru´ıdos e
Dist´urbios
Figura 6 : Pilares da Qualidade de Energia
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11. Introdu¸c˜ao
A cerca da Qualidade de Energia, podem ser feito os seguintes questionamentos:
Porque as concession´arias seriam sempre as “culpadas” por eventos de QE?
As plantas e instala¸c˜oes n˜ao possuem cargas que podem provocar estes fenˆomenos?
Saber´ıamos identificar as causas dos problemas?
Quais instrumentos utilizamos?
As concession´arias n˜ao estariam tamb´em sendo prejudicadas nos desligamentos de seus
clientes?
A compatibilidade entre fontes e cargas ´e sempre conhecida?
Saber´ıamos avaliar e sobretudo rastrear as perdas no processo, tal qual fazemos com mat´eria
prima com defeito?
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12. Introdu¸c˜ao
Outros questionamentos essenciais:
Comportamento da carga (a carga ´e distorcida, possui harmˆonicas, ”tempo”da carga)
Existem afundamentos de tens˜ao por raz˜oes internas?
Deseja-se somente corrigir o fator de potencia, ou tamb´em filtrar as harmˆonicas? Ou s´o
filtrar as harmˆonicas? E as perdas nas instala¸c˜oes?
Quais os limites e valores de referencias das instala¸c˜oes?
Motores mant´em velocidade nominal sob qual regime de tens˜ao?
O que acontece com gerador na presen¸ca de capacitores?
Previsto/Realizado – comissionamento
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13. Introdu¸c˜ao
Algumas poss´ıveis causas de parada de m´aquinas e equipamentos:
Defeito interno nos pr´oprios equipamentos
M´a opera¸c˜ao, falha humana
Incompatibilidade ao processo
Incompatibilidade a aspectos ambientais (temperatura,poeira, etc)
Instala¸c˜oes inadequadas
Incompatibilidade `a qualidade da energia fornecida.
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14. Introdu¸c˜ao
Indicadores da Qualidade de Energia:
Defini¸c˜oes
Como medir?
Quais os limites?
Para que servem?
O que se deseja?
Quais os impactos?
Quais os custos associados?
Por que as normas n˜ao coincidem em suas exigˆencias? Quais os escopos das normas?
Quais vantagens trazem estas an´alises?
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15. Introdu¸c˜ao
Principais normas relacionadas a Qualidade de Energia:
ANEEL PRODIST - MODULO 8-procedimentos de distribui¸c˜ao de energia el´etrica no sistema
el´etrico nacional – PRODIST- m´odulo 8 – qualidade da energia el´etrica
IEEE 1159 - recomenda¸c˜oes praticas para monitora¸c˜ao de QE
IEEE1100 - recomenda¸c˜oes pr´aticas para alimenta¸c˜ao e aterramento de equipamentos
eletrˆonicos
IEEE519 - recomenda¸c˜oes pr´aticas e requerimentos para as harmˆonicas em sistemas
el´etricos de potˆencia
IEEE1453 - t´ecnicas de medi¸c˜ao de flicker
IEC61000-3-2 - Limites de emiss˜ao de correntes harmˆonicas para equipamentos de correntes de
at´e 16 A
IEC61000-3-3 - limita¸c˜ao de varia¸c˜ao de tens˜ao, flutua¸c˜ao de tens˜ao e flicker em redes BT
para equipamentos com correntes menores que 16A.
IEC61000-3-4 - limites de emiss˜ao de correntes harmˆonicas para equipamentos superiores `a 16A
IEC61000-3-5 - limites de varia¸c˜ao de tens˜ao, flutua¸c˜ao de tens˜ao e flicker em redes BT para
equipamentos com correntes maiores que 16 A.
IEC 61000-4-30 - M´etodos de medi¸c˜ao de qualidade de energia
EN50160 - Caracteristicas da tens˜ao de alimenta¸c˜ao de redes publicas
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16. PRODIST ANEEL
Est˜ao sujeitos ao PRODIST:
Concession´arias, permission´arias e autorizadas dos servi¸cos de gera¸c˜ao distribu´ıda e de
distribui¸c˜ao de energia el´etrica (denominadas neste documento como distribuidoras);
Consumidores de energia el´etrica conectados ao sistema de distribui¸c˜ao, em qualquer classe
de tens˜ao (BT, MT e AT), inclusive consumidor ou conjunto de consumidores reunidos por
comunh˜ao de interesses de fato, ou de direito;
Agente importador ou exportador de energia el´etrica conectados ao sistema de distribui¸c˜ao;
Transmissoras detentoras do DIT – demais instala¸c˜oes de transmiss˜ao;
ONS.
