1. Que caiam todos!
E se ergam os olhos
Providos da arte de amar
Mesmo apenas sendo orgãos.
Olhos da alma
Solidificados no tempo.
Desenhados na palma de tua mão
E não varridos pelo vento.
Vento que bate
E balança teus cabelos.
Leva embora teus anseios,
Traz de volta teus lampejos.
Mantem valentes teus olhos pequenos.
Marejados, oh, sim, marejados.
Arranjados às pressas por lágrimas sedentas
Que por tanto tempo esperaram atentas
Por olhos vagos como os teus.
Impróprias são tuas lágrimas.
Gotas pequenas e manchadas
Por sangue espesso e latente
De teus olhos complacentes.
Imprópria és tu.
Erga-te, mas não seque tuas lágrimas.
Estas agora são belas marcas
De que passado tens.
Passado somente teu
Não varrido pelo vento.
Então pare de esperar atento,
Por mudança que não há.
E se te desequilibrares, calma
Te aparo em meio à queda.