Fonte: ANEEL – Prodist – M´odulo I 12/2016
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17. PRODIST ANEEL
Os ´ındices de qualidade da energia, que s˜ao alvo de fiscaliza¸c˜ao est˜ao definidos no m´odulo 8 do
mesmo PRODIST, citado acima, e abrangem os seguintes setores:
Consumidores com instala¸c˜oes conectadas em qualquer classe de tens˜ao de distribui¸c˜ao;
Produtores de energia;
Distribuidoras;
Agentes importadores ou exportadores de energia el´etrica;
Transmissoras detentoras de Demais Instala¸c˜oes de Transmiss˜ao – DIT;
Operador Nacional do Sistema – ONS.
Os procedimentos de qualidade de energia el´etrica definidos neste m´odulo se aplicam aos
Sistemas Individuais de Gera¸c˜ao de Energia El´etrica com Fontes Intermitentes – SIGFI, exceto o
que estiver disposto em Resolu¸c˜ao espec´ıfica.
ANEEL – Prodist – M´odulo 8 02/2016
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18. Qualidade do Produto
Os aspectos considerados da qualidade do produto em regime permanente ou transit´orio s˜ao:
Tens˜ao em regime permanente;
Fator de potˆencia;
Harmˆonicos;
Desequil´ıbrio de tens˜ao;
Flutua¸c˜ao de tens˜ao;
Varia¸c˜oes de tens˜ao de curta dura¸c˜ao;
Varia¸c˜ao de frequˆencia.
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20. Tens˜ao em Regime Permanente
S˜ao estabelecidos os limites adequados, prec´arios e cr´ıticos para os n´ıveis de tens˜ao em regime
permanente, os indicadores individuais e coletivos de conformidade de tens˜ao el´etrica, os crit´erios
de medi¸c˜ao, de registro e dos prazos para compensa¸c˜ao ao consumidor, caso as medi¸c˜oes de
tens˜ao excedam os limites dos indicadores.
Figura 7 : Forma de onda - 380V rms (60Hz)
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21. Tens˜ao em Regime Permanente
Classifica¸c˜ao dos N´ıveis de Tens˜ao
(a) Faixas de Tens˜ao em
Rela¸c˜ao `a de Referˆencia
(b) Pontos de conex˜ao em Tens˜ao Nominal igual
ou inferior a 1 kV (380/220)
Tens˜ao de Referˆencia (TR )
Faixa Adequada de Tens˜ao (TR − ∆ADINF , TR + ∆ADSUP )
Faixas Prec´arias de Tens˜ao
(TR + ∆ADSUP , TR + ∆ADSUP + ∆PRSUP ou TR − ∆ADINF , TR − ∆PRINF , TR − ∆ADINF )
Faixas Cr´ıticas de Tens˜ao (> TR + ∆ADSUP + ∆PRSUP ou < TR − ∆ADINF − ∆PRINF )
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22. Tens˜ao em Regime Permanente
Indicadores Para An´alise:
DRP - Dura¸c˜ao relativa da transgress˜ao de tens˜ao prec´aria
DRP =
nlp
1008
× 100[%] (1)
nlp - N´umero de leituras situadas nas faixas prec´arias
DRC - Dura¸c˜ao relativa da transgress˜ao de tens˜ao cr´ıtica
DLC =
nlc
1008
× 100[%] (2)
nlc - N´umero de leituras situadas nas faixas cr´ıticas
Limites para os indicadores: DRC < 0.5% e DRP < 3%
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23. Fator de Potˆencia
O valor do fator de potˆencia dever´a ser calculado a partir dos valores registrados das potˆencias
ativa e reativa (P,Q) ou das respectivas energias (EA, ER), utilizando-se as seguintes f´ormulas:
fp =
P
P2 + Q2
ou
EA
√
EA2 + ER2
(3)
Valores de referˆencia indicado pelo PRODIST:
Para unidade consumidora ou conex˜ao entre distribuidoras com tens˜ao inferior a 230 kV:
(0, 92 < fp < 1, 0)(indutivo)
Para unidade consumidora ou conex˜ao entre distribuidoras com tens˜ao inferior a 230 kV:
(1, 0 < fp < 0, 92)(capacitivo)
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24. Harmˆonicos
As distor¸c˜oes harmˆonicas s˜ao fenˆomenos associados com deforma¸c˜oes nas formas de onda das
tens˜oes e correntes em rela¸c˜ao `a onda senoidal da frequˆencia fundamental.
As express˜oes para o c´alculo das grandezas DITh% e DTT% s˜ao:
DITh(%) =
Vh
V1
× 100 (4)
DTT(%) =
hm´ax
h=2 V 2
h
V1
× 100 (5)
Figura 9 : Valores de referˆencia globais das distor¸c˜oes harmˆonicas totais
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25. Harmˆonicos
Figura 10 : N´ıveis de referˆencia para distor¸c˜oes harmˆonicas individuais de tens˜ao
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26. Desequil´ıbrio de Tens˜ao
O desequil´ıbrio de tens˜ao ´e o fenˆomeno associado a altera¸c˜oes dos padr˜oes trif´asicos do sistema
de distribui¸c˜ao.
A express˜ao para o c´alculo do desequil´ıbrio de tens˜ao ´e:
FD(%) =
V−
V+
× 100 (6)
ou alternativamente
FD(%) = 100 ×
1 −
√
3 − 6β
1 +
√
3 − 6β
(7)
sendo β:
β =
V 4
ab + V 4
bc + V 4
ca
V 2
ab + V 2
bc + V 2
ca
2
O valor de referˆencia nos barramentos do sistema de distribui¸c˜ao, com exce¸c˜ao da BT, deve ser
igual ou inferior a 2%. Esse valor serve para referˆencia do planejamento el´etrico em termos de
QEE e que, regulatoriamente, ser´a estabelecido em resolu¸c˜ao espec´ıfica, ap´os per´ıodo
experimental de coleta de dados.
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27. Flutua¸c˜ao de Tens˜ao
A flutua¸c˜ao de tens˜ao ´e uma varia¸c˜ao aleat´oria, repetitiva ou espor´adica do valor eficaz da
tens˜ao.
A flutua¸c˜ao de tens˜ao geralmente decorre da opera¸c˜ao de cargas vari´aveis. O seu principal
efeito ´e a varia¸c˜ao do fluxo luminoso de lˆampadas (principalmente de lˆampadas
incandescentes).
Figura 11 : Fenˆomeno da flutua¸c˜ao de tens˜ao
A determina¸c˜ao da qualidade da tens˜ao de um barramento do sistema de distribui¸c˜ao quanto
`a flutua¸c˜ao de tens˜ao tem por objetivo avaliar o incˆomodo provocado pelo efeito da
cintila¸c˜ao luminosa no consumidor, que tenha em sua unidade consumidora pontos de
ilumina¸c˜ao alimentados em baixa tens˜ao.
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28. Varia¸c˜ao de Tens˜ao de Curta Dura¸c˜ao
Varia¸c˜oes de tens˜ao de curta dura¸c˜ao s˜ao desvios significativos no valor eficaz da tens˜ao em
curtos intervalos de tempo.
Figura 12 : Classifica¸c˜ao das Varia¸c˜oes de Tens˜ao de Curta Dura¸c˜ao
Gustavo Jos´e (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 28 / 48 22 de agosto de 2016 28 / 48
29. Varia¸c˜ao de Frequˆencia
O sistema de distribui¸c˜ao e as instala¸c˜oes de gera¸c˜ao conectadas ao mesmo devem, em
condi¸c˜oes normais de opera¸c˜ao e em regime permanente, operar dentro dos limites de
frequˆencia situados entre 59,9 Hz e 60,1 Hz.
As instala¸c˜oes de gera¸c˜ao conectadas ao sistema de distribui¸c˜ao devem garantir que a
frequˆencia retorne para a faixa de 59,5 Hz a 60,5 Hz, no prazo de 30 (trinta) segundos ap´os
sair desta faixa, quando de dist´urbios no sistema de distribui¸c˜ao, para permitir a recupera¸c˜ao
do equil´ıbrio carga-gera¸c˜ao.
Havendo necessidade de corte de gera¸c˜ao ou de carga para permitir a recupera¸c˜ao do
equil´ıbrio carga-gera¸c˜ao, durante os dist´urbios no sistema de distribui¸c˜ao, a frequˆencia:
N˜ao pode exceder 66 Hz ou ser inferior a 56,5 Hz em condi¸c˜oes extremas;
Pode permanecer acima de 62 Hz por no m´aximo 30 (trinta) segundos e acima de 63,5 Hz por no
m´aximo 10 (dez) segundos;
Pode permanecer abaixo de 58,5 Hz por no m´aximo 10 (dez) segundos e abaixo de 57,5 Hz por no
m´aximo 05 (cinco) segundos.
Varia¸c˜oes de tens˜ao de curta dura¸c˜ao s˜ao desvios significativos no valor eficaz da tens˜ao em
curtos intervalos de tempo.
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30. Qualidade do Servi¸co e Distribui¸c˜ao
Gustavo Jos´e (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 30 / 48 22 de agosto de 2016 30 / 48
31. Qualidade do Servi¸co e Distribui¸c˜ao
N´ıveis de tens˜ao:
Devem ser mantidos dentro de parˆametros pr´e-estabelecidos e s˜ao fiscalizados por ´org˜aos
competentes. Considerando os parˆametros de:
Continuidade de servi¸co;
Dura¸c˜ao Equivalente por Consumidor (DEC) – tempo m´edio sem energia / consumidor no
per´ıodo considerado
Frequˆencia Equivalente de Interrup¸c˜ao (FEC) – m´edia do n´umero de interrup¸c˜oes /
consumidor no conjunto considerado
Simetria do sistema
Forma de onda
Gustavo Jos´e (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 31 / 48 22 de agosto de 2016 31 / 48
32. Indicadores de Continuidade do Servi¸co de Distribui¸c˜ao de E.E.
Figura 13 : Evolu¸c˜ao do DEC em 2016.
Figura 14 : Evolu¸c˜ao do FEC em 2016.
Gustavo Jos´e (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 32 / 48 22 de agosto de 2016 32 / 48
33. Estudos de Caso
Gustavo Jos´e (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 33 / 48 22 de agosto de 2016 33 / 48
34. Equipamento Analisador de Energia
A se¸c˜ao 2.6 do m´odulo 8 do PRODIST, estabelece os requisitos m´ınimos necess´arios do
equipamento utilizado para a medi¸c˜ao, mostrados a seguir:
Taxa amostral: 16 amostras/ciclo;
Conversor A/D (anal´ogico/digital) de sinal de tens˜ao: 12 bits;
Precis˜ao: at´e 1% da leitura.
Da mesma forma o equipamento deve fornecer as seguintes informa¸c˜oes:
Valores calculados dos indicadores individuais;
Tabela de medi¸c˜ao;
Histograma de tens˜ao.
Gustavo Jos´e (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 34 / 48 22 de agosto de 2016 34 / 48
35. Equipamento Analisador de Energia
O equipamento utilizado para an´alise foi o Analisador de energia RE6000, da EMBRASUL, Figura
15a. Este equipamento e seus acess´orios apresentam as seguintes caracter´ısticas:
Taxa amostral: 133 amostras/ciclo;
Conversor A/D de sinal de tens˜ao: 16 bits;
Aquisi¸c˜ao de perturba¸c˜oes: 130 us;
Precis˜ao: at´e 1% da leitura;
8 canais de medi¸c˜ao simultˆanea;
M´odulo N (Neutro), capaz de verificar sistemas desbalanceados;
M´odulo H (Harmˆonicas): at´e 50a ordem.
(a) Analisador de Energia (b) Equipamento em uso
Figura 15 : Analisador de Energia RE6000
Gustavo Jos´e (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 35 / 48 22 de agosto de 2016 35 / 48
36. Corre¸c˜ao do Fator de Potˆencia
Gustavo Jos´e (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 36 / 48 22 de agosto de 2016 36 / 48
37. Corre¸c˜ao do Fator de Potˆencia
Figura 16 : Demonstrativo de faturamento el´etrico
Gustavo Jos´e (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 37 / 48 22 de agosto de 2016 37 / 48
38. Corre¸c˜ao do Fator de Potˆencia
Nesta se¸c˜ao ser´a apresentada sucintamente as necessidades de corre¸c˜ao de fator de potˆencia de
um cliente, identificado aqui por Cliente A, baseando-se nas exigˆencias da concession´aria da
regi˜ao.
Figura 17 : Dados extra´ıdos do Software ANL6000
Gustavo Jos´e (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 38 / 48 22 de agosto de 2016 38 / 48
39. Corre¸c˜ao do Fator de Potˆencia
Os registros que devem ser levados em considera¸c˜ao s˜ao os ´ındices de distor¸c˜oes harmˆonicas da
tens˜ao existentes no sistema, visando uma baixa probabilidade de ocorrˆencia de ressonˆancia no
sistema.
Figura 18 : DHT extra´ıdos do Software ANL6000
Gustavo Jos´e (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 39 / 48 22 de agosto de 2016 39 / 48
40. Corre¸c˜ao do Fator de Potˆencia
Levando em considera¸c˜ao os valores de potˆencias m´edias mostrados acima. Assumindo um fator
de potˆencia desejado de 0,96 e mantendo a potˆencia m´edia ativa de 254,137 kW, obteremos a
potˆencia aparente, S’ de:
S =
254, 137
0, 96
= 264, 726kVA (8)
Sabe-se que:
Q = S 2
− P 2
(9)
Q = (264, 726)2 − (254, 137)2 = 74, 123kVar (10)
Onde Q ´e a diferen¸ca entre a potˆencia reativa m´edia, QM , e a potˆencia reativa do banco de
capacitores, QC . Logo:
QC = 137, 603 − 74, 123 = 63, 48kVar (11)
Gustavo Jos´e (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 40 / 48 22 de agosto de 2016 40 / 48
41. Corre¸c˜ao do Fator de Potˆencia
Para implanta¸c˜ao do projeto f´ısico, ´e necess´ario um banco de capacitor trif´asico, mediante os
c´alculos realizados na etapa anterior.
(a) Vista interna (b) Vista do painel
Figura 19 : Banco De Capacitor 80kva Weg Trif´asico
Gustavo Jos´e (UNIVASF) Eficiˆencia Energ´etica 41 / 48 22 de agosto de 2016 41 / 48
42. Corre¸c˜ao do Fator de Potˆencia
Valor do Banco De Capacitor 80kVA Weg Trif´asico R$ 10.899,00
Demanda contratada de 251,50 kVA
Consumo Reativo Exc. Na Ponta 204,79(kVARh)
Consumo Reativo Exc. Na Ponta 4.124,40(kVARh)
Valor gasto com reativo excedente de R$ 1.507,95
Tempo de retorno do investimento 8 meses
O resultados financeiros s˜ao satisfat´orios?
A qualidade no funcionamento el´etrico da planta ´e satisfat´oria?
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43. An´alise da Qualidade de Energia
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44. An´alise da Qualidade de Energia
Nesta se¸c˜ao ser´a apresentada sucintamente a an´alise da qualidade de energia el´etrica de um
cliente, identificado aqui por Cliente B, no aspecto dos n´ıveis de tens˜ao em regime permanente.
Sendo tomado como base e referˆencia para isto, a se¸c˜ao 8.1 do m´odulo 8 do PRODIST, vigente
desde o dia 01 de janeiro de 2016.
Figura 20 : Local de instala¸c˜ao do aparelho
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45. An´alise da Qualidade de Energia
Figura 21 : Painel de instala¸c˜ao do aparelho
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46. An´alise da Qualidade de Energia
Figura 22 : Gr´afico dos n´ıveis de tens˜ao das trˆes fases ao longo do tempo em que o equipamento esteve
instalado no local.
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47. An´alise da Qualidade de Energia
Figura 23 : Imagem do relat´orio gerado pelo equipamento.
